Informativo - O recomeço

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Foto: Sirli Freitas / Chapecoense


EDITORIAL | FEVEREIRO 2017

Com a Palavra... Gilson Vivian

Foto: Eduardo Guimarães / Chapecoense

Realização Associação Chapecoense de Futebol Rua Clevelândia 656-E – Centro Chapecó – Santa Catarina Cep 89.802-405 Telefone – (49) 3905-3700 Comunicação e Marketing Alessandra Lara Z. Seidel Clarissa Soletti Eduardo Guimarães Fernando Mattos João David De Nes Juliana Sá Zonta Rafael Bressan Sirli Freitas Jornalistas ResponsávEIS Sirli Freitas Criação e Diagramação Eduardo Guimarães Impressão Arcus Indústria Gráfica Tiragem 10.000 exemplares

Conselho Deliberativo Presidente: Gilson Vivian 1º Vice-Presidente: Gelson Dalla Costa 2º Vice-Presidente: Cleimar João Spessatto 3º Vice-Presidente: Orivaldo Chiamolera Secretário: Maurício Zolet Conselho Administrativo Presidente: Plinio David De Nes Filho Vice-Presidente Adm. e Financeiro: Ivan Tozzo Vice-Presidente de Patrimônio e Mkt: Luiz A. Danielli Vice-Presidente de Futebol: Nei Roque Mohr Vice-Presidente Jurídico: Luiz Antônio Palaoro Presidente Cons. Consultivo: Osvino M. de Souza Conselho Fiscal Titulares Presidente: Aldo Bortolanza Membros: Valdecir Filippi Chiella Eliandro Baldissera Suplentes Dério Lazzaretti Paulo Ricardo Dal Magro Pablo Dávi

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Presidente de Honra Carlinhos Marcon

"Caro amigo torcedor, Estamos vivendo um momento atípico, em que o que nos norteia é a reconstrução da nossa Chapecoense. E essa reconstrução está firmada sobre três pilares: O atendimento aos familiares das vítimas; a formação do time - que está em fase complementar; e a saúde financeira do clube. Entendemos que os três são de suma importância para a sobrevivência da Chape. Em nome do Conselho Deliberativo, pedimos o apoio e votos de confiança à diretoria do clube. Nossa missão é nobre, mas, ao mesmo tempo, muito difícil. O momento é delicado, porque também perdemos muitos amigos. O desfalque de patrimônio é apenas um detalhe se comparado ao desfalque humano e emocional que sofremos. Portanto, compreensão e união são palavras de ordem em todos os trabalhos que temos desempenhado. Temos recebido inúmeras demonstrações positivas da sociedade, do torcedor, dos conselheiros e, entre tantas coisas novas, isso é o que tem nos motivado e mantido fortes. Precisamos dessas manifestações, até porque é necessário que tenham a noção de que o que se perdeu em questões de estrutura não será reformulado do dia para a noite. Queremos no entanto, esclarecer que todo o trabalho que estava sendo feito, será mantido. Até porque aquela cultura de gestão já está presente na nossa diretoria - tanto quanto esteve na anterior. Mantemos o compromisso, a identidade e o entendimento. Daremos sequência tanto no aspecto da transparência das ações - que se tornou uma marca nos últimos anos e foi um dos fatores que fez com que a Chapecoense ganhasse notoriedade - quanto no que diz respeito a fazer o que é correto e importante para o clube. Vamos fortalecer a nossa existência e a nossa permanência, dentro e fora de campo. Nosso Departamento de Futebol é de extrema competência e, também, tem todo o nosso apoio. Voltaremos a ocupar o patamar que merecemos estar. A Chapecoense, hoje, tem pessoas e profissionais capacitados e, no que depender de cada um de nós, nos reergueremos ainda mais fortes."

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SÓCIO CONTRIBUINTE - FEVEREIRO 2017

Sócio Contribuinte é ferramenta de reconstrução

Foto: Eduardo Guimarães / Chapecoense

Torcedores de todo o Brasil estão colaborando com a Chape

pecoense e as promoções do movimento “Por um Futebol Melhor”. Além de todos os benefícios e da nobre atitude de contribuir com a Chape neste momento delicado e de reconstrução, todos os torcedores que realizarem a adesão do plano receberão em casa uma carteirinha exclusiva: prova de que fazem parte da família Chapecoense! Um exemplo especial de adesão ao Sócio Contribuinte vem de Minas Gerais. A Dona Ana Maria Alves Guimarães, em ato de muita empatia e sensibilidade, se cadastrou ao plano e, de quebra, também associou a filha Diana Alves Guimarães. Apaixonada por futebol e torcedora do Cruzeiro, assumiu a Chape como segundo time do coração. “A ideia de dar uma contribuição foi até antes de surgir o Sócio Contribuinte. Primeiro pela dificuldade do clube - porque a gente viu como ficou… voltou à estaca zero. Não tinha nada. Não tinham mais as pessoas, o time, os dirigentes, nada… Surgiu um sentimento de irmandade. Acho que isso é o que a gente

sente. Eu não estou em Chapecó, mas sinto tudo muito próximo”, afirmou a nova torcedora alviverde.

Foto: Arquivo pessoal

Desde o final de 2016, a Chapecoense lançou uma nova modalidade no que se refere a planos de sócios. Trata-se do “Sócio Contribuinte”, que foi criado ao se perceber uma grande vontade - por parte de torcedores e simpatizantes - de ajudar a Chape financeiramente e de forma contínua - por estarem solidários ao clube após a tragédia aérea. O Sócio Contribuinte permite ajuda nos valores de R$ 20, R$ 30, R$ 50 e R$ 100, e, ao aderí-lo, o sócio assume um compromisso por 12 meses. Apesar de ter como principal objetivo a colaboração, a Chape preocupou-se em oferecer inúmeras vantagens a quem optar pela adesão do plano. Dessa forma, associados à modalidade contribuinte receberão descontos na compra de ingressos - que deve ser realizada de forma online - proporcional ao valor da mensalidade. Por exemplo: O sócio que pagar R$ 20, receberá 20% de abatimento no valor do bilhete. Além disso, o Sócio Contribuinte também aproveita os benefícios do “Clube de Vantagens” da Cha-

E você? O que está esperando para fazer parte desta grande família? Acesse www.chapecoense.com/socios e faça o seu cadastro.

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CATEGORIAS DE BASE | FEVEREIRO 2017

UMA COPA PARA A HISTÓRIA - Copa sp júnior 2017

Fotos: Raphael Zilli/ Desportivo Brasil

Sub-20 fez melhor campanha da Chape na Copa São Paulo 2017

Protagonizar histórias de sucesso tem se tornado uma constante na Associação Chapecoense de Futebol. A cada competição novas marcas são alcançadas. O ano mal havia começado e o Verdão já "aprontava das suas". No dia 17 de janeiro, após derrota por 1 a 0 para o Paulista, o sub 20 da Chape encerrou sua participação na Copa São Paulo de Futebol Júnior, maior e mais importante competição de base do país, entre os oito melhores. Melhor colocação da história do clube dentro da Copinha. No total, 120 equipes participaram do certame. O começo não foi como o esperado, derrota na estreia para o Nova Iguaçu. Porém, a resposta foi imediata, vitória por 4 a 2 diante do Sampaio Correia. Em seguida, empatou com o Desportivo Brasil e conquistou a, até então, inédita vaga à segunda fase, feito muito comemorado pelos jogadores, comissão técnica, diretores e torcedores. Classificação que colocou o time frente a frente com o São Paulo, equipe com a melhor campanha na primeira fase da competição.

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Mas os jovens não se amedrontaram e honraram a tradição do clube em formar equipes aguerridas. Aguentaram firme o placar de 0 a 0 e, nos pênaltis, desbancaram um dos maiores favoritos ao título. O goleiro Tiepo, um dos destaques desse jogo e da competição, disse ter sido o grande momento do time na competição, o que permitiu sonhar. “Nos sentimos muito felizes. Naquele momento acreditamos mesmo que daria para ser campeão.” Os cantos de “Vamo, vamo, Chape!” ecoaram pelo interior do estado de São Paulo. Cada sede diferente que o time passava levava a torcida ao delírio. Na sequência da competição, a Chape

venceu o Capivariano e o Ituano, ambos dentro de suas casas. Talvez este tenha sido o maior feito da garotada, fazer com que a torcida que acabara de ver seu time ser desclassificado, aplaudisse os jogadores responsáveis pela eliminação. A Chapecoense só parou na forte equipe do Paulista de Jundiaí, num jogo em que o Verdão sufocou o adversário, mas a bola teimou em não entrar. A eliminação, no entanto, não diminuiu em nada o feito da equipe. A história já estava escrita. O Diretor Cezar Dal Piva almeja uma campanha igual, ou ainda melhor, para a próxima competição.


CATEGORIAS DE BASE | FEVEREIRO 2017

A viagem inédita da Chapecoense ao Qatar

Foto: Alkass International Cup

Clube disputou a Copa Al-kass com gigantes da Europa

A promessa é de um ano atípico para Chapecoense, e logo no primeiro mês isso se comprovou. Janeiro foi de grande experiência para os garotos da base da Chape. O time sub 17 participou da Al-Kass International Cup, em Doha, no Qatar, convidado pelo Sheikh Hamad Bin Khalifa Bin Ahmed Al Thani, quando esteve em Chapecó, em dezembro de 2016. O convite foi, prontamente, aceito pelo clube. A competição foi muito relevante pelo elevado grau técnico e a oportunidade conhecer uma cultura totalmente diferente da brasileira. Participaram do torneio grandes clubes do mundo: Real Madrid, PSV, Kashiwa Reysol, FC RedBull Salzburg, Roma, Bayern De Munique, PSG, Eintracht Frankfurt, Al-Ahli Saudi FC, Aspire Academy, Raja Casablanca, Syrian Dreams e Espérance de Tunis. Desde que chegaram a capital do país, no dia 23 de janeiro, a delegação foi muito bem recebida e alocada. A estadia foi no Movenpick Hotel Alziziyah Doha. A Chape disputou três jogos no Orien-

te Médio, sendo uma vitória, sobre o Syrian Dreams, time de refugiados sírios que também foi convidado ao torneio, e duas derrotas, para o Raja Casablanca e Bayern de Munich. O Coordenador das Categorias de Base, Cezar Dal Piva – o Mano – integrante da delegação que foi ao Oriente Médio, enaltece a oportunidade de enfrentar um dos maiores clubes do mundo, Bayern de Munich, e também de conviver com pessoas de vários países. “A gente pode ver o que a gente faz (em Chapecó) e comparar que nível estamos e o que podemos melhorar”, ressaltou o coordenador. Mano ainda acrescenta que além da competição, participou de alguns simpósios nos quais houve troca de experiências. “As portas estão se abrindo para a Chapecoense e a gente tem que aproveitar as oportunidades.” Outro grande momento da viagem aconteceu no dia 29, quando toda a delegação participou de uma palestra com o meia Xavi, ex-Barcelona. O jogador, campeão do mundo pela seleção da Espanha, pas-

sou um pouco de sua experiência aos meninos do Verdão e também os presenteou com uma bola autografada. O atacante da Chape, Gabriel Tenda, relatou o encontro com o jogador: “A experiência de ouvir alguém que trilhou o caminho sonhado por muitos, nos leva a refletir o quanto estamos comprometidos e o quanto estamos focados para construir uma carreira de sucesso no futuro”, enalteceu. Adilson Kucharski, Diretor das Categorias de Base da Chape, relata o quão importante foi a essa viagem. “Foi uma oportunidade muito grande para os jogadores, a comissão técnica e os diretores participar de uma competição com a dimensão que teve essa copa. Além disso, foi uma grande chance de levar o nome da Chapecoense ao mundo”, afirmou. Por fim, toda a delegação alviverde, em nome do clube, agradeceu ao governo do Qatar, à Federação de Futebol do Qatar e à Al-Kass TV - principais idealizadores da participação do Verdão na competição.

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Foto: Divulgação Chapecoense


FUNCIONÁRIO DO MÊS | FEVEREIRO 2017

“O que eu tenho hoje, devo à Chape”

Foto: Eduardo Guimarães / Chapecoense

A dedicação de Ivaldo Flores à Chapecoense

Não é falsa modéstia. Basta andar pelas dependências da Arena Condá ou pelos domínios da Chapecoense para encontrar figuras emblemáticas. Que o clube é detentor de uma grande história, mesmo com apenas 43 anos de existência, todos concordam e tem conhecimento. O que nem todos sabem, no entanto, é que o grande valor da história está nos personagens que a compõem. E isso vai muito além de quem entra em campo para disputar cada partida. Ivaldo Flores, de 57 anos, é uma dessas figuras, que muito antes de se apresentar, chama a atenção pelo carisma, competência e amor ao clube. Parece, de fato, não haver exceção à regra: todos que trabalham na Chapecoense são torcedores convictos. Muito mais do que torcedor, Flores é, no que se refere ao time que o acolheu, a personificação da gratidão. Isso porque quando começou a trabalhar no clube, precisamente em 17 de janeiro de 2007,

enfrentava uma situação bastante adversa. “Na época em que fui chamado para trabalhar aqui, tinha queimado a minha casa. E isso aqui - o emprego na Chapecoense - foi muito importante. O que eu tenho hoje, devo à Chape” afirmou o roupeiro. Seu Flores entrou na Chape num tempo de “vacas magras”. O calendário do ano era diminuto, tanto que era possível conciliar as tarefas entre a equipe profissional e a base. Colegas de trabalho? Se contavam nos dedos de uma mão. Tanto que as brincadeiras de “amigo-secreto” eram quase inviáveis, porque, segundo o roupeiro, não havia como manter o sigilo entre tão poucos funcionários. Apesar da modéstia, a crença nas pessoas que foram assumindo as rédeas da Chapecoense, no entanto, dava aos poucos funcionários a plena convicção de que o time ainda chegaria muito longe. E, de fato, chegou. Para o Flores, entre todas as conquistas que vivenciou,

a Sul-Americana ainda se destaca como a mais emocionante. Não pelo ocorrido, mas pela forma como o grupo era unido. Muito além da união, no entanto, estava o respeito. “O material do clube sempre fui eu que cuidei. Com toda a responsabilidade e atenção. Mas o presidente nunca entrou aqui e pegou algo sem pedir, por exemplo. Cada um sempre entendeu a função e o lugar do outro”, afirmou. E é pelo clima de harmonia que encontra em cada manhã, ao entrar no vestiário, que Flores afirma que faz o que ama. Ao vê-lo falar, não se percebe exagero. Apenas sinceridade e gratidão. E por todos os momentos e sentimentos que o clube proporcionou, o roupeiro é mais um dos que está disposto a não medir esforços no que diz respeito a ajudar na reconstrução. “Se Deus, Nosso Senhor, ajudar, nós vamos fazer a Chapecoense ser o que era”, finalizou.

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JOGO RÁPIDO | FEVEREIRO 2017

Chape no Equador

Foto: Divulgação

Foto: Nelson Almeida/AFP

CHAPE X PALMEIRAS

JOGO DA AMIZADE

escolinha abelardo

Em mais uma demonstração de solidariedade e prova da empatia humana, Brasil e Colômbia duelaram, no dia 25 de janeiro, pelo “Jogo da Solidariedade”. A partida foi promovida com o objetivo único de arrecadar fundos para os familiares das vítimas do acidente aéreo. Além disso, a oportunidade foi de inúmeras homenagens - principalmente por Neto, Alan Ruschel e Follmann estarem presentes na partida

Na noite de quinta-feira, 16, foi inaugurado a Escolinha da Chapecoense – Polo Abelardo Luz. A unidade é a vigésima primeira escolinha da Chape a ser implantada. A unidade já nasce com um recorde, é a que possui o maior número de alunos matriculados. Até o ato inaugural, haviam 452 crianças inscritas.

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Foto: Divulgação

No dia 24 de janeiro a Chape disputou, no Equador, um amistoso contra o Club Deportivo River Ecuador. A partida foi um convite do presidente da equipe anfitriã, prontamente aceito pela Chapecoense. De acordo com Nei Maidana, Vice-Presidente de Futebol da Chape, jogar o amistoso foi uma forma de retribuir todas as manifestações de carinho e solidariedade dos países da América do Sul. Na viagem, novamente um espetáculo a parte no que diz respeito às homenagens prestadas e a calorosa recepção. O placar do jogo foi 1x1.

Foto: Divulgação

A volta da Chapecoense aos gramados, em 2017, aconteceu no dia 21 de janeiro, contra o Palmeiras, em dia marcado por fortes emoções. Antes do jogo, familiares de atletas receberam as medalhas da Sul-Americana, enquanto os sobreviventes do acidente aéreo - ladeados por demais atletas que compunham o elenco campeão - ergueram a taça. Além disso, o novo elenco foi apresentado ao torcedor. O jogo foi um espetáculo à parte, e terminou com o placar de 2x2. A renda líquida da partida foi revertida aos familiares das vítimas.


ESCOLINHA | FEVEREIRO 2017

FORMANDO “CIDADÃOS DE BEM” - escolinha da chape Escolinha da Chape já tem mais de 300 alunos matriculados

O ano começou agitado para a garotada e para todo o departamento do clube responsável pelas escolinhas da Chapecoense. Atualmente, cerca de 300 crianças estão matriculadas em diferentes categorias, e o número não é definitivo. Segundo Nivia Maria B. de Lima, professora que atua com crianças de cinco a 11 anos, as inscrições continuam acontecendo e a expectativa é de que novos alunos cheguem a cada semana. No ano passado o número de alunos era de 250. Nivia ressalta que o trabalho feito com os mais novos não tem como principal objetivo a formação técnica e o ensinamento de regras da modalidade, mas sim a socialização com outras crianças com as mais distintas realidades de vida. “O primeiro

princípio da escolinha da Chapecoense é formar cidadãos de bem”, enfatizou. Segundo ela, esse era o grande objetivo e sonho do presidente Sandro Pallaoro, para com as escolinhas. O crescimento na busca pela escolinha do clube se explica, também, pelas atividades criadas para integrar as crianças com os jogadores profissionais e a própria Arena Condá. Uma das ações é a oportunidade dada para que alguns alunos possam jogar futebol no gramado da Arena, durante o intervalo de cada jogo da Chapecoense. Também é oportunizado aos alunos que entrem em campo de mãos dadas com os jogadores nos dias de jogos em casa. Além da escolinha matriz em Chapecó, há outros 20 polos em funcionamento es-

palhados por Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Outros oito polos aguardam questões burocráticas para serem inaugurados. A coordenação das escolinhas busca integração entre todas as unidades através da Copa Verde, onde todos os atletas se dirigem até Chapecó para disputar o torneio. A competição serve para que os demais alunos também sejam avaliados pelos professores de Chapecó, além de interagirem entre si. O clube implantou mudanças nas categorias sub 11 e sub 13. Categorias que antes faziam parte apenas da escolinha, agora passam a ter equipes nas Categorias de Base do clube.

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Foto: Sirli Freitas

ELENCO CATARINENSE HAVAN 2017

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ELENCO CATARINENSE HAVAN 2017

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Do ponto de vista profissional, a Chapecoense de 2017 é um time almejado por qualquer profissional do futebol, de dirigentes a atletas. A equipe está extremamente visada e com um vasto calendário de competições e partidas emblemáticas para a temporada. Para Rui Costa, no entanto, que no final de 2016 assumiu a Diretoria Executiva de Futebol da equipe, há motivações e propósitos que vão muito além das perspectivas em relação à carreira. Rui não precisou pensar duas vezes quando recebeu o convite para juntar-se à Chape na missão da reconstrução. Em uma hora de conversa, celebrou o contrato. Um contrato com todas as burocracias devidas, é verdade. Mas a cláusula que mais se evidenciou foi a que não constava no papel. “Fazer parte deste projeto, fazer parte desta família, é algo que não tem como mensurar, mas tem como valorizar do ponto de vista humano. Hoje eu entendo perfeitamente porque as pessoas crescem muito profissionalmente aqui. Existe um ambiente diferente que permite que a gente dê o máximo”, garantiu. Há pouco tempo em Chapecó, Rui já provou que entendeu o

espírito alviverde e a diferença da Chapecoense. E foi esse lado humano que o dirigente procurou passar aos atletas no momento do contato para a contratação.“Não podemos ser ingênuos de negar que pesou o fato de o clube estar numa Libertadores, numa Recopa… Mas eu não tenho nenhuma dúvida de que o diferencial grande para eles estarem aqui é exatamente o que representa fazer parte desse momento histórico. A intenção que cada um tem de colocar um tijolinho na reconstrução de um dos clubes mais queridos do mundo”. Passada a dificuldade maior de ter montado um elenco praticamente do zero, Rui confia no “solo fértil” sobre o qual está trabalhando, mas destaca a importância do tempo e da paciência para que os frutos possam ser colhidos.“Nós não temos como, num passe de mágica, fazer esse time ter coisas que só o tempo de convívio, de trabalho, as vitórias e as próprias frustrações podem nos dar”, afirmou. Apoiado em três pontos chaves - tempo, paciência e convicção - o dirigente garantiu a manutenção do legado e - no que tange a reconstrução - a chegada ao nível de excelência em que a Chapecoense merece estar.

Foto: Márcio Cunha

O diferencial da Chape aos olhos de Rui Costa



Há um ditado que afirma que “o bom filho à casa torna”. No futebol, a máxima é comumente aplicada à atletas. Em 2017, na Chape, a personificação desta frase está do lado de fora do campo: no Departamento de Futebol. João Carlos Maringá fez parte do passado recente da Chapecoense. Atuou por quatro anos na vice-presidência. Saiu do clube em 2014 e retornou no final de 2016 por um motivo nobre: ajudar na reconstrução da Chapecoense. “Maringá, você tem que estar dentro”. Essa era a frase que ele mais ouvia ao se encontrar com torcedores do Verdão. Queriam, no time do coração, um dirigente com o DNA do clube. Paralelo ao acidente da Chapecoense, Maringá também enfrentou um drama pessoal: perdeu a esposa e companheira de anos, vítima de câncer. E entre tanta dor, o dirigente encontrou a motivação que precisava para aceitar o convite da equipe alviverde. “O fato de eu estar trabalhando muito na reconstrução da Chape faz com que eu me fortaleça e tenha menos tempo para pensar na minha tragédia pessoal”, afirma. O desafio ia muito além de encarar a perda de pessoas tão próximas. Mais do que todas as peças do time, a Chapecoense havia perdido peças fundamentais da “máquina” tão funcional que era

o clube. “Nós nos deparamos com um clube que, além de toda a carga emocional que existia e ainda existe, nós tínhamos que reconstruir todos os setores”. A agonia, por inúmeras vezes, foi maior do que a esperança. O período entre o natal e o ano novo foi de aflição. Mas 2017 veio para reafirmar o recomeço. Mais do que montar um time, Maringá - juntamente aos colegas de equipe - queria montar um time de atletas comprometidos e que, quando procurados, não hesitassem em responder que gostariam de compor o elenco alviverde neste momento. “Todos que vieram estão orgulhosos de estar na Chapecoense”, garante. Conforme o dirigente, a equipe montada é de qualidade e dará o melhor em todas as competições que disputar na temporada. Ciente nas circunstâncias, no entanto, ele afirma que um bom desempenho na Libertadores - por ser a primeira participação - e a permanência na Série A são as principais metas. “Nosso grande objetivo é campeonato brasileiro. Porque toda manutenção de uma Chapecoense forte para 2018 depende da manutenção da Chapecoense entre os melhores clube do futebol brasileiro”, finalizou

Foto: Eduardo Guimarães / Chapecoense

DNA Verde e Branco - Maringá


Foto: Eduardo GuimarĂŁes / Chapecoense


A missão de Nivaldo na Chapecoense

Foto: Sirli Freitas / Chapecoense

colegas que partiram - Nivaldo se encontrou com Ivan Tozzo, que havia assumido, interinamente, a presidência do clube. “Ele me deu um abraço, começamos a chorar, e ele me perguntou se eu estava disposto a ajudar o clube. E eu disse que sim, mas questionei se ele precisaria de mim dentro ou fora do campo. E ele disse que seria fora e no mesmo momento afirmou que eu era o mais novo contratado”, relembrou. Assumiu um cargo na Gerência de Futebol da Chapecoense. Mais do que a força que Nivaldo tem precisado desempenhar para enfrentar a dor pela perda de amigos, o ex-atleta encara, ainda, o desafio profissional. Ele já planeja fazer cursos, se reorganizar e, principalmente, contar com o apoio de Maringá e Rui Costa - colegas de departamento. Além disso, o agora Gerente de Futebol sabe que tem muitos anjos e uma motivação especial. “Passa pela minha cabeça que as pessoas que se foram, de um modo ou de outro ficariam felizes se eu continuasse aqui, seguindo o caminho” afirmou. Nivaldo tem aprendido, ainda, a lidar com uma responsabilidade muito diferente e cobranças ainda maiores do que as que encontrava dentro de campo. O time teve que começar praticamente do zero - o que dificulta o entrosamento - e há, ainda um calendário de jogos como nunca antes a Chapecoense teve. “A gente conversa muito sobre isso, sobre as várias competições que temos esse ano. É tudo novo. Você contrata e não sabe se aquela pessoa realmente vai render o esperado. Mas a gente procura trazer pessoas que irão ajudar. E temos convicção que logo, logo as coisas se encaixam”, confirmou. Para finalizar, Nivaldo afirmou que, devido às circunstâncias, o clube precisa trabalhar com a ideia de se manter estável nas competições que disputar para, posteriormente, almejar conquistas maiores. “A gente espera que no final do ano a gente possa se dar um braço e dizer: conseguimos o nosso objetivo. De agora em diante esse clube vai ser grande novamente”, concluiu.

Foto: Alan Pedro / Getty Images

Foto: Divulgação

Nivaldo é o típico atleta que dispensa apresentações. Chegou a Chapecó em 2006, sem grandes perspectivas. O time para o qual se transferia tinha uma estrutura modesta, calendário diminuto, e as dificuldades pareciam mais presentes do que as oportunidades. Não era justo afirmar que a Chapecoense tinha porte para ser almejada como “sonho” de qualquer atleta. Mas Nivaldo por algum motivo que, muito a frente, se explicaria - arriscou. E nessa história de “pagar pra ver”, o arqueiro se tornou um dos principais personagens da Chape. Participou das conquistas dos títulos estaduais de 2007, 2011 e 2016 e dos acessos às séries D, C, B e A do Campeonato Brasileiro. Também foi o responsável por erguer a Taça da Copa Sul-Americana. Esse último, por um golpe do destino - responsável por mudar toda a rota. O goleiro chegou ao final de 2016 com 298 jogos, mais de dez anos no Verdão, uma infinidade de conquistas e boas lembranças. E entre os companheiros de trabalho - que também eram amigos pessoais - surgiu o interesse de que Nivaldo chegasse - antes de pendurar as luvas e as chuteiras - à marca de 300 jogos, para, depois, assumir o cargo de auxiliar técnico. “Tu vai entrar no jogo lá, contra o Palmeiras, e a última partida você faz contra o Atlético Mineiro. Aí fecha os 300”, afirmava o então técnico Caio Júnior. Houve, no entanto, uma mudança na logística e Nivaldo foi poupado do jogo em São Paulo porque, da capital paulista, a Chape viajaria à Colômbia, para a primeira partida da final da Sul-Americana. O experiente atleta ficou em Chapecó para que outros quatro jogadores fossem levados. E naquele interminável 29 de novembro, aconteceu o inimaginável e, ainda, inacreditável acidente aéreo que vitimou time, comissão técnica, diretoria, imprensa e convidados que viajavam à Medellin. “Ficou tudo incompleto”, afirmou o goleiro, que prontamente decidiu se aposentar. Quando foi ao clube, dois dias após o ocorrido - porque, até então, a emoção e a dor não haviam permitido o reencontro com a Arena, o vestiário e todos os lugares que frequentava com os


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CHAPE SOCIAL | FEVEREIRO 2017

Chape lança campanha “Torcedor Sangue Bom” cedores ao HEMOSC vestindo a camisa do time do coração. A campanha permanecerá ativa durante todo o Campeonato Catarinense e exige um esforço mínimo, mas que pode salvar vidas. Na ativação promovida pela Chape, cerca de 10 colaboradores compareceram ao HEMOSC, acompanhados pelo goleiro Elias. O arqueiro não pode doar sangue já que o ato impede a prática de exercícios físicos por um período determinado de tempo - mas deixou um recado importante ao torcedor: “É muito importante que o

torcedor venha doar - assim como os colaboradores e alguns atletas da Chapecoense estão fazendo. Pode salvar milhares de vida e não dói nada. Vamos mostrar que a Chapecoense é campeã em solidariedade”, comentou. Para participar da campanha, basta vestir a camisa do Verdão e ir até o hemocentro. O torcedor que se interessar em colaborar com a ação ganhará um brinde exclusivo, e pode aproveitar para deixar o seu recado no banner especial que a Chape fixou no HEMOSC.

Fotos: Eduardo Guimarães / Chapecoense

Na terça-feira, 14 de fevereiro, o Departamento de Marketing do Verdão promoveu um mutirão entre os colaboradores para uma atitude nobre: doar sangue. A iniciativa surgiu após o clube lançar a campanha “Torcedor Sangue Bom” - uma extensão da campanha “Paixão Que Corre nas Veias”, promovida pelo Grupo RBS em parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina - HEMOSC. O principal objetivo da ação é unir o futebol à solidariedade, de modo a levar tor-

Representantes da Chape visitam Cidade do Idoso Roberto Merlo e o Gerente Administrativo Erico Valdameri foram recebidos com um almoço, além de inúmeras manifestações de carinho e homenagens à Chape. Na oportunidade, fizeram um convite especial aos idosos que frequentam o centro de convivência: Que comparecessem à Arena Condá no domingo, 19 de fevereiro, para assistir à partida contra o Figueirense de forma gratuita. Para a ação, o clube disponibilizou 300 ingressos. Para Maringá, muito além de propiciar

aos idosos a chance de assistir ao Verdão, ações como a da visita ao centro são de fundamental importância para aproximar a Chape da sociedade. “Nós ficamos muito felizes com o convite que recebemos do pessoal da Cidade do Idoso. Foi um evento em que fomos muito bem recebidos e foi uma troca muito interessante. Nesse momento de reconstrução, foi algo que nos deu força para continuar nosso trabalho. E percebemos que, para eles, a nossa visita também fez a diferença”, afirmou.

Fotos: Sirli Freitas / Chapecoense

Também no dia 14 de fevereiro, a Associação Chapecoense de Futebol deu mais um grande exemplo de que bate um bolão tanto dentro, quanto fora de campo. Representantes de vários setores do Clube compareceram à Cidade do Idoso, de Chapecó, para reafirmar uma parceria que já vem dando certo e que, portanto, será mantida em 2017. O zagueiro Douglas Grolli, os representantes do Departamento de Futebol Rui Costa e Maringá, o Diretor Financeiro

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