INSIDE
CHAPEL Edição 19 - Setembro de 2019 / ISSN 2527-2160
UMA PORTA PARA O MUNDO Diretor do Museu Lasar Segall, Gian Hannud relembra seus tempos de Chapel
PRIMEIRA ESCOLA IB DO BRASIL Pioneira na implantação do programa, Chapel destaca-se ao estendê-lo a todos os alunos do high school
POR DENTRO DO INTERNATIONAL BACCALAUREATE Criada há meio século, a certificação internacional do ensino médio é um dos currículos mais abrangentes e rigorosos do mundo
COMPREENSÃO INTERCULTURAL Ensaio de Michael Popinchalk
“NOSSO OBJETIVO É DESENVOLVER CIDADÃOS GLOBAIS” Entrevista exclusiva com Siva Kumari, diretora geral do IB
F I N G E R M A N N
A 47ª edição do CHAPEL ART SHOW será realizada na semana de 17 a 23 de outubro e terá como artista homenageado o gravador, pintor e desenhista paulistano SÉRGIO FINGERMANN
17 A 23 DE OUTUBRO
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47º CHAPEL ART SHOW
47º CHAPEL ART SHOW
S É R G I O
SUMÁRIO
Pe. Lindomar Felix da Silva OMI, Provincial dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada da Província do Brasil
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aros irmãos e irmãs, leitores da revista Inside Chapel, é com muita alegria que fazemos chegar às vossas mãos mais um exemplar deste informativo da Chapel School. Revista que tem como objetivo ser um instrumento transmissor de tudo aquilo que a Chapel oferece para fazer do mundo um lugar onde as pessoas que nele vivem sejam mais justas, humanas e solidárias. Nesse sentido, trazemos nesta edição um texto que nos situará na realidade atual da chamada “Quarta Revolução Industrial”, permitindo-nos entender como se dá o aprendizado nesse contexto social, que é de constante evolução. Depois, veremos como anda o tradicional IB, que é a certificação internacional do ensino médio, criada em 1968, que permite a jovens do mundo inteiro ingressar em qualquer universidade do mundo. Aspecto notável e que muito nos orgulha, a todos nós que formamos a grande família Chapel, é saber que somos a primeira escola no Brasil a adotar o Diploma de Bacharelado Internacional, bem como os primeiros a estender esse benefício a todos os alunos do high school. Nesta edição também teremos um artigo que nos situará sobre o andamento dos preparativos para a edição 2019 da nossa Book Fair, que este ano traz como temática central as histórias em quadrinhos. É bonito perceber o quanto nossos alunos, desde o início do ano, já vêm se preparando para isso. Está chegando a 47ª edição do Art Show, que este ano homenageará o talentoso artista brasileiro Sérgio Fingermann, e nesta edição você verá os preparativos. Como sabemos, foi inaugurada recentemente em Americanópolis, zona sul de São Paulo, a Escola Santo Eugênio, construída e mantida pelos Oblatos de Maria Imaculada, com o apoio operacional da Chapel, cem por cento gratuita para as crianças pobres dessa região periférica de São Paulo. Nesta edição, vocês verão que a escola realizou seu primeiro evento, que, com certeza, é o primeiro de muitos que virão pela frente. Na nossa seção “Talentos e Paixões” traremos uma série de textos sobre alunos que têm em comum a paixão que os leva a um determinado talento, que é convertido em ações muito bonitas e transformadoras de vidas. Na seção “Alumnus”, trazemos o ex-aluno da Chapel Giancarlo Hannud, que hoje é diretor do Museu Lasar Segall, e que lembra com carinho e gratidão dos anos que conosco estudou. E, encerrando nossa edição, temos um ensaio sobre internacionalismo, que traz o testemunho de vida do professor americano Michael Popinchalk. Desejo a todos(as) uma excelente leitura, e que Deus abençoe ricamente a vida de cada um de vocês.
EXPEDIENTE INSIDE CHAPEL É UMA PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA CHAPEL SCHOOL WWW.CHAPELSCHOOL.COM
CONSELHO EDITORIAL: Miguel Tavares Ferreira, Marcos Tavares Ferreira, Adriana Rede e Luciana Brandespim EDITORA: Paula Veneroso MTB 23.596 (paulaveneroso@gmail.com) ASSISTENTE EDITORIAL: Fernanda Caires (publications@chapelschool.com) COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Fabiana Saad, Mauricio Oliveira, Michael Popinchalk e Paula Veneroso FOTOS: Arquivo Chapel, Fernanda Caires, Grazy Barreto, Gerry Mayer-Rohrmoser, International Baccalaureate e LES Fotografias DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Vitor de Castro Fernandes (vitor@complexodesign.com.br) TRADUÇÕES: Chapel School IMPRESSÃO: Leograf
EDITORIAL
Lucy Nunes, Superintendente, Chapel School
SUCESSO NA INCERTEZA “O sucesso não vem da certeza, mas da habilidade de viver com a incerteza.” - Jeffrey Fry
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e temos uma certeza, é a de que o futuro é incerto. E isso fica ainda mais evidente quando tentamos prever onde estarão os empregos, ocupações, profissões e oportunidades de negócios. Essa mudança de paradigma vem se aproximando há algum tempo ao passo que presenciamos os efeitos da tecnologia disruptiva em quase tudo que fazemos e na forma como fazemos. O valor de se ter a habilidade do pensamento empreendedor está agora, mais do que nunca, visível e nos forçando a pensar, aprender e ensinar de maneira diferente. Neste contexto, o pensamento empreendedor não quer dizer saber como criar um negócio de sucesso, mas ter a habilidade de pensar em absolutamente tudo de uma forma que o pensamento esteja aberto a infinitas possibilidades e com o objetivo de transformar. Sustentar esse tipo de pensamento é uma quebra significativa das noções consolidadas e aceitas do que é uma boa educação e do que é estar preparado para a vida, e apenas os fortes de espírito e mente têm traçado um caminho para apoiar alunos para não só viver, mas também ter sucesso diante das incertezas que o futuro traz. A Chapel School se orgulha por ter um legado de abraçar abordagens educativas de ponta para preparar nossos alunos para os desafios inesperados da vida. Nós fomos a primeira escola no Brasil a aderir ao International Baccalaureate Diploma Programme quando ele ainda engatinhava. Neste ano completamos 40 anos de IB e, quando consideramos que o programa existe há 50 anos, conseguimos ver nosso espírito pioneiro. É admirável que os líderes educacionais da Chapel reconheceram o valor do IB Learner Profile, que se tornou a referência em educação mundo afora. A Chapel nunca deixou de pesquisar, se desenvolver e aperfeiçoar para oferecer a melhor educação holística para as mentes, corpos e almas dos nossos alunos. Como resultado, hoje vemos um alinhamento claro das nossas práticas educacionais desde a primeira infância até o ensino médio, nos mantendo fiéis às abordagens interdisciplinares que produzem pensadores autônomos, críticos, criativos e éticos. A jornada para obter sucesso diante de incertezas segue, e continuamos nos desafiando e desafiando os nossos alunos a ter o costume de pensar além do que se conhece e se sabe. São tempos emocionantes de descobertas, mas também um pouco assustadores, especialmente para uma criança começando a descobrir sua missão de vida. Para melhor apoiá-los, precisamos nos manter firmes e otimistas, focando nas maravilhas que residem no que ainda desconhecemos. Como disse R. I. Fitzhenry: “Incertezas e mistérios são as energias da vida. Não permita que elas o intimidem, pois elas nos mantêm distantes do tédio e ativam a criatividade.” Vamos continuar apoiando o tipo de pensamento que ativa, energiza e traz criatividade para as mentes das nossas crianças justamente porque isso as levará para mundos pessoais de oportunidades infinitas. INSIDECHAPEL
COLABORADORES
FABIANA SAAD [O aprendizado na era da quarta revolução industrial, p. 26] é jornalista formada pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), com pós-graduação em Marketing Internacional e em Marketing Digital pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Também cursou Digital Awareness pela Hyper Island e participou do Women Leadership Program em Oxford. É autora dos livros Dicas de Mulheres Inspiradoras no Comando de Suas Carreiras e Mulheres Positivas, que se tornou uma coluna no jornal O Estado de S. Paulo.
MAURICIO OLIVEIRA [Arte, cultura e diversidade, p. 36] é jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com mestrado em História Cultural e doutorado em Jornalismo pela mesma instituição. Trabalhou como repórter do jornal Gazeta Mercantil e da revista Veja. Há 15 anos atuando como freelancer, escreve com regularidade para veículos como Valor Econômico e O Estado de S. Paulo. É autor de 15 livros, incluindo as biografias Patápio Silva, o Sopro da Arte, Garibaldi, Herói dos Dois Mundos e Pelé 1283.
MICHAEL POPINCHALK [Cultivando cidadania global e entendimento intercultural, p. 43] é ex-diretor associado da Comissão Internacional de Educação da New England Association of Schools and Colleges (NEASC). Iniciou sua jornada profissional como educador em 1977 e, nos últimos 40 anos, atuou como professor, administrador, líder de ensino e intermediador cultural para instituições governamentais e privadas em oito países diferentes. Desde 2010, Michael já visitou cinco continentes como representante da NEASC. Atualmente, trabalha como diretor escolar, conselheiro sênior e consultor de uma escola americana nos Emirados Árabes Unidos, enquanto sua esposa, Jocelyn, leciona Geografia (IB) na Noruega. Michael e Jocelyn têm dois filhos multiculturais, formados em escolas de Bangladesh e do Egito. PAULA VENEROSO [IB: aprendendo a aprender, p. 09, e IB Chapel: excelência para todos, p. 18] é editora da Inside Chapel. Jornalista e mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), atuou como revisora, redatora e repórter nas revistas Veja, Veja São Paulo e no jornal Folha de S. Paulo. Atualmente, trabalha como preparadora e revisora de livros e na produção e edição de reportagens para mídias impressas e digitais.
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SUMÁRIO
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PASSAPORTE PARA O MUNDO
IB PARA TODOS
Como foi criado o Bacharelado Internacional, certificação que credencia jovens a ingressarem em universidades do mundo todo.
Na Chapel, o IB é para todos, e os alunos obtêm resultados acima da média mundial. Saiba por quê.
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Primeira mulher a se tornar diretora geral do International Baccalaureate, Siva Kumari fala sobre o futuro da aprendizagem.
Como os anos de estudo na Chapel influenciaram a vida de Giancarlo Hannud, atual diretor do Museu Lasar Segall.
CONHECIMENTO EM TRANSFORMAÇÃO
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O VALOR DA DIVERSIDADE
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MENTALIDADE GLOBAL
SPOTLIGHT
O educador americano Michael Popinchalk analisa a importância da compreensão intercultural na educação dos jovens.
Quadrinhos na Book Fair, 47ª edição do Art Show, abordagem STEAM, premiação do IV Encontro Literário, Fashion Show dos seniors, participação da Chapel na AASSA 2019, evento na Escola Social Santo Eugênio e projetos do 5º ano. Fique por dentro das notícias.
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Conheça o perfil de nove alunos da Chapel dispostos a mudar o mundo e cujos valores ultrapassam os méritos acadêmicos.
Registro de eventos importantes para a comunidade escolar durante o segundo semestre letivo: Primeira Comunhão, Dia Mundial do Livro, Dia das Mães, Carnaval, Festa Junina, IV Encontro Literário e Sports Banquet.
TALENTOS & PAIXÕES
GALLERY
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IB: APRENDENDO A APRENDER
Por Paula Veneroso Fotos: Fernanda Caires, Arquivo Chapel e International Baccalaureate
DESENVOLVER HABILIDADES DE PENSAMENTO CRÍTICO DE ALTO NÍVEL, PROMOVER A MENTALIDADE INTERNACIONAL, A CIDADANIA GLOBAL E A PAZ MUNDIAL. ESSES SÃO OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DO INTERNATIONAL BACCALAUREATE DIPLOMA PROGRAMME, CERTIFICAÇÃO DO ENSINO MÉDIO CRIADA EM 1968 PARA CREDENCIAR JOVENS DE TODAS AS NACIONALIDADES A INGRESSAREM EM UNIVERSIDADES DE QUALQUER LUGAR DO MUNDO
IB: APRENDENDO A APRENDER
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udo começou em uma sala de aula. O ano era 1960 e, na turma de 25 alunos de vinte nacionalidades diferentes da Escola Internacional de Genebra, na Suíça, o professor de História Robert Leach discutia sobre a Segunda Guerra Mundial quando um aluno ergueu o braço e afirmou que seu país vencera o confronto. Ao dar a palavra para outros alunos, Leach ouviu o mesmo de todos: em suas escolas de origem haviam aprendido que a guerra fora ganha por seus respectivos países. Tal disparidade não desanimou o então chefe do departamento de História da Ecolint (como era conhecida a Escola Internacional de Genebra, primeira escola internacional do mundo), ao contrário, foi um dos motivos que o impulsionaram a discutir com seus pares um programa internacional que ultrapassasse os limites de uma simples padronização curricular. Certo de que o professor seria a figura mais indicada para desafiar visões nacionalmente aceitas, estimulando os alunos a apreciarem e analisarem múltiplas perspectivas, Leach vislumbrou um conceito educacional centrado na universalidade do aprendizado com vistas à paz e à compreensão global. O termo “Bacharelado Internacional” foi mencionado pela primeira vez no ano de 1962 pelo próprio Bob Leach, na primeira
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conferência de professores de Estudos Sociais em Escolas Internacionais – por ele organizada –, que aconteceu durante a 11ª Assembleia Geral da Associação das Escolas Internacionais (ISA, em inglês), na cidade de Genebra. Fervilhavam na sua cabeça – e na de outros educadores que participaram da criação do Bacharelado Internacional (ver box “Os pioneiros do IB”) – não somente a ideia de um currículo padrão, que preparasse os estudantes de escolas internacionais para a cidadania mundial, mas também a necessidade de um diploma reconhecido internacionalmente – que facilitasse aos alunos o ingresso em universidades de qualquer país do mundo. Só para se ter uma ideia, até então, a Ecolint preparava seus alunos para cinco diferentes exames nacionais de admissão em universidades da Inglaterra, França, Alemanha, Suíça e dos Estados Unidos. Dado que cada país possuía seu próprio exame, a preparação dos alunos acontecia em pequenos grupos, geralmente separados por nacionalidade, o que invariavelmente levava ao isolamento cultural. A partir de 1962, durante seis anos, grupos de trabalho formados por professores de ensino médio e superior desenvolveram o perfil do currículo – oferecido nos dois últimos anos do ensino médio –, padronizaram os conteúdos e habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos e prepararam um conjunto de exames que foi aplicado em caráter experimental em 1969. Os resultados atingiram as expectativas das escolas participantes e, a partir disso, a organização (registrada oficialmente em 1968 como Organização do Bacharelado Internacional, com sede em Genebra) passou a contatar governos e universidades ao redor do mundo a fim de oferecer o Programa do Diploma – no início, em duas línguas oficiais, o inglês e o francês, mas a partir de 1983 o IB passou a ser oferecido também em espanhol. Seu primeiro diretor geral foi o educador britânico Alec Peterson, que ficou à frente da organização entre 1968 e 1977 e foi um dos grandes responsáveis por desenhar o currículo e moldar a filosofia educacional do programa. Gradativamente, o IB foi sendo reconhecido como uma excelente credencial para a admissão em universidades, desobrigando o portador do diploma de passar por qualquer outro processo avaliativo. Em 1970, foram realizados os primeiros exames oficiais do Programa do Diploma IB por estudantes de doze escolas em dez países. Atualmente, o programa é oferecido por 7 mil escolas em 153 países ao redor do mundo. Em 2016, mais de 160 mil estudantes realizaram os exames finais do IB. Todos os anos, passam por treinamentos de IB mais de 75 mil professores em todo o mundo. Com mais de meio século de existência, o IB foise constituindo como o mais renomado programa de diploma de ensino médio do mundo. Ele não é apenas um curso preparatório, não é somente um método, e muito menos é um sistema de ensino. Nas palavras da atual
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diretora geral, Siva Kumari, “o IB é um movimento”. Um movimento não apenas curricular, mas também cultural e comportamental. Um movimento que nasceu na contramão dos horrores praticados contra a humanidade durante a guerra e da cisão mundial provocada por esse confronto. Um movimento no sentido de uma educação de mentalidade global, baseada na interatividade e no aprendizado centrado no aluno. Desde a sua criação, os três objetivos do Programa do Diploma do IB permanecem os mesmos: 1. Desenvolver habilidades de pensamento crítico, aprendizado holístico, aprendizagem e educação afetiva via serviço comunitário; 2. Promover a mentalidade internacional, a apreciação de múltiplas perspectivas, a promoção de compreensão intercultural e a consideração de soluções para os principais problemas globais e para a paz mundial; e 3. Oferecer uma qualificação para ingresso universitário reconhecida mundialmente, facilitando a mobilidade do aluno através das fronteiras.
Holístico e circular: eis o segredo do Programa do Diploma A figura circular que representa o Programa do Diploma IB contempla todos os aspectos do currículo e, a partir do centro, demonstra o envolvimento e a dimensão de cada parte que o compõe. Não à toa, o círculo remete ao formato do globo e a marca d’água revela a silhueta do planisfério. Aprendizado centrado no aluno Tudo começa pelo indivíduo, pelo aluno que passa pelo programa IB. Tudo o que ele fizer, em tudo que se envolver,
IB: APRENDENDO A APRENDER
“É IMPORTANTE QUE O ALUNO IB SEJA CAPAZ DE, APÓS ENTENDER COMO A HUMANIDADE PRODUZ, AVALIA E INTERPRETA O CONHECIMENTO EM CADA UMA DESSAS ÁREAS, REALIZAR CONEXÕES E COMPARAÇÕES ENTRE ELAS, ENTENDENDO QUE O CONHECIMENTO NÃO SE DÁ DE FORMA ISOLADA EM CADA UMA” dos programas do “Núcleo” às aulas, terá o objetivo de desenvolver os dez traços de personalidade valorizados pelo programa – e que compõem o perfil do aprendiz IB: Investigador, Informado, Pensador, Comunicador, Íntegro, Mente Aberta, Solidário, Audaz, Equilibrado e Reflexivo. A pessoa que o aluno é está localizada no centro e, no decorrer do programa, ele deverá dar demonstrações de que age inspirado por tais valores.
perspectiva metacognitiva, ou seja, passam a pensar e a discutir sobre como aprendem. Para que os alunos alcancem essa perspectiva, o professor busca desenvolver estratégias não apenas para que aprendam, mas também para que aprendam a aprender, como por exemplo pesquisar, ouvir diversos pontos de vista e realizar uma síntese, ou mesmo discordar respeitosamente. Eis aí a verdadeira importância de se “ensinar para a vida”.
Maneiras de ensinar, maneiras de aprender Envolvendo o perfil do aluno, o círculo do Programa do Diploma apresenta as abordagens de ensino e de aprendizagem, que são um dos principais diferenciais do IB. Pelo fato de ser um programa que ultrapassa a mera aquisição de competências acadêmicas, cognitivas e de conhecimento pelos alunos, ele parte do princípio de que existem maneiras de ensinar e maneiras de aprender – as chamadas abordagens. Dessa forma, o professor nunca vai solicitar que os alunos memorizem fatos e datas. Partindo de situações reais e concretas (estudos de caso, por exemplo), e valendo-se dos objetivos gerais de cada curso e dos “Termos de Comando do IB”, ele vai ensinar o aluno a, entre outras habilidades, interpretar, analisar, discutir e comparar fatos. Por exemplo, no curso de Geografia os objetivos gerais de aprendizagem são: Conhecimento e Compreensão, Aplicação e Análise do Conhecimento, Síntese e Avaliação, e Aplicação de Habilidades Geográficas, que seguem essa filosofia de desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico. Os termos de comando – que também variam para cada disciplina – são, na verdade, as habilidades cognitivas específicas de alto nível que os alunos vão adquirindo ao longo do programa e que os fazem passar longe da memorização e do conhecimento superficial. Entre os mais de cinquenta termos de comando estão: compreender, aplicar, avaliar, comparar, deduzir, demonstrar, discutir, explorar, justificar e refletir. O ensino IB baseia-se na investigação e no questionamento. Na sala de aula, o professor estimula os alunos a expressarem seus pensamentos e ideias, e lança desafios por meio de perguntas complexas e envolventes, em vez de conduzir uma mera instrução didática. O professor estimula o pensamento colaborativo para assegurar a construção conjunta de significados, a interação e o diálogo. Por isso, ao mesmo tempo em que o ensino é focado no trabalho em equipe, ele também atende às necessidades individuais de cada aluno. Tal prática leva os alunos a interiorizarem uma forte
O núcleo do IB Voltando ao desenho do programa, nota-se que no núcleo estão os três componentes considerados o coração do Programa do Diploma: o curso de Teoria do Conhecimento (TOK, em inglês), o Ensaio Estendido (EE, em inglês) e as atividades extracurriculares de aprendizagem experiencial envolvendo esportes e projetos criativos e de responsabilidade social (Criatividade, Atividade e Serviço – CAS, em inglês). Tais elementos são responsáveis por desenvolver nos alunos uma variedade de capacidades humanas e responsabilidades que não se limitam ao sucesso acadêmico, mas conectam-se com a vida e com a experiência para além do domínio escolar.
COMO SE AVALIA UM ALUNO INTERNACIONAL?
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s alunos que cumprem o Programa do Diploma são avaliados por examinadores de diversas nacionalidades distribuídos pelo mundo. Quando, por exemplo, faz uma prova no Brasil, ele não tem ideia se será avaliado por um professor equatoriano, canadense, indiano ou japonês. Assim como qualquer exame aplicado mundialmente, as provas finais do IB ocorrem na mesma data em todo o mundo, a fim de se evitar vazamento de informação. Também por segurança e por conta da variação de fuso horário, o conteúdo das provas pode variar de continente para continente. O Programa do Diploma IB estipula diferentes avaliações e exames escritos ao final de cada disciplina cursada pelo aluno, e todos eles são produzidos pela fundação. Cada uma das seis disciplinas vale 7 pontos, totalizando 42. Três pontos extras podem ser conquistados pelo desempenho do aluno nos componentes obrigatórios. Para receber o diploma, deve-se somar, no mínimo, 24 pontos de 45 possíveis.
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TOK: refletindo sobre a construção do conhecimento humano Um curso em que os alunos refletem sobre a natureza do conhecimento, discutem como a humanidade constrói os saberes e desenvolvem habilidades para aplicar o conhecimento de maneira convincente e crítica – este é o curso de Teoria do Conhecimento. Trata-se de uma disciplina oferecida durante três semestres, que se conecta com todos os outros cursos do IB e que permite ao aluno olhar para o Programa do Diploma de forma crítica e integral, verificando nexos entre diversas áreas. Basicamente, o aluno se dedica a entender como as teorias são produzidas; que tipo de evidências fazem com que determinadas teorias sejam aceitas e outras não; o que é e o que não é objeto de estudo científico e por quê; e qual o papel da comunidade científica nesse processo. Considerando que os saberes são construídos de diferentes maneiras conforme a área do conhecimento, o IB prevê oito áreas distintas para os alunos refletirem sobre como o conhecimento opera em cada uma delas: Ciências Naturais, Ciências Humanas, História, Artes, Ética, Matemática, Sistemas de Conhecimento Indígena e Sistemas de Conhecimento Religioso. É importante que o aluno IB seja capaz de, após entender como a humanidade produz, avalia e interpreta o conhecimento em cada uma dessas áreas, realizar conexões e comparações entre elas, entendendo que o conhecimento não se dá de forma isolada em cada uma. Em TOK, espera-se a capacidade de reconhecer as muitas visões que podem ser adotadas sobre um mesmo assunto. Assim, deve-se tomar consciência de que o próprio conhecimento é baseado em uma dentre tantas perspectivas e que tal perspectiva também carrega crenças e pressupostos. Daí a importância de se considerar diferentes pontos de vista, pois isso
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permite abordar qualquer assunto com maior riqueza e profundidade. Tal atitude favorece o entendimento intercultural e a valorização da diversidade humana, propósitos da missão do IB. Ensaio Estendido: iniciação à pesquisa É comum ouvir ex-alunos de IB dizerem que, na universidade, se sentiram mais bem preparados que seus colegas de classe, principalmente nos primeiros semestres. E talvez o maior responsável por isso seja o Ensaio Estendido (EE) que produzem durante o IB. O EE é um artigo de pesquisa de quatro mil palavras sobre um assunto escolhido pelo aluno. Para produzi-lo, os alunos não frequentam nenhuma aula, eles apenas mantêm encontros com um professor orientador, designado de acordo com o tema ou assunto escolhido. Trata-se de um trabalho independente e individual. Nas orientações, cada aluno percorre todas as etapas do processo de elaboração do ensaio: a formulação de uma pergunta de pesquisa apropriada, o acesso a fontes de informação confiáveis, a organização e o desenvolvimento de argumentos, até a redação final do artigo. São muitas as vantagens que esse componente do Núcleo IB proporciona durante e após os seus três semestres de duração: incentiva o questionamento, a reflexão e a dedicação à pesquisa, assim como exercita a produção textual e favorece o domínio da língua escrita. O Ensaio Estendido é uma oportunidade única – e desafiadora – para alunos do ensino médio concluírem um projeto de pesquisa independente de nível universitário antes de ingressarem na faculdade. É também uma oportunidade de escolherem uma área de estudo pela qual sejam apaixonados, não raro os ajudando a decidir qual curso universitário seguir. Ao longo da jornada de produção do EE, os alunos vão adquirindo algumas habilidades pessoais e acadêmicas
IB: APRENDENDO A APRENDER
OS PIONEIROS DO IB
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Bacharelado Internacional foi criado e desenvolvido por professores motivados pela missão de criar um mundo melhor através da educação. Entre os idealizadores do Programa do Diploma, destacam-se três educadores que construíram suas carreiras demonstrando genuíno interesse nos alunos. Suas contribuições foram fundamentais para garantir a excelência do programa quanto aos conteúdos, ao rigor das avaliações e à formação dos alunos baseada no internacionalismo.
ALEC PETERSON Natural de Edimburgo, na Escócia, o primeiro diretor geral do IB (1968-1977) é considerado um dos principais responsáveis pela estrutura do Programa do Diploma, que reflete sua visão humanista e liberal de educação. Em 1960, Peterson publicou um trabalho que descrevia a necessidade de um novo sistema educacional, que estimulasse a mente e encorajasse a análise crítica em vez de focar no conhecimento enciclopédico. O educador primava pela ética na ciência e pela necessidade de especialistas em humanidades também conhecerem a “beleza da matemática”. Considerado a força motriz por trás do desenho do currículo e um ativo divulgador do IB, Peterson continuou atuante na causa mesmo depois de se aposentar do cargo de diretor geral. Ele foi também o primeiro membro honorário do Conselho de Fundação da organização (1983-1988).
KURT HAHN Filho de pais judeus, o educador nascido em Berlim (Alemanha) teve que fugir para a Escócia na década de 1930 depois de escrever uma carta aos seus alunos afirmando que os deserdaria caso abraçassem a filosofia nazista. Crítico ferrenho de Hitler, fundou, em 1941, o movimento “Outward Bound” de construção do caráter. Tal filosofia foi sustentada em quatro pilares que posteriormente inspiraram o CAS (Criatividade, Atividade e Serviço), elemento obrigatório do currículo do Programa do Diploma do IB. Esses pilares são: 1. Aptidão física; 2. Expedições de desafio e aventura; 3. Projeto para desenvolver autoconfiança e autodisciplina; 4. Senso de compaixão através do serviço.
ROBERT LEACH Natural da ilha de Nantucket, nos Estados Unidos, Bob Leach foi o professor de História mais popular da Escola Internacional de Genebra, onde lecionou por trinta anos. Foi um dos criadores do Modelo das Nações Unidas (MUN) na Ecolint (batizado inicialmente de Student’s United Nations – SUN), que até hoje é um dos programas mais importantes das escolas internacionais. Como consultor da ISA (Associação das Escolas Internacionais), passou dois anos visitando escolas associadas para produzir um relatório. No documento, Leach delineou que a missão ideológica das escolas internacionais era a de unir pessoas de diferentes culturas e preparar os estudantes para a cidadania mundial. Criador do Bacharelado Internacional, desenvolveu um programa de estudos para a disciplina de História – e seu respectivo exame – que promovia a investigação crítica. Tal pedagogia foi aplicada a todas as disciplinas do Programa do Diploma.
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PROFESSOR IB: PERFIL QUE FAZ A DIFERENÇA
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riado e fundado por professores, o Bacharelado Internacional destina notória importância aos educadores. Para a Fundação, a capacidade de inovação, a criatividade e a diversidade cultural dos professores desempenham papel essencial para o desenvolvimento de qualquer programa educacional. No Programa do Diploma não é diferente. Cada professor do IB passa por treinamento para cada disciplina que leciona e, sempre que o currículo dessa matéria for alterado ou atualizado, ele cursa nova preparação. As sessões de treinamento incluem uma visão geral do conteúdo e das avaliações, bem como orientação sobre como planejar e ministrar o curso, e estimulam os professores a criarem conexões em todo o mundo com seus pares para construir um sistema de apoio, a fim de ajudar uns aos outros. O IB não produz nem impõe nenhum material didático, livro ou apostila. A Fundação desenha todos os cursos e disponibiliza um guia explicativo para cada disciplina e cada componente do Núcleo do IB (TOK, EE e CAS). Além de participar do treinamento, o professor tem que ler o guia referente à sua disciplina, mas fica livre para preparar seu curso e selecionar materiais. Caberá a ele desenvolver um conhecimento de todos esses manuais e recursos disponíveis para desenhar seu curso de maneira autoral e eficiente. O objetivo do professor do IB é desenvolver a compreensão e o pensamento crítico do aluno dentro dos conteúdos e dos estudos de caso do seu curso, a fim de prepará-los para obter sucesso nos exames finais das disciplinas e nos componentes do Núcleo, e, por fim, como membros participantes da sociedade como um todo.
que, além de contribuírem para manter a saúde e o equilíbrio emocional dos alunos, ainda concorrem para contrabalançar o rigor acadêmico exigido pelo Programa do Diploma e despertar o potencial criativo e transformador do indivíduo. No entanto, se à primeira vista o CAS aparenta ser apenas lazer e diversão, um olhar mais detido revela que é um dos componentes que mais responsabilidade exige, notadamente pela liberdade que proporciona. Os alunos são incentivados a criar projetos de voluntariado e ações sociais que desenvolvam a comunidade local, demonstrando que são cidadãos engajados e que se importam com a coletividade. Durante três semestres, cada aluno deve dedicar três horas semanais ao programa, uma hora para cada letra (C, A e S). Na jornada, cada um vai montando um portfólio onde registra seus projetos, conquistas, reflexões, planejamentos, sucessos e recálculos de percurso. Trata-se, enfim, de um programa que cria oportunidades para o indivíduo se autorrealizar e se sentir inserido como um membro produtivo de sua comunidade. O Bacharelado Internacional estabelece sete resultados de aprendizagem para um aluno que se dedica ao CAS. É esperado que ele: (1) Saiba identificar seus pontos fortes e desenvolvê-los; (2) Demonstre que os desafios foram realizados e que ele desenvolveu novas habilidades nesse processo; (3) Demonstre que sabe planejar e executar um projeto de CAS; (4) Mostre compromisso e perseverança durante o processo; (5) Demonstre suas habilidades e reconheça os benefícios do trabalho em equipe; (6) Demonstre engajamento com questões de importância global; e (7) Reconheça e considere a ética em suas escolhas e ações.
que compõem o perfil do aluno IB: persistência, capacidade de questionamento, de gerenciamento de tempo, criatividade, pensamento crítico e independência acadêmica.
Independência e liberdade de escolha No círculo intermediário, figuram os seis assuntos abrangidos pelo programa, e suas respectivas disciplinas, cuja oferta varia entre as escolas, uma vez que aspectos da cultura local e do perfil de cada instituição contribuem para particularizar o Programa do Diploma: (1) Linguagem e Literatura (Inglês, Espanhol, Francês e a língua nativa do país da escola), (2) Aquisição de Linguagem (uma segunda língua), (3) Indivíduos e Sociedades (História, Geografia e afins), (4) Ciências (Biologia, Física e Química), (5) Matemática e (6) Artes (Artes Visuais, Teatro, Música e afins). O Programa do Diploma disponibiliza mais de uma centena de disciplinas, e as escolas adotam quantas
Criatividade, Atividade e Serviço: aprendizagem por experiência Para cumprir o terceiro e último componente do Núcleo IB, o aluno também não frequenta aulas regulares, ele apenas recebe orientações para realizar atividades esportivas de sua preferência e experimentar projetos – individuais e em equipe – de responsabilidade social e de criatividade em benefício da comunidade escolar ou da comunidade local. São atividades extracurriculares
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IB: APRENDENDO A APRENDER
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IB: APRENDENDO A APRENDER
quiserem, de acordo com o seu porte, sua linha pedagógica e suas condições para disponibilização de docentes qualificados. Dentro do assunto Indivíduos e Sociedades, por exemplo, o IB oferece dez disciplinas – além das tradicionais História e Geografia –, e a escola pode optar por oferecer aos seus alunos matérias como Tecnologia da Informação numa Sociedade Global ou até mesmo Religiões do Mundo. Cada aluno, por sua vez, monta a própria grade curricular a partir do rol de disciplinas que a sua escola oferece. E, independentemente de quais disciplinas ele tenha optado cursar, em todas elas passará por abordagens que remetem ao modo IB de ensino e aprendizagem, que propiciam o desenvolvimento do pensamento aprofundado e crítico. O aluno tem a liberdade de escolher uma disciplina dentro de cada assunto – a única área facultativa é Artes –, cursando obrigatoriamente um total de seis disciplinas. A disciplina referente ao assunto Artes pode ser substituída por uma segunda de qualquer um dos outros cinco assuntos. O programa exige ainda que o aluno curse três disciplinas em nível padrão e três em nível avançado. Diante de todas as escolhas que fazem durante a jornada de dois anos do IB, os alunos são estimulados a pensar nas estratégias de que precisarão para percorrêla com sucesso. A ideia principal do programa é que desenvolvam a capacidade de se tornarem cada vez mais responsáveis pelo seu próprio desempenho acadêmico. Ao longo dos cursos, é esperado que se adquira as seguintes habilidades: (1) Compreensão e gosto pela pesquisa; (2) Apresentação e comunicação; (3) Pensamento crítico; (4) Redação em, pelo menos, dois idiomas; (5); Capacidade de gerenciamento de tempo; e (6) Senso de mentalidade internacional e compreensão cultural. Mentalidade internacional e cidadania global Na borda do círculo, além do nome do programa, que não é o único oferecido pela fundação IB (ver box “A expansão do IB”), a expressão “mentalidade internacional” revela seu principal propósito: formar um indivíduo capaz de compreender e interagir com os outros, conhecedor de outras culturas e histórias, falante de mais de uma língua e apto a abordar questões sob múltiplos pontos de vista. Mentalidade internacional é, além disso, uma proposta de valor, que irá guiar todas as camadas do programa e será também seu delimitador e resultado final. De acordo com Ian Hill, ex-diretor geral adjunto do IB, “trata-se de colocar o conhecimento e as habilidades para trabalharem, a fim de tornar o mundo
um lugar melhor através da empatia, da compaixão e da abertura para a variedade de formas de pensar que enriquecem e complicam o nosso planeta”. Igualmente norteador do programa, o conceito de cidadania global remete à consciência de um mundo mais amplo em que as pessoas se tornam cidadãs do mundo. De acordo com o IB, os cidadãos globais respeitam e valorizam a diversidade e outras culturas, compreendem a interconectividade e a complexidade, trabalham para corrigir a injustiça social, lutam para tornar o mundo mais enriquecido e mais sustentável, e encaram o futuro com esperança. Tanto a mentalidade internacional como a cidadania global serão os resultados finais que o aluno de IB atingirá após a conclusão do programa. Além desses pressupostos terem sido a inspiração inicial e o objetivo para a criação do programa, no círculo eles aparecem como o conceito máximo que delineia todas as diferentes estratégias que levam ao seu desenvolvimento.
A EXPANSÃO DO IB
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Programa do Diploma foi o primeiro a ser oferecido pelo Bacharelado Internacional, mas não é o único disponibilizado pela Fundação. Conforme a organização foi-se consolidando, outros programas educacionais foram criados, abrangendo alunos de 3 a 19 anos, da educação infantil ao ensino médio. Atualmente o IB dispõe de quatro programas, que podem ser adotados individualmente por escolas públicas e particulares, nacionais e internacionais, de qualquer porte. Todos eles são baseados em uma abordagem construtivista do ensino e da aprendizagem e são projetados para estimular os alunos a se tornarem aprendizes autônomos ao longo da vida. O Programa da Escola Primária (PYP, em inglês) foi criado em 1997 e é destinado a alunos de 3 a 12 anos. O Programa de Nível Intermediário (MYP, em inglês) abrange alunos de 11 a 16 anos e é oferecido desde 1994. O Programa Profissionalizante (CP, em inglês), criado em 2012, destina-se a alunos de 16 a 19 anos e seu conteúdo é voltado a carreiras profissionais. O Programa do Diploma (DP, em inglês), oferecido desde 1968, é destinado a alunos de 16 a 19 anos. Além de ser o mais conhecido de todos, goza de respeito e reconhecimento das melhores universidades do mundo.
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Por Paula Veneroso Fotos: Fernanda Caires e Arquivo Chapel
PRIMEIRA NO BRASIL A ADOTAR O PROGRAMA DO DIPLOMA DO BACHARELADO INTERNACIONAL (IB), A CHAPEL FOI NOVAMENTE PIONEIRA AO ESTENDÊ-LO A TODOS OS ALUNOS DO HIGH SCHOOL, INDISTINTAMENTE
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IB CHAPEL: EXCELÊNCIA PARA TODOS
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o dia 1º de junho de 1980, a Chapel tornou-se a primeira escola no Brasil a adotar o Programa do Diploma do Bacharelado Internacional (IB), oferecido oficialmente nos dois últimos anos do high school. A experiência acumulada durante quase três décadas permitiu que, em 2007, o colégio passasse a oferecer o IB para todos os alunos, e não somente para aqueles com alto rendimento acadêmico, como acontece na maioria das escolas. Na Chapel, o processo de recomendar os melhores alunos ao programa IB e obrigar os outros a cursarem o high school regular não existe. No início do 11º ano, todos os alunos são matriculados no IB. “Não temos salas de aula que não sejam IB. Em termos
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acadêmicos, isso significa que, em todas as nossas salas de aula, trabalhamos com um alto rigor e uma alta expectativa de performance dos alunos”, explica Paula Moro, diretora do high school. “Sem dúvidas, a inexistência de barreiras para a educação IB já destaca a Chapel. Mas, além disso, os resultados obtidos pelos nossos alunos são, geralmente, acima da média em comparação com outras escolas ao redor do mundo. E isso diz muito sobre a qualidade do trabalho feito aqui”, avalia Benjamin Vaughan, coordenador do IB. Para tanto, os alunos são preparados desde os anos iniciais: os currículos brasileiro, americano e socioemocional são desenhados para que desenvolvam as habilidades e competências necessárias para estarem preparados para o IB quando chegarem ao 11º ano. “Nós acreditamos que todos os alunos conseguem e devem realizar o programa por completo, bastando, para tal, desenvolverem habilidades de alto nível nos anos que antecedem o IB”, afirma Luciana Brandespim, coordenadora de Character Education. As habilidades às quais se refere a coordenadora incluem, além do pensamento crítico, as competências socioemocionais que são trabalhadas nos programas que acompanham o aluno desde a educação infantil (Caring and Sharing), passando pelo elementary school (CARES – cooperação, assertividade, responsabilidade, empatia e autocontrole), até chegar ao high school (Advisory Program – autoconsciência, autogerenciamento,
empatia, habilidade de relacionamento e tomada de decisão responsável). Durante todo o percurso, o colégio oferece serviços e programas para ajudar os alunos a obterem sucesso. E, de acordo com Ms. Brandespim, todos se beneficiam: desenvolvem autonomia, adquirem habilidades de escrita, vivenciam aprendizagens com experiências da vida real e aprendem a gerenciar seu tempo e suas escolhas. “Os alunos amadurecem muito no processo”, destaca. Construção da mentalidade IB A preparação dos alunos para o IB é intensificada a partir do 7º ano, quando os materiais e as abordagens passam a se alinhar cada vez mais à filosofia do programa, num crescente até o 10º ano, quando os formatos de avaliação, os descritores de competências e habilidades e até mesmo o intervalo das notas (de 1 a 7) passam a ser os mesmos utilizados no IB. “A partir do 9º ano já temos conversas formais e regulares com os pais e os alunos, apresentamos a estrutura global do IB e dizemos como as escolhas feitas pelo aluno nesse momento impactarão suas possibilidades futuras”, explica Ms. Moro. Isso acontece porque é a partir do 9º ano que o aluno da Chapel começa a cursar disciplinas eletivas. E nessa fase, apesar de não serem definitivas, as escolhas do aluno influenciarão diretamente o seu projeto de curso. Se, por exemplo, o aluno gosta de Francês, ele é orientado a cursar a matéria desde o 9º
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ano, preparando-se para quando chegar ao 11º. “Na segunda metade do 10º ano, no Advisory Program, passamos a falar sobre o IB durante um semestre inteiro, tratamos dos ganhos que as atividades do CAS [Criatividade, Atividade e Serviço] e o Ensaio Estendido proporcionam e das expectativas dos alunos com o programa, já que se trata do projeto pessoal de cada um”, expõe Ms. Bransdepim, que também é coordenadora do CAS. Os desafios do IB Para obter o diploma IB, além das seis disciplinas que o aluno cursa, ele tem que completar o processo com as atividades do Núcleo: TOK (Teoria do Conhecimento), CAS e EE (Ensaio Estendido). Um grande diferencial da Chapel é a importância atribuída a esses três elementos. Diferentemente de outras escolas, na Chapel, TOK é um curso obrigatório e presencial, com carga horária de uma hora-aula a cada dois dias e duração de três semestres. “É um curso para o aluno pensar sobre o que está aprendendo e como cada conhecimento é adquirido. Com isso, ele vai estabelecendo conexões entre as áreas do conhecimento e percebendo, por exemplo, como adquirir conhecimento em línguas é diferente de adquirir conhecimento em ciências, ou em matemática, ou em história; quais as especificidades de cada uma e quais desafios cada área enfrenta”, explica a professora de Teoria do Conhecimento, Mariana Battistini. Por isso é que ele está no centro do Programa do Diploma, “porque é a base para o aluno construir conexões entre as disciplinas”, complementa Ms. Moro. Também nessa posição central estão os outros dois componentes, o Ensaio Estendido, uma monografia individual que o aluno desenvolve durante os dois anos do IB, e as atividades de CAS, que incluem projetos criativos, serviço social e atividades físicas. Ambos são considerados os mais desafiadores para os alunos. “Esses dois componentes, de fato, jogam o aluno para fora da sua zona de conforto. E justamente são os mais
desafiadores porque não têm aulas e levam o jovem a empreender projetos e pesquisa e a se responsabilizar pelo seu aprendizado experimental fora do universo escolar”, justifica Ms. Moro. Quanto ao Ensaio Estendido, pensar numa pergunta de pesquisa e desenvolver pesquisa acadêmica durante dois anos é bastante árduo para um adolescente. “Embora tenham o apoio de um orientador para auxiliá-los durante o processo, os alunos trabalham principalmente de forma independente para pesquisar, pensar e escrever seus argumentos”, comenta a coordenadora do EE, Kristin Smith, que também atende os alunos que encontram dificuldades durante o processo. As atividades de CAS, por sua vez, devem ser realizadas durante três semestres e exigem autogerenciamento e autoconhecimento. “É uma oportunidade para os alunos mostrarem ao mundo quem são por meio de ações concretas e também para descobrirem a si mesmos e aos outros, deixando sua marca no mundo”, explica Ms. Brandespim. Por tal razão, o programa é cem por cento personalizado e o aluno escolhe as suas atividades e projetos de acordo com seus gostos pessoais e habilidades. A coordenadora ressalta que a maioria dos clubes after school da Chapel reúne as qualidades necessárias para os alunos desenvolverem atividades de CAS e também que todos os esportes são aceitos, sejam praticados dentro da Chapel, sejam em clubes externos. Para cumprir o componente sem percalços, o IB orienta que o aluno dedique três horas semanais a ele, uma hora para cada uma das áreas (Criatividade, Atividade e Serviço). Verificação de aprendizagem Os coordenadores desses componentes do Núcleo ajudam os alunos a definirem objetivos e a criarem um cronograma para que possam trabalhar com o mínimo de organização. Mas ainda sim são atividades autônomas, escolhidas pelos alunos, pelas quais eles devem se responsabilizar durante todo o processo. Isso, segundo os coordenadores, pode ser o maior desafio
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COMO A CHAPEL SE TORNOU A PRIMEIRA ESCOLA IB DO BRASIL
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ara se tornar uma escola IB, a instituição participa de um processo de autorização a fim de garantir que os padrões da organização mundial sejam atendidos. Depois de credenciada, a escola recebe do IB currículos e avaliações do programa. A cada cinco anos ela é reavaliada e verifica-se se continua atendendo aos critérios do IB, que incluem: formação de professores, infraestrutura, serviços e equipe de suporte, entre outros. A mais recente renovação do credenciamento da Chapel ocorreu há três anos, informa Mr. Vaughan, há dois anos no cargo de coordenador do IB. A primeira autorização, no entanto, foi há quatro décadas. Quem conta essa história é Sue Marie Lund, a primeira coordenadora do IB da Chapel, cargo que ocupou durante cinco anos. Susi, como é carinhosamente chamada, chegou ao Brasil em 1962, recém-casada e a um semestre de graduar-se em História. Ao fixar residência no país, concluiu a licenciatura na PUC-SP, cursou várias especializações – inclusive em artes – e participou ativamente da implantação do IB na Chapel, onde seus cinco filhos estudaram.
DEPOIMENTO DE SUE LUND
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a década de 1970, a Chapel recebia muitos alunos europeus. Havia escandinavos, italianos, alemães, irlandeses... Na época, esses alunos não conseguiam ingressar na universidade quando voltavam aos seus países sem retroceder três anos nos estudos. E o diploma IB resolveria esse problema. Por outro lado, sentíamos a necessidade de enriquecer o currículo, pois tínhamos alunos muito talentosos. A ideia de trazer o IB para a Chapel foi da então orientadora educacional do high school, Gibby Griffin. Ela era uma grande amiga e eu a ajudava no gabinete como voluntária. Ela me perguntou o que eu achava e eu respondi que considerava o programa maravilhoso
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e que ele seria ótimo para a Chapel. Isso foi em 1979. No entanto, logo em seguida ela teve de sair. E o processo de trazer o IB para a Chapel ficou sob minha responsabilidade. Na época, a escola IB mais próxima ficava na Argentina. E fazer uma ligação telefônica para outro país era muito difícil, além de ser extremamente caro. Então, todo o processo se deu por meio de cartas. Quando a escola foi autorizada, eu fui convidada para coordenar o IB, em 1980. Tínhamos que solucionar os problemas que surgiam, sem saber como as outras escolas IB faziam. Havia também a questão das línguas. A Chapel oferecia espanhol e francês, mas tínhamos alunos de muitas outras línguas e, mais, de vários níveis. Então,
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tive uma ideia: a escola oferecia uma sala durante uma hora por dia e orientações sobre os exames de IB para um professor particular de idiomas – que era pago pelos pais – preparar cada aluno em sua língua materna. Deu certíssimo. Aplicávamos exames IB, em nível padrão e em nível avançado, de várias línguas como italiano, alemão e outras. Eram problemas desse tipo que tínhamos que resolver e não tínhamos ninguém para trocar ideias, estávamos numa ilha, sem nenhuma outra escola IB por perto. Como coordenadora, eu criava soluções que facilitassem o desenvolvimento dos estudos dos alunos. Na implantação do programa, eu esperava resistência dos professores. No entanto, foi incrível como os professores abraçaram a ideia do IB e ficaram extremamente empolgados. E realmente a Chapel tinha professores maravilhosos, que se abriram à mudança e fizeram um trabalho primoroso. Os professores aceitaram a ideia e o desafio. E quando enfrentavam problemas, eu chamava todos para me ajudarem a resolver. Eles se apropriaram do IB, não foi uma imposição. Os dois primeiros anos foram muito importantes porque os alunos conseguiram boas notas. E, na verdade, eu pensava: Será que somos capazes? Eu não sabia se iríamos conseguir, ninguém sabia. Era minha responsabilidade aceitar os alunos no programa e falar com os pais. E eu conversei francamente com cada um, disse que eu não poderia prometer que conseguiríamos aquilo que estávamos tentando. Era muita responsabilidade, e eu não podia prometer o diploma para ninguém. Mas deu certo. Meu filho mais velho frequentou a primeira turma de IB e teve boas aulas. Minha terceira filha frequentou poucos anos depois e teve aulas ideais, prova é que a turma dela alcançou excelentes notas nos exames. Ela foi tão bem que, ao ser aceita na Brown University (EUA), eliminou um ano inteiro da graduação de tantos créditos que a sua nota no IB lhe proporcionou.
Durante os cinco anos em que fui coordenadora do IB, fui também responsável pela disciplina de Teoria do Conhecimento (TOK). A disciplina era obrigatória, mas na escola, até então, não havia nada parecido com aquele conteúdo. Era uma matéria interdisciplinar com oito áreas diferentes. Com o passar do tempo, fui gostando cada vez mais de lecionar a disciplina, achava aquele conteúdo o máximo. Eu gosto muito de estudar e adorava as aulas. A primeira metade da década de 1980 foi marcada por uma grande recessão econômica. Então, não enviávamos os professores para cursos e conferências de IB porque não havia dinheiro para isso. O IB já foi um luxo para a época. Nós adaptamos as disciplinas que já existiam na escola para serem ministradas no nível IB, mas não tínhamos condições de contratar um professor para cada disciplina nova. Conseguimos bons resultados porque os professores eram excelentes. Fazíamos o possível, não o ideal. Eu também era convidada por outras escolas internacionais de São Paulo para falar sobre o IB, porque muitas famílias ficavam curiosas e me chamavam para explicar o programa. Até hoje meus filhos comentam, por exemplo, como aprenderam no IB a discernir argumentos falsos de verdadeiros, o que se torna fundamental no mundo de hoje, repleto de desinformação e de notícias falsas.”
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do Programa do Diploma, e é por essa razão que são realizados encontros semanais com os alunos, no chamado IB Flex Time, em que se fala sobre CAS e EE. O aluno do IB da Chapel trabalha de maneira independente, mas não desamparada. A cada três semanas, o time de líderes se reúne para discutir sobre o progresso de cada um, checando notas e verificando quem precisa de auxílio em algum componente. Trata-se de um monitoramento do processo de aprendizagem: verifica-se quem está atingindo as metas de aprendizagem e quem precisa de alguma orientação. “Após essa verificação, intercedemos junto aos alunos que apresentam dificuldades”, afirma Ms. Brandespim. Diploma X Certificado A grande maioria dos alunos da Chapel cumpre todo o Programa do Diploma e sai do colégio portando três diplomas: brasileiro, americano e IB. E o diploma bilíngue é o grande distintivo do colégio: ele é conquistado quando o aluno cumpre todos os requisitos em duas línguas maternas. O IB exige que o aluno apresente proficiência em uma língua materna e conhecimentos de uma segunda língua. “Um grande diferencial da Chapel é que 90% dos alunos saem com diploma em duas línguas maternas, fato incomum na maioria dos colégios”, comemora Ms. Moro. A porcentagem de alunos que não completam o IB gira em torno de 5 a 10%. “Mas, mesmo entre esses poucos que não cumprem o Programa do Diploma, a maioria termina o high school com certificados de disciplinas do IB”, informa a diretora. Ela explica que, ao longo do processo, caso o aluno apresente uma dificuldade muito grande, ele pode optar por não construir o programa inteiro. No entanto, como todas as salas de aula do high school da Chapel são IB, o aluno consegue obter certificados por disciplinas, notadamente das disciplinas pelas quais ele mais se interessa e alcança melhor desempenho. “E isso já é um grande diferencial, pois o aluno esteve imerso em um ambiente em que a
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expectativa de aprendizagem e o rigor são muito altos, o que vai necessariamente fazer com que ele progrida muito mais do que se estivesse em uma sala regular”, avalia Ms. Moro. Nos Estados Unidos e no Canadá é muito comum a obtenção de certificados por disciplinas, já que essa é a base do programa AP (Advanced Placement), muito popular no high school desses países. “Não é o mesmo que ter o diploma, mas os certificados são válidos em universidades dos Estados Unidos e do Canadá. Não na Europa, cuja maioria das universidades exige o diploma integral do IB”, explica Ms. Smith. Ela diz que, dependendo do perfil do aluno, o certificado pode ser a melhor escolha: “O aluno tem que se conhecer um pouco e medir quanto esforço deverá empreender para cumprir todos os componentes do Programa do Diploma”. Vantagens do diploma Para os alunos que cumprem todo o programa, os ganhos são imensuráveis. “Dado que o IB é tido como um dos currículos mais abrangentes e rigorosos existentes hoje em dia, um alto desempenho no programa é levado em consideração pelas universidades para a concessão de bolsas por mérito, notadamente no exterior”, afirma Marta Bidoli, orientadora educacional do high school da Chapel. Ela também informa que em alguns países como no Reino Unido, por exemplo, o diploma IB é determinante para o ingresso: “Ele dá ao aluno o direito de ingressar diretamente no primeiro ano do curso de ensino superior, sem a necessidade de cursar o Foundation Year [programa acadêmico, com duração de um ano, que qualifica e prepara estudantes internacionais para admissão em universidades do Reino Unido]”. Além disso, o aluno consegue eliminar matérias mais básicas do curso universitário. “Em termos práticos, os certificados do IB têm seu valor para eliminar créditos no ensino superior em alguns países. Mas, em termos gerais, ter o diploma completo abre mais portas para os alunos”, sintetiza Ms. Bidoli. Em universidades
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brasileiras (ver box), há um número reservado de vagas para os portadores do diploma. “Isso significa que apenas alunos de escolas IB do Brasil – atualmente são 26 – concorrem a essas vagas”, acrescenta. Outra vantagem considerável diz respeito à preparação do portador do diploma IB para os próximos desafios acadêmicos e pessoais. “Esse aluno tem um entendimento claro do que significa desenvolver um projeto de pesquisa, se apresenta com facilidade, pensa de forma crítica, desenvolve suas habilidades de escrita e sabe administrar melhor o seu tempo, tudo isso dentro de uma visão global”, comenta a orientadora. Em termos de currículo, o IB promove constantes atualizações. De acordo com Mr. Vaughan, “renovações no programa são pensadas a fim de preparar os alunos para as necessidades que terão no futuro”. Por isso, a Chapel sempre envia professores para treinamentos e também sedia reuniões para inovações curriculares. Tal protagonismo do colégio o coloca numa posição de vanguarda para além do pioneirismo na implantação do programa no Brasil: “A Chapel está ingressando como membro fundador da BAIBS (Brazilian Association of IB Schools), uma associação que objetiva se tornar um polo de expertise, treinamento para escolas e desenvolvimento de currículo para novos cursos”, anuncia o coordenador do programa.
EX-ALUNOS CHAPEL CITAM VANTAGENS DO PROGRAMA IB “Eu sinto que estou um passo à frente de todos os meus colegas” - Guilherme Raposo “Eu recebi o equivalente a um semestre de créditos acadêmicos (por causa do IB), mas tem pessoas que chegam a receber até dois semestres” - Gabriel An “Na faculdade, você escreverá ensaios estendidos semanalmente” - Christian de Abreu “Pessoalmente, o principal diferencial do programa de IB são as habilidades e hábitos de estudo que são facilmente transferíveis para os cursos universitários, independentemente de quão distintos os conteúdos de faculdade e do high school são um do outro” - Thiago Bittar
FACULDADES BRASILEIRAS JÁ ACEITAM O IB
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os últimos anos, um crescente número de universidades brasileiras vem aceitando o diploma IB como parte do processo de admissão de alunos. Na maioria delas, ele substitui a prova do vestibular, enviando o aluno diretamente para a segunda fase do processo – composta por entrevista oral ou dinâmica de grupo, dependendo da instituição. Uma vantagem é que as vagas reservadas para portadores do Diploma IB são disputadas apenas por egressos das 26 escolas que oferecem o Programa no Brasil. E outra vantagem é que a maioria das universidades permite que o candidato tente o ingresso também por outros meios (resultado do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio e vestibular tradicional), aumentando suas chances. “Buscamos alunos que tenham desejo de impactar positivamente o mundo e encontramos com grande frequência esse tipo de perfil entre os candidatos IB”, comenta Renato Guimarães Ferreira, coordenador de graduação do curso de Administração de Empresas da FGV de São Paulo. Ele explica que a segunda fase do processo seletivo da Getúlio Vargas é presencial e, nesse encontro, “são observadas a capacidade para argumentar e justificar a escolha pelo curso, as habilidades analíticas manifestadas oralmente pelo candidato e sua capacidade de iniciativa”. Segundo o coordenador, “ter alunos com formação consistente em termos de conteúdo e habilidades socioemocionais é enriquecedor, pois promove o desenvolvimento de todo o corpo discente, que se beneficia das trocas mútuas de repertórios”. Entre as instituições brasileiras de ensino superior que aceitam o diploma IB, destacam-se: Centro Universitário Belas Artes de São Paulo ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing Faculdade Santa Marcelina (curso de medicina) FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado FGV – Fundação Getúlio Vargas (SP e RJ) FIA – Fundação Instituto de Administração IBMEC – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais PUC - RIO – Pontifícia Universidade Católica Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Por Fabiana Saad Fotos: Gerry Mayer-Rohrmoser INSIDECHAPEL
ENTREVISTA DE CAPA – SIVA KUMARI
“O CONHECIMENTO ESTÁ SE TRANSFORMANDO EM UM RITMO QUE NENHUM DE NÓS CONSEGUE ACOMPANHAR; MUITAS DAS TÉCNICAS APLICADAS PELOS PROFESSORES NO PASSADO JÁ NÃO SÃO MAIS ACEITÁVEIS”. É COM ESSAS FRASES FORTES QUE A PRIMEIRA MULHER A TER O POSTO DE DIRETORA GERAL DO INTERNATIONAL BACCALAUREATE (IB), DRA. SIVA KUMARI, ARGUMENTA SOBRE AS MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO MODERNA
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pioneirismo sempre fez parte da carreira da dra. Kumari. Ela foi a primeira reitora associada além de reitora associada e diretora executiva dos programas da Escola de Estudos Continuados na Rice University em Houston, Texas, e ganhou diversos prêmios nacionais e regionais pelos seus resultados para avançar a educação. Ela aumentou a oferta de programas de desenvolvimento profissional na universidade em que atuou, sendo que a Rice é hoje a líder em desenvolvimento profissional para professores. A dra. Kumari também expandiu o portfólio dos programas de tecnologia da informação. Como reitora associada, ela foi incumbida de supervisionar mais de oitenta iniciativas de universidades para a educação do kindergarten até o 12º ano em Houston, criando sistemas eficientes e identificando novas oportunidades para cumprir a missão estratégica da instituição, que diz: “Cultivar uma comunidade diversificada de aprendizagem e descoberta produtora de líderes que cruzem todo o espectro dos esforços humanos”. Isso foi antes de a dra. Siva Kumari se juntar ao IB em abril de 2009, onde atou como diretora regional para a região Ásia-Pacífico. Um ano depois ela foi nomeada COO (Chief Operating Officer) e foi responsável por supervisionar a IB Regions Worldwide, implementando serviços educacionais de bom custo-benefício, promovendo o desenvolvimento profissional e realizando pesquisas, como a de validação do programa e de estudos de impacto. A dra. Kumari é bacharel em Ciências (Índia), é mestre pela Universidade de Cincinnati, em Ohio, e é doutora em Educação pela Universidade de Houston, Texas. Ela também foi reconhecida como uma “estudante de doutorado excepcional” pelo seu trabalho pioneiro sobre práticas pedagógicas de professores de nível superior na educação online. Desde que foi nomeada a primeira mulher a se tornar diretora geral do International Baccalaureate em janeiro de 2015 – a sétima nomeação nos cinquenta anos da organização –, ela tem dedicado seu tempo ao conhecimento e às habilidades que irão elevar ainda mais a presença e o impacto do Programa IB no mundo. O programa, que foi fundado como um experimento em 1968 em somente sete escolas, hoje atinge 7000 instituições pelo globo, sendo reconhecido mundialmente como um padrão de educação modelo. O objetivo do IB é o mesmo desde seus primórdios: “Educação para um mundo melhor”. Especula-se demasiadamente sobre o futuro da educação. Entretanto, o Programa IB parece ter compreendido de maneira exemplar o que faz uma criança tornar-se um adulto extraordinário em um mundo que está sendo transformado pela quarta revolução industrial. A Inside Chapel orgulha-se de apresentar uma entrevista exclusiva com a dra. Siva Kumari, na qual ela fala sobre o futuro da aprendizagem.
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“É IMPORTANTE QUE AS ESCOLAS PROMOVAM UM SENSO DE AUTONOMIA E UM ALTO NÍVEL DE PENSAMENTO CRÍTICO NOS ALUNOS, DE MODO QUE ELES SEJAM CAPAZES DE PENSAR FORA DA CAIXA” 28
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O mundo e a experiência humana têm mudado mais rapidamente do que nunca. Como o mercado profissional será para as futuras gerações? Siva Kumari: Hoje em dia há muito progresso: programas, máquinas, softwares... um enorme número de dados. Em resposta a esse progresso, há relatórios da McKinsey, a empresa de consultoria requisitada pelas empresas e instituições mais influentes do mundo, que revelam que um jovem que termina o ensino médio em 2020 terá entre sete e oito carreiras ao longo da vida. Há alguns anos, os alunos eram preparados para terem somente uma carreira! Portanto, o jovem deve estar pronto para uma nova realidade.
ENTREVISTA DE CAPA – SIVA KUMARI
Como os alunos podem se preparar para esta nova realidade? SK: O conhecimento está se transformando em um ritmo que nenhum de nós consegue acompanhar; então, muitas das técnicas que alguns professores utilizavam no passado já não são mais aceitas. Aprender uma matéria e relembrar o conteúdo memorizado para aplicar em uma prova já não é mais o suficiente; no entanto, aprender como fazer uma análise complexa e cuidadosa deve ser uma habilidade dominada pelas futuras gerações. O processo deve mudar porque hoje há máquinas que são programadas para pensar e entregar conteúdo. O que realmente precisamos é ter mentes humanas capacitadas lá fora, compreendendo e organizando esse progresso. Muito do trabalho que foi feito por humanos no passado não é necessário hoje porque as máquinas podem fazê-lo — até mesmo de maneira melhor —, então a educação deve preparar os alunos para as novas habilidades necessárias neste cenário. Como isso pode ser feito de uma perspectiva educacional? SK: É muito complexo mudar de carreiras, pois isto é diferente de mudar de emprego. Como você educa uma criança para fazer isso? Como você desenvolve uma criança confiante? Os alunos devem ser preparados para um novo aprendizado, rapidamente! É importante que as escolas promovam um senso de autonomia e um alto nível de pensamento crítico nos alunos, de modo que eles sejam capazes de pensar fora da caixa. Isto é parte do que o Programa IB procura desenvolver nos alunos. Outro dado importante, desta vez do Fórum Econômico Mundial em Davos, mostra que o conhecimento ou conteúdo adquirido por um aluno iniciando a graduação hoje estará desatualizado assim que ele termine os quatro anos de seu curso universitário. É crucial ensinar aos alunos que eles devem aprender rapidamente para desaprender e reaprender qualquer outra coisa. Dada essa tendência, qual é o papel das universidades na preparação dos alunos para o mercado profissional? O Programa IB está ciente disso e esta é a razão pela qual ele foi desenvolvido de maneira completamente diferente daquela que os programas tradicionais utilizam. Os alunos devem aprender a ser resilientes; eles precisam entender que é necessário aprender a aprender, e, algumas vezes, seguir caminhos diferentes. Estas são habilidades fundamentais promovidas pelo Programa IB. Quais outras habilidades são importantes neste cenário? SK: O pensamento ético é algo que deve ser levado a sério. Por essa razão, ele é um dos pilares mais importantes
do Programa IB, acompanhando as dez características do perfil de aprendizagem do aluno IB (ver box). Além disso, importantes educadores, cientistas, políticos e CEOS no Fórum Econômico Mundial falaram sobre como as sociedades precisam de crianças que pensem de maneira ampla, em vez de alunos que são desenvolvidos de maneira profunda e estreita em uma disciplina. Essa ideia se alinha com a teoria humanista do Programa, a qual diz que você deve estudar todas as matérias para poder tomar uma decisão e definir sua mentalidade. A mente se desenvolve de maneira diferente quando você estuda todas as matérias em vez de somente algumas, e isso vai ao encontro do que foi dito em Davos: o que é necessário na educação não é somente a qualidade do conteúdo, mas também a necessidade de os alunos serem capazes de pensar interdisciplinarmente, de poderem trabalhar em equipe e de resolverem problemas. Os cientistas mencionaram que, por terem conhecido o curso da história, por exemplo, eles são capazes de prever e resolver problemas. Portanto, é importante compreender e transferir a informação entre as disciplinas, e compreender como elas se conectam em algum ponto. Por que o Programa IB é melhor para os alunos do que os demais? SK: A diferença entre o Programa IB e os demais é que ele leva a criança a desenvolver habilidades e atitudes positivas para um aprendizado mais eficaz. Já que somos um modelo de educação mundial, o Programa IB desenvolve uma criança que será avaliada por alguém em qualquer lugar do planeta e que ela não conhece. O aluno é avaliado por diversos educadores que seguem referências globais. Academicamente, eles recebem uma educação e um diploma baseados em um padrão mundial. Isso significa que eles devem desenvolver um alto nível de habilidades de comunicação, assim como de competência intercultural. Os alunos obterão um Diploma ou Certificado que prova que eles obtiveram resultados e os compara aos de colegas que seguiram o Programa por todo o mundo. Portanto, o objetivo é desenvolver cidadãos que podem competir globalmente. Como o Programa IB prepara os alunos para desafios locais e globais do século XXI? SK: Outro aspecto importante do IB é que ele desenvolve crianças e jovens adultos que pensam criticamente sobre seu papel no planeta e como eles podem usar a educação para aprender e pensar de maneira diferente, contribuindo assim para um mundo melhor. O Programa os motiva a ter uma mentalidade positiva e a fazer a diferença de maneira impactante.
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OS DEZ ATRIBUTOS DO ALUNO IB
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o longo do Programa, o aluno IB é incentivado a incorporar alguns atributos relacionados a competências cognitivas, valores e atitudes. O perfil do aprendiz do Bacharelado Internacional descreve uma ampla gama de capacidades e responsabilidades humanas que vão além do sucesso acadêmico, elas implicam um compromisso de aprender a ajudar a si mesmos, os outros e o mundo ao seu redor. Cada um dos programas do IB está comprometido com os itens do perfil, que visa desenvolver aprendizes que sejam: Investigadores – Nutrem sua curiosidade, desenvolvendo habilidades para a investigação e a pesquisa. Sabem como aprender de forma independente e com os outros. Aprendem com entusiasmo e mantêm seu amor pela aprendizagem durante toda a vida. Informados – Desenvolvem e usam uma compreensão conceitual, explorando o conhecimento através de uma variedade de disciplinas. São engajados em assuntos e ideias que têm importância local e global. Pensadores – Usam suas habilidades de pensamento crítico e criativo para analisar e promover ações responsáveis diante de problemas complexos. Exercitam a iniciativa ao tomar decisões raciocinadas e éticas. Comunicadores – Expressam-se de forma confiante e criativa em mais de uma língua e de várias maneiras. Colaboram de forma eficaz, ouvindo com atenção os pontos de vista das outras pessoas e grupos. Íntegros – Agem com integridade e honestidade, com um forte sentido de equidade e justiça, respeitando a dignidade e o direito das pessoas em toda parte. Responsabilizamse por suas ações e respectivas consequências. Mentes Abertas – Apreciam de forma crítica sua própria cultura e história pessoal, bem como os valores e tradições dos outros. Buscam e avaliam uma variedade de pontos de vista e estão dispostos a crescer através da experiência. Solidários – Demonstram empatia, compaixão e respeito. Têm um compromisso de prestar serviços e agem para fazer uma diferença positiva na vida dos outros e no mundo à sua volta. Audazes – Abordam a incerteza com coragem, ponderação e determinação; trabalham de forma independente e cooperativa para explorar novas ideias e estratégias inovadoras. São inventivos e flexíveis diante de desafios e mudanças. Equilibrados – Compreendem a importância de equilibrar os diferentes aspectos de suas vidas – o intelectual, o físico e o emocional – para alcançar o bem-estar para si mesmos e para os outros. Reconhecem sua interdependência das outras pessoas e do mundo em que vivem. Reflexivos – Consideram com atenção o mundo e suas próprias ideias e experiência. Esforçam-se para compreender seus pontos fortes e fracos, de forma a auxiliar seu aprendizado e desenvolvimento pessoal.
Fonte: International Baccalaureate. Disponível em: <www.ibo.org/benefits/learner-profile/>
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ENTREVISTA DE CAPA â&#x20AC;&#x201C; SIVA KUMARI
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“É IMPORTANTE QUE OS PROFESSORES TENHAM UMA COMPREENSÃO INTERDISCIPLINAR AMPLA E CONHEÇAM OS DADOS ACERCA DE CADA TÓPICO, PARA ASSIM SABEREM COMO ENSINAR A RESOLVER PROBLEMAS DA VIDA REAL” Durante o curso de Theory of Knowledge (Teoria do Conhecimento), por exemplo, eles precisam pensar sobre como outras pessoas pensam e como eles podem compreender a mentalidade de terceiros. Por meio do Extended Essay, os alunos pensam profundamente sobre um assunto e realizam uma pesquisa original sobre ele, de modo que o conteúdo aprendido fica para sempre em suas vidas. Pelo CAS (Criatividade, Atividade, Serviço), os alunos desenvolvem projetos que abordam uma questão local ou desafio global com o qual eles se conectam de maneira pessoal. O IB é modelado para promover tanto os padrões acadêmicos de alto nível como para desenvolver pensamentos pessoais que contribuam para a solução de questões globais. Outro aspecto do Programa é que os alunos estudam todas as variedades de disciplinas profundamente, incluindo línguas estrangeiras – matérias que promovem ainda maior compreensão intercultural. Como desenvolver um pensamento que irá se tornar as grandes mentes do amanhã? Como desenvolver uma criança que pode se comunicar de maneira eficiente? É muito difícil processar, sintetizar e comunicar as informações que temos disponíveis. Estas são habilidades que serão desenvolvidas por todo o programa IB. Como o Programa IB desenvolve habilidades de comunicação? SK: Parte do treinamento dos alunos IB é uma grande quantidade de escrita que lhes é requisitada como, por exemplo, atividades escritas com 1500 palavras para avaliação interna e externa. Os alunos devem demonstrar seus pensamentos no papel, e quando eles escrevem o Extended Essay, eles escrevem não só para os professores que os conhecem, mas também para uma banca de examinadores que nunca sequer ouviram seus nomes! Jovens adultos escrevem para validação internacional, trazendo seus pensamentos para um público mundial. Os Extended Essays são avaliados em países estrangeiros baseados em referências mundiais e de alunos de todos os países do Programa. Este jovem
está competindo com outros ao redor do mundo, não somente contra aqueles de sua cidade ou país. Isso é espetacular. Um dos objetivos do IB é preparar alunos muito bem para o mundo que virá e, ainda mais importante: o mundo que está acontecendo agora. Qual é o papel do professor IB na educação? SK: O interessante é que alguns docentes que são fantásticos para o sistema tradicional de ensino não se adequam ao Programa IB. Há professores excelentes de diversas matérias, que têm grande conhecimento em Matemática, Ciências ou História. Mas o perfil do professor IB é único: professores IB precisam focar as aulas em discussões lógicas. Por que as guerras acontecem? Quais são suas consequências? O processo de tomada de decisão foi correto? Os docentes motivam os alunos a pensar interdisciplinarmente e a responder questões de maneira articulada. Saber o conteúdo de cor não é mais o suficiente. Os professores geram debates, promovendo o pensamento e a discussão em sala de aula; o foco é no preparo para a vida. Na vida real, as pessoas não resolvem problemas de matemática ou de ciências; portanto, é importante que os professores tenham uma compreensão interdisciplinar ampla e conheçam os dados acerca de cada tópico, para assim saberem como ensinar a resolver problemas da vida real. Existe uma motivação diária para que os professores pensem sobre como ensinar com base na filosofia IB. Como é o treinamento para professores IB? SK: O Programa IB acredita que os professores são um componente crucial da sala, mas que seu papel mudou bastante e continua a mudar. Os treinamentos IB abordam esse tópico há muito tempo. O professor não é somente o disseminador do conhecimento, mas também tem a missão de habilitar a criança a receber uma grande carga de conteúdo e poder analisá-la. Os professores devem guiar os alunos, de modo que estes sejam o melhor que podem ser, aconselhandoos a fazerem as melhores escolhas e a cursar o melhor
“APRENDER COMO FAZER UMA ANÁLISE COMPLEXA E CUIDADOSA DEVE SER UMA HABILIDADE DOMINADA PELAS FUTURAS GERAÇÕES”
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ENTREVISTA DE CAPA – SIVA KUMARI
“O IB É MODELADO PARA PROMOVER TANTO OS PADRÕES ACADÊMICOS DE ALTO NÍVEL COMO PARA DESENVOLVER PENSAMENTOS PESSOAIS QUE CONTRIBUAM PARA A SOLUÇÃO DE QUESTÕES GLOBAIS” programa de acordo com seu perfil. Os professores também devem orientar os alunos enquanto escrevem seus Extended Essays ou desenvolvem seus projetos de CAS com propósitos mais significativos. O IB dedica uma grande parcela do tempo para preparar o desenvolvimento profissional de professores IB. É de extrema importância ter certeza de que os professores passaram pelo treinamento IB e que o processo de avaliação é levado a sério, verificando, assim, que a maneira IB de ensinar e pensar é conduzida na escola e por seus colaboradores. Escolas com a certificação do IB devem enviar os professores para esses eventos, de modo que nós possamos treiná-los para pensarem da maneira IB, sendo assim, o investimento não é somente em termos de mentalidade, mas também de recursos. Como o currículo do IB é desenvolvido? SK: Somos uma empresa internacional, sendo assim, a maneira que utilizamos para desenvolver o currículo é por meio da compreensão do conhecimento mais recente de cada matéria ao redor do mundo. O passo seguinte é juntar o maior número de educadores possível de cada país para que eles compartilhem suas diferentes experiências. Não só os professores, mas também os profissionais da área, professores universitários, líderes de empresas e pesquisadores discutem juntos sobre a maneira que o curso deve ser produzido — que tipo de conteúdo está disponível e como cada detalhe deve ser abordado. Depois que tudo isso é feito e planejado, os resultados são discutidos pela diretoria do IB. Como esses conteúdos devem ser avaliados? Qual é o melhor tipo de questão para se conseguir a melhor resposta possível dos alunos? A diretoria passa as questões por diversos testes e recebe o feedback dos educadores para ter certeza se os novos processos são positivos. Após esse processo, criam-se as instruções e diferentes governos são contatados para checar se o programa está alinhado com os parâmetros curriculares de cada país. O programa em si e cada característica dele são comparados em diversas partes do mundo. Em seguida, o programa
é finalmente liberado para os professores. Assim que chega aos docentes, o IB oferece, simultaneamente, diversas oportunidades de desenvolvimento profissional em workshops. É fundamental checar se as mudanças são bem compreendidas pelos professores, de modo que eles eduquem os alunos de maneira apropriada e passem a mensagem final correta. Seminários sobre cada matéria também são desenvolvidos, para que os professores possam participar e ficar a par das mudanças e propostas das disciplinas. Embora o processo seja longo e detalhado, ele acontece sem percalços. O objetivo é ter certeza de que o processo é eficaz, e garantir que a ideia de mudar o mundo chegue até ao aluno. O Programa IB visa impactar e alcançar os alunos com a mensagem de que mudanças importantes precisam acontecer no mundo para que todos vivam de maneira melhor. Como o IB escolhe as escolas que irão aplicar o programa? SK: Na verdade, as escolas é que procuram o IB, pedindo inserção do nosso programa no currículo. Entretanto, esta decisão precisa ser tomada pela escola: se elas querem ser uma escola IB ou não. As escolas passam por um rigoroso processo de certificação e precisam alocar recursos e professores para receberem o selo IB. Para manter seu modelo global de educação, o Programa IB exige que as escolas atendam aos nossos objetivos e padrões de excelência. Na verdade, é bem simples: se a escola não atingir os parâmetros do IB, então o programa não será implementado, e não há nada que se possa fazer. Somente se a escola atingir todas as exigências propostas ela terá autorização para implementar o programa. Há quatro parâmetros que elas precisam adotar: cultura escolar, cultura de ensino, cursos e disciplinas e treinamento de professores – todos os professores IB devem participar dos workshops. Além disso, há procedimentos regulares de monitoramento e certificação das escolas, para garantir que as instituições estejam mantendo os padrões de educação globais do IB diligentemente.
“JOVENS ADULTOS ESCREVEM PARA VALIDAÇÃO INTERNACIONAL, TRAZENDO SEUS PENSAMENTOS PARA UM PÚBLICO MUNDIAL”
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CARREIRA DE SUCESSO
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jornalista Fabiana Saad, autora desta entrevista, é ex-aluna da Chapel, onde cursou o Programa de Diploma do IB. Formada em Comunicação pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), cursou ainda pós-graduação em Marketing Internacional na Itália e MBA em Marketing Digital na FGV (Fundação Getúlio Vargas). Fabi Saad cursou também Digital Awareness pela Hyper Island e participou do Women Leadership Program em Oxford. Empresária, executiva e empreendedora, atualmente é diretora de uma empresa que desenvolve aplicativos para operadoras de telefonia móvel e conteúdos OTT (over the top), e desenvolvedora de startups. É autora de dois livros de empreendedorismo feminino: Dicas de Mulheres Inspiradoras no Comando de Suas Carreiras e Mulheres Positivas. O segundo livro se tornou uma coluna no jornal O Estado de S. Paulo com o objetivo de inspirar mulheres a lutarem pelos seus sonhos. É ainda responsável por uma plataforma
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chamada SOS Mulher que tem como foco apoiar mulheres de baixa renda em situação de violência ou de vulnerabilidade. Ela afirma que seu maior objetivo na vida é inspirar mulheres a seguirem seus sonhos e transformarem vidas e o meio ambiente através de seus trabalhos. Fabiana Saad conta que a Chapel lhe proporcionou a oportunidade de aprender vários idiomas e de praticar esportes diariamente: “Os esportes de equipe me prepararam para a vida com uma mentalidade coletiva para alcançar o sucesso, o que é fundamental no mundo empresarial”. O Programa do Diploma, por sua vez, foi fundamental para seu sucesso profissional:“Participar do programa do IB foi um ponto de virada em minha vida, desenvolvi habilidades sociais e acadêmicas de alto nível, que alavancaram minha carreira profissional. O fato de ter cursado francês e espanhol no Bacharelado Internacional também me abriu muitas portas, pois hoje falo cinco línguas”.
ENTREVISTA DE CAPA â&#x20AC;&#x201C; SIVA KUMARI
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Por Maurício Oliveira Fotos: Grazy Barreto
O SOBRENOME HANNUD VEM DO AVÔ SÍRIO, UM TÍPICO COMERCIANTE ESTABELECIDO NA 25 DE MARÇO QUE SE CASOU COM UMA ITALIANA, ENQUANTO, POR PARTE DE MÃE, A FUSÃO DE INFLUÊNCIAS É AINDA MAIS AMPLA
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ARTE, CULTURA E DIVERSIDADE
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os 37 anos, Giancarlo Hannud considera que a passagem pela Chapel School resultou em três atributos que se tornaram decisivos em sua trajetória: a compreensão da importância da diversidade cultural, o domínio desde cedo do idioma inglês e a construção de laços de amizade que se mantêm fortes até hoje. “Algumas das pessoas mais próximas de mim são do tempo da Chapel”, diz o diretor do Museu Lasar Segall, localizado na Vila Mariana, em São Paulo. Gian, como gosta de ser chamado, foi aluno da Chapel desde o kindergarten, no qual ingressou aos três anos, até a formatura no high school, aos 19. Ao longo de todo esse período, conviveu com colegas das mais diversas nacionalidades: americanos, argentinos, chilenos, venezuelanos, italianos, chineses. “A turma era dividida mais ou menos meio a meio entre brasileiros e estrangeiros, mas, como a gente se comunicava em inglês, todo mundo se relacionava sem dar maior importância às origens. As afinidades ocorriam por outras razões”, lembra.
ENTREVISTA ALUMNUS – GIANCARLO HANNUD
Pluralidade e autonomia Cada aluno carregava sua própria carga de pluralidade. Com Gian não era diferente: o sobrenome Hannud vem do avô sírio, um típico comerciante estabelecido na 25 de Março que se casou com uma italiana, enquanto, por parte de mãe, a fusão de influências é ainda mais ampla, incluindo ascendência espanhola e alemã. “Faço parte de uma família que pode ser considerada tipicamente brasileira, por conta de toda essa mistura. E me orgulho disso, pois a diversidade é a maior riqueza que temos no país”, resume ele. A arte esteve desde cedo presente na vida de Gian, que estudou música por influência da avó concertista de piano, Maria. Tanto a mãe, a estilista e consultora de moda Marilene, quanto o pai, o advogado Mauro, foram grandes incentivadores do crescente interesse que o rapaz manifestava pelos assuntos ligados à cultura. Na adolescência, ele começou a buscar, por conta própria, maior contato com o universo da criação artística. “Eu me virava para ir e voltar sozinho de cinemas e outros ambientes voltados à arte. Foi um caminho para que eu conquistasse mais autonomia, liberdade e vivesse mais intensamente a cidade.”
Arte como inspiração O colégio era um ambiente que fomentava esse tipo de interesse. “Foi um momento marcante para mim, por exemplo, a inauguração do painel da Tomie Ohtake”, lembra Gian, referindo-se à obra, com nove metros de largura e composta por pastilhas de vidro, instalada em 1992 na entrada da Chapel. Outros momentos dos quais o ex-aluno recorda com carinho são as diversas edições do Chapel Art Show, mostra anual de arte realizada pela primeira vez em 1967 e que, a partir de 2017, tornou-se bienal. Durante o período em que Gian estudou na Chapel, alguns dos artistas homenageados no evento foram Carlos Scliar, Aldemir Martins e Manabu Mabe, estrelas de primeira grandeza das artes plásticas brasileiras à época. Motivado por tantas influências, o adolescente encantou-se com a ideia de aprofundar os estudos para se tornar um artista plástico. Contando com o incentivo dos pais, ele viajou sozinho a Londres, aos 16 anos, nas férias escolares, para fazer um curso de desenho com duração de um mês. Ao final da trajetória na Chapel School, ainda impactado pela riqueza cultural que havia visto na Europa, decidiu voltar à capital inglesa, onde
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“MUITOS DOS LAÇOS QUE A GENTE ESTABELECEU NA CHAPEL DÃO ESSA SENSAÇÃO DE PROXIMIDADE, QUE NÃO SE ABALA COM A PASSAGEM DO TEMPO”
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ENTREVISTA ALUMNUS – GIANCARLO HANNUD
“A TURMA ERA DIVIDIDA MAIS OU MENOS MEIO A MEIO ENTRE BRASILEIROS E ESTRANGEIROS, MAS, COMO A GENTE SE COMUNICAVA EM INGLÊS, TODO MUNDO SE RELACIONAVA SEM DAR MAIOR IMPORTÂNCIA ÀS ORIGENS. AS AFINIDADES OCORRIAM POR OUTRAS RAZÕES” fez o curso de Belas Artes na Slade School of Fine Art – University College London, emendado com o mestrado em História Cultural e Intelectual pelo Warburg Institute, conhecido pelo estudo interdisciplinar da influência da Antiguidade Clássica sobre as civilizações atuais. Opção pelo Brasil Gian percebeu, ao longo dos cinco anos de estudos em Londres, que aquilo que mais gostava de fazer, na verdade, não era propriamente produzir arte – e sim analisar a arte feita por outros. “E foi assim que me tornei um curador, com a vantagem de que tenho uma experiência prática de como se faz arte. Conheço bem os impasses, os dilemas e as dificuldades enfrentadas pelos artistas”, avalia. Resistindo à tentação de permanecer na Europa e fazer carreira por lá – “seria um caminho tranquilo e previsível demais, o que soava assustador para mim” –, Gian voltou ao Brasil no final de 2007, aos 25 anos. Interessado em abrir possibilidades de trabalho, ele entrou em contato com o então curador-geral da Bienal de São Paulo, Ivo Mesquita, que o convidou para ser seu assistente na preparação da edição de 2008 do grande evento de artes. “Aprendi muito com o Ivo, tanto profissional quanto pessoalmente. Ele teve uma generosidade absurda ao acolher um desconhecido que escreveu se apresentando. Isso me ensinou a agir da mesma forma com quem me procura hoje”, diz Gian. O desafio de liderar A convite de Mesquita, Gian atuaria também como curador assistente da representação brasileira na Bienal de Veneza, na Itália, em 2009, passando na sequência a trabalhar na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Até que veio a oportunidade de se candidatar ao cargo de diretor no Museu Lasar Segall – o que envolveu um processo seletivo, pois trata-se de uma instituição administrada pelo governo federal. Escolhido para assumir a missão, ele está há pouco mais de um ano no cargo. “Eu conhecia o museu como um frequentador ocasional”, lembra. “Se bem que agora eu sei que você só pode dizer que conhece de verdade um museu quando trabalha nele”, acrescenta, com um sorriso. Sobre o desafio de liderar uma equipe de 40 funcionários, Gian conta que não se preparou especificamente para ser gestor de pessoas, mas
tem lidado bem com essa parte do “pacote”. “Estou aprendendo na prática. Lidar com gente faz parte da vida, em todos os campos. A gente tenta, erra, acerta, e assim vai evoluindo”, descreve. Nesse ponto da conversa, novamente vem à tona a experiência na Chapel. “Aprendi desde cedo que é preciso lidar com as próprias dificuldades e com as dificuldades dos outros. Claro que eu não me dava bem com todo mundo na época da Chapel; essa é uma idealização que não existe. Mas hoje vejo que essas dificuldades também se transformam em aprendizado e fazem a gente crescer”, lembra. Cultura e história Ao assumir o museu, ele definiu como meta a ressignificação da instituição dentro do cenário cultural da capital paulista. Para isso, são três eixos principais de ação. O primeiro é reforçar a condição de centro de excelência para o estudo da vida e obra do pintor, escultor e gravurista Lasar Segall – ou seja, concentrar e disponibilizar o máximo de informações e recursos relacionados ao artista. O segundo é abrir ainda mais o museu – que teve 45 mil visitantes no ano passado – ao público e seu entorno. “Não estamos num local em que as pessoas passam naturalmente e podem decidir entrar. Em geral, quem chega ao museu é porque veio especificamente com esse objetivo”, descreve Gian. A instituição oferece cursos de xilogravura, litografia e gravura em metal e mantém uma sala de cinema. O terceiro eixo é a valorização do imóvel como parte significativa do acervo e razão potencial de interesse para os visitantes. O museu foi instalado na casa em que Segall passou a morar com a mulher, Jenny Klabin Segall, quando o casal voltou de um período de cinco anos vivendo em Paris, em 1932. O projeto é do concunhado do artista, Gregori Warchavchik, precursor da arquitetura moderna no Brasil, o que reforça consideravelmente o valor histórico do conjunto. Foi no ateliê anexado à casa que Segall trabalhou por 25 anos – até a morte, em 1957. Jenny passou então a organizar o acervo do marido com o objetivo de transformar o imóvel em museu. Ela estava perto de concluir a missão quando foi vitimada por um ataque cardíaco, exatamente no dia em que a morte de Segall completava dez anos, 2 de agosto de 1967. O museu foi inaugurado menos de dois meses depois.
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Amizades para a vida Há paralelos entre a trajetória de Segall e a do atual diretor do museu. Assim como Gian, o artista transformou a diversidade no principal impulso para sua curiosidade – grande parte de sua obra se voltou aos marginalizados, como migrantes, pobres e os judeus perseguidos pelo nazismo. Segall nasceu em 1889 em Vilna, atual capital da Lituânia, mas que à época pertencia à Rússia. Aos 15 anos, partiu para estudar artes na Alemanha. Aos 23, veio pela primeira vez ao Brasil, para visitar irmãos que já moravam aqui. Retornou à Europa e, dez anos depois, em 1923, mudou-se de vez para São Paulo com a esposa, Margarete. Ela não se adaptou, entretanto, e decidiu voltar à Alemanha, separando-se de Segall – que no ano seguinte se uniu a Jenny Klabin, filha de imigrantes lituanos a quem havia dado aulas de desenho em sua primeira passagem pelo Brasil, quando Jenny era ainda adolescente. O casal teve dois filhos, Oscar e Maurício
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– este, falecido há dois anos, foi o grande mantenedor e impulsionador do museu. “Vejo o Lasar como alguém que foi descobrindo ao longo da vida o que ele gostava, aquilo que fazia bem pra ele, tanto na vida pessoal quanto artística. Eu me identifico muito com isso. Acho fundamental ir não apenas desenvolvendo nossas afinidades, mas também percebendo aquilo que não tem tanto a ver com a gente”, avalia Gian. Entre as afinidades da época da Chapel certamente estão as amizades que já duram mais de 30 anos. “O Gian é como um irmão pra mim”, diz um dos amigos “históricos”, Victor Wong. “Somos muito diferentes, mas ao mesmo tempo iguais em vários sentidos. Só de olhar a gente já entende o que está se passando com o outro”, acrescenta Victor, que faz carreira na área de gastronomia. “Muitos dos laços que a gente estabeleceu na Chapel dão essa sensação de proximidade, que não se abala com a passagem do tempo”, arremata Gian.
ENTREVISTA ALUMNUS – GIANCARLO HANNUD
“A DIVERSIDADE É A MAIOR RIQUEZA QUE TEMOS NO PAÍS”
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ENSAIO â&#x20AC;&#x201C; MICHAEL POPINCHALK
Por Michael Popinchalk Foto: Arquivo Pessoal
CULTIVANDO CIDADANIA GLOBAL E ENTENDIMENTO INTERCULTURAL
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HELLO!
HALLO! BONJOUR!
SALUT!
OLA! CIAO!
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m 1982, aos 25 anos, eu era um professor americano que tinha acabado de conhecer e se casar com uma geógrafa inglesa. Depois de seis meses desse casamento bicultural, nós saímos dos nossos respectivos países e nos mudamos para Moshi, Tanzânia, para trabalhar em uma das primeiras escolas que ofereciam o diploma IB no continente africano. Enquanto casal, tínhamos deixado para trás toda a familiaridade com o mundo ocidental para descobrir o leste da África. Eu tinha sido contratado pela International School of Moshi (ISM) para ser parte da equipe de liderança da escola, e a minha esposa estava começando sua carreira como professora. Quando chegamos ao Aeroporto Internacional de Kilimanjaro, sabíamos que nossas vidas nunca mais seriam as mesmas, especialmente nossa apreciação da complexidade do entendimento sobre aquilo que é intercultural e do valor de se criar uma visão de cidadania global através da experiência do IB. Passados três dias desde a nossa chegada à Tanzânia, ambos já
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tínhamos percebido quão limitado era o nosso entendimento das realidades globais – especialmente da Tanzânia e do continente africano. Foi uma lição nos juntarmos a uma comunidade escolar na qual éramos minoria dentro de uma diversidade de nacionalidades com perspectivas educacionais e culturais diferentes das nossas. A International School of Moshi (ISM) tinha uma população de pais e alunos de mais de 30 países, assim como a Chapel. Meu papel na liderança da ISM era de facilitador, mediador e intermediário cultural. Um dos desafios que tive foi o de garantir que pelo menos dez línguas diferentes fossem incorporadas ao nosso programa de ensino. Naquela época, o sahili como língua estava sendo reinventado na Tanzânia em uma tentativa de unir mais de duzentas versões tribais da língua na região. O Diploma do IB servia como uma estrutura para o desenvolvimento acadêmico dos nossos alunos por meio do questionamento. Ainda assim, a filosofia do IB também pressupunha que as experiências de aprendizagem produzissem
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alunos que iriam construir um mundo melhor a partir do entendimento intercultural e do respeito. Essa primeira experiência com o IB foi transformadora porque alimentou em nós a cidadania global e o entendimento intercultural que me fizeram querer continuar aprendendo ao longo da vida. Eu passei a ver as situações ao redor do mundo através do prisma das habilidades e competências do século 21. Havia, naquele tempo em que trabalhei na Tanzânia, menos de quinhentas escolas internacionais de médio porte ao redor do mundo, e apenas uma pequena parcela oferecia o IB. O último relatório da ISC Research indica que o número de escolas internacionais de médio porte que ensinam em língua inglesa ao redor do mundo ultrapassa os 10.000. Mais de cinco milhões de alunos passam por esse sistema de escolas, mas os que completam o Diploma IB continuam sendo uma minoria a cada ano. Também comprovou-se que alunos que completam o Diploma IB frequentemente se destacam em faculdades e universidades mundo afora. Isso se dá por uma combinação entre o preparo acadêmico que recebem e a experiência do Diploma IB, que promove uma compreensão ética, levando-se em consideração diferentes perspectivas e que, além disso, estuda conceitos globais e cria oportunidades para liderança e serviço numa escala local e global. Desde que estive na ISM, minha carreira me permitiu presenciar uma vasta gama de escolas internacionais em cinco continentes, muitas das quais ofereciam o Diploma IB. Quando eu visitei a Chapel School pela primeira vez em 2015, depois de ter visitado escolas que oferecem o Diploma IB na Índia, China, Zimbabwe, Argentina e Suíça, em nome da New England Association of Schools and Colleges (NEASC), presenciei algo único. A comunidade da Chapel School estabeleceu um legado no Brasil como sendo uma escola que oferece uma experiência de aprendizagem inclusiva, carinhosa e autêntica, atendendo a alunos de trinta países diferentes. Como uma escola americana
em São Paulo, é importante reconhecer que a Chapel School já existia vinte anos antes da criação da International Baccalaureate Organization (IBO). Hoje, seu corpo docente e discente se beneficia de ser parte da rede de escolas privadas e públicas afiliadas à IBO. O que torna a Chapel School excepcional não é apenas o seu comprometimento com a missão educacional do IBO, mas a habilidade de formar candidatos ao Diploma IB bilíngue (Português/Inglês) graças aos programas americano e brasileiro já sedimentados. As perspectivas internacionais e valores universais que a Chapel School vem praticando estão alinhados ao Diploma IB. O lema da escola “Fé na educação” reforça que os alunos abracem suas próprias identidades linguísticas e culturais para apreciar realmente a diversidade da população de alunos em um ano letivo. Num país tão diverso quanto o Brasil, esse processo trará benefícios a longo prazo onde quer que estejam os formandos da Chapel School. O compromisso da Chapel School com a filosofia IBO se alinha aos esforços anuais da instituição para ajudar alunos a adquirirem e refinarem habilidades de liderança e envolvimento em diferentes contextos culturais. Um Diploma IB na Chapel School não é apenas um exercício acadêmico, mas também uma oportunidade prática para os alunos se arriscarem e incorporarem um estilo de vida que apoia o entendimento da cultura local e a sustentabilidade global por meio da ação e da advocacia. Eventos da atualidade nos mostram que o mundo parece estar dividido entre ser internacional e ter uma mentalidade global. A comunidade da Chapel School irá continuar a ter um importante papel no Brasil e na região enquanto se mantiver fiel à sua missão e à colaboração estratégica com a IBO. O ritmo das mudanças globais e os desafios ambientais, incluindo a paz e justiça social, requerem mais do que nunca que escolas promovam práticas autênticas para formar cidadãos globais dotados de uma compreensão intercultural.
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HISTÓRIAS EM QUADRINHOS SÃO TEMA DA BOOK FAIR
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ntre os dias 25 e 28 de setembro será realizada a Feira de Livros da Chapel. O tema desta edição é História em Quadrinhos e, nas semanas que antecedem o evento, os alunos participarão de atividades relacionadas ao gênero e ao universo literário. Os alunos do Pre I ao 2º ano integrarão oficinas de teatro e expressão corporal com o ator e professor de teatro Gu Braga. Os alunos do 9º ao 12º trabalharão com o cartunista e ilustrador baiano Flávio Luiz, autor de Aú, o capoeirista, premiada HQ que narra as aventuras de um jovem e valente capoeirista. A Turma da Mônica será destaque na Book Fair. Profissionais do estúdio de Maurício de Sousa, criador da personagem de quadrinhos mais famosa do Brasil, ministrarão workshops para os alunos do elementary: a ilustradora Ana Kirsten e o editor de arte Mauro Souza ensinarão traços de personagens aos alunos do 1º ao 8º ano. No sábado, 28, dia do encerramento da feira, alguns personagens da turma – Mônica, Cebolinha,
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Magali e Cascão – estarão na Chapel para interagir com o público e posar para fotos. O tradicional workshop de artes para as famílias acontecerá na manhã do dia 28. Orientados pelas professoras de artes, pais e filhos serão convidados a modelar personagens de HQ em massinha. A peça de teatro Hansel and Gretel, encenada pela Cia Paulista de Teatro Bilíngue, encerrará a feira. Como acontece em todas as edições, haverá estandes de editoras e papelaria. Os alunos do Stuco coordenarão a venda de livros usados, e a biblioteca da Chapel oferecerá livros de editoras renomadas a preços módicos. A bibliotecária Fernanda Caires, organizadora do evento, comenta que a feira deste ano “será muito especial por causa do tema, que é muito apreciado pelos alunos, para quem o evento é direcionado. Ter a Turma da Mônica como principal atração também é maravilhoso pela importância dessa criação brasileira no universo mundial dos quadrinhos”.
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ART SHOW CELEBRA A ARTE DE SÉRGIO FINGERMANN
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47ª edição do Chapel Art Show será realizada na semana de 17 a 23 de outubro e terá como artista homenageado o gravador, pintor e desenhista paulistano Sérgio Fingermann. Com carreira consolidada nas artes plásticas, Fingermann – cuja obra se situa entre a figuração e a abstração – é também professor, contribuindo para a formação de novas gerações de artistas. Em 1987, recebeu o prêmio de Melhor Gravador pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). A curadoria do Art Show segue, há 12 anos, sob o comando de Adriana Rede. Responsável por planejar mostras no Brasil e no exterior, a profissional, que é membro da APCA, destacou-se na curadoria de exposições no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e em mostra no EMOP – European Month of Photografy, em Berlim, na Alemanha, assim como foi uma das curadoras da Bienal de Curitiba. “Fingermann enxerga o mundo como uma projeção do olhar de cada um. Sua obra oferece uma experiência única acerca da construção do olhar, proporcionando verdadeira aprendizagem sobre o que é estilo e sobre vários outros aspectos ligados ao encontro do espectador com a obra de arte”, avalia Ms. Rede. De caráter beneficente e realizado há mais de 50 anos, o Art Show expõe atualmente obras de cerca de cem artistas. O lucro obtido com a venda das obras
é revertido para instituições filantrópicas apoiadas pelo colégio. Especialmente nesta edição, o valor será doado integralmente para a escola social Santo Eugênio, instituição de educação infantil mantida pelos Oblatos e inaugurada no início deste ano no bairro de Americanópolis, na capital. “Além de todos os alunos da Chapel, do Pre I ao 12 º ano, que visitam a exposição regularmente, o Art Show receberá este ano os pequenos alunos da Santo Eugênio, que visitarão a mostra pela primeira vez”, anuncia Ms. Rede. Pelo fato de ter sido criado por pais voluntários e acontecer dentro de uma escola, o viés educativo sempre foi um grande distintivo do Art Show: a coordenação educativa do evento trabalha em conjunto com a coordenação de currículo da Chapel, preparando atividades que estabeleçam conexões entre a arte e os conteúdos acadêmicos, promovendo atividades interdisciplinares. Durante a exposição, os alunos do 1º ao 12º ano têm contato presencial com pelo menos um dos artistas que participam da exposição em atividades práticas que vão desde uma roda de conversa até workshops e oficinas. “A arte é um diferencial, seja como conhecimento, seja como técnica. Nossos alunos têm o privilégio de vivenciar isso diariamente na escola, cujas paredes expõem trezentas obras de arte, e, notadamente, a cada dois anos, com uma exposição diferente e a proximidade com os artistas”, finaliza a curadora Adriana Rede.
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ABORDAGEM STEAM FAVORECE TRABALHO INTERDISCIPLINAR
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ma das cinco áreas integrantes do currículo de tecnologia do elementary school, a abordagem STEAM (acrônimo, em inglês, de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) baseia-se em desafios e cria oportunidades para os alunos desenvolverem projetos multidisciplinares. Ao lado das áreas de Cidadania Digital, Produtividade, Multimídia e Programação, o STEAM percorre o currículo do 1º ao 6º ano aproximando conteúdos e áreas do conhecimento. Responsável pelos projetos, o professor Otávio Garcia se reúne com os professores de sala a fim de desenharem propostas de trabalho que envolvam as disciplinas componentes do STEAM e outras mais. Trabalhando sempre em duplas, os professores desenvolvem projetos como o do Sistema Solar, produzido pelos alunos do 5º ano durante dois meses. Partindo do conteúdo da disciplina de Ciências, os alunos, em grupos, pesquisam um planeta – que não seja a Terra – e fazem um relatório sobre ele. Em Artes, usando meias esferas de isopor, pintam o planeta de acordo com suas características físicas e participam de uma exposição de artes. Em Linguagem, criam e redigem uma história de ficção científica e, em Tecnologia, aprendem a usar o programa de modelagem 3D para projetar uma casa que permita sustentar vida no planeta que escolheram estudar. Para tanto, elaboram um mapa conceitual do planeta, no qual todas as informações precisam estar visualmente disponíveis, e, finalmente, produzem um vídeo de animação que ressalta as características do planeta. “Trata-se de uma excelente oportunidade para desenvolver habilidades e integrar conteúdos, além de propiciar que os alunos construam o conhecimento, pois, baseados no conhecimento prévio e na experimentação, eles chegam a novos conceitos”, explica Otávio Garcia. A abordagem STEAM prevê também projetos mais breves. Valendo-se da ferramenta Lego Education, por exemplo, em quatro aulas as turmas do 3º ano constroem uma balança para entender o conceito de equilíbrio de forças, componente curricular de Física. “A chave para implementar projetos de STEAM com sucesso é o planejamento e a sintonia entre professores de várias áreas”, revela Mr. Garcia, complementando: “O trabalho deve ser conjunto, um professor sozinho não faz STEAM”.
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FASHION SHOW HOMENAGEIA FILMES E SÉRIES
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ntegralmente concebido e produzido pelos formandos do high school, o Fashion Show tornou-se um evento ansiosamente aguardado pela comunidade escolar. E este ano não foi diferente. Sob o sugestivo título “La casa de los seniors” – em alusão à série televisiva La casa de papel, produzida pela Netflix –, o show teve como temática filmes e séries da plataforma sob demanda. Coordenados pela professora de Artes Sylvia Almeida, os alunos reuniram-se semanalmente para organizar o desfile que foi dividido em cinco capítulos: clássicos, ação e ficção científica, chick flicks, trending now e séries de tv. Em cada um dos capítulos, os formandos desfilaram figurinos e apresentaram coreografias de filmes e séries como O Grande Gatsby, De Volta para o Futuro, Indiana Jones, Star Wars, Mamma Mia!, La La Land, It, The Greatest Showman, Stranger Things, Gossip Girl e Friends. O show foi encerrado com os seniors entrando no palco vestidos de macacão vermelho como os protagonistas da série La casa de papel. Sob o figurino, todos vestiam uma camiseta com os dizeres “La casa de los seniors” e os nomes dos 25 formandos. Um
momento de grande emoção foi a exibição do making of – gravado durante os ensaios. Somente uma aluna e a coordenadora conheciam o conteúdo do vídeo, que mostrou o entrosamento e a amizade da classe nos bastidores. Ms. Almeida destacou o trabalho dos alunos na produção dos figurinos, na operação da parte técnica do evento e, ainda, na produção e divulgação dos convites e nas vendas. Além disso, a coordenadora agradeceu a equipe técnica da Chapel que transformou o auditório num verdadeiro evento fashion: uma passarela foi construída saindo do palco original e percorrendo toda a extensão do auditório, e, na parte de trás do palco, dois camarins, um masculino e um feminino, abastecidos com lanches, agilizaram a produção dos looks. “O Fashion Show foi mais uma vez um evento muito especial, que os seniors levam como uma das lembranças mais carinhosas do colégio. Por ser um evento totalmente criado e produzido pelos alunos, ele causa muita ansiedade, mas quando vemos acontecer sentimos um orgulho enorme”, comenta Ms. Almeida.
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IV ENCONTRO LITERÁRIO PREMIA MELHORES AVENTURAS DE VIAGEM
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o sarau realizado no dia 23 de abril foram divulgados os vencedores do IV Encontro Literário, que nessa edição homenageou o escritor mineiro Guimarães Rosa e premiou os melhores textos – em verso e prosa – sobre o tema “Aventuras de Viagem”. A novidade ficou por conta da inclusão de uma nova categoria, exclusiva para premiar a produção literária dos alunos do 10º ao 12º ano, que até então concorriam na categoria adulta. “Essa mudança permitiu maior participação dos alunos, notadamente dos seniors, e, pela primeira vez, conseguimos publicar textos de alunos do 5º ao 12º ano, ininterruptamente”, conta o professor Erick Santana, organizador do Encontro Literário. Ele destaca ainda a participação dos seniors no evento. Membros do Stuco (grêmio estudantil) ajudaram na recepção aos convidados do sarau e Pedro Zagury, então aluno do 12º ano, foi – pelo segundo ano consecutivo – apresentador da cerimônia. O jovem, responsável por apresentar o autor Guimarães Rosa ao público, foi também vencedor do melhor texto em prosa da sua categoria.
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A cada edição, uma publicação impressa reunindo todos os textos enviados para o concurso é distribuída aos participantes na tarde do sarau. A antologia do IV Encontro reuniu mais de 70 textos, dos quais 21 foram premiados. “A produção foi muito boa, conseguimos também ampliar a premiação de textos em outras línguas. Entre as categorias juvenil e adulta, distribuímos seis prêmios para produções em espanhol e em francês, o que estimula ainda mais pessoas a participarem nos vários idiomas”, avalia Mr. Santana. A música é uma atração à parte no sarau literário. A cada ano, mais alunos se voluntariam para cantar e tocar. Na cerimônia deste ano, os convidados foram recebidos com música e puderam apreciar apresentações de alunos do Guitar Club, sob comando da professora Roberta Braga, do Coral da Chapel, e também das alunas Julia Bustamante Tolda (12º ano) e Laura Serres Tomàs (11º ano).
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PREMIADOS DO IV ENCONTRO LITERÁRIO CATEGORIA INFANTO JUVENIL PROSA E POESIA
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CATEGORIA ADULTA PROSA E POESIA O RT
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AVENTURAS DE VIAGENS Américo Marques Ferreira O Ê R S
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UNE REDÉCOUVERTE Julia Bustamante Tolda - 12º ano
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DESDOBRAMENTOS Ana Shitara Inglesi O RT UÊ S
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RHYTHM OAND POETRY OO O Ê ÊÊ Ê RT RT UU RT RT UGU UU UGU GG Rafael Inácio Thomé - 8º ano
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O MY TRIP ADVENTURE TO EUROPE Ê O RT OOR O Ê UGU RT ÊÊ Ê U RT T U G RT UGU UGU UGU Valentina Peña Bustamante - 8º ano
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DRAGÕES, GIGANTES E POSTES DE LUZ Pedro O Ê Zagury - 12º ano RT UGU
THE FIRST TIME I TRAVELED Julia Maria Garcia Anoardo - 11º ano
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ME SORPRENDÍ O Ê RT O O UGU Ê Ê RT RT UGU UGU Laura Lievano González - 9º ano
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DE SÃO PAULO PARA O RIO DE JANEIRO O Ê RT UGU Isabela El Dib Maesano - 8º ano
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A VIAGEM DO TEMPO Julia Maria Garcia Anoardo - 11º ano
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A ESTRADA Ana Clara Bigio Martins - 8º ano O Ê
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CATEGORIA JUVENIL PROSA E POESIA
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LA ABEJITA KAFKIANA Edgar Duvivier Ortenblad Villaça Carvalho - 10º ano
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UMA VIAGEM MARAVILHOSA Leonardo Caruso Avila Ferreira Glaser - 7º ano
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EL VIAJERO HIPÓCRITA Luca Cherubim Ferracuti - 12º ano
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AZUL Êde Mello Arantes - 5º ano Mel RT UGU
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4 IN 1 Isabella Villarroel - 7º ano Ê RT U U
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CATEGORIA INFANTIL PROSA
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I HEART YOU Ruby Abigail Sheets PANTANAL PROBLEMS Dominique Bais PORTUGUÉS PARA HISPANOHABLANTES Ruby Abigail Sheets
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AASSA 2019: PARCERIAS QUE TRANSFORMAM O APRENDIZADO
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eis profissionais da Chapel – três diretoras e três professores – participaram, em Santiago do Chile, da AASSA 2019, conferência de educadores promovida pela Association of American Schools in South America. Com o tema “Capacitar Parcerias, Transformar a Aprendizagem”, o evento, que aconteceu de 2 a 6 de abril na International School Nido de Aguilas, teve como objetivo discutir a importância das conexões autênticas entre indivíduos, escolas e comunidades para a transformação do aprendizado e dos alunos a partir do estabelecimento de um ambiente colaborativo. Segundo Daniela Gattai, diretora do Programa Brasileiro, o tema da conferência permeou muitas palestras e workshops: “Para mim, ficou ainda mais claro que qualquer mudança ou transformação tem que vir de dentro, só se transforma aquele que tem disposição de mudar o seu interior”. Depois disso, comentou a diretora, vem a importância de se trabalhar em equipe, em conjunto, com o grupo buscando a transformação, repensando, refletindo, reavaliando. “Se a escola não se reinventa, não se recria, não evolui. No entanto, isso não se faz sozinho, mas em conjunto”, apreciou Ms. Gattai.
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Matemática inclusiva O professor de Matemática Jaisen Bell apresentou um workshop intitulado “A aula de matemática inclusiva”, metodologia que utiliza na Chapel e cujo objetivo é alcançar todos os alunos valendo-se de exercícios do mesmo conteúdo embora de níveis diferentes. “Comecei minha apresentação compartilhando as dificuldades que os professores, notadamente de matemática, sentem em sala de aula, e discutindo possíveis soluções”, inicia Mr. Bell. Em seguida, o professor expôs suas estratégias para que os alunos – cada um trabalhando no seu nível – desenvolvam as mesmas habilidades cognitivas. Para ilustrar, exibiu vídeo com depoimentos de alunos da Chapel contando como tal metodologia os ajudou a avançar em matemática. “Cerca de 25 pessoas assistiram ao meu workshop, que foi bastante interativo, todos participaram ativamente e discutiram como implementar a metodologia em suas escolas”, finalizou Mr. Jaisen Bell. Feira de Ciências inovadora Sob o título “Transforming Science Fair”, as professoras Ingrid Vompean e Marina Veronesi
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apresentaram a metodologia da feira de ciências da Chapel, desde a abordagem em sala de aula até o evento. Elas mostraram aos participantes como orientam os alunos do 7º e do 8º ano em cada etapa do trabalho: na elaboração da pergunta de pesquisa, na redação da pesquisa, na preparação do experimento, na análise dos dados e, finalmente, na conclusão do relatório de pesquisa e na montagem do pôster apresentado no dia do evento. “Foi gratificante poder mostrar um trabalho inovador que fazemos na Chapel. Professores de outras escolas ficaram impressionados ao ver o nível de complexidade que exigimos dos nossos alunos e que eles alcançam em idade tão precoce”, comentou Ms. Vompean. A palestra teve audiência de professores e diretores que pretendem implantar feiras de ciências em suas escolas: “Além de compartilharmos o que e como fazemos, também recebemos ideias e sugestões de
outros professores para incrementar ainda mais nosso trabalho”, complementou Ms. Veronesi. Proteção à criança A diretora Daniela Gattai participou de um treinamento, em nível avançado, de proteção à criança, um curso intensivo para que os líderes possam oferecer um ambiente seguro para os alunos sob seus cuidados. Voltado para orientadores pedagógicos e diretores, o curso proporcionou um olhar mais amplo sobre questões que envolvem a proteção dos alunos, desde cuidados básicos com os alunos até legislação específica e cyberbullying. “Foram dois dias de muito aprendizado, com relatos de experiências, atividades e dinâmicas de grupo, incluindo discussões de posturas e condutas que os líderes devem assumir na eventual ocorrência de um problema na escola”, explicou Ms. Gattai.
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ESCOLA SOCIAL SANTO EUGÊNIO REALIZA SEU PRIMEIRO EVENTO
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naugurada no início deste ano, a escola social Santo Eugênio organizou, em junho, seu primeiro evento: a festa junina. O campus, localizado no bairro de Americanópolis, foi especialmente decorado para a ocasião, e os alunos se divertiram com jogos e brincadeiras ao mesmo tempo em que apreciaram delícias típicas juninas. A escola social de educação infantil conta atualmente com cem alunos de 4 e 5 anos de idade, divididos em quatro turmas. Além da diretora e da coordenadora pedagógica, os alunos são assistidos por quatro professoras de sala e mais duas professoras volantes. Instalado num terreno de 1800 m2, o prédio da escola tem 610 m2 onde se encontram quatro salas de aula, uma brinquedoteca, uma biblioteca equipada com mil exemplares de livros infantis, um refeitório e um espaço multifuncional. Na parte externa há um playground – cujo brinquedão foi doado por uma mãe da Chapel School – e uma miniquadra.
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Responsável por equipar a escola irmã, a gerente administrativa da Chapel, Márcia Berkowitz, conta que a Santo Eugênio foi montada somente com equipamentos novos, os quais, inclusive, foram adquiridos dos mesmos fornecedores da Chapel. “A cozinha, por exemplo, segue padrões idênticos aos da cozinha da Chapel, apenas é em tamanho menor”, explica Ms. Berkowitz, que também organiza e assina o cardápio da nova instituição. Pelo fato de a escola oferecer ensino em período integral, a cozinha da Santo Eugênio serve três refeições diárias a alunos e funcionários. “Estou muito orgulhosa desse trabalho e, principalmente, de fazer parte de uma instituição que se dedica a construir e manter uma escola para crianças carentes. A sensação é muito boa, cuidamos de todos os detalhes da Santo Eugênio com muito carinho”, afirma Ms. Berkowitz.
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5º ANO DESENVOLVE PROJETOS DE LITERATURA E JORNALISMO
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ois projetos multidisciplinares, com ênfase na comunicação e no internacionalismo, foram desenvolvidos pelos alunos do 5º ano liderados pelo professor John Morrison, há 25 anos na Chapel. Essas atividades levaram os alunos para além do conhecimento acadêmico, estimulando-os a produzirem filmes de mistério e telejornais. O Projeto Encyclopedia Brown foi baseado na série homônima de livros de mistério – criada em 1963 por Donald J. Sobol e bastante popular nos Estados Unidos – que trazem as aventuras de um menino detetive, Leroy Brown, cujo apelido é “Enciclopédia” por sua inteligência e conhecimento de vários assuntos. Cada história apresenta um mistério a ser desvendado pelo leitor. A partir de 1989 várias histórias da série foram adaptadas para a televisão. Aí teve início o projeto do 5º ano: depois de lerem algumas histórias e de assistirem a uma série de seis episódios da Encyclopedia Brown, os alunos criaram histórias de mistério baseadas nos enredos e nos personagens da série original. Em seguida, produziram os roteiros e gravaram um filme de seis minutos como se fosse um episódio da série. Foram avaliados pelo professor desde aspectos técnicos dos filmes até a qualidade do roteiro, o uso da linguagem e a profundidade da narrativa.
Outro projeto desenvolvido por Mr. Morrison com o 5º ano baseou-se no famoso jornal televisivo CNN 10, um programa de notícias mundiais, com duração de dez minutos, no qual os fatos são analisados sob diversos pontos de vista. De acordo com a própria emissora, “a prioridade do programa é identificar histórias de significado internacional e depois descrever claramente por que se transformaram em notícias, quem é afetado e como os eventos se encaixam em uma sociedade internacional complexa”. Foi exatamente tal exercício que o professor desenvolveu com os alunos. Batizado de CNN 5, cada edição do jornal do 5º ano teve duração de 5 minutos e apresentou notícias selecionadas e produzidas pelos alunos nos mesmos moldes do jornal original. A cada dia da semana um aluno apresentou o jornal. Semanalmente, um quiz aplicado pelo professor avaliou a apropriação dos conhecimentos pela turma nas áreas de política, economia, histórias, esportes, cultura, saúde, ciências, tecnologia e entretenimento. Além de adquirirem conhecimentos de maneira mais informal e descontraída, projetos desse tipo, de acordo com Mr. Morrison, “contribuem para que os alunos desenvolvam ou aprimorem várias habilidades, entre elas as de pesquisa, escrita, trabalho em equipe, dramatização e criatividade”.
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TALENTOS & PAIXÕES
TALENTOS & PAIXÕES Os alunos selecionados para esta edição possuem atributos que ultrapassam o mérito acadêmico e o sucesso nas artes e nos esportes. Eles se destacam também por seus valores e atitudes, alinhados com o IB Learner Profile, e pela sua disposição para a vida e capacidade de estabelecer conexões com os problemas reais da humanidade, pois todos têm um propósito comum: fazer a diferença no mundo.
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“NO TÊNIS, ÀS VEZES FICO COM RAIVA QUANDO ESTOU PERDENDO. MAS SEI QUE TENHO QUE ME ACALMAR E, PARA CONSEGUIR ISSO, PENSO EM COISAS POSITIVAS, PENSO QUE POSSO VENCER”
MANUELA MOURA PENSAMENTO POSITIVO “Sou insistente nos treinos, não desisto fácil”. É com tal atitude que Manuela Moura, de 10 anos, começa a falar da sua maior paixão: o tênis. Aluna do 5º ano, ela começou a praticar ainda muito nova: “Acho que eu tinha uns quatro anos, foi o primeiro esporte que aprendi”, conta. Foi por influência do pai, que joga tênis e futebol, que Manuela aprendeu a gostar de esportes. Hoje, além do tênis – que treina duas vezes por semana em quadra de saibro no Clube Monte Líbano –, a garota também integra o programa esportivo Young Trojans, da Chapel, jogando futebol de campo. “Meu pai me ensinou um pouco de futebol e eu fiquei com vontade de treinar. Me considero uma boa jogadora, mas acho que nosso time ainda está se desenvolvendo e precisamos de mais concentração”, avalia. Jogando tênis, Manuela participa de campeonatos interclubes e sabe que lidar com a derrota faz parte do jogo: “Às vezes, fico com raiva quando estou perdendo.
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Mas sei que tenho que me acalmar e, para conseguir isso, penso em coisas positivas, penso que posso vencer. E mesmo se perder, penso que sempre posso me recuperar”, afirma. O equilíbrio com que Manuela encara as disputas esportivas se revela também nos treinos. “Pratico mais e mais até atingir meus objetivos. Quando estou bastante cansada, dou uma parada, tomo água ou me alimento e volto renovada. Sei que se eu desistir não serei boa no que faço”, explica. Não à toa, o lugar do colégio que Manuela mais gosta é o ginásio de esportes e a matéria é Educação Física. A jovem atleta busca incluir atividades esportivas em tudo que faz. Aos finais de semana, seja na chácara da família ou no clube, sempre há uma bola por perto para incrementar as brincadeiras. Existe apenas um esporte ao qual Manuela ainda não se rendeu: a natação. “Minha mãe quer que eu faça, mas eu não gosto muito”, revela.
TALENTOS & PAIXÕES
“ADORO APRENDER NOVOS ESPORTES. EMBORA AINDA TENHA RECEIO DE ESPORTES QUE EXIGEM MUITO EQUILÍBRIO E DESAFIO MENTAL COMO O IRONMAN, POR EXEMPLO, ACREDITO QUE NO FUTURO CONSEGUIREI PRATICÁ-LOS”
SANTIAGO BARAHONA EQUILÍBRIO MENTAL Ele percorre os 100 metros de extensão do campo de futebol da Chapel em menos de vinte segundos e, dependendo do dia, chega a incríveis quinze segundos. Santiago Barahona, hoje no 6º ano, começou a correr quando estava no Pre I: “Eu brincava de apostar corrida com meus amigos, mas eu não era muito rápido. Até o dia em que coloquei na cabeça que eu seria o mais rápido, e então passei a treinar todos os dias no recreio até conseguir”. E conseguiu. No 1º ano, Santiago já era o mais rápido da turma. Mesmo assim, o garoto de 11 anos não pretende se profissionalizar no atletismo nem participar de maratonas. “Eu gosto mesmo é de sentir aquele vento batendo no rosto e de correr com meus amigos”, revela. Admirador confesso de esportes, sua agenda inclui treinos quase diários de futebol e boxe e a prática de wakeboard aos finais de semana, no Clube de Campo de São Paulo, que frequenta com a família. As habilidades no futebol são desenvolvidas nas aulas e amistosos do
programa Young Trojans, na Chapel. Já o boxe Santiago treina com um professor particular na companhia do seu colega de sala Nicholas Blikstad: “Ele é meu melhor amigo, e me incentiva a persistir quando fico cansado”, afirma. Além dos esportes, o garoto aprecia História, seja acompanhando as aulas no colégio, seja assistindo a filmes de guerra ou ficção científica. “Gosto muito de entender o passado, o império romano e as guerras mundiais me interessam bastante”, diz, citando as matérias de que mais gosta: Estudos Sociais, Educação Física e Artes. Santiago se considera uma pessoa aberta a novas experiências: “Adoro aprender novos esportes. Embora ainda tenha receio de esportes que exigem muito equilíbrio e desafio mental como o ironman, por exemplo, acredito que no futuro conseguirei praticá-los”. Sua única restrição é com ingredientes desconhecidos: “Acredito que eu tenha mente aberta, menos para comidas estranhas, das quais eu não conheça nenhum dos ingredientes”, finaliza.
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“DESENHAR É TUDO PARA MIM. DESENHO TODOS OS DIAS, NÃO IMPORTA MEU ESTADO DE ESPÍRITO. QUANDO ESTOU ALEGRE, DESENHO O QUE ESTOU SENTINDO, QUANDO ESTOU TRISTE, DESENHO ALGO QUE ME DEIXE ALEGRE”
JUHEE KIM REFLEXÃO PELA ARTE Desde muito pequena, quando ainda vivia na Coreia do Sul, os pais e os familiares já diziam que a pequena Juhee Kim desenhava muito bem e exibiam seus desenhos pela casa. “Desde quando vim para o Brasil aos 4 anos de idade, eu sempre fui considerada a artista da sala em todas as escolas por onde passei”, conta a jovem de 12 anos, complementando: “Desenhar é tudo para mim. Desenho todos os dias, não importa meu estado de espírito. Quando estou alegre, desenho o que estou sentindo, quando estou triste, desenho algo que me deixe alegre”. A aluna do 7º ano conta que o desenho a motivou a se expressar e a dar o seu melhor em tudo que faz. “Essa arte me relaxa quando estou brava ou com medo e me permite interagir com as pessoas. Até hoje colo meus desenhos na parede do meu quarto porque tenho orgulho deles”, revela. Quando se inspirou nos desenhos da TV para desenhar personagens em
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movimento, passou a se interessar por esportes. Juhee pratica basquete e futebol desde que ingressou na Chapel, no 4º ano, e integrou o programa esportivo Young Trojans até junho, quando terminou o 6º ano. Outra arte que sempre a influenciou é a música. Na sua família, todos sabem tocar algum instrumento, e ela sabe tocar quatro: bateria, piano, xilofone e flauta. Participou do Show de Talentos da Chapel tocando piano, cantando e dançando. Já no Recital de Música, reuniu as artes que ama: “Além de tocar xilofone e cantar, ainda fizemos a arte do cenário”, conta sorrindo. Atualmente, seus interesses encontram-se no campo da moda: “Com as técnicas do desenho, aprendi a desenhar roupas. Por isso, há chances de eu me tornar estilista, tenho vontade de aprender a costurar e estou pensando em pedir para a minha avó me ensinar. Afinal, sempre sonhei ser artista”, conta. Pelos talentos que expressa, o sonho de Juhee já virou realidade.
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“MINHA PROFESSORA FALA QUE EU NÃO APENAS GOSTO DE CIÊNCIAS, MAS QUE TAMBÉM TENHO RIGOR CIENTÍFICO E CURIOSIDADE. NÃO SOU UMA PESSOA QUE DESISTE FACILMENTE”
WALTER CÉLIO GALLO NETO RIGOR CIENTÍFICO Foi nas férias, percorrendo com a mãe as trilhas do Parque Ecológico Imigrantes (PEI), em São Paulo, que Walter Célio Gallo Neto, então no 7º ano, teve a ideia do seu projeto de pesquisa para a Feira de Ciências da Chapel. Ao ouvir o guia explicar que o fungo da casca das árvores mudava de cor conforme a qualidade do ar, pensou em usar o conhecimento adquirido ali em um experimento científico. “Fiz um coletor de poluição atmosférica, espalhei por quatro lugares da cidade de São Paulo e, depois, analisei a quantidade de partículas. O processo de análise foi longo e demorado”, conta o jovem de 13 anos. Seu esforço valeu a pena: seu projeto foi vencedor do evento. Além de manter foco e controle nas atividades que executa, Walter é bastante curioso, procurando sempre esclarecer suas dúvidas e conhecer o que ainda não sabe. “Se estou lendo um livro e me deparo com alguma informação que não conheço, paro a leitura e vou procurar. Depois eu volto de onde parei”, explica. Foi assim que aprendeu, em dois dias e apenas nas
horas livres, a resolver o cubo mágico: “Ganhei de brinde numa festa junina e percebi que seria muito legal saber fazer. Pesquisei até aprender e hoje meu recorde é de 1 minuto e 4 segundos. Não sou uma pessoa que desiste facilmente”. O aluno do 8º ano afirma que gosta de aprender, e se interessa especialmente pelas ciências do meio ambiente: “Me fascinam o funcionamento dos organismos e o comportamento dos elementos no universo. Minha professora fala que eu não apenas gosto de Ciências, mas que também tenho rigor científico e curiosidade”. Para alimentar seus outros interesses – esportes e música –, Walter se dedica, na Chapel, aos treinos de basquete, softbol e vôlei, e aos clubes de STEAM e violão. Nos finais de semana, seu programa predileto é percorrer de barco ilhas e praias do litoral norte de São Paulo com os pais, em busca de locais incríveis para surfar ou mergulhar. Melhor ainda se estiverem acompanhados de Lebron James Jr., o “catioro”, um shih tzu marrom muito simpático.
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“GOSTO MUITO DE HISTÓRIA E ASTRONOMIA, SOU MUITO CURIOSO E QUERO SABER POR QUE E COMO DETERMINADOS EVENTOS ACONTECERAM, E QUERO COMPREENDER O NOSSO UNIVERSO”
LEONARDO RONCO AMOR PELO CONHECIMENTO É com bastante entusiasmo que Leonardo Ronco fala sobre seus interesses e habilidades, que não são poucos: esportes, escotismo, história e astronomia são as áreas que mais prendem sua atenção. O jovem de 14 anos é destaque nos esportes. Na Chapel, integra as equipes de basquete e vôlei e já foi do time de softbol. Fora do colégio, no início deste ano passou pela peneira de dois clubes da capital e escolheu integrar o time de basquete do clube A Hebraica, pelo qual treina três vezes por semana e disputa campeonatos regionais. “Basquete é o esporte que mais me agrada porque, além de ser simples, me faz correr bastante e permite uma boa conexão entre os parceiros de equipe”, explica o aluno do 9º ano. Seu lado aventureiro lhe permitiu integrar a equipe de escotismo do clube SPAC (São Paulo Athletic Club) desde os 8 anos de idade. “No escotismo, tenho muito contato com a natureza, pratico atividades de sobrevivência e aprendo pioneiria, em que usamos apenas nós e amarrações para construir estruturas de bambu e sisal”, explica. Leonardo destaca do escotismo, além das atividades físicas como simulações de tocaia
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e exercícios de sobrevivência praticados durante os acampamentos, o bem-estar proporcionado pela vivência no grupo: “Sempre é uma experiência muito legal sentir-se bem perto de pessoas que nunca te deixam desconfortável”. A independência na busca do conhecimento é outra característica marcante de Leonardo. Para ele, é natural aprender sobre assuntos variados, notadamente história e astronomia, que mais lhe agradam. “Sou muito curioso e quero saber por que e como determinados eventos aconteceram, também quero compreender o nosso Universo”, diz, complementando: “Um assunto leva a outro, o que me estimula a buscar informações no meu tempo livre”. E ele não desiste facilmente, pesquisa e pergunta até entender. “Em astronomia, por exemplo, é mais complexo: como se forma um planeta ou um buraco negro? Estudei sobre a luz e o Big Bang e pergunto bastante para o meu pai, que tem grande conhecimento”. No momento, é para esse campo de estudo que dirige suas pesquisas: “Estou muito curioso sobre os eventos anteriores ao Big Bang”, revela.
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“TODOS TÊM A FUNÇÃO DE MUDAR O MUNDO, E ACREDITO QUE PEQUENAS ATITUDES DE TODOS FAZEM UMA ENORME DIFERENÇA. PREOCUPAM-ME MUITO AS DIFERENÇAS SOCIAIS”
JULIANA LUZ ATITUDES PARA MUDAR O MUNDO A arte está presente na vida de Juliana Luz, do 10º ano, desde muito cedo. Estudou balé quando tinha 4 anos de idade e, depois, teve aulas de street dance e de sapateado. “Parei de ter aulas quando estava com 13 anos, mas ainda danço por diversão”, explica a jovem, que integra a equipe de cheerleader da Chapel. Pela música, a paixão é mais forte. Começou a ter aulas de guitarra quando contava 10 anos de idade e, aos 12, migrou para o violão, que estuda até hoje com uma professora particular. “Sempre gostei de música. Embora ninguém da minha família toque ou cante, eu fui treinando até me aprimorar”, conta a jovem de 15 anos, que dedica todas as tardes ao instrumento. A Chapel vem proporcionando muitos momentos para Juliana Luz mostrar seus talentos musicais. Ela conta que já se apresentou no Show de Talentos tocando guitarra e violão, já cantou nos pequenos shows do horário do almoço e, no Bazar de Natal, cantou e tocou violão. “Sempre gostei de cantar, mas comecei a me apresentar recentemente, com a ajuda dos professores Maxine Baines e Henrique Beltrano”, explica. A jovem
treinou canto sozinha até começar a ter aulas de violão, quando passou a receber orientações da professora para melhorar a voz. Daí, foi um passo para Ms. Baines convidá-la a integrar os shows. No colégio, Juliana se interessa muito por Matemática, disciplina que lhe rende boas notas. “Eu tenho facilidade e me considero curiosa”, comenta. Quando tem alguma dúvida fora das aulas, costuma consultar os pais e o irmão. “Sou bastante comunicativa e leio bastante, além de conversar muito com os professores”, revela. Tais habilidades sociais foram ainda mais aprimoradas nos dois anos em que integrou o Stuco (grêmio estudantil da Chapel). A jovem também se envolveu em projetos sociais no NJHS (clube júnior do National Honor Society), onde atuou como secretária. Um dos projetos arrecada tampinhas plásticas para o projeto Tampinha Legal, com o objetivo de gerar recursos a serem doados a uma instituição de acolhimento de refugiados. “Todos têm a função de mudar o mundo, e acredito que pequenas atitudes de todos fazem uma enorme diferença”, finaliza Juliana.
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“PARTICIPO DO NHS PORQUE É UM CLUBE DEDICADO AO SOCIAL. NÃO SE TRATA DE UMA ATIVIDADE A MAIS NO CURRÍCULO, TRATA-SE DE SE IMPORTAR VERDADEIRAMENTE COM OS OUTROS”
GUADALUPE LASTRA COMUNICAÇÃO E EMPATIA Guadalupe Lastra gosta de gente. Comunicativa e simpática, a jovem de 16 anos conta que nunca gostou de ficar sozinha, mas sempre perto de gente. “Quero desenvolver minhas habilidades sociais e de comunicação e sempre ser aberta para as pessoas e para o mundo”, revela. Brasileira filha de argentinos, já morou na Venezuela e nos Estados Unidos, mas as mudanças de país nunca a impediram de fazer o que mais gosta além de conversar: dançar e cantar. Desde que começou a andar, foi incentivada pela mãe a dançar: “Minha mãe me incentivou porque ama dançar, mas não teve a oportunidade de aprender numa escola”. Guadalupe começou no balé aos 3 anos de idade e, em cada país que morou, se dedicou a uma modalidade diferente. Nos Estados Unidos fez balé, jazz e sapateado, na Venezuela fez dança do ventre e no Brasil fez street dance. “Atualmente, eu e minha mãe fazemos juntas aulas de zumba”, comemora. A aluna do 11º ano percebeu ainda bem nova que também gostava de cantar. “Estava no 3º ou 4º ano quando
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participei de um espetáculo na escola onde estudava e a professora me animou a fazer aulas de canto”. Ela estudou durante 4 anos e, atualmente, participa de vários eventos na Chapel: “Sou eclética, canto em grupo ou sozinha, e uma das pessoas que me ajudou a incorporar vários talentos foi a professora Maxine Baines”, conta a jovem, que também participa do Drama Club, integra a equipe de cheerleader, pratica basquete e tem planos para praticar também softbol em breve. Seu interesse pela comunicação e o compromisso social a levaram a integrar o NHS (National Honor Society) da Chapel, onde se dedica a projetos que visam melhorar o mundo: “Participo do NHS porque é um clube dedicado ao social. Não se trata de uma atividade a mais no currículo, trata-se de se importar verdadeiramente com os outros”, afirma com ênfase. No futuro, acredita que vai cursar marketing. Para tanto, participará em breve de um programa na Universidade Cornell, em Nova York. “Sempre me interessei pela comunicação e pela conexão entre as pessoas, esse é o meu forte”, afirma. Simpatia e empatia não lhe faltam.
TALENTOS & PAIXÕES
“APESAR DE EU NÃO TER MUITA EXPERIÊNCIA COM EMPREENDEDORISMO, EU NÃO TENHO MEDO DE PERGUNTAR E DE PROPOR IDEIAS, PORQUE O MÁXIMO QUE SE PODE OUVIR É UM ‘NÃO’. DAÍ, É SÓ IR PARA A PRÓXIMA PORTA ATÉ OUVIR UM ‘SIM’”
BRUNO ZITO SOM PARA ABRIR A MENTE Prestes a completar 18 anos, o recém-formado Bruno Zito pode ser considerado um empreendedor de sucesso: criou uma gravadora especializada em música eletrônica a partir de um canal no YouTube e, administrando uma rede com milhões de contatos, já lançou músicas e artistas. O jovem começou a fazer música no computador aos 13 anos de idade e, durante os dois anos em que morou em Xangai, na China, passou a se apresentar em público. “Conforme fui me dedicando à música eletrônica, desenvolvi meu lado criativo mas passei também a me preocupar com o aspecto comercial, pensando em como fazer para levar minha música para mais pessoas”, conta. A forma que encontrou foi criar um coletivo de artistas a fim de difundir gêneros alternativos de música eletrônica. “Chamei umas pessoas, começamos a postar vídeos e a testar diferentes formas de marketing para atrair um público diverso, e conquistamos uma quantidade boa de seguidores”, explica. A iniciativa deu certo, segundo Bruno, porque a cena eletrônica na China é bastante democrática – “há aceitação e respeito pela diversidade”. De volta ao Brasil, entrou em contato com um youtuber da área e passou a produzir conteúdo musical para seu
canal. Não demorou muito para Bruno lançar a ideia de transformar o canal numa gravadora. “Estabeleci uma rede de contatos de cerca de três milhões de seguidores. Com a divulgação, comecei a receber muitas músicas e lancei algumas”, conta Bruno. Diante do grande volume de trabalho, ele se associou a uma distribuidora da Califórnia (EUA), que o auxiliou nos aspectos legais. Essa é a história da gravadora FSD, pela qual Bruno já lançou músicas suas – sob o nome artístico Izlit – e de mais três artistas. “O processo é muito seletivo porque o gênero é restrito”, explica. Bruno se formou no high school este ano e pretende cursar Recording Arts Technology em Los Angeles, na Califórnia, para então montar um time de profissionais, organizar eventos e alavancar a gravadora, pois até agora sempre fez todo o trabalho sozinho. Ele conta que o IB o ajudou a desenvolver uma característica prática: “Em vez de ficar pensando no que tenho que fazer, vou lá e faço”, e finaliza: “Apesar de eu não ter muita experiência com empreendedorismo, eu não tenho medo de perguntar e de propor ideias, porque o máximo que se pode ouvir é um ‘não’. Daí, é só ir para a próxima porta até ouvir um ‘sim’”.
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“SE EU CONSEGUIR VENDER AS PEÇAS DA MINHA COLEÇÃO, PENSO EM DOAR PARTE DO LUCRO PARA INSTITUIÇÕES CARENTES. ACHO QUE UM DIA AINDA FUNDO UMA ONG. ISSO É UM OBJETIVO”
MEL ANDRADE CRIATIVIDADE COM VIÉS SOCIAL A senior Mel Andrade começou 2019 com uma ideia na cabeça e lápis e papel na mão. No início do ano desenhou sua primeira coleção de moda. A única dúvida que teve foi em relação ao estilo: se criaria roupas casuais, para o dia a dia, ou roupas para sair à noite. Ficou com a segunda opção. Assim que terminou a criação das quinze peças que compõem a coleção, confeccionou as peças-piloto e, no meio do ano, começou a produzir as grades (que se tratam de peças nos tamanhos P, M e G, por exemplo). “Amo moda, desde pequena. Resolvi criar a coleção porque sempre gostei de me vestir e sentia falta de roupas diferentes, de peças mais elaboradas”, explica a jovem de 17 anos. Sua relação com o universo da moda foi ainda mais facilitada pela mãe, proprietária de uma loja de roupas multimarcas, mas a criativa estilista sempre gostou de desenhar e personalizar as próprias roupas: “Comecei a criar algumas peças fazendo montagens em fotos que via na internet. Eu mostrava para a minha costureira e ela produzia para mim”.
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No IB Arts, Mel consegue unir os assuntos que mais gosta: artes e moda. “Amo as aulas de artes, Ms. Sylvia Almeida nos dá liberdade para escolhermos o que mais gostamos”. A jovem aproveitou a oportunidade para criar, no semestre passado, um vestido com materiais reciclados para um trabalho da disciplina. Para se inspirar, lê muito sobre o assunto, pesquisa referências e frequenta museus de moda. Outro assunto que desperta seu interesse é o voluntariado. Impedida de atuar como voluntária num hospital infantil especializado em câncer em razão da pouca idade, a jovem não teve dúvidas e criou uma forma indireta de contribuir: há um ano vende palha italiana – doce feito com brigadeiro e biscoito triturado – e doa 20% do lucro para o Hospital Infantil Darcy Vargas, em São Paulo. Mel espera que sua coleção de roupas venda bem para que também possa doar parte do lucro a instituições beneficentes. “Acho que um dia ainda fundo uma ONG. Isso é um objetivo”, finaliza.
TALENTOS & PAIXÃ&#x2022;ES
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GALLERY A missa da Primeira Comunhão, a comemoração do Dia Mundial do Livro e do Dia das Mães, as brincadeiras do Carnaval e da Festa Junina e as premiações do IV Encontro Literário e do Sports Banquet foram alguns dos eventos que marcaram o último semestre da Chapel. Confira, nas próximas páginas, registros fotográficos desses momentos de confraternização, cultura e diversão que aproximaram os membros da comunidade escolar.
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05 e 06 - Clara Mazzini e Stella Oliveira também cantaram a música. 05 and 06 - Clara Mazzini and Stella Oliveira also sang along to the hymn.
04 - Felipe Heine e Maria Estela Menegatti participaram da canção “Shepherd Me O God”. 04 - Felipe Heine and Maria Estela Menegatti sing along to “Shepherd Me O God.”
03 - A leitura foi seguida por Joaquin Felix, Helena Ramalho e Martina Bozzini. 03 - Joaquin Felix, Helena Ramalho and Martina Bozzini follow along with the reading.
02 - Ana Luisa Neves e Sophia Oliveira acompanharam a leitura da Oração dos Fiéis por Natasha Silva. 02 - Ana Luisa Neves and Sophia Oliveira follow along with Natasha Silva as she reads the Prayer of the Faithful.
01 - A missa de Primeira Comunhão, em abril, teve a participação de 49 alunos. 01 - The First Communion Mass, in April, involved 49 students.
Foto: LES Fotografias
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13 - Depois da missa, as amigas Sophia Oliveira, Luiza Zaher e Costanza Girao posaram para foto. 13 - After the mass, friends Sophia Oliveira, Luiza Zaher, and Costanza Girao posed for a photo.
12 - Durante a renovação dos votos do Batismo, os alunos portaram velas acesas. 12 - During the renewal of Baptismal vows, students held lit candles.
11 - Maria Fernanda Braga fez a Primeira Leitura. 11 - Maria Fernanda Braga recited the First Reading.
10 - Assim como Bianca Ludgero, Lucas Inglesi e Beatriz Fonseca. 10 - As did Bianca Ludgero, Lucas Inglesi, and Beatriz Fonseca.
09 - Rafaela Tossuniam e Gianluca Naddeo seguiram atentamente a missa. 09 - Rafaela Tossuniam and Gianluca Naddeo attentively follow the mass.
08 - Amiri van Eyll, Maria Eduarda Neves e Ana Luisa Neves envolveram-se na celebração. 08 - Amiri van Eyll, Maria Eduarda Neves, and Ana Luisa Neves getting involved in the celebration.
07 - Tomaz Farias e Joaquin Felix Sevilla (fundo) concentraram-se na cerimônia. 07 - Tomaz Farias and Joaquin Felix Sevilla (background) concentrating on the ceremony.
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18 - Davi e Carla com sua filha Helena Ramalho. 18 - Davi and Carla with their daughter Helena Ramalho.
17 - Sandra e Marcelo com sua filha Maria Fernanda Braga. 17 - Sandra and Marcelo with their daughter Maria Fernanda Braga.
23 - Juan Carlos Felix Sevilla e Martha com seus filhos Felipe, Joaquin, Isabel e Tomas. 23 - Juan Carlos Felix Sevilla and Martha with their children Felipe, Joaquin, Isabel, and Tomas.
22 - Flavio e Ana Cristina com seus filhos Felipe e Fernando Buazar. 22 - Flavio and Ana Cristina with their sons Felipe and Fernando Buazar.
21 - Simone e Antonio com suas filhas Luiza e Sofia Zaher. 21 - Simone and Antonio with their daughters Luiza and Sofia Zaher.
20 - Michelle e Vladimir com sua filha Stephanie Raposo. 20 - Michelle and Vladimir with their daughter Stephanie Raposo. 15 - Sebastian e Mariela com os filhos Martina e Vito Bozzini. 15 - Sebastian and Mariela with their children Martina and Vito Bozzini. 16 - Ana Amelia e Alexandre com seu filho Pietro Bassaneze. 16 - Ana Amelia and Alexandre with their son Pietro Bassaneze.
19 - Maria Adriana e Francisco com sua filha Constanza Girao. 19 - Maria Adriana and Francisco with their daughter Constanza Girao. 14 - Marcelo e Mirele com suas filhas Melanie e Manuela Morais. 14 - Marcelo and Mirele with their daughters Melanie and Manuela Morais.
Foto: LES Fotografias
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07 - Bernardo Manchon concentrou-se no momento da leitura. 07 - Bernardo Manchon focused on his reading.
06 - Isabel Felix Sevilla e Larissa Delgado pararam durante alguns minutos para ler com todos do colégio. 06 - Isabel Felix Sevilla and Larissa Delgado stopped for a few minutes to read with the whole school.
05 - Homenageando personagens, Ms. Sylvia Almeida foi a Rosa de o Pequeno Príncipe e Ms. Karina Almeida fantasiou-se de The Very Hungry Caterpillar. 05 - Honoring book characters, Ms. Sylvia Almeida went as the rose from The Little Prince and Ms. Karina Almeida dressed up as The Very Hungry Caterpillar.
03 e 04 - Teve também workshop de teatro com o mesmo autor. 03 and 04 - There was also a theater workshop with this author.
01 e 02 - O Dia Mundial do Livro foi comemorado com contação de histórias de Gu Braga. 01 and 02 - World Book Day was celebrated with the storytelling of Gu Braga.
Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive
11 - A bibliotecária Fernanda Caires deu as boas-vindas a Gu Braga. 11 - Librarian Fernanda Caires welcomed Gu Braga.
10 - Diretamente do livro The Very Hungry Caterpillar, Ms. Juliana Menezes, Ms. Suellen Gonçalves e Ms. Carolina Vieira. 10 - Directly from the pages of The Very Hungry Caterpillar, Ms. Juliana Menezes, Ms. Suellen Gonçalves and Ms. Carolina Vieira.
09 - Remetendo ao livro Pig and Gerald, Marianna Zambrini e Bianca Flauzino abraçaram a pequena Valentina Figueiredo, do Pre II. 09 - In reference to the book Pig and Gerald, Marianna Zambrini and Bianca Flauzino hug Valentina Figueiredo, from Pre II.
08 - Mr. Otavio Garcia (The Phantom of the Opera) e Ms. Solange da Silva (A Bad Case of Stripes) capricharam no visual. 08 - Mr. Otavio Garcia (The Phantom of the Opera) and Ms. Solange da Silva (A Bad Case of Stripes) went all out with their costumes.
WORLD BOOK DAY
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15 - Na acusação, atuaram Barbara Monte Alto, Maria Carolina Melo e Daniela Rebolledo.
14 - Nicholas Blikstad, Bernardo Aymore e André Laranja foram os advogados de defesa. 14 - Nicholas Blikstad, Bernardo Aymore and André Laranja were the lawyers for the defense.
13 - A aluna Sofia Zaher foi a Dorothy. 13 - Student Sofia Zaher played the part of Dorothy.
12 - Mr. John Morrison foi o juiz durante o julgamento da Dorothy, de O Mágico de Oz. 12 - Mr. John Morrison was the judge in the trial of Dorothy, from The Wizard of Oz.
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17 - Lara Cavalcanti e Mohamed Smaili representaram a imprensa na cobertura jornalística do julgamento da Dorothy. 17 - Lara Cavalcanti e Mohamed Smaili representaram a imprensa na cobertura jornalística do julgamento da Dorothy.
16 - Daniel Glaser (Leão), Charbel El Khouri (Homem de Lata) e Santiago Barahona (Espantalho) foram testemunhas. 16 - Daniel Glaser (Lion), Charbel El Khouri (Tin Man) and Santiago Barahona (Scarecrow) were witnesses.
15 - Barbara Monte Alto, Maria Carolina Melo and Daniela Rebolledo served as the lawyers for the prosecution.
08 - Comemoração do Dia das Mães na sala do Kinder da Ms. Elizabeth Noel-Morgan. 08 - Mother’s Day Celebration in Ms. Elizabeth Noel-Morgan’s Kindergarten classroom.
07 - Mães e filhos posaram juntinhos para foto na sala do Pre II da Ms. Natasha Costantini. 07 - Mothers and their children pose together for a photo in Ms. Natasha Costantini’s Pre II classroom.
06 - Na sala do Pre II da Ms. Maria Hernandez, a turma estava animada. 06 - In Ms. Maria Hernandez’s Pre II class, the whole group was excited.
05 - Após café da manhã, mães e filhos do Pre II da Ms. Mônica Rossini posam para foto. 05 - After breakfast, mothers and their children in Pre II posed for a photo with Ms. Monica Rossini.
04 - Todos juntinhos para a foto na sala do Pre I da Ms. Ligia Ribeiro. 04 - Everyone got together for a photo in Ms. Ligia Ribeiro’s Pre I classroom.
03 - Na sala do Pre I da Ms. Mayara Del Dotto, as famílias exibem presentes. 03 - In Ms. Mayara Del Dotto’s Pre I class, families show off their presents.
02 - Mães e filhos do Pre I, sala da Ms. Emanoelli do Valle. 02 - Mothers and their children in Ms. Emanoelli do Valle’s Pre I classroom.
01 - Na sala do Kinder da Ms. Daniela Sperling, mães e filhos curtiram momentos juntos. Mães e filhos entrelaçam jogo americano na sala do Kinder da Ms. Bruna Evangelista. Na sala do Pre I da Ms. Mayara Del Dotto, as famílias exibem presentes. 01 - In Ms. Daniela Sperling’s Kindergarten class, mothers and their children enjoyed moments together. Mothers and their children made placemats together in Ms. Bruna Evangelista’s Kindergarten classroom.
Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive
DIA DAS MÃES MOTHER’S DAY 01
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11 - Stella De Renzis festejou como Bela Adormecida. 11 - Stella De Renzis celebrated as Snow White.
10 - A princesa Helena Bortolin participou da festa. 10 - Princess Helena Bortolin participating in the party.
09 - A dupla dinâmica Mateus Schneider (Robin) e Lucas Guglielmetti (Batman). 09 - The dynamic duo Mateus Schneider (Robin) and Lucas Guglielmetti (Batman).
08 - Riri Kageyama brincou o Carnaval toda de cor de rosa. 08 - Riri Kageyama celebrated Carnival decked out in pink.
07 - Scarlett Dapuzzo e Nina Daher posaram para foto com a Ms. Juliana Menezes. 07 - Scarlett Dapuzzo and Nina Daher posed for a photo with Ms. Juliana Menezes.
06 - Helena Galan fantasiou-se de Lego. 06 - Helena Galan dressed up as a Lego.
05 - As amigas Maria Fernanda Secali e Eva Catalina Glass Guerrero festejaram com serpentina. 05 - Friends Maria Fernanda Secali and Eva Catalina Glass Guerrero enjoying the party with ribbons.
04 - A bela princesa Ana Carolina Ohara divertiu-se no Carnaval. 04 - The beautiful princess Ana Carolina Ohara enjoying herself at Carnival.
02 e 03 - Bruna Miranda Iannuzzi e Tomas Felix Sevilla brincaram com bolhas de sabĂŁo. 02 and 03 - Bruna Miranda Iannuzzi and Tomas Felix Sevilla playing with bubbles.
01 - Gustavo e Felipe Botta brincaram para valer! 01 - Gustavo and Felipe Botta having a great time!
Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive
CARNAVAL
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06 - Valentina Cury e Manuela Ruiz capricharam na produção. 06 - Valentina Cury and Manuela Ruiz went all out with their costumes.
05 - Qianyu Zhou (Miranda) com seus pais, Suhua e Lin. 05 - Qianyu Zhou (Miranda) with her parents, Suhua and Lin.
04 - Os amigos Nicholas Blikstad e Nuno Tavares participaram dos festejos. 04 - Friends Nicholas Blikstad and Nuno Tavares taking part in the festivities.
03 - A comemoração foi palco para o encontro das ex-alunas Julia Pereira e Ornella Pereira. 03 - The celebration brought alumna Julia Pereira and Ornella Pereira together again.
02 - Larissa e Luisa Delgado vestiram-se a caráter para a Festa Junina. 02 - Larissa and Luisa Delgado dressed up for Festa Junina.
01 - As professoras Eliana Cardia e Flavia Tacchini participaram das brincadeiras. 01 - Teachers Eliana Cardia and Flavia Tacchini participated in the festivities.
Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive
FESTA JUNINA
12 - Nina Pereira e Bianca Ludgero divertiram-se na festa. 12 - Nina Pereira and Bianca Ludgero enjoyed themselves at the party.
11 - As amigas Carolina Cordeiro e Sophie Azar posaram para foto. 11 - Friends Carolina Cordeiro and Sophie Azar posed for a photo.
10 - Clara Rede compareceu à Festa Junina com seus pais, Ruy e Adriana. 10 - Clara Rede showed up to Festa Junina with her parents, Ruy and Adriana.
09 - Membros do PTA, Ana Paula Aragon e Carla Cajueiro Lopes atuaram como voluntárias. 09 - PTA Members Ana Paula Aragon and Carla Cajueiro Lopes served as volunteers.
08 - A festa teve a participação dos jovens Rodrigo Luz, Julia Anoardo, Amanda Arruda, Rhea Kapur, William Cho, Isabella Gagliardi e Sofia Bavaresco. 08 - Rodrigo Luz, Julia Anoardo, Amanda Arruda, Rhea Kapur, William Cho, Isabella Gagliardi, and Sofia Bavaresco also played a part in the festival.
07 - Carla Cajueiro, Graziella Rahal, Thais Vieira Ferruci Neto e Bianca Deo Rangel, da equipe do PTA. 07 - Carla Cajueiro, Graziella Rahal, Thais Vieira Ferruci Neto and Bianca Deo Rangel, from the PTA team.
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06 - Luca Cherubim Ferracuti (Melhor Texto Espanhol Infanto Juvenil Prosa) e Edgar Duvivier Ortenblad Villaça Carvalho (Melhor Texto Espanhol Infanto Juvenil Poesia) receberam os prêmios de Ms. Lais Almeida. 06 - Luca Cherubim Ferracuti (Best Young Adult Prose in Spanish) and Edgar Duvivier Ortenblad Villaça Carvalho (Best Young Adult Poetry in Spanish) received their awards from Ms. Lais Almeida.
05 - Ms. Paula Moro entregou o prêmio a Ms. Ana Shitara Inglesi (Vencedor Melhor Texto Português Adulta Prosa). 05 - Ms. Paula Moro delivered the award to Ms. Ana Shitara Inglesi (Winner of Best Adult Prose in Portuguese).
04 - Vencedora em duas línguas, Ms. Ruby Abigail Sheets (Melhor Texto Inglês Adulta Prosa e Melhor Texto Espanhol Adulta Prosa) recebeu o prêmio de Ms. Luciana Honda juntamente com Ms. Denise Bais, que representou seu marido, Dominique Bais (Melhor Texto Inglês Adulta Poesia). 04 - Winner in two languages, Ms. Ruby Abigail Sheets (Best Adult Prose in English and Best Adult Prose in Spanish) received an award from Ms. Luciana Honda, together with Ms. Denise Bais, who represented her husband, Dominique Bais (Best Adult Poetry in English).
03 - As premiadas Julia Maria Garcia Anoardo (Melhor Texto Inglês Infanto Juvenil Prosa) e Julia Bustamante Tolda (Melhor Texto Francês Infanto Juvenil Poesia) com Ms. Ingrid Vompean. 03 - Award winning students Julia Maria Garcia Anoardo (Best Young Adult Prose in English) and Julia Bustamante Tolda (Best Young Adult Poetry in French) with their teacher, Ms. Ingrid Vompean.
01 e 02 - Organizado pelos professores Sávio Pereira e Erick Santana, o sarau do IV Encontro Literário reuniu a comunidade escolar em tarde de premiação. 01 and 02 - Organized by teachers Sávio Pereira and Erick Santana, the festival for IV Encontro Literário united the school community for an afternoon of awards.
Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive
IV ENCONTRO LITERÁRIO
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12 - Beatriz de Oliveira Abram (Melhor Texto Inglês Infantil Poesia) e Leonardo Caruso Avila Ferreira Glaser (Melhor Texto Português Infantil Prosa) com Ms. Eliana Cardia. 12 - Beatriz de Oliveira Abram (Best Youth Poetry in English) and Leonardo Caruso Avila Ferreira Glaser (Best Youth Prose in Portuguese) with Ms. Eliana Cardia.
11 - Isabella Villarroel (Melhor Texto Inglês Infantil Prosa) e Mel de Mello Arantes (Melhor Texto Português Infantil Poesia) receberam a premiação de Ms. Leonor Guedes. 11 - Isabella Villarroel (Best Youth Prose in English) and Mel de Mello Arantes (Best Youth Poetry in Portuguese) received their awards from Ms. Leonor Guedes.
10 - Ana Clara Bigio Martins (Melhor Texto Português Juvenil Poesia) e Eliete Maesano representando a neta Isabela El Dib Maesano (Melhor Texto Português Juvenil Prosa) com Ms. Vanessa Almeida. 10 - Ana Clara Bigio Martins (Best Adolescent Poetry in Portuguese) and Eliete Maesano, representing her granddaughter Isabela El Dib Maesano (Best Adolescent Prose in Portuguese) with Ms. Vanessa Almeida.
09 - Valentina Peña Bustamante (Melhor Texto Inglês Juvenil Prosa) e Rafael Inácio Thomé (Melhor Texto Inglês Juvenil Poesia) com Mr. Donald Campbell. 09 - Valentina Peña Bustamante (Best Adolescent Prose in English) and Rafael Inácio Thomé (Best Adolescent Poetry in English) with Mr. Donald Campbell.
08 - Antonio Furtado Da Mata Tavares (Melhor Texto Espanhol Juvenil Prosa) e Laura Lievano González (Melhor Texto Espanhol Juvenil Poesia) com Ms. Sandra Moreira. 08 - Antonio Furtado Da Mata Tavares (Best Adolescent Prose in Spanish) and Laura Lievano González (Best Adolescent Poetry in Spanish) with Ms. Sandra Moreira.
07 - Ms. Aline Cucchiaro premiou os jovens Julia Maria Garcia Anoardo (Melhor Texto Português Infanto Juvenil Poesia) e Pedro Zagury (Melhor Texto Português Infanto Juvenil Prosa), que também apresentou o evento. 07 - Ms. Aline Cucchiaro awarded students Julia Maria Garcia Anoardo (Best Young Adult Poetry in Portuguese) and Pedro Zagury (Best Young Adult Prose in Portuguese), who also was a presenter at the event.
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06 - Mr. Henrique Beltrano com as melhores do basquete feminino JV: Ingrid Bakeman, Nicole Jensen e Rebecca Jensen. 06 - Mr. Henrique Beltraon with the best players from his JV girls basketball team: Ingrid Bakeman, Nicole Jensen, and Rebecca Jensen.
05 - Alessandra Deleuse, Magdalena Fernandez Barahona, Jamile Moussa e Raquel Mallorquin receberam da superintendente, Lucy Nunes, a homenagem em nome do colégio para todas as mães que integram o Booster Club. 05 - Alessandra Deleuse, Magdalena Fernandez Barahona, Jamile Moussa, and Raquel Mallorquin received an homage from superintendent Lucy Nunes, on behalf of the school, for all the mothers that helped with the Booster Club.
04 - Mr. Davi de Souza premiou os melhores do futebol masculino JV: Alejandro Reynes e Pedro Baldy de Sousa. 04 - Mr. Davi de Souza awarded the best boys soccer players on the JV team: Alejandro Reynes and Pedro Baldy de Sousa.
03 - Ms. Esther Hwang premiou as melhores do futebol feminino JV: Luisa de Marchi, Nicole Jensen e Marina Silva. 03 - Ms. Esther Hwang awarded the best girls JV soccer players: Luisa de Marchi, Nicole Jensen, and Marina Silva.
02 - As cheerleaders Carolina Montenegro, Hanna Joo e Luana Moussa receberam seus troféus da treinadora Maristela Passanezi. 02 - Cheerleaders Carolina Montenegro, Hanna Joo, and Luana Moussa receiving their trophies from coach Maristela Passanezi.
01 - O diretor atlético Bruno Pereira (centro) e a equipe de técnicos premiaram os melhores atletas da temporada. 01 - Athletic director Bruno Pereira (center) and the team of coaches awarded the best athletes of this sports season.
Foto: Grazy Barreto
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11 - No basquete masculino JV, Mr. Roberto Pacheco entregou prêmios a Bruno Monte Alto, João Salvajoli e Liam Strong. 11 - For JV boys basketball, Mr. Roberto Pacheco delivered awards to Bruno Monte Alto, João Salvajoli, and Liam Strong.
10 - As premiadas do time Varsity de futebol feminino foram Maria Fernanda Melo (representada pela irmã, Maria Eduarda Melo), Luíza Figueiredo e Lívia Deleuse, que receberam os prêmios das mãos do Mr. Paulo Azevedo. 10 - The award-winners for the Varsity girls soccer team were Maria Fernanda Melo (represented by her sister, Maria Eduarda Melo), Luíza Figueiredo, and Lívia Deleuse, who received awards from the hands of Mr. Paulo Azevedo.
09 - O técnico Mr. Paulo Azevedo premiou Iñaki Alonso, Vinicius Vieira e Calvin Lee, os melhores do time Varsity de futebol masculino. 09 - Coach Paulo Azevedo awarded Iñaki Alonso, Vinicius Vieira, and Calvin Lee, the best on the boys Varsity soccer team.
08 - Carolina Cordeira, Sofia Buazar e Giovanna Boueiri destacaram-se no basquete feminino Varsity e receberam prêmios das mãos do técnico Mr. Roberto Pacheco. 08 - Carolina Cordeira, Sofia Buazar, and Giovanna Boueiri stood out for their performance on the girls Varsity basketball team, receiving awards from their coach, Mr. Roberto Pacheco.
07 - O técnico também premiou os destaques do basquete masculino Varsity: Vinicius Vieira, Francisco Stella e Raphael Boueiri. 07 - The coach also awarded outstanding boys Varsity basketball players: Vinicius Vieira, Francisco Stella, and Raphael Boueiri.
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15 - Sophia Izidoro, Nicole Jensen e Laura Lievano destacaram-se no time feminino de futsal JV e receberam seus prêmios do técnico Arthur Cavalheiro. 15 - Sophia Izidoro, Nicole Jensen, and Laura Lievano stood out on the girls JV futsal team, and received awards from their coach Arthur Cavalheiro.
14 - Mr. Rodrigo Nicoletti premiou os destaques do time de vôlei masculino JV: João Arantes, Antonio Rangel e Rafael Seabra. 14 - Mr. Rodrigo Nicoletti awarded the standouts on the boys JV volleyball team: João Arantes, Antonio Rangel, and Rafael Seabra.
13 - Ms. Carolina Martins entregou os prêmios aos destaques do softbol JV: Rachel Powels, Yoonho Dong (Ben) e Frederick Yun. 13 - Ms. Carolina Martins delivered awards to the best on the JV softball team: Rachel Powels, Yoonho Dong (Ben), and Frederick Yun.
12 - No vôlei feminino JV, Mr. Julio Lanzelotti premiou Maria Eduarda Melo e Mariana Menezes. 12 - For JV girls volleyball, Mr. Julio Lanzelotti awarded Maria Eduarda Melo and Mariana Menezes.
Foto: Grazy Barreto
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22 - Mr. Donald Campbell homenageou as melhores do time Varsity de softbol feminino: Sofia Buazar, Maria Fernanda Lacombe e Anika Kapur. 22 - Mr. Donald Campbell honored the best from his Varsity girls softball team: Sofia Buazar, Maria Fernanda Lacombe, and Anika Kapur.
21 - Mr. Rodrigo Nicoletti premiou os destaques do time Varsity de vôlei feminino: Lívia Deleuse e Mel Rossi. 21 - Mr. Rodrigo Nicoletti awarded the best players from his girls Varsity volleyball team: Lívia Deleuse and Mel Rossi.
20 - No time Varsity de futsal masculino, Mr. Paulo Azevedo premiou Arthur Mayer e Rodrigo Maria. 20 - For the Varsity boys futsal team, Mr. Paulo Azevedo awarded Arthur Mayer and Rodrigo Maria.
19 - O técnico Mr. Paulo Azevedo com as melhores do time Varsity de futsal feminino: Luíza Figueiredo, Sofia Buazar e Giovanna Boueiri. 19 - Coach Paulo Azevedo with the best of the girls Varsity futsal team: Luíza Figueiredo, Sofia Buazar, and Giovanna Boueiri.
18 - O técnico Mr. Rodrigo Nicoletti com os destaques do time Varsity de vôlei masculino: João Salvajoli, Enrique Esteve e Arthur Mayer. 18 - Coach Rodrigo Nicoletti with the standouts from the Varsity boys volleyball team: João Salvajoli, Enrique Esteve, and Arthur Mayer.
17 - Os melhores do time Varsity de softbol masculino, Enrique Esteve e Liam Strong, receberam prêmios das mãos do técnico Mr. Donald Campbell. 17 - The best players on the Varsity boys softball team, Enrique Esteve and Liam Strong, received awards from their coach, Mr. Donald Campbell.
16 - Mr. Andrés Carbajal premiou os melhores do futsal masculino JV: Ruy Marco Antonio Neto, Bernardo Silva e Pedro Nottingham. 16 - Mr. Andrés Carbajal awarded the best players from his JV boys futsal team: Ruy Marco Antonio Neto, Bernardo Silva, and Pedro Nottingham.