Informativo - Dezembro - Homenagens

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EDITORIAL | DEZEMBRO 2016 Com a Palavra... Plínio

David de Nes Filho

Realização Associação Chapecoense de Futebol Rua Clevelândia 656-E – Centro Chapecó – Santa Catarina Cep 89.802-405 Telefone – (49) 3905-3700 Comunicação e Marketing Alessandra Lara Z. Seidel Clarissa Soletti Eduardo Guimarães Juliana Sá Zonta Criação e Diagramação Eduardo Guimarães Impressão e tiragem Arcus Indústria Gráfica | 10.000 exemplares

EM MEMÓRIA DE Rafael Gobbato Cocada Serginho Adriano Cleberson Silva Mauro Stumpf Eduardo Preuss Chinho di Domenico Cezinha Giba Dávi Barela Dávi Delfim Peixoto Filho Victorino Chermont Rodrigo Santana Deva Pascovich Lilacio Júnior Paulo Julio Clement Mario Sergio Guilherme Marques Ari de Araújo Júnior Guilherme Laars Giovane Klein Bruno Mauro da Silva Djalma Araújo Neto André Podiacki Laion Espindula Renan Agnolin Fernando Schardong Edson Ebeliny Gelson Galiotto Douglas Dorneles Jacir Biavatti

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Sandro Pallaoro Jandir Bordignon Decio Burtet Filho Nilson Folle Júnior Edir de Marco Ricardo Porto Mauro dal Bello Danilo Gimenez Bruno Rangel Marcelo Lucas Gomes Sergio Manoel Filipe Machado Matheus Biteco Cleber Santana Willian Thiego Tiaguinho Josimar Dener Assunção Gil Ananias Kempes Arthur Maia Mateus Caramelo Aílton Canela Caio Júnior Duca Pipe Anderson Paixão Boião Dr. Marcio Koury

Diante de tantos ocorridos, é difícil controlar a emoção. Certas expressões são intraduzíveis, mesmo que a vontade de oferecer consolo e conforto às famílias e aos torcedores seja a nossa maior prioridade. Ainda assim, temos criado forças para enfrentar a dor, amparar quem mais precisa e dar sequência ao sonho Chapecoense. Porque a Chapecoense já nasceu forte, lá em 1973. Tornou-se campeã do estado em 1977, disputou o primeiro brasileiro em 1979. Nossa trajetória sempre foi de muita luta e desde o início fomos um time extremamente aguerrido, em campo e fora dele. Essa essência se manteve até os dias de hoje e continuará no nosso renascimento. É isso. Estamos renascendo. Lembramos e sempre recordaremos de forma saudosa os que já não estão entre nós e, em seus legados, nos inspiramos a afirmar que a Chapecoense vai continuar forte, vibrante e comprometida. Dizíamos, sempre, que éramos mais do que onze. Hoje, somos o mundo inteiro. Fomos capazes de unir, numa mesma torcida, os mais diversos times. Sabemos que muito disso foi em razão do momento, mas temos a convicção de que toda essa sensibilidade continuará. E dessa multidão que nos seguirá - agora mais do que nunca - encontraremos a nossa razão e a nossa força. Estamos trabalhando sem descanso em prol da reestruturação. Além de dar todo o suporte às famílias, faremos todo o esforço no sentido de construir - o mais rápido o possível - um time extremamente competitivo e competente, capaz de proporcionar incontáveis alegrias ao torcedor. E, principalmente, um time que honre ao máximo cada um dos guerreiros que já vestiu a camiseta alviverde. Temos inúmeros compromissos no próximo ano - além da responsabilidade de dar sequência ao trabalho que vinha sendo realizado tão bem - e, por isso, precisamos de você, amigo torcedor. Da sua confiança, do seu apoio, do seu alento. Esperamos que essa edição do informativa - especial, devido às circunstâncias - possa, de alguma forma, aconchegar os seus corações e lembrá-los que os nossos herois viraram lendas.

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MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016

nosso muito OBRIGADO! Quando toda a tragédia ocorreu, viajavamos à Colômbia. Na mala, todos os ingredientes necessários para realizar o sonho de conquistar a América. O que aconteceu, no entanto, acabou permitindo que fossemos muito além. Se algum satélite registrasse hoje uma foto da Terra, é pouco provável que a enxergássemos azul. O verde tomou conta de todos os cantos do planeta. Nossa camiseta foi vestida por todos os times. Nossos gritos ecoaram por todas as

torcidas. As preces aos nossos guerreiros foram unanimidade entre as religiões. Por um momento, todos os ideais da música Imagine, de John Lennon, foram atingidos. Pareciam não haver países, crenças, “nenhum motivo para matar ou morrer”. Percebeu-se a vida como um sopro e, diante disso, nada mais teve importância ou valor. Enfim, conquistamos o mundo. E apesar da dificuldade em compreender o ocor-

rido, buscamos conforto na certeza de que há um propósito em tudo o que aconteceu. Possivelmente, o de ver despertada tanta comoção e tantas demonstrações de amor.

As homenagens à nossa Chape foram inúmeras. Sensíveis, surpreendentes. Confortantes. E diante de tanto, o mínimo que podemos fazer é destinar as nossas próximas páginas ao nosso sincero OBRIGADO.

Cristo Redentor ficou verde em homenagem à Chapecoense

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MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016

gracias colômbia! Foram cerca de 52 mil pessoas, vestidas de branco, para simbolizar a paz, e empunhando velas e celulares, para iluminar a escuridão que pairava sobre todos os lugares onde haviam apaixonados por futebol. O minuto de silêncio - rigidamente respeitado - ecoou tanto quanto os gritos de “Vamos, Vamos, Chape” cantados em uníssono pelos integrantes da nova família que, por uma adversidade, acabava de se formar. O futebol não tem fronteiras. Obrigado Colômbia!

Fotos: Divulgação

Uma das principais homenagens veio da Colômbia. Foi tão incrível quanto qualquer outra, mas ainda mais surpreendente pelo fato de ter partido do time que seria o nosso adversário na grande final da Sul-Americana. No dia em que ocorreria a primeira das partidas decisivas, em Medelín, a torcida do Atlético Nacional lotou o Atanasio Giradot para provar, mais do que nunca, que o futebol vai muito além das quatro linhas. Muito além da bola rolando. E, acima de tudo, muito além da rivalidade.

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MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016

obrigado CURITIBA-pr!

Quando a Chapecoense chegou à decisão da copa Sul-Americana, era de conhecimento de todos que a final não poderia ser disputada na Arena Condá. Questões burocráticas. A partir daí, criou-se grande expectativa sobre qual seria o palco da decisão. Finalmente, o destino: Curitiba, Estádio Couto Pereira. Estava tudo preparado. Nossas equipes já se deslocavam até a capital do estado vizinho para organizar o espetáculo. Como num sonho, reuniríamos inúmeras torcidas para vibrar pelo mesmo time: A nossa Chape.

O jogo não aconteceu. Ainda assim, por ironia do destino, unimos muito mais torcedores, escudos e cores do que a nossa vã consciência outrora havia idealizado. O clima, planejado para ser de festa, tomou tons e formas de despedida. Ainda assim, garantiu cenas de encher os olhos. Demonstrações de fé, de solidariedade, de amor. E, de novo, o nosso “Vamos, Vamos, Chape” fez-se ouvir por todas as fronteiras. Desta vez, acompanhado do grito de “É Campeão”. Obrigado, Curitiba!

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O BANCO DAS CONQUISTAS DOS BRASILEIROS VAI ESTAR COM A CHAPECOENSE NAS SUAS NOVAS CONQUISTAS. A CAIXA reafirma seu compromisso de apoiar a Chape a escrever esse novo capítulo da sua história.

#forçachape


MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016

obrigado BRASILEIRÃO!

nunca, confirmamos que, na verdade, sempre fomos irmãos. A última rodada do brasileirão, na qual a bola não rolou na Arena Condá, foi repleta de homenagens por todo o Brasil. Um minuto de silêncio, nosso escudo em evidência nas camisetas das outras agremiações e o nosso hino fragmentado e estampado nos uniformes de todos os times. Estádios pintados de verde, branco e solidariedade. Obrigado, irmãos brasileiros!

Fotos: Rodrigo Coca

Quando iniciamos a trajetória na série A do Campeonato Brasileiro, em 2014, éramos vítimas de muita desconfiança. Com frequência nos anunciavam como os prováveis rebaixados, antes mesmo de entrarmos em campo. No entanto, foi questão de tempo para começarmos a surpreender. Jogando com alegria - como quem brinca - conquistamos resultados surpreendentes e o carisma de todo o Brasil. Dos outros times poderíamos ter nos tornado inimigos ou rivais, mas agora, mais do que

#FOrcACHAPE eternos campeoes SOLUÇÕES EM EVENTOS

49 3322-8234

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ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016

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ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016 Quando acordei, há alguns dias, naquela fatídica terça-feira, liguei a televisão e me deparei com uma enxurrada de notícias que, por mais que preenchessem todos os espaços dos telejornais, não conseguiam me convencer da sua veracidade. A programação da TV aberta já devia estar apresentando os programas de entretenimento, mas até mesmo as mais rígidas emissoras davam espaço ao “furo” que nenhum jornalista gostaria de dar. “O Avião da Chape caiu”. Não era a manchete de nenhum noticiário, mas era a frase que saltava aos olhos entre tantas outras que enchiam o meu aplicativo de mensagens. Continuei atônito. A ficha insistia em não cair - e logo percebi que essa incredulidade permaneceria por um longo tempo. Em seguida, no entanto, em meio ao caos, minha preocupação passou a ser outra: Como contar ao meu filho - que desde pequeno aprendeu a torcer legítima e apaixonadamente pelo Verdão - que os seus ídolos não entraríam em campo para jogar a partida mais memorável dos 43 anos de história do clube - e o mais esperado dos seus poucos anos de vida e de torcedor? Como contar que os jogadores, cujo os nomes estampavam as camisetas que ele mais gostava de usar, não voltariam para casa? Como contar que o álbum de figurinhas ficaria sem os autógrafos que - por acharmos que haveriam inúmeras oportunidades - deixamos de pegar? Como contar que a foto tirada com estes ídolos é única? Já imaginava que a dor dele seria tão grande quanto a minha. Sabia também que pouco poderia fazer para protegê-lo da realidade. Omitir o que todos escancaravam não era uma opção. Por isso, encontrei outra forma de contar a história que eu não queria contar. Uma história capaz de deixar de lado a dor da tragédia e da perda, e sensível o suficiente para despertar nele a certeza de que seus heróis viraram lendas. Naquela manhã esperei que acordasse para começar o “Era uma vez”. Usei de toda a minha sensibilidade, humanidade e empatia - para imaginar o mundo a partir dos olhos de uma criança - e comecei...

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ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016

“Estava para acontecer um campeonato de futebol muito importante e decisivo, num lugar que vai além de onde os nossos olhos alcançam: o céu. Nesse lugar já haviam vários atletas lendários, com currículos vastos de conquistas e participações em grandes finais. Deus, o responsável por convocar o time para o campeonato, no entanto, queria jogadores que fugissem do estrelismo. Ele estava de olho, há algum tempo, no time de uma cidade que estava vivendo um momento de êxtase. Eram modestos, mas cheios de ambições. Comissão técnica, diretoria, atletas, torcida! Aquele clube vivia uma sinergia tão precisa que era quase utópica. Havia, neste grupo, uma figura emblemática, que afirmava, sempre que as oportunidades surgiam, que “do roupeiro ao presidente, todos tinham a mesma importância”. Acho que por essa humildade e união, que saltavam aos olhos de qualquer um, esse time tinha tudo para ser escolhido. Além disso, os atletas jogavam como crianças que brincam. Tinham alegria nos pés e a bola era como uma amiga íntima. Chovia muito no momento da convocação, porque os atletas daquela equipe se inspiravam e agigantavam quando jogavam nessas condições. Competiam tão bem na chuva quanto o Ayrton Senna corria em pistas molhadas. A ocasião foi escolhida a dedo. Eles estavam viajando para a Colômbia, onde fariam o jogo mais importante de suas vidas. Como num sonho, as torcidas do Brasil inteiro estavam com eles. Todos os que ocupavam aquele avião estavam tão empolgados com a possibilidade de conquistar a América e tão transbordantes de alegria com o momento incrível que viviam, que não perceberam quando a viagem foi interrompida para que pudessem alçar um voo muito mais alto. Para o campeonato que disputaríam, muitas exigências precisavam ser atendidas. O responsável pela convocação inédita queria contar com pessoas íntegras e que, acima de tudo, fossem apaixonadas pelo que faziam. Dentro e fora das quatro linhas. Ele e seus auxiliares - tão ágeis e serenos que pareciam ter asas, como anjos - assumiram a responsabilidade de montar uma equipe completa e tão competente como há muito não se via. Perceberam a necessidade de uma pessoa com visão empreendedora e a juventude necessária para comandar o clube. Uma pessoa que entendesse e acompanhasse o ritmo do time que, apesar das responsabilidades, daria, despretensiosamente, um passo de cada vez rumo aos seus ideais. Para isso, aquela figura emblemática citada anteriormente, que fazia questão de lembrar a importância de cada um dentro do time, foi escolhido como presidente. Era o Sandro Pallaoro. Precisavam, ainda, de alguém de extrema competência e criatividade para cuidar do Departamento de Marketing, do Patrimônio e também das finanças, já que aquele time, de tanto carisma, seria visto em vários lugares e as propostas de investimentos seriam inúmeras. Para isso, escolheram o Jandir, o Décio e o Folle. Para o Departamento de Futebol, precisavam de pessoas que entrassem no vestiário e conseguissem impor respeito e motivação. Pessoas experientes, entendidas no assunto e que, principalmente, trabalhassem em sintonia. O Maurinho e o Cadu já atuavam juntos, vinham sendo observados e admirados. E, por isso, foram convocados. Para comandar o plantel, escolheram alguém de caráter. Experiente, mas humilde, e que, acima de tudo, fosse como um pai para os atletas. Não havia, com essas características, nome melhor que o do Caio Júnior. Mas ele não poderia ser convocado sozinho, e, já que a prioridade era a sintonia entre todos, o Duca, o Cezinha e o Pipe viajaram com ele para compor a Comissão Técnica. Entre amigos, fariam um trabalho completo e ainda mais competente. Havia uma preocupação muito grande com o cuidado em relação aos atletas. Eles precisavam ser fortes e sadios, já que os compromissos eram inúmeros. Para cuidar desse departamento, levaram o Gobatto, o Márcio Koury e o Sérginho. Além da saúde, a preparação física dos atletas e a agilidade e lucidez dos goleiros também era indispensável. Para isso, convocaram o Anderson Paixão e o Boião, que já conheciam aquele plantel como a palma da mão. Os vestiários de lá deveriam ser como os daqui: com os uniformes e as chuteiras organizados com zelo e carinho, para que os atletas, naquele ambiente, pudessem se sentir em casa. Para isso, levaram o roupeiro Cocada. Afinal, seriam ali os momentos de concentração e oração antes dos jogos - quando todos estariam mais perto de Deus do que pudessem imaginar.

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ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016 Também nos vestiários aconteceriam, após as vitórias, as maiores expressões de alegria. Os cantos de todas as torcidas, em alento ao time, seriam cantados com paixão. E para registrar todos esses momentos, exclusivos dos bastidores, ninguém melhor e mais empenhado em mostrar a essência do time do que o Giba. Aquele time, tão querido, seria alvo de muitos holofotes, afinal era favorito ao título do campeonato que jogariam no céu. Todos da imprensa iriam disputar com afinco uma oportunidade de entrevista. Para organizar isso, ninguém melhor do que o Cleberson. Amigo de todo o pessoal das rádios, dos jornais e das TVS, uniria a paixão pelo trabalho e pelo futebol para prestar sempre o seu melhor serviço. E como esse time seria bem visto pela imprensa! O Renan Agnolin, o Gallioto, o Picolé, o Biavatti e o Douglas Dornelles expressariam toda a emoção dos jogos transmitidos nas ondas do rádio. As narrações ficariam por conta da voz inconfundível do Fernando Doesse. Na internet, as crônicas dos jogos ficariam por conta do Laion, com seus textos humanos, apaixonados, irreparáveis. No tradicional jornal impresso, o texto ficaria sob o comando do André Podiacki. Na televisão, uma emissora seria pouco para tanta repercussão. A Globo levou o Guilherme Marques, o Ari Junior, e o Guilherme Van der Laars; a RBS foi com o Giovane Klein, o Bruno Mauri e o Djalma Araújo; e a FOX convocou para a equipe de transmissão o Victorino Chermont, o Lilacio, o Rodrigo Santana, o Mario Sergio, o Paulo Julio Clement e o incomparável Deva Pascovicci. Todos acompanhariam aquele time como se fosse o seu, do coração. Com tantos jogos e entrevistas, o calendário estaria sempre cheio. Quem poderia cuidar da logística? Alguém com inteligência e disciplina. Escolheram o Chinho! A segurança também era fundamental. Queriam alguém sistemático, mas que, ao mesmo tempo, pulsasse na frequência do time. Convocaram o Adriano. Para as partidas era necessário uma pessoa para calcular o público, a renda e produzir o borderô. Para isso, convocaram o Delfim. Para tomar as decisões, a diretoria precisava de um suporte. Precisavam de opiniões de quem acompanhou a história do clube como torcedor, mas que, além da paixão, usasse da razão para a tomada de decisões. Levaram os conselheiros… o Edir de Marco, o Ricardo Porto, o Mauro Dal Bello e o Davi Dávi.

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ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016 Com a Comissão Técnica formada, iniciou a maior responsabilidade: formar o elenco que seria campeão. Como muito se ouvia falar, “um bom time começa pelo goleiro”. Por isso, foi escolhido o Danilo. Ele era decisivo dentro de campo e fazia defesas tão comemoradas quanto gols. Fora das quatro linhas, tinha um carisma incomparável e, além do número 1 na camisa, era o primeiro na lista de ídolos das crianças. Para dar sequência à defesa, quiseram mesclar as escolhas entre experiência e jovialidade, mas sem deixar de lado o comprometimento. Levaram o Thiego, o Filipe Machado e o Marcelo. Todos inspiravam liderança e a segurança que o torcedor precisava sentir. Marcelo era determinado, o Filipe Machado era vibrante e o Thiego o “cherife”. Uma comunhão perfeita. Abrir caminhos pelas alas era determinante para várias jogadas que o responsável por convocar o time tinha em mente. Para isso, os laterais precisavam ser dinâmicos. Foram escolhidos o Dener, o Caramelo e o Gimenez. O Dener era polivalente, atacava tanto quanto defendia. O Caramelo era legítimo marcador e o Gimenez era a personificação da raça. Os jogos precisavam ter ritmo. Biteco, Josimar, Gil e Cleber Santana foram convocados como volantes. A maioria das boas jogadas nasceriam desses pés. Biteco, com a sua juventude, organizava o jogo e bagunçava a vida do adversário. Josimar era referência e de tamanha competência na suas determinações que transmitia segurança para a defesa. Não tinha bola perdida. O Gil, quando entrava em campo, era pra ser decisivo. Pra mudar o jogo pra melhor. O Cleber Santana poderia dispensar definições. Quando a bola estava em seus pés, as jogadas falavam por si só. Os adversários o temiam e respeitavam. Era um líder nato e fazia por merecer a faixa de capitão. Para o meio campo, atletas com inteligência e agilidade para ligar as jogadas ao ataque. Thiaguinho, Sérgio Manoel e Arthur Maia. Thiaguinho buscava as jogadas com alegria e malícia e finalizava com ousadia e precisão; Sérgio Manoel era aguerrido e se destacava por surpreender e Arthur Maia era um talento que estava sendo lapidado. Por fim, o ataque. Ah, o ataque! Esse era o dos sonhos de qualquer equipe. Ananias, Canela, Kempes, Lucas Gomes e Bruno Rangel. Ananias desafiava a gravidade. Parecia ter molas nos pés e triplicava de tamanho quando o assunto era cabecear a bola pra dentro do gol. Canela, o mais jovem entre os centroavantes, era um mágico dentro de campo. Kempes era um atacante completo. Buscava a bola, envolvia o goleiro, e a empurrava, com precisão, para o fundo do gol. Lucas Gomes tirava o sono da zaga adversária. Dribles desconcertantes e gols dignos de placa. Bruno Rangel…Bem, Bruno Rangel é outro que dispensaria comentários, simplesmente porque qualquer adjetivo é pouco para caracterizá-lo. Basta dizer que é o maior artilheiro da história da Chapecoense. Pronto. Estava escalado o time de lendas. Tamanha era a qualidade, o carisma, a determinação e o comprometimento que ficaram campeões sem nem precisar entrar em campo. Como já previam lá na Terra, conquistaram uma multidão. Só que uma multidão muito, muito além do que podiam imaginar. Ganharam o mundo. O troféu que ergueram tinha um valor imensurável. Custou um preço alto, é verdade, mas rendeu muito mais do que se podia sonhar. O título conquistado por aquele time foi capaz de mostrar ao mundo que rivalidades devem durar apenas 90 minutos. Serviu para promover a solidariedade, o amor, o carinho e a união. Sim, a união. Provavelmente o maior propósito de tudo isso. Se lembra quando eu falei que Deus queria no seu time atletas que fugissem da badalação da mídia? Pois é. Agora eles entram em campo, todas as noites, como as estrelas mais brilhantes do céu. E se, antes de dormir, você prestar bastante atenção, vai ouví-los no vestiário, batendo as portas dos armários e cantando o inesquecível “Vamos, Vamos, Chape”. Estão comemorando. Felizes. Fazendo o que amam. "Do roupeiro ao presidente”.

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ERA UMA VEZ | DEZEMBRO 2016

Nesse momento parei, porque a minha voz estava embargada e as lágrimas embaçando a minha visão. Abracei forte o meu filho, que apesar da pouca idade parecia ter entendido o tão duro recado. Ele se soltou dos meus braços, olhou fundo nos meus olhos e, preocupado, perguntou: “E como fica a Chape agora, papai?” Prontamente respondi. “A Chape vai continuar, novas pessoas virão, novos jogadores, novos ídolos, novos títulos, novas perspectivas. A Chape continuará sendo motivo de sorrir, as arquibancadas estarão cada vez mais cheias. Deus pensa em tudo, filho. Ele deixou o Neto, o Alan Ruschel e o Follmann para motivarem o nosso recomeço. Tão fortes e de tanta qualidade quanto os que foram jogar no céu. Deixou o Rafael Henzel para contar essa página histórica. E deixou uma legião de apaixonados para continuarmos juntos, na essência, e ainda mais fortes. Porque somos muito mais que onze, somos Chapecoense.

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MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016

Allianz Arena - Munique - Alemanha

Orlando Eye - Orlando - Estados Unidos

Torre Colpatria - Bogotá - Colômbia

Sede Conmebol - Luque - Paraguai

Estádio BBVA Bancomer - Guadalupe - México

Fotos: Divulgação

Estádio Wembley - Londres - Inglaterra

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Foto: Marcio Cunha

INFORMATIVO | DEZEMBRO 2016

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MUITO OBRIGADO | DEZEMBRO 2016

Cavani do PSG no seu 100º gol pelo clube

Él Clássico - Barcelona e Real Madrid - Espanha

Torcida do PSG - França

Torcida e clube Sporting - Portugal

Arena Condá lotada no Tributo Verde e Branco

Minuto de silêncio na final da Copa do Brasil

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