É CAMPEÃO! Informativo Maio 2017

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Foto: Eduardo GuimarĂŁes / Chapecoense


EDITORIAL | ABRIL | MAIO 2017

Com a Palavra... Nei Maidana Realização Associação Chapecoense de Futebol Rua Clevelândia 656-E – Centro Chapecó – Santa Catarina Cep 89.802-405 Telefone – (49) 3905-3700 Comunicação e Marketing Alessandra Lara Z. Seidel Clarissa Soletti Eduardo Guimarães Fernando Mattos João David De Nes Juliana Sá Zonta Rafael Bressan Sirli Freitas Jornalista Responsável Alessandra Seidel / 0006112/SC Criação e Diagramação Eduardo Guimarães Impressão Arcus Indústria Gráfica Tiragem 5.000 exemplares

Conselho Deliberativo Presidente: Gilson Vivian 1º Vice-Presidente: Gelson Dalla Costa 2º Vice-Presidente: Cleimar João Spessatto 3º Vice-Presidente: Orivaldo Chiamolera Secretário: Maurício Zolet Conselho Administrativo Presidente: Plinio David De Nes Filho Vice-Presidente Adm. e Financeiro: Ivan Tozzo Vice-Presidente de Patrimônio e Mkt: Luiz A. Danielli Vice-Presidente de Futebol: Nei Roque Mohr Vice-Presidente Jurídico: Luiz Antônio Palaoro Presidente Cons. Consultivo: Osvino M. de Souza Conselho Fiscal Titulares Presidente: Aldo Bortolanza Membros: Valdecir Filippi Chiella Eliandro Baldissera Suplentes Dério Lazzaretti Paulo Ricardo Dal Magro Pablo Dávi Presidente de Honra Carlinhos Marcon

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Depois do trágico acidente com o avião da Chapecoense, restaram poucas pessoas que, realmente, estão há muito tempo vivenciando a rotina do Clube. Felizmente, eu sou uma delas. São mais de 10 anos comparecendo, diariamente, à Chape. Acompanhando toda a trajetória e o trabalho árduo desempenhado para colocar o time no patamar em que chegou e se mantém. Por ser uma dessas pessoas, me senti na obrigação de assumir a Vice-Presidência de Futebol quando recebi este nobre convite. Muito porque eu tenho, graças a tantos anos de Chape, a fórmula de como sempre procuramos conduzir o time. Como costumamos dizer, a Chape é uma família. E junto com as pessoas que foram contratadas, vamos dar continuidade ao que se formou no decorrer dos anos. Nós temos uma maneira distinta de conduzir e administrar o Clube. De criar um ambiente diferente para colaboradores e atletas trabalharem. Isso não é demagogia. Todo mundo que passa pela Chapecoense, sabe que jogar aqui é diferente de jogar em qualquer outro clube. Poucos de nós imaginávamos que, com uma equipe montada às pressas, iríamos conseguir resultados tão imediato. Logicamente sabiamos da competência do Rui Costa, do Maringá, do Nivaldo e de todas as pessoas que integram o Departamento de Futebol, mas sabíamos, também, que iríamos encontrar inúmeras dificuldades. Porém, graças a competência de todos e o comprometimento e o perfil dos atletas que escolhemos para compor o nosso elenco - que, desde o início, demonstraram muita vontade de vestir a camisa alviverde - os resultados têm chegado. E temos convicção de que é só o começo. O futebol é momento e o nosso tem sido muito positivo. Temos decisões importantes pelo Campeonato Catarinense e pela Recopa, jogos decisivos pela Libertadores e Copa do Brasil - onde iremos trabalhar duro para avançar de fase - e, mais à frente, o Campeonato Brasileiro, onde o foco principal é permanecer na Série A, que é a forma mais garantida de mantermos o nosso Departamento estruturado. O calendário de jogos e competições é amplo, mas com trabalho sério e o apoio de todos - principalmente do torcedor - iremos cada vez mais longe.


CONSELHO | ABRIL | MAIO 2017

Foto: Arquivo pessoal

Conselho Deliberativo promove Reunião Ordinária

Na segunda-feira, 24 de abril, os Conselheiros da Associação Chapecoense de Futebol se reuniram no Centro de Eventos para Reunião Ordinária do Deliberativo. Mais de 80 pessoas estiveram presentes para discutir assuntos pertinentes ao Clube e se inteirar sobre os trâmites que têm envolvido todo o processo de reestruturação da agremiação. Conduzida pelo Presidente do Conselho Deliberativo, Gilson Vivian, a reunião abordou diversas questões. Entre as principais, a aprovação da ata da assembléia anterior, realizada no dia 17 de março, a prorrogação do prazo de apresentação e julgamento dos balancetes trimestrais para o mês de julho - quando serão apresentados os documentos referentes ao primeiro e segundo trimestre -, a aprovação do balanço de 2016 e a ratificação da composição plena do Conselho Deliberativo. Esta última resultou na aprovação do aumento

do número de conselheiros. Até então o clube possuía 186 sócios na categoria, e na reunião foram outorgados mais 14 nomes, totalizando 200 conselheiros. Além disso, foram sugeridos e aprovados os nomes de 40 suplentes e foi apresentada uma lista de espera de 39 sócios da Chapecoense que manifestaram interesse em integrar o Conselho Deliberativo. Além de agradecer todo o apoio que tem sido prestado pelo Conselho Administrativo ao Deliberativo, Gilson fez questão de destacar que - diferente do que normalmente tem ganhado repercussão na mídia - a Chapecoense tem recebido de muitos familiares, pais de jogadores e esposas das 64 vítimas demonstrações de gratidão por tudo o que o Clube tem desempenhado em prol de todos os afetados pelo acidente aéreo. O ponto alto da reunião foram as novidades anunciadas pelo Presidente do

Conselho Administrativo, Plinio David De Nes Filho. A principal diz respeito a já confirmada ampliação do setor social da Arena Condá, através da colocação de mais 2.800 cadeiras na ala oeste da Arena. Além disso, foi anunciada uma promoção do Clube, que contemplará um Sócio Conselheiro para cada partida fora de casa da Chape no Campeonato Brasileiro, de modo a possibilitar que esse torcedor viaje com a delegação alviverde. Por fim, outra ação que diz respeito ao bom relacionamento e ao estreitamento dos laços com os Sócios Conselheiros é a visita guiada pela zona mista da Arena Condá antes dos jogos. A próxima assembléia regular do Conselho Deliberativo será realizada no mês de julho. Na oportunidade, a reunião será com jantar festivo entre os conselheiros.

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BASE | ABRIL | MAIO 2017

"A primeira vez nunca se esquece"

Foto: Rafael Bressan / Chapecoense

Sub-20 conquista título histórico do Campeonato Catarinense

Foto: Rafael Bressan / Chapecoense

Conquistas inéditas. Essa tem sido a tônica do início de 2017 para as categorias de base da Chapecoense. Se em janeiro o sub-20 proporcionou fortes emoções aos torcedores com uma campanha memorável na Copa São Paulo, a mesma equipe não deixou por menos no Campeonato Estadual. Sem nunca ter conquistado uma taça dessa expressão, no dia 29 de março, a equipe foi até o sul do estado enfrentar o Criciúma na grande decisão. Após jogo heroico e empate por um a um, a Chape voltou para casa trazendo na bagagem sua primeira taça na categoria. Para tornar a vitória ainda mais emble-

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mática a Chape sofreu um gol no começo da segunda etapa e, cinco minutos depois, teve um jogador expulso. Com um a menos e adversidade no placar, a taça parecia se distanciar mais de Chapecó a cada minuto. Mas o espírito de lutar até o fim empurrou o time para o ataque e, a 10 minutos do fim, Silvano Miranda, de pênalti, empatou para o Verdão. A Chape jogava pelo empate devido a vitória conquistada em Chapecó por um a zero. A conquista é referente a competição válida para a temporada de 2016. O campeonato estadual é disputado no segundo semestre, porém o segundo jogo da final

não aconteceu devido ao acidente aéreo com o avião da Chapecoense no dia 29 de novembro. A partida em Criciúma estava marcada para o dia primeiro de dezembro. Após o acidente a Federação Catarinense de Futebol cancelou todas as suas competições que estavam em andamento. Após o triunfo verde e branco, de joelhos no gramado onde acabavam de entrar para a história do clube, o técnico Agnaldo Pereira fez uso do posto de comandante e lembrou da tragédia, dedicando a taça a cada uma das vítimas.


BASE | ABRIL | MAIO 2017

A Batalha de Alvorada - COPA DO BRASIL

Foto: Rafael Bressan / Chapecoense

Sub-20 da Chape vence o Inter em Alvorada-RS e avança para a segunda fase da Copa do Brasil pela primeira vez

A Copa do Brasil é o segundo torneio mais importante dentro do cenário nacional. Na categoria sub-20, ela também está entre as principais, junto com Copa São Paulo e Campeonato Brasileiro. Há três anos a Chapecoense buscava ir mais longe na competição, mas sempre esbarrou em grandes adversários. O êxito da vaga inédita veio no dia 12 de abril, no confronto contra o Internacional de Porto Alegre, num jogo franco e emocionante, decidido nos minutos finais. Até esse ano, a Chape nunca havia passado da primeira fase. Os gaúchos venceram o primeiro jogo por 1 a 0, dentro da Arena Condá, mas o Verdão foi à Alvorada, região metropolitana de POA, e encarou o adversário de frente. A Chape abriu o placar no início da segunda etapa com Silvano Miranda. O

adversário, fazendo jus a sua grandeza e o fato de estar jogando dentro de casa, buscou o empate, o que estava dando a vaga para o Inter até os minutos finais. Até que Vinicius Locatelli recebeu passe de Silvano e mandou para o fundo do gol, aos 40 minutos da segunda etapa. Chape 2 a 1! Chape classificada para a segunda fase pela primeira vez na história! O diretor das categorias de base do clube, Adilson Kucharski, comenta que passar pelo Internacional é um grande feito, já que as categorias de base do clube gaúcho serviram por muito tempo como exemplo para a Chape. Ele credita essa nova conquista à um trabalho de longo prazo que vem sendo realizado. “A grande maioria desses meninos que estão hoje no sub-20, trabalham conosco a vários anos, é um

trabalho que tem a cara da Chapecoense. Os meninos se tornam - além de jogadores - torcedores, possuem o espírito da Chapecoense”, destacou. Adilson finaliza com a seguinte frase: “A camisa dos outros grandes clubes não nos assuta mais”. Essa é a quarta participação da Chape na competição. Na estreia, em 2014, caiu para o São Paulo após perder o primeiro jogo por 2 a 0 em Chapecó. No ano seguinte a classificação bateu na trave, a Chape venceu o Inter por 1 a 0 na Arena Condá, mas perdeu por 2 a 0 em Porto Alegre. Em 2016 novamente foi superada por muito pouco, empate em 1 a 1 com o Fluminense, em Chapecó e derrota por 2 a 1 no Rio de Janeiro.

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Foto: Divulgação Chapecoense


ESCOLINHA | ABRIL | MAIO 2017 Palmitos foi o primeiro POLO implantado fora de Chapecó Menos de dois anos depois, a Escolinha da Chape chega a 32 polos inaugurados

No dia 25 de junho de 2015 a Escolinha da Chape abria seu primeiro polo fora de Chapecó, a cidade privilegiada foi Palmitos, a 60 quilômetros da capital do oeste. Juarez Rossini, atual presidente do polo e secretário na época, conta que o sentimento era, e ainda é, de muita alegria em saber que estão proporcionando aos jovens a prática de um esporte, o que é muito importante para o desenvolvimento de um cidadão do bem. Ele ainda revela que o sentimento é de orgulho em ser o primeiro polo fora de Chapecó. “Agradecemos ao presidente Sandro Pallaoro e toda aquela diretoria maravilhosa por ter escolhido Palmitos para implantarem o primeiro polo. Seremos sempre gratos a todos”, afirma. Rossini diz que a Chapecoense é o principal time da região e um dos grandes do país, o que motivou os palmitenses a apostarem no projeto. A seriedade da diretoria do clube também é apontada como um dos fatores preponderantes para dar início à

parceria. Na época o polo abriu com cerca de 150 alunos matriculados. Hoje, o número chega a 200. Fazem parte do projeto crianças de seis a 17 anos de idade. Rossini é um dos apoiadores do projeto desde o seu início. Para ele, a alegria das crianças por fazerem parte do projeto, é gratificante. “Víamos, e ainda vemos, o entusiasmo no olhar das nossas crianças e isso nos deixa muito feliz”, comentou o presidente do polo. Juarez ainda comenta que o principal objetivo da escolinha não é revelar jogadores profissionais. “A importância de mantermos o projeto é, em primeiro lugar, formar cidadãos, tirar as crianças das ruas e dar a chance à elas para trilhar o caminho do bem.” Atualmente, a Escolinha da Chape possui 32 polos em funcionamento, destes, 13 foram abertos esse ano. Isso sem contar nos inúmeros pedidos que chegam diariamente até os diretores da Escolinha. Segundo Dara Gabriela, uma das responsáveis pelos encargos administrativos na

abertura dos polos, há escolinhas quase prontas para serem inauguradas no Sergipe, Mato Grosso e São Paulo. Palmitos já havia escolinhas tanto de futebol de campo como de futsal. Por conta disso, a implantação do polo foi mais tranquila. Segundo Giovani Rigotti, diretor das Escolinha da Chape, Palmitos apresentava uma boa estrutura e visão de futebol, o que fez o clube apostar na cidade para ser sede da primeira escolinha do clube fora de Chapecó. A diretoria que deu o ponta pé inicial do polo de Palmitos era formada por: Jairo Loose, como presidente; Rodrigo Beling vice; Juarez Rossini - secretário; Milton Fadani - vice secretário; Edson Heinen tesoureiro; João Krakhecke - vice tesoureiro; Fernado Ehlers - diretor esportivo; Cesar Ludke , Edio Zingler, Volnei Rossi e Ivar Costacurta - integrantes do conselho fiscal; Cleiton Kerkhoff, Diogo Triaca, Mercio Sgarbi, Nilson Baron - suplentes; e César Ludke - Consul da Chapecoense.

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JOGO RÁPIDO | ABRIL | MAIO 2017

HOMENAGEM dos Bombeiros

A Associação Chapecoense de Futebol está apoiando um projeto, promovido pelas “Associação das Senhoras Rotarianas”, que tem como principal objetivo o incentivo à leitura. Trata-se de uma iniciativa que disponibiliza livros, revistas e jornais num ponto localizado no Terminal Rodoviário de Chapecó. A Chape contribui com a ação viabilizando a entrega do seu informativo mensal. Além de incentivar um projeto, é uma forma de levar o Clube para todos os cantos do país!

No dia 13 de abril, integrantes da Associação Chapecoense de Futebol receberam uma honraria do Corpo de Bombeiros Militar de Chapecó. Em cerimônia que ocorreu no pátio do Batalhão, O Presidente da Chapecoense, Plinio David De Nes Filho, o Gerente de Futebol, Nivaldo, e os atletas Neném, Neto, Alan Ruschel e Follmann foram agraciados com medalhas alusivas aos 90 anos do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

Foto: Cissa Soletti / Chapecoense

INCENTIVO À LEITURA

No dia 14 de abril, o novo mascote da Chape compareceu ao Hemosc de Chapecó para fazer a sua parte na campanha “Torcedor Sangue Bom”. Além disso, ele acompanhou um grupo de militares do 2º Batalhão da Polícia Militar que aproveitaram o feriado de Páscoa - e o aumento da demanda nos bancos de sangue - para apoiar a iniciativa. Como forma de retribuir o apoio, os policiais receberam ingressos gratuitos para o jogo entre Chapecoense x Joinville.

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Foto: Rafael Bressan / Chapecoense

Foto: Eduardo Guimarães / Chapecoense

TORCEDOR SANGUE BOM NOVO ÔNIBUS DA CHAPE

No sábado, 06 de maio, a Chape recebeu da MAN Latin America - em contrato de comodato - o ônibus que utilizará na temporada 2017. Todo personalizado com as cores do Verdão, o veículo possui assentos semi-leitos e uma poltrona leito, especial para o tratamento de jogadores em trânsito. Com a parceria com a MAN Latin America, a Chape entra para a seleção Volksbus, que transporta 17 equipes no país.


JOGO RÁPIDO | ABRIL | MAIO 2017

Durante a estada da delegação da Chapecoense pelo Uruguai, onde a equipe enfrentou o Nacional em partida válida pela Conmebol Bridgestone Libertadores, integrantes da equipe alviverde se encontraram com Mariano Rajoy, Presidente do Governo da Espanha. Rajoy é admirador do futebol e aproveitou a passagem pela América Latina para conhecer algumas equipes. Ele foi presenteado com duas camisas da Chape, usadas pelo time na Libertadores.

Zico visita a Arena Foto: Sirli Freitas / Chapecoense

Foto: Fernando Mattos / Chapecoense

ENCONTRO NO URUGUAI

Acompanhado por uma Comitiva Japonesa - composta por Mitsuru Murai, importante representante da Japan League - o “Galinho de Quintino” visitou Chapecó para fazer o meio-campo entre Chapecoense e o Japão - já que, em agosto, a equipe irá ao país para disputar a Suruga Cup. Zico aproveitou a passagem para atender aos fãs, conceder entrevista coletiva à imprensa local e conhecer todas as instalações da Arena Condá.

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Em 1958, quando a Seleção Brasileira de Futebol conquistou, pela primeira vez, a Copa do Mundo, o capitão Bellini lançou o gesto de erguer a taça com as duas mãos sobre a cabeça. Reles tecnicidade: Os fotógrafos brasileiros eram muito baixos se comparados com os colegas europeus. E Bellini, do alto de seus 1,82m, logo ouviu dos conterrâneos: “Levanta, Bellini. Levanta”. Prospectou o troféu para o alto, numa cena que viria a se repetir em cada nova conquista de título - da Seleção Brasileira ou de qualquer outra equipe de futebol. Mas foi no dia 07 de maio de 2017, em Chapecó, que erguer o símbolo máximo de qualquer triunfo adquiriu verdadei-

ro significado. O dia amanheceu com um céu de azul tão límpido que dava margem para desconfiança. Todas as últimas conquistas da Chape foram abaixo de chuvas torrenciais - que geralmente irrompiam as nuvens sem que nenhuma previsão do tempo pudesse antecipar - e, naquele domingo, havia algo diferente. A atmosfera era outra por uma razão bem simples: Um novo capítulo de uma mesma história começava a ser escrito ali, por novos autores movidos por inúmeras motivações: O velho conhecido torcedor - que ocupou todos os espaços da arquibancada - e um incentivo que acompanha o time há pouco mais de cinco

meses e vem de um lugar que fica muito além de onde a vista alcança. Todos se posicionaram, naquela tarde, para ver o time fazer história. Ora por estar perto de conquistar, pela primeira vez, o bicampeonato catarinense, ora por estar a um passo de conquistar o primeiro grande título de expressão - com as melhores estatísticas no que diz respeito ao desempenho - pouco tempo após recomeçar, praticamente, do zero. Ninguém que vestia verde e branco teve as suas expectativas frustradas. Os 90 minutos de partida - jogada contra o Avaí, mesmo adversário de 1977, quando a Chapecoense sagrou-se campeã do estado pela primeira vez - foram dis-


que isso, provou estar totalmente preparada para dar continuidade ao legado. Já era final de tarde e realmente não choveu. Mas tudo o que aconteceu ali, sobre o gramado sagrado do Condá, foi de lavar a alma. A Chapecoense chegou a final e a conquistou com as próprias pernas. E com os próprios braços, sempre estendidos e dados. Porque se teve algo que marcou este recomeço, foi a união: No momento da oração antes de cada partida, no círculo formado dentro de campo entre os onze titulares, no elo entre os suplentes na casamata, nos calorosos cumprimentos em cada substituição - quando um dava lugar ao outro e deixava claro que confiava no potencial dele como no seu próprio. E

também esteve ali - e neste momento mais do que em qualquer outro - quando a Taça descobriu o verdadeiro significada de ser erguida ao alto. Atletas, comissão técnica, diretoria… Todos se reuniram no centro de campo para provar que a conexão que há entre o grupo transcende o tangível. A Taça foi erguida ao céu porque é de lá que vem a força maior dos que estão aqui. A quem esperava uma explicação surpreendente e suportada por teorias mirabolantes, o perdão. Em Chapecó, naquele 07 de maio, com toda a singeleza que isso permite, não choveu, porque no momento em que o capitão levantou o trofeu, o céu sorria e lá de cima também se ouvia: “É CAMPEÃO!"

Foto: Sirli Freitas / Chapecoense

putados do começo ao fim, com todos os ingredientes e temperamentos alterados que uma decisão precisa ter. O Verdão - de indiscutível melhor campanha no campeonato - jogava por um resultado igual ao da primeira final, quando venceu por 1x0, na Ressacada, e por isso, mesmo o placar desfavorável na Arena Condá - com um gol anotado para o adversário - garantiu o título à equipe alviverde. Nunca um apito apontando o centro de campo representou tanto o alívio. Porque mais do que resistir à pressão dos intermináveis minutos finais de partida, a Chape tirou das costas o peso dos que duvidavam que o time resistiria a tantas adversidades e apostavam todas as fichas que o Clube sucumbiria. Mais do


FUNCIONÁRIO DO MÊS | ABRIL | MAIO 2017

Oito anos de amor ao clube e à prof issão

Foto: Alessandra Seidel / Chapecoense

“Só quem trabalha na Chapecoense sabe o verdadeiro significado de estar aqui dentro”

No mundo do futebol, é corriqueiro se ouvir falar sobre polivalência. O termo geralmente é usado para descrever o atleta que, além da função de ofício, também tem bom desempenho em outros setores do campo - a exemplo do lateral João Pedro, que também atua no meio campo (confira as páginas 14 e 15 desta edição). Na Chape, no entanto, muito além das quatro linhas, os colaboradores também precisam carregar na essência a mesma versatilidade. Daniel Cavagnoli sabe disso melhor do que ninguém. No Clube há exatos sete anos, ele já passou por pelo menos quatro setores. “Todas as funções tiveram um significado muito importante pra mim. Passei pelos mais diversos segmentos e cada um representou conhecimento”, afirma. Redação de releases, produção de fotos, agendamento de entrevistas… A primeira oportunidade de Daniel foi na assessoria de comunicação verde e branca - uma novidade no Clube que, então, disputava a

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Série D do Campeonato Brasileiro. Dos bastidores, Dani acompanhou a ascensão da equipe, enfrentando eventuais dificuldades, mas podendo contar, sempre, com o apoio e compreensão de todos: dos atletas à imprensa. Da comunicação, ele seguiu para outro cargo de extrema responsabilidade: o controle do almoxarifado. Todo o material utilizado pelos atletas - do profissional e da base - passava por ele. Após a ocorrência do acidente aéreo, em Novembro, e o lançamento do Plano “Sócio Contribuinte”, a demanda na Central de Atendimento aos Sócios aumentos. E aí, coube a Daniel aceitar e encarar mais este desafio. “Eu me sinto privilegiado em atender pessoas, de estar lidando com o público… eu acho que, agora, estou no lugar certo”, relata. Mais do que atender aos torcedores, Daniel tem, ao seu lado, colegas de setor que, para ele, fazem toda a diferença na rotina de trabalho. “Atuo ao lado de pessoas extraordinárias no Departamento. A Samara, a Mayara, a Tali-

ta… Todas sempre dispostas a colaborar no que eu preciso. E eu também, da melhor forma possível, sempre procuro estar a disposição delas.” garante. Além da satisfação com o público e com os companheiros, Daniel - que acompanha o time desde que o quadro de sócios era bastante diminuto - vivencia, agora, uma realidade completamente diferente. Coube a ele e às colegas, inclusive, imprimir carteirinhas de figuras como a apresentadora Ana Maria Braga e o piloto Rubens Barrichello. Situações que o fazem sentir orgulho e ter a certeza de que o trabalho sério tem obtido resultados. Há tanto tempo no Clube, Daniel tem propriedade para afirmar: “Só quem trabalha na Chapecoense sabe o verdadeiro significado de estar aqui dentro”. Para o polivalente Daniel, a Chape e as pessoas que a integram fazem valer a alcunha de “time família”.


Porque do Verde, nasce a esperança, Diante do Verde, nossos corações batem mais forte quando a bola rola, Nós amamos o cheiro de orvalho das matas verdes de nossas vidas, Nos campos verdes, aprendemos que torcer é muito diferente do que sofrer pelo nosso time, E também são nos verdes campos e pastos que buscamos o sustento de nossas famílias, Seja nos campos de futebol ou nos de plantio, o Verde rege nossas emoções, Porque nosso DNA é feito de batalhas diárias nos verdes campos que nos cercam, Porque pra nós que amamos o Verde, competir e vencer é mais que inspiração, é nossa vocação, A gente é movido por acelerar e fazer a bola olar, A gente planta e depois colhe com nossos cavalos gigantes de aço, Nossas sementes são bege, mas quando crescem se tornam verdes, E a gente também acelera pra colher nossas vitórias e nossas conquistas, Agora chegou nossa hora de acelerar no asfalto, deixando a fumaça e cheiro de borracha queimada no ar, Agora chegou nossa vez de levar o Verde pra andar de carro, Vamos elevar o Verde ao pódio da vitória porque lá é o seu lugar, Vamos esverdear os templos sagrados do automobilismo com nossa cor Verde pulsante, Em cada curva, a cada ultrapassagem, nossa torcida pelo Verde se fará mais presente, Sejam nos campos de futebol, nos campos agrários e por que não dizer nas pistas de asfalto, o Verde vai preencher de cor nossas vidas, Nos enchendo de alegria pelo que conquistaremos, juntos. Chegou nossa hora de recebermos a bandeirada quadriculada da vitória, # AceleraChape porque é pra frente que se anda...

Fotos: Matheus da Silva

Nós amamos o Verde...


Fotos: Maria Luisa Dias/ Mafalda Press


A trajetória de João Pedro, o polivalente camisa 2 do Verdão tempo. Mas havia algo muito melhor reservado pra ele. Após acordo entre a Chapecoense e o Palmeiras, o atleta topou fazer parte do desafio da reconstrução da equipe catarinense. Enquanto o calendário repleto de competições de alto nível foi um fator decisivo, o momento vivido pela Chape - de ter que recomeçar, praticamente, do zero - despertava receio. Mas muito mais do que isso, o instigava. E a motivação falou mais alto que a incerteza. “Eu nunca tive medo de arriscar nas minhas escolhas. Então eu falei: ‘Eu vou pra lá. Confio que vão montar um bom time e as coisas vão acontecer bem. Vai dar tudo certo’". João se surpreendeu com o grupo, com a cidade e com os torcedores do Verdão. Tudo de forma positiva. E como quem se preocupa em retribuir, o atleta também fez questão de surpreender os apreciadores do bom futebol e aficionados pela Chape. Iniciou na lateral direita, ditando o jogo pelas alas, mas foi no meio-campo que o camisa dois se destacou. Por opção de Mancini, ingressou no setor na partida diante do Brusque, pelo returno do Catarinense, quando marcou o primeiro gol com a camisa alviverde e provou de um misto de sentimentos: “O gol é o grande momento do futebol. Foi emoção total. Dentro de campo me motivou, me deu bastante confiança. É isso… felicidade e emoção ao mesmo tempo”. Nos jogos seguintes, João Pedro se revezou entre a lateral e a meia - tudo de acordo com a leitura do jogo - mas nada que represente problema. João já provou que é polivalente e tem uma única preocupação: “Eu quero estar jogando. E eu senti que consigo me adaptar fácil nas funções. Se ele falar ‘Oh, você vai ser titular nessa posição’, nem que seja de goleiro, eu aceito. Eu quero estar jogando” garantiu. Como todo bom e legítimo sonhador, mesmo com a boa fase e as atuações de encher os olhos, João Pedro busca alçar voos cada vez maiores. Uma das maiores aspirações - que ocupa a lista de desejos de João desde menino - é jogar na Europa. Mas com uma maturidade admirável - que chama atenção, considerando a pouca idade - o atleta é ciente de que tudo é resultado de trabalho e que há um tempo certo para cada situação. Hoje, o sonho não perde em ambição, mas é muito mais próximo e possível: “Eu quero continuar aqui. Fazendo o meu melhor. Ajudando a equipe da melhor forma possível. Eu vou continuar trabalhando e, se Deus quiser, continuar me destacando”, finalizou.

Foto: Sirli Freitas / Chapecoense

Toda trajetória de sucesso começa com um sonho e alguém disposto a acreditar nele. A receita é um pouco mais complexa - é claro - e aceita algumas variáveis, mas o sonho é imprescindível. E, quando aliado à dedicação, empenho e - às vezes - abdicação, parece improvável que ele não se realize. Não é uma fórmula exata, mas, com apenas 20 anos, João Pedro Maturano dos Santos já é prova de que ela dá certo. No caso do jogador da Chapecoense, um ingrediente a mais surgiu e serviu como a cereja do bolo: a capacidade de se adaptar ao novo e de ser eficaz muito além do que propõe. Quando criança, o sonho era comum ao de muitos outros meninos: ser jogador de futebol. O responsável por alimentar a ambição: o avô. Cabia ao Senhor João Maturano Marajon levar o neto aos campos de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, e acompanhá-lo do começo ao fim dos treinamentos. Mesmo contra a vontade dos pais, ele incentivou as pretensões do jovem garoto, que em meio à humildade, não deixava de lado a confiança. “Eu sempre sonhei muito que ia conseguir chegar num time profissional. Sempre mesmo. Sempre pensei muito positivo. Falava em casa e tudo… ‘mãe, quando eu tiver uma oportunidade eu vou embora, sim… Vou jogar!”. E a oportunidade não demorou a chegar. Aos 13 anos, numa peneira, João despertou a atenção de um olheiro, que o levou a Ribeirão Preto para atuar pelo Olé Brasil. No interior paulista, o jovem atleta percebeu que, mesmo confiando cegamente no próprio sonho, o caminho seria árduo. “Não tinha salário, não tinha nada. Era jogar por gostar de estar lá jogando…Morava em alojamento... Não tinha nada do bom e do melhor. Era o que tinha pra viver” relembra. Ainda assim, superando a expectativa da mãe e das irmãs - que apostavam que ele não aguentaria morar longe de casa e, menos ainda, em condições tão precárias - João enfrentou a situação, ciente de que colheria os frutos. Não se enganou. Aos 16, saiu do interior paulista para dar um dos passos mais importantes da carreira: assinou contrato com o Palmeiras. Foi na equipe alviverde que encarou o processo de transição das categorias de base para o elenco profissional. No entanto, além da dificuldade natural para conquistar espaço entre jogadores mais experientes, o lateral sofreu uma lesão no joelho - com necessidade de cirurgia - que o deixou de fora dos gramados por algum


Novo Hospital Unimed ChapecĂł

Fortalecendo o Cooperativismo, olhando para o futuro e cuidando de vocĂŞ!

#vamoschape

25 ANOS


POR ONDE ANDA? | ABRIL | MAIO 2017

Reforçar a amizade e apoiar o Verdão:

De uma reunião despretensiosa entre 15 ou 20 torcedores de Cordilheira Alta, cidade vizinha de Chapecó, no início de 2015, foi plantada a semente do que se tornaria um dos primeiros consulados da Associação Chapecoense de Futebol. Hoje são mais de 388 sócios torcedores que, mais do que torcer e ajudar o clube do coração, encontraram no consulado uma forma de estreitar a amizade. Clodoaldo Briancini está à frente do grupo desde o princípio. Ele se encarrega das campanhas para atrair novos integrantes, de reunir os dados de quem manifesta interesse em se associar, de ir até a sede do clube para efetivar a adesão e retirar as carteirinhas e, por fim, entregá-las aos respectivos donos. A

responsabilidade é tanta que, muitas vezes, as próprias tarefas se tornam segunda opção para que o Consulado receba a atenção que merece. O compromisso nunca foi visto como um fardo, principalmente porque há motivação de sobra. “É só pelo clube… E pelo coleguismo das pessoas lá…. Eu fico emocionado… Porque fortalece muito a amizade”, afirma o cônsul. Com a passionalidade que todo legítimo torcedor carrega, Clodo - como é conhecido - também sentiu o baque da tragédia aérea que vitimou boa parte do Clube alviverde. Apesar da tristeza, no entanto, ele garante que em momento algum pensou em abandonar o barco. Pelo contrário: enxergou no momento vivido

pelo time o ensejo para promover uma das ações que mais atraiu sócios para o consulado. Foi a forma encontrada de retribuir - num momento de dificuldade - toda a alegria que a Chape já os proporcionou. Além da contribuição mensal, o Consulado desenvolve inúmeras ações durante o ano, muitas de cunho beneficente - uma exigência da Chapecoense. E, em todas as atividades desenvolvidas pelo grupo, sempre há o apoio incondicional do Clube. Mais do que colaborar com a associação, quem integra o consulado recebe desconto nas mensalidades e pode usufruir de todos os benefícios do “Clube de Vantagens” do Verdão. Bom para ambas as partes!

Foto: Sirli Freitas / Chapecoense

A razão do Consulado de Cordilheira Alta

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CHAPE SOCIAL | ABRIL | MAIO 2017

Fotos: Paula Navarro

Chapecoense promoveu entrega de próteses personalizadas

No dia 4 de abril aconteceu a “Aula Magna” do Curso de Engenharia da Computação Sistemas de Informação da Unoesc Chapecó. O que isso tem a ver com a Associação Chapecoense de Futebol? Tudo, se levarmos em consideração as inúmeras iniciativas de inclusão social que o Clube vem se preocupando em desenvolver e aplicar. Isso mesmo, inclusão social, porque de uma parceria entre o Clube, o evento promovido pelo curso, a Aurora patrocinadora Master do Verdão - e o Programa “Viva as diferenças” - promovido pela Fundação Aury Luiz Bondanese com o objetivo de garantir a inclusão pessoal, social e profissional - uma ação especial foi colocada em prática. A opção por dar o pontapé inicial da

programação na Aula Magna tem justificativa: o evento foi ministrado por Thiago Jucá, Engenheiro Mecatrônico criador da “Protesis 3D”, uma startup que tem como missão desenvolver o potencial humano de pessoas com deficiência. Aproveitando a oportunidade da ação, Thiago fez a entrega de duas próteses personalizadas com as cores e o escudo do Verdão. A primeira foi realizada na noite da Aula Magna à Luan Techio, auxiliar administrativo na Aurora. Para o engenheiro, a motivação principal em fazer parte dessas ações é a oportunidade de fazer a diferença na vida das pessoas. “Participar de projetos como esse é um grande privilégio. Existem coisas na vida que nos permitem fazer um impacto positivo na vida das pessoas (...).

É isso que eu quero fazer. Fazer com que meu trabalho tenha significado”, afirmou. A entrega da segunda prótese foi feita durante o Startup Weekend Chapecó, que aconteceu nos dias 07, 08 e 09 de abril. Dessa vez o contemplado foi Fernando Borges, funcionário do setor financeiro da Chapecoense. Fernando falou sobre como a prótese fará diferença na sua vida, principalmente em ações simples e rotineiras. “Creio que agarrar e sustentar algo com as duas mãos vai ser uma sensação incrível, pois hoje até o ato de segurar uma folha de papel em uma das mãos e não poder segurar a caneta com a outra é meio constrangedor… Saber que fazia isso antes e não poder fazer. Mas agora, com a prótese, será muito ‘show’”, garantiu.

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