Inside Chapel #26 Português

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INSIDE

CHAPEL

Edição 26 - Fevereiro de 2023 / ISSN 2527-2160

LEARNING

INNOVATION HUB

Chapel inaugura espaço multidisciplinar de experimentação e aprendizado

EM BUSCA DO SWEET SPOT

Ex-aluno Alexandre Yamashiro relembra sua vida na Chapel

UMA DIVERTIDA

MENTE: SERÁ QUE É POSSÍVEL?

Crônica de Nadine do Carmo

MISSÃO DE VIDA

Casal Dietrich: a mais jovem dupla a viajar por todos os países antes dos 30 anos

PRECISAMOS NOS TORNAR

SERES HUMANOS MELHORES

Entrevista exclusiva com a escritora Leila Ferreira, que percorre o mundo conversando com pessoas incríveis

NOVO ANO: SINAL DE ESPERANÇA PARA UMA VIDA FELIZ

Prezados leitores e leitoras da Revista Inside Chapel, No início deste novo ano, dirijo-me a vocês com a mais cordial saudação, no desejo de que este seja um ano melhor para todos nós. Estamos certos de que estes desejos se tornarão realidade com a contribuição de cada um de nós. Para isso, é preciso disposição para mudar o nosso interior e, consequentemente, ajudar-nos a construir um mundo melhor.

Ao chegar o mês de dezembro de cada ano, começamos a projetar o que pretendemos fazer ao iniciar o próximo. Obviamente, nossos planos perpassam o desejo de realizar determinadas coisas que, muitas vezes, não conseguimos concretizar no ano que terminou. Por meio de nossos projetos, buscamos alcançar nossa realização pessoal, profissional, priorizando sempre uma vida melhor. Cada um de nós percorre caminhos diferentes, mas a meta principal é encontrar a tão sonhada felicidade. Ninguém se realiza sozinho ou de forma isolada; somos seres de relações e, para bem mantê-las, precisamos constantemente avaliar nossas atitudes, para que as mesmas estejam coerentes com o que nós planejamos para o ano vindouro. “Ninguém amadurece nem alcança a plenitude isolando-se. Por sua própria dinâmica, o amor exige uma progressiva abertura, uma maior capacidade de acolher os outros”. (Papa Francisco, Fratelli Tutti, nº 95). O desejo de ser e ter uma vida melhor passa por nossas escolhas e, além disso, exige que nossas energias estejam voltadas para uma mesma direção; e move-nos, assim, de forma efetiva com o intuito de concretizar o que havíamos planejado.

Nesta edição da Revista Inside vocês encontrarão artigos interessantes que poderão contribuir para a nossa formação intelectual e para ajudar-nos no grande desafio de “sermos pessoas melhores”, como poderemos encontrar, por exemplo, já nas primeiras páginas, na instigante entrevista concedida com exclusividade pela jornalista Leila Ferreira.

Nossa vida é cheia de desafios e, muitas vezes, nos detemos neles e não conseguimos avançar. No artigo intitulado “Ao infinito e Além”, o casal Rafael e Lídia Dietrich narra diversas experiências ao desafiar a si mesmos, começando a grande aventura de visitar todos os países. Sem dúvida o testemunho deles deixa como aprendizado para nós que os desafios e obstáculos que surgem em nossa vida são apenas um algo a mais que encontramos pelo caminho.

O testemunho do ex-aluno Alexandre Yamashiro traz uma bonita memória de quão importante foi e continua sendo o fato de ter estudado na Chapel e permitido que os valores propostos pela escola se tornassem parte integrante de sua vida.

Seguimos, assim, com “um novo olhar para o futuro”, oferecendo sempre algo inovador aos nossos alunos e proporcionando-lhes uma verdadeira imersão na realidade digital, despertando a criatividade e priorizando, desde o início de sua formação, um pensamento crítico.

Desejo a todos e todas uma boa leitura e um ano abençoado!

EDITORIAL INSIDE CHAPEL
Pe. Lindomar Felix da Silva OMI, Provincial dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada da Província do Brasil

EXPEDIENTE

INSIDE CHAPEL É UMA PUBLICAÇÃO SEMESTRAL DA CHAPEL SCHOOL WWW.CHAPELSCHOOL.COM

CONSELHO EDITORIAL: Miguel Tavares Ferreira, Marcos Tavares Ferreira

Adriana Rede e Luciana Brandespim

EDITORA: Paula Veneroso MTB 23.596 (paulaveneroso@gmail.com)

ASSISTENTE EDITORIAL: Fernanda Caires (publications@chapelschool.com)

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO:

Adriana Calabró, Maurício Oliveira, Nadine do Carmo e Paula Veneroso

FOTOS:

Arquivos Pessoais, Arquivo Chapel, DMT Palestras e Jô Aguiar

DESIGN GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Vitor de Castro Fernandes (design.vitor@gmail.com)

TRADUÇÕES: Chapel School

IMPRESSÃO: Pancrom

A26ª edição da Inside Chapel abre o ano de 2023. Mais um ciclo se inicia, e desejamos que a jornada de todos seja repleto de alegrias, risos, e inúmeras bênçãos. Parece que o tempo passa despercebido? Com certeza! Esta edição mostra a importância de parar todos os dias, de estar presente, perceber o tempo, e viver nossas rotinas e paixões ao máximo.

Com nossas agendas cheias, realizamos multitarefas diariamente.De tempos em tempos, não aproveitamos momentos importantes nossos entes queridos e cometemos erros por descuido simplesmente porque nossa atenção esta concentrada em tantos pensamentos e atividades. Quando foi a última vez que algo ou alguém teve sua total atenção? Pode ser um desafio se lembrar disso.

Com informações na ponta dos nossos dedos, temos o mundo em nossas mãos. Podemos escrever um e-mail ou postar algo nas mídias sociais, enquanto ouvimos música, ou indo ao supermercado, ou até mesmo fazendo outras coisas. Nossos cérebros não param nem por um momento, exigindo deles, sobretudo de nossa memória, todo o seu potencial e velocidade. As várias repetições levam a milhões de novas sinapses, que criam uma grande rede de conexões. Nosso cérebro possui uma capacidade fascinante, mas quando paramos?

Nós os convidamos para refletir, observar e identificar se existe um momento em seu dia quando você se desconecta do mundo externo e de todos seus estímulos, e direciona toda sua atenção para você mesmo. Você se conhece e cuida de você mesmo e de suas necessidades o suficiente?

Para viver uma vida plena, temos que encontrar e valorizar um equilíbrio. Existe hora e lugar para tudo, e nós não precisamos estar sempre ocupados e com pressa. É absolutamente necessário desacelerar. É essencial prestar atenção e aproveitar as coisas simples. Não perca a oportunidade de viver os momentos simples. Talvez um desses esteja no aroma do café pela manhã, em um lugar calmo para se sentar, nas flores desabrochando em um dia de primavera, em acender uma vela aromática, em assistir o sol nascer ou se pôr, no gotejar da chuva, para citar alguns exemplos.

Nós temos sempre que nos lembrar de aproveitar as coisas simples, porque quando olharmos para trás, iremos notar que nada era tão pequeno como imaginávamos ou tão pequeno para não ser visto.

EDITORIAL INSIDE CHAPEL
Ms. Juliana Menezes, School Director and Elementary School Principal at Chapel School

ADRIANA CALABRÓ

[Ao infinito e além, p. 09]

É jornalista, escritora e roteirista. Foi premiada nas áreas de comunicação (Best of Bates International, Festival de NY, Clube de Criação) e literatura (Selo Puc/Unesco Melhores livros de 2017, ProAc – bolsa de literatura, Prêmio Off-Flip – finalista, Prêmio João de Barro – 1º lugar, Prêmio Livre Opinião – finalista e Prêmio Paulo Leminski – finalista). Idealizou e atua desde 2005 como facilitadora da Oficina de Escrita Criativa Palavra Criada (palavracriada.com.br).

MAURÍCIO OLIVEIRA

[Um novo olhar para o futuro, p. 14]

É jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com mestrado em História

Cultural e doutorado em Jornalismo pela mesma instituição. Trabalhou como repórter do jornal Gazeta Mercantil e da revista Veja. Há 15 anos atuando como freelancer, escreve com regularidade para veículos como Valor Econômico e O Estado de S. Paulo. É autor de 15 livros, incluindo as biografias Patápio Silva, o Sopro da Arte, Garibaldi, Herói dos Dois Mundos e Pelé 1283

NADINE DO CARMO

[Uma divertida mente: será que é possível?, p. 31]

Nadine é especialista em Inteligência Emocional, com pós-graduação em Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfulness pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Desde 2018 trabalha como criadora de conteúdo nas mídias sociais, conseguindo se conectar muito bem com todos os tipos de público. Além de tudo isso, ela já atuou como diretora, roteirista e apresentadora de programas do Canal Rural, entre eles o Balcão Rural e Rural Store.

PAULA VENEROSO

[Projeto de família, p. 26, e “O grande desafio do ser humano não é escalar o Everest. Nosso grande desafio é sermos pessoas melhores”, p. 19]

É editora da Inside Chapel. Jornalista e mestre em Língua Portuguesa pela PUC-SP, atuou como revisora, redatora e repórter nas revistas Veja, Veja São Paulo e no jornal Folha de S.Paulo Atualmente, é professora de Técnicas de Reportagem e de Redação Jornalística em cursos de graduação, além de atuar na produção e edição de reportagens para mídias impressas e digitais.

GANHANDO O MUNDO

Casal Dietrich, que conhece todos os países do mundo, encara as viagens como missão de vida.

OLHAR PARA O FUTURO

Learning Innovation Hub promove integração orgânica de áreas STEAM.

O FASCÍNIO DE SER HUMANO

Entrevista exclusiva com a jornalista e escritora Leila Ferreira, autora do best seller A arte de ser leve.

FORMANDO GERAÇÕES

Assim como seu pai fez anos atrás, o ex-aluno Alexandre Yamashiro também escolheu a Chapel para seus filhos.

CRÔNICA

Criadora do canal no Youtube N de Nadine, Nadine do Carmo escolheu um viés divertido para expressar sentimentos.

SPOTLIGHT

Professores na literatura; destaques da Feira de Livros; celebrações do Dia das Crianças, Thanksgiving e Chapel Day. O que foi notícia nos 75 anos da Chapel.

TALENTOS & PAIXÕES

Fique por dentro das habilidades e interesses de sete alunos e dois professores do colégio.

GALLERY

Registro de eventos comemorativos: Feira de Livros, Dia das Crianças, Halloween, Thanksgiving, Chapel Day e cerimônias do NHS e NJHS.

SUMÁRIO INSIDE CHAPEL
COLABORADORES
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24.582 pessoas atendidas em 2021

Doe agora!

O Instituto Jô Clemente (IJC), antiga Apae de São Paulo, é uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que há mais de 61 anos promove saúde e qualidade de vida às pessoas com deficiência intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e doenças raras, além de apoiar a sua inclusão social e a defesa de direitos, disseminando conhecimento por meio de pesquisas científicas.

Conheça um pouco do trabalho do IJC:

17,5 milhões de bebês brasileiros passaram pelo Teste do Pezinho, desde 2001

Responsável pela triagem de 82% dos recém nascidos da capital paulista

Mais de 3.500 profissionais com deficiência intelectual e/ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) inseridos no mercado de trabalho

Transforme a vida de uma criança com Deficiência Intelectual. Doe agora!

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HISTÓRIAS

AO INFINITO E ALÉM

Ambos nascidos no interior, ele em São Carlos, no Estado de São Paulo, ela em Uberlândia, em Minas Gerais, não imaginavam que um dia conquistariam o mundo. Ou, talvez, no fundo soubessem, pois o espírito de aventura de Rafael e Lídia Dietrich já fazia parte da essência de cada um. A própria forma como se conheceram e estabeleceram laços mostra isso. Na época da pré-adolescência pediam regularmente aos pais para irem a um acampamento, em Goiás, que cabia no bolso das famílias e acontecia a cada seis meses, nas férias escolares. Com o passar dos anos, o convívio foi se fortalecendo, inclusive quando deixaram de ser “acampantes”, com 16 e 15 anos, e fizeram juntos o treinamento para serem “equipantes”, ou seja, para assumir a função de líderes e cuidar das atividades, inclusive as feitas com os mais novos. O pedido de namoro, feito por Rafael, veio só três anos mais tarde, e o casamento aconteceu quando ele tinha 21 anos, e já tinha se formado em duas faculdades, e ela cursava o último ano de enfermagem. “O casamento foi bem simples, não tínhamos dinheiro, e eu trabalhava em escolas e instituições sociais. Como fazer para ter a nossa viagem de lua de mel?” Foi então que a internet trouxe uma oferta que pareceu tentadora para Rafael: uma passagem para Israel com um preço incrivelmente baixo. Como um dos cursos que ele havia feito era de Teologia, Lídia o incentivou a ir mesmo que fosse sozinho, mas ele privilegiou a dupla e comprou duas passagens. Eles teriam a tão sonhada jornada.

INSIDE CHAPEL
Por Adriana Calabró Fotos: Arquivo Pessoal
UM CASAL QUE
JOVEM
VISITAR TODOS OS PAÍSES. NA AVENTURA DE RAFAEL E LÍDIA
O QUE
COMEÇOU A VIAJAR MUITO CEDO E HOJE DETÉM O RECORDE DA MAIS
DUPLA A
DIETRICH,
NÃO FALTAM SÃO BOAS
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#IJC #deapaedespparaIJC

De um ponto ao outro Foi a partir daí que começou uma dinâmica que surpreendeu os dois, e passou a fazer parte do estilo de vida deles: conhecer novos países era mais fácil do que imaginavam. A prova disso foi que, enquanto curtiam as atrações de Israel, ficaram sabendo que, para ir até Atenas, a passagem custava muito barato, cerca de R$100,00 na época. Ir às Ilhas Gregas era um sonho de Lídia desde que ela havia assistido ao filme Mamma Mia, então eles não pensaram duas vezes antes de embarcar. E como a sorte estava do lado deles, descobriram um navio super em conta que passava justamente por ilhas como Mykonos, Creta e também a famosa Kusadasi, cidade bíblica que, na antiguidade, tinha o nome de Éfeso. Em Santorini, eles literalmente abandonaram o navio para ficar quatro dias na ilha. Depois, tiveram que voltar de carro alugado para Israel, mas já que estavam ali... que tal dar uma passadinha no Egito? Não podiam perder a oportunidade e decidiram pegar a estrada. Tudo feito de forma econômica, de um jeito que dava para os gastos mínimos. Como se não bastasse, eles incluíram na lista de visitas mais um país. Isso porque a escala do voo de Israel para o Brasil era nos Estados Unidos, então se informaram sobre a possibilidade de fazer um stop over, o que foi confirmado pela companhia. Mais alguns dias em Nova York para completar a experiência.

A visita feita pelo casal a todos esses destinos teve um custo de cerca de R$5.800,00, que saíram das suadas economias de Rafael, mas, segundo ele, as pessoas que viam o conteúdo nas redes sociais pensavam que parecia coisa de rico. “Na minha infância eu nunca tinha saído do país, nem a Lídia, nossas famílias eram simples e, para completar, eu fiz faculdade de Assistência Social e de Teologia, ou seja, profissões que não são para quem corre atrás de dinheiro. Além

de atuar com trabalhos sociais e voluntários, minha ocupação oficial era como palhaço - fazia apresentação com mágicas nas instituições de ensino públicas e privadas, e passei por setecentas escolas em 21 estados. Era o meu ganha-pão. Mais tarde, fiz um mestrado e um doutorado em educação”, conta Rafael.

Viagem como meta

A partir daí, digamos que fazer a mala e ganhar o mundo começou a ser algo importante para eles. Com a mesma simplicidade da primeira viagem, a dupla continuou a desbravar destinos e quando estavam chegando perto de dez países visitados, chegaram à conclusão de que viajar para um só país pode custar mais ou menos o mesmo do que ir para seis ou sete que fiquem próximos uns dos outros. Foi então que veio a meta de conquistar cinquenta países antes de completarem 30 anos.

Naquele tempo, as passagens com melhor custo-benefício eram justamente para a Europa, continente que confirmava a teoria do cluster de países: “Nós viajávamos de carro, que era um jeito de conhecer mais sobre a cultura local, e isso fez com que a gente avançasse muito rápido na nossa meta. Com cerca de 24 anos, já estávamos muito perto de completála”, contam eles.

A solução foi aumentar o objetivo para cem países antes dos 30 anos. E foi aí que algo novo, e bastante positivo, começou a acontecer na vida dos jovens viajantes. As marcas passaram a abordálos para oferecer os mais diversos produtos. “Nossa! Estamos ganhando coisas para viajar?”, pensavam. Mas o ganho era só em itens como roupas e acessórios, não em dinheiro, e quando notaram que as marcas ganhavam muito com a propaganda praticamente gratuita que faziam, veio a ideia de formatar um projeto e iniciar um processo de monetização. Eles passaram a mandar uma apresentação para as

marcas com um apelo que interessava a várias delas: “O casal que quer visitar mais de cem países antes dos 30 anos”. A aceitação foi boa, até porque eles tinham uma boa presença nas redes sociais e algumas marcas compraram cotas de patrocínio que iam até a centésima viagem. “Foi aí que paramos de gastar com as viagens”, explica Lídia. Vale dizer que, além do pé na estrada, eles também têm fé na vida. São cristãos, e quando completaram os cem países e acharam que talvez fosse hora de parar, pediram um sinal para comprovar se essa era mesmo a melhor decisão. Ao que parece, os planos reservados a eles eram outros, pois foi justamente nesse momento que apareceu uma empresa grande do segmento de seguros de viagem e disse que patrocinaria o caminho pelos cem países que faltavam. A questão é que essas localidades não eram propriamente destinos paradisíacos. Síria, Coreia do Norte, Argélia e outros países com muitas dificuldades políticas e econômicas estavam na reta final. A marca ainda assim quis investir, já estimando os gastos com vistos especiais, transporte exclusivo e até mesmo escolta particular. Eles brincam que são do turismo e precisam mostrar as coisas bonitas, mas que “Quem vê as Maldivas que a gente fotografa não vê os Afeganistões que a gente encara”. Ou seja, nem tudo são flores na vida de quem tem o aeroporto como segundo lar. “A gente até opta por não mostrar tanto sofrimento para não sermos sensacionalistas, mas por muitos países a gente se envolveu com ações humanitárias, a Lídia dando consultoria na área dela, de enfermagem. O que eles precisavam era de ajuda. Enfrentamos riscos em muitos deles”, relembra Rafael.

Lições em movimento

O fato é que o recorde foi quebrado, e isso foi referendado por várias instituições oficiais (sim, nem só do Guinness vivem os recordistas). Mas

“VISITAR TANTOS PAÍSES, INSPIRAR MULHERES A VIAJAR FAZ PARTE DA NOSSA

MISSÃO, MAS SABEMOS TAMBÉM QUE É IMPORTANTE MOSTRAR QUE ALGUMAS

REALIDADES SÃO MUITO DURAS, TANTO PARA AS MULHERES COMO PARA QUEM

OFERECE AJUDA HUMANITÁRIA NESSES PAÍSES.” LÍDIA DIETRICH

PERFIL –CASAL DIETRICH INSIDE CHAPEL INSIDE CHAPEL
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colecionador de memórias. E o mesmo se passa com a Liz. Mesmo que talvez a cognição dela ainda não esteja pronta para lembrar, ela teve momentos de grande felicidade durante as jornadas para o exterior. É uma criança alegre, bem desenvolvida, então achamos que as viagens contribuíram para isso”. Quando se refere ao recorde, diz que o fato de serem brasileiros facilitou muito a empreitada, pois como “não brigamos com ninguém”, o acesso aos diversos países com o nosso passaporte não tem restrições e, desde que esteja tudo em ordem, incluindo os vistos, não há nada que impeça a entrada.

golpe de sorte para se deslumbrar. Entre eles está o episódio fascinante que Rafael e Lídia nos contam, afirmando que as maravilhas do mundo às vezes estão mais próximas do que podemos imaginar. “Estávamos fazendo um trabalho social no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil.

o casal sabe que, apesar dessa marca ser muito importante, o valor dos aprendizados obtidos foi muito além dela. “A viagem é movimento, e traz também situações de desconforto. Mesmo em lugares muito bonitos, você se encontra com o desconhecido e quando isso acontece você tem que prestar atenção, se adaptar, ouvir as pessoas. Isso eleva a régua da adaptabilidade e da resiliência”, diz o jovem. Para Lídia, outros desafios se somavam aos do percurso em si. Como uma das poucas mulheres do mundo a conquistar todos os países, ela entendeu na pele que nem todo lugar é seguro para quem é do gênero feminino. A métrica confirma: foram apenas cinco mulheres para centenas de homens a obter a marca. “Eu diria que alguns países não são muito apropriados para turismo e, para as mulheres, onde há extremismo religioso, guerra, isso se torna ainda mais complicado. Visitar tantos países, inspirar mulheres a viajar faz parte da nossa missão, mas sabemos também que é importante mostrar que algumas

O valor das coisas “A mais jovem dupla a viajar por todos os países antes dos 30 anos” está em processo de validação do recorde também no Guinness, mas não tem certeza se vale a pena investir algumas dezenas de milhares de dólares para ter o certificado, até porque já são detentores da marca. “A gente vai tentar um patrocínio para a placa do Guinness, mas não é uma prioridade”. Na conversa com eles, é possível sentir que o importante são as emoções vividas, com um outro perrengue para enfrentar e, também, um ou outro realidades são muito duras, tanto para as mulheres que vivem em países como Afeganistão, República Sul Africana, Sudão do Sul, quanto para quem vai até lá para oferecer ajuda humanitária. Mas, ainda assim, acho que o mundo está muito mais preparado para receber mulheres do que o contrário. Só é necessário tomar os cuidados e pesquisar sobre a cultura do lugar. Também indico sempre olhar no link do US Travel Advisories para checar o risco que cada país apresenta”, explica ela.

O casal Dietrich aponta também três ganhos dessa vida de viajantes que acabam sendo muito úteis em todos os momentos da vida. O primeiro é que passaram a ser excelentes gestores de tempo. “A estrada nos ensinou isso, inclusive nas listas de execução de tarefas que montamos”. Eles também se “formaram” como ótimos administradores, lidando de forma sensata com a verba e também entendendo o estilo financeiro de cada país. Outra vantagem obtida foi o afastamento do medo: “Nos encontrávamos tanto com o

Na volta da Vila, que ficava a 50 km da cidade, em estrada de terra, a bateria do celular de todo mundo que estava no carro tinha acabado. Era tempo da Festa do Milho, e estávamos lá para fazer uma palestra. Aí, nesse trajeto, a gente viu algo incrível. No meio do campo havia uma árvore que parecia estar lotada de luzes. Era como uma nuvem brilhante. Fomos lá ver o que tinha acontecido e comprovamos que a árvore estava inteira coberta com um enxame de vaga-lumes. Uma das cenas mais incríveis da nossa vida! Parecia que as estrelas daquele céu extremamente límpido tinham caído sobre a árvore. A gente se emocionou, saíram lágrimas dos olhos”, contam eles.

Non stop

Quanto aos próximos passos (ou voos), há algumas regiões do mundo que os recordistas querem visitar, em países que já estiveram. Na lista estão o Havaí, o Alasca, a Groenlândia e a desconhecido que até mesmo os temores desenvolvidos na adolescência e na infância foram minimizados”. Tal ausência de medo não foi uma unanimidade na família. “Os meus avós, do interior de Minas, ficavam apavorados ao nos verem em países perigosos”, conta Lídia.

Nova passageira

Na realidade, eles mesmos não tinham planejado uma vida assim tão intensa; as coisas foram acontecendo, às vezes, de forma inesperada. Foi o caso do nascimento de Liz, a primeira filha do casal que acaba de fazer dois aninhos. Ela chegou na época de pico da pandemia e, assim que as pessoas puderam viajar, ela também ganhou um passaporte (que já tem diversos carimbos!) e, nas viagens aos últimos oito países necessários para o recorde, lá estava ela junto dos pais.

Rafael, que também étem especialização em Neurociências pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, vai a fundo nessa questão: “quando você é um viajante, passa a ser um

Polinésia Francesa. Ah, tem um outro lugar que querem visitar também, mas que estão esperando as passagens ficarem mais baratas. Estamos falando da viagem para o Espaço. Para eles, mais do que um sonho, é um plano! Mas, enquanto isso, eles seguem aqui na crosta terrestre mesmo, sempre com a vontade de inspirar as pessoas.

“Queremos continuar indo para os lugares que mais gostamos, fazendo conteúdo legal, mostrando para as pessoas que é possível viajar. Só 4% das pessoas já saíram do Brasil”, diz Rafael. “A gente acredita que as viagens fazem as pessoas crescerem. As nossas não serviram para o nosso ego, vontade, ou orgulho e, sim, para uma construção do que somos hoje”, completa. Pelo jeito, a viagem continua!

@DIETRICH

https://travel.state.gov/content/ travel/en/traveladvisories/ traveladvisories.html/

PERFIL –CASAL DIETRICH INSIDE CHAPEL 12

CHAPEL CRIA ESTRUTURA

QUE INTEGRA

CIÊNCIAS, TECNOLOGIA, ENGENHARIA, ARTES E MAKER NO ENSINO FUNDAMENTAL I

PARA O FUTURO

AChapel apresentou uma grande novidade em agosto: a inauguração do Learning Innovation Hub. Trata-se de um espaço multidisciplinar de experimentação e aprendizado para as crianças que estão na faixa entre o Kindergarten e 6º ano – ou seja, dos 5 aos 11 anos de idade.

Completamente remodelada, a sala é a mesma que vinha sendo utilizada para as aulas de Tecnologia, área que passou a ser absorvida pelo hub de forma integrada a outras disciplinas. Acompanhados agora por papel, cola, tintas, tesouras, recortes de madeira, LEDs e vários outros materiais ligados à cultura maker, os notebooks e tablets tornaram-se ferramentas ainda mais ativas de aprendizado nos diversos campos do conhecimento.

Criada a partir de uma ampla pesquisa sobre as melhores práticas globais e baseada na abordagem STEAM – acrônimo formado pelas iniciais em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática –, a nova estrutura tem a missão de promover a integração orgânica dessa/s cinco áreas. Uma das inovações do hub é implantar essa visão já a partir do Ensino Fundamental I.

“Como as intersecções entre as diversas disciplinas ocorrem de forma natural e lúdica, a sensação para as crianças é de descoberta. São processos que despertam a curiosidade, ativam o pensamento crítico e geram muitos questionamentos”, descreve a diretora escolar da Chapel, Juliana Menezes. Assim, sem que nada disso seja nomeado, os alunos começam a ter as primeiras noções de robótica, machine learning, inteligência artificial e design thinking.

Troca de experiências

O caráter divertido e instigante das atividades contribui para que o nível de adesão e entusiasmo por parte das crianças seja altíssimo, observa o professor Otávio Garcia. “As aulas passaram a ficar repletas de ‘momentos wow!’, em que as crianças manifestam surpresa ou entusiasmo com aquilo que vão descobrindo.” Com dezesseis anos de casa, Mr. Garcia era o responsável pelas aulas de Tecnologia, e passou agora a integrar a dupla de Learning Innovation Specialists que comanda as atividades no hub. Sua parceira é a professora Karina Wenda – que, há doze anos na Chapel, tem uma trajetória profissional marcada pelo amplo e bem-sucedido uso do pensamento criativo e crítico no Ensino Fundamental I. “Já está comprovado que a fusão entre Ciência, Tecnologia e Criatividade traz uma série de benefícios, desde o maior

engajamento dos alunos até a melhora do desempenho escolar”, ela diz. Os projetos desenvolvidos no hub são alicerçados em quatro princípios: pensamento crítico, criatividade, colaboração e comunicação. Mais do que proporcionar experiências pontuais – dependendo da turma, as crianças têm aulas no local uma ou duas vezes por semana –, o objetivo é disseminar essa cultura para as demais disciplinas do currículo escolar.

Todos os professores das turmas envolvidas estão passando por oficinas de formação para que possam desenvolver atividades alinhadas aos propósitos da nova estrutura, replicando a lógica do trabalho em suas respectivas áreas de especialidade. Há um forte incentivo interno para a troca de experiências entre os docentes e para o desenvolvimento de projetos multidisciplinares. Mães e pais também terão a oportunidade de “degustar” as experiências do hub e entender melhor a conexão disso com o aprendizado dos filhos.

Processo colaborativo

O hub propõe que o uso da tecnologia deixe de estar limitado às telas e passe a ser associado ao uso de objetos físicos. Nas turmas iniciais, até o 2º ano, os projetos desenvolvidos são curtos, com duração de até quatro aulas, e têm muito mais um caráter de experimentação e de conhecimento dos processos e das ferramentas.

Assim, por exemplo, as crianças podem desenhar um cenário, numa folha de papel, e, a seguir, digitalizála, inserindo uma joaninha eletrônica para se movimentar naquele cenário construído artesanalmente. Este foi o primeiro projeto interdisciplinar envolvendo Língua Inglesa, Artes e Block Coding.

A grande variedade de recursos disponíveis inclui lego education (mecanismos, força, equilíbrio), snap circuits (eletricidade), Sphero (robô programável), iPads, Chromebooks, formas geométricas com imãs, biscuit, playdough, entre muitos outros. “A característica em comum entre todos esses materiais e ferramentas é que, em algum momento, surgem problemas que as crianças precisam resolver. Nessas ocasiões, nós atuamos muito mais como facilitadores do que como direcionadores”, explica Mr. Garcia. “A ideia não é apresentar fórmulas prontas e exigir respostas certas, e, sim, desenvolver a criatividade e pensamento crítico das crianças”, acrescenta Ms. Wenda.

A partir do 3º ano, ocorre a passagem da experimentação para projetos autorais mais longos, que se estendem por até dois meses e resultam em produtos físicos. Embora sejam trabalhos individuais, o processo de criação pode ser colaborativo –comentários e sugestões entre os colegas são permitidos e incentivados.

Para definir o tema do projeto, a

INSTITUCIONAL –LEARNING INNOVATION INSIDE CHAPEL INSIDE CHAPEL
Por Maurício Oliveira Fotos: Arquivo Chapel
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criança é desafiada a escolher um assunto pelo qual tenha grande interesse – como, por exemplo, um animal de estimação, um esporte como o futebol, um estilo de dança, ou qualquer outro. O passo seguinte é encontrar uma forma de representar essa paixão, utilizando, como base para o projeto, uma entre sete possibilidades: catapulta, carrinho movido a força elástica, ponte, animação offline, scratch, videogame ou flash light. A única exigência é que o resultado deixe evidente, sem necessidade de explicações adicionais, qual é a paixão representada.

Erros ensinam

Uma das características mais importantes do hub é que os eventuais erros ao longo do processo são transformados em oportunidades de aprendizado – o que representa uma mudança de paradigma para muitas crianças. “Fica muito claro o quanto elas aprendem a lidar com frustrações e passam a entender os erros como matéria-prima para o aprimoramento dos processos e dos produtos, e não como falha”, descreve Ms. Wenda. Outro aspecto interessante é a oportunidade de observar os tipos de

aprendizes. “Os estudantes demonstram a sua compreensão e apresentam a sua produção da forma que melhor conseguem se expressar, sejam eles o aprendiz visual, comunicativo, interpessoal, cinestésico, linguístico ou analítico”, ressalta Ms. Menezes.

A criação do hub já vinha sendo planejada antes da pandemia, mas a crise sanitária global adiou os planos. Por outro lado, as experiências com ensino remoto no período de isolamento social reforçaram a convicção sobre a pertinência da iniciativa. Ficou ainda mais claro que a Tecnologia precisava fazer parte do cotidiano das crianças de forma integrada aos demais aspectos da vida escolar.

No início de 2022, a equipe que estava desenhando o Learning

Innovation Hub ganhou um importante reforço com a contratação do peruano Javier Rebagliati, o especialista em tecnologia educacional que atraiu a atenção da Chapel pelo trabalho desenvolvido em uma escola internacional de Lima. Ele chegou com a missão de estruturar a parte tecnológica da instituição, em sintonia com esses novos conceitos. E para completar o programa de

Learning Innovation, em junho deste ano a Chapel completou o programa de reconhecimento Common Sense Education. O Common Sense (commonsense.org) é uma organização internacional que se dedica a desenvolver o Digital Citizenship e criar uma cultura digital segura e a disseminar boas práticas digitais. O time de Learning Innovation também recebeu o Certificado Common Sense Educators. As crianças desde o Kindergarten até o 6º ano – ou seja, da mesma idade atendida pelo Learning Innovation Hub – seguem um programa de aulas do Common Sense relativo à cidadania digital, desenvolvido para atender às necessidades de cada faixa etária. A ideia é manter sempre em pauta assuntos como: estratégias para aprimorar o equilíbrio no uso da tecnologia, a importância de cuidar das nossas “pegadas digitais”, a conscientização e combate ao cyberbullying e ao discurso de ódio, assim como diferenciar fake news e fontes confiáveis, a importância de identificar sites e aplicativos seguros, a necessidade de respeitar direitos autorais e evitar plágios, entre vários outros temas que, cada vez mais, estarão presentes no cotidiano das crianças.

INSTITUCIONAL –LEARNING INNOVATION INSIDE CHAPEL INSIDE CHAPEL
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DEPOIS DE UMA LONGA E BEMSUCEDIDA CARREIRA COMO

ENTREVISTADORA, A JORNALISTA LEILA

FERREIRA TORNOU-SE ESCRITORA E ESTÁ

PRESTES A LANÇAR SEU SÉTIMO LIVRO.

SUAS CRÔNICAS BEM CONTADAS

LEVARAM-NA NÃO SÓ ÀS LISTAS

DOS ESCRITORES MAIS VENDIDOS, MAS TAMBÉM A LUGARES OS MAIS

DIVERSOS, NO BRASIL E NO MUNDO.

O QUE ELA OBSERVA NAS VIAGENS?

PESSOAS. QUE TEMAS ABORDA?

VÁRIOS, DE LEVEZA, GENTILEZA E AFETO

A ANSIEDADE, TRISTEZA E DEPRESSÃO, MAS TODOS INERENTES ÀS RELAÇÕES

HUMANAS. “A PAISAGEM MAIS

INTERESSANTE QUE EU CONHEÇO É A

DO SER HUMANO”, REVELA

O GRANDE DESAFIO DO SER HUMANO NÃO É ESCALAR O EVEREST. NOSSO GRANDE DESAFIO É SERMOS PESSOAS MELHORES”

Mineira de Araxá, Leila Ferreira cresceu rodeada de livros por causa da mãe, professora de Português. Sua casa, conta, era um território de livros e de ideias em circulação. Não à toa, sua primeira graduação foi em Letras, e até chegou a dar aulas e iniciar um mestrado na área, mas a paixão pela linguagem e pela interação com pessoas era de outra natureza, o que a levou ao jornalismo, mesma profissão de dois dos seus cinco irmãos. Com mestrado em Comunicação pela Universidade de Londres, foi repórter, editora e, por fim, entrevistadora, sua grande realização profissional. “Eu sempre gostei de interações mais reflexivas, queria conversar com as pessoas assim como a minha mãe conversava com seus filhos na cozinha da nossa casa em Araxá. Eu não sabia se isso era possível no jornalismo, mas tinha certeza de que tinha de tentar”, revela. Seu programa “Leila Entrevista”, na Rede Minas de Televisão, durou dez anos, e até hoje ela é reconhecida nas ruas por conta dele. Afastou-se da TV para cuidar da mãe, nos últimos anos de vida daquela que sempre a inspirou. Após a morte dela, Leila não conseguiu voltar à televisão, sentiu que o ciclo havia se fechado. Embora já tivesse dois livros publicados, foi com a obra “A arte de ser leve”, lançada em 2012, que se estabeleceu como escritora e palestrante. “Esse livro me faz andar pelo Brasil todo. O que talvez seja algo sintomático: está faltando leveza, e isso é fato”, afirma a autora, em entrevista exclusiva à Inside Chapel

ENTREVISTA DE CAPA –LEILA FERREIRA INSIDE CHAPEL 19
Por Paula Veneroso Fotos: DMT Palestras

NESSE PÓS-GUERRA – QUE É O PÓSPANDEMIA – NÓS PRECISAMOS DE PESSOAS MAIS GENTIS, COM MAIS SENSO DE HUMOR, MAIS AGRADÁVEIS, MAIS SIMPÁTICAS, MAIS ACOLHEDORAS E, ACIMA DE TUDO, MAIS AFETUOSAS

sozinha à biblioteca escolher meus livros. Meus irmãos todos gostavam de ler – eu tinha cinco irmãos homens, mais velhos que eu – e os livros circulavam. Aquela casa era um território de livros e de ideias em circulação. E nós todos fomos tomando gosto por escrever, além de ler. Para mim, o caminho mais natural foi cursar Letras. Então, eu me formei em Português e Inglês, cheguei a dar aulas durante alguns anos, mas senti que não era aquilo que eu queria. Eu amava a linguagem para usá-la, não para ensiná-la. Cheguei até a cursar um semestre do mestrado em Literatura Comparada na Universidade do México, mas foi apenas para perceber mais claramente que não era aquilo que eu queria.

TEMOS QUE PENSAR MUITO NA CONVIVÊNCIA. A SIMPATIA, QUE ANDA TÃO ESQUECIDA, DEVE PREVALECER. A GENTE FALA TANTO EM EMPATIA, QUE É IMPORTANTÍSSIMO, MAS A SIMPATIA TAMBÉM AJUDA

Você trilhou carreira de sucesso no jornalismo televisivo. Como foi a opção pela comunicação em lugar da docência?

LF: Eu tinha dois irmãos jornalistas, e eu era apaixonada pelas conversas que tínhamos, pelo trabalho deles. Foi quando me decidi pelo jornalismo. Trabalhei como repórter durante alguns anos, na Rede Globo de Minas. Mas também eu sabia que não era a reportagem de rua que eu queria. Eu sempre gostei de interações mais reflexivas, queria conversar com as pessoas assim como a minha mãe conversava com seis filhos na cozinha da nossa casa em Araxá. Eu não sabia se isso era possível no jornalismo, mas tinha certeza de que tinha de tentar. Eu consegui isso quando um colega meu da Globo assumiu a presidência da Rede Minas de Televisão (associada à TV Cultura) e me convidou para assumir a editoria de cultura. Na emissora, havia um programa de entrevistas chamado “Programa Entrevista”, e, na semana que eu entrei, o apresentador pediu licença. Pediram-me para assumir o programa e, assim que terminei a minha primeira entrevista, pensei: “Era isso que eu estava procurando na minha vida”. O programa passou a se chamar “Leila Entrevista” e durou dez anos. Em Belo Horizonte eu sou conhecida como Leila Entrevista – o nome do programa virou meu sobrenome – e até hoje pessoas me param na rua perguntando dele.

Sua carreira profissional sofreu outra mudança quando deixou a TV e passou a escrever livros e dar palestras. Como se deu essa guinada?

LF: Eu decidi deixar a televisão para cuidar da minha mãe em Araxá, nos últimos anos de vida dela. Foram três anos. E quando minha mãe morreu e eu iria reassumir o programa, senti que havia passado da hora, que aquele ciclo tinha se encerrado. Na época, eu tinha muitas propostas para escrever livros e fazer palestras, e passei a rodar o Brasil não mais como repórter nem como entrevistadora, mas como palestrante.

Lancei seis livros e estou preparando o próximo. O terceiro livro que escrevi, “A arte de ser leve”, me faz andar pelo Brasil todo. O que talvez seja algo sintomático: está faltando leveza e isso é fato.

Qual foi a força inspiradora que te levou a escrever sobre a possibilidade de se viver de forma menos complicada, carregando menos peso?

LF: Eu tinha feito um livro para a Editora Globo sobre mulheres. O título é “Mulheres: por que será que elas...?”, um livro muito leve e irreverente. Deu bastante certo e a editora acabou me chamando para eu escrever outro. Eles estavam pensando em uma obra relacionada à qualidade de vida e me pediram para sugerir um tema. Fui eu que sugeri o tema da leveza. Os editores ficaram um pouco reticentes, talvez pensando que eu pudesse fazer um livro muito “viajante”, do tipo sejamos leves, a vida é bela. Mas eu os tranquilizei, dizendo que não havia o menor perigo de eu escrever um livro muito “cor de rosa” pois eu me tratava de depressão já havia vinte anos. O fato é que me impressionava as pessoas ficarem obcecadas com o peso do corpo e não se darem conta de que o grande perigo é a obesidade mórbida de espírito, da alma. Por dentro, estamos cada vez mais irascíveis, impacientes, intolerantes, estressados, hostis, e eu pensei em falar sobre a possibilidade de a gente cuidar da alma, do espírito, com a mesma intensidade com que cuidamos do corpo. Quando eu expliquei que seria uma leveza possível, realista, uma leveza que convive com nossas dores, nossas perdas e nossas angústias, a editora aceitou na hora.

E qual foi a sua motivação ao propor esse tema para a editora?

LF: Propus porque eu queria aprender a viver de forma mais leve. Era uma jornada pessoal. Vivia uma fase de muito estresse, muita ansiedade, tinha crises recorrentes de pânico. Eu sempre digo que aprendi a lidar com a depressão, ela já é uma pessoa da família. De vez

em quando ela bate na porta, vem para se hospedar, passar uma temporada, e depois faz as malas e vai embora. E eu comemoro, mesmo sabendo que, apesar de ela ir embora, permanece na região, ela não desaparece. Então, posso afirmar que aprendi a conviver com a depressão, mas com a ansiedade, ah, ainda é terrível. Eu estava carregando aquele peso interno, às vezes até me faltava o ar de tanta ansiedade, quando parei e falei: “Não, eu não quero isso para mim mais. Mas, ao mesmo tempo, eu não me via praticando meditação ou fazendo retiros prolongados, eu não conseguia passar da ansiedade aguda para um estado zen. Eu queria algo intermediário. Então, decidi entrevistar especialistas em comportamento e conversar com pessoas sobre a possibilidade de vivermos de forma mais leve. Eu queria tentar aprender e compartilhar esse aprendizado com as pessoas, pois eu via muita gente ao meu redor carregando esse peso. Já morei em muitos lugares – Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, México, Estados Unidos e Inglaterra são alguns deles –, hoje me divido entre Portugal e Brasil e vejo, em todos os lugares, até em Araxá, pessoas pesadas. Temos carregado um peso impressionante.

A que você atribui esse peso?

LF: Há uma série de fatores que contribuem para carregarmos esse peso. A falta de pausas, a vida não tem mais pausas, a falta de conversa, as famílias e os amigos não conversam mais, porque ao eliminarmos as pausas eliminamos junto as conversas. A falta de reflexão, o parar para pensar desapareceu. Antes você ia a um médico e, aguardando a consulta, ficava pensando na vida. Hoje, com o celular, quem pensa na vida? Hora nenhuma. Estamos vivendo a compulsão pelo fazer. Não paramos mais. Se você precisa percorrer dez andares de elevador, já pega o celular para não ficar entediado, como se estivesse indo para Recife. Mas as pessoas não suportam mais não fazer, estamos sempre fazendo alguma coisa, em casa, no trabalho, na

ENTREVISTA DE CAPA –LEILA FERREIRA INSIDE CHAPEL INSIDE CHAPEL 21 20

rua, no lazer, nas férias, mesmo nos fins de semana não há pausas mais, não há quietude, não há silêncio. E, com isso, vamos ficando cada vez mais pesados.

Em que medida a sua experiência escrevendo livros e entrevistando pessoas contribuiu para você se entender melhor e ser mais leve? Você consegue ser mais leve hoje?

LF: Eu não sou leve ainda. Mas eu sou muito mais leve do que eu era, e isso, para mim, já é uma vitória. Eu fiz terapia muitos anos, e acho que hoje eu consigo equacionar melhor. Por exemplo, durante a pandemia eu perdi dois irmãos. O que foi uma experiência terrível. E eu achei que as crises de pânico iriam voltar. Mas não voltaram. Então, de alguma forma eu estou mais leve. Sou uma pessoa excessivamente preocupada com as coisas, mas eu acho que, quando a gente tenta ser mais leve, vivemos menos atormentados. Senso de humor, para mim, é primordial. Então, uma das coisas que eu tenho me permitido fazer para viver de forma mais leve é ficar mais longe das pessoas que não têm senso de humor. Pessoas amargas, azedas e emburradas, mal resolvidas, não dá para ter leveza convivendo com pessoas assim. Não tenho nada contra elas, só não quero estar no mesmo metro quadrado.

Em seus livros, e também em suas palestras, você aborda notadamente as relações humanas como sendo imprescindíveis para melhorarmos nossa qualidade de vida. Fale um pouco sobre isso.

LF: Eu falo muito a respeito da gentileza, que, para mim, é o chão da convivência humana. A gentileza e o respeito é que forram o chão onde pisamos 24 horas por dia. Nós somos muito preocupados com qualidade de vida, e isso é ótimo, mas qualidade de vida não é só praticar atividade física e seguir uma dieta balanceada. Qualidade de vida é, acima de tudo, saber se relacionar, saber conviver. Vários estudos mostram que as relações humanas são o mais importante da vida. Ter bons relacionamentos com as pessoas próximas, seja em casa ou no trabalho, talvez seja o ingrediente mais essencial para a tão buscada qualidade de vida e a tão sonhada felicidade. Então, eu acho que nós temos que ficar mais atentos a tudo que tenha

a capacidade de melhorar os nossos relacionamentos, a nossa convivência. A gentileza, o respeito, o bom humor – e quando eu falo em bom humor não é ficar alegre sem motivo ou ficar rindo o tempo todo, não é essa alegria artificial e fabricada, nós todos temos direito de ter momentos e até dias de mau humor, mas daí a ficar mal-humorado em tempo integral e querer ser feliz e ter qualidade de vida é impossível. A conta não fecha. Acredito que temos que pensar muito na convivência. A simpatia, que anda tão esquecida, deve prevalecer.

A gente fala tanto em empatia – que é importantíssimo -, mas a simpatia também ajuda. Nesse pós-guerra – que é o pós-pandemia – nós precisamos de pessoas mais gentis, com mais senso de humor, mais agradáveis, mais simpáticas, mais acolhedoras e, acima de tudo, mais afetuosas. Acredito que a palavra central nesses nossos tempos é afeto. O grande desafio do ser humano não é escalar o Everest. Nosso grande desafio é sermos pessoas melhores. E, para sermos pessoas melhores, nós temos que praticar, em tempo integral, o afeto. Viver uns pelos outros, uns para os outros. Sem esse foco, a gente empobrece a vida.

Na sua opinião, quais são as consequências de não pararmos para refletir sobre a nossa vida?

LF: Um dos maiores problemas é quando entramos nesse mundo fantasioso das redes sociais. Estamos vivendo na chamada “sociedade do espetáculo”, como afirma o filósofo francês Guy Debord, criador desse conceito, e assim nos transformamos em personagens e começamos a representar. Não raro, fingimos ser mais felizes do que realmente somos, fingimos ter o dinheiro que não temos e fingimos não ter a depressão que temos. A vida vira um grande teatro e quem não é ator ou atriz paga um preço muito alto por representar dessa maneira. As redes sociais têm sido um complicador muito grande nisso porque você começa a comparar a sua vida real, aquela que você conhece de trás para diante, com a vida ficcionalizada do outro, que escolhe o que vai te mostrar, e essa comparação é desestruturante. É a vida do ter que fazer isso ou aquilo, do ter que ser isso ou aquilo. No entanto, no final

das contas, a única coisa que a gente “tem que” ser nessa vida, usando uma palavrinha bem singela, é: a gente só tem que ser legal. Nós estamos aqui para sermos pessoas boas, bondosas, éticas, generosas e, se possível, agradáveis.

Durante todo o tempo em que atuou como entrevistadora, quais foram os encontros, as experiências que mais marcaram sua trajetória?

LF: Sou fascinada pelo ser humano. Sempre brinquei, dizendo que eu tentava me interessar pela natureza, mas sempre me interessei muito pelo ser humano. Para mim, a paisagem mais interessante que eu conheço é a do ser humano. Eu posso afirmar que fiz várias faculdades entrevistando pessoas. Entrevistei a rainha Silvia, da Suécia, no palácio real de Estocolmo, um palácio de 608 cômodos. Em seguida, eu ia para o Vale do Jequitinhonha, região pobre de Minas, para entrevistar uma benzedeira de 106 anos, pobre, doente, analfabeta, mas que também era uma rainha, que tinha a postura de uma rainha, e que conversava como uma rainha, a Sá Luiza. Então, eu ia da rainha da Suécia à benzedeira do Vale do Jequitinhonha, e isso é muito rico. Fui à casa do escritor Sidney Sheldon, na Califórnia, que era o escritor que mais vendia livros no mundo. Nunca vi uma pessoa tão gentil, tão simples e calorosa quanto ele. Depois da entrevista, enviou-me uma carta agradecendo minha visita. Fui à casa da Isabel Allende, na Califórnia também. Jantei com ela e seu marido em duas oportunidades. E, em seguida disso, eu ia entrevistar um lavrador que cursou apenas dois anos do Ensino Fundamental, mas fazia poemas e ficava recitando. Era um senhor recitando no pasto, no meio da fazenda. “Eu queria ter um peito, forgado como um salão, brilhando de ouro e prata, cheinho de inspiração, que quando eu desse um suspiro, caísse verso no chão”. Era o seu Juca Poeta. Então, tive a oportunidade de estar com esses seres humanos: o Sidney Sheldon, o Juca Poeta, a coveira de Machado, no sul de Minas, a Maria do Cemitério, que era uma personagem maravilhosa. Então, depois de tantos anos entrevistando, você conhece o ser humano no que ele tem de mais frágil, de mais forte, de mais humano, você entra em contato com os sonhos,

PARA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER: DESACELERAR É UTOPIA

LEILA FERREIRA FALA SOBRE OS BREVES MOMENTOS DE RESTAURAÇÃO

“ uma utopia, nós temos que criar pequenas pausas ao longo dos dias, ao longo das semanas. Se você parar durante dois minutos e for para a janela do seu apartamento, para a janela do seu escritório, sem o celular na mão, e ficar só olhando para fora, isso já te restaura de alguma forma. Se você pegar uma xícara de café e, durante um minuto e meio, você só tomar o café, já é um momento de quietude. Esses pequenos momentos de restauração são chamados de micropausas. Temos que criar tempo de não fazer, não correr, não postar, pois estamos precisando de momentos de quietude, de silêncio, de interrupção das atividades. Esse emendar uma coisa na outra, fazer uma coisa atrás da outra, não conseguir parar, isso nos adoece, por isso temos que ter consciência da importância das pausas na vida. Acredito que quando a gente para, nem que seja por segundos ou minutos, fica mais fácil refletir sobre a vida, porque, nesse ritmo frenético e vertiginoso que a gente vem vivendo, a gente não reflete.”

Quando a pandemia começou, eu tinha acabado de encomendar o livro Do Pause: You Are Not a to Do List (em tradução livre: ‘Faça uma pausa: você não é uma lista de tarefas’), do professor Robert Poynton, da Universidade de Oxford. O livro chegou e eu entrei em contato com o autor. Conversamos virtualmente por uma hora e acabamos ficando amigos. Eu vou repetir o que ele me falou, que considero muito sábio: hoje, temos uma grande fantasia que é desacelerar. Isso é uma utopia, pois o mundo não vai desacelerar, nós não vamos desacelerar, com algumas exceções, apenas algumas pessoas são capazes de fazer isso. Mas, de modo geral, a tendência é a vida ficar cada vez mais acelerada. A tecnologia, o modelo econômico, as pressões do mercado de trabalho e os próprios valores que vimos nutrindo, às vezes de forma equivocada, nos levam a uma aceleração crescente, tudo está nos impulsionando a fazer mais, a correr mais. Poynton diz que, já que desacelerar é praticamente

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LIVROS DE LEILA FERREIRA

as alegrias, o desespero, o medo, as sombras, a luz... É uma paisagem riquíssima. Até hoje, quando eu olho para uma pessoa interessante, penso: “Vai dar uma ótima entrevista”. E nesse momento sinto saudade. Conversar com as pessoas é o que eu mais amo fazer.

Como você administra o seu dia a dia? Consegue incorporar na sua rotina o que aprende com os seus entrevistados?

LF: A minha rotina é pesada, mas bem menos do que já foi no passado, porque eu tenho tentado selecionar mais o que eu faço, até em termos de lazer. Tenho tentado conter a ansiedade de fazer mil coisas ao mesmo tempo. Acho

que, mesmo quando estamos com uma agenda sobrecarregada e com muitas demandas, precisamos achar um jeito de não cobrar das pessoas a nossa ansiedade, a nossa falta de tempo, não apresentar as nossas faturas para os outros. Não se trata de fingir, de esconder, mas de ficar atentos para não descontar nossas demandas nos outros. O mínimo que temos que tentar é ter um pouco mais de leveza, de senso de humor. Entrevistei um professor da Universidade Johns Hopkins, Pier Massimo Forni, que morreu recentemente, e era autor de um best seller sobre gentileza, e ele me falou o seguinte: “Eu tenho uma filosofia de vida simples, se eu não aumentar o peso

da vida para quem convive comigo é sinal de que estou vivendo bem. É claro que o ideal é diminuirmos o peso da vida para quem vive conosco, mas se a gente não puder diminuir, que pelo menos a gente não aumente.” Desde que o entrevistei para o meu livro, este tem sido o meu mantra. Eu já sentia isso, desde criança, ouvindo as palavras da minha mãe, que nunca apresentou a fatura dos problemas dela para ninguém. E com o doutor Forni eu acabei de ter certeza de que, se a gente não puder diminuir o peso da vida para os outros que, pelo menos a gente não aumente. E, para não aumentar, é preciso respeito, senso de humor e afeto.

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O
AMOR QUE SINTO AGORA - 2018 MULHERES: POR QUE SERÁ QUE ELAS...? - 2007
VIVER NÃO DÓI - 2013
LEILA ENTREVISTA: BASTIDORES - 2007 A ARTE DE SER LEVE - 2012 QUE NINGUÉM NOS OUÇA 2016
museu
@mamoficial Sandra Cinto, Cavalo branco , 1998 comodato Eduardo Brandão e Jan Fjeld foto Renato Parada
de arte moderna de são paulo mam.org.br

POR OPÇÃO DOS PAIS, ALEXANDRE YAMASHIRO

FREQUENTOU A CHAPEL

POR QUINZE ANOS.

QUANDO CHEGOU A VEZ

DO SEU FILHO, ELE E A

ESPOSA NÃO TIVERAM

DÚVIDAS: “QUERO QUE O

ARTHUR INTERIORIZE OS

MESMOS VALORES QUE

APRENDI AQUI”

Opercurso de Alexandre Yamashiro na Chapel começou antes mesmo de ele ingressar no Pre I, em 1987. “Quando eu nasci, meus pais tomaram a decisão de me matricular em um colégio americano, assim que eu alcançasse a idade escolar. Então, ainda muito novo, me colocaram na escola da Dona Érica, considerada um preparatório para a Chapel”, conta o ex-aluno. Só então ele ingressou no Pre I do colégio, onde permaneceu até sua formatura no High School, em 2001.

Graduado em Administração e profissional bem-sucedido do mercado financeiro, Alexandre aprendeu desde cedo a lidar com a própria personalidade, extrovertida e sociável – às vezes em demasia. “Como aluno, confesso que nunca fui dos mais estudiosos. Sempre fui mais de bagunçar, de falar, de querer ter meus amigos por perto”, comenta, rindo, ao se recordar que esse temperamento o acompanha desde a mais tenra idade: “Eu era aquele que bagunçava no napping time, não deixando os outros dormirem”. Em seguida, ele reflete e afirma que, apesar da responsabilidade advinda da maturidade, esse perfil permanece. “Eu sempre absorvi e entendi muito bem essa minha característica, e isso foi ótimo, pois percebi desde cedo que era algo que eu deveria aprender a equilibrar por, basicamente, dois motivos: para não repetir de ano e para não dificultar a minha vida”, revela.

Dificultar a vida, segundo ele, era principalmente ficar de castigo por tirar notas baixas e não poder ir a festas e viagens com os amigos, além de ser impedido de praticar esportes, sua grande paixão.

Em busca do sweet spot Estudar, então, era sinônimo de usufruir de tudo de legal que o colégio proporcionava: “Esse ‘ganha-ganha’ foi fruto de um trabalho em conjunto entre professores, orientadores da Chapel e meus pais”, conta. E, consequentemente, foi um dos primeiros aprendizados que levou para a vida: numa ocasião, ainda bem novo, não pôde participar de um torneio porque não havia atingido a nota média numa determinada disciplina, e isso o impactou. “Não era dos mais estudiosos, mas fui equilibrando isso na minha vida escolar. Eu sabia que tinha de ir bem, mas não estudava para tirar A+; estudava para entender e tirar nota suficiente para passar. Sempre busquei atingir o sweet spot”.

Esse equilíbrio deu a Alexandre o passaporte para praticar todos os esportes que a Chapel oferecia,

bem como a oportunidade de viajar defendendo o colégio nos torneios Little 8 e Big 4, disputados entre escolas internacionais. Além dos esportes, o escotismo foi outra boa lembrança que levou do colégio. “Outro dia minha mãe me deu uma caixa com várias lembranças dessa época. O escotismo era uma atividade after school que eu adorava e que me marcou bastante.

Tínhamos um livro de atividades e viajávamos para acampar e praticar o que havíamos aprendido”, conta, lembrando que a participação nas atividades também era condicionada a um bom rendimento escolar.

Experiência global

O senso analítico e a capacidade de pesar prós e contras antes de tomar qualquer decisão são outras habilidades que Alexandre desenvolveu desde os tempos do colégio. Foi ao concluir o

High School que exercitou sua primeira grande tomada de decisão: fazer faculdade no Brasil ou continuar os estudos em outro país? Nesse caso, o vínculo familiar pesou mais na balança e o jovem decidiu ficar no país natal. Sobre o depois, ele brinca ao dizer que escolher o curso “foi outra novela”. “Hoje, olhando para trás, penso que escolhi a Administração por, na época, estar bem indeciso sobre o que eu queria fazer. Optei por esse curso como um teste. Se, por acaso, não fosse o que eu queira, eu mudaria. Mas, felizmente, foi um curso que eu gostei e levei até o final. Foi uma experiência boa”, afirma. Assim que ingressou na graduação, tomou outra decisão: começar a trabalhar o quanto antes para adquirir experiências variadas e poder se encaminhar a uma área na qual realmente gostasse de atuar. “Pelo fato de Administração ser um curso amplo,

ENTREVISTA ALUMNUS –ALEXANDRE YAMASHIRO INSIDE CHAPEL INSIDE CHAPEL 26 27
Por Paula Veneroso Fotos: Jô Aguiar

“EU SIMPLESMENTE ME LEMBRAVA DE, AOS CINCO ANOS DE IDADE, TER APRENDIDO DETERMINADOS HÁBITOS COM OS PAIS DOS MEUS AMIGOS QUE

IAM À CHAPEL APRESENTAR OS COSTUMES DE SEUS PAÍSES ANTES DO FESTIVAL INTERNACIONAL. ESSAS EXPERIÊNCIAS FORAM TÃO FORTES QUE FICARAM ENRAIZADAS EM MIM”

que oferece muitas possibilidades de atuação, eu queria testar diferentes segmentos, mercados, e tentar me encontrar”, conta. Logo após o primeiro estágio, numa empresa de energia elétrica nacional, ingressou no segmento financeiro, numa empresa global de cartões de crédito, e percebeu que estava próximo do emprego dos sonhos. “A American Express foi a minha escola na carreira profissional. Nesta empresa eu tive a oportunidade de utilizar todo o meu conhecimento, incluindo o aprendizado adquirido na Chapel: a habilidade de compreender diferentes culturas, de falar bem inglês e de ter um bom entendimento global”, explica, justificando o motivo de ter permanecido quase uma década na empresa, onde suas responsabilidades exigiam muitas viagens internacionais.

Foi justamente aí que a Chapel fez a diferença. A convivência escolar com colegas de nacionalidades distintas facilitou a experiência profissional de Alexandre, notadamente porque favoreceu seu relacionamento interno com os times e seu engajamento nas equipes de trabalho. “E não estou nem falando da língua, estou me referindo à familiaridade da convivência intercultural, e vejo como isso é impactante para quem não teve essa convivência como eu tive na Chapel”, explica. Alexandre sempre se sentiu bem ao relacionar-se com pessoas de culturas diferentes por justamente entender a dinâmica cultural de vários povos. “Eu simplesmente me lembrava de, aos cinco anos de idade, ter aprendido determinados hábitos com os pais dos meus amigos que iam à Chapel apresentar os costumes de seus países antes do Festival Internacional. Essas experiências foram tão fortes que ficaram enraizadas em mim”, conta.

Novas oportunidades

Permanecer no mercado financeiro

foi uma decisão acertada, pois outra grande experiência profissional da vida de Alexandre veio justamente quando ingressou na 3G Capital e foi responsável pela estruturação do plano de expansão da rede Burger King no Brasil, na época, recém- adquirida pelo grupo. “Minha experiência nessa joint venture foi muito boa e intensa, pois fui o responsável por montar e executar o plano de expansão da rede de fast food no Brasil, chegando a planejar e a abrir mais de cem lojas por mês”, revela.

Ele conta que, coincidentemente, sua saída dessa empresa se deu justamente na época em que se casou, quando a necessidade de conciliar carreira e vida familiar falou mais alto. Foi aí que, sempre monitorando as oportunidades do mercado, montou uma empresa de mídia out-of-home, onde permaneceu por dois anos, tempo de estruturar a empresa e vendê-la.

“Isso foi excelente porque, em seguida, a BlackRock me procurou com uma oportunidade que, por incrível que pareça, está sendo muito agradável, pois reúne um pouco de tudo o que eu gostei de experiências passadas, ao mesmo tempo em que me proporciona atuar num ritmo equilibrado e, melhor, aqui no Brasil”, comenta Alexandre sobre o seu trabalho atual na maior gestora de investimentos do mundo. Para ele, poder atuar numa empresa global e, ao mesmo tempo, permanecer no Brasil agora que tem dois filhos – um de cinco e outra de um ano de idade –, proporcionou o equilíbrio que ele tanto buscou em sua vida. Entre suas responsabilidades no escritório brasileiro, estão a gestão do marketing e da plataforma digital.

Segunda geração

Quando ele e a esposa começaram a procurar escola para o primogênito, Arthur, o casal tinha em mente algumas

convicções. “Eu já tinha a certeza de que queria que meu filho estudasse num colégio internacional e que mantivesse os aprendizados que tive: desenvolver uma mente aberta para o mundo, não apenas ao adquirir outros idiomas, mas principalmente pela oportunidade de convivência intercultural; nossa dúvida era onde matriculá-lo”, conta.

A Chapel figurava na lista e foi a primeira a ser visitada pelo casal. Afinal, Alexandre queria ver como o colégio estava atualmente, e, sobretudo, agora, com a visão de pai. Para sua satisfação, percebeu que as mudanças tinham sido bastante positivas. “Mesmo assim, coloquei de lado o vínculo emocional que mantinha com o colégio e respeitei as impressões da minha esposa”, explica. Visitar mais duas escolas foi o suficiente para a sua mulher revelar que também preferia a Chapel.

Hoje, com o filho cursando o Pre II, Alexandre vem participando do colégio também como pai e revela que a experiência está sendo maravilhosa.

“Tenho amigos que se formaram comigo no High School, cujos filhos estão na mesma série que o meu”, conta, lembrando de outro ponto forte da Chapel: as amizades. No seu aniversário do ano passado, por exemplo, Alexandre convidou trinta pessoas para uma comemoração na sua casa – dessas, mais de vinte eram amigos da Chapel. “Isso demonstra a força das minhas amizades no colégio e a forma como elas foram construídas ao longo dos anos. Sinto que nos damos bem porque mantivemos os valores que aprendemos na Chapel, e isso é muito gostoso, porque preservamos uma familiaridade”, destaca. E, por falar em familiaridade, Alexandre revela que, assim que a caçula, Ana, estiver em idade escolar, não será necessária nenhuma visita, pois o colégio já está escolhido.

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35 séculos de arte e cultura

A Casa Museu Ema Klabin tem por missão salvaguardar, estudar e divulgar a coleção, a residência e a memória de Ema Klabin, visando à promoção de atividades de caráter cultural, educacional e social, inspiradas pela sua atuação em vida, de forma a construir, em conjunto com o público mais amplo possível, um ambiente de fruição, diálogo e reflexão.

A residência onde viveu Ema Klabin de 1961 a 1994 é uma das poucas casas museus de colecionador no Brasil com ambientes preservados e conta com uma abrangente coleção de arte, artes decorativas e peças arqueológicas, além de oferecer uma ampla programação cultural.

O jardim da Casa Museu Ema Klabin foi projetado por Roberto Burle Marx.

A Coleção Ema Klabin reúne variadas culturas e abrange um arco temporal de 35 séculos.

Visitação qua a dom 11h, 14h, 15h15 e 16h30

Casa Museu

rua Portugal 43 Jardim Europa São Paulo SP

emaklabin.org.br

UMA DIVERTIDA MENTE: SERÁ QUE É POSSÍVEL?

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Por Nadine do Carmo Fotos: Arquivo Pessoal Ema Klabin

Quando eu tinha 17 anos, tive que tomar uma decisão que você também teve ou terá: escolher a minha graduação.

E o que passava na minha cabeça naquele momento? Como aquela escolha mudaria o resto da minha vida, pra sempre! Um lado meu queria trabalhar com arte, expressar suas emoções e contar histórias: ser atriz. Outro lado tinha medo de não dar conta de se sustentar, não ter sucesso na carreira, e se lembrava de maneira crônica de um tio meu dizendo: “Nadine, você vai passar fome se for atriz”. Ainda tinha um outro lado meu, em profunda tristeza, ao pensar em fazer uma faculdade longe de minha família e de todas as pessoas que eu amava. Como é confusa a nossa cabeça quando temos que tomar decisões, né? São tantos cenários imaginativos de futuro que, algumas vezes, fica até difícil focar no lado bom, na alegria e nos nossos objetivos. Você já se viu em alguma situação assim?

Pois bem, relutando com vários pensamentos, fiz o vestibular e também três dias de prova específicas para Artes Cênicas, em São Paulo, na FUVEST.

Aqueles três dias foram perturbadores. Parecia que tudo na minha vida seria impactado por aquela prova, por aquela escolha. Ter sucesso profissional ou não, me distanciar para sempre da minha família, amigos e namorado.

Morar a 600 km de casa, viver do que eu efetivamente amava e mudar para sempre os rumos da minha história. Era a prova de fogo da minha vida, mas também uma prova de resistência, por conviver três dias seguidos com meus 6.200 pensamentos que criavam todos esses cenários, falando mil coisas na minha mente.

Eu até me saí bem nas dinâmicas. Eu tinha um certo talento, apesar de uma voz interna me dizer o tempo todo que eu era pior que todo mundo. Ao fim dos três dias, eu vi que tinha chance de passar, que tinha condições reais de continuar com aquela escolha. Na última avaliação, na entrevista final, após três dias tendo que me aguentar mentalmente com toda aquela pressão e infinidade de pensamentos eu disse para a avaliadora: “Moça, não me passa. Não me passa porque eu não tenho psicológico para escolher essa carreira,

para viver aqui, para ficar longe da minha familia, para viver esse sonho. Me desculpa.” Eu peguei minha mochila e sai. Eu desisti.

Quantas vezes isso já aconteceu com você? Abrir mão de algo que era importante para você porque você não soube administrar suas emoções? Às vezes pode não ser um grande sonho, como uma profissão, mas talvez seja uma conversa que você deixou de ter por estar com medo, um carinho que você deixou de expressar por estar triste, ou até algo que você disse e magoou o outro e que, quando você viu, era tarde demais?

Quantas vezes nós gostaríamos de ter tido um dia leve e alegre, mas na verdade por mergulhamos nos nossos pensamentos mais profundos ficamos tensos e angustiados?

Naquele momento da minha vida, aos 17 anos, eu me dei conta de que eu não sabia nada sobre o que acontecia dentro da minha cabeça, e como aqueles pensamentos e sentimentos podiam tanto boicotar meus planos e me distanciar da vida alegre, leve e cheia de expressão e significado que eu tanto buscava. Eu precisava me autoconhecer.

Voltei para Uberlândia, onde morava com a minha família e fiz Administração na Federal de lá. Convivi cinco anos com a frustração daquela “não-escolha” e com a necessidade de me autoconhecer, de me entender melhor.

Durante as aulas da faculdade, por mais que eu pensasse em gerir empresas, ficava obcecada em usar aquelas ferramentas organizacionais para também organizar a minha própria vida. Será que dava pra usar aquele conhecimento para gerir também a nossa mente? Eu tinha certeza de que a minha precisava de uma gestão à vista!

Durante toda a faculdade me dediquei ao autoconhecimento. Todo mundo que tem algum sucesso, principalmente com gestão da mente e relacionamentos, fala em “olhar para dentro”. Gandhi, Obama, Jesus Cristo, Louise Hay e até a Madonna. Então eu passava alguns dias tentando meditar, mesmo que uma voz intolerante aqui dentro dissesse que isso era coisa de gente “zen, natureba” e que aquilo não combinava comigo. Eu li bastante. Li muitos autores que falavam sobre inteligência emocional, neurociências e psicologia, para também adquirir conhecimento além dos da

Administração e tentar aplicar algumas ferramentas em mim. Também escrevi muito. Para mim era como imprimir meus pensamentos, e isso me ajudava muito a me entender.

Na administração aprendemos que só é possível melhorar algo que podemos medir. Para melhorar minha cabeça, eu precisava entender o que se passava nela, quais eram os padrões dos pensamentos, e emoções associadas.

Nessas auto-observações diárias, seja na meditação ou escrita, entendi que a minha voz crítica, a mesma que não curtia meditação, era a minha vontade de dar limite às coisas, comunicar posse, era a raiva.

Os meus pensamentos que estavam no futuro, ansiosos por respostas, sempre se perguntando: “E se?”, “Será que?” Eram o medo. A voz me dizendo que eu não era capaz, lá na prova do vestibular e em tantos outros momentos, era a tristeza. Ah, eu também tinha a alegria aqui dentro, ainda tinha sonhos, mas, naquela época, parecia que as demais predominavam.

Em 2015 eu assisti ao filme Divertidamente, da Disney Pixar e falei: “Cara, é isso! A minha cabeça é exatamente assim”. Aqui eu também tenho um painel de controle e a raiva, o medo e a tristeza tomaram conta, e alegria tem dificuldades de aparecer.

Além disso, o pensamento que não queria calar: onde que uma mente assim é divertida, gente?

Eu não sei para você, mas para mim não era nada divertido ter crises de raiva, ansiedade ou passar o dia inteiro emburrada. Não era divertido querer tanto ser alegre e, ao mesmo tempo, não fazer ideia de como lidar com as outras emoções.

Continuei mergulhando no autoconhecimento, olhando para dentro e seguindo o conselho das figuras que eu admirava. Além de me auto-observar, eu também iniciei terapia, algo que me ajudou muito. Com o passar do tempo, reconhecer minhas emoções e dar nome às minhas vozes internas foi até ficando engraçado, tanto por me autoperceber, mas também por dividir com as pessoas esses meus “lados”. Quando algo me acontecia, por exemplo, uma fechada no trânsito, e eu já começando com

os pensamentos intolerantes, eu dizia: “olha lá a ‘Nadiaba’, não cala a boca, criticando tudo e todos”. Nadiaba é o nome que eu dei para minha raiva. Dei nome para minhas emoções principais, como se fossem personagens: “Nadeprê” para Tristeza, “Nomalia” para o Medo, “Nadyely” para Alegria, e “Nadm” para Razão (esta última, que não é uma emoção, a propósito).

E não é que imaginá-las, observálas e reconhecê-las dentro de mim foi tornando de fato a minha experiência mais divertida? Ao me tornar esse “observador desapegado”, fui entendendo os gatilhos que criavam cada uma delas, me apropriei da minha história e entendi que meus pensamentos e emoções são meus aliados.

Os conhecimentos da Inteligência Emocional me fizeram entender que, por mais que algumas emoções sejam desprazerosas, elas só querem me proteger.

Meu medo só queria me proteger, lá trás, me trazendo os possíveis cenários que eu enfrentaria escolhendo a profissão de atriz. Já a tristeza me mostrou que eu valorizava muito a minha família, e me trouxe essa reflexão. A raiva foi fundamental para eu por limites em diversas situações durante a minha caminhada. Quanto mais eu estudo a minha história e o meu repertório mais eu as entendo (minhas emoções).

Para terminar a história: me graduei, entrei no mercado de trabalho na área de marketing e a vontade de ser atriz não morreu, mas agora ela tinha junto o desejo de também falar com outras pessoas sobre emoções e sobre autoconhecimento. Em 2018 uni minhas paixões e criei o N de Nadine, um canal no Youtube que ilustra como nossos pensamentos conversam na nossa cabeça. Eu roteirizo, filmo e interpreto cinco personagens que são as vozes da minha cabeça: a Raiva, o Medo, a Tristeza, a Alegria e a Razão, em esquetes divertidas e bem humoradas. Com esse canal eu descobri que não era só eu que pensava assim, e que na verdade todos nós temos essas dificuldades, esses inúmeros pensamentos, autossabotagens, essas emoções. É o que há de mais humano em nós. Construí uma comunidade de pessoas que gostam de falar sobre emoções e autoconhecimento de um jeito leve e divertido, rindo das nossas próprias ciladas e histórias. E as personagens e os padrões de pensamento que notei em mim, e que me ajudaram a me autoconhecer agora também ajudam outras pessoas a mergulharem nesse mundo e a transformarem suas vidas. Hoje. 2022, eu estou finalizando minha pós-graduação em Neurociência,

Psicologia positiva e Mindfulness, e trabalho com desenvolvimento humano de um jeito criativo, usando as personagens do meu canal pra ensinar a tal Inteligência emocional para as pessoas. Aquela mesma, que me faltou lá atrás, mas abriu uma super porta pra eu olhar pra mim, aprender e criar uma vida com mais significado e propósito. E talvez ainda fique na sua mente, então: é possível ter uma divertida mente, Nadine? Bom, a definição de humor é: quebra de expectativa; é isso que causa o efeito do riso. Pensa comigo, de verdade: o que não é a nossa mente e a nossa vida senão uma sucessão de quebras de expectativas?

Cabe a nós darmos esse olhar leve e divertido para ela. Por isso, o meu convite para você é passar a olhar as suas vozes aí com acolhimento, observá-las, reconhecêlas e acreditar que todas elas têm seu lado bom. E que dos momentos de maior quebra de expectativa, dificuldades e desafios, você pode, sim, tirar muito significado e diversão.

Quando você olha para dentro, se autoconhece e entende o seu universo de infinitas possibilidades aí dentro, você tem muito mais chances de sucesso e diversão aqui de fora.

Acolher internamente seus lados diferentes faz tudo ser mais “divertida mente.”

CRÔNICA –NADINE DO CARMO INSIDE CHAPEL INSIDE CHAPEL 32 33

SPOTLIGHT

BOOK FAIR PRIVILEGIA O PENSAMENTO CRIATIVO

Com o tema “Quem lê, pensa fora da caixa”, a edição 2022 da Feira de Livros da Chapel aconteceu de 14 a 17 de setembro, abrindo o semestre comemorativo dos 75 anos do Colégio. Durante a semana, além da tradicional venda de livros novos e usados, todos com preços incrivelmente baixos, os alunos, da Educação Infantil ao High School, participaram de sessões de contação de histórias e da conversa literária com o escritor Jonas Ribeiro e Andi Rubinstein, além de workshops de criatividade e imaginação com Ms. Rubinstein e Luccas Garcia, do The Dreamers Theater. Uma programação especial teve lugar no sábado, dia do encerramento da feira, quando aconteceram quatro oficinas de inovação em aprendizagem, que foram especialmente planejadas para estimular nos alunos o pensamento criativo, a capacidade de resolução de problemas e a disposição para absorver novos conhecimentos e ideias. Na oficina “Celebração: colagem de arte em feltro”, os participantes produziram composições coloridas a partir do tema “comemoração”; em “STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática): pintura de luz”, o grupo utilizou a luz como instrumento de pintura para escrever no ar frases motivadoras; na oficina “Catapultas DIY (Faça você mesmo)”, os participantes se divertiram construindo catapultas em miniatura com palitos de sorvete; e em “Codificação em bloco usando o Scratch”, o objetivo foi criar jogos, animações e histórias interativas, usando a linguagem de programação visual Scratch.

Após as oficinas, enquanto as crianças se divertiam em mais uma sessão de contação de histórias com Andi Rubinstein, as famílias participaram do lançamento da 3ª edição do Chapel Cookbook, com a presença das autoras Marcia Berkowitz e Flora Spolidoro, do Departamento de Nutrição do colégio, que autografaram os exemplares vendidos, cuja renda foi integralmente revertida para a Escola Santo Eugênio. Durante o lançamento, os convidados tiveram a oportunidade de degustar algumas das deliciosas receitas do livro.

No encerramento, o show da banda Estralo animou todos da comunidade escolar. De acordo com a bibliotecária Fernanda Caires, organizadora do evento, a formação de bons leitores passa por eventos como a Feira de Livros. “A Feira de Livros é um momento muito especial para todos da comunidade escolar, e um dos nossos maiores objetivos é expandir as paredes da biblioteca até as casas das famílias. Trata-se de um evento de promoção de leitura para as famílias, de escolher livros juntos, de adquiri-los e depois lê-los juntos; e isso que faz uma diferença significativa e muito positiva na vida das crianças”, afirma Ms. Caires.

Uma data especial para os pequenos, celebrada com muita alegria e criatividade: assim foi o Dia das Crianças na Chapel. Realizada na véspera do feriado de 12 de outubro, a programação incluiu uma série de workshops lúdicos para os alunos da Educação Infantil. Com base na temática “fundo do mar”, que incluiu a decoração das salas e outros ambientes, as crianças criaram garrafas sensoriais. Pequenos objetos – como conchas, miniaturas de animais marinhos e glitter – foram inseridos em uma mistura de água e cola especial, resultando em movimentos bem lentos dos objetos dentro da garrafa. “As crianças perceberam naturalmente que era uma dinâmica semelhante à que ocorre no fundo do mar”, descreve Ms. Emanoelli do Valle, coordenadora do Early Childhood Education Center (ECEC), que acolhe crianças entre três e seis anos. Outra atividade do dia foi a pintura neon no escuro, produzida em ambiente com total vedação da entrada de luz, o que exigiu a instalação de cortinas blackout para criar a atmosfera desejada. As crianças ficaram encantadas com a novidade e ansiosas para mostrar em casa o “truque” dos quadros que ganham vida no escuro. Para completar o dia feliz, houve a preparação de brigadeiros especiais, feitos com ingredientes que dispensam a fase do cozimento.

As crianças maiores participaram de uma missa em homenagem à Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil, também lembrada em 12 de outubro. Enquanto o Dia das Crianças foi instituído por uma lei, em 1924, a celebração religiosa remete ao ano de 1717, quando três pescadores encontraram a imagem da santa às margens do Rio Paraíba do Sul.

Houve também uma manhã de atividades ao ar livre, em edição especial do CARES, currículo socioemocional do colégio. A sigla é um acrônimo formado pelas palavras em inglês Cooperação, Assertividade, Responsabilidade, Empatia e Autocontrole. O CARES é realizado às sextas, como uma ocasião em que os alunos até o 5º ano do Elementary realizam atividades compartilhadas com outras turmas. “Nessa manhã foram organizados vários jogos cooperativos para praticar responsabilidade, o atributo escolhido para protagonizar o semestre”, explica Ms. Juliana Menezes, School Director and Elementary School Principal.

Os alunos do 6º ano, última turma do Elementary –que estão bem na fase de transição entre a infância e a adolescência –, atuaram pela manhã como monitores dos jogos dos menores, com a incumbência de explicar as dinâmicas e observar o cumprimento das regras. Com isso, foram inseridos nas comemorações do Dia das Crianças, mas com status e responsabilidades diferentes. À tarde, no entanto, puderam se dedicar livremente aos seus jogos prediletos.

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DIA DAS CRIANÇAS COMO DEVE SER

THANKSGIVING: MOMENTO PARA AGRADECER

Oferiado de Ação de Graças é muito importante nos Estados Unidos, onde surgiu como uma ocasião para agradecer pelos resultados das colheitas ao longo do ano anterior. Com o tempo, o significado foi expandido para uma reflexão mais ampla sobre a importância de ser grato diante das conquistas e das dádivas da vida.

Celebrado na quarta quinta-feira de novembro, o Thanksgiving é uma ocasião para reunir a família e pessoas queridas, num ambiente muito semelhante ao que ocorre no Natal, no Brasil. A Chapel School celebra o Dia de Ação de Graças não só pela representatividade da data na cultura norte-americana, mas por entender a relevância de transmitir às crianças o hábito da gratidão.

Neste ano, a programação se estendeu por toda a semana, incluindo a produção de adereços e enfeites. Na Educação Infantil, o foco se concentrou na importância do reconhecimento às pessoas que trabalham no colégio, nos mais diversos setores, pelo cuidado e afeto demonstrados por elas no dia a dia. “Aproveitamos a rotina das crianças para ressaltar a importância do papel que cada um desempenha”, diz Ms. Emanoelli do Valle, coordenadora do Early Childhood Education Center (ECEC).

Os alunos prepararam biscoitos para entregar aos funcionários, com bilhetes de agradecimento. “Encontramos as pessoas muito emocionadas pelos corredores depois de terem

recebido essas lembranças. É realmente uma ocasião especial para todos”, descreve Mr. Sean Quinn, High School Principal.

Mr. Quinn conta que o High School trabalhou o Thanksgiving sob a ótica de incentivar os alunos a não apenas serem gratos, mas também a pensar nas pessoas que não desfrutam das mesmas condições, especialmente em um país de tantas desigualdades como o Brasil. Trata-se de reforçar a conscientização social, um dos pilares da formação oferecida pela Chapel.

Depois de todos os preparativos ao longo da semana, o Dia de Ação de Graças começou com eventos religiosos adaptados a cada nível de ensino. Os alunos do Kindergarten ao 3º ano tiveram um momento de oração na capela, enquanto os do 4º ao 6º ano do Elementary participaram de uma missa no auditório, assim como os do High School.

O ponto alto da programação foi o almoço típico. Entre as delícias servidas, estava o tradicional peru, além de purê de batata, milho, legumes assados, molho gravy e cranberry Como sobremesa, tortas de abóbora, maçã e noz pecan.

Uma novidade do Thanksgiving deste ano na Chapel foi o jantar oferecido aos pais, como parte da celebração dos 75 anos do colégio. “Foi uma oportunidade de confraternização, com muitas famílias se conhecendo ali, à mesa, e iniciando novas amizades”, lembra Ms. Juliana Menezes, School Director and Elementary School Principal.

CHAPEL DAY, UM DIA PARA A HISTÓRIA

AChapel foi fundada, em 1947, como uma escola católica primária para crianças de famílias americanas residentes em São Paulo, por iniciativa dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada. Criada por Santo Eugênio de Mazenod, a congregação tinha como um dos objetivos iniciais a formação da juventude, no contexto da Revolução Francesa (1789-1799). Com o passar dos anos, o escopo de atuação da Chapel foi expandido para crianças brasileiras e originárias de todo o mundo, abrangendo desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.

As origens da Chapel são sempre lembradas com orgulho e carinho. O tradicional Chapel Day, celebrado em 8 de dezembro, Dia da Imaculada Conceição, teve contornos especiais na edição de 2022, por conta das comemorações dos 75 anos do colégio. “É um dia que nos alegra muito, pois concilia o aniversário do colégio com uma data religiosa significativa”, diz Ms. Juliana Menezes, School Director and Elementary School Principal.

No Elementary School a proposta central foi relembrar a trajetória da instituição. Ao longo de toda a semana, os alunos foram convidados a mergulhar nos hábitos e contextos do ano da fundação. Conheceram desde as músicas mais tocadas até as brincadeiras preferidas pelas crianças da época, a exemplo de bolinha de gude e pular corda.

Durante o semestre, os alunos do 4º ao 6º ano do Elementary aprenderam a cantar Salve Rainha (ou Salve Regina, em latim), última oração do Santo Rosário, em celebração aos 75 anos da Chapel School. Houve também uma missa dedicada à Imaculada Conceição. No Chapel Day, todos compareceram à escola vestidos com uma camiseta comemorativa dos 75 anos. Houve apresentação de música do Glee Club, coral do High School, e um churrasco especial de confraternização, com direito a sorvete de sobremesa. As crianças do Early Childhood Education Center (ECEC) prepararam bolos e cantaram Happy Birthday para a Chapel. À tarde, as turmas do 7º ano em diante participaram de uma gincana, com diversos jogos e atividades.

O Chapel Day consolidou o clima de confraternização cultivado ao longo de todo o ano, marcado por diversos eventos relacionados ao aniversário da escola. Já começa a ser criada, assim, uma grande expectativa para os 80 anos da instituição, que serão comemorados em 2027.

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PROFESSORES LANÇAM OBRAS LITERÁRIAS

No último semestre letivo, chegaram ao mercado livros de autoria de dois professores da Chapel. Revoada, de Ana Shitara Inglesi, é uma coletânea de contos que, segundo a autora, intenciona uma experiência literária diversa. “Inseridos em pequenos episódios banais e cotidianos, temas sensíveis da humanidade como a solidão, a busca da identidade, a morte, o amor e o medo permitem que o leitor se identifique com as personagens”, comenta Ms. Inglesi. O elo entre as narrativas se dá pelo encontro da poesia na vida cotidiana, “que nos ajuda a redescobrir a beleza em meio às dores do nosso dia a dia”, explica.

Lançada em agosto na Livraria Mandarina, a obra marca a estreia da professora de francês como escritora, que se sentiu estimulada a escrever com regularidade após participar dos Encontros Literários promovidos pela Chapel. “Os encontros provocaram em mim grande estímulo para escrever”, revela a autora, que ainda este ano lançará seu primeiro romance, contando cem anos da história de uma família nipo-brasileira pelo olhar das mulheres que são o pilar dessa família. “Minha produção é uma busca de voz e espaço para os escritores nipobrasileiros, ainda pouco representados no cenário da literatura nacional”, afirma Ms. Inglesi.

O professor Paulo Henrique Gonçalves lançou, em novembro, na Livraria da Vila, o livro Se eu quiser falar com Deus, cuja temática gira em torno de um dos mais graves problemas sociais do Brasil, o racismo. A história do protagonista, Zé Carlos, é contada desde a infância e, com

ajuda de sua mãe, Irene, ele consegue superar barreiras e desafios que lhe foram impostos por causa de sua cor de pele.

“Zé enfrentará, portanto, as dificuldades de uma história que nada tinha de ficção. Quantos Zé Carlos existiram antes dele?

Quantos viriam após sua morte?”, indaga o autor.

Impactado pela repercussão das mortes de George Floyd, nos EUA, e do jovem João Pedro Mattos, no Brasil, no intervalo de poucos dias, e da diferença do impacto que os assassinatos causaram em um e em outro país, o autor dedicou-se a refletir acerca de como vemos e vivemos o racismo no Brasil, lugar que ignora as atrocidades que acontecem diariamente com crianças e jovens negros. “Não quero desmerecer em nada a luta antirracista estadunidense, mas acho que falta nos brasileiros um olhar mais empático para o que acontece no nosso próprio quintal e cabe questionar esses acontecimentos”, afirma o professor de português. A obra dialoga o tempo inteiro com outras produções, literárias e musicais, incluindo Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, a música homônima de Gilberto Gil que dá título ao livro e outras composições de Emicida, como É tudo pra ontem e Principia. “Além dessas inspirações, João Pedro Mattos, Ágatha Félix, Marcos Vinicius da Silva e tantas outras crianças e adultos pretos que tiveram suas vidas abreviadas por conta de “balas perdidas” são homenageados por meio desse livro. Mais do que um grito de socorro ou um basta ao racismo, Se eu quiser falar com Deus é um clamor, uma oração em busca da paz e respeito”, finaliza o autor.

TALENTOS & PAIXÕES

Nesta edição, a seção Talentos & Paixões apresenta as habilidades manuais da orientadora educacional Cristiana Cavalcanti, que tece peças lindas em tricô e crochê, e as aventuras culinárias do professor de Learning Innovation, Otavio Garcia, que mantém um blog com imagens passo a passo de suas deliciosas receitas. Entre os alunos, a seção traz sete destaques, do 6º ao 12º ano. Dança, desenho, música, artes, esportes e desenvolvimento de projetos sociais estão entre as atividades prediletas desses estudantes.

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Quem vê as peças de tricô e crochê feitas por Cristiana Cavalcanti duvida que ela iniciou esse hobby há tão pouco tempo, tamanha a beleza das malhas de acabamento impecável. “Foi durante a pandemia que, procurando alguma atividade para ocupar a mente, conversei com uma amiga que me sugeriu assistir a algumas aulas online”, conta a orientadora educacional da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I da Chapel. Vontade de aprender a tricotar ela já tinha, desde criança, quando observava a tia no sofá, sempre habilidosa ao tecer malhas para os sobrinhos.

Ms. Cavalcanti conta que a rotina atribulada – de estudos, trabalho e, em seguida, casamento e filhos – foi um dos fatores que a impediram de tomar aulas com a tia. E confessa que também lhe faltava um pouco de paciência para a atividade tão minuciosa, o que a fez acreditar que nunca conseguiria aprender. Mas isso mudou. Com auxílio da tecnologia, passou a interagir com professoras e artesãs nas redes sociais e acabou aprendendo não só pontos e técnicas de crochê como também de tricô. “A primeira blusa que teci foi por meio da receita de uma artesã de Londres, com a qual conversei. Depois, tive aulas online com uma professora brasileira que me ensinou a ler a receita e foi tecendo a blusa comigo, a distância”, conta.

Hoje a orientadora segue as receitas sozinha, aventurando-se na produção de peças cada vez mais complexas, todas para ela mesma vestir. “Como demoro para tecer as roupas, acabo me apegando a elas e não consigo dar nenhuma”, diz, rindo. Para ela, o crochê e o tricô “não deixam de ser também uma forma de meditação ativa, pois requerem concentração e, ao mesmo tempo, ajudam a manter a calma”. Além disso, são atividades prazerosas: “É uma realização vestir algo feito por mim, e me sinto orgulhosa quando as pessoas elogiam as peças”, afirma.

Se, por um lado, a pandemia facilitou a incursão de Ms. Cavalcanti nos trabalhos manuais, por outro, atrasou o trabalho voluntário que ela faz mensalmente com o seu golden retriever Samba, de 5 anos.

“Há cerca de dois anos, ele passou por um adestramento e foi aprovado como terapeuta na ONG Patas Therapeutas. Eu o acompanhei no adestramento e, mensalmente, visitamos um abrigo de crianças”, conta a orientadora. Lá, cerca de quinze crianças brincam com ele e outros cães terapeutas durante uma hora.

Ms. Cavalcanti explica que, por causa desse adestramento especial, Samba não se assusta com ruídos e movimentos bruscos, além de saber lidar com cadeirantes e pessoas que usam muletas, por exemplo. “É incrível como ele, que é enorme e muito energético em casa, muda completamente sua postura assim que coloco nele a guia e o colete de terapeuta. Ele sabe que vai trabalhar, comporta-se extremamente bem, é focado, não tira os olhos de mim e jamais pula em alguém. Tenho muito orgulho dele”, finaliza.

“SEMPRE GOSTEI DE COZINHAR, MAS PASSEI A ME INTERESSAR MAIS APÓS UMA AULA EXPERIMENTAL COM UMA CHEFE DE COZINHA”

Foi uma aula experimental a responsável por fazer o professor de Learning Innovation, Otávio Garcia, se interessar pela culinária. Era 2011, quando ele e um grupo de amigos contrataram uma chefe de cozinha para ensinar-lhes alguns preparos. Começaram do básico, aprendendo técnicas de corte de alimentos, e, numa mesma noite, fizeram entrada, prato principal e sobremesa. “Antes disso, eu sempre gostei de cozinhar, mas não me interessava tanto. Depois dessa aula, eu passei a gostar e a estudar por conta própria”, conta. A inspiração foi tamanha que, naquele mesmo ano, ele colocou no ar um blog de receitas (otaviogourmet.blogspot.com.br), que fez bastante sucesso entre os amigos. “As pessoas gostaram porque, além da foto do prato pronto, eu postava imagens de todo o passo a passo e comentários sobre os ingredientes usados, o que garantia uma ótima interação com o público”, explica Mr. Garcia. Para se inspirar na cozinha, o professor recorre a livros, programas de televisão e vídeos da internet. No entanto, ele tem como característica não seguir nenhuma receita à risca: “Quando pego uma receita, sempre modifico um pouco para ver o resultado”. Um exemplo é a tradicional sopa fria de beterraba, borscht, de origem russa. “O prato já é uma delícia, mas servi com um drop de requeijão e, como acompanhamento, servi torradinhas com dill”, revela. Não à toa, quando quer repetir alguma receita que já fez, costuma consultar o próprio blog, que acabou virando o seu livro de receitas. “Quando quero obter o mesmo resultado em uma receita que já preparei, sigo o passo a passo que tenho no blog, para garantir o mesmo sabor”, conta, rindo. Por outro lado, quando quer relembrar algum sabor da sua infância, recorre ao antigo livro de receitas da mãe, em papel, com receitas datilografadas ou escritas a mão. Essas, no entanto, ele não se atreve a modificar.

Descendente de portugueses e espanhóis, Mr. Garcia comenta que sua família aprecia a boa comida e, junto com sua irmã e sobrinha, costumam cozinhar em datas festivas. No Natal, por exemplo, a mesa é farta, com muitos pratos, e cada um fica responsável por preparar as suas especialidades. “As minhas são o bolo de nozes com cobertura de chocolate, o arroz de polvo e o polvo ao vinagrete”, revela. Em família, já organizaram até mesmo um festival de sopas; e, no aniversário da mãe, ele preparou um brunch. Apesar de gostar de todos os pratos que prepara, Mr. Garcia tem alguns queridinhos, dos quais se orgulha: “Uma salada de polvo que ficou linda e muito saborosa, e um suflê Romeu e Julieta”, finaliza.

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“É UMA REALIZAÇÃO VESTIR ALGO FEITO POR MIM, E ME SINTO ORGULHOSA QUANDO AS PESSOAS ELOGIAM AS PEÇAS”

“FAÇO FLORES DE PAPEL COM

MINHA MÃE. EU

GOSTO

PORQUE É UMA ATIVIDADE QUE

PODEMOS FAZER JUNTAS”

DISCIPLINA PARA DANÇAR

O balé faz parte da vida de Lais Ribeiro desde os 3 anos de idade, quando começou a frequentar uma academia em São Paulo. A aluna do 6º ano conta que o desejo de sua mãe, de que ela fosse bailarina, coincidiu com o seu interesse pela dança. “Eu sempre gostei, mas não como hoje, que adoro. Às vezes, não vejo a hora das aulas no colégio terminarem para eu poder ir dançar”, revela a jovem de 12 anos.

Aluna do Company Dance Center, em São Paulo, Lais frequenta a academia quase todos os dias da semana, onde, além de participar de um grupo especial de balé para os alunos mais avançados, faz aulas de jazz e de sapateado. No final de 2022, na apresentação anual da academia, dançou cinco coreografias, duas no balé, duas no sapateado e uma no jazz. Apesar de os ensaios serem cansativos, ela se sente feliz dançando. “Às vezes, uma torção incomoda, não posso negar, mas tenho acompanhamento intensivo de fisioterapeuta, o que me deixa tranquila”, afirma.

Nas horas vagas, o que Lais mais gosta de fazer, além de dormir quando está cansada, é passar tempo com suas amigas. Seu comprometimento com a dança é intenso, e ela se preocupa bastante com a sua postura e com os detalhes dos movimentos: “Sou competitiva comigo mesma e me considero disciplinada. Tenho comprometimento com o grupo e me preocupo em não faltar para não afetar as pessoas. Essa disciplina me relaxa e me deixa feliz”, revela.

Na Chapel desde 2020, Lais está gostando do colégio para onde se transferiu em razão do currículo americano e, principalmente, do IB. Fez amizades que encontra na academia de dança, gosta da comida do colégio e sua matéria preferida é Matemática. Pretende continuar dançando até finalizar o High School, sem pretensões de se tornar bailarina profissional.

Nina Kameyama gosta de desenhar desde que se conhece por gente, e, há três anos, começou a tomar aulas particulares que a ajudam no aprendizado de técnicas e proporções, pois criatividade é o que não falta à garota de 13 anos, aluna do 7º ano. O que ela mais gosta de desenhar são pessoas, especialmente mulheres, e também flores, de todos os tipos e cores. Apesar de traçar seus desenhos de vez em quando no iPad, Nina prefere mesmo os materiais tradicionais, como papel e lápis de cor ou aquarela. Dois anos atrás, ela e a mãe, inspiradas pelo trabalho da designer carioca Flavia Carrano, com quem fizeram um curso, lançaram-se na produção de flores de papel. “Começamos a fazer flores de papel por hobby; decoramos a parede do meu quarto e presenteamos vários amigos”, conta Nina. “Além disso, essa atividade é ótima porque nós duas gostamos de flores e é algo que podemos fazer juntas”, complementa. Quando abriram uma conta no Instagram (@ninapaperflower), suas flores, ramalhetes, guirlandas e arranjos ganharam visibilidade e elas foram convidadas a decorar com gigantescas flores de papel a vitrine de uma loja de roupas femininas.

Para Nina, que estuda na Chapel desde o 2º ano do Elementary, o desenho é uma forma de relaxamento. “É a atividade que mais gosto de fazer. Agora, com as flores de papel, estou bem empolgada e, no futuro, pretendo estudar algo ligado às artes e melhorar as minhas técnicas”, conta a aluna que integra o Glee Clube da Chapel e, fora do colégio, faz aulas de sapateado, jazz e dança contemporânea. O que ela mais gosta na Chapel? Além do campus, extenso e verdejante, a comida, sem dúvidas. “Para uma escola, é a melhor comida que existe”, diz, sorrindo.

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“DANÇAR ME DEIXA FELIZ, É UM LUGAR ONDE ME SINTO SEGURA. SINTO-ME MUITO BEM DANÇANDO”

“O

Quem vê Natalia Castellanos hoje, treinando todos os dias da semana e disputando torneios nacionais e internacionais, não imagina que o tênis entrou em sua vida por acaso. Ela tinha três anos de idade, morava com a família no México, onde nasceu, e seus quatro irmãos mais velhos praticavam tênis em um clube. Como não podia ficar sozinha, a mãe a levava junto, e não demorou muito para a pequena pegar na raquete e tomar gosto pelo esporte. Aos seis anos de idade jogou – e venceu – seu primeiro torneio e, desde então, participa regularmente de competições, dentro e fora do país. Quando a família se mudou para o Brasil, após ter morado também na Colômbia, os irmãos de Natalia pararam de jogar, menos ela. Prestes a completar 13 anos de idade, a jovem cursa o 8º ano e sua rotina inclui treinos diários, de uma a três horas, que envolvem exercícios de movimentação em quadra, força e resistência, além, é claro, de aprimoramento de jogadas. “O que eu mais gosto nesse esporte é que ele me traz energia boa e felicidade, além da sensação de competir, que é uma delícia”, comenta, complementando: “Sempre me sinto bem quando jogo, se estou brava o tênis me acalma, e se estou triste, fico feliz jogando”.

A mãe é sua grande incentivadora. “Minha mãe me acompanha em tudo, ela me dá suporte enquanto meu pai fica com meus irmãos”, explica, lembrando que o pai gosta que ela se dedique a um esporte.

Para não atrapalhar a rotina de estudos, Natalia costuma disputar torneios no Brasil nos meses de aula, e viaja para participar de competições internacionais quando está de férias. Já jogou no Paraguai, Bolívia, Colômbia e Equador.

O que ela mais aprecia na Chapel, que frequenta desde o 5º ano, são as pessoas. “Gosto muito dos meus amigos e do ambiente escolar, aqui todo mundo é legal, todos me ajudam”, revela.

Talento é o que não falta para a jovem Stella Hodge, de 14 anos. Desenhista habilidosa e esportista dedicada, a aluna do 9º ano também gosta de música e, por isso, participa de vários clubes na Chapel, onde estuda desde 2020. Integrante do Drama Club e do Glee, Stella concilia as artes com o esporte, sua grande paixão. “Eu amo vôlei. Comecei no SESI, quando tinha 10 anos de idade, e só parei na pandemia”, conta a aluna do 9º ano, que integra também a equipe Junior Varsity do colégio e treina quatro dias por semana. “Esse esporte faz muito bem para a minha saúde mental e ainda me sinto bem fisicamente. Depois da pandemia, foi um alívio poder voltar a jogar”, conta. Atuando como levantadora, Stella aprecia as técnicas do esporte, que considera rápido e empolgante: “O vôlei não é um jogo de quem ganha, é um jogo de quem erra menos, é rápido e isso me empolga. Gosto de armar o ataque e é muito satisfatório enviar uma bola perfeita”, afirma.

Quando não está jogando, Stella gosta de cantar, tocar – guitarra elétrica – em uma banda de rock e de desenhar. “Desenho em todos os lugares e momentos. Desde que aprendi a segurar um lápis eu desenho”, revela a jovem, que nunca frequentou aulas de desenho e se considera um tanto perfeccionista: “Sempre fui muito de observação, de olhar e reproduzir. Pessoas é o que eu mais gosto de desenhar”, conta. Os materiais que mais utiliza são lápis grafite e tinta aquarela, embora tenha o costume de desenhar no tablet. “O desenho me ajuda a colocar minhas ideias no papel, e isso me define”, afirma.

Em meio a tantas atividades, Stella ainda encontra tempo para participar do NJHS (National Junior Honor Society), clube de honra da Chapel. “Não descanso nunca, já me acostumei a essa rotina”, finaliza, sorrindo.

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“NO VÔLEI, GOSTO DE ARMAR O ATAQUE, E É MUITO SATISFATÓRIO ENVIAR UMA BOLA PERFEITA”
TÊNIS ME FAZ BEM. JOGAR ME TRAZ ENERGIA BOA E FELICIDADE. E COMPETIR ME DÁ UMA SENSAÇÃO BOA”

“TODA VEZ QUE FOR POSSÍVEL CRIAR OU PARTICIPAR DE UM PROJETO SOCIAL OU DE UM SERVIÇO COMUNITÁRIO EU FAREI”

“O

DE ALIMENTOS MOSTRA COMO

COISAS SIMPLES PARA ALGUNS

TÊM TANTA IMPORTÂNCIA PARA OUTROS”

SERVIÇO COMUNITÁRIO

Ser útil a uma causa, melhorar o dia de alguém, fazer a diferença. Eis os propósitos de João Pedro Fegyveres, que, aos 15 anos de idade, já tem larga experiência em serviços comunitários, os mais diversos. Sua vocação para a solidariedade foi despertada bem cedo, desde quando integrou o Grupo Escoteiro Bororos e visitava abrigos infantis. Em 2017, entrou para o grupo de jovens do ECyD (Encontros, Convicções e Decisões), organização católica internacional de adolescentes. Lá, o aluno do 10º ano da Chapel participa de dois apostolados: Irmãos na Rua, que arrecada alimentos, roupas e cobertores para distribuição, uma vez por mês, para moradores de rua de São Paulo; e Um Sorriso A+, na Paróquia de Santa Edwiges, voltado para crianças. “Preparamos atividades divertidas que transmitam valores cristãos às crianças da comunidade próxima à igreja, que participam de um encontro mensal. Nesse dia, brincamos e conversamos com as crianças”, explica João Pedro.

O jovem participou, ano passado, do projeto Mi Casa, Tu Casa, que arrecadou livros para a montagem de bibliotecas em abrigos para refugiados e migrantes venezuelanos, em Roraima. Em janeiro de 2022, integrou o grupo de voluntários que arrecadou dinheiro para esse projeto, e viajou a Boa Vista (RR) para ajudar a pintar os espaços, montar as estantes e organizar os livros, além de ler histórias para as crianças e jovens venezuelanos. “Na ocasião, conheci várias crianças e jovens refugiados e tivemos a oportunidade de interagir com eles”, conta, complementando: “Os projetos sociais me fazem ver o mundo de um modo muito diferente do que estou acostumado, me sinto feliz por fazer o dia, a semana das pessoas melhor, isso é muito bom, me sinto bem, me sinto útil”.

Na Chapel, o que João Pedro mais gosta de fazer é jogar futebol e estar com os amigos. Integrante da equipe Varsity de futebol de campo, ele também joga vôlei e participa do NHS.

O que move Pedro Nottingham é o trabalho em equipe. Desde os clubes de que participa na Chapel até as suas atividades fora do colégio, ambos têm em comum o fato de privilegiarem o grupo. Não à toa, o que o jovem de 17 anos mais aprecia no colégio é o espírito comunitário: “A Chapel é uma comunidade bem reunida, meu grupo de amigos é bastante conectado, sinto como se fôssemos uma família”, aprecia.

Foi por causa do grupo de amigos que o aluno do 11º ano começou a atuar no serviço comunitário, especificamente na Help the Homeless United (@hthunited), uma organização que distribui kits de alimentos para moradores de rua do centro de São Paulo. “Me envolvi nesse trabalho em 2021 e isso me fez dar mais valor para as coisas que tenho e que nem todos podem ter”, afirma, complementando: “O projeto de distribuição de alimentos mostra como coisas simples para alguns têm tanta importância para outros”. Ele e um grupo de amigos se reúnem semanalmente para montar 150 kits, que incluem pão, cookies, água e fruta.

Pedro também se interessa por investimentos e, no colégio, integra o Chapel Investment Club, onde, em grupo, está desenvolvendo o Projeto Valor, para ensinar finanças àqueles que não têm conhecimento na área. “Nosso objetivo é produzir vídeos acessíveis de educação financeira, para as pessoas aprenderem a investir e a cuidar do seu dinheiro”, explica. Ele e os amigos participam, ainda, da Knowledge@Wharton High School (KWHS) Investment Competition, promovida pela Wharton Business School, da Universidade da Pensilvânia, simulação em que os participantes criam e administram um portfólio de investimentos para um cliente fictício.

Na Chapel desde o 7º ano, Pedro joga futebol de campo pela equipe Varsity. “É onde me sinto livre. O que eu mais gosto no futebol é porque não é um esporte individual, é um conjunto em que é necessário trabalhar em equipe”, finaliza.

TALENTOS & PAIXÕES INSIDE CHAPEL INSIDE CHAPEL 46 47
PROJETO DE DISTRIBUIÇÃO

EQUITAÇÃO PROFISSIONAL

O amor de Victoria Pizzonia por animais se fortaleceu quando ela começou a praticar equitação, há três anos, na Sociedade Hípica Paulista. Mal sabia a jovem de 18 anos que as competições de hipismo entrariam em sua vida de forma definitiva. “Eu treinava na escolinha da hípica já há algum tempo quando assisti a uma competição e fiquei encantada. Nunca tinha acompanhado nada no nível profissional”, conta a aluna do 12º ano, que estuda na Chapel desde o 2º ano do Elementary. Logo em seguida, decidiu ingressar numa equipe profissional e passou a montar e a treinar todos os dias, com vários cavalos. “Comprei minha primeira égua, a Ágata do Rio Acima, que fica numa hípica em Cotia (SP), onde treino”, explica.

Quando Victoria começou a competir, passou a viajar por todo o Brasil. No primeiro torneio nacional em que concorreu, ficou em quarto lugar entre noventa participantes. No seguinte, ficou em terceiro lugar. Os resultados começaram a aparecer e os pais da jovem decidiram investir em outro cavalo, o Ziezo V, para a filha ter mais oportunidades de competir.

O ano de 2022 foi intenso. Competindo com os dois cavalos, Victoria se classificou em quase todos os torneios de salto de 1,10m e 1,15m. Foi três vezes campeã nacional, três vezes vice e ainda amealhou algumas medalhas de bronze. Atualmente, a jovem também treina com outros cavalos que estão em formação e corre os campeonatos com quatro animais. “Treino todos os dias, com dois ou três animais, pois cada um recebe um treinamento específico”, explica.

Ano passado ela teve oportunidade de ir à Bélgica, conhecer um cavaleiro brasileiro e treinar com ele. “Essa experiência me inspirou, assisti a competições e fiquei empolgada com a possibilidade de treinar no exterior”, comenta, revelando sua pretensão de se profissionalizar no esporte.z

GALLERY

As atividades da Feira de Livros e do Dia das Crianças, as brincadeiras do Halloween, o jantar de Thanksgiving, a cerimônia de posse dos membros dos clubes de honra NHS e NJHS, e as comemorações do Chapel Day foram alguns dos eventos que marcaram o último semestre da Chapel, quando o colégio celebrou 75 anos. Confira, nas próximas páginas, registros fotográficos desses momentos culturais e festivos que envolveram a comunidade escolar.

INSIDE CHAPEL INSIDE CHAPEL 48
49
“EM 2021, CORRI QUINZE CAMPEONATOS E EM TODOS EU TROUXE PELO MENOS UMA MEDALHA”
01Na Feira de Livros, Mariah Massih se divertiu escolhendo obras com a família. 01Mariah Massih had fun choosing books with her family at the book fair. 02Laura Paz pôde manusear os livros preferidos. 02Laura Paz looked through her favorite books. 03Laura Weaver e sua mãe, Fernanda, se divertiram com os títulos disponíveis. 03Laura Weaver and her mother, Fernanda, had fun with the available titles. 04O professor Leonardo Silveira acompanhou os alunos do StuCo, que coordenaram o Sebo da Feira de Livros. 04HS teacher Leonardo Silveira together with StuCo members, who organized the Book Fair’s Sebo. 05 e 06No encerramento da Feira de Livros, as crianças se divertiram com a contadora de histórias Andi Rubinstein. 05 and 06At the Book Fair closing event, children had fun with storyteller Andi Rubinstein. 07Isabel Luz, Stella de Renzis,
Bortolin e Beatriz Amaro assistiram à apresentação. 07Isabel Luz, Stella de Renzis, Helena Bortolin, and Beatriz Amaro watched the presentation. 08Clara Bavaresco Nasreddine
também se divertiram com as histórias. 08Clara Bavaresco Nasreddine e Maria Kurbhi Maluf also had fun with the stories. 09Ms. Emanoelli do Valle com alunas no estande do The Giving Project. 09Ms. Emanoelli do Valle together with students from the Giving Project. 10A equipe JV de Cheerleading apresentou-se na Feira de Livros. 10The JV Cheerleading squad gave a presentation at the Book Fair. 11Ana Carolina Ohara e Giovana Iannuzzi participaram das oficinas de Learning Innovation 11Ana Carolina Ohara and Giovana Iannuzzi participated in the Learning Innovation workshops. 12Na oficina de Arte, Caio Jaime e seu pai, Cassio, produziram composições comemorativas. 12At the Art workshop, Caio Jaime and his father, Cassio, created commemorative compositions. BOOK FAIR Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive 07 02 09 05 06 12 01 08 04 11 03 10
Helena
e Maria Kurbhi Maluf
13 15 18 19 14 17 16 13Helena Luz, Manuela Delmazo, Manuela Gurgel e Fernanda Barbosa participaram da oficina “Pintura de Luz”. 13Helena Luz, Manuela Delmazo, Manuela Gurgel, and Fernanda Barbosa participated in the Light Painting workshop 14No lançamento da 3ª edição do Chapel Cookbook, as autoras Marcia Berkowitz e Flora Spolidoro. 14Authors Marcia Berkowitz and Flora Spolidoro at the launch of the 3rd edition of the Chapel CCookbook. 15As autoras do Chapel Cookbook autografaram os exemplares de Bruna Mariano, Stella Gurgel e Rafaela Mariano. 15Authors of the Chapel Cookbook autograph Bruna Mariano, Stella Gurgel, and Rafaela Mariano’s copies. 16Marcia Berkowitz e Flora Spolidoro capricharam nas dedicatórias. 16Marcia Berkowitz and Flora Spolidoro wrote thoughtful messages at the book signing. 17 e 18O show da Banda Estralo colocou todos para dançar. 17 and 18The show by Banda Estralo got everyone dancing. 19Banda Estralo encerrou a Feira de Livros com música e alegria. 19Banda Estralo brought the Book Fair to a close with music and joyfulness. BOOK FAIR Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive 01Padre Miguel Pipolo deu a bênção na abertura do jantar de Thanksgiving, no dia 22 de novembro. 01Father Miguel Pipolo gave the blessing at the opening of the Thanksgiving dinner on November 22nd. 02Padre Miguel Pipolo com Ms. Juliana Menezes. 02Father Miguel Pipolo with Ms. Juliana Menezes. 03 e 04Em comemoração aos 75 anos da Chapel, o jantar de Thanksgiving foi prestigiado pelas famílias. 03 and 04Commemorating Chapel’s 75 year anniversary, the Thanksgiving dinner was honored by families. 05Os casais Daniela Seabra e Mr. Bruno Pereira, Ruy e Adriana Rede, com Adriana Marques. 05Couples Daniela Seabra and Mr. Bruno Pereira, Ruy and Adriana Rede, together with Adriana Marques. 06Alcides e Daniela Vara com Ms. Emanoelli do Valle. 06Alcides and Daniela Vara with Ms. Emanoelli do Valle. THANKSGIVING DINNER Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive 02 05 06 01 04 03
01Com o tema “Fundo do Mar”, Catarina, Ethan, Thomas, Claire, Bettina, Ms. Giovanna e Ms. Alanis, do Pre II, participaram das atividades do Dia das Crianças. 01With the theme “Bottom of the Sea”, Catarina, Ethan, Thomas, Claire, Bettina, Ms. Giovanna, and Ms. Alanis, from Pre II, participated in the Children’s Day activities. 02João Ermel, de mergulhador, curtiu o Dia das Crianças. 02João Ermel, dressed as a diver, enjoyed Children’s Day. 03Maria Carolina Azevedo Muzzi se concentrou em sua garrafa fundo do mar. 03Maria Carolina Azevedo Muzzi concentrated on her under of the sea bottle. 04Carolina Malzoni e Julia Guimarães, escolhendo objetos para a garrafa fundo do mar, com Ms. Helena. 04Carolina Malzoni and Julia Guimarães, chose objects for their under of the sea bottle together with Ms. Helena. 05 e 06As turmas da Educação Infantil fizeram pintura no escuro, gravando nas telas em neon. 05 and 06Early childhood education students painted in the dark, using neon paint on the canvas. 07Helena Marchini e Agness
exibiram
com o nome de seu time para as atividades do Dia das Crianças. 07Helena Marchini
a banner with the name of their activities
for Children’s Day. 08Guilhermina Zogbi
do jogo de vôlei
08Guilhermina
in the cooperative
09As turmas
intervalo. 09The 6th
break time. 10O
crianças. 10Children’s
CHILDREN’S DAY Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive 07 09 02 05 06 01 08 10 04 03
Choi
bandeira
and Agness Choi show
group
e Leticia Cavalcanti participaram
cooperativo na manhã de campo.
Zogbi and Leticia Cavalcanti participated
volleyball game on the field.
do 6º e do 7º ano jogaram até mesmo no
and 7th graders played even during their
Dia das Crianças teve ainda “nó humano” das
Day also had a children’s “human knot.”

CERIMÔNIA NHS/ NHS

Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive

Recebendo o certificado do diretor do High School, Mr. Sean Quinn, Sophia Hirschfeld com seus pais, Ronaldo e Daniela Hirschfeld. 01Sophia Hirschfeld, with parents Ronaldo and Daniela Hirschfeld, receives her certificate from the High School principal, Mr. Sean Quinn. 02Nicolas Razzoti e seus pais, Gabriel Razzotti e Rosana Tasca, com Mr. Sean Quinn. 02Nicolas Razzoti and his parents, Gabriel Razzotti and Rosana Tasca, together with Mr. Sean Quinn. 03Novos membros do NHS comemoram com membros antigos e com o professor Bryan Sanders. Do 10º ano: Alma Castañares, Leonardo Montenegro, Mariana Kokudai, Eduarda Gervazoni, Lucas De Salles, Catalina Girardi, Catalina Miraglia, Luciano Antoni e Loreta Deleuse. Do 11º

ano: Nicolas Razzotti, Marco Montini, Mateus Oliveira, Sophia Hirschfeld e Marta Castro. Do 12º ano: Maria Clara Gabas. 03New NHS members celebrate with old members and teacher Bryan Sanders. From 10th grade: Alma Castañares, Leonardo Montenegro, Mariana Kokudai, Eduarda Gervazoni, Lucas De Salles, Catalina Girardi, Catalina Miraglia, Luciano Antoni, and Loreta Deleuse. From 11th grade: Nicolas Razzotti, Marco Montini, Mateus Oliveira, Sophia Hirschfeld, and Marta Castro. From 12th grade: Maria Clara Gabas.

Mr. Sean Quinn.

04Matheus Pratas Oliveira e seus pais, Dalila Celeste Marques Pratas Oliveira e Rogério de Deus Oliveira, com

04Matheus Pratas Oliveira and his parents, Dalila Celeste Marques Pratas Oliveira and Rogério de Deus Oliveira, together with Mr. Sean Quinn. 05Marta Castro e seu pai, Miguel Alexandre Braga dos Santos Castro, com

Mr. Sean Quinn. 05Marta Castro and her father, Miguel Alexandre Braga dos Santos Castro, together with Mr. Sean Quinn.

06Mariana Kokudai e sua irmã Isabella Kokudai (ex-aluna e membra do NHS) com sua mãe, Monica Kokudai, e Mr. Sean Quinn.

-

Kokudai and her sister Isabella Kokudai (former student and NHS member) together with her mother, Monica Kokudai, and Mr. Sean Quinn.

Castañares e seus pais, Marcelo Castañares e Silvia Lopez, com

Sean Quinn.

Alma Castañares and her parents, Marcelo Castañares and Silvia Lopez, together with Mr. Sean Quinn.

Marco Montini e seu país, André Montini e Adriana Montini, com Mr. Sean Quinn. 08Marco Montini and his parents, André Montini and Adriana Montini, together with Mr. Sean Quinn.

Luciano Antoni com seu irmão Rodrigo Antoni e seus pais, Roberto e

Antoni, e Mr. Sean Quinn. 09

Luciano Antoni with his brother Rodrigo Antoni, parents Roberto and Angela Antoni, and Mr. Sean Quinn.

01 03 02
07 09 05 06 08 04
CEREMONY
01
06
07
08
09
Mariana
Alma
Mr.
07
-
-
Angela
-

Arquivo Chapel / Chapel Archive

De Salles entre seus pais, Alessandra

e Antonio de Salles, com Mr. Sean Quinn.

and Antonio de Salles, together with Mr. Sean Quinn.

Leonardo Montenegro e seus pais, Priscila e

Montenegro, com Mr. Sean Quinn.

Leonardo Montenegro and his parents, Priscila and Seridião Montenegro, together with Mr. Sean Quinn.

Eduarda Gervazoni e seus pais, Marcio e Sabrina

com Mr. Sean Quinn.

Catalina Girardi com sua mãe, Ana Dolores Castro,

Eduarda Gervazoni and her parents, Marcio and Sabrina Gervazoni, together with Mr. Sean Quinn. 13Catalina Miraglia com sua mãe, Catalina Dominguez, e Mr. Sean Quinn. 13Catalina Miraglia with her mother, Catalina Dominguez, and Mr. Sean Quinn. 14

Mr. Sean Quinn. 14Catalina Girardi with her mother, Ana Dolores Castro, and Mr. Sean Quinn. 15Maria Clara Gabas e sua mãe, Milena Gabas, com

Sean Quinn.

Maria Clara Gabas and her mother, Milena Gabas, together with Mr. Sean Quinn.

Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive

Fonseca com seus pais, Eduardo e Patricia

e Mr. Sean Quinn. 01

Beatriz Fonseca with her parents, Eduardo and Patricia Fonseca, and Mr. Sean Quinn.

Henri Martin com sua mãe, Patricia Silva, e Mr. Sean Quinn.

Henri Martin with his mother, Patricia Silva, and Mr. Sean Quinn. 03Isabela Paraskevopoulos com sua mãe, Maura, sua irmã, Julia, e Mr. Sean Quinn. 03Isabela Paraskevopoulos with her mother, Maura, her sister, Julia, and Mr. Sean Quinn. 04Lara Cavalcanti com seus pais, Adalbero e Cristiana Cavalcanti, seu irmão, Daniel, e Mr. Sean Quinn. 04Lara Cavalcanti with her parents, Adalbero and Cristiana Cavalcanti, her brother, Daniel, and Mr. Sean Quinn. 05Lorena Cardoso com seus pais, Ronaldo e Sarita

Cardoso, seu irmão, André, e Mr. Sean Quinn. 05Lorena Cardoso with her parents, Ronaldo and Sarita Cardoso, her brother, André, and Mr. Sean Quinn. 06Lucas Inglesi com seus pais, Ana e Marco Inglesi, e Mr. Sean Quinn. 06Lucas Inglesi with his parents, Ana and Marco Inglesi, and Mr. Sean Quinn.

10Lucas
Gorgulho
10
Gorgulho
11
11
12
10 12 15 11 14 13 CERIMÔNIA NHS/ NHS CEREMONY Foto:
02 05 06 01 04 03 01
02
02
Lucas De Salles between his parents, Alessandra
-
Seridião
-
-
Gervazoni,
12
-
e
Mr.
15
Beatriz
Fonseca,
-
-
NJHS
CERIMÔNIA NJHS/
CEREMONY

Lara Cavalcanti, Henri Martin e Valentina

members with teacher Mr. Erico Padilha.

grade: Julia Segui, Nina Pereira, Stella Baines, Beatriz

Isabela Paraskevopoulos, and Lucas Inglesi. 8th grade: Roberta Miguel and Lorena Cardoso. 9th grade: Lara Cavalcanti, Henri Martin, and Valentina Anzanello.

07Nina Pereira com seus pais, Nara e Marcos Pereira, e Mr. Sean Quinn. 07Nina Pereira with her parents, Nara
Pereira, and Mr. Sean Quinn. 08Maria Fernanda e Roberta Miguel,
mãe, Regina Miguel, e Mr.
08Maria Fernanda
with
mother,
Miguel,
Mr.
09Stella Baines
seus pais, Maxine Rendtorff e Terence Baines,
irmão,
e
09Stella
and Terence
10 -
e
irmã,
Mr.
10 -
Segui,
11Valentina
11Valentina
-
Anzanello. 12 -
Fonseca,
CERIMÔNIA NJHS/ NJHS CEREMONY Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive 08 11 07 10 09 12
and Marcos
com sua
Sean Quinn.
and Roberta Miguel,
their
Regina
and
Sean Quinn.
com
seu
Alex,
Mr. Sean Quinn.
Baines with her parents, Maxine Rendtorff
Baines, her brother, Alex, and Mr. Sean Quinn.
Julia Segui com seus pais, Vera
Marcos Segui, sua
Amanda, e
Sean Quinn.
Julia Segui with her parents, Vera and Marcos
her sister, Amanda, and Mr. Sean Quinn.
Anzanello com sua mãe, Erica, e Mr. Sean Quinn.
Anzanello with her mother, Erica, and Mr. Sean Quinn. 12
Novos membros do NJHS com o professor Mr. Erico Padilha. Do 7º ano: Julia Segui, Nina Pereira, Stella Baines, Beatriz Fonseca, Isabela Paraskevopoulos e Lucas Inglesi. Do 8º ano: Roberta Miguel e Lorena Cardoso. Do
ano:
New NJHS
7th
01Flavia Pereira, Matheus Ambrósio, Arthur Yamashiro, Mariah Massih e Rebecka Hahn desfilaram suas fantasias no Halloween. 01Flavia Pereira, Matheus Ambrósio, Arthur Yamashiro, Mariah Massih, and Rebecka Hahn show off their Halloween costumes. 02Ms. Mariana Zambrini e Maria Luiza de Siqueira Castro fizeram sucesso no tapete vermelho. 02Ms. Mariana Zambrini and Maria Luiza de Siqueira Castro were a hit on the red carpet. 03Luiza Bignardi Zarzur e Lara Sayeg Zanif com suas sacolinhas de brindes. 03Luiza Bignardi Zarzur and Lara Sayeg Zanif with their bag of treats. 04Mateus Braz, Gabrielle Ambrósio, Mathias Adail recebem brindes de Ms. Emanoelli do Valle. 04Mateus Braz, Gabrielle Ambrósio, and Mathias Adail received treats from Ms. Emanoelli do Valle. 05Carolina Valente Duarte Malzoni posa com Ms. Camila Costa. 05Carolina Valente Duarte Malzoni poses with Ms. Camila Costa. 06Gregory Babies Gavião faz atividades com sua mãe. 06Gregory Babies Gavião participated in an activity with his mother. HALLOWEEN Foto: Arquivo Chapel / Chapel Archive 07 02 09 05 06 12 01 08 04 11 03 10 07Rebecca Falcioni Prosini brinca com os pais. 07 Rebecca Falcioni Prosini plays with her parents. 08Mr. Caio Oliveira, Ms. Emanoelli do Valle e Ms. Roberta Braga capricharam nas fantasias. 08Mr. Caio Oliveira, Ms. Emanoelli do Valle, and Ms. Roberta Braga went all out with their costumes. 09Alunos do Elementary School fazendo Trick or Treat. 09Elementary school students went trick or treating. 10Representando o céu e o inferno, Gabriela Garcia, Valentina Boueiri, Rafaela Gomes e Rafaela Mariano. 10Representing heaven and hell, Gabriela Garcia, Valentina Boueiri, Rafaela Gomes, and Rafaela Mariano. 11Alice Hodge, Eduarda Muller e Stella Kameyama combinaram suas fantasias. 11Alice Hodge, Eduarda Muller, and Stella Kameyama planned their costumes together. 12As alunas Yasmin Zagman, Maria Luiza Rego, Beatriz Cardoso e Leticia Cavalcanti com o professor Mehir Desai. 12Students Yasmin Zagman, Maria Luiza Rego, Beatriz Cardoso, and Leticia Cavalcanti with teacher Mehir Desai.

Theo Daher, Pedro Pereira, Gabriel Son, André Oliveira e Juan Fabios capricharam nas fantasias.

Theo Daher, Pedro Pereira, Gabriel Son, André Oliveira, and Juan Fabios put thought into their costumes.

A professora Maxine Rendtorff participou do Halloween com as alunas do 7º ano, Maria Eduarda Neves, Stella Baines e Rafaela Tossuniam.

HS teacher Maxine Rendtorff participated in Halloween together with 7th grade students Maria Eduarda Neves, Stella Baines, and Rafaela Tossuniam.

Mr. Colin Weaver e Mr. Sean Quinn na abertura do desfile de Halloween.

Mr. Colin Weaver and Mr. Sean Quinn opened the Halloween costume contest.

As alunas do 12º ano Sofia Izidoro e Gabriela Rueda se fantasiaram das professoras Sara Knox e Cory Blasingame. 16Senior students Sofia Izidoro and Gabriela Rueda dressed up as teachers Sara Knox and Cory Blasingame.

No desfile, os alunos do 12º ano Pedro Barahona, Juliana Baldy e João Arantes se fantasiaram de fazendeiros. 17Senior students Pedro Barahona, Juliana Baldy, and João Arantes dressed up as farmers for the costume contest.

O dominó de professores do Programa Brasileiro: Ms. Eliana Cardia, Ms. Daniela Hayashida, Ms. Paula Castro, Ms. Paula Busso, Ms. Flavia Tacchini, Ms. Manoela Fernandes, Ms. Maria Fernanda Pagani, Ms. Livia Tezzei, Ms. Aline Cucchiaro, Mr. Paulo Henrique Silva e Ms. Adriana Alves. 18The domino of Brazilian Program teachers: Ms. Eliana Cardia, Ms. Daniela Hayashida, Ms. Paula Castro, Ms. Paula Busso, Ms. Flavia Tacchini, Ms. Manoela Fernandes, Ms. Maria Fernanda Pagani, Ms. Livia Tezzei, Ms. Aline Cucchiaro, Mr. Paulo Henrique Silva, and Ms. Adriana Alves.

Todos os alunos, professores e assistentes da Chapel ganharam uma camiseta para usarem no dia 8 de dezembro, em comemoração ao Chapel Day.

Chapel students, teachers, and assistants received

wear on December 8th to celebrate Chapel Day.

ECEC, cada turma preparou um bolo para cantar parabéns para a Chapel. A sala da Ms. Maria Hernandez foi uma delas.

ECEC, each group prepared a cake to sing

birthday to Chapel. Ms. Maria Hernandez’s class was one of them.

Guilherme Maciel Refinetti dosou com cuidado

dos bolos preparados pelos alunos para a

of the cakes prepared by students for the

Helena Zono experimentou o bolo de aniversário.

13
13
14
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HALLOWEEN Foto:
/
14 17 18 13 16 15 01
01 All
a
02Os alunos
Pre II B
02Students Pre II B
03 -
03In
happy
04José
os
04 -
the
05Um
comemoração. 05 -
06
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Foto:
02 05 06 01 04 03
-
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-
15
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18
Arquivo Chapel
Chapel Archive
t-shirt to
do
se divertiram com o Trojan.
had fun with the Trojan.
No
the
ingredientes.
José Guilherme Maciel Refinetti carefully measured
ingredients.
One
celebration.
-
Helena Zono tasted the birthday cake. CHAPEL DAY
Arquivo Chapel / Chapel Archive

Elementary School participou da missa que

os 75 anos da Chapel.

Elementary School participated in the mass to

Chapel’s 75 years.

and

Maria Eduarda Araujo, Enrico Camargo, Marta Castro, Laura Santiago, Marina Moura, Alma Castañares, Lara Zwecker, Isabela Paraskevopoulos, Nina Pereira, Beatriz Abram e Stella Hodge se apresentaram para os alunos do ES na biblioteca.

Maria Eduarda Araujo, Enrico Camargo, Marta Castro, Laura Santiago, Marina Moura, Alma Castañares, Lara Zwecker, Isabela Paraskevopoulos, Nina Pereira, Beatriz Abram, and Stella Hodge sang to students in the

11

Glee Club se apresentou para os alunos do Elementary School na Biblioteca.

and 11Glee Club gave a presentation for Elementary School students in the Library.

Gabriella Campos, Carolina Soares, Stella de Renzis, Scarlett Dapuzzo, Luisa Echenique, Isabel Luz e Ana Carolina Ohara aproveitaram o almoço delicioso no dia da Chapel. 12

Gabriella Campos, Carolina Soares, Stella de Renzis, Scarlett Dapuzzo, Luisa Echenique, Isabel Luz, and Ana Carolina Ohara enjoyed the delicious lunch on Chapel Day.

13Na disputa, Antony El Khouri, Nicolas Jarzynski e Enrico Camargo, do 9º ano, contra Isabela Prata, do 10º ano. 13Antony El Khouri, Nicolas Jarzynski, and Enrico Camargo, from 9th grade, challenge Isabela Prata, from 10th grade.

14A partida entre o 9º e o 10º ano foi bastante disputada.

14The game between 9th and 10th grade was heated.

15Beatriz Rangel, Catalina Miraglia, Leonardo Montenegro, Mariana Kokudai e Barbara Montealto se reuniram no Chapel Day.

15Beatriz Rangel, Catalina Miraglia, Leonardo Montenegro, Mariana Kokudai, and Barbara Montealto came together for Chapel Day.

16Alunos do 7º ao 10º ano participaram de uma tarde de jogos, junto aos professores, para comemorar o Chapel Day.

16

Students from 7th to 10th grade took part in an afternoon of games together with teachers to celebrate Chapel Day.

07 e 08O
celebrou
07
celebrate
09
09
ES
10 e
08 -
-
-
Library.
O
10
12
CHAPEL DAY Foto:
Archive 08 11 12 07 10 09 13 15 16 14
Arquivo Chapel / Chapel

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