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Edição #63

Novembro 2020

DIGITAL CHAPEL English version

CAMPUS REABRE PARA ATIVIDADES EXTRACURRICULARES A partir de 13 de outubro, a Chapel iniciou a reabertura gradual do campus para atividades presenciais. Um programa de atividades extracurriculares, organizado pelo departamento de esportes em parceria com a direção

ALUNOS ENVOLVEM-SE EM PROJETOS SOCIAIS A solidariedade marcou o período de quarentena dos alunos da Chapel. Vários deles empreenderam projetos sociais para destinar renda a campanhas e instituições do terceiro setor.

acadêmica da educação infantil, elementary e high school, começou a ser oferecido no contraturno, das 16h às 17h30.

CHAPEL’S BEST UNDER 40

Davi Nakajima An Ciência da Computação no Georgia Institute of Technology

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QUEM CHEGOU Conheça quatro novos professores que ingressaram este ano na Chapel.


PLANO DE RETORNO Atividades extracurriculares viabilizam abertura gradual do campus A Chapel iniciou a reabertura gradual do campus, no dia 13 de outubro, com um programa de atividades extracurriculares oferecidas no contraturno — das 16h às 17h30 — para todos os alunos. Liderada pelo departamento de esportes, em parceria com a direção acadêmica das três divisões, a programação concentrou-se no acolhimento emocional e no bem-estar físico e social dos alunos, dado que eles passaram muito tempo longe da escola.

alunos inscritos — foram cerca de 360 —, a fim de garantir a participação de todos até três vezes por semana, em diferentes atividades como futsal, basquete, futebol de campo, cheerleading, artes, momento criativo, yoga, capoeira e pilates. “Houve uma grande mobilização por parte da Chapel para acomodar a participação semanal de todos os alunos, sem exceder a capacidade máxima permitida e respeitando todos os protocolos de saúde e segurança”, afirma Bruno Pereira, diretor de esportes. Para tanto, o campus passou por adequações que envolveram toda a comunidade escolar, passando pela atuação das equipes de segurança e limpeza, até o serviço de alimentação e os técnicos esportivos, que retornaram às atividades.

Após a elaboração de um plano de retorno — aprovado pela diretoria regional de educação —, os alunos foram convidados a participar do programa. A partir de um formulário enviado às famílias, os interessados puderam se inscrever nas atividades de sua preferência. A programação foi baseada na quantidade de

Os portões do colégio passaram a abrir às 15h30, meia hora antes do início das atividades, para os carros perfilarem para o desembarque de alunos, já que não é permitida a circulação nem a permanência de nenhum adulto na escola, apenas dentro de seus carros nos

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estacionamentos. Duas enfermeiras aferem a temperatura dos alunos enquanto os professores os recebem em classe, direcionando cada um para a sua atividade, não havendo interação entre alunos de séries diferentes. A escola foi demarcada e sinalizada para receber cada estudante. Os espaços do campus utilizados para as atividades são higienizados por equipes de limpeza que ficam de prontidão em todos os ambientes para fazer a limpeza antes e depois da utilização feita pelos grupos. Ao final das atividades, cada aluno recebe um

chegada, saída, frequência de adultos, entre outros. Para o aluno, esse acolhimento emocional, por meio de atividades e dinâmicas de interação social, mas não física, foi muito bom para o controle da ansiedade das crianças, preparando-as para o que vem pela frente. A possibilidade de interagir com os colegas do mesmo ano deu a oportunidade para os alunos voltarem a se relacionar dentro do ambiente escolar”, comenta.

lanche para levar para casa ou consumir no caminho. De acordo com Mr. Pereira, a abertura do colégio para essas atividades extracurriculares foi importante por dois aspectos principais: “Para o colégio, foi determinante para entender os protocolos e testar o que funciona ou não em relação ao distanciamento físico, ao acolhimento, verificando se os alunos estão preparados para voltar, testando sinalização,

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O programa de atividades extracurriculares serviu como um excelente teste preparatório para a Chapel cuidar do retorno gradual, que se intensificou no final de outubro, englobando todas as séries e divisões. Desde 26 de outubro, alunos do ECEC e do Elementary — até o limite de 20% das turmas — retornaram, também no período da manhã, para atividades extracurriculares e de reforço escolar de leitura e matemática. E, desde 28 de outubro, os alunos do High School (10°, 11º e 12º anos) começaram a voltar para aulas presenciais. Vale lembrar que o programa extracurricular remoto, implantado desde o início das aulas, em agosto, continua: todos os dias, às 16h para o ES ou às16h45 para o HS, são oferecidas aulas de crochê, yoga, pilates, jardinagem, balé, cheerleading e gastronomia com um chef de cozinha. Conheça!

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comunidade nesse momento difícil. Foi daí que surgiu o projeto Cookies do Bem”, conta a jovem. Para tanto, criaram uma conta no aplicativo Instagram (cookies.do.bem) para divulgar o projeto, conquistar clientes e receber as encomendas. “Postávamos fotos do processo de confecção dos cookies, isso chamava a atenção das pessoas, e elas encomendavam. Trabalhamos muito, às vezes, 12 horas por dia, para fazer a massa, assar a quantidade relativa às encomendas e fazer as entregas. A casa inteira viveu em função dos cookies”, revela Maria Fernanda. À noite, as irmãs limpavam a cozinha para recomeçar no dia seguinte. O aprendizado foi grande. “Eu aprendi a ter mais paciência, pois trabalhar na cozinha requer isso, já que o processo não é rápido e um erro pode estragar uma receita inteira. E também adquiri mais responsabilidade, principalmente para organizar meu dia e cumprir com todas as entregas. Tive de repensar minhas prioridades e aprender a me organizar melhor”, comenta Maria Eduarda. A irmã Maria Fernanda complementa: “Eu aprendi muito sobre o processo administrativo, que é bastante longo, pois lidei com a divulgação, o dinheiro e as entregas. Aprendi a me programar para cumprir minhas obrigações do colégio, outras atividades e ainda fazer os cookies. É imprescindível manter uma organização, ainda mais ao se trabalhar com alimento fresco, pois uma grande responsabilidade é entregar um cookie crocante e fresco ao cliente”.

AÇÕES SOLIDÁRIAS Alunos dedicam-se a projetos sociais durante a quarentena A fim de contribuírem para mitigar os efeitos da pandemia no Brasil, alunos da Chapel se organizaram durante a quarentena para empreender projetos e destinar renda a associações do terceiro setor atuantes no combate ao coronavírus. Conheça, a seguir, algumas das iniciativas lideradas por alunos do 5º ao 12º ano, as motivações que os guiaram e os aprendizados vivenciados por esses jovens engajados em causas humanas e sociais.

Cookies do Bem Em pouco mais de um mês, as irmãs Maria Fernanda (12º), Maria Eduarda (10º) e Maria Carolina Melo (7º) produziram 1.600 cookies. Trabalharam duro, mas o esforço valeu a pena: ao final do projeto doaram 100% do lucro (R$ 5 mil) à campanha Abrace a Saúde, do Fundo Emergencial para a Saúde — Coronavírus Brasil, viabilizada pela plataforma BSocial. A iniciativa surgiu quando as meninas começaram a fazer cookies para se distraírem na quarentena. Maria Eduarda conta que embalaram alguns e presentearam as amigas. Ao receberem elogios, conversaram com a mãe e tiveram a ideia de vender e doar o lucro para alguma instituição que distribuísse máscaras e equipamentos para hospitais: “Seria uma forma de ajudar a

Brownies2help Quando decidiram iniciar um projeto para gerar renda em prol de pessoas que precisavam de ajuda na pandemia, as amigas do 7º ano Beatriz Rangel e Mel Arantes pensaram em algo que pudessem desenvolver sozinhas. “Pensamos em produtos comestíveis porque é o que tínhamos mais acesso. Nos inspiramos em 5


outras ações que também estavam vendendo doces e pensamos em diversificar. Por isso escolhemos fazer brownies”, conta Mel Arantes. Foi assim que surgiu o Brownies2help, cuja meta foi doar 25% do lucro (R$ 1 mil) para a campanha Abrace a Saúde — do Fundo Emergencial para a Saúde — Coronavírus Brasil. “Tivemos a ideia em junho, testamos as receitas, abrimos uma conta no Instagram (brownies2help) e em julho começamos a vender”, explica a jovem de 13 anos. No início, as amigas pensaram em vender apenas para pessoas conhecidas, fazendo divulgação pelas próprias redes sociais. “Nossos amigos colaboraram bastante, mas como estabelecemos um preço razoável e queríamos aumentar o volume das vendas, estabelecemos contatos com alguns influenciadores digitais para nos ajudarem a ganhar mais reconhecimento”, conta Beatriz Rangel. E, assim, firmaram parcerias com a blogueira Bia Herrero (1,5 milhão de seguidores), a cantora e atriz Luiza Gattai (77 mil seguidores) e a atriz mirim Pietra Quintela (5 milhões de seguidores), para as quais enviaram alguns brownies, pedindo que mencionassem o projeto em suas redes sociais. A iniciativa foi bem-sucedida, e o crescimento das vendas inspirou a criação de um novo produto: o brownie misturado com cookie. Beatriz Rangel conta o que aprendeu com o projeto: “Foi bem legal porque aprendi a cozinhar muito melhor e me socializei mais. E mesmo vendo o trabalho que dá manter uma loja, ainda que pequena, vale muito a pena, principalmente porque estamos ajudando pessoas”. Mel Arantes concorda: “Não é fácil, dá muito trabalho, pois somos nós mesmas fazendo tudo. Mas aprendi a lidar com dinheiro e com um pequeno negócio, e isso é um começo, saber como vender, organizar as contas. E, no final, vale a pena porque todo o esforço empreendido foi para uma boa causa”.

Konfeitaria Kokudai A Konfeitaria Kokudai nasceu há pouco mais de dois anos, quando as irmãs Isabela (11º) e Mariana Kokudai (8º) transformaram em negócio o passatempo de fazer bolos e doces para as festas da família. “Fomos desenvolvendo as técnicas que aprendíamos e criamos uma conta no Instagram (konfeitaria.kokudai) para atender encomendas”, conta Mariana, de 13 anos. Com o propósito de sempre trabalharem em prol de alguma causa social, este ano elas decidiram doar 50% da renda para a Somar — Associação Solidariedade em Marcha (@somar_brasil), instituição que atende famílias em situação de alta vulnerabilidade no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo. Começaram a se organizar no início da quarentena, em março, e no mês seguinte colocaram o projeto em prática. “Com a pandemia e um tempo mais livre que ficamos em casa, aprimoramos novas técnicas e aumentamos o número de clientes. Com isso, conseguimos reverter uma boa quantia”, explica Isabela, de 17 anos. Ao final de cinco meses, a confeitaria doou cerca de 50% de seu faturamento para a instituição, valor utilizado para montar kits de higiene pessoal distribuídos aos adolescentes assistidos pelo projeto SouMais, mantido pela associação. A escolha da Somar se deu pelo fato de Isabela conhecer e acompanhar o trabalho da instituição: “Minha experiência de visitar a comunidade em várias ocasiões e ver as crianças felizes com ações muito simples foi um estímulo. Para mim, é como um carinho, que não é 6


muito para quem dá, mas muito significativo para quem recebe”, comenta a jovem. O objetivo da Konfeitaria Kokudai é realizar doações sempre, desde que exista um propósito, por isso as irmãs gostam de conhecer as entidades e estabelecer uma conexão com elas antes de iniciarem um projeto. “Quando você ajuda uma outra pessoa, você sempre acaba crescendo e criando um afeto com ela, mesmo estando fisicamente distante”, comenta Mariana. Isabela complementa: “Fazemos isso como uma forma de gratidão, agradecendo por tudo que temos. Não vamos resolver o mundo nem o Brasil, mas pensamos que vamos ajudar algumas pessoas, e isso é um grande estímulo”. O intuito das irmãs é continuar com projetos dessa natureza, apoiando causas e instituições.

passava a caminho de casa. Toda vez que passava pela comunidade, o garoto de 10 anos ficava triste e algumas vezes até chorava. Foi então que teve a ideia de ajudar aquelas famílias por meio de um projeto que ele idealizou, a Live do Bem. Pelo celular da mãe, João Luca fez uma live para explicar a situação da comunidade e pedir contribuições. A maioria das pessoas que participou da live ajudou e, na primeira fase do projeto, João conseguiu doar máscaras, alimentos, roupas, sapa-tos e até brinquedos — em apenas uma das famílias havia onze crianças que puderam ser beneficiadas. Com as doações, também foi possível preparar e distribuir cinquenta marmitas. O garoto contou com a ajuda de sua mãe e sua babá para estabelecer o contato com os doadores e com as famílias beneficiadas, retirar as doações e o acompanhar na entrega para as famílias. “Mesmo não sendo suficiente, fiquei feliz em poder ajudar”, comenta. Então, ele preparou outra live, para a segunda fase, quando conseguiu a doação de cinquenta cobertores. E dessa vez teve ajuda do irmão mais novo, Pietro, do 1º ano, que o acompanhou na entrega. Para o Natal, João Luca já está pensando em outra ação. Por meio da Live do Bem, pretende angariar roupas e brinquedos para presentear as crianças. Ele conta que sua vontade é ajudar todos que necessitam e disse que se sente bem em poder fazer algo por aqueles que estão em dificuldades. “Eu me orgulho de ter tido a ideia de pedir emprestado o celular da minha mãe e não ter tido vergonha de fazer uma live para conversar sobre os efeitos da pandemia na vida das pessoas”, revela.

Live do Bem João Luca Catenacci, do 5º ano, sempre gostou de ajudar as pessoas. Este ano, no início da pandemia, ele ficou ainda mais tocado com a situação de algumas famílias que passaram a morar em barracos improvisados numa avenida da zona sul de São Paulo, por onde João

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chamou-me a atenção, além da preocupação com os professores. Pelo fato de ter tido uma formação americana me identifiquei muito com a cultura da Chapel”. A nova professora conta ainda que resgatou na Chapel o prazer de lecionar: “Sinto aqui enorme prazer de ser professora, de ensinar, lidar com os alunos, preparar as aulas, transmitir conhecimento, faço tudo isso com muita alegria”. Quando não está dedicada aos alunos, Ms. Lopes aprecia ler, assistir a séries e documentários, mas sempre com foco nas aulas e no conhecimento. No momento, sente falta de ir ao cinema e de viajar, suas outras duas paixões.

PRAZER EM TRANSMITIR CONHECIMENTO Paula Cristina Magalhães Lopes |professora suporte de inglês do ES

A nova professora de inglês do 1º e do 2º ano do ES se apaixonou pela docência aos 17 anos, quando ingressou em seu primeiro emprego numa escola bilíngue de Alphaville (Barueri), onde reside desde a infância. Apesar de, na época, cursar graduação em Propaganda e Marketing na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), a jovem Paula Cristina Magalhães Lopes já sabia que não seguiria carreira na publicidade. “Eu me apaixonei pelo trabalho como professora por dois motivos: adoro crianças e adoro a língua inglesa”, conta. Por isso, ao terminar a primeira graduação, ela decidiu estudar Pedagogia, que cursou na Universidade de São Paulo. Nessa época sua carreira deslanchou: lecionou em escola bilíngue, em escola de idiomas, especializou-se em Língua Inglesa e Tradução, foi promovida a coordenadora na Berlitz idiomas, fez um curso de aprimoramento da língua inglesa em São Francisco, na Califórnia, até ingressar na Tip Toe School, em Alphaville, onde trabalhou por oito anos. Depois, lecionou quatro anos na St. Francis e mais seis na St. Paul’s até mudar-se para a China, onde residiu por um ano lecionando em uma escola americana. Na volta, passou mais um período na St. Paul’s até surgir a oportunidade de ingressar na Chapel, o que aconteceu no início deste ano letivo. “Profissionalmente, estou muito feliz nesse momento. Gostei da Chapel desde a entrevista, todas as minhas impressões foram bastante positivas”, afirma. Ms. Lopes ressalta a organização do colégio e o profissionalismo dos colegas: “A postura humanizada e amigável 8


escolas internacionais e reencontrou a Chapel, agora como professora. “Senti uma paz no coração desde o primeiro momento em que pisei no campus. Tenho certeza de que aqui vou aprender e crescer. Não poderia ter tido melhor recepção, os colegas são muito amáveis e eu me senti cuidada”, comenta. Nos momentos de lazer, a nova professora se divide na atenção à filha e ao marido, que estão se adaptando à cultura brasileira. No mais, Ms. Choi gosta de cantar e tocar piano, preferencialmente junto dos amigos.

PAIXÃO POR CRIANÇAS Elissa Choi | professora do 4º ano do ES

A Chapel sempre foi um ambiente familiar para Elissa Choi, que ingressou como professora do 4º ano do Elementary School no início deste ano letivo. Aluna da PACA (Pan American Christian Academy) do kindergarten ao high school, ela frequentava a Chapel nos torneios esportivos e lembra com saudades dos jogos de futebol e basquete do BIG 8. Assim que se formou no colégio, mudou-se para os EUA, a fim de estudar Comunicação com ênfase em jornalismo na Biola University, em Los Angeles, California, onde cursou também Teologia. Filha de pastores, a jovem lidava com crianças desde o high school, pois lecionava na escola dominical da igreja e durante as férias percorria o Brasil dando aulas de inglês para crianças de comunidades carentes. “Trabalhar com crianças é muito puro e minha paixão por elas sempre existiu”, revela. Formada na faculdade, permaneceu morando nos EUA e trabalhando como jornalista até receber um convite para integrar a equipe de professores de uma escola americana recéminaugurada na Coreia do Sul. Ms. Choi aceitou e mudou-se para o novo país, onde residiu por quase seis anos. Na escola americana, começou como professora do ES e chegou à coordenadora do departamento de inglês. Durante esse período, casou-se e teve sua filha, que atualmente tem 18 meses. “Eu me encontrei na docência. É um sentimento muito pleno ver o desenvolvimento de uma criança”, afirma. No início deste ano, o pai de Ms. Choi adoeceu e ela resolveu voltar para o Brasil, pois, além disso, sentia muita saudade de morar aqui, afinal já estava morando no exterior há 11 anos. Foi quando buscou oportunidades em 9


surgir a oportunidade de lecionar religião. “Foi um presente para mim. Essa experiência tem sido excelente, os alunos são engajados, o ambiente do colégio é amigável e cordial, e a disciplina é muito aberta e permite discussões produtivas”, comenta. Mr. Silva considera que todas as atividades às quais se dedica estão entrelaçadas, e que os desafios geram conhecimento. Por isso ele tem várias paixões, e uma delas é escrever: “Já escrevi alguns romances, mas ainda não consegui publicar”, conta. No momento, ele também se dedica a estudar Inteligência Artificial, que, para ele, é uma extensão do ser humano. Além disso, toca trompete em uma banda de jazz, percorre a cidade com sua nova bicicleta elétrica e cultiva um jardim.

CRIAÇÃO DE VALORES HUMANOS Jean Marcus Silva | professor de Religião do HS

O percurso acadêmico do novo professor de religião do high school não é nada ortodoxo, como ele mesmo pontua. Mesmo tendo ingressado em um dos melhores cursos de Filosofia do Brasil, na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Jean Marcus Silva se frustrou com a graduação e decidiu procurar outras oportunidades fora do Brasil. Encontrou nos EUA o bacharelado em Artes Liberais, oferecido pela Soka University of America, na California, um curso que forma acadêmicos tendo como base valores humanistas. O fato de ter estudado inglês desde os 7 anos de idade o ajudou a enfrentar o processo seletivo e ele foi aceito. “Foi um momento que mudou a minha vida em termos educacionais, descobri um mundo totalmente novo, que é aprender a aprender, de uma maneira muito profunda”, afirma. Ao terminar a graduação e retornar ao Brasil, Mr. Silva iniciou uma carreira como escritor de ficção — pela qual ainda se empenha — até ser convidado para lecionar a disciplina Teoria do Conhecimento (TOK, na sigla em inglês) no colégio Soka do Brasil, em São Paulo, que havia acabado de implantar o currículo IB (International Baccalaureate). “Me encontrei dando aula de Teoria do Conhecimento, pois desde a faculdade fui inspirado pelas ideias do filósofo americano John Dewey. Para mim, a educação diz muito respeito à relação que posso construir com o meu aluno. Por isso, quando comecei a dar aulas, apenas coloquei em prática aquilo que eu acreditava, de forma muito natural”, explica. No início deste ano, em busca de um novo desafio, enviou seu currículo para a Chapel e viu 10


De volta ao Brasil, Ms. Cajado cursou uma complementação pedagógica para a licenciatura e continuou dando aulas particulares para brasileiros e estrangeiros, até que em 2019 foi admitida para professora do Estado de São Paulo e, um ano depois, ingressou na Chapel. “A experiência de lecionar matemática em inglês, de ter tido uma visão geral de educação em diferentes culturas, de ter vivido em diferentes lugares, e a vivência em sala de aula, tudo isso foi incrível para a minha formação”, comenta. No final do ano passado, ela tornouse instrutora de Mentalidades Matemáticas, abordagem criada pela professora Jo Boaler, da Universidade Stanford, que se apoia em estudos da neurociência que mostram como o cérebro reage, entre outras coisas, aos estímulos visuais ao estudar matemática. Nos seus momentos de lazer, a professora aprecia viajar e conhecer novos lugares, de preferência vivenciando a cultura local por um tempo. Também adora praia, estar com pessoas e mexer o corpo: “Gosto de esportes e de artes circenses. No momento pratico tecido acrobático e pole dance”, finaliza.

TROCAS CULTURAIS Marina Cajado | professora de Matemática do HS

Formada em Economia pela PUC-SP, a nova professora de matemática do high school leciona desde a graduação. Paralelamente ao trabalho como economista, Marina Cajado iniciou a docência no Curso Popular Mafalda, em São Paulo, que prepara estudantes da rede pública para o vestibular. Em 2014, ela decidiu que seria educadora e ingressou na plataforma de matemática Khan Academy, projeto educacional da Fundação Lemann. “Além de coordenar a tradução do site para o português, eu também era responsável por ministrar workshops para alunos e professores aprenderem a usar a plataforma”, explica. Quando o projeto chegou ao fim, Ms. Cajado passou seis meses viajando pela Ásia, período em que começou a dar aulas particulares de matemática em inglês. “Morei um tempo em Bali, na Indonésia, e dava aulas para crianças falantes de inglês provenientes de diferentes culturas, e as trocas culturais eram muito ricas”, conta. Apesar da liberdade curricular que o homeschoolling proporciona, a professora seguia o currículo Cambridge IGCSE (International General Certificate of Secundary Education), um programa com certificado internacional reconhecido pelas principais universidades no mundo.

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CHAPEL’S BEST UNDER 40: Davi Nakajima An, 20 anos Cidade onde mora: Atlanta, Georgia — EUA Período em que estudou na Chapel: Do 6º (2012) até o 12º ano (2018) Qual a sua formação acadêmica? Atualmente estou estudando Ciência da Computação no Georgia Institute of Technology. Discorra brevemente sobre sua atuação profissional. Fiz dois estágios de engenharia de software no Facebook, ambos durante as férias de verão do ano passado e retrasado. Também trabalho como assistente de pesquisa em um laboratório de engenharia biomédica na minha universidade, onde faço parte de um projeto de big data nas ciências biomédicas. Seu maior objetivo de vida é: Explorar os limites da ciência e da tecnologia. Narre sua melhor lembrança da Chapel. Minha melhor lembrança da Chapel foi no final do meu primeiro semestre na escola. Como vinha de uma escola brasileira, meu inglês não era muito bom e eu não compreendia muito os professores americanos, especialmente a minha professora de matemática. Quando falavam comigo em inglês, a minha resposta era quase sempre: "What?", uma das poucas palavras do meu vocabulário. Por isso, andava muito ansioso nos primeiros meses, me sentindo como se eu não pertencesse à Chapel. “O que vou fazer?”, “Será que vou ter de voltar para a minha escola antiga? Minha mãe vai ficar brava...”, pensava. Porém, tudo isso mudou quando, depois de uma das nossas últimas provas de matemática do semestre, a Ms. Gayle me elogiou por ter melhorado muito nas últimas semanas. Meus novos amigos também me parabenizaram, e a partir deste elogio eu sabia que iria dar tudo certo. Esse simples “good job!” fez-me sentir parte da Chapel. Como a Chapel influenciou a sua vida? Faz pouco mais de dois anos que me formei na Chapel. Ainda tenho contato com meus amigos do colégio, e, agora, até moro junto com um ex-aluno que estudou conosco por três anos, antes de se mudar de volta para Portugal. A maior influência da Chapel na minha vida foram as pessoas. Como a escola é relativamente pequena, dá para conhecer muito bem os professores e os alunos. Por isso, cada interação com alguém tem muito mais peso, pois você vai ver e interagir com ela várias outras vezes na escola. Lembro de várias conversas, situações e histórias com meus amigos e amigas da Chapel que me influenciam ainda. No final, o caráter de todas as pessoas que conheci na escola contribuiu para me tornar quem eu sou e afeta as decisões que tomo hoje.

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