Inside Chapel #30 | Português

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Edição 30 - Fevereiro de 2025 / ISSN 2527-2160

ALÉM DO ACADÊMICO

Currículo socioemocional da Chapel assegura acolhimento e assistência a cada aluno

PEQUENAS ROTINAS

Ex-aluno Hamzah Smaili conta da importância da Chapel em sua vida

O MANIFESTO DO PIJAMA

Ensaio de Vanessa Barbara

RESILIÊNCIA E FLEXIBILIDADE

Samer Agi, o juiz que trocou a toga pelas redes sociais

SONO É ASSUNTO SÉRIO

Entrevista exclusiva com o neurocientista Andrei Mayer, que defende a necessidade de se dormir com qualidade

Desenvolvendo as Características do aluno IB desde cedo

Curiosos

Mente aberta

Pensadores Informados Íntegros

Comunicadores

Generosos Equilibrados Arrojados Ponderados

Ms. Juliana Menezes, Diretora escolar e do Elementary School

Bem-vindos à 30ª edição da Inside Chapel e ao 2o semestre do ano letivo de 2024-2025! Estamos animados por receber nossos alunos, suas famílias e nossos funcionários para mais um semestre repleto de crescimento, aprendizados e conexão.

Se você já me conhece ou já participou de um de nossos Parent Talks, provavelmente já me ouviu falar sobre a importância de uma rotina diária para as crianças. Voltar à rotina escolar após as férias pode ser desafiador, mas é importante. Ela ajuda os alunos a se engajarem novamente no aprendizado e os prepara para a vida, um aspecto fundamental da visão da Chapel.

As rotinas não são meramente um conjunto de regras; são ações planejadas que proporcionam equilíbrio e bem-estar. Uma rotina previsível traz estabilidade para as crianças e ajuda a reduzir a ansiedade. Além disso, uma agenda de horários organizados ajuda as crianças na gestão do seu tempo, na manutenção da eficiência e na promoção da autonomia. Contudo, isso é diferente de uma agenda cheia de atividades extracurriculares e encontros sociais.

Desde a primeira infância até o começo da vida escolar, a programação das crianças deve permitir que elas tenham tempo para respirar com bastante descanso, para estar junto com a família e para brincadeiras livres. Uma rotina bem planejada prepara as crianças para que as transições diárias sejam mais administráveis, seja pela manhã, na escola ou na hora de dormir. Além disso, ter um horário de sono regular é essencial para o bemestar da criança, tanto em casa quanto na escola. Sono com qualidade e dias estruturados promovem o desenvolvimento cognitivo, o equilíbrio emocional e o sucesso acadêmico.

Nesta edição, o neurocientista Andrei Mayer explora como o sono forma a base para uma vida saudável. Como você administra seu dia e sua noite? E de seu filho? Não deixe de ler essa matéria, na qual você encontrará dicas valiosas sobre a higiene do sono e formas simples para melhorar os hábitos de sono de sua família.

Engajar. Desafiar. Apoiar. Cuidar. Preparar os alunos para a vida.Vamos continuar promovendo um ambiente de apoio e inspiração onde todos os alunos floresçam!

SEMESTRAL DA CHAPEL SCHOOL

WWW.CHAPELSCHOOL.COM

IMPRESSÃO: Eskenazi INSIDE CHAPEL É UMA PUBLICAÇÃO

CONSELHO EDITORIAL CHAPEL SCHOOL: Miguel Tavares Ferreira, Marcos Tavares Ferreira e Luciana Brandespim

EDITORA: Paula Veneroso MTB 23.596 (paulaveneroso@gmail.com)

ASSISTENTE EDITORIAL: Fernanda Caires (publications@chapelschool.com)

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO:

Adriana Calabró, Maurício Oliveira, Paula Veneroso e Vanessa Bárbara

FOTOS:

Arquivos Pessoais, Arquivo Chapel e Reinaldo Borges

DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: João Henrique Moço

TRADUÇÕES: Chapel School

ADRIANA CALABRÓ

[Formação para a vida: a abordagem socioemocional em foco, p. 13] é jornalista, escritora e roteirista. Foi premiada nas áreas de comunicação (Best of Bates International, Festival de NY, Clube de Criação) e literatura (Selo Puc/Unesco Melhores livros de 2017, ProAc – bolsa de literatura, Prêmio Off-Flip – finalista, Prêmio João de Barro – 1º lugar, Prêmio Livre Opinião –finalista e Prêmio Paulo Leminski – finalista). Idealizou e atua desde 2005 como facilitadora da Oficina de Escrita Criativa Palavra Criada (palavracriada.com.br).

MAURÍCIO

OLIVEIRA

[Sono é o alicerce de uma vida saudável, p. 21] já escreveu para os principais veículos da imprensa brasileira, como Veja, Exame, O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e UOL. Com mestrado em História Cultural e doutorado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tem mais de 30 livros publicados, como Amores Proibidos na História do Brasil, Garibaldi, Herói dos Dois Mundos e Pelé, O Rei Visto de Perto

PAULA VENEROSO

[“Respeitar as diferenças e acolher. Isso é o que a Chapel deixou em mim”, p. 28, e A alta performance em movimento, p. 9] é editora da Inside Chapel. Jornalista e mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), atuou como revisora, redatora e repórter nas revistas Veja, Veja São Paulo e no jornal Folha de S.Paulo Por mais de 20 anos lecionou técnicas de redação jornalística em cursos de graduação. Atualmente, trabalha como preparadora e revisora de livros, e na produção e edição de reportagens para mídias impressas e digitais.

VANESSA BARBARA

[O manifesto do pijama, p. 32] é jornalista e escritora, autora de onze livros de diferentes gêneros, como Três camadas de noite, Noites de alface, Operação impensável e O Livro amarelo do terminal. Possui mais de oitenta artigos publicados pelo New York Review of Books e do New York Times, onde é colaboradora. Também, foi cronista de jornais como Folha de S.Paulo e O Estado de São Paulo, além de colaboradora da revista piauí. Publica o Substack A Hortaliça: https://hortifruti.substack.com/

SUMÁRIO

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MENOS É MAIS

Ele trocou a carreira de juiz pela de influenciador digital. A partir da publicação despretensiosa de crônicas sobre a vida, amealhou mais de dois milhões de seguidores nas redes sociais, e, hoje, comanda uma escola que oferece cursos de comunicação, com ênfase em persuasão e oratória criativa. Quem é Samer Agi.

FORMAÇÃO HOLÍSTICA

A abordagem socioemocional é um dos pilares da Chapel, e os aspectos da educação que ocorrem no âmbito pessoal de cada aluno - pensamento, sentimento, comportamento, relacionamento - ganham contorno e protagonismo. Conheça esse currículo pioneiro, construído continuamente de acordo com as necessidades dos estudantes.

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ENSAIO

Portadora de distúrbios do sono, a escritora Vanessa Barbara discorre, de maneira bem-humorada, sobre a importância da necessidade de dormir. “Já fui vista cochilando em uma palestra sobre narcolepsia, o que me pareceu adequado. Também continuei a dormir diante da sirene ensurdecedora de incêndio em um hotel na Inglaterra...”, relata em seu ensaio.

SPOTLIGHT

Projeto interdisciplinar de leitura sobre o clássico “A árvore generosa” reúne todas as divisões; alunos e pais do HS participam de palestras sobre segurança digital; ex-alunos formados há meio século visitam a Chapel; clube The Giving Project faz reciclagem de papel; nova disciplina do IB envolve alunos nos desafios ambientais do séc. 21; e celebração do Dia das Crianças organizada pelo 6º ano. O que foi notícia na Chapel.

O SONO É SAGRADO

De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), dois a cada três brasileiros enfrentam algum tipo de dificuldade relacionada a esta necessidade tão básica, que é dormir. Em entrevista exclusiva, o neurocientista Andrei Mayer explica por que dormir com qualidade é primordial para uma vida saudável e dá dicas para uma boa noite de sono.

TALENTOS & PAIXÕES

Os professores Leonardo Silveira e Paula Busso falam de suas aptidões e jornadas intelectuais e esportivas. Destacam-se, entre os alunos, vocação para os esportes – natação, tênis, futebol, basquete e boxe –, para a literatura, música, e muitas outras habilidades desenvolvidas nos clubes da Chapel como as do grêmio estudantil, do teatro, dos debates e das artes em geral.

CLIMA FAMILIAR

O neurocirurgião pediátrico Hamzah Youssef Smaili mantém na vida os ensinamentos recebidos na Chapel, princípios que sempre foram afins ao propósito da sua família: honestidade, inclusão e respeito. Formado na turma de 2010, o ex-aluno relata algumas memórias do colégio, onde as pequenas rotinas fizeram toda a diferença.

GALLERY

Registros fotográficos de eventos culturais e comemorativos no último semestre da Chapel: 7th grade Fun Night, dando as boas-vindas aos alunos no High School; Feira de livros, que celebrou a magia da poesia; as cerimônias de posse dos membros do NHS e NJHS; o festival Young Trojans; e as divertidas brincadeiras do Halloween

A sua doação contribui para o atendimento mensal de mais de 1.300 crianças com Deficiência Intelectual beneficiadas pelo Instituto Jô Clemente (IJC).

Por Paula Veneroso

Fotos: Arquivo Pessoal

A ALTA PERFORMANCE EM MOVIMENTO

ELE TROCOU A CARREIRA DE JUIZ PELA DE INFLUENCIADOR DIGITAL. A PARTIR DA PUBLICAÇÃO DESPRETENSIOSA DE CRÔNICAS SOBRE A VIDA, SAMER AGI AMEALHOU MAIS DE DOIS MILHÕES DE SEGUIDORES NAS REDES SOCIAIS, E, HOJE, COMANDA UMA ESCOLA QUE OFERECE CURSOS DE COMUNICAÇÃO, COM ÊNFASE EM PERSUASÃO E ORATÓRIA CRIATIVA. A FÓRMULA DO SUCESSO? RESILIÊNCIA E ADAPTAÇÃO A MUDANÇAS.

Samer Agi tinha de doze para treze anos quando leu, numa revista especializada em profissões e mercado de trabalho, que o direito era um dos cursos do futuro. Com essa ideia na cabeça, anos mais tarde, prestou o vestibular e ingressou na Universidade Federal de Goiás. “Decidi sozinho, sem incentivo da família ou outra influência”, conta. Antes disso, porém, já desenvolvia o hábito da leitura, que cultiva até hoje e seja, talvez, um dos seus maiores diferenciais. “Faço da leitura um hábito, reservo um tempo do meu dia para ler e procuro ler obras atemporais, clássicos, pois permitem que desenvolvamos um pensamento crítico e uma capacidade de leitura das situações do cotidiano que fogem do óbvio, de maneira que me valho disso para tomar as decisões em minha vida e também para ensinar”, explica, objetivamente. Nas suas redes sociais, Samer constantemente comenta sobre a importância e a conexão da leitura com o aumento de repertório que proporciona aos indivíduos, pontuando como esse é um diferencial relevante para a obtenção de sucesso.

É certo que o hábito da leitura lhe proporcionou grandes conquistas na vida, desde facilitar a aprovação em concursos públicos – tornou-se delegado da Polícia Civil antes mesmo de se formar e, aos 25 anos de idade, foi aprovado para o cargo de juiz de direito substituto no TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) – até influenciar no seu estilo de escrita. “À medida que você lê, seu vocabulário muda, seu estilo de escrita muda. E a minha escrita é a maneira de eu me expressar no meu mundo”, afirma.

HÁ DUAS TRISTEZAS

COMUNS NA SOCIEDADE

CONTEMPORÂNEA.

UMA É A SEPARAÇÃO

DOS AMANTES. A OUTRA,

A UNIÃO DOS QUE NÃO

SE AMAM. PENSO QUE

A ÚLTIMA SEJA PIOR

QUE A PRIMEIRA.

PORQUE NESSE ÚLTIMO

CASO, TEMOS A VITÓRIA

DA CONVENIÊNCIA SOBRE

O AMOR, DA CARÊNCIA

SOBRE A ESPERANÇA, E

DO MEDO SOBRE A FÉ.

AOS JOVENS QUE ESTÃO DECIDINDO SUAS PROFISSÕES

Numa entrevista recente, Samer afirmou que ninguém pode se obrigar a continuar para sempre com um projeto, objetivo ou mesmo uma profissão: “Ao longo da vida, você muda, então, as coisas precisam mudar também O nome disso é coerência. Pouca gente tem”, provocou. À Inside Chapel, solicitado a deixar um conselho aos jovens que estão terminando o High School e decidindo suas profissões, o influenciador foi certeiro: “Eu diria aos jovens que, provavelmente, a dinâmica do mundo vai mudar quando eles se formarem, de maneira que, qualquer que seja a faculdade que venham a escolher, que eles se dediquem com afinco, mais do que todo mundo, que eles sejam as pessoas mais disciplinadas, mais obstinadas da faculdade, mas também pessoas flexíveis, porque a maneira de você crescer no mundo vai mudando, e ela deve mudar nos próximos anos de novo. E, assim, as pessoas com maior resiliência, com a capacidade de se adaptar e continuar no caminho, apesar das adversidades, são as que vão chegar mais longe.”

A escrita de Samer Agi manifestouse por meio de crônicas, em que ele expressava suas reflexões ou, segundo ele, “eram um convite às pessoas retomarem seus propósitos de vida”. A publicação dos textos na internet foi-lhe proporcionando dezenas, centenas, milhares de seguidores - e, atualmente, nada menos que 2,2 milhões de pessoas seguem o seu perfil no Instagram e outras 111 mil assinam o seu canal no YouTube. Seu primeiro livro, “#FocanaToga”, lançado em 2017, rendeu outras duas continuações (#FocanaToga 2 e 3); mas seu primeiro best seller foi a obra “Pense nisso: 100 crônicas reflexivas”, lançada em 2020. Para ele, sempre foi muito simples conciliar a carreira de juiz, que assumiu em 2013, com a rotina de escritor: “Eu aproveitava as manhãs para escrever, já que o fórum abre às 12h e fecha às 19h”, resume. Suas aspirações, com os textos reflexivos, eram modestas: “As minhas crônicas no meu perfil do Instagram tinham a pretensão da despretensão, comecei a escrever sem pretensão alguma e apenas expunha a minha visão de mundo, quando as coisas foram ganhando esse tamanho”, revela.

Mudança de rota

O engajamento exponencial do perfil nas redes sociais contribuiu para que Samer cogitasse a ideia de deixar a magistratura, o que, segundo ele, foi uma decisão bastante refletida: “Fui lançando cursos, que também foram crescendo, e a saída da magistratura foi consequência disso, algo conversado, refletido com amigos e familiares, ou seja, uma decisão tomada sem susto, de maneira bem tranquila, embora tenha surpreendido alguns colegas de profissão.” Em 2022, Samer deixou a magistratura e passou a se dedicar integralmente à nova carreira de empreendedor, a qual concilia com trabalhos como advogado e professor. No mesmo ano, lançou mais dois livros de sucesso – “Paixão pela vitória” e “As cinco áreas da vida” -, também transformados em best sellers. É ainda fundador do Ser Mais Criativo, projeto que oferece cursos baseados em criatividade, como oratória e escrita, a fim de auxiliar as pessoas a transformarem suas ideias em negócios bem-sucedidos;

e mantém o Clube dos Pensadores, projeto que fomenta a leitura e a discussão de obras clássicas.

Penso, logo escrevo

Apesar de, atualmente, ser considerado um dos maiores influenciadores do Brasil em literatura, escrita, oratória e desenvolvimento pessoal, Samer procura não pensar no impacto que causa na vida das pessoas. “Não quero correr o risco de achar que eu tenho uma relevância maior do que a de qualquer outra pessoa, o que não é verdade”, afirma. Essa mesma simplicidade, que, além dos textos, também se manifesta nas aulas e nos cursos, talvez seja a sua chave do sucesso, cumprindo à risca a máxima do “menos é mais”: “Procuro continuar escrevendo o que eu penso e falar com as pessoas do jeito que eu falo, e, se eu consigo ser um bom instrumento na vida de alguém, está tudo certo, pois meu propósito é cumprir o propósito que Deus tem para mim na Terra.”

NÃO SE CULPE

POR QUERER PROFUNDIDADE. O RASO SÓ INTERESSA AOS RASOS. MIL HISTÓRIAS DE UMA NOITE

NÃO VALEM UMA HISTÓRIA DE UMA VIDA.

O TAMANHO DO SEU PROJETO REVELA A MANEIRA COMO VOCÊ SE VÊ. NINGUÉM QUE SE ENXERGA

GRANDE ABRAÇA UM PROJETO PEQUENO.

FUTURO

Conheça nosso trabalho e seja um Amigo do Bem.

Há 30 anos, os Amigos do Bem atuam no sertão nordestino, atendendo a 150 mil pessoas todos os meses levando alimentos, água, saúde e educação. Com projetos que geram 1.500 postos de trabalho, 100% dos recursos obtidos com a venda dos produtos solidários são destinados a transformação de vidas.

FORMAÇÃO PARA A VIDA

A abordagem socioemocional em foco

NO AMBIENTE ESCOLAR DA CHAPEL SCHOOL, O MOVIMENTO DE APRENDIZAGEM É CONSTANTE E VAI MUITO ALÉM DO UNIVERSO MERAMENTE INTELECTUAL. A ABORDAGEM SOCIOEMOCIONAL É UM DOS PILARES DO COLÉGIO E OS ASPECTOS DA EDUCAÇÃO QUE OCORREM NO ÂMBITO PESSOAL DE CADA ALUNO –PENSAMENTO, SENTIMENTO, COMPORTAMENTO, RELACIONAMENTO – GANHAM CONTORNO E PROTAGONISMO.

N a visão da Chapel, é fundamental criar um ambiente de suporte para que os estudantes tenham uma formação holística, que leve em conta aspectos emocionais e sociais e permita a construção de habilidades para uma vida adulta com mais significado. O colégio é pioneiro nessa abordagem socioemocional e estimula o desenvolvimento de crianças e jovens em cinco importantes esferas: autoconsciência, consciência do outro, relacionamentos, tomada de decisão e autorregulação. São competências que formam indivíduos equilibrados e empáticos e são trabalhadas na Chapel a partir de um cuidadoso planejamento que envolve todos os profissionais do colégio, especialmente os professores que estão em contato direto com os alunos. Ms. Juliana Menezes, diretora geral da Chapel, conta sobre a importância dessa abordagem: “Para nós, o currículo socioemocional tem o mesmo peso e importância que o currículo acadêmico. Acreditamos nisso de forma veemente, pois sabemos que, sem o bem-estar emocional e social, é difícil que as crianças estejam realmente abertas ao aprendizado. Nossa visão é holística: não focamos apenas em números e notas, mas, sobretudo, no desenvolvimento integral de cada aluno.”

A coordenadora do Programa Socioemocional na Chapel, Ms. Luciana Brandespim, destaca que o colégio já aplica metodologias ativas para todas as matérias, ou seja, as aulas não são apenas expositivas, mas buscam formas de engajar os alunos. Nada mais natural que os encontros que abordem as questões socioemocionais trilhem o mesmo caminho. “A aprendizagem social e emocional

Por Adriana Calabró Fotos: Arquivo Chapel

precisa, acima de tudo, das experiências, da participação dos alunos. Só assim as reflexões são possíveis”, diz ela. Por isso mesmo, essa área de atuação ganhou lugar na grade curricular e tem as aulas preparadas com bastante empenho. São dois times de profissionais, para o Elementar e para o High School, que idealizam cada passo do programa. Além disso, Ms. Menezes revisa todas as aulas do currículo do ES, especialmente com o propósito de que estejam claras para os professores que as irão ministrar e adequadas para a compreensão dos alunos “A forma como interpretamos e vemos coisas diferentes, mesmo em uma imagem simples, é fascinante. Por isso, priorizamos o diálogo e mantemos uma troca constante para criar conteúdos que alcancem o máximo de pessoas. Com divisões escolares que abrangem até trezentas crianças, com até cinquenta professores, garantir que a mensagem seja uniforme em todas as salas de aula exige um alinhamento essencial”, reforça a diretora.

Uma história bem construída

certo momento, em 2009, o corpo diretivo sentiu a necessidade de começar um projeto mais estruturado, voltado exclusivamente à temática socioemocional. A sugestão era iniciar os trabalhos com um grupo de estudo semanal, que se debruçava sobre um livro, Best Friends, Worst Enemies - Understanding the Social Lives of Children, escrito por Catherine Grace e Michael Thompson. A partir dessa leitura, as discussões necessárias eram estabelecidas. O próximo passo foi um curso nos Estados Unidos que possibilitou não só a ampliação do conhecimento sobre o assunto como a preparação de um treinamento para todos os professores do colégio. Tais esforços resultaram na implementação da primeira iniciativa formal do programa socioemocional Responsive Classroom, principalmente o Morning Meeting, com duração de 15 minutos, todos os dias, do Pre I ao 6º ano do Elementar. Nesse momento de acolhimento, as crianças chegavam, se cumprimentam, faziam atividades divertidas para aprender a convivência e compartilhavam algo sobre elas

mais suave e com maior socialização”, diz a coordenadora.

Os bons resultados, somados a eventos que despertaram a necessidade de uma discussão ampliada sobre empatia, incentivaram o corpo diretivo a criar uma aula específica, e incluí-la na grade. “Das cinco habilidades identificadas no programa Responsive Classroom utilizado no colégio - cooperação, assertividade, responsabilidade, empatia e autocontrole -, a empatia é a mais desafiadora. Então, em 2010, a direção definiu que haveria uma aula específica toda 6ª feira chamada CARES (nome formado pelas iniciais das habilidades). Essa formalização foi mais um passo na trajetória do programa socioemocional”, explica Ms. Brandespim.

Em 2013, a partir da iniciativa de fazer viagens com temática SE (socioemocional), surgiu a ideia de incluir o programa no High School, numa abordagem específica para os adolescentes. Era a semente do ADVISORY, um encontro às quartas-feiras, no meio da manhã,

A IMPORTÂNCIA DE TER VOZ

Veja abaixo alguns depoimentos dos alunos do High School sobre o programa socioemocional.

AS PESSOAS VÃO PARA AS AULAS MAIS DESCONTRAÍDAS, CONSCIENTES E PREPARADAS. TAMBÉM PROMOVE

UMA PARTICIPAÇÃO

MAIS ENERGÉTICA NAS

AULAS, JÁ QUE TEMOS

ESSES 20 MINUTOS

PARA “ACORDAR”.

UM AMBIENTE

MELHOR ENTRE AS PESSOAS NA ESCOLA.

AS AULAS DEPOIS DO ADVISORY SÃO BEM MELHORES, NOS

AJUDA A DESPERTAR ANTES DE COMEÇARMOS AS MATÉRIAS.

DEU MAIS VOZ AOS ALUNOS.

PROMOVEU UM MOMENTO PARA CUIDAR DA SAÚDE MENTAL.

MAIS CONCENTRAÇÃO

DURANTE O DIA, TODO

MUNDO INTERAGE MELHOR UNS COM OS OUTROS.

MAIS ATIVIDADES DE ENTRETENIMENTO BEM COMO ENGAJAMENTO ENTRE ALUNOS.

ACHO QUE NOS AJUDOU A

COMEÇAR O DIA MELHOR E TAMBÉM PERMITIU

COMPARTILHAMOS QUALQUER PROBLEMA QUE ESTIVÉSSEMOS

TENDO NA ESCOLA.

A LIÇÃO QUE FICA

Um dos grandes termômetros da importância de um programa socioemocional bem estabelecido aconteceu durante a pandemia. Na prática, foi possível observar como o colégio desempenha papel fundamental não apenas nas questões acadêmicas, mas, especialmente, nas relações humanas.

“A Covid foi um grande divisor de águas. Antes, o ambiente escolar estava muito bem estruturado em termos emocionais e sociais, mas, no retorno, percebemos o quanto seria necessário reconstruir. Havia uma perda significativa: as relações estavam mais fragilizadas, a tolerância menor e a resiliência quase inexistente. Era preciso retomar o senso de comunidade, o respeito ao próximo e a empatia. Assim, durante o primeiro ano e meio, focamos intensamente em restabelecer as relações, a rotina e os procedimentos, trabalhando para reconstituir o que havia se perdido”, relembra Ms. Menezes. Com os pequenos, não foi diferente. “Ficou claro que o que é trabalhado fora do colégio não substitui o que é trabalhado no colégio. Por mais que você

com professores designados e a participação de todos os alunos. Esse modelo se manteve até o ano passado e, a partir do ano letivo de 2024-25, o programa foi ampliado: passou a acontecer de segunda a sexta, logo no início do dia.

Ms. Erika Ferreira, que faz parte de ambos os times coordenados por Ms. Brandespim, comenta sobre essa trajetória: “Para trabalhar o

tenha pais dedicados, famílias que ouviram todos os conselhos e fizeram o máximo que poderiam ter feito durante essa fase, não tem como você desenvolver como o colégio desenvolve esse outro núcleo social. Então, ficou muito clara a defasagem social e emocional daquelas crianças que iniciaram conosco aos 3 anos e apenas voltaram aos 5 anos. Quem não convive socialmente é privado desse desenvolvimento. As habilidades conquistadas no núcleo escolar são insubstituíveis. Enfim, o ambiente escolar é insubstituível”, afirma Ms. Valle.

Ms. Menezes também comenta o período a partir de uma visão macro: “Quando retomamos as atividades presenciais, parecia que estávamos em um clube, onde cada um agia por si só. Observamos uma perda do senso de coletividade, no sentido de quem somos e o que fazemos juntos em prol da comunidade. Foi um trabalho de formiguinha para resgatar esses valores, mas hoje já progredimos e recuperamos grande parte desse espírito coletivo. A solidez do nosso programa foi fundamental para permitir esse retorno.”

socioemocional, a gente precisava falar sobre os sentimentos, trabalhar as habilidades, ensinar as crianças como elas deveriam se comportar e as maneiras de conversar com alguém. A forma de garantir isso no colégio, e hoje a gente vê isso na prática, foi incluir um horário especial para essa matéria, toda semana, com um planejamento sólido e uma mesma linguagem para todas as turmas. Começou com o Fundamental,

foi rapidamente para o Infantil e depois foi sendo trazido para o Ensino Médio”.

Os passos do caminho

Nas diferentes fases da educação socioemocional, a expectativa quanto ao desenvolvimento dos alunos também varia. Na Educação Infantil (Early Childhood Educational Center - ECEC) são esperados resultados positivos nas questões de socialização;

no Fundamental (Elementary School - ES), o foco está na construção de valores compartilhados e, no High School (Middle e High School MS/HS), trabalha-se a construção da identidade. Assim, embora a linguagem e a metodologia partam das mesmas premissas, elas diferem entre si no teor das atividades. A nomenclatura dos programas também varia: para os pequenos do Pre II e Kinder, o CARING AND SHARING, para os alunos do 1º ao 5º ano, o CARES, para o 6º ano, o CARES FOR LIFE e, no High School, o ADVISORY.

Ms. Emanoelli do Valle e Ms. Carla Winkelmann, coordenadoras do ECEC, contam um pouco sobre as dinâmicas da faixa etária que trabalham. “As atividades começam no Pre II, ou seja com crianças de quatro anos de idade. No primeiro semestre, elas ficam juntas com o professor de sala que vai pontuando o programa de acordo com os desafios do grupo”, diz Ms. Valle. No segundo semestre, os pequenos ganham asas e, além de interagirem com outras turmas do Kinder, saem do espaço da classe.

“Esse processo de independência

é feito em trios ou duplinhas para que possam interagir entre eles e com outras turmas do Kinder. É um processo bonito de ver, quando eles trabalham o socioemocional com o seu próprio grupo e quando isso sai da zona de conforto – a gente nota o quanto eles crescem”, comenta ela. “Há sempre um adulto guiando os processos que acontecem entre os alunos. A criança precisa se sentir segura e acolhida para que possa então se abrir para o aprendizado.”, complementa Ms. Winkelmann.

Ms. Brandespim explica que, no Ensino Fundamental, um dos grandes trunfos é trabalhar grupos mistos, ou seja, com alunos de várias idades. Nas aulas semanais, grupos do 2º ao 5º ano fazem as atividades juntos, em colaboração, e muitas vezes as crianças mais velhas conduzem a aula, fazem as leituras e passam os slides. Isso fortalece os vínculos de amizade e torna o espaço um lugar conhecido –quando se anda pelos corredores você sabe quem é a criança do 3º ou do 4º ano. “Logo no início do 1º ano, os alunos trabalham apenas entre eles e com os seus próprios professores. No 2º semestre, eles já começam a entrar em grupos mistos”, diz ela.

Ms. Ferreira complementa trazendo a diferenciação de um ano específico: o 6º do Fundamental. Nesse período transicional, começam assuntos de pré-adolescência que

devem ser tratados com cuidado e atenção, redobrando a escuta e levando em conta as temáticas que podem interessá-los, como as mudanças no corpo trazidas pela puberdade.

Quanto ao Advisory, programa destinado àqueles que cursam o High School, Mr. Sean Quinn, diretor da divisão escolar, levanta alguns pontos importantes para o sucesso do programa. “Trabalhamos com apenas 11 ou 12 alunos e até dois professores, o que favorece a dinâmica. O treinamento dos professores também é crucial, independente da matéria que lecionam. No programa, e em toda a filosofia da Chapel, o papel do professor vem antes e ele está aqui para cuidar do emocional das crianças e não apenas para entregar o conteúdo”, explica ele. Outra questão interessante é a relação entre um ambiente de segurança e o desenvolvimento da criatividade: “Se você se sente seguro, pode assumir riscos. Porque, para ser criativo, é preciso tomar esses riscos. Se você não se sente bem amparado com seu ambiente, o risco está associado ao medo de fracassar, o que diminui o nível de aprendizagem. É preciso fracassar algumas vezes para aprender, o que somente é possível num ambiente seguro”, diz ele.

Ms. Renata Pannunzio, que também trabalha com essa faixa etária, acrescenta que o Advisory

ajudou a aproximar os alunos dos professores: “Antes, nós só tínhamos contato com problemas mais sérios. Agora, os alunos trazem questões do cotidiano de uma criança ou jovem do século 21: ‘Ah, eu preciso de ajuda para me organizar, para escrever’. É mais uma dimensão nesse nível de proximidade com o colégio”.

Independentemente da área trabalhada, o que todos concordam é que o programa socioemocional é um marco, uma área de conhecimento que traz técnicas e métodos testados cientificamente, que municiam crianças e jovens com um maior conhecimento sobre eles mesmos. O que, de fato, colabora muito nas decisões do futuro.

Pequenos alunos, grandes emoções

Ms. Cristiana Cavalcanti também faz parte da equipe que desenvolve as aulas para o Elementary. Assim como todos da equipe que estão no dia a dia dos pequenos, ela estimula o diálogo e a interação entre os alunos e os professores. Um dia, uma criança

pequena estava buscando ajuda e entrou na sala dela. Perguntou, “É aqui que fica a professora das emoções?”. A resposta da docente foi imediata: “Sim, sim, pode entrar!”

Ms. Brandespim lembra-se de outro caso que ilustra como essa formação socioemocional ajuda o aluno a identificar essas emoções e, portanto, reunir ferramentas para lidar com elas. Em certa ocasião, estava sendo aplicada uma atividade desenvolvida pela Universidade de Yale, que relacionava cores a determinadas emoções, e uma das alunas do 1º ano escolheu a cor vermelha, que significava raiva. Foi perguntado a ela qual era o motivo daquela emoção e sua resposta foi muito clara. Sua amiguinha tinha saído correndo para ir à atividade e, portanto, elas não chegaram juntas, de mãos dadas, conforme o esperado. Ela se sentiu sozinha. Parece algo prosaico, mas aí estão muitos fundamentos do trabalho desenvolvido, pois além de identificar a sua emoção, a criança pôde descrevê-la e elaborá-la em um ambiente de acolhimento e escuta.

ESPAÇO GARANTIDO

A inclusão do programa socioemocional na grade horária em todos os currículos, do Infantil ao High School, foi uma conquista da Chapel ao longo dos anos. Para os coordenadores, esse espaço oficializado contribui para o planejamento e constante aperfeiçoamento. Para os professores, é uma mostra do quanto o colégio dá valor a essa área de conhecimento. Para os alunos, é uma oportunidade de seguirem no seu processo individual com a segurança de que estarão sempre bem amparados.

Outra característica basilar dessa abordagem socioemocional na Chapel é a construção coletiva. Por exemplo, as regras para os encontros são definidas no começo do ano, com os alunos. É oficialmente a primeira atividade do programa no ES. Quais são os sonhos de cada um, o que querem aprender no colégio, como vão atingir esses objetivos, como pretendem se comportar com os colegas e com os professores. Tudo é discutido. Depois de definidas as regras de uma sala, são escolhidos os representantes e há uma junção de todos os conteúdos. Assim, são definidas as regras do ES, as quais não costumam variar muito de um ano para o outro, em termos de conceitos e tipos de comportamento desejados, mas o mais importante é esse processo reflexivo de desenvolvimento.

Um mundo que se abre

E os maiores? Também conseguem se expor? Mr. Quinn e Ms. Brandespim concordam que os adolescentes costumam ter menos disponibilidade para se abrir em público, mas ainda assim estão dispostos às atividades, por exemplo falando uma palavra que defina o seu humor naquele dia, ou os objetivos que têm para aquela semana acadêmica. São bem articulados e trazem boas reflexões.

Aqui, há outras preocupações que entram em cena, como a questão da construção da própria identidade e autonomia. Mr. Quinn explica que há muitos currículos prontos, que poderiam ser adaptados, mas a escolha

da Chapel é fazer algo sob medida, construído coletivamente. “Nós usamos referências, mas fazemos da nossa maneira. Até porque não são tantos os materiais disponíveis, em termos de estatísticas, para essa idade. A maioria fala de desempenho acadêmico e não sobre o bem-estar dos alunos.”

Existe também o desafio de equacionar as expectativas para o futuro desses jovens prestes a entrar para a vida adulta e, também, para o mercado de trabalho. “Quando eles são pequenos, perguntamos o que os pais desejam para os filhos e eles dizem: ‘queremos que eles sejam felizes’. Na adolescência, o cenário muda e o que se espera deles é bem mais complexo”, acrescenta Mr. Quinn.

Por fim, existe outro desafio ao lidar com essa faixa etária: a distribuição do tempo. Com os programas IB e CAS, além do currículo acadêmico, eles já têm muitas atividades. Como encaixar um horário para o programa socioemocional? O que ajudou nesse tópico foi a ideia de fazer o Advisory diariamente. Um tempo de 20 minutos diários dedicados às questões que podem ser cruciais para o aproveitamento do restante do tempo no colégio, e até mesmo nos estudos em casa. “Eles precisam enfrentar provas e trabalhos, além de dar conta de todas as atividades. É muito estressante. Então, organizar, gerir as emoções os ajuda a cumprirem com os currículos”, observa Ms. Pannunzio.

Ms. Brandespim relembra que essa formatação exigiu bastante reflexão. “Pensamos que não poderia ser

ACREDITAMOS

PROFUNDAMENTE

NA IMPORTÂNCIA

DE CONSTRUIR UMA

COMUNIDADE E UM

FORTE SENSO DE PERTENCIMENTO.

ISSO GARANTE

QUE AS CRIANÇAS

ESTEJAM EM UM

AMBIENTE SEGURO, NO QUAL SE SINTAM CONFORTÁVEIS

E POSSAM

DESENVOLVER

SEU REPERTÓRIO SOCIOEMOCIONAL.

MAIS DO QUE

NOTAS, PRESENÇA E OUTROS CRITÉRIOS

TRADICIONAIS,

EXISTE UMA

RELAÇÃO SÓLIDA

QUE ASSEGURA

QUE CADA ALUNO

SEJA ACOLHIDO E

ASSISTIDO EM TODAS AS ESFERAS DE SEU DESENVOLVIMENTO.

Ms. Juliana Menezes

algo solto. Para ter um significado, precisaríamos dar um espaço para a voz deles, para as conversas, para o acolhimento. É mais difícil construir esse senso de comunidade no High School, eles entendem mais do contexto e podem desenvolver algumas resistências internas, criam essa consciência de que estão sendo observados e modulam o grau de exposição e a espontaneidade”, explica ela.

A boa notícia é que, ao que tudo indica, essa construção tem sido muito bem acolhida pelos alunos e também pelos pais. Numa pesquisa desenvolvida pela divisão do High School, foram obtidas 200 respostas sobre o programa. E incríveis 92% de aprovação. Entre os depoimentos (p. 15), muitos mostram que os objetivos estão sendo cumpridos, e o caminho rumo ao bem-estar e à autonomia ganhou um suporte extra. O caminho da educação socioemocional tem um lugar cativo na Chapel, mas jamais é estanque. Nas palavras de Ms. Menezes: “É um currículo que nunca estará totalmente finalizado, pois é um processo construído continuamente de acordo com as necessidades dos alunos. Observamos o que está acontecendo com as crianças, analisamos as demandas que chegam aos counselors, e ajustamos o conteúdo para atender às necessidades daquele momento. Muitos elementos são reaproveitados de um ano para outro, mas outros tantos são adaptados. É um caminho vivo, em constante evolução”. Em se tratando de emoções e de interações sociais, faz todo sentido.

Por Maurício Oliveira

Fotos: Arquivo pessoal

SONO É O ALICERCE DE UMA VIDA SAUDÁVEL

“SOBRE ELE SÃO CONSTRUÍDOS TODOS

OS DEMAIS PILARES”, DIZ O NEUROCIENTISTA ANDREI MAYER, UMA DAS

VOZES MAIS ATUANTES

DO PAÍS NA DEFESA DA NECESSIDADE DE DORMIR COM QUALIDADE.

Sono é um assunto que, a princípio, não tem segredos. Idealmente, as 24 horas do dia deveriam ser divididas, igualitariamente, entre produzir, desfrutar e dormir. “Produzir” diz respeito ao trabalho e estudo. “Desfrutar” engloba todas as demais atividades: lazer, hobbies, passeios, refeições, convívio com a família e prática de exercícios físicos. Já “dormir” seria, pura e simplesmente, colocar a cabeça no travesseiro, fechar os olhos e acordar renovado no dia seguinte.

A pergunta que não quer calar é: quem, nos dias atuais, está conseguindo seguir à risca essa fórmula tão simples? Quase ninguém, demonstram as estatísticas e a experiência de todos nós no dia a dia. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), dois a cada três brasileiros enfrentam algum tipo de dificuldade relacionada a esta necessidade tão básica.

As múltiplas obrigações, os apelos de lazer até tarde, a interferência das telas, a ansiedade típica da sociedade atual, tudo isso contribui para “boicotar” as noites completas e reparadoras de sono, princípio essencial para a manutenção da saúde física e mental. Sono insuficiente tem implicações à memória, à motivação, ao humor, à libido, aos reflexos, ao aprendizado, à saúde cardiovascular, enfim, traz consequências negativas para todas as funções do corpo e do cérebro. “A ciência já comprovou amplamente que inúmeros problemas surgem quando a pessoa não dorme direito. É lamentável que, mesmo assim, a sociedade não dê a devida atenção a um tema tão importante”, diz o neurocientista Andrei Mayer, que leva informações ao público por meio de canais como o podcast Culpa do Cérebro.

Brasil insone

Diante da sensação de que tudo o que precisa ser feito não cabe no dia, as primeiras concessões das pessoas costumam ocorrer justamente nas horas passadas na cama. Esse é um grande erro – já que, como diz a sabedoria popular, o sono é sagrado. “O raciocínio deveria ser o inverso. A primeira coisa que as pessoas precisam assegurar são as horas de sono, com qualidade, e fazer todas as adaptações necessárias no tempo restante”, diz Mayer.

Ele lembra que adultos devem dormir pelo menos sete horas por noite, enquanto a necessidade mínima para adolescentes é de oito horas. “Essas referências são consenso científico, resultado de muitas pesquisas que identificaram uma série de danos quando esses patamares não são cumpridos.”

Ressalte-se que o tempo de preparação para dormir (escovar os dentes etc), além daquele que ficamos na cama antes de adormecer, não pode ser contabilizado como tempo de sono – são sete horas dormindo efetivamente, no caso dos adultos, o que justifica a reserva de oito horas para o processo completo.

Quais as consequências de não dormir as horas necessárias?

Andrei Mayer: Centenas de pesquisas científicas já relacionaram a duração do sono ao bem-estar, à memória e a vários outros aspectos, inclusive mortalidade. Estudos epidemiológicos feitos com milhares de pessoas, acompanhadas por muitos anos, indicam que quem dorme menos tem maiores chances de morte, por qualquer causa – acidente, ataque cardíaco, infecção, câncer. O sono é importante para reparar micro defeitos no DNA que vão surgindo durante o dia. Mas há também uma relação inversa entre dormir em excesso e mortalidade, até porque dormir demais pode ser um sintoma de que algo não está bem. Por tudo isso, sete horas de sono é o patamar considerado ideal para adultos, sendo que uma margem entre seis e oito horas é aceitável, dependendo de características pessoais e das circunstâncias relacionadas ao momento da vida. Quem tem filhos pequenos, por exemplo, tende a ter o sono prejudicado – é normal e esperado que isso aconteça.

Além da referência principal relacionada às horas de sono, como saber se estamos dormindo bem?

A PRIMEIRA COISA QUE AS PESSOAS PRECISAM ASSEGURAR SÃO AS HORAS DE SONO, COM QUALIDADE, E FAZER TODAS AS ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS NO TEMPO RESTANTE.

O fato inegável é que não estamos conseguindo cumprir, como sociedade, essas recomendações. Prova disso é que o Brasil aparece apenas em 32º lugar entre 50 países listados no ranking de mais tempo de sono recém-publicado pelo World Population Review. De acordo com a pesquisa, os brasileiros dormem, em média, 6 horas e 40 minutos por noite. Nos dois extremos estão a Nova Zelândia, com média de 7 horas e 27 minutos, e o Japão, 5 horas e 52 minutos. A principal diferença entre os três países não está tanto na hora média de acordar, sempre entre 7h e 7h30, e sim na hora de ir para a cama: os neozelandeses adormecem, em média, às 23h29, contra 0h32 dos brasileiros e 0h49 dos japoneses.

Andrei Mayer conversou com a Inside Chapel para esclarecer dúvidas e reforçar a importância do sono.

AM: A falta de sono na quantidade e na qualidade necessárias deixa sinais. Quem presta atenção no próprio funcionamento começa a perceber essa relação com clareza. Se você está se sentindo sem foco, desmotivado, ansioso, irritado, com dificuldade de concentração e falhas de memória, tudo isso pode ser sintoma de carência de sono. Mas há outros sinais mais específicos: você costuma sentir sono no final da manhã ou em vários momentos ao longo do dia? Se isso acontece, são grandes as chances de que está dormindo mal.

Em relação ao consumo de café, quais as orientações?

AM: O ideal é evitar consumir qualquer alimento ou bebida que tenha cafeína a partir do início da tarde, porque, mesmo que você aparentemente consiga dormir bem e por muitas horas depois de tomar café no final da tarde ou à

noite, a qualidade do sono não será a mesma. Nosso corpo demora de cinco a sete horas para se livrar de metade da cafeína que ingerimos, e a cafeína é um estimulante que dificulta alcançarmos os estágios mais profundos do sono. Essas recomendações valem para quem está dormindo bem. Nos casos de quem já identificou que está enfrentando dificuldades para dormir, é preciso cortar completamente o consumo de café. Pode ser uma decisão difícil para muita gente, mas é necessária nesses casos. Aliás, há um teste interessante que todos devem fazer para descobrir se o café está mascarando a necessidade de sono: deixar de tomá-lo um dia e perceber como você funciona. Caso se sinta mais sonolento, com dificuldade de concentração, é sinal de que está dormindo mal e o café está ajudando a disfarçar isso.

Muita gente tem utilizado dispositivos tecnológicos, como relógios, aneis e aplicativos, para avaliar a qualidade do sono. São referências confiáveis?

AS HORAS

DEDICADAS AO SONO SÃO UM

INVESTIMENTO

PARA QUE AS DEMAIS HORAS

DO DIA SEJAM

APROVEITADAS

DA MELHOR

FORMA POSSÍVEL.

AM: O que tenho a dizer sobre esses dispositivos, à luz da ciência, é que podem ser interessantes para registrar os horários e a duração do sono, e também a regularidade das rotinas relacionadas a esse processo, mas nem tanto para avaliar a qualidade do sono. Esses dispositivos medem movimentos do corpo e frequência cardíaca, mas não registram as mudanças no cérebro. Por isso, recomendo o uso com cuidado. Como descrevi anteriormente, a auto-observação é muito mais relevante.

Além do número de horas, a regularidade do sono é importante para o nosso organismo? Dormir cinco horas hoje e nove horas amanhã tem o mesmo resultado prático de duas noites com sete horas de sono?

AM: Infelizmente não funciona desse jeito, pois seria muito mais fácil de administrar. A falta de sono provoca perdas que não

são recuperáveis. A cada dia que dormimos menos que o necessário, estamos ampliando esse passivo. Aquelas pessoas que chegam tão exaustas na sexta-feira e só conseguem dormir, podem até recuperar as horas de sono, mas não as perdas que sofreram. Um bom exemplo prático está no aprendizado das crianças na escola – aquilo que deixou de ser aprendido num determinado dia não tem volta. Dormir mal é como deixar de trocar o óleo do carro no momento certo. Isso causa prejuízos nas engrenagens que talvez nem sejam imediatamente percebidos, mas aparecem lá adiante.

É importante tentar dormir sempre no mesmo horário?

AM: Sim, o ideal é manter um padrão para a hora de dormir e de acordar. Há, no entanto, muitos apelos para não respeitarmos o momento de ir para a cama. Por isso é tão importante ter disciplina. No meu caso, por exemplo, as pessoas já sabem que muito raramente vou a algum compromisso noturno. Só mesmo em ocasiões muito especiais, exceções mesmo, porque minha saúde é a minha prioridade número um. Mas esse foi um aprendizado diretamente relacionado aos meus estudos. Já tive minha fase de não respeitar muito o sono e sei o quanto é difícil mudar hábitos.

Como os pais devem lidar com a intensa agenda social dos filhos?

AM: Esse é, sem dúvida, um ponto de atenção. O excesso de compromissos sociais é um dos fatores que mais prejudica o sono das crianças e dos adolescentes. Por isso é importante impor limites quanto a horários e frequência. Se deixar por conta dos filhos, quase todo dia vai ter festa de aniversário ou outros eventos aos quais eles gostariam de ir. O único caminho é ser seletivo, fazer combinados, estabelecer limites.

A FALTA DE SONO

PROVOCA PERDAS

QUE NÃO SÃO

RECUPERÁVEIS.

A CADA DIA

QUE DORMIMOS

MENOS QUE O NECESSÁRIO, ESTAMOS

AMPLIANDO

ESSE PASSIVO.

O que acontece no nosso organismo durante uma boa noite de sono?

AM: Muita coisa acontece, porque o corpo e o cérebro não estão desligados. Durante o sono, passamos por quatro fases, em ciclos que vão se repetindo: sonolência, sono leve, sono profundo e sono REM (abreviação, em inglês, de Movimento Rápido dos Olhos). Dormir com qualidade é passar por todas as fases do sono por tempo adequado em cada uma delas, o que envolve processos específicos. Por exemplo: quando vamos dormir, nossa frequência cardíaca diminui e vai caindo até chegar no sono profundo, mas volta a subir quando chegamos ao sono REM. No sono REM, fase em que sonhamos de forma mais vívida, nosso corpo sofre imobilização para não encenarmos tudo o que estamos sonhando. Outro detalhe interessante: é normal acordarmos várias vezes durante a noite, pois o esperado é passar mais ou menos 50% do tempo no estágio do sono leve. Apenas não lembramos da maior parte das vezes em que despertamos.

As dificuldades para dormir, que costumavam ser muito associadas a adultos e idosos, atingem agora todas as faixas etárias, incluindo crianças e adolescentes. O que fazer quando é preciso acordar cedo para estudar? AM: O que precisa ser feito é aplicar a matemática, não tem jeito. Se o adolescente tem que acordar às seis e sabe-se que o necessário nessa faixa etária é ter oito horas de sono, ele precisa dormir às dez da noite. Para conseguir dormir às dez, é preciso reduzir as atividades a partir das nove, afastando-se das telas e fazendo algo relaxante, como um banho quente, tomar um chá, ler um livro, ouvir música. Pode parecer um esforço grande para quem está acostumado a um cotidiano mais agitado, mas nosso cérebro aprende as rotinas que apresentamos

a ele. Só não devemos confundir relaxamento com entretenimento. Os jogos online, por exemplo, podem ser divertidos, mas em geral mobilizam o corpo e a mente em direção oposta ao relaxamento necessário para o sono. Como as crianças e os adolescentes têm capacidade de autocontrole reduzida em relação aos adultos, precisam ser monitorados de perto.

Muitas vezes ouvimos falar de gênios da humanidade, como Leonardo Da Vinci e Thomas Edison, que conseguiram produzir muito porque, além do talento, teriam dedicado poucas horas ao sono. Isso de fato aconteceu? AM: Essas lendas são difíceis de comprovar. Temos que tomar cuidado com informações falsas ou que

glamourizam a falta de sono. O que posso afirmar, com certeza, é que, se esses gênios da humanidade de fato produziram tanto dormindo pouco, certamente teriam produzido ainda mais, e vivido com mais saúde, se tivessem sono na quantidade, na qualidade e na regularidade corretas. As horas dedicadas ao sono são um investimento para que as demais horas

COMO MELHORAR SEU SONO

O livro Outlive – A arte e a ciência de viver mais e melhor, do médico Peter Attia (com o jornalista Bill Gifford), dedica um capítulo ao sono, chamado pelos autores de “melhor remédio para o cérebro”. Oncologista que na juventude se vangloriava de “funcionar bem” dormindo poucas horas, Attia começou a mudar de opinião há 12 anos, a partir de uma observação perspicaz de um amigo: “Se o sono é tão desimportante assim, então por que a evolução não se livrou dele? Você não acha que a seleção natural teria eliminado a necessidade de dormir centenas de milhões de anos atrás, a menos que isso fosse absolutamente essencial?”.

Hoje, depois de se aprofundar nos estudos sobre qualidade de vida, Attia se tornou um grande defensor do sono. “Desde que fiz do sono uma prioridade na minha vida, colho os benefícios todos os dias. Não existe sensação mais poderosa do que acordar depois de ter dormido muito, muito bem. Meu cérebro está repleto de novas ideias, fico super animado para treinar e sou uma pessoa genuinamente melhor para quem me cerca”, ele descreve. Confira a seguir dez orientações que o livro apresenta para melhorar a qualidade do sono:

Não beba álcool, que provavelmente é o fator controlável que mais prejudica a qualidade do sono. Se fizer questão, limite-se a uma dose, antes das seis da tarde. A sonolência que o álcool provoca não é sinônimo de sono de qualidade.

Faça a última refeição do dia pelo menos três horas antes de dormir.

Só use estimulantes eletrônicos até duas horas antes de dormir. Se tiver problemas para adormecer, evite qualquer tela nesse período.

Na última hora antes de dormir, evite fazer qualquer coisa que gere ansiedade, como ler e-mails de trabalho ou entrar nas redes sociais. São ações que ativam áreas do cérebro propensas a preocupações.

Um banho quente antes de dormir ajuda a sinalizar ao cérebro que é hora de dormir, por conta da redução da temperatura corporal ao se deitar na cama fria.

A temperatura ideal do quarto é em torno de 18 graus.

Deixe o quarto completamente no escuro – de preferência, a ponto de não conseguir enxergar a mão a um palmo de distância. Uma alternativa é usar máscara de dormir.

Conceda a si mesmo o tempo necessário até adormecer – não vá para a cama no momento exato em que você precisaria dormir para completar as horas necessárias de sono.

Sempre que possível, acorde no mesmo horário, inclusive nos finais de semana. Isso implica manter o padrão também no que diz respeito à hora de dormir.

Não fique obcecado com seu sono, especialmente se estiver tendo problemas para dormir. Se precisar de um despertador, não deixe o horário virado para você durante a noite, pois isso aumenta a ansiedade por não estar conseguindo descansar.

do dia sejam aproveitadas da melhor forma possível, com o máximo de desempenho físico e mental.

Que caminho deve ser percorrido quando a pessoa está enfrentando dificuldades para dormir? Que tipo de ajuda pode ser procurada?

AM: Há médicos e psicólogos especializados em sono, mas, antes de buscar o apoio de fármacos ou de suplementos, a pessoa precisa avaliar o estilo de vida e considerar a necessidade de mudar hábitos. Remédios não proporcionam um sono tão restaurador quanto o natural e, além disso, podem criar dependência. É importante atuar em uma série de aspectos práticos ligados à chamada “higiene do sono”, como iluminação, barulho, colchão, travesseiro. E nunca esquecer que uma boa noite de sono é construída também ao longo do dia. Expor-se à luz natural, por exemplo, é fundamental, especialmente no começo da manhã e no final do dia. Escolhi um apartamento com uma varanda justamente porque um dos fatores que afetam o sono é o tictac do nosso relógio biológico, que precisa ser ajustado todos os dias – e o estímulo mais importante para isso é a luz natural. Quinze minutos desse estímulo luminoso já fazem muita diferença para ter o sono regulado na hora certa.

Além da qualidade do sono, quais são os principais conselhos para que uma pessoa tenha boa qualidade de vida e alta performance? AM: O desequilíbrio no sono é um forte indício de abalo das dimensões que compõem uma vida saudável, a exemplo de alimentação, atividades físicas, convívio com a família, controle do estresse e da ansiedade. Pode-se dizer que o sono é o grande alicerce para sustentar todos esses pilares – se esse alicerce não estiver suficientemente sólido, todo o resto tende a desmoronar. É por isso que cuidar do sono deve ser visto como um passo essencial para uma vida saudável e uma boa performance nas nossas diversas atividades. Esse tema nem deveria ser tão complicado, porque somos projetados para dormir. Esse é o nosso estado natural.

A CIÊNCIA JÁ COMPROVOU

AMPLAMENTE

QUE INÚMEROS

PROBLEMAS SURGEM

QUANDO A PESSOA

NÃO DORME DIREITO.

AS CONSEQUÊNCIAS DO SONO INSUFICIENTE

Andrei Mayer chama a atenção de pais e mães para as consequências no cotidiano escolar de crianças e adolescentes que não dormem o suficiente: “Há dificuldade para acompanhar as aulas, absorver o conteúdo, interagir com colegas e professores. Se vários alunos estão dormindo mal, como tem acontecido com frequência, a turma inteira é prejudicada, já que o ritmo de aprendizado cai e o planejamento das aulas precisa ser redimensionado.” Abaixo, o neurocientista detalha os impactos do sono insuficiente em cada faixa etária:

Crianças de 3 a 5 anos

Nessa faixa etária, as crianças necessitam de aproximadamente 10 a 13 horas de sono por dia, incluindo eventuais sonecas. Como tendem a ser mais “matutinas”, nessa idade recomenda-se que o horário de dormir seja estabelecido entre 19h e 21h, garantindo um sono contínuo e de qualidade durante a noite. A consistência na rotina de sono, com horários regulares para dormir e acordar, é fundamental para a consolidação do ritmo circadiano e para o desenvolvimento saudável do cérebro - fator crítico nessa fase. Além disso, contribui para a qualidade do descanso, essencial para o crescimento, desenvolvimento cognitivo e regulação emocional.

Crianças de 6 a 11 anos

Para as crianças em idade escolar, recomenda-se entre 9 e 12 horas de sono por noite. Como elas mantêm o perfil geralmente matutino, é ideal que o horário de dormir fique entre 20h e 21h, considerando a necessidade de acordar cedo para a escola. Nesta fase, manter um ritmo de sono regular é essencial, pois o cérebro continua em rápido desenvolvimento e o sono desempenha um papel fundamental nesse processo.

Adolescentes de 12 a 18 anos

Para os adolescentes, as diretrizes atuais recomendam que se durma entre 8 e 10 horas por noite. No entanto, mudanças naturais no ritmo circadiano fazem com que desenvolvam um perfil mais vespertino, com tendência a dormir e acordar mais tarde. Esse deslocamento do relógio biológico pode reduzir a quantidade total de sono caso os horários de despertar não sejam ajustados adequadamente, impactando negativamente a função cognitiva, o humor e o desempenho escolar. Assim, além de manter uma rotina consistente, é fundamental que os adolescentes adotem práticas que favoreçam uma boa higiene do sono. Entre elas, limitar a exposição a dispositivos eletrônicos e à luz intensa nas horas que antecedem o horário de dormir contribui para um descanso adequado e restaurador.

ALUMNUS

Por Paula Veneroso Fotos: Reinaldo Borges

O NEUROCIRURGIÃO

PEDIÁTRICO HAMZAH YOUSSEF SMAILI MANTÉM NA VIDA OS ENSINAMENTOS RECEBIDOS NA CHAPEL, PRINCÍPIOS QUE SEMPRE FORAM AFINS AO PROPÓSITO DA SUA FAMÍLIA: HONESTIDADE, INCLUSÃO E RESPEITO. FORMADO NA TURMA DE 2010, ELE RELATA ALGUMAS MEMÓRIAS DO COLÉGIO, ONDE AS PEQUENAS ROTINAS FIZERAM TODA A DIFERENÇA.

“RESPEITAR AS

DIFERENÇAS E ACOLHER. ISSO É O QUE A CHAPEL DEIXOU EM MIM”

Assim como a sua mãe e seus tios, seus primos e irmãos, Hamzah frequentou a Chapel do Kindergarten ao último ano do High School. Ele diz que tudo começou com o seu avô materno, um libanês que chegou ao Brasil trabalhando como mascate e construiu a vida e família aqui:

“Quando começou a ter uma condição melhor de vida, e prezava muito pela educação dos filhos, ele foi procurar os melhores colégios para eles”. Escolheu a Chapel porque, como uma escola cristã, tinha as mesmas concepções da sua religião, o islamismo. “São princípios parecidos, que primam pela honestidade e pela não agressão ao outro, num ambiente em que prevalece o respeito às diferenças”, conta Hamzah. Por conta disso, seus pais e tios deram continuidade à tradição – assim como ele e seus quatro irmãos, a maioria dos primos e primas estudaram ou ainda estudam na Chapel. Dos seus irmãos, duas, Lamis e Yassmin, já se formaram, e agora os gêmeos Abdul e Mahamad, do 11º ano, serão os próximos a se graduarem sob a mesma chancela.

Clima familiar

Para ele, mais do que uma formação acadêmica, o colégio é para a vida, e o maior destaque é o “clima familiar”. “Não importava a série, as pessoas eram muito, muito unidas, e tínhamos uma conexão muito forte”, explica, complementando: “Na minha, em particular, havia coreanos, chineses, japoneses, mexicanos, colombianos, espanhóis, libaneses, italianos. Olha quanta gente de lugares diferentes, né? E a gente se respeitava muito. A minha sala era muito legal, porque todos os professores falavam que era muito diferente”.

O desenvolvimento de habilidades socioemocionais e de inteligências, como Hamzah descreve, foi decisivo para a sua trajetória. “Foi muito importante para todos nós, e não apenas no colégio, mas para o futuro, pois aprendemos a interagir com pessoas na faculdade e, depois, no mercado de trabalho, sabendo como nos portar. Tudo isso foi maravilhoso

para mim, pois, ao encontrar e me relacionar com os mais diversos tipos de pessoas, estava tudo certo, não tinha nada de estranho. Tudo e todos são diferentes e está certo”, define.

Clubes e voluntariado

Fator fundamental para seu relacionamento no colégio foi a participação nos clubes, e Hamzah integrou os principais: começou pelo StuCo (Grêmio Estudantil), e teve passagem pelo NHS (National Honor Society) e pelo MUN (Modelo das Nações Unidas). “Eu participava em períodos diferentes, como um teste, e pude integrar os mais importantes”, conta, lembrando que o trabalho voluntário foi marcante, tantos nos clubes quanto no projeto de CAS – Criatividade, Atividade e Trabalho Comunitário) do Currículo IB (International Baccalaureate). “Nos meus últimos dois anos construímos uma biblioteca, numa escola da periferia de São Paulo.

A CHAPEL FOI

MUITO POSITIVA

PARA MIM. AS PESSOAS QUE

NÃO SE SENTEM

TÃO ACOLHIDAS

EM QUALQUER

AMBIENTE SÃO

ACOLHIDAS LÁ.

NÃO IMPORTAVA

A SÉRIE, AS

PESSOAS ERAM

MUITO, MUITO

UNIDAS, E TÍNHAMOS

UMA CONEXÃO

MUITO FORTE.

Arrecadamos livros, material de construção e a gente foi lá e fez a biblioteca”, conta. Em parceria com uma ONG, providenciaram a construção e a adequação de um espaço, conseguiram os livros e formaram uma biblioteca para as crianças que participavam de um projeto assistencial. “Foi a Chapel que nos proporcionou esse tipo de aprendizado”, afirma. Além dos clubes, sua maior participação no colégio se deu pelo esporte, notadamente o basquete, modalidade que praticou durante toda a vida acadêmica: “Ah, o basquete eu nunca parei, joguei todos os anos, em todas as equipes”.

Pequenas rotinas

No dia a dia escolar, as pequenas rotinas são sua melhor lembrança. “Lembro-me de muita coisa boa, e são pequenas coisas. Às vezes, sentar depois da aula lá na biblioteca e esperar os pais chegarem era a melhor coisa do dia, sabe? A interação com os professores, a hora do almoço,

ENCONTRAR

PESSOAS

DIFERENTES E

SABER LIDAR,

SABER ACOLHER

DIFERENÇAS

E FALAR EM PÚBLICO

FEZ TODA A DIFERENÇA.

e aqueles joguinhos de bola que a gente fazia depois do almoço.

E as piadinhas, que todo mundo levava muito na brincadeira, não tinha ofensa, nada. Eram sempre brincadeiras amigáveis. É isso que me dá saudade”, rememora.

Após o High School, o ambiente agradável do colégio deu lugar às hostilidades da vida adulta, quando Hamzah recorreu às “inteligências” internalizadas para enfrentar as adversidades. Passando pelo cursinho até a faculdade de medicina, e chegando à residência médica. “A Chapel era uma casa para mim. E aí, fui para aquele ambiente de cursinho, onde era, um querendo “comer” o outro. Eu lembro bem disso, e quase desisti de medicina”, conta. Ele diz que, apesar de ter aplicado e sido aprovado em universidades fora do Brasil, escolheu ficar aqui a fim de permanecer próximo da família: “Era muito importante para a minha mãe que eu ficasse aqui, perto dela, pois somos muito próximos”.

A boa notícia é que ingressou na Faculdade Santa Marcelina, na capital. “Eu passei em outras cidades também, mas acabei tentando de novo em São Paulo e consegui. Nossa, uma faculdade muito legal, o mesmo clima, aquele clima familiar da Chapel! Era tudo muito parecido mesmo. Eu ia muito bem na faculdade”, conta, revelando: “Na Chapel eu ia mais ou menos. Na faculdade, eu ia muito bem. Passei no IB, tudo certo. Mas na faculdade eram notas acima de nove, muitos dez, e na Chapel era sete, oito”, ri.

Crescimento pessoal

Foi na universidade que Hamzah sentiu verdadeiramente os resultados da Chapel na sua vida acadêmica. Além da proficiência em inglês, que facilitou sua incursão na sua área da neurocirurgia, as habilidades de comunicação oral para falar em público se destacaram: “Eu sou

uma pessoa tímida, mas a Chapel me instigou a melhorar isso. Na faculdade, percebia que as pessoas tinham dificuldade, enquanto eu fazia boas apresentações. Na verdade, encontrar pessoas diferentes e saber lidar, saber acolher diferenças e falar em público fez toda a diferença”, resume.

Atualmente, o neurocirurgião pediatra, especializado em doenças do cérebro, da coluna e dos nervos de crianças – mas que também opera adultos –, segue uma rotina de cirurgias semanais, atendimento em consultório próprio e prontidão para emergências. Mesmo atuando em quatro hospitais da capital, ele consegue se manter calmo e com uma rotina tranquila, ou estratégica, como ele explica: “Quinta-feira é o meu dia de operar. Às quartas, eu atendo no consultório e, às sextas, eu fico de sobreaviso para emergências. Segundas e terças são meus dias coringa, pois às vezes opero fora de São Paulo. Tenho uma

rotina tranquila por escolha, não acho bom me cansar em plantões quando posso oferecer um atendimento excelente em emergências e cirurgias programadas”. Nos momentos de lazer, a família é a sua principal escolha: “Eu fico em casa com meus irmãos, vamos à mesquita, saímos para jantar, almoçar, somos bem caseiros”. Suas impressões da Chapel são muito positivas. “Na minha sala, na minha turma, ela ajudou todo mundo a crescer como pessoa. Isso é bastante importante”, afirma, indo além: “Eu acho que o aluno da Chapel é mais bem preparado do que o aluno de outros lugares. Porque esse colégio nos ensina formas diferentes de raciocinar. Claro que existem pessoas acima da média em todos os lugares, mas o aluno da Chapel consegue ver um panorama geral, solucionar problemas, entender situações, gerir pessoas. E isso tudo são inteligências. Dentre todas as escolas, a Chapel continua sendo única”.

A CHAPEL NOS ENSINA FORMAS DIFERENTES DE RACIOCINAR, DE SOLUCIONAR PROBLEMAS. E ISSO SÃO INTELIGÊNCIAS.

O MANIFESTO DO PIJAMA

Te m gente que faz maratona de séries tolas, que ouve podcasts de true crime e que chegou na fase número 17.090 do Candy Crush. O meu hobby secreto é ler dicas de autoajuda empresarial, com exemplos práticos da rotina de grandes empreendedores.

Vejam, por exemplo, a rotina deste CEO fictício: ele acorda às cinco da manhã e toma um copo grande de água morna saborizada com limão. Sai para correr ao nascer do sol e percorre cinco quilômetros no parque. Depois volta para casa, toma um banho frio, come uma torrada de abacate com ovos (iogurte grego às sextas-feiras) e antes das sete está no computador para a primeira reunião do dia.

Eu me divirto muito com esses relatos, que costumo ler de pijamas. E fico pensando: quantas horas por noite esses sujeitos dormem?

A resposta está nos próprios relatos: Jack Dorsey, do Twitter, vive se gabando de precisar só de quatro a seis horas de sono por noite. Tom Ford, da Gucci, diz que só tem necessidade de três. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também declarou que só dorme de três a quatro horas.

E ainda assim, o neurocientista Matthew Walker, autor de Por que nós dormimos , é categórico: quase ninguém é capaz de funcionar bem com poucas horas de sono. A pessoa pode até acreditar que está bem, mas os danos são significativos e até irreversíveis. Ele cita um colega, também

Por Vanessa Barbara Fotos: Arquivo Pessoal

especialista em sono 1, o dr. Thomas Roth: “O número de pessoas que conseguem sobreviver com cinco horas de sono ou menos sem qualquer comprometimento, expresso como uma porcentagem da população e arredondado para um número inteiro, é zero.”

Dormir menos do que seis ou sete horas por noite corroi o sistema imune do indivíduo, dobrando os riscos de câncer. Também aumenta as chances de desenvolver Alzheimer, diabetes, doenças cardiovasculares, infarto e todo tipo de distúrbios psiquiátricos. Ainda de acordo com Walker, quanto menos o indivíduo dorme, mais curta é sua vida. Eu, particularmente, preciso de nove a onze horas de sono para funcionar bem. Ao longo da vida, fui diagnosticada com uma porção de parassonias, ou distúrbios de sono: hipersonia idiopática, atraso de fase, sonambulismo, paralisia do sono, terror noturno, enurese, transtorno comportamental do sono REM e pesadelos recorrentes. Já fui vista cochilando em uma palestra sobre narcolepsia, o que me pareceu adequado. Também continuei a dormir diante da sirene ensurdecedora de incêndio em um hotel na Inglaterra –por sorte, era só alarme falso. De modo que também me considero uma especialista em sono. Tenho credenciais no currículo e vasta experiência. E, assim como os meus colegas que são de fato especialistas, tento pregar a palavra a quem se dispuser a ouvir: poucas coisas são mais importantes na vida do que respeitar os seus horários e necessidades de sono. Em um mundo onde é comum ouvir pessoas bem-sucedidas dizendo dormir pouco, assumir o amor ao pijama não é uma tarefa fácil.

Ainda mais para quem sofre de algum distúrbio e não se adapta ao que é considerado normal. No meu caso, tenho uma disfunção do ritmo

circadiano, que é a variação das funções biológicas do organismo ao longo de 24 horas. Por algum motivo que ninguém sabe ainda explicar direito, quem possui a síndrome do atraso das fases do sono (SAFS) não responde bem aos estímulos do ambiente (luz do sol, por exemplo) e não consegue regular o ciclo sono-vigília de uma forma, digamos, habitual. As causas talvez sejam genéticas.

Os especialistas também chamam a SAFS de jet lag social: estamos falando daquela pessoa que só consegue pegar no sono muito tarde, de madrugada, e não é capaz de acordar cedo de jeito nenhum. Ou acorda cedo com muito custo e passa o dia inteiro imprestável de sono. E aí chega a noite e essa pessoa está animadíssima e não consegue dormir cedo, por mais que a pressão do sono seja forte.

E aí tem duas coisas que são diferentes: uma delas é o cronotipo, que é inato, mas pode ser maleável em certa medida, ou seja, os indivíduos têm inclinações matutinas ou vespertinas, mas conseguem funcionar fora dos seus horários naturais sem grandes prejuízos para o corpo. E outra coisa é o distúrbio, a disfunção – em alguns países a SAFS é inclusive tratada como uma deficiência –, que são esses cronotipos muito extremos que não respondem a tentativas de ajuste.

Em casos mais graves, como o meu, o corpo só dorme naturalmente lá pelas seis ou sete da manhã. Para piorar, também tenho uma hipersonia idiopática, então acordo todos os dias com despertador à tarde.

Passei anos tentando adiantar os meus horários, mas nunca consegui me adaptar. Aliás, a margem de manobra parece ser só de duas ou três horas. O tratamento inclui fototerapia ao acordar (com sol ou lâmpada específica), diminuir a exposição noturna à luz artificial, tomar melatonina (doses baixas em um horário preciso,

determinado pelo médico) e tomar remédios para dormir mais cedo. Esse protocolo precisa ser seguido à risca. Higiene do sono é cosquinha para quem tem um distúrbio grave do sono – a gente sabe tudo de cor, o que deve ser feito, o que não deve ser feito, mas não é suficiente.

Eu tomava um remédio para dormir às duas da manhã, acordava às onze e passava o resto do dia à base de estimulantes. Remédio pra dormir, remédio pra acordar. E ainda assim, vivia exausta e deprimida – o resultado que geralmente se dá quando a gente tenta se forçar a ser diferente do que é.

Ao longo dos anos, entendi que o melhor que eu poderia fazer era adaptar a minha rotina de trabalho e abrir mão de certas coisas (sendo que a primeira a ir embora foi a aparência de normalidade). E deu certo. Por sorte, minha profissão permite uma grande flexibilidade de horários: sou jornalista, tradutora e escritora, com onze livros publicados, vários prêmios na estante e uma expressiva carreira internacional. Aliás, fica a dica: quando você trabalha com pessoas que vivem em diferentes fusos horários, ninguém estranha suas idiossincrasias de sono.

Escrevi todos os meus livros durante a madrugada. Vários deles falam do assunto, como o romance Noites de alface, de 2013, que tem um protagonista insone. Meu último livro, Três camadas de noite, lançado em maio pela editora Fósforo, fala sobre a relação entre sono e distúrbios mentais, ainda mais para quem acabou de ter um bebê. No livro eu menciono que o escritor tcheco Franz Kafka era notívago e escrevia maravilhosamente bem de madrugada. A literatura traz vários exemplos de escritores com um cronotipo diferente do padrão: Victor Hugo, Baudelaire, Maupassant, Flaubert e Proust.

Mas não precisa ser um artista atormentado para ter desavenças sérias

1 “O número de pessoas que podem sobreviver com cinco horas ou menos de sono sem nenhum prejuízo, expresso como uma porcentagem da população e arredondado para um número inteiro, é zero.”

Matthew Walker: “Durante a puberdade, a regulagem do tempo do núcleo supraquiasmático é progressivamente avançada: uma alteração comum entre todos os adolescentes, seja qual for sua cultura ou localização geográfica. Na verdade, o avanço é tamanho que chega a superar a regulagem do tempo dos pais.

com os horários de funcionamento do mundo lá fora: já está cientificamente estabelecido2 que na puberdade há um atraso natural das fases do sono, ou seja, que os adolescentes só conseguem dormir mais tarde. Isso independe de variáveis culturais e geográficas: é fisiológico, ou seja, involuntário. Ao contrário do que muitos pensam, não tem nada a ver com redes sociais e preguiça.

Tanto que, nos últimos anos, há um movimento internacional de médicos especialistas para atrasar o horário de entrada dos adolescentes nas escolas. Desde 2014, a Academia Norte-Americana de Pediatria defende3 que as escolas dos anos finais do ensino fundamental e médio adotem horários de entrada mais tardios. Em 2019, o estado da Califórnia foi pioneiro em aprovar uma lei obrigando os estabelecimentos de ensino a atrasar o horário de início das aulas: por lá, nenhuma turma de ensino médio pode começar as atividades antes das 8h30.

Retirar o sono do âmbito da moralidade e devolvê-lo a seu lugar de direito – o da necessidade fisiológica – é um ótimo começo. Em vez de admirar empresários aparentemente suicidas com suas máquinas de café expresso, podemos aplaudir os corajosos profissionais que não abrem mão de uma boa noite de sono. Mesmo porque só assim nós podemos realizar nosso trabalho de forma mais cuidadosa e responsável.

2 Aos nove anos, o ritmo circadiano faz a criança adormecer por volta das nove da noite, impelida em parte pela maré montante de melatonina nessa hora característica dessa faixa etária. Quando o mesmo indivíduo chega aos 16 anos, o ritmo circadiano sofre uma enorme mudança para a frente em sua fase cíclica. A maré montante de melatonina e a instrução de escuridão e sono estão a muitas horas de distância. Em virtude disso, o adolescente de 16 anos não costuma ter interesse algum em dormir às nove da noite — na verdade, a vigília máxima costuma ainda estar em ação a essa hora. No momento em que os pais estão ficando cansados, já que seu ritmo circadiano sofre um declínio e a liberação de melatonina instrui sono — lá pelas dez ou onze da noite —, o filho adolescente pode ainda estar completamente desperto. Mais algumas horas devem se passar antes que o ritmo circadiano de um cérebro adolescente comece a desativar o estado de alerta e permitir que um sono fácil e profundo [...]

Se mesmo assim a questão permanece desconcertante para os pais, uma forma diferente de formular e talvez apreciar tal disparidade é esta: pedir que um adolescente se deite e adormeça às dez da noite é o equivalente circadiano de pedir que você, seu pai ou sua mãe durmam às sete ou oito da noite. Não importa a veemência com que você dê a ordem, não importa quanto esse adolescente deseje verdadeiramente obedecer à sua instrução e não importa que quantidade de esforço deliberado seja aplicado por qualquer uma das duas partes, o ritmo circadiano de um adolescente não será milagrosamente persuadido a mudar. Além disso, pedir a esse mesmo adolescente que acorde às sete na manhã seguinte e funcione com intelecto, elegância e bom humor é o equivalente a pedir que você, pai ou mãe, faça o mesmo às quatro ou cinco da manhã.

Infelizmente nem a sociedade nem nossas atitudes parentais são bem planejadas para compreender ou aceitar que os adolescentes precisam de mais sono do que os adultos e que eles são biologicamente programados para obter esse sono em horários diferentes dos pais. É bem compreensível que os pais se sintam frustrados, já que acreditam que os padrões de sono dos adolescentes refletem uma escolha consciente e não um fato biológico. Todavia, esses padrões são não voluntários, não negociáveis e fortemente biológicos. Nós, pais, deveríamos ter a sabedoria de aceitar esse fato e abraçá-lo, incentivá-lo e louvá-lo, a menos que desejemos que nossos filhos estejam sujeitos a anormalidades decorrentes de um desenvolvimento inadequado do cérebro ou lhes imponhamos um risco mais elevado de desenvolver doença mental. https://publications.aap.org/pediatrics/article/134/3/642/74175/School-Start-Times-for-Adolescents?autologincheck=redirected

3 A Academia Americana de Pediatria apoia fortemente os distritos escolares que contemplam a possibilidade de atrasar o horário de início das aulas como forma de otimizar o sono e o estado de alerta no espaço de aprendizagem e incentiva todos os gestores escolares e outros interessados nas comunidades de todo o país a analisarem as evidências científicas sobre o horário de início das aulas, a começarem as discussões sobre essa questão e a avaliar sistematicamente o impacto dessas mudanças em toda a comunidade (por exemplo, no desempenho acadêmico, no orçamento da escola, nos padrões de trânsito, na retenção de professores).

https://www.startschoollater.net/press-releases/nine-states-consider-school-start-time-legislation-in-2023

SPOTLIGHT

“A ÁRVORE GENEROSA”: LIVRO REÚNE

ECEC, ES E HS

EM FASCINANTE PROJETO INTERDISCIPLINAR

Algumas das muitas possibilidades de leitura, interpretação e representação de uma obra literária foram vivenciadas pelos estudantes das três divisões da Chapel, num projeto interdisciplinar envolvendo as áreas de leitura (inglês e português), música e artes. O livro escolhido para o projeto foi o clássico “A árvore generosa”, de Shel Silverstein, obra repleta de metáforas desafiantes, apresentadas numa simplicidade cortante que ao mesmo tempo inquieta e faz refletir acerca das ações humanas. O resultado desse importante projeto foi apreciado pela comunidade escolar em exposição realizada em novembro passado.

ECEC – Metodologia Ativa

Para o ECEC (Pre II e Kinder), o projeto começou com uma atividade para instigar a curiosidade das crianças sobre a protagonista dos livros - árvore - que seriam lidos em sala de aula nos meses seguintes. No Kindergarten, a professora de português Daniela Hayashida fez a leitura do livro em classe e os alunos foram incentivados a produzir um desenho sobre a parte da obra que mais gostaram e, depois, apresentaram para as turmas do 2º ano do ES, explicando suas escolhas. Baseada nas Metodologias Ativas,

tal metodologia envolve o processo de tornar o pensamento visível por meio de ilustrações, aguçando a curiosidade das crianças para a introdução de conceitos curriculares como sequência narrativa, personagens e ambientação. Ampliando o repertório dos alunos, foram apresentados e lidos mais oito livros sobre a temática – árvore –, o que aguçou a curiosidade das crianças, propiciando a produção de novos desenhos que mostravam a introdução, o desenvolvimento e a conclusão das histórias.

A sequência narrativa foi trabalhada também com as turmas do Pre II, que participaram ativamente do projeto. Segundo a professora de português do ECEC, a iniciativa foi bastante apreciada pelos pais, que elogiaram a integração da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio: “Na reunião de pais, muitos relataram o engajamento dos filhos no projeto, pois levaram o tema para casa, o que é muito importante, já que a verdadeira aprendizagem transcende a sala de aula. Além disso, o projeto possibilitou o trabalho com os cinco campos de experiência da BNCC: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações”, explica.

Nas aulas de artes, interligadas às aulas de português, as crianças do Kinder escolheram três espécies de árvores – Salgueiro, Pinheiro e Coqueiro –, cujos troncos e folhas foram reproduzidos num banner. O passo seguinte foi decorar as árvores utilizando materiais de diversos tipos, e apresentá-las na exposição.

ES – Desenvolvimento Curricular

As turmas do 1º ano do ES iniciaram o projeto com a audição e discussão do livro. Depois, escreveram numa folha o trecho que mais gostaram da obra, que foi colocada dentro de um envelope, parte do Story Envelope Project. Já as turmas do 2º ano, após a leitura do livro, fizeram uma dinâmica de “cabo de guerra”, em que um lado defendia a árvore, e outro, o homem. Além disso, os alunos foram estimulados a escrever um poema, expressando os sentimentos que a história provocou em cada um. “Essa dinâmica, de pensamento visível, nos oportunizou falar sobre sentimentos e

outros aspectos socioemocionais. Mais do que o impacto socioemocional , ao falar sobre sentimentos e o que move as pessoas, essas atividades proporcionaram um importante impacto acadêmico”, explica Paula Busso, professora suporte de leitura de inglês do ES: “Com essa leitura, conseguimos desenvolver vários aspectos do currículo como o uso de adjetivos para descrever os sentimentos dos personagens, bem como a ambientação e a sequência narrativa, e chegamos até mesmo a discutir a problemática da história e o desfecho”.

Os desenhos dos alunos do Kinder foram enviados às turmas do 2º ano, que, sob orientação da professora de artes Cristina El Dib, foram transformados em esculturas tridimensionais de argila branca. Depois de devidamente pintadas, as esculturas foram presenteadas aos autores do ECEC. O projeto da Árvore Generosa envolveu ainda os integrantes do Art Club, que reúne estudantes do 4º ao 6º ano: Ms. El Dib contou-lhes a história do livro e apresentou-lhes uma versão musicada da obra, a fim de estimulá-los a refletir sobre o significado

da história. “Depois, cada reflexão individual se transformou numa imagem, que foi gravada em madeira, bem como uma frase, que foi escrita numa folha de papel reciclado doado pelos integrantes do clube Giving Project”, conta a professora de artes, ressaltando a importância do projeto:

“Observamos o impacto do projeto na reunião de pais, pois possibilitou conversas profundas nas famílias, tanto na escola quanto em casa”.

HS – Reflexão e Crítica social

O projeto interdisciplinar encontrou a música nas turmas do 8º ano, com o professor Caio Oliveira. As frases

originadas das reflexões dos alunos do ES foram gravadas em vídeo, como depoimentos, e serviram de inspiração aos alunos do HS, que usaram a criatividade para compor, em duplas, músicas relacionadas ao tema. Os estudantes do 8º ano também leram o livro para complementar seu repertório a fim de, segundo o professor, “refletirem sobre o tema e serem capazes de tecer críticas sociais e aplicações do que perceberam no livro e veem na sociedade”. Parte integrante da unidade “Músicas de Protesto”, do currículo de música do

colégio, as canções foram gravadas e disponibilizadas em arquivo digital, e puderam ser ouvidas por meio de QrCode na exposição do projeto.

E POR FALAR EM ARTES... INSETOS TOMAM CONTA DA SALA DE ARTES DO ES

A invasão começou aos poucos, teve início em agosto, mas somente no final de setembro todos puderam subir nas mesas para apreciar a grande obra de arte operada na sala de artes do ES, cujo piso foi tomado por desenhos realísticos de insetos e outras espécies de bugs. Todos eles se relacionam num ambiente colorido e harmônico.

Projeto anual coordenado pela professora de artes Cristina El Dib, a arte no piso da sala é feita pelos alunos do 6º ano como uma espécie de graduação em artes do Elementary School. “Depois de tantos anos tendo aulas comigo, os alunos do 6º ano se despedem com essa produção, que a cada ano tem um tema diferente”, explica a professora, satisfeita e ao mesmo tempo saudosa dos seus pequenos artistas que se preparam para cursar o High School. Entre os temas já registrados no piso da sala, estão desde floresta tropical a fundo do mar, e, este ano o escolhido foi “Bugs and Insects”.

Assim que o ano letivo se inicia, os alunos começam a desenhar em pequenas proporções a partir de referências apresentadas pela professora. Praticam os desenhos de observação realista na white board table, e, quando eles avançam na proporção, nas linhas, na textura e nas

formas, passam para a folha de papel A4, com lápis 4B e 6B para treinarem a proporção em volume e cor, os chamados sombreamentos. Depois, ampliam o desenho, gradativamente, praticando na mesa ou no papel. Em seguida, cada um escolhe um lugar no chão para aplicar a sua produção.

E aí começa a pintura: desenham com giz e pintam com guache. Com os desenhos individuais finalizados, começam a se conectar para produzir o fundo. No final do processo é aplicado um selante, pelos funcionários do colégio, e então o trabalho fica protegido.

“Começamos em agosto e terminamos em fins de setembro, e, no final, os alunos sobem nas mesas para observar de cima. É muito gratificante, porque após o processo os alunos se sentem muito satisfeitos com o produto final, e os pais vêm para fotografar. É emocionante ver a autoestima elevada dos alunos”, comenta a professora. Mas não é só isso, o projeto é uma verdadeira vivência artística, com ambientação e música durante a produção, “que vai muito além do desenvolvimento de uma técnica artística”, afirma Ms. El Dib.

ATITUDES IMPENSADAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS:

PALESTRAS PARA PAIS E ALUNOS DO HS REITERAM RISCOS DE EXPOSIÇÃO DIGITAL

As inevitáveis consequências de comportamentos digitais inseguros foram o principal tema da palestra ministrada aos alunos do High School, em agosto passado, pela advogada Patricia Peck, especialista em segurança digital. Conectada ao programa de Cidadania Digital, presente há muitos anos na Chapel, a exposição tratou de atualizar os alunos sobre aspectos da legislação, bem como reiterou os riscos da exposição digital. “Basicamente continuamos a explanar para os jovens que suas atitudes no mundo digital trazem consequências, e que eles devem ser responsáveis pelo seu comportamento, não somente no mundo físico”, explica o professor Javier Rebagliati, coordenador de Tecnologia da Chapel. Para os pais, que tiveram a oportunidade de participar da palestra com a mesma especialista meses antes dos filhos, esse tipo de orientação é sempre relevante porque eles próprios integram uma geração que não cresceu com a internet, portanto, “podem não conhecer a fundo os riscos que o ambiente digital produz. Uma conta inocentemente aberta para os filhos num aplicativo como TikTok, por exemplo, pode propiciar contatos com estranhos e, consequentemente, expor crianças e jovens a situações de violência não previstas”, afirma Erika Ferreira, orientadora educacional do 4º ao 8º ano da Chapel. Dessa forma, o papel da família como extensão do que se trabalha no colégio é imprescindível no monitoramento das atividades digitais dos filhos, pois os riscos só tendem a crescer.

Para os alunos, foi ressaltado o impacto negativo que uma atitude impensada nas redes sociais pode provocar em suas vidas. Por meio de rastros e pegadas digitais, a dra. Peck deu exemplos de atitudes que podem não ter, necessariamente, consequências criminais, mas que impactam no âmbito social, como alunos que perderam vagas em universidades por brincadeiras virtuais as quais foram interpretadas pelos selecionadores como racismo ou exposição indevida de pessoas. “Nas aulas de Cidadania Digital, tratamos sobre estas questões olhando de diversos pontos de vista, inclusive ético e legal, porém, somos educadores e não especialistas em legislação. Desta forma, ouvir de uma advogada, com a autoridade que lhe compete, que atitudes muitas vezes pueris podem se constituir crime é importante para a conscientização dos estudantes”, afirma Ms. Ferreira.

Segundo Mr. Rebagliati, o maior impacto de atividades como essa é o desenvolvimento da consciência sobre a seriedade das ações de cada um no mundo digital. “Os alunos ficam mais preocupados em se proteger, e acredito que os faça pensar, por exemplo, na importância de não compartilhar suas senhas ou de usar seus nomes em ações irresponsáveis”, afirma. Esse esforço conjunto, do colégio e dos pais, para educar os alunos quanto à responsabilidade de suas atitudes e consequentemente segurança no uso de recursos digitais, é resultado do programa de Cidadania Digital, que engloba, além de palestras, aulas semanais, acordo assinado pelos alunos e famílias, aulas no programa Advisory e capacitação para os professores.

CLUBE THE GIVING PROJECT DIRIGE AÇÃO BENEFICENTE

COM RECICLAGEM

DE PAPEL

Eles têm entre 7 e 10 anos de idade, frequentam o Elementary School e conhecem, com propriedade, todas as etapas da produção de papel reciclado. Quem são? A turma do The Giving Project, clube da Chapel que tem como objetivo usar a criatividade e se valer de autonomia para dirigir uma ação beneficente. “Sempre com todas as vagas preenchidas, o clube tem fila de espera”, comenta Cristiana Cavalcanti, orientadora educacional da Educação Infantil até o 3º ano do ES. O clube funciona por projetos, e o atual é a produção de papel reciclado, usado na confecção de blocos de notas personalizados, vendidos na Book Fair e no Bazar de Natal. As folhas de papel reciclado são utilizadas para confeccionar uma produção limitada desses blocos de notas, cujas capas foram personalizadas pelos integrantes de um clube de Artes do High School. O valor arrecadado com as vendas é revertido em equipamentos para a Santo Eugênio, escola social da Chapel. A cada período, é definida uma necessidade de aquisição para a instituição social: “Na última, foram solicitadas uma piscina de bolinhas e uma tabela de basquete. Os alunos do clube entregaram os equipamentos e também brinquedos para as crianças da escola”, conta a orientadora.

Para tudo isso acontecer, os integrantes do clube recolhem papel usado no colégio e fazem todo o processo de reciclagem. “Sempre fico impressionada com a capacidade das crianças tão novas explicarem o processo do clube, elas sabem direitinho o processo de reciclagem do papel, e fazem tudo. Num mundo repleto de tecnologia, é uma habilidade extremamente interessante, para além da sustentabilidade, porque estamos reciclando, ressignificando os materiais”, avalia Ms. Cavalcanti. “Os alunos fazem tudo, se engajam verdadeiramente e veem que aquela ação tem um impacto além deles, cuja finalidade vai além da produção do papel. Esse é um dos motivos pelos quais os alunos gostam tanto do clube”, afirma Christopher Govier, professor de religião do 4º ao 6º ano do ES, complementando, sobre a integração entre as escolas: “É uma troca muito rica entre os alunos das duas escolas, interação própria da infância, sempre abertos a novas amizades e conexões”. No dia da entrega, os alunos da Chapel e da Escola Santo Eugênio se conhecem e brincam juntos: “Esse dia é muito especial. Os alunos do clube aguardam ansiosos o momento de ir ao colégio entregar”, afirma Ms. Cavalcanti, acrescentando: “Estamos plantando sementinhas de trabalho comunitário”.

NOVA MATÉRIA DO IB ENVOLVE ALUNOS NOS DESAFIOS AMBIENTAIS DO SÉCULO 21

Oferecida desde o início deste ano letivo, a nova matéria do currículo International Baccalaureate da Chapel – Environmental Systems and Societies (ESS) – propõe um estudo interdisciplinar de sistemas ambientais envolvendo questões de sustentabilidade nos âmbitos social, cultural, econômico, político e ético. A matéria integra o grupo de Ciências do IB e, assim como as disciplinas de Biologia, Química e Física, é ofertada nos níveis padrão (Standard Level) e mais avançado (Higher Level). “ESS é um curso que chamou a atenção de muitos alunos, já são 27 inscritos no primeiro ano”, revela o coordenador do programa IB, Donald Campbell. O coordenador afirma que “a nova matéria apresenta uma forma de abordagem científica alinhada a mais áreas do conhecimento, envolvendo aspectos sociais, legais e políticas públicas”. Para Flavia Thomsen, orientadora vocacional do HS, é importante destacar que ESS não é uma disciplina mais fácil que as outras do seu grupo, pois o programa IB é caracterizado por rigor acadêmico e abordagens profundas: “Tratase de uma matéria complexa, que exige visão crítica, capacidade de análise e discussões de nível elevado. Não é um curso de ciência pura como os outros,

mas usa a ciência para olhar para a sociedade e o meio ambiente”, esclarece.

A Chapel foi a primeira instituição do Brasil a adotar o currículo IB e, ao longo dos anos, tornou-se reconhecida não somente pela qualidade das aulas, mas também por oferecer um sistema IB “for all”, em que todos os alunos têm acesso à aulas com conteúdo IB. Além disso, “as opções de cursos que oferecemos na Chapel têm aumentado. Nos últimos anos, três novas disciplinas foram acrescentadas: Mathematics Analysis and Interpretation Higher Level, Computer Sciences e, mais recentemente, Environmental Systems and Societies”, afirma Mr. Campbell, complementando: “Os alunos aqui têm a opção de percorrer um caminho de livre escolha, tanto para quem vai continuar os estudos no Brasil quanto para os que vão para outros países”, comemora o coordenador.

ALUNOS DAS PRIMEIRAS TURMAS REVISITAM CHAPEL APÓS MEIO SÉCULO

Foi um dia carregado de emoções e de boas lembranças que encheram o coração da turma de ex-alunos que se encontrou no colégio pela primeira vez, depois de mais de cinquenta anos de formados. Representando as turmas de 1969 a 1972, treze ex-alunos e três acompanhantes visitaram o campus no dia 21 de outubro e interagiram com alunos, professores e funcionários. Acompanhados da Head de Public Relations and Admissions, Adriana Marques, os ex-alunos foram recebidos com um lanche e, iniciando pelo auditório, percorreram os ambientes que frequentavam quando estudantes. Durante a visita, puderam perceber que muitos espaços da escola foram modificados e outros construídos, tais como: o refeitório, o prédio da Educação Infantil, o ginásio de esportes, as bibliotecas, os corredores do Elementary e do High School. Ao mesmo tempo, foram visitados os escritórios dos professores e as salas dos diretores, espaços em que as estruturas ainda permanecem aconchegantes e continuam as mesmas de quando estudaram.

“A Chapel, para mim, é uma parte enorme da minha vida. Aqui fiz amigos que, até hoje, encontro por toda parte, então eu os vejo como irmãos e irmãs”, comenta Silvia Macedo, da turma de 1970 e uma das organizadoras do encontro.

O dentista Joaquin Ferreras, da turma de 1972, concorda com a colega: “A Chapel mudou a minha vida. Aqui você ganha uma família, constrói uma família. Por isso, revisitar a Chapel é algo maravilhoso”, afirma, acrescentando que muitos grupos de ex-alunos mantêm reuniões frequentes, quase todos os anos, encontrando-se em vários lugares mundo afora. Dessa vez, a reunião aconteceu no Guarujá e a visita à Chapel foi incluída na programação.

Aluna da Chapel desde o Kindergarten e formada em 1969, Maureen Lewis maravilhou-se com a experiência. “Meu coração está repleto pois minhas memórias aqui na escola são incríveis. Essa escola me ajudou a ver o mundo de uma maneira diferente e estou muito feliz por estar aqui depois de tantos anos”, diz emocionada. Para Ms. Marques, responsável por recepcionar os ex-alunos, “É sempre muito especial receber nossos ex-alunos. Eles trazem a mesma essência e nos mostram que os pilares da Chapel não mudam e são transmitidos de geração a geração. Eu sempre recebo os alunos e acompanho o desenvolvimento de cada um, e com essa turma pude reviver as emoções deles e ter a convicção que iniciativas como esta devem acontecer mais vezes para sempre mantermos o legado tão sólido que a Chapel construiu.”

ORGANIZADA PELO 6º ANO, CELEBRAÇÃO DO DIA DAS CRIANÇAS

PROMOVE JOGOS COOPERATIVOS

Sempre uma celebração muito aguardada na Chapel, o Dia das Crianças foi comemorado em 9 de outubro e proporcionou atividades e brincadeiras para as turmas do 1º ao 6º ano. Organizada por meio de uma parceria entre os professores de classe, professores de educação física do Elementary School e os alunos do 6º ano, a comemoração vem, ano a ano, apresentando novidades propostas pelos formandos do ES a fim de torná-la cada vez mais divertida para as crianças. O planejamento começa um mês antes, quando os alunos do 6º ano fazem uma reunião, elencando as atividades que gostariam de propor aos menores, com ênfase em jogos de cooperação. “Os alunos são envolvidos no processo de organização pois eles são os responsáveis por desenvolver as atividades no dia da comemoração, ensinando as regras para os participantes. Para tanto, os organizadores vivenciam todas as atividades antes de praticá-las com os menores”, comenta a professora de educação física Carolina Hernandez. Este ano foram propostas seis atividades, entre elas jogos de basquete, vôlei e futebol, arremesso de bexiga d’água, além de corrida com água e de scooter. “O evento foi dividido em dois momentos diferentes. No primeiro, os alunos do 1º ano, divididos nos seus grupos de

CARES (3 grupos no total), participaram de 3 atividades e nesse momento os alunos do 6º ano brincaram com eles e não houve contagem de pontos. Já no segundo momento, os alunos do 2º ao 5º ano, divididos em 6 grupos, participaram das 6 atividades que foram dessa vez lideradas pelos os alunos do 6º ano, com contagem de pontos”, explica a professora de educação física Camila Lacerda, acrescentando que todos os jogos são supervisionados pelos professores.

“Este ano foi bem diferente do ano passado, com atividades novas e outras com modificações para ficarem mais divertidas”, conta a aluna Martina Barua, do 6º ano, complementando: “Foi legal e, ao mesmo tempo trabalhoso, porque era bastante coisa para organizar, mas no final deu tudo certo”. Para Gustavo Rocha, do 6º ano, que também participou da organização, o evento foi muito importante, principalmente pela responsabilidade de criar novas atividades e de interagir com as crianças mais novas. “Ao explicar as regras para as crianças pequenas, eu pratiquei minha paciência e falava com elas com bastante calma”, avalia, acrescentando: “No final, eu me senti aliviado, porque deu tudo certo, e muito feliz ao ver as crianças se divertindo”.

TALENTOS & PAIXÕES

Nesta edição, a seção apresenta talentos, hobbies e atividades de sete alunos e dois professores. Detentor de dois títulos de pós-doutorado em química, o professor de ciências Leonardo Silveira conta como seu percurso profissional o levou da indústria para a docência; e a professora de inglês Paula Busso relembra sua jornada como atleta profissional e sua paixão pelos mais diversos esportes. Destacam-se, entre os alunos, vocação para os esportes – natação, tênis, futebol, basquete e boxe –, para a literatura, música, e muitas outras habilidades desenvolvidas nos clubes da Chapel como as do grêmio estudantil, do teatro, dos debates e das artes em geral.

VOCAÇÃO, PROFESSOR

DAR AULA, PARA MIM, É MUITO NATURAL.

MEU MAIOR PRAZER

É QUANDO O ALUNO

DIZ QUE APRENDEU

ALGO QUE ENSINEI, OU QUANDO

ENCONTRO ALGUNS

QUE ME DIZEM O QUANTO MINHAS

AULAS FORAM

SIGNIFICATIVAS.

Quem vê o professor de ciências do High School Leonardo Silveira não imagina que ele teve outra profissão além da docência, tal a sua desenvoltura em sala de aula e seu trato com os alunos. Pouco antes de se graduar em química, já dava os primeiros passos na carreira atuando na indústria paulista como analista químico. Cursava o último ano da licenciatura quando uma professora o indicou para uma pós-graduação na Universidade de São Paulo, e aí a sua vida começou a mudar. Mal terminou o mestrado no Instituto de Química, foi aprovado para o doutorado no mesmo instituto, com um projeto que tratava do uso da nanotecnologia para melhorar o dia a dia das pessoas. No final do doutorado, em 2012, começou a dar aulas. Um ano depois, já estava fazendo seu primeiro pós-doutorado, na Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, desenvolvendo o mesmo tema de pesquisa, dessa vez tratando do uso da nanotecnologia para a sustentabilidade. E, a pesquisa científica não parou por aí: em seguida engatou o segundo pós-doutorado, na USP, também pesquisando a nanotecnologia, mas dessa vez, aplicada às indústrias.

Na época, dava aulas de química e de inglês em colégios da capital paulista enquanto seguia nos estudos. “Caí na área acadêmica e não consegui sair”, brinca, complementando: “Mas foi aqui que eu me encontrei, e não sei se estaria tão satisfeito se tivesse continuado na indústria”, revela. Há cinco anos, surgiu a oportunidade de lecionar na Chapel, e Mr. Silveira pode unir seus conhecimentos à sua experiência na pesquisa científica para trabalhar com os alunos o processo de escrita científica, essencial para prepará-los para o IB. “Vejo a evolução dos alunos e trabalhamos para eles se acostumarem com o pensamento científico desde antes de ingressarem no IB”, conta. Não à toa, reitera que a feira de ciências do colégio é um evento importantíssimo: “Trabalhar com projetos é essencial. Aplicamos a ciência com exemplos do dia a dia e, da minha parte, consigo explicar para os alunos da forma como eu gostaria de ter aprendido”, explica o professor, que, se antes não se via falando na frente de outras pessoas, hoje adora “conversar com os alunos e envolvê-los na explicação do conteúdo”.

REALIZANDO SONHOS

Atleta desde muito nova, Paula Busso jogou basquete profissional até os 17 anos de idade, quando teve uma contusão e decidiu que era o momento de parar. Antes disso, porém, num desses jogos, conheceu a Chapel e se apaixonou: “Meu sonho era estudar em uma escola americana como as que eu via nos filmes”, revela a professora de suporte de leitura e alfabetização em inglês do Elementary School. A motivação para dar aulas de inglês veio na adolescência. Em busca de independência financeira, a jovem começou a dar aulas em cursos livres a fim de praticar o idioma que sempre a fascinou. Foi amor à primeira vista: “No momento em que eu pisei na sala de aula do curso de idiomas, me apaixonei! Amava me comunicar, aprender e ensinar com os alunos que eram muito mais velhos que eu”, relembra saudosa. Paula, então, decidiu seguir na carreira docente e formou-se tradutora-intérprete no extinto Centro Universitário Ibero-Americano. Assim que terminou a graduação, mudou-se para o Canadá, onde morou e trabalhou durante quatro anos. De volta ao Brasil, ainda concluiu mais duas licenciaturas – Letras e Pedagogia – e a paixão pelo esporte voltou com força. “Descobri que queria ser professora, fiz as licenciaturas, e comecei a praticar levantamento de peso e crossfit. Em 2015, fui campeã brasileira de levantamento de peso terra, categoria estreante, e continuo imersa em esportes como muay thai, hot yoga, ciclismo e uma paixão grande por trilhas em montanhas”, conta. Sua paixão por trilhas levou-a para lugares lindos e inóspitos, em aventuras de tirar o fôlego: “Andei durante cinco dias de Cuzco até Macchu Picchu, subi a Montanha de Siete Colores, e, no ano seguinte, fiz toda a Cordillera Blanca, no outro lado do Peru”, revela com imensa satisfação, a provar pelos maravilhosos registros fotográficos das paisagens que parecem de mentira, como ela mesma afirma.

Depois de lecionar quinze anos em escolas internacionais, ingressou na Chapel em 2020, e acabou por realizar o sonho de frequentar a escola que via nos filmes por meio dos filhos, os gêmeos Pedro e Gael, que, com 4 anos de idade, estudam no Pre I do colégio.

TRABALHEI EM VÁRIAS ESCOLAS

INTERNACIONAIS DE SÃO PAULO, E AGORA

REALIZO O MEU

SONHO COM OS MEUS

FILHOS ESTUDANDO

NA CHAPEL, ESCOLA

QUE EU SEMPRE VIA NOS FILMES.

HAMILTON PAIXÃO PELOS LIVROS

AMO LER, PRINCIPALMENTE

FANTASIA E AVENTURAS, E

PERDI AS CONTAS DE QUANTOS

LIVROS JÁ LI.

Nascida em O’ahu, ilha do arquipélago do Havaí que sedia a capital, Honolulu, Audrey Hamilton já viveu em vários países antes de se mudar para o Brasil, há quatro anos. Em razão da carreira dos pais, já morou, além dos EUA, no México, na Colômbia e no Kuwait. Atualmente com 11 anos de idade e cursando o último ano do Elementary School, ingressou na Chapel no 2º ano, e tem a certeza de que vai levar do colégio ricas experiências proporcionadas pela diversidade cultural presente na comunidade escolar e pelas atividades vivenciadas nos diversos clubes dos quais participa.

O Art Club foi o primeiro que integrou e, no 5º ano, juntou-se ao Drama Club: “A gente praticava atuação, improvisos e jogos teatrais, além de mímica e outras atividades legais”, conta a aluna, que também adora a comida servida na Chapel como o estrogonofe, seu prato preferido, sem esquecer da torta de morango. Atualmente integra os clubes de xadrez, coral, culinária e de artes. “Amo tudo o que envolve artes e gosto muito desse clube porque podemos criar o que queremos e usar a nossa criatividade”, conta Audrey, que gosta de pintar quadros abstratos, com cores vibrantes, “que parecem se movimentar”, afirma.

Entretanto, sua maior paixão é, sem dúvidas, a literatura. Leitora dedicada, já perdeu as contas de quantos livros leu. “Amo ler. Leio em inglês, gosto muito de livros de fantasia e de aventuras e mágica. Sempre estou lendo, em uma semana leio de três a quatro livros”, revela a frequentadora assídua da biblioteca da Chapel. O amor pela literatura a incentivou a participar do último Encontro Literário do colégio, ocasião em que foi premiada no concurso – cujo tema foi “Interdependência” – com um texto ficcional em que tratou de mitologia havaiana. “Estou participando novamente este ano”, conta a jovem admiradora dos livros de Harry Potter e que tem como uma das obras prediletas a coleção Keeper of the Lost Cities, de Shannon Messenger.

INTERATIVIDADE NA COMUNIDADE ESCOLAR

Assim como estudar na Chapel vem se tornando uma tradição para a família Choo, participar do StuCo – grêmio estudantil – é igualmente um legado. No colégio desde o Pre I, Tony Choo, hoje cursando o 7º ano, conta que o irmão, aluno do 9º ano, já integrou o grêmio, bem como o pai, que se formou na década de 1990. “Acredito que é uma organização muito legal e criativa, principalmente para mim, que gosto de interagir e quero ajudar a comunidade da escola”, afirma. Para ele, o StuCo é o grupo ideal para colocar em prática projetos que impactam a comunidade escolar.

Somente neste ano letivo, já participou da organização de vários eventos, entre eles o sebo da Book Fair, ocasião em que ajudou a arrecadar, organizar e colocar à venda cerca de quatro mil livros. No Halloween, foi o momento de planejar as histórias de terror e organizar a “Casa Assombrada”, uma das atrações mais aguardadas pelos estudantes. “Temos reuniões semanais, mas quando temos grandes eventos precisamos nos encontrar outras vezes para organizar tudo”, revela o aluno de 13 anos.

Os esportes, no entanto, são a sua maior paixão. No basquete, integra a equipe Junior Varsity, mas também, no programa Young Trojans, já praticou vôlei e joga futebol desde que se conhece por gente: “É o meu esporte preferido, jogo campo e salão, mas prefiro o campo, onde tenho mais mobilidade”, conta Tony, que atua como volante, meiocampista e lateral direito na equipe JV da Chapel, pela qual já disputou torneios do Little 10 e da São Paulo High School League. Além de praticar futebol no colégio, joga no clube Palmeiras e também na quadra do prédio em que mora.

Quando questionado sobre o que mais gosta na Chapel, Tony faz uma breve reflexão: “A comida e o jeito como os professores têm vontade de passar os conhecimentos para a gente são bem importantes, mas outra coisa é que passamos bastante tempo aqui e, como não são muitos alunos, conseguimos conhecer todo muito, é uma escola muito acolhedora”, afirma, lembrando que ele e seus melhores amigos estão juntos desde o Pre I.

Além das atividades esportivas e acadêmicas, Tony também toca violão, instrumento que estudou por um ano. “Não sou tímido, mas tenho um pouco de vergonha de tocar em público”, afirma o jovem, revelando vontade de aprender outro instrumento, o piano.

O QUE MAIS GOSTO DE FAZER NA VIDA É JOGAR FUTEBOL, QUE PRATICO DESDE QUE ME CONHEÇO POR GENTE.

CLARA ANTONELI DE BRINCADEIRA A COMPROMISSO

NADAR É A MELHOR

PARTE DO MEU DIA.

É PELOS AMIGOS E PELO MEU TÉCNICO

TAMBÉM, MAS, PRINCIPALMENTE, PORQUE EU

AMO NADAR.

Maria Clara Antoneli tem 14 anos de idade e frequenta piscinas há treze deles, desde quando a família a matriculou nas aulas de natação. Começou a competir em alto rendimento aos 11 anos, e sua vida mudou: “O que era brincadeira se tornou um compromisso”, conta a aluna do 8º ano. Atualmente, a jovem treina no Esporte Clube Pinheiros, todos os dias da semana, exceto aos domingos, quando desfruta de um merecido descanso. “Quando não estou nadando, eu durmo”, diz, sorridente. Ela está no Pinheiros há um ano, mas já passou por vários outros. Competiu por um ano no Clube Ipê, que fica no bairro do Ibirapuera, em São Paulo, quando tinha apenas 6 anos de idade. Aos onze, em busca de novas categorias, passou a integrar a equipe competitiva do Clube Paineiras do Morumby, onde permaneceu até ingressar no clube atual. Nesse período, vem participando de vários campeonatos, entre eles, cumpriu etapas do campeonato paulista e de outras competições em estados do sudeste. “Agora estou tentando conquistar índice para o campeonato brasileiro”, revela. Apesar da pesada rotina de treinos, Maria Clara nunca falta: de segunda a quinta começa às 16h com musculação e depois nada das 18h às 20h; na sexta, ela dobra, treinando antes das aulas, das 4h50 às 6h15, e depois volta ao clube à tarde. No sábado, a rotina permanece. Para ela, treinar é a melhor parte do seu dia: “Amo nadar, e também adoro os amigos e o técnico. Vou continuar até quando der”, afirma.

Na Chapel desde o 5º ano do ES, Maria Clara ingressou no colégio em busca de um ensino internacional que lhe proporcionasse cursar uma universidade fora do Brasil. Ela ainda não decidiu que área seguir, mas sabe que vai se graduar nos Estados Unidos. As aulas e os professores serão, certamente, suas melhores lembranças da Chapel, além da convivência com os amigos: “Adoro os amigos que tenho aqui, e gosto do jeito como os professores ensinam, eles são ótimos; além disso, a Chapel me ajuda a cumprir as atividades”, conta.

EMPENHADO EM SER UMA PESSOA MELHOR

Aluno do 9º ano, Tomaz Reis estuda na Chapel desde o Pre I. Há quatro anos, por incentivo de um amigo do colégio que treinava boxe, se identificou com o esporte. Apreciador de artes marciais em geral, começou a ter aulas da modalidade depois de assistir a muitos filmes e jogar games. Então, parou o futebol, que praticava desde o 7º ano, e focou no boxe, treinando atualmente quatro vezes por semana com um professor e, aos finais de semana, sozinho. “Gosto muito e acredito que estou indo bem”, conta o jovem de 15 anos de idade, que lutou pela primeira vez em público em outubro passado. “Pretendo disputar competições, pois, desde que comecei, tinha em mente que faria isso. Não faço somente por condicionamento físico, mas por ter a oportunidade de competir no esporte amador”, revela.

Para ele, um dos maiores prazeres dessa modalidade de luta é a adrenalina, além de apreciar a beleza do esporte, apesar de o senso comum, muitas vezes, considerá-lo muito violento: “Apesar de alguns o acharem violento, ele requer muita técnica e é um esporte que demanda bastante esforço para que as dificuldades sejam superadas, e eu gosto de me esforçar em algo pelo qual tenho paixão”, conta.

O que Tomaz mais aprecia na Chapel são a comunidade e, indiscutivelmente, os amigos. “Morei em Los Angeles, nos EUA, durante um semestre, e lá eu era bastante tímido na escola. Quando voltei, no Kindergarten, fiz amigos aqui e, hoje, me sinto muito bem, tenho uma turma de amigos”, afirma o jovem, que gosta também de viajar e de esquiar, além de curtir sua rotina de estudos, treinos e descanso. Na área acadêmica, ele diz que vem se dedicando aos estudos para tirar boas notas, e tem tido resultados. Quando cursava o 8º ano, Tomaz se aproximou da religião católica, que o ajudou a ser menos ansioso ao se aprofundar nos ensinamentos que tratam sobre o perdão e outras virtudes. “Aproximar-me da religião me tornou uma pessoa melhor, e busco refletindo e buscando formas de me aprimorar sempre e mais”, revela.

O BOXE REQUER MUITA TÉCNICA, E ME ESFORÇO PARA SUPERAR AS DIFICULDADES DESSE ESPORTE, PELO QUAL SOU APAIXONADO.

TALONIA SENTIMENTOS PROFUNDOS

NUNCA HAVIA ESCRITO

COM A INTENÇÃO DE MOSTRAR PARA NINGUÉM. ENTÃO, FIQUEI SURPRESA COM A PREMIAÇÃO DA MINHA POESIA NO CONCURSO LITERÁRIO.

Fernanda Talonia nasceu e, durante algum tempo, viveu no México, mas, por causa do trabalho do pai, já morou no Japão e, há cinco anos, vive no Brasil. Ingressou na Chapel logo que se mudou, e, desde então, já incorporou muito da cultura brasileira, com destaque para a língua portuguesa. “Quando cheguei, não falava uma palavra em português, e me impus a meta de aprender a falar sem fazer aulas particulares”, conta a jovem de 15 anos, que atualmente cursa o 10º ano. O desafio foi cumprido com êxito, a ponto de Fernanda fazer aulas de espanhol no colégio para praticar a língua nativa: “Nem em casa eu falo mais espanhol, converso com meus pais em ‘portunhol’”, revela, rindo. Além da língua, as aulas de Geografia e História são as suas preferidas na Chapel, porque lhe facilitam absorver melhor os aspectos culturais e sociais do Brasil. “Também gosto muito das pessoas da escola e, mesmo sendo a maioria delas brasileira, as culturas são variadas e todos são diferentes”, observa.

Uma de suas atividades prediletas é escrever, e a poesia é o gênero com o qual mais se identifica. “Tenho esse costume há muitos anos, no Japão eu já escrevia poemas, que era uma forma de me expressar. Quando eu estava triste, por exemplo, um jeito que eu encontrava de me acalmar era soltar no papel o que eu estava sentindo”, revela Fernanda, que teve uma poesia premiada no último Concurso Literário da Chapel. “Na época, eu estava escrevendo um poema para mim e acabei inscrevendo-o no concurso. Eu não entrei com a intenção de ganhar, então, foi uma surpresa”, diz ela, afirmando que nunca escreve com a pretensão de mostrar a ninguém, mas que alguns que leram seus poemas ficaram com lágrimas nos olhos. Fernanda já se acostumou a ouvir questionamentos do tipo: como uma menina tão nova é capaz de expressar no papel sentimentos tão profundos? Ela acredita que a resposta para isso tenha a ver com o fato de ser muito observadora, além da capacidade de descrever detalhadamente seus próprios sentimentos e emoções. “Adoro metáforas e figuras de linguagem pois me ajudam a transmitir o que desejo”, comenta a jovem, que também aprecia esportes e dança: joga vôlei no colégio e beach vôlei na academia, já fez jazz e balé, e, atualmente, integra a equipe de cheerleading da Chapel.

LEONARDO CINEMA, MÚSICA E TÊNIS

Dizendo-se “totalmente de humanas”, Leonardo Waquil é, desde bem novo, apaixonado por cinema. De tão envolvido nas películas, ele mesmo demorou para dimensionar o tamanho do seu interesse: “Foi minha família que percebeu que eu amava, pois sempre fui muito ao cinema. De uns anos pra cá, decidi me aprofundar mais e comecei a pesquisar, a escrever sobre cinema, e a compartilhar listas de filmes, reunindo e organizando o que assisto”, conta o jovem de 17 anos. A fim de absorver o máximo de informações sobre um filme, é leitor, ouvinte, e espectador assíduo de críticas cinematográficas. “Meu gênero predileto é ficção científica e meu diretor favorito é Dennis Villeneuve”, conta Leonardo, referindo-se ao premiado cineasta canadense, conhecido por Duna, Prisoners (Os Suspeitos) e Arrival (A Chegada), seu filme favorito. Atualmente cursando o 11º ano, o jovem pretende, sim, graduar-se em cinema, embora ainda seja cedo para decidir em qual faculdade: “Estou conversando bastante com a Ms. Flavia Thomsen, orientadora vocacional, e ainda não sei se estudarei nos EUA ou ficarei no Brasil, mas a mira é ir para fora”, comenta.

Outra arte que Leonardo aprecia é a música – há seis anos dedica-se ao violão e à guitarra, fazendo aulas na escola de música Intermezzo, no Itaim Bibi. Semestralmente, ele se apresenta nas audições promovidas pela escola paulistana, que acontecem em bares e teatros da cidade. “Gosto muito de improvisar com o meu professor”, pontua. Adepto dos esportes, Leonardo joga tênis há uma década. “Só parei durante a pandemia”, lembra, contando sobre sua rotina de treinos semanais no Clube Atlético Monte Líbano e de aulas em dupla na quadra do condomínio do tio. Mesmo tendo participado, e conseguido bons resultados, em vários campeonatos, sua disposição não é para a rivalidade: “Nunca pratiquei um esporte para competir; eu jogo, como diz meu tio, porque é uma terapia mental”, afirma ele, que também treinou futebol antigamente. “O futebol sempre foi o meu esporte ‘primário’, e eu gosto tanto de assistir quanto de jogar, como hobby mesmo. Já o tênis eu treino para melhorar a minha performance”, explica Leo, que também curte brincar com o cachorro, passar tempo com a família e conversar com os amigos com os quais se dá muito bem.

NUNCA PRATIQUEI TÊNIS PARA COMPETIR; EU JOGO, COMO DIZ MEU TIO, PORQUE É UMA TERAPIA MENTAL E TAMBÉM PARA MELHORAR MINHA PERFORMANCE.

CONEXÕES VERDADEIRAS

OS CLUBES DA CHAPEL ME

PROPORCIONARAM

A OPORTUNIDADE

DE CONHECER

NOVAS PESSOAS

E ESTABELECER

CONEXÕES INCRÍVEIS.

Despedindo-se da Chapel, onde estudou nos últimos quatro anos, a senior Laura Santiago vai sentir saudades, principalmente, da convivência no campus com a comunidade escolar. “Me apaixonei por esta escola quando passei a integrar os clubes, no after school, e tive a oportunidade de me conectar com as pessoas, tanto com os alunos mais novos ou da minha idade quanto com os professores, pois conhecer gente faz muita diferença”, explica a jovem de 18 anos, que até hoje viveu mais tempo no Brasil do que na sua terra natal, os Estados Unidos. Para estabelecer esses vínculos que tanto a estimulam, Laura integrou diversos clubes oferecidos pelo colégio.

A paixão pelo canto a fez ingressar no Glee Club quando ainda cursava o 9º ano. Nele, permaneceu por dois anos, justamente por se sentir em um lugar seguro: “Para mim, o canto se manifestava como atividade e lugar de emoção, e me identifiquei com os integrantes, que eram pessoas parecidas comigo, com interesses em comum”, conta a jovem, que também foi aluna na School of Rock, em São Paulo, onde, como vocalista de uma banda, se apresentou em shows e audições.

Na equipe de Cheerleading do colégio, foi premiada em uma edição do Big 8 no evento Sportsmanship Awards. “Gosto de me apresentar, de participar de uma equipe e recebi um prêmio de destaque por justamente apoiar minha equipe e me enturmar com os outros times. Fui uma boa player”, resume. Participando ativamente da produção do Yearbook da sua turma, Laura acredita na importância dessa atividade para a representação do seu percurso na escola e por isso também está envolvida no clube que produz o anuário. Por fim, decidiu, semestre passado, integrar o MUN (Modelo das Nações Unidas). “Sempre me interessei por política e cursei a disciplina eletiva de Ciência Política, afinal sempre gostei de debater e de praticar a arte do convencimento, além de técnicas de oratória”, justifica Laura, que pretende se graduar na Europa – Relações Internacionais ou Direito, com ênfase em Direitos Humanos. Nesse sentido, o IB da Chapel foi decisivo tanto para o seu ingresso no colégio quanto para os seus próximos passos acadêmicos. “O que mais gosto é das oportunidades que a escola proporciona em várias áreas, com muitos clubes, forte conexão com os professores, um ambiente em que consigo manifestar meus interesses, tenho apoio e sou incentivada a ir atrás do que eu gosto”, despede-se saudosa.

GALLERY

A 7th grade Fun Night, dando as boas-vindas aos alunos no High School; as atividades da Feira de livros, que celebrou a magia da poesia; as cerimônias de posse dos membros do NHS e do NJHS; os jogos amistosos do festival Young Trojans e as divertidas brincadeiras do Halloween foram alguns dos momentos especiais que marcaram o último semestre na Chapel. Confira, nas próximas páginas, os registros desses eventos festivos, esportivos e culturais que reuniram a comunidade escolar.

7TH GRADE FUN NIGHT

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - Organizada pelo StuCo, a 7th grade Fun Night aconteceu em agosto para dar as boas-vindas aos alunos no High School.

01 - High School students were welcomed in August with the 7th grade Fun Night StuCo organized.

02 - Os amigos Nuno Tavares (11º ano) e Leonardo Kiyose (12º ano) se preparando para a festa.

02 - Friends Nuno Tavares (11th grade) and Leonardo Kiyose (12th grade) getting ready for the party.

03 - DJ do evento, Lucca Karam (8º ano) configurou luz e som.

03 - Lucca Karam (8th grade) the event’s DJ worked the lights and sounds.

04 - Gabriel Son (7º ano) se divertiu na festa de boasvindas.

04 - Gabriel Son (7th grade) had fun at the welcome party.

05 - Mel Arantes (11º ano) e Leonardo Montenegro (12º ano) curtiram a Limbo Dance.

05 - Mel Arantes (11th grade) and Leonardo Montenegro (12th grade) enjoyed the Limbo Dance.

06 - Theo Daher, Pedro Ribas e Tony Choo (7º ano) arrasaram no desfile de pijamas.

06 - Theo Daher, Pedro Ribas, and Tony Choo (7th grade) were a hit in the pajama parade.

07 - Carolina Andrade e Isabella El Etter (7º ano) se destacaram na passarela.

07 - Carolina Andrade and Isabella El Etter (7th grade) stood out on the runway.

08 - Gabriela Garcia e Rafaela Mariano (7º ano), com colares iluminados, fizeram sucesso.

08 - Gabriela Garcia and Rafaela Mariano (7th grade), were a hit wearing light necklaces.

09 - Lucas Campana (7º ano), Rafael Kato (9º ano) e Gabriel Boulos (7º ano) participaram do desfile de pijamas.

09 - Lucas Campana (7th grade), Rafael Kato (9th grade), and Gabriel Boulos (7th grade) took part in the pajama parade.

FEIRA DE LIVROS BOOK FAIR

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 - Mr. Bricio Salles, Ms. Camila Costa, Ms. Cristina El Dib, Ms. Fernanda Caires, Ms. Sylvia Almeida. Mr. Javier Rebagliati, Ms. Maíra Namura, Mr. Caio Gragnani e Mr. Igor Lisboa organizaram as oficinas da Feira de Livros, que aconteceu em setembro e teve como tema: “Celebrando a Magia da Poesia”.

01 - Mr. Bricio Salles, Ms. Camila Costa, Ms. Cristina El Dib, Ms. Fernanda Caires, Ms. Sylvia Almeida. Mr. Javier Rebagliati, Ms. Maíra Namura, Mr. Caio Gragnani, and Mr. Igor Lisboa organized the workshops for the Book Fair, which took place in September under the theme: “Celebrating the Magic of Poetry”.

02 - No workshop de poesia: Poemas na Garrafa, Julieta Gaspar (Pre II B) e sua irmã colocam seus poemas na garrafa com Ms. Maíra Namura.

02 - In the poetry workshop called Poems in a Bottle, Julieta Gaspar (Pre II B) and her sister placed their poems in a bottle with Ms. Maíra Namura.

03 - Eric Zambelli (Pre I) experimentou escrever à máquina no workshop de Exposição de Tecnologia de Escrita.

03 - Eric Zambelli (Pre I) tried typing on a typewriter at the Writing Technology Exhibition workshop.

04 - Elisa Furlong (1º ano) e sua amiga Federica também adoraram a experiência de datilografar uma carta.

04 - Elisa Furlong (1st grade) and her friend Federica also enjoyed typing up a letter.

05 - Enzo Terni (2º ano) e seu pai, Flávio, participaram do workshop de artes: Poesia com Cores e Palavras.

05 - Enzo Terni (2nd grade) and his father, Flávio, took part in the art workshop: Poetry with Colors and Words.

06 - Os alunos do 11º ano Lara Cavalcanti, Julia Bavaresco, Gabriel Menezes, Maria Claro Ermel, Daniel Agapito e Alice Abud foram os criadores do jogo de Caça ao Tesouro, sob orientação do Mr. Caio Gragnani.

06 - Students in the 11th grade Lara Cavalcanti, Julia Bavaresco, Gabriel Menezes, Maria Claro Ermel, Daniel Agapito, and Alice Abud created the Treasure Hunt game under the guidance of Mr. Caio Gragnani.

07 - Presença constante na Feira de livros, o autor Jonas Ribeiro contou histórias aos alunos.

07 - A regular Book Fair participant, author Jonas Ribeiro told students stories.

08 - Valentim Pereira (Pre II) se divertiu na sessão de contação de histórias.

08 - Valentim Pereira (Pre II) had fun at storytelling.

09 - Federico Borda (3º ano) e Jonas Ribeiro.

09 - Federico Borda (3rd grade) and Jonas Ribeiro.

10 - Andi Rubinstein contando histórias emocionantes e divertidas aos alunos.

10 - Andi Rubinstein telling students exciting and fun stories.

11 - Letícia Pacífico (3º ano) escolhendo livros na feira.

11 - Letícia Pacífico (3rd grade) choosing books at the fair.

12 - Matheus Hoshino (Kinder) apreciou vários títulos.

12 - Matheus Hoshino (Kinder) looked at several books.

13 - Juan Fabios (7º ano), Mr. Leonardo Silveira, Bernardo Dagnoni (10º ano) e Lucca Karam (8º ano) folheando livros no estande.

13 - Juan Fabios (7th grade), Mr. Leonardo Silveira, Bernardo Dagnoni (10th grade) and Lucca Karam (8th grade) flipping through books on the stand.

14 - Equipe responsável pelas bibliotecas da Chapel: Ana Lucia Oliveira, Meire Silva, Fernanda Caires e Solange da Silva.

14 - The team responsible for Chapel ‘s libraries: Ana Lucia Oliveira, Meire Silva, Fernanda Caires, and Solange da Silva.

15 - Membros do StuCo e professores responsáveis pelo sebo da Feira de Livros: Lucca Karam, Rafael Kato, Leonardo Montenegro, Bernardo Aymore, Mr. Leonardo Silveira, Barbara Monte Alto, Nuno Tavares, Ana Luisa Nagano, Mr. Marcio Kuroiwa e Leonardo Kuroiwa.

15 - StuCo members and advisors in charge of the used books sales at the Book Fair: Lucca Karam, Rafael Kato, Leonardo Montenegro, Bernardo Aymore, Mr. Leonardo Silveira, Barbara Monte Alto, Nuno Tavares, Ana Luisa Nagano, Mr. Marcio Kuroiwa, and Leonardo Kuroiwa.

16 - A equipe de JV Cheerleaders apresentou-se no evento literário.

16 - The JV Cheerleaders team performed during the literary event.

17 - No alto, Pietra Abreu (7º ano) e Leah Kim (8º ano), da equipe Cheerleaders.

17 - On top, Pietra Abreu (7th grade) and Leah Kim (8th grade) from the Cheerleaders’ team.

HALLOWEEN

Fotos: Arquivo Chapel Photos: Chapel Archives

01 - Na tradicional comemoração do Halloween, Matteo Villi, Vitor Tavares e Pietra Chohfi, do Pre II, desfilaram suas fantasias.

01 - At the traditional Halloween party, Matteo Villi, Vitor Tavares, and Pietra Chohfi, from Pre II, paraded in their costumes.

02 - Divertindo-se na passarela, os alunos do Pre II Martina Cardoso, Lorena Luna e Luiz Claudio.

02 - Pre II students Martina Cardoso, Lorena Luna, and Luiz Claudio have fun on the runway.

03 - Leonardo Sodré (Pre I) mostra seus brindes.

03 - Leonardo Sodré (Pre I) shows his treats.

04 - Thomas Barua, do 3º ano, com seu uniforme de Hogwarts.

04 - Thomas Barua, from the 3rd grade, in his Hogwarts’ uniform.

05 - Sofia Tchilian (3º ano) fez sucesso com sua fantasia.

05 - Sofia Tchilian (3rd grade) was a hit with her costume.

06 - Ms. Cris El Dib entregando gostosuras a Tomás Guerrero (2º ano).

06 - Ms. Cris El Dib handing out treats to Tomás Guerrero (2nd grade).

CERIMÔNIA DE POSSE

DO NATIONAL HONOR

Fotos: Arquivo Chapel Photos: Chapel Archives

01 - Em novembro, tomaram posse os novos membros do NHS, em cerimônia que contou com a presença de Mr. Sean Quinn, Ms. Juliana Menezes e Mr. Christopher Abbs.

01 - In November, the new NHS members were inducted in a ceremony that Mr. Sean Quinn, Ms. Juliana Menezes, and Mr. Christopher Abbs attended.

02 - Maria Mertens (10º ano) com sua mãe, Maithê, e seu pai, Marcos.

02 - Maria Mertens (10th grade) with her mother, Maithê, and her father, Marcos.

03 - Vibha Komala (10º ano) com sua mãe, Swetha.

03 - Vibha Komala (10th grade) with her mother, Swetha.

04 - Maya Guimarães (10º ano) com sua mãe, Simone.

04 - Maya Guimarães (10th grade) with her mother, Simone.

05 - Valentina Villarroel (10º ano) com sua mãe, Patricia. 05 - Valentina Villarroel (10th grade) with her mother, Patricia.

06 - Paula Lins (10º ano) com sua mãe, Maria Isela, e seu pai, Marcio Antonio.

06 - Paula Lins (10th grade) with her mother, Maria Isela, and her father, Marcio Antonio.

07- Mia Roy (10º ano) com sua mãe, Heidi Nanette.

07- Mia Roy (10th grade) with her mother, Heidi Nanette.

08 - Roberta Miguel (10º ano) com sua mãe, Regina. 08 - Roberta Miguel (10th grade) with her mother, Regina.

09 - As novas integrantes do NHS: Maria Mertens, Paula Lins, Vibha Komala, Valentina Villarroel, Maya Guimarães, Mia Roy e Roberta Miguel.

09 - The new NHS members: Maria Mertens, Paula Lins, Vibha Komala, Valentina Villarroel, Maya Guimarães, Mia Roy, and Roberta Miguel.

CERIMÔNIA DE POSSE

DO NATIONAL JUNIOR

HONOR SOCIETY

NATIONAL JUNIOR HONORY SOCIETY INDUCTION CEREMONY

01 - Os novos membros do NJHS tomaram posse em novembro, em cerimônia com a presença de, Mr. Sean Quinn, Mr. Érico Padilha e Ms. Juliana Menezes.

01 - The new NJHS were inducted in November, in a ceremony with the attendance of Mr. Sean Quinn, Mr. Érico Padilha, and Ms. Juliana Menezes.

02 - Ana Luisa Nagano (8º ano) com sua mãe, Priscila, seu pai, Fernando, e Mr. Sean Quinn.

02 - Ana Luisa Nagano (8th grade) with her mother, Priscila, her father, Fernando, and Mr. Sean Quinn.

03 - Anna Beatriz Lima (8º ano) com sua madrinha, Alessandra Aragon Hajjar, seu irmão, Guilherme Lima, e Ms. Juliana Menezes.

03 - Anna Beatriz Lima (8th grade) and her Godmother, Alessandra Aragon Hajjar, her brother, Guilherme Lima, and Ms. Juliana Menezes.

Fotos: Arquivo Chapel Photos: Chapel Archives

04 - Leah Kim (8º ano) com sua mãe, Estelle, e Mr. Sean Quinn.

04 - Leah Kim (8th grade) with her mother, Estelle, and Mr. Sean Quinn.

05 - Leticia Perrelli (7º ano) com seu pai, Fernando, sua mãe, Lais, e Ms. Juliana Menezes.

05 - Leticia Perrelli (7th grade) and her father, Fernando, her mother, Lais, and Ms. Juliana Menezes.

06 - Luisa Maesano (7º ano) com sua mãe, Cristina, e Mr. Sean Quinn.

06 - Luisa Maesano (7th grade) with her mother, Cristina, and Mr. Sean Quinn.

07 - Manuela Pedreira (8º ano) com seu pai, Vitor, sua mãe, Monica, e Ms. Juliana Menezes.

07 - Manuela Pedreira (8th grade) with her father, Vitor, her mother, Monica, and Ms. Juliana Menezes.

08 - Maria Luisa Rego (7º ano) com seu pai, Vinicius, sua mãe, Diana, sua irmã, Catarina, e Mr. Sean Quinn.

08 - Maria Luisa Rego (7th grade) with her father, Vinicius, her mother, Diana, her sister, Catarina, and Mr. Sean Quinn.

09 - Pedro Ribas (7º ano) com sua mãe, Claudia, seu pai, Alexandre, e Ms. Juliana Menezes.

09 - Pedro Ribas (7th grade) with her mother, Claudia, her father, Alexandre, and Ms. Juliana Menezes.

10 - Rafael Kato (9º ano) com seu irmão, Eduardo, sua mãe, Tarsila, seu pai, Maurício, e Mr. Sean Quinn.

10 - Rafael Kato (9th grade) with his brother, Eduardo, his mother, Tarsila, his father, Maurício, and Mr. Sean Quinn.

11 - Sofia Toro (7º ano) com sua irmã, Marina, seu pai, Carlos Eduardo, e Ms. Juliana Menezes.

11 - Sofia Toro (7th grade) with her sister, Marina, her father, Carlos Eduardo, and Ms. Juliana Menezes.

YOUNG TROJANS FESTIVAL

Fotos: Arquivo Chapel

Photos: Chapel Archives

01 e 02 - No Young Trojans Festival, no final de novembro, a equipe JV de Cheerleaders se apresentou para a comunidade escolar.

01 and 02 - At the Young Trojans Festival, at the end of November, the JV Cheerleaders carried out a presentation for the school community.

03 - Com maestria, o time colocou no alto Stella Lamounier (3º ano), Valentina Perrotti (1º ano) e Maria Luiza Boesel (2º ano).

03 - The team placed Stella Lamounier (3rd grade), Valentina Perrotti (1st grade), and Maria Luiza Boesel (2nd grade) on top with mastery.

04 - Os times de futebol feminino dos 3º e 4º anos com a treinadora.

04 - The girls’ 3rd and 4th grade soccer teams with their coach.

05 - Em campo, Antonia Gurgel e Isabela Haddad, do 3º ano, mostraram suas habilidades.

05 - Antonia Gurgel and Isabela Haddad, from the 3rd grade, show their skills on the field.

06 - A torcida acompanhando Felipe Almeida (3º ano).

06 - The crowd watching Felipe Almeida (3rd grade).

07 - Theodoro Lichtenberger e João Prado integraram o time de futebol de campo do 3º ano.

07 - Theodoro Lichtenberger and João Prado were part of the 3rd grade soccer team.

08 - Do 3º ano, Federico Borda domina a bola, sob olhares de Theo Serio e Gustavo Serpa.

08 - Federico Borda, from the 3rd grade, controls the ball as Theo Serio and Gustavo Serpa look on.

09 - Lucas Guglielmetti (4º ano) lança bola na lateral em partida de futebol masculino.

09 - Lucas Guglielmetti (4th grade) throws the ball from the side at a boys’ soccer match.

10 - No futebol de campo, Lucas Barbosa (5º ano) domina a bola observado por Jonathan Chen (5º ano).

10 - In soccer, Lucas Barbosa (5th grade) controls the ball as Jonathan Chen (5th grade) looks on.

11 - No futebol de campo feminino, Valentina Figueiredo (5º ano) guarda o gol.

11 - Valentina Figueiredo (5th grade) guards the goal in girls’ soccer.

12 - Na torcida pelo time do 3º ano, Denise (mãe da Chloe Kang), Mariana (mãe da Valentina Toledo), Laura (mãe da M. Antonia Nobre) e Beatriz (mãe da Stella Lamounier).

12 -Cheering for the 3rd grade team, Denise (Chloe Kang’s mother), Mariana (Valentina Toledo’s mother), Laura (M. Antonia Nobre’s mother), and Beatriz (Stella Lamounier’s mother).

13 - No basquete, as alunas do 5º ano Sofia Zanata e Catherine Smith disputam a bola.

13 - In basketball, 5th grade students Sofia Zanata and Catherine Smith go for the ball.

14 - Marina Benicio (5º ano) mostrando habilidade no basquete.

14 - Marina Benicio (5th grade) shows she has basketball skills.

15 - Victoria Santos (4º ano) e Alice Noto (5º ano) em partida de basquete feminino.

15 - Victoria Santos (4th grade) and Alice Noto (5th grade) during a girls’ basketball game.

16 - Equipe do basquete masculino com os treinadores.

16 - The boys’ basketball team with their coaches.

17 - Ian Ferrari e Rafael Pollastrini, do 4º ano, jogaram pela equipe masculina de basquete.

17 - Ian Ferrari and Rafael Pollastrini, from 4th grade, played for the boys’ basketball team.

18 - Os amigos Henrique Linguanotto, Lucas Guglielmetti e Lucas Ribas (4º ano) comemorando depois do jogo.

18 - Friends Henrique Linguanotto, Lucas Guglielmetti, and Lucas Ribas (4th grade) celebrate after the game.

19 - Lucas Ribas (4º ano) domina a bola no basquete masculino.

19 - Lucas Ribas (4th grade) controls the ball in boys’ basketball.

20 - No basquete masculino, Gabriel Andrade e Nicolas Hernandez, do 5º ano, partem para o ataque.

20 - In boys’ basketball, Gabriel Andrade and Nicolas Hernandez, from the 5th grade, are off to attack.

21 - Alunas da ginástica olímpica antes da apresentação.

21 - Gymnastics students before the presentation.

22 - Apresentação de Alice Noto (5º ano) na ginástica olímpica.

22 - Alice Noto’s (5th grade) gymnastics presentation.

23 - Alice Schvartzer (5º ano) apresentando-se na modalidade ginástica olímpica.

23 - Alice Schvartzer (5th grade) presenting in gymnastics.

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