Digital Chapel #64 - Português

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Edição #64

MARÇO 2021

DIGITAL CHAPEL English version

! NOVIDADES NO CURRÍCULO SOCIOEMOCIONAL Com nova abordagem de conteúdos, currículo socioemocional agrega programa antibullying.

CHAPEL INCENTIVA IGUALDADE DE GÊNERO NAS CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS Por meio de projetos curriculares, as turmas do high school discutem a !

representatividade das mulheres em carreiras STEM (Ciência, Tecnologia,

REABERTURA DO CAMPUS
 O semestre letivo teve início com a tão esperada reabertura do colégio. Fique por dentro dos protocolos adotados.

Engenharia e Matemática).

CHAPEL’S BEST UNDER 40

Thais Takano Diretora criativa de arte e design, idealizadora da Harajuku Capsule Collection.

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! QUEM CHEGOU Conheça cinco novos professores que ingressaram este ano na Chapel.


PROJETO
 Igualdade de gênero para um futuro melhor Elas somam pouco mais da metade da população mundial; nas universidades, são maioria, mas representam apenas 35% dos matriculados em cursos STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) no mundo.
 É o que informa o mais recente Relatório de Ciências da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), publicado no dia 11 de fevereiro, quando se comemorou mais um Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A pesquisa revelou ainda que, no mundo todo, as mulheres representam apenas 28% dos graduados em engenharia e 40% dos graduados em ciência da computação e informática. Na data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “promover a igualdade de gênero no mundo científico e tecnológico é essencial para a construção de um futuro melhor”. Segundo ele, “é hora de reconhecer que mais diversidade promove mais inovação”.
 Pensando nisso, a Chapel propôs para o mês de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, atividades de reflexão nas turmas do high school acerca da representatividade das mulheres nas áreas STEM. Segundo a orientadora educacional do HS, Marta Bidoli, cientistas mulheres de várias áreas foram convidadas para realizar conversas com todos os alunos do HS sobre suas trajetórias, além de desafios e curiosidades de

suas áreas de atuação. “A discussão será pautada nas trajetórias dessas mulheres na ciência e nos obstáculos encontrados para terem mais visibilidade”, explica. As atividades visam refletir sobre a igualdade de gênero, quinto objetivo da agenda de sustentabilidade proposta pela ONU para 2030 e que integra o currículo da Chapel.
 Em um artigo para a revista Time, em 2017, Jo Boaler, pesquisadora e matemática da Universidade Stanford, afirmou que o principal motivo de afastamento das mulheres das áreas STEM reside no método tradicional de ensino da matemática, notadamente aquele adotado na universidade. Segundo a pesquisadora, a forma de ensinar em ritmo acelerado, focada na resolução de centenas de problemas no menor tempo possível, faz com que muitas se sintam incapazes de acompanhar, internalizando um problema que não é delas. O chefe de departamento de Matemática da Chapel, Jaisen Bell, concorda e justifica por que as meninas são maioria no clube de matemática do colégio:

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“Acredito que a maneira de ensinar hoje, mais colaborativa, com aulas mais abertas para a aprendizagem, em que os alunos aprendem caminhos para resolver problemas, tem chamado mais as meninas para as áreas STEM, já que a matemática é a base da maioria delas”.Para a professora de matemática do HS Marina Cajado, “quanto mais colaborativo for o ambiente, maior a participação de meninas”. Em suas aulas, ela presta atenção na participação de meninos e meninas, e cuida para que os gêneros tenham a mesma representatividade. Ela lembra ainda que existem vários estereótipos e aspectos culturais ligados a escolha de carreira, e a influência da família pesa bastante na decisão das meninas: “São raras as famílias que têm exemplos de mulheres que seguiram carreira de ciências ou matemática, o que faz com que as meninas não considerem tanto ser um caminho possível”.
 Entre as raras exceções, está a avó do professor de matemática e ciências do HS Caio Gragnani, que se formou economista em 1945, não sem antes ter de pedir licença ao reitor da universidade para participar do vestibular. “Esse é o exemplo que tenho na minha família e com o qual incentivo minha filha de 9 anos, que sonha se tornar cientista”, afirma o professor. Segundo ele, trabalhar com educação significa ampliar horizontes e essa herança atávica deve ser combatida: “Trata-se do pior tipo de escravidão, o que aprisiona as pessoas em suas próprias mentes”, comenta, complementando: “Trazer essa reflexão para os alunos é trazer liberdade e possibilidades de escolha para o futuro, pois queremos que nossos alunos, assim

como nossos filhos, descubram por si mesmos o que é melhor para eles”.
 Uma das maneiras de atrair mais meninas para as áreas STEM é, segundo Ms. Bidoli, criar oportunidades para que elas se sintam à vontade nessas aulas: “Como educadores, pais, meninos e meninas dentro da mesma turma, precisamos nos conscientizar dos exemplos que estamos utilizando e o que podemos fazer para garantir um ambiente confortável para as meninas que tenham interesse em seguir essas áreas”.
 De acordo com o professor de ciências do HS e coordenador do clube de Medicina da Chapel, Leonardo Silveira, a potencialidade de inclusão de mais mulheres nos campos STEM vai acabar mudando de vez a visão de que estas sejam áreas exclusivamente masculinas: “Precisamos de um compartilhamento de ideias para um bem comum, independentemente do gênero”. Ele exemplifica com o clube de Medicina, onde a presença de meninos e meninas é equilibrada e todos participam igualmente com depoimentos e ideias.
 Segundo a orientadora educacional dos Middle Years e também psicóloga Erika Ferreira, "ampliar as possibilidades de escolhas de estudo e carreira para meninas e meninos, tornando o ambiente acadêmico desafiador, estimulante e viável para todos é também uma forma de promover saúde mental, pois permite que indivíduos, para além do gênero, possam escolher e desenvolver seu projeto de vida respeitando suas características pessoais; serão profissionais mais felizes e mais bem sucedidos, certamente".

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nas aulas: “Alteramos algumas temáticas em razão da pandemia, mas a aplicação desse currículo está inserida em todos os nossos processos há mais de uma década, inclusive na avaliação dos professores”.

ACADÊMICO Currículo Socioemocional é renovado Assim que completou dez anos, em 2019, o currículo socioemocional da Chapel - que inclui o Responsive Classroom, Caring & Sharing, CARES, CARES for Life, e Advisory - passou por uma renovação finalizada recentemente, com a adição do Programa Abrace, que envolverá toda a comunidade acadêmica em vivências antibullying. “A revisão curricular se deu especificamente quanto à linguagem e à quantidade de atividades em aula. Além disso, revisitamos conteúdos, operando algumas adaptações”, explica Luciana Brandespim, coordenadora de Character Education. “Faz parte da cultura da Chapel a constante reflexão sobre as práticas, e com o currículo socioemocional não foi diferente”, comenta Mônica Rossini, professora do Pre II.

ECEC: lidando com as emoções Suspensas temporariamente, a fim de não comprometer a qualidade do currículo, as aulas Caring & Sharing serão retomadas assim que as atividades presenciais se normalizarem. Quanto à renovação do currículo socioemocional, na educação infantil, em que a abordagem socioemocional é um dos destaques da rotina acadêmica, sentiu-se necessidade de tratar os sentimentos de maneira mais direta em grupos de faixa etária multinível — Pre II e Kinder. “Temas como empatia, saber dizer não, aceitar o não, saber se colocar, perdoar, dizer o que sente, entre outros, passaram a ser experimentados de forma lúdica, com vídeos, músicas, cartoons e atividades práticas, por meio das quais as crianças vivenciam situações, a fim de internalizar os conceitos, aprendendo a identificar os sentimentos para conseguir lidar com eles”, explica Ms. Rossini. As trocas entre crianças de diferentes faixas etárias se mostraram muito ricas, o que pode ser observado, principalmente, no final das aulas, quando uma discussão — leve, porém focada — aborda os conteúdos aprendidos naquele dia.

A orientadora educacional do 4º ao 8º ano, Erika Ferreira, complementa: “Embora o programa tenha uma espinha dorsal em termos de conceitos e princípios que o regem, buscamos sempre ouvir os alunos e ver suas necessidades. Com a pandemia, por exemplo, reformulamos muita coisa”. Nessa época, o currículo voltou-se para o acolhimento e as necessidades individuais dos alunos, com um projeto que envolveu todos os níveis, a fim de estimular a energia dos estudantes. “As orientadoras educacionais têm atuado no acolhimento das crianças, desde a fase de aulas remotas, passando pela fase das atividades extracurriculares, chegando até o momento atual, de ensino híbrido, observando e conversando com alunos e familiares, a fim de garantir que não somente a aprendizagem ocorra, mas, acima de tudo, que as crianças estejam bem emocional e fisicamente”, afirma Juliana Menezes, diretora do elementary school. A diretora do high school, Paula Moro, comenta ainda que a atenção socioemocional se dá nas práticas rotineiras, na linguagem, nos encontros e

Elementary School: sentimentos No elementary school, os conteúdos socioemocionais são conduzidos a partir do acrônimo CARES (cooperação, assertividade, responsabilidade, empatia e autocontrole), respeitando a necessidade dos alunos, e tendo os professores como facilitadores. “Para esse nível, mais do que trabalhar e discutir os conceitos, propusemos atividades de sensibilização, para que os alunos, por exemplo, experimentem a empatia

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durante as aulas”, relata Ms. Brandespim. A coordenadora afirma que também foi promovida uma diferenciação dos conteúdos de acordo com a faixa etária: “No 1º e 2º anos, fazemos um ABC de sentimentos, enquanto que no 3º, 4º e 5º focamos nos sentimentos específicos do CARES”.

ela para depois chegar às questões de empatia, tolerância e relacionamento”, explica a orientadora Erika Ferreira, complementando: “Trabalhamos de dentro para fora; a partir do ‘quem sou eu’ passamos à construção desse cidadão que se autorregula, que sabe se

Ms. Brandespim informa ainda que o tema autocontrole está sendo substituído por autorregulação: “Começamos a enfatizar mais a autorregulação, que é muito mais orgânica e fluida porque leva em consideração o equilíbrio entre o eu interior e o exterior”. Segundo ela, essa nova abordagem do currículo socioemocional sensibilizou mais as crianças, que passaram a incorporar melhor os conceitos.

relacionar bem com os outros porque tem bem resolvidas as suas questões individuais”. O êxito do currículo socioemocional da Chapel, pontua Ms. Brandespim, deve-se ao engajamento dos professores que, por meio de treinamentos e aperfeiçoamento contínuo, desenvolvem habilidades além de sua formação para aplicar o programa. Ao mesmo tempo, trata-se de um componente importante da cultura da comunidade Chapel incentivar os alunos a exporem seus sentimentos, motivando-os a se conhecerem melhor e a se importarem com os outros.

High School: identidade No high school, a renovação curricular do Advisory Program se deu também na forma de abordar os conteúdos, deslocando a discussão para o plano individual, trazendo como foco a construção da identidade do jovem. “Sabendo que, nesse momento do desenvolvimento, a questão da identidade social afeta toda a relação com o grupo, passamos primeiro a trabalhar com

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cabines acopladas, feitas de placas de policarbonato. “Optamos por esse material porque apresenta mais transparência do que o acrílico, ajudando a evitar qualquer distorção de imagem, o que seria prejudicial para o aluno que

CAMPUS Chapel reabre com máxima segurança O semestre letivo começou com a retomada gradual das aulas presenciais, e a Chapel reabriu com seus ambientes totalmente adaptados para garantir a segurança dos alunos, professores e funcionários. A rotina do campus sofreu alterações pontuais, começando pela entrada dos alunos, que são recebidos individualmente e têm sua temperatura aferida. Agora, cada divisão escolar tem sua própria entrada, e os alunos passam por um tapete sanitizante para, em seguida, higienizarem as mãos antes de seguirem para a sala de aula. Os armários dos corredores do Elementary School foram substituídos por ganchos

está lendo um texto projetado na tela, por exemplo”, explica a diretora do high school, Paula Moro. A cada duas horas há troca de máscaras, fornecidas pelo colégio; a cada troca os alunos higienizam as mãos após tocarem nas máscaras usadas, que são dispensadas em recipiente apropriado. “Em todas as salas há um kit que chamamos de Covid-19 Protection, contendo máscaras descartáveis, álcool gel, lenços específicos para desinfecção dos computadores, produto com álcool 70º para desinfecção de superfícies (utilizado apenas por adultos), flanelas e luvas”, relata a diretora do elementary school, Juliana Menezes. A diretora conta também que as salas do elementary e da educação infantil são higienizadas com equipamento de vaporização antes de as crianças entrarem, pela manhã, no horário do almoço e depois que vão embora, à tarde. Já as salas do high school são isoladas e

para os alunos pendurarem as mochilas (desta forma evitando o compartilhamento do espaço e contato com superfícies), e nos bebedouros os pontos de contato com a boca foram desativados, permanecendo ativos apenas os sensores automáticos que liberam água para encher as garrafinhas individuais. Nas salas de aula, foram reduzidos o mobiliário e a quantidade de carteiras, respeitando-se a distância de 1,5 metro entre elas, que, agora, estão equipadas com

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higienizadas cada vez que um grupo de alunos sai. A fim de garantir a ventilação natural, foram retirados os condicionadores de ar de todas as salas, haja vista que tais equipamentos facilitam a propagação de vírus. A aluna Maria Rosa Aboud,

indicando o distanciamento de 1,5 metro. “Temos enfatizado a permanência de apenas uma pessoa por círculo, com monitoramento constante, a fim de garantir o distanciamento em todos os espaços. Muitos alunos já se apropriaram dos procedimentos, compreendem que o momento requer cautela, e com responsabilidade nos ajudam a lembrar a todos sobre a importância do cumprimento dos protocolos diariamente”, complementa Ms. Menezes. As aulas de professores especialistas no ECEC e ES passaram a ser ministradas nas salas de aula, reduzindo o trânsito de alunos pelo campus, e as aulas de Educação Física permanecem ao ar livre. Todos os professores, ao interagirem com os alunos, usam máscara e face shield. No refeitório, foram instaladas placas de policarbonato nas mesas e o trabalho de self-service foi cancelado: “Todos são servidos por um funcionário devidamente equipado com luvas, máscara e face shield, e no bufê também foi instalada uma barreira de policarbonato para impedir o contato das crianças com os alimentos”, explica Ms. Moro.

do 12º ano, afirma que os novos protocolos e medidas de segurança garantiram tranquilidade na volta ao campus: “Eu, pelo menos, me sinto completamente confortável, feliz e, o mais importante, segura aqui na Chapel”. Para o aluno Leonardo Glaser, do 9º ano, o ambiente que a Chapel criou traz a mesma sensação de antes da pandemia: “Em minha opinião, a Chapel fez um ótimo trabalho de aconchegar os alunos de volta e introduzi-los para um novo/velho jeito de frequentar a escola. Eu, pessoalmente, me sinto seguro e mais contente nos dias que vou para o colégio”. O trânsito nos corredores internos foi modificado para que todos possam circular em segurança. “Criamos um fluxo para garantir que o trânsito dos alunos aconteça sempre na mesma direção. Em nenhum corredor existe a possibilidade de haver uma pessoa indo e outra voltando sem que se tenha o mínimo de distanciamento”, relata Ms. Moro. A sinalização inclui setas de direção nos corredores e escadas, assim como círculos

Além disso, talheres e guardanapos foram individualizados em kits. “Estou muito orgulhosa e agradecida por todo o cuidado com o preparo da escola e a dedicação dos funcionários para nos receber”, comenta a aluna do 9º ano Antonia Vilain. Ms. Menezes relata que todas as superfícies que possam ser tocadas pelas crianças, como maçanetas, mesas e corrimãos, assim como os banheiros, são higienizadas de hora em hora. O dia de aula é encerrado com uma última troca de máscara e nova aferição de temperatura. “Caso o aluno esteja febril, ou exiba qualquer sintoma associado ao Covid-19, a família é prontamente avisada, e a criança orientada a permanecer em casa por 14 dias”, finaliza Ms. Menezes

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professores, tive a certeza de estar em uma escola que vai me ajudar a ser uma professora cada vez melhor”, afirma, complementando: “E, para melhorar, estou dando aulas do que eu realmente amo, que é literatura inglesa”. Além do inglês, Ms. Meints estudou outros vários idiomas por conta própria — italiano, alemão e espanhol são alguns deles. No momento, está se aventurando na plataforma Duolingo estudando sueco e irlandês. Nas horas vagas, o que a nova professora de inglês do HS mais gosta de fazer é jogar videogame, atividade que mantém desde criança: “Atualmente eu jogo Xbox e gosto bastante de jogos antigos, como o Phantasy Star, por exemplo, que remontam aos que eu jogava no Master System”. Atualmente, o seu jogo predileto é Wonder Boy: The Dragon’s Trap. Outras de suas paixões são a família e a cachorra Estopinha, resgatada na chuva em 2011.

PAIXÃO POR LITERATURA INGLESA Renata Meints | Professora de inglês do HS Foi a língua inglesa que inspirou Renata Meints a se tornar professora. Ela começou a estudar o idioma aos 9 anos de idade e quando terminou o curso foi convidada para lecionar na escola de idiomas em que havia estudado. Veio daí a opção pela graduação em Letras, que Ms. Meints cursou na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, sua cidade

natal. Apaixonada por literatura inglesa, ela fez mestrado na área, também na UFMG, estudando o poeta inglês John Milton — autor de Paraíso Perdido, seu livro predileto — e o romancista irlandês James Joyce. Em 2014, mudou-se para a Inglaterra a fim de cursar o doutorado, na Universidade de Birmingham, cidade em que residiu por cinco anos. A tese, intitulada “Ulisses in Paradise: Joyce’s dialogues with Milton”, foi defendida no final de 2018, mesmo ano em que nasceu seu filho, Mathias. De volta ao Brasil, a professora deu aulas de inglês no Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET-MG e, depois, foi convidada para lecionar na canadense Maple Bear. No final do primeiro semestre de 2020, em busca de oportunidades em escolas internacionais de São Paulo, para onde intencionava se mudar com o filho e o marido, que é paulista, Ms. Meints encontrou a Chapel. “Minha impressão do colégio foi espetacular. Me senti muito bem acolhida e, ao ver o acompanhamento que a Chapel dá aos !8


isso, passou a frequentar o colégio apenas como avaliadora de trabalhos em três edições da Feira de Ciências. Recentemente, foi indicada novamente para uma vaga e agora deu certo. “Com o fim do doutorado em 2019, minha maior vontade era a de colocar em prática tudo o que eu havia estudado sobre ensino de química e formação de professores. Na Chapel, estou tendo a oportunidade de vivenciar muitas situações que vêm ao encontro de tudo o que eu almejava”, comenta a nova professora de química do 7º e do 10º ano. Ms. Aragão destaca ainda a ênfase da Chapel na formação de professores e na reflexão sobre a prática pedagógica: “A Chapel alcança muitos objetivos que a escola brasileira ainda não conseguiu alcançar. A importância de sempre refletir sobre a ação, e a atitude de colocar os alunos frente ao conhecimento de maneira não passiva são alguns deles”, finaliza.

REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA Susan Bruna Carneiro Aragão | Professora de Ciências do HS Graduada em Química, com mestrado e doutorado na área de ensino de Ciências, Susan Bruna Carneiro Aragão fez todo o seu percurso acadêmico na Universidade de São Paulo. Entre o bacharelado e a licenciatura, fez um ano de

intercâmbio nos EUA, atuando como au pair — um programa de trabalho remunerado no qual a participante vivencia uma nova cultura integrando uma família local, cuidando de crianças e estudando. “Era 2008, ano da crise econômica, e, depois de passar alguns meses em Ohio, mudei-me para Massachusetts e convivi com uma família que pagou para mim dois cursos de inglês na Universidade de Harvard”, conta. Dessa forma, ao voltar para o Brasil, terminou a licenciatura e começou a lecionar numa escola bilíngue, na qual permaneceu por quatro anos. Em 2012, dois anos antes de iniciar o mestrado, Ms. Aragão começou a atuar como autora de material didático do sistema Mackenzie de ensino. Em 2014 passou à editora de química e, depois que o material foi finalizado e adotado por mais de quatrocentas escolas em todo o Brasil, a professora começou a percorrer o país, capacitando formadores de professores, função na qual permaneceu até 2020. A primeira oportunidade de Ms. Aragão ingressar na Chapel se deu em 2015, mas na época ela não pôde aceitar em razão de compromissos profissionais recém iniciados, então ela indicou um amigo para a vaga. Por !9


uma conquista depois de ter passado alguns anos na escola Lourenço Castanho, onde foi umas das responsáveis por implantar o currículo em inglês, oferecido aos alunos no contraturno. Ao ingressar na Chapel, em março de 2020, Ms. Amaral conta que a impressão positiva que tinha do colégio se confirmou: “Além de ser um lugar muito gostoso de se trabalhar, amplo, aberto e com muito verde, aqui todos são muito próximos e as trocas são ricas. Vejo na Chapel um ambiente amistoso, onde todos se ouvem e se compreendem”, afirma. Quando não está envolvida com as aulas e com os alunos, a nova professora gosta de estar perto da água. Faz aulas de natação desde criança, já foi mergulhadora e sempre que pode viaja para a praia. “Foi por isso que me tornei bióloga, para estar perto da água, e durante um período trabalhei com reabilitação de animais marinhos, no Guarujá, litoral de São Paulo”, revela. Além disso, agora ela dedica seu tempo ao seu filho Eric, que nasceu no começo de fevereiro.

INTEGRAÇÃO DO CONHECIMENTO Carolina Amaral | Professora de Português e de Brazilian Social Studies do ES Carolina Amaral descobriu o universo das escolas internacionais quando cursava a graduação em Ciências Biológicas, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Seu primeiro estágio na licenciatura foi na escola St. Francis e lá se encantou pela

educação. “Quando me vi dando aulas de ciências para crianças descobri que era isso que queria fazer pelo resto da vida”, conta animada. Ao se especializar em educação infantil, foi contratada pela Stance Dual School, onde permaneceu sete anos, primeiro como professora assistente, depois como substituta e professora de sala. A experiência profissional na educação infantil a levou a cursar a segunda graduação, desta vez em Pedagogia, no Instituto Singularidades, em São Paulo. A nova professora de Português e de BSS do ES tem dez anos de magistério e nesse período lecionou para todas as faixas etárias, mas o fato de ter trabalhado na educação infantil fez muita diferença na sua carreira. “Essa experiência me ajuda a propor atividades que integram ainda mais o conhecimento, planejando atividades significativas para os alunos e agregando elementos lúdicos ao processo de aprendizagem das crianças”, afirma. Segundo ela, trabalhar na Chapel foi !10


graduação sanduíche, queria me aproximar dessa cultura”, conta. A oportunidade veio por meio de um anúncio na plataforma Linkedin. “Eu já conhecia a Chapel e ouvia falar coisas maravilhosas dela. Já tinha assistido ao vídeo de apresentação do colégio e me apaixonado pela estrutura”, comenta. Ao ser contratado, Mr. Talarico realizou dois sonhos de uma só vez: lecionar em uma escola americana e trabalhar em São Paulo. Ao transferir-se de Suzano, sua cidade natal, para a capital, trouxe consigo seu cão Freddie, um Basset Hound que lhe faz companhia na nova casa. O professor afirma sentir-se grato por estar vivendo este momento: “A Chapel é incrível, percebo uma preocupação muito grande do staff em receber bem as pessoas, mostrar o caminho, enfim, é uma escola de excelência em todos os sentidos”. Nos momentos de lazer, Mr. Talarico aprecia viajar, tocar violão e praticar corrida de rua, além de desfrutar da companhia da família e do Freddie, claro.

PROFESSOR SEM FRONTEIRAS Vinicius Talarico | Professor de Biologia IB Cursar parte da graduação nos Estados Unidos. Foi com esse objetivo muito claro em mente que Vinicius Talarico ingressou no curso de Ciências Biológicas da UNESP (Universidade Estadual Paulista), em 2011. Três anos mais tarde, seu excelente desempenho acadêmico possibilitou

que estudasse durante um ano na Massachusetts College of Pharmacy and Health Sciences, conhecida como Mass College of Pharmacy, em Boston, por meio do programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras. Depois de formado, o biólogo cursou uma especialização MBA em Gestão Escolar, pela ESALQ/USP. A carreira docente já era vislumbrada por Mr. Talarico ainda na graduação, quando foi se descobrindo um bom professor, seja ensinando pontos da matéria aos colegas, seja participando de projetos de extensão universitária como o PIBID — Programa Interinstitucional de Iniciação à Docência, na própria UNESP. “A docência é uma profissão que sempre admirei muito porque entendo a importância social dela, e também porque quero contribuir de alguma forma para a sociedade”, afirma o novo professor de Biologia do IB. Sua carreira como professor teve início em uma escola bilíngue, a canadense Maple Bear, onde lecionou para todas as séries do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. No entanto, o sonho de trabalhar numa escola americana ainda persistia. “Sempre gostei muito da cultura americana, daí o porquê de eu ter escolhido os Estados Unidos para a minha !11


vizinha à USP. Formado, implementou o maker space na Escola Internacional de Alphaville, atuando também como professor durante três anos. No final de 2020, ao buscar recolocação, a página da Chapel foi a primeira que visitou. Estava participando de processo seletivo em duas outras escolas quando recebeu o telefonema da Chapel para uma entrevista. “Não tive outra saída a não ser ligar para as outras escolas, agradecer e me desculpar por não continuar”, conta. Além das aulas de Matemática e Ciências no high school, Mr. Gragnani assumiu também a disciplina eletiva de Eletrônica e Automação. Pai de dois filhos, a mais velha com 9 anos e o mais novo, Gabriel, com 1 ano e meio, o novo professor aproveita as horas vagas para estar com a família e dedicar-se a trabalhos manuais. “Gosto de trabalhar com madeira. Faço curso de marcenaria e já montei aviãozinho e balanços para os filhos”, revela.

EXPERIÊNCIA ENRIQUECEDORA Caio Gragnani | Professor de Matemática e Ciências do HS Vivenciar uma instituição por todos os ângulos é para poucos. Caio Gragnani é um desses privilegiados: foi aluno da Chapel do Kindergarten ao 7º ano, foi admitido este ano

como professor do high school e, ao iniciar o semestre letivo, estreou como pai da aluna Giulia, do 3º ano. “É uma experiência totalmente diferente e nova. Como aluno, não tinha a consciência de todo trabalho e dedicação, do profissionalismo e organização que existe por trás das aulas. Como professor, me senti abraçado pelos colegas e fiquei positivamente surpreso com os alunos: muito competentes, respeitosos e trabalhadores. Como pai, estou muito feliz vendo minha filha enturmada desde o primeiro dia, fazendo amigos e sendo bem recebida por todos”, explica o novo professor de Matemática e Ciências. Formado em Engenharia Mecatrônica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Mr. Gragnani começou a atuar como professor ainda na graduação. “Meu percurso acadêmico e a vontade de lecionar estão amarrados”, comenta. Durante a faculdade, começou a fazer pesquisas em educação, do ponto de vista de sistemas, e seu trabalho de conclusão de curso versou sobre o ensino de conceitos de robótica para crianças em idade pré-alfabetização. Paralelamente aos estudos, lecionava inglês em escolas de idiomas e atuava com um grupo da Poli ministrando aulas de reforço para crianças de uma comunidade !12


CHAPEL’S BEST UNDER 40: Thais Takano, 25 anos Cidade onde mora: São Paulo Período em que estudou na Chapel: do Pre I ao 12º ano (2014). Nesse período, cursei o 10º ano na Suíça, na TASIS (The American School in Switzerland). Qual a sua formação acadêmica? Assim que me formei na Chapel, cursei um ano do Foundation Course da Central Saint Martins, em Londres. Quando voltei, me formei em Design Gráfico na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), em 2019. Agora estou cursando a pós-graduação em Visual Merchandising no Istituto Europeo di Design, em São Paulo. Discorra brevemente sobre sua atuação profissional. Hoje trabalho como diretora criativa de arte e design em um escritório de arquitetura, em São Paulo. Tenho planos de abrir uma empresa em breve, com outro foco, mas ainda trabalhando com design. Como hobby, levo meu estúdio de artes plásticas e graffiti. Sempre trabalhei muito com tela e painéis, nunca com produtos. Durante a pandemia, nasceu meu primeiro projeto com intuito mais comercial, a Harajuku Capsule Collection. Simpatizando com o momento que ainda estamos vivendo, quis trazer design para um produto visto muito negativamente, a máscara, para tornar o dia a dia das pessoas mais agradável e fora do comum. O objetivo é fazer com que cada um se expresse através da moda e da arte, sendo autêntico e empoderado. Todos os processos de criação foram feitos manualmente, para trazer originalidade e tornar o produto algo colecionável. A coleção foi inspirada no bairro de Harajuku, em Tóquio, trazendo peças da cultura street, com design e inovação. O maior desafio foi conseguir crescer online e levantar o site em dois dias. Mas hoje percebo o impacto que isso teve em mim e o aprendizado que tive em empreender online, principalmente em um ano de tantas dificuldades e competitividade no mercado. Foram muitos desafios para fazer esse primeiro projeto acontecer, mas fico feliz em dizer que estamos quase sold out. Seu maior objetivo de vida é: Depois de encarar esse desafio que foi empreender, meu objetivo hoje é levar esse meu lado para o próximo nível. Estou com planos de abrir uma empresa em breve, me mantendo no segmento de design e tendências. Narre sua melhor lembrança da Chapel. Minha melhor lembrança são, com certeza, os amigos que levo até hoje. Crescemos juntos e sei que vamos ficar velhinhos juntos também. É engraçado ver como cada um seguiu seu caminho, mas nada !13


muda quando nos encontramos. Na Chapel, minha melhor lembrança foram os NR e, sem dúvida, o WOC Trip para Paraty. Sinceramente, sinto muita falta dos International Festivals. Como a Chapel influenciou a sua vida? Levo comigo muitos aprendizados da Chapel. Principalmente o que aprendi com a Ms. Sylvia Almeida, nas aulas de artes. Não levava muito a sério quando ela pedia para criarmos conceitos para os projetos e quando ela trazia convidados para palestrar e planejava viagens como a que fizemos para o Instituto Inhotim. Hoje vejo como aprendi com tudo isso, enxergo a importância de trazer propósito para tudo que eu faço/crio. Tanto que hoje trabalho com criação de conceitos. Lembro quando o Apollo Torres veio dar um workshop em sala, foi daí que surgiu meu primeiro interesse pelo graffiti, depois disso fiz vários cursos com esse foco. Posso dizer que a Chapel teve um grande papel em formar quem sou hoje.

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