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Agosto 2016 - 6ª Edição pág. 10 - POESIA DA CHINCHILA
“O Tamanduá e a Cascavél” de CLEMENTINO
pág. 12 - FANTASIAS
Com que roupa eu vou?
pág. 14 - POR QUE OS IDOLS COREANOS “BUGAM“ O CÉREBRO? pág. 16 - CHICLETE ENTREVISTA
O Chiclete Cultural entrevista César Magalhães Borges, poeta da Cidade de Guarulhos.
pág. 22 - MAQUIAGEM: CORINGA E ARLEQUINA Nathy Santos e Valéria Lima juntaram as forças para esse super tutorial!
pág. 26 - PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
“Por que os games RETRO estão na moda?” de Rafael Marques.
pág. 30 - AGOSTO - MÊS DO FOLCLORE Por André Bizorão.
pág. 32 - EXTRA
“Dad, Father, Friend!” de Caroline Correia.
pág. 34 - “Chiclete no Anime Friends” de Camila Vayda.
pág. 38 - CHICLETE ENTREVISTA Especial Anime Friends
O Chiclete Cultural entrevista Luís Augusto Gottardo e Fabricio de Menezes Cunha cosplays dos personagens: Jaspion e Jiraya.
Colaboradores
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CAMILA VAYDA
DAFINE MARTINS
KARINA PAMELA
Camila Vayda é educadora e ilustradora. Graduada em Educação Artística com licenciatura em Artes Visuais e em Design Gráfico. É curiosa no seguimento das artes, já que se identifica com várias delas, seu contato com as artes começou na infância através do teatro e das artes plásticas. Atualmente seus hobbies são: Quebracabeças, fotografias, seriados e quadrinhos.
Dafine Martins, nasceu em Guarulhos – SP. É estudante de artes e desde pequena se interessou por animes e isso a levou a pesquisar mais sobre o oriente, acabou se apaixonando pela cultura pop asiática, em especial pelo mangá. Seu objetivo profissional é se tornar mangaká e tem muito interesse em fazer faculdade no Japão.
Karina Pamela, estudante, mora em Guarulhos - SP. Sua paixão pela arte vem desde que era pequena. Dança e teatro são suas maiores paixões no mundo artístico. Atualmente ela é dançarina e atriz amadora, e está em busca do profissionalismo e sucesso na carreira.
KARLA CHINCHILA
ANDRÉ BIZORÃO
NATHY SANTOS
Karla Chinchila, estudante de literatura explorando todos os gêneros. Começou a desenvolveu seu gosto pela arte escrita há três anos colocando os seus ideais no papel.
Palhaço, Ator e metido a escritor. Não sabem se nasceu, estreou ou se foi abandonado na Terra por alguma nave espacial. Fundador da Cia. de Teatro Los Xerebas compartilha suas vivências artísticas com crianças e adolescentes de Guarulhos.
Nathy Santos, estudante de artes, nasceu em Guarulhos-SP. Desde pequena sempre gostou de artes plásticas. Seu objetivo é fazer faculdade de designer gráfico e também tem o sonho de se tornar uma ilustradora.
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Colaboradores
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VALÉRIA LIMA
CIDO CRUZ
Valéria Lima, estudante, nasceu em Lagoa de São Francisco - PI e mora há 10 anos em Guarulhos SP. Desde pequena gosta de arte e cultura, sempre foi muito ligada em moda, apaixonada por desenhos, maquiagem, estilo, teatro, fotografia e coisas do tipo. Pretende seguir sua vida profissional baseando-se nos seus gostos, e adorará ensinar e falar sobre o que já sabe.
José Aparecido Cruz - Graduado em Letras na Universidade de Guarulhos. Mediador de leitura, poeta e já atuou como Professor voluntário do pré vestibular Educafro e Escola da Família nas disciplinas de Literatura e Língua Portuguesa.
o é e O qu ? l a r u t l u C e hiclet
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Gosta de literatura, cultura e arte? Aqui está o que você procura! O Chiclete cultural surgiu em 2015 de forma independente com o objetivo de compartilhar conteúdos inéditos e originais no formato de revista digital, trazendo informações, poesias, ilustrações, dicas e muito mais. O projeto se desenvolve a partir de estudos e pesquisa dos colaboradores tornando a revista um veículo de divulgação e difusão cultural. É lançado sempre mensalmente no primeiro final de semana do mês. Ficou curioso? Gostou? Interessou? Então curta a nossa página e se divirta com o passar de folhas da revista, contribua com o projeto compartilhando e divulgando em suas redes sociais.
Equipe do Chiclete Cultural
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O TAMANDUÁ E A CASCAVÉL (Fábula) Um tamanduá andava devagarzinho por uma trilha coberta de palhas em direção a um toco oco onde havia um formigueiro repleto de suculentas saúvas. De repente, sentiu a presença de uma cascavel exatamente no carreador por onde seguia. Bravo ele parou a uns três metros de distância e perguntou: - O que fazes ai sua compridona, feiosa e peçonhenta com esse rabo barulhento me atrapalhando de buscar o meu almoço? A cascavel esticou a cabeça a uns quarenta centímetros para o alto. Olhou e observou o tamanduá com o seu múltiplo focinho também de uns quarenta centímetros [nariz, focinho e boca, tudo integrado], bem como o seu grande e peludo rabo. Parou a cabeça no ar com a sua finíssima e habilidosa língua se mexendo de um lado para o outro como a buscar sua presa, e respondeu: - Igualmente a você estou à espera de algo para comer e quebrar o meu jejum de uns três meses. Tenho certeza de que nesta trilha muitos macucos, jacus, perdizes, tamanduás e outros bichos mais irão passar em busca daquele suculento formigueiro. E, eu que não como saúvas, mas não sou boba estou aqui de plantão esperando com calma. E acho até que acabo de encontrar a minha refeição. O chato é que esse seu corpo e rabo peludos podem me atrapalhar a digestão. Além do que, vendo daqui me parece um tanto magro. - Quantos quilos você pesa mesmo? O tamanduá tremendo de medo e de raiva responde: - O que? Sua magrela peçonhenta. Não está querendo me comer ou será que está? A cascavel desenrolou-se e ainda com a cabeça levantada, um pouco mais baixa, falou: - Adivinhão. Só que você precisa engordar mais um pouco. Por isso vou sair e dar passagem pra você ir comer as suas saúvas e engordar. Na sua volta eu te pego e te como, pois magro e peludo assim como você está vai acabar me dando azia e congestão. Furioso o tamanduá sacudiu os seus pelos, deu meia volta e bradou: - Está bem. Ficamos assim combinados. Eu vou até o formigueiro, me alimento bem e na volta me entrego a você mais gordo e com pelos mais ralos e então você me come. Está bem assim magricela? A cascavel se mexeu toda feliz, como quem conseguiu seu intento, falando: - Passa logo meu tamanduá gostosão. Vai que estou com fome. O tamanduá mais que depressa passou e quando já estava próximo ao formigueiro a uns cinco metros de distância da cascavel virou-se para trás e gritou com voz e ar de vitória: - Acho que terei um delicioso e maravilhoso banquete hoje. Pois farei minha refeição assistindo ao vivo uma grande luta [briga] entre você e esse par de botas que está aí bem do teu lado. E olhe bem que o homem, dono das botas, está com um grande facão nas mãos, bem próximo do seu rabo barulhento [guizo]; mas pelo que posso ver daqui vai à direção ao seu pescoço para te degolar. - O que você acha disso? - Quem mandou fazer barulho? Ah! Ah! Ah! Ah!. - Se vira ai sua magricela peçonhenta. - Quebra teu jejum comendo essas botas de borracha. Devem estar macias, Ah! Ah! Ah! Ah! A cascavel enrolou-se toda novamente tentando então esconder a cabeça, mas não teve tempo para tanto, pois o facão muito rápido deslizou no ar e foi em direção ao seu pescoço. Ela apenas gritou, com a cabeça já separada do corpo. Aiaiaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. (CLEMENTINO, poeta e músico de São Sebastião - SP/BR) 10
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FANTASIAS Por Camila Vayda Fotografias: Registro pessoal As festas são legais pelos momentos em que encontramos os amigos, dançamos e nos divertimos, mas quando é à fantasia, melhor ainda! É o momento em que muitas pessoas ficam realizadas em caracterizar-se com a vestimenta do seu personagem favorito e quando fica muito parecido, daí então, o momento torna-se inesquecível. A preparação da fantasia é um desafio, mas a fantasia "perfeita" é algo que requer investimento alto e que desanima quem não quer gastar tanto. Para economizar algumas pessoas recorrem ao aluguel de fantasias (que nem sempre é tão barato), ou pegam emprestadas. Porém, esse problema pode ser solucionado com criatividade e pouco dinheiro! Eu gosto muito de fantasias e quando me produzo tento ficar o mais parecida possível com o personagem. Com pouco dinheiro é difícil fazer a fantasia, mas não impossível, só requer observação e algumas habilidades práticas. Para a produção da fantasia sigo 6 passos que me ajudam na hora de economizar. Para facilitar o entendimento, vou usar uma fantasia de vaca (produzida para uma festa com o tema: "A Arca de Noé"), para criar uma fantasia adaptada a partir deste animal, segui esses passos: Escolher o personagem. Esse passo parece fácil, mas é o que toma muito tempo e se a pessoa for indecisa (como eu), esse tempo pode aumentar. Escolha um personagem que você consiga visualizar a produção, peça ajuda de amigos e pesquise imagens na internet. 2º passo: Observar as características. Nesta etapa você ira notar quais são as principais características do seu personagem, exemplo: A Vaca tem orelhas, manchas, sino no pescoço e as cores branca e preta. 3º passo: Caça ao tesouro no guarda-roupa. Esse é o momento em que encontramos verdadeiras relíquias que podem ser customizadas e somadas a outras peças a fim de formar a fantasia. Ex.: A pele da vaca que eu fiz é branca com manchas pretas, então peguei uma regata branca e com tinta de tecido fiz as manchas. Encontrei também uma sapa-
tilha preta e um short preto. 4º passo: Comprar roupas e adereços baratos. Dependendo da fantasia é possível achar peças gastando pouco, eu comprei um sino de natal dourado, uma corrente (colar dourado) e meia arrastão preta. Peguei o sino e prendi como pingente na corrente pra ficar parecendo o sino que colocam no pescoço da vaca. 5º passo: O que não for barato, produza! Sempre tem aquela peça que não temos e é característico do personagem, então é necessário criar quando não cabe no orçamento. A vaca precisava de orelhas e uma saia, então comprei um arco de cabelo, E.V.A., fita de cetim e tule branco. O arco serviu de suporte para as orelhas que fiz de E.V.A. (tem E. V.A. estampado, mas se não encontrar pode fazer as manchas com caneta permanente), usei fita de cetim para o laço próximo das orelhas e produzi a saia franzindo o tule e costurando a fita de cetim na borda. *Quem não tem habilidades práticas, pode pedir ajuda a uma pessoa que possua essas habilidades ou ver tutoriais na internet. 6º passo: Unir todos os elementos e caprichar na maquiagem. Na minha cabeça fiz um rabo de cavalo e coloquei o arco com as orelhas, na roupa a regata com manchas, saia de tule, short preto (por que o tule é transparente), meia arrastão e sapatilha, os bijus: Brincos e colar com o sino. A maquiagem foi básica e por fim, acrescentei cílios postiços para dar um “Up” no visual. Quando pesquisamos sobre fantasias, encontramos exemplos bem criativos e fáceis de fazer (fantasia de chocolate bis feita com uma caixa esburacada para braços e pernas, encapada com papel laminado azul e o nome feito com recorte de papel branco). A fantasia "perfeita" pode ser feita com dedicação. Pode ser minimizado o custo com o reaproveitamento de materiais, roupas e acessórios. Podemos encontrar ideias e tutoriais na internet. Use a criatividade e alcançará o seu objetivo.
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Por que os idols coreanos “bugam“ o cérebro? Texto e Ilustração: Dafine Martins
*Annyeong ha seyo!! Se você é k-popper como eu com toda a certeza já ouviu aquela frase: “-Essa pessoa é um homem? Parece uma mulher”. Isso porque vários *idols coreanos realmente se parecem com mulheres, mas raramente você vai achar um k-popper que saberá explicar por que (nem eu sabia!!) então cola junto comigo que eu vou tentar explicar porque. Andrógenos são pessoas que possuem características do sexo masculino (andros) e do sexo feminino (gynes), por isso é difícil saber só olhando se ele ou ela é homem ou mulher e isso é muito comum no pop coreano, muita gente vê fotos de determinados idols e se pergunta se são homens ou mulheres. O primeiro fator é a influência da moda, muita gente gosta de moda e muitos cantores ao redor do mundo são ícones fashion, mas no oriente esse interesse é muito maior que no ocidente, e no k-pop essa influência é bem profunda isso porque o mercado de música asiático em geral é muito mais agitado do que o americano, então muitos cantores de pop asiático (coreano, chinês, tailandês, japonês, etc.), acabam criando novas tendências para chamar a atenção, e no k-pop isso é ainda mais claro uma vez que muitos cantores de k-pop também são modelos profissionais (e os que ainda não são, acabam sendo chamados para desfilar uma hora ou outra, sem contar as inúmeras seções de fotos) algumas bandas renomadas como BigBang e 2NE1 são garotos propaganda de marcas muito famosas como a Adidas, enquanto outros grupos como SHINee tem sua própria linha de roupas. E como de uns tempos para cá as tendências das passarelas tem ido cada vez mais para o lado da androgenia, isso também surtiu efeito nos artistas asiáticos entre eles os *k-idols. O segundo fator é a influência dos animes! Isso mesmo, os divertidos desenhos japoneses. Os mangás e animes fazem muito sucesso na Coreia e também no resto da Ásia, tanto que os coreanos
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têm o seu próprio estilo de mangá, o Manhwa, e não é só entre o público jovem que eles fazem sucesso, os mais velhos também curtem histórias em quadrinhos. O gosto por essas histórias e seus personagens acabou influenciando a estética e a moda dos japoneses e posteriormente dos coreanos também, alguns até fazem cirurgias para ficarem mais parecidos com determinados personagens. Nos últimos anos, os cantores coreanos vêm ficando cada vez mais parecidos com personagens de animes, alguns exemplos bem famosos são, Taemin (SHINee) e Rasiel do KatekyoHitmanReborn (vale lembrar que hoje em dia eles não se parecem mais, afinal as pessoas envelhecem), Kai (EXO) e ChoiSinhyuk de Beauty Formula (esses dois ai são iguaizinhos), entre vários outros. E por último mas não menos importante, a influência que o j-rock teve sobre o k-pop, essa aqui realmente me surpreendeu durante a criação dessa matéria, o j-rock é o rock japonês e possui várias vertentes, dentre elas talvez a mais famosa seja o visual “kei”, ao longo dos anos 70 e 80 muitas bandas de rock adotaram estilos extravagantes para chamar a atenção do público e da mídia como as bandas: KISS, Guns N’ Roses e TwistedSistar que são ótimos exemplos dessa tendência. Nos anos 90 as bandas de j-rock também adotaram esse conceito que continua até hoje no Japão, bandas com o visual dark e andrógeno conquistaram a Ásia e no início dos anos 2000, as bandas de k-pop adotaram esse conceito que perpetua em algumas bandas até hoje. Embora a androgenia não sege mais comum no rock americano, ela ainda continua no mercado de música asiático, então agora você já pode dar aquela resposta inteligente quando sua mãe perguntar, “-Por que ele parece uma menina? ”, ou quando aquele seu amigo disser “eles parecem animes”. Referência bibliográfica: www.hallyutown.blogspot.com.br
*Annyeong ha seyo: na língua coreana é a forma educada de dizer “olá/oi,tudo bem?”. *Idol ou K-idol: a palavra idol, vem do inglês e significa “ídolo”, mas na coreia é usada para se referir aos inúmeros cantores teen que fazem músicas voltadas para o público jovem, k-idol é a abreviação de Korean idol, que pode ser traduzida como “ídolo coreano”.
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CHICLETE ENTREVISTA O Chiclete Cultural entrevista César Magalhães Borges, poeta da Cidade de Guarulhos.
1° Quem é o César Magalhães Borges? Se ao fim de tudo, alguém lembrar de mim falando: “o César, poeta”, já vai estar bom, porque, na sociedade em que vivemos, a pessoa se torna conhecida pela profissão que exerce: “quem é você? ”, “eu sou bancário”, “sou advogado...". Ninguém responde o que é na sua essência; ela fala o que faz, qual o papel que ocupa na sociedade... 2° Há quanto tempo você escreve? São 36 anos escrevendo. Comecei a andar e a escrever ao mesmo tempo (risos). 3° O que te motiva a escrever? A vida motiva. O grande motivo você encontra em cada pequeno fato da vida. Importam as guerras, os grandes eventos? Sim! Mas a formiguinha carregando uma folha também importa. Tudo é matéria de poesia. 4° Além de escrever, o que você gosta de fazer? Eu gosto de tudo que está ligado à arte: escuto muita música, assisto a muitos filmes, gosto de exposições, de galerias, de dança... tudo que é da arte me interessa, mas também gosto do bom vinho, de futebol, das atividades físicas. Como um bom geminiano, tenho um leque bem amplo de interesses!
“A vida motiva. O grande motivo você encontra em cada pequeno fato da vida. Importam as guerras, os grandes eventos? Sim! Mas a formiguinha carregando uma folha também importa. Tudo é matéria de poesia.” 16
5° Você já tentou fazer alguma outra arte, fora a escrita? Sim, já tentei! A música mesmo, eu vivo tentando ainda (risos), não sou músico, mas eu tenho ideias musicais muitas vezes, então procuro não as perder para, depois, trabalhar com quem é músico, com quem tem a competência para me ajudar, o incompetente sou eu, então, os bons amigos, que são músicos competentes e estão em volta, são as pessoas que me ajudam. Mas pra visuais você nunca tentou? Não, embora também tenha um grande apreço por
elas. Para dar um exemplo, quem normalmente bola o projeto gráfico dos meus livros sou eu, só que eu não consigo executar. Eu tenho a ideia da capa, do ritmo visual que o livro deve ter internamente e vou conversando com quem sabe fazer. Aí, é claro, essas pessoas também sempre agregam, sempre trazem ideias e dão sugestões que você vê e diz: “O que ele está sugerindo é melhor do que a minha ideia original. Vamos fazer!”. 6º Quando a literatura e a poesia entraram na sua vida? Foi entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980, quando tentaram ressuscitar alguns festivais da canção no Brasil. O meu primeiro desejo, ao ver aqueles caras cantando, era de fazer música igual a eles, só que, como eu não sabia, como até hoje não sei, tocar instrumento musical algum, eu fazia alguma melodia, alguma letra, esquecia a melodia e o que sobrava era a letra... Comecei a perceber que aquilo tinha um fundo, um algo de poesia, que havia alguma habilidade em mim para colocar palavras em cima de um ritmo, em cima de uma melodia... Muitas vezes, músicos que são ótimos melodistas não são letristas. Um exemplo recente em nossa música popular é o Frejat; ele sempre foi um bom melodista, mas não um letrista. Ele, porém, tem uma habilidade muito interessante: normalmente, quando se faz letra de música, você pega uma melodia pronta e tenta seguir a métrica da melodia pra colocar a letra. O Frejat, no entanto, fez e faz o contrário: no início do Barão Vermelho, ele pegou muitas letras do Cazuza e musicou, o que é muito mais difícil! 7º Quais são os principais temas que você usa quando escreve? Recentemente um amigo nosso, o Castelo Hanssen, me definiu como poeta do cotidiano. Eu vou aceitar a definição dele: acho que esse é o meu tema, tudo que envolve o nosso cotidiano, desde as relações interpessoais mais simples até as relações amorosas 17
CHICLETE ENTREVISTA
mais complicadas, desde o sujeito que toma ônibus, o cara que está na fila do banco... até aquele que teme a morte. Meu tema vai um pouco por ai, nesse pulsar da vida cotidiana, coisas que são comuns a todas as pessoas! 8º Qual é o seu maior obstáculo em ser escritor? Eu acho que o maior obstáculo que todo escritor enfrenta, não sei se só no Brasil ou se em todo o mundo, é conseguir sobreviver de literatura. Imagino que o sonho de qualquer escritor seja fazer da escrita um oficio. Por estarmos no país em que estamos, em que ainda é necessário formar um público leitor, vejo que a maior dificuldade está em veicular a obra, fazer com que a obra chegue até as pessoas e, a partir disso, poder ter uma vida totalmente voltada à escrita! 9º Você tem ou teve algum apoio emocional e/ou financeiro? Lembro quando fui fazer meu primeiro livro, entre os 16 e os 19 anos de idade, a família nunca deixou de apoiar, mas também não levava a sério. Imaginem um menino escrevendo e os familiares dizendo: "é mania, está com isso agora, uma hora muda e vai fazer outra coisa". Às vezes, a família demora para entender o que é a opção de vida de um adolescente. Nessa época, eu me lembro, eu falava pro meu irmão: "eu quero fazer um livro, estou com o livro pronto e coisas do gênero”, e o meu irmão entendia, mas... e o dinheiro? Na época, eu fazia faculdade, pagava aluguel, uma correria danada para sobreviver e não sobrava coisa alguma para investir no livro... E o meu irmão, que é um pouco mais velho que eu, já trabalhava em uma empresa, estava mais bem posicionado. Quando se desligou dessa empresa em que trabalhava, chegou com parte do dinheiro do fundo de garantia e falou: "quanto você precisa para fazer o seu livro?". Entendi o gesto dele, mas disse: "eu vou fazer o livro, mas vou te devolver a grana. É o seu fundo de garantia, não posso ficar com isso". Assim, 18
eu vendi a metade da edição em um mês! Na época, as edições independentes tinham, geralmente, uma tiragem de mil exemplares e, apenas no primeiro mês, eu vendi 500 e consegui devolver o dinheiro a ele! Os outros 500, eu guardei em poupança para fazer o livro seguinte... e fui fazendo isso, fui me disciplinando para sempre ter uma reserva: "esse aqui é o dinheiro do livro, esse eu não mexo", e tenho conseguido fazer isso até hoje! 10º. Qual é a sensação quando alguém comenta sobre o seu trabalho e como você lida com as críticas?
Imagine um filho (risos). Se alguém fala bem do seu filho, você fica todo cheio, todo orgulhoso e feliz porque viram as qualidades do seu filho. Se alguém aponta defeitos nele, você não gosta muito, sabe que eles existem, que todos têm defeitos, mas jamais fica contente em ver esses defeitos apontados... Com relação à crítica, se ela é pertinente, é preciso saber filtrar, procurar entender aquilo e incorporar para, quando for fazer outros trabalhos, lembrar daquela crítica e tentar evitar repetir aqueles aspectos que podem enfraquecer a obra. Há muitas críticas, porém, que não têm embasamento e essas eu simplesmente “deleto”. A crítica é muito importante, mas a pessoa tem de ter fundamentação pra criticar. Quando a coisa esbarra no mero “gosto ou não gosto”, “simpatizo ou não simpatizo”, cai-se num campo que é muito subjetivo e, dentro dessa subjetividade, o autor não tem elementos sobre os quais possa se basear para revisar seu trabalho. Por outro lado, se alguém fala: "houve uma quebra de ritmo em tal trecho", aí presto atenção nisso: “deixe-me ver por que ele tá quebrando...”. Toda arte pressupõe o domínio de certas técnicas e o crítico tem de estar consciente disso para criticar. 11º Por qual caminho você pretende seguir com a sua arte? O maior caminho pra mim é a liberdade, eu não quero ficar preso a modelos. Eu fiz alguns livros de
poesia, aí me deu vontade de fazer um livro infantil. Fiz o livro infantil. Fiz mais livros de poesia e quis fazer outro infantil. Então, fiz outro infantil. Passei mais um tempo escrevendo poesia e senti a necessidade de gravar um CD com poemas sonoros. Fiz isso. Agora, meu livro mais recente tem contos, crônicas, sketches teatrais, poemas lúdicos, satíricos... Não posso ficar preocupado se, por ser conhecido como poeta, serei ou não aceito ao escrever outros gêneros de texto, não posso ter esse tipo de restrição. Vejo que o ser humano é plural na sua existência, por que, então, vou me restringir a uma coisa só? Isso é cair no encanto da medusa, olhar para uma imagem e virar pedra! Um autor deve ser livre para se exercitar em todos os estilos, observando, apenas, o que quer expressar naquele momento e qual é o melhor meio, a melhor linguagem para atingir tal expressão. Tornar-se burocrático naquilo que faz não interessa a artista algum! 12º Como você acha que a juventude deveria lidar com a literatura? De forma espontânea, sem medo, sem achar que a literatura é algo formal ou intelectual demais. Infelizmente – e digo isso com tristeza sincera - muitas vezes é a escola que mata a literatura pro jovem. A literatura tem de ser apresentada como um elemento vivo, orgânico, lúdico, prazeroso, e, se assim for, é claro que o jovem vai gostar de literatura, porque a literatura é essencialmente isso. Ler por obrigação, ler forçado é muito castrador e a literatura, quando trabalhada desse jeito, acaba sendo mostrada de forma teórica demais. Você pega um poema, por exemplo, e vai fazer a escansão (ver quantas sílabas tem um verso), se a rima é paralela, se é alternada, se é rica ou pobre... Fica parecendo que você está, na verdade, dissecando um cadáver e não trabalhando com o ser vivo que é a literatura. A abordagem, acredito, deveria ser outra, muito mais lúdica, evidenciando a sonoridade, a imagem, o encanto que está ali... É preciso, ao tentar passar a poesia adiante, 19
CHICLETE ENTREVISTA
que tenhamos claros para nós mesmos quais foram os elementos que nos encantaram ao ter nossos primeiros contatos com a poesia, pois esses foram, possivelmente, os mesmos elementos que encantaram o escritor para que ele escrevesse daquela forma, que o fizeram buscar determinado tema, que procurasse a sua solução estética para desenvolver esse tema... E isso é muito mais interessante do que você ficar preso ao puro aspecto formal. A técnica é importante para o catedrático, para o artista, mas não é essencial para o público. Muita gente escuta música a vida inteira sem saber o que é uma nota dissonante, uma escala pentatônica... Essas coisas importam ao músico, mas o ouvinte comum não gosta da música somente por sua estrutura formal, pelos seus elementos racionais, mas, sim, porque, de alguma forma, sente-se tocado por ela. Muitas vezes, mesmo sem o conhecimento técnico, um ouvinte aponta: “escuta aqui essa distorção no som, gostei". E é isso; mesmo sem grande entendimento técnico, você pode ter apreciação estética. Outro aspecto a se considerar é que o apuro técnico não é suficiente para criar uma arte de expressão. Veja, por exemplo, que há cantores que têm vozes maravilhosas, perfeitas para o canto lírico, sem que, contudo, sejam bons intérpretes. Em contrapartida, um cantor de voz “mais curta”, mais limitado, mas que canta com o coração, pode ser mais capaz de cativar uma plateia por ser mais carismático do que o outro, tecnicamente perfeito! Se fizermos essa analogia entre música e poesia (ou qualquer outra expressão artística), veremos que o importante é promover o acesso dos jovens à arte, sem a preocupação inicial de ensinamentos teóricos. A escola, nesse sentido, cumpre um papel de suma importância para a sociedade, uma vez que a escola é, em muitos casos, a única ponte de acesso que um jovem tem para o mundo da cultura. Se há escolas que não cumprem bem esse papel, é necessário que se diga que muitas escolas realizam excelentes trabalhos nesse sentido e promovem experiências muito edificantes nas comunidades em que estão. Visito 20
muitas escolas para falar de poesia e é visível e palpável quando equipes pedagógicas trabalham bem. 13º Do que você mais orgulha no seu trabalho? Eu procuro não ser orgulhoso em relação ao trabalho, mas me empenho para que ele tenha elementos que prezo, como musicalidade e imagem. Assim, cada vez que eu consigo trazer o conteúdo que eu queria para um texto, com uma carga boa de musicalidade e de imagem, isso me deixa feliz! 14º Você tem algum sonho ou objetivo a alcançar?
Eu gostaria muito de ver a literatura e a poesia universalizadas. Então, se eu pudesse ser uma das pessoas a contribuir para que isso aconteça, porque isso é uma obra gigantesca e não se faz sozinho, é um trabalho de gerações, se eu soubesse que, em algum momento, pude contribuir para que isso acontecesse, seria um sonho realizado! 15º Fale um pouco sobre o seu novo livro, Dicionírico. O nome do livro é “Dicionírico: prosa, poesia e riso (de A a Z)”. É um livro híbrido, que tem contos, crônicas, esquetes teatrais, poemas lúdicos, visuais, satíricos e sonoros, é uma miscelânea mesmo! Eu tentei fazer um livro trazendo alguns elementos da era medieval para o século XXI. Com isso, o livro tem um ar um pouco circense, como se fosse um bufão, um comentarista social lá da Idade Média vivendo no presente, vivendo hoje. Dessa forma, internamente, visualmente, seria necessário que o livro refletisse um pouco a natureza estética dos livros antigos, em que a letra maiúscula era trabalhada em forma de iluminura, desenhos com imagens, em cada início de capítulo. Para conseguir esse resultado, sabia que precisaria de um bom ilustrador e me lembrei do Fausto Bergocce, um cartunista que conheci em 2014 e que, de pronto, interessou-se pelo projeto do livro e começou a trabalhar nas ilustrações. Para as tais letras “capitulares”, porém, ele indicou o traba-
lho de seu filho, um rapaz chamado Sérgio Bergocce, que é especializado em lettering, termo que, até então, eu desconhecia... O resultado desse trabalho a seis mãos (as ilustrações do Fausto, o lettering do Sérgio e os meus textos) “deu liga”, deu unidade estética ao livro e estou muito contente com a edição e com a boa repercussão que, até o momento, o livro tem conseguido. A obra foi lançada em São Paulo no mês de julho e terá, também, um lançamento em Guarulhos, no Espaço Novo Mundo da Livraria Nobel (Av. Salgado Filho, 1453), no dia 10 de setembro, a partir das 17 horas. De tudo que ouvi até o momento, sinto que as pessoas estão entendendo o livro, que compraram a ideia do humor meio “nonsense”, que entraram no jogo e estão construindo o sentido da obra... Quero convidar os leitores do “Chiclete Cultural” a fazer parte dessa construção: dia 10 de setembro, na Livraria Nobel...
Deixe um recado para os nossos leitores Eu acho que a melhor coisa que eu posso fazer é deixar um poema aqui:
Na trilha A carreira do poeta é solo e muito chão até chegar ao alto A colheita do poeta, no instante é pó e água, muita água e pó até ser barro construindo vida Na alma da poesia há multidões, alaridos, vidas multiformes... e seus vieses se pintam em toda cor O encontro com a poesia é só e se reparte, é suave ardor e calmaria em riste, é silêncio dialogado é atrito afável que só se torna paz no ar da despedida. (César Magalhães Borges) Até logo a todos !
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Maquiagem: Coringa e Arlequina Por Nathy Santos e Valéria Lima
1 1°Passo
O primeiro passo para uma boa maquiagem é o rosto limpo. Se possível lave a área com água fria, isso ajudará com fechamento dos poros e aumenta a durabilidade da maquiagem.
4 4°Passo
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Para os olhos é necessário uma sombra preta e um pincel. Comece pintando aos poucos ao redor dos olhos, procure concentrar uma intensidade maior próximo dos olhos e vá esmaecendo para dar um efeito degrade, mas não perfeitamente, ouse em fazer manchas com partes mais escuras, só não deixe um circulo perfeito pra não parecer um panda. É moleza.
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2 2°Passo
Use um pancake para dar um aspecto pálido (ou o pó mais branco que esteja a seu alcance). Se a maquiagem que você usar, for de uma cobertura mais cremosa, aplique-a dando leves batidinhas com uma esponja ou até mesmo com a ponta dos dedos para evitar manchas e a pele ficar mais uniforme.
5°Passo
5
Assim como a maquiagem dos olhos, a boca é muito simples, você vai precisar de um batom vermelho e um pincel ou esponja. Passe o batom em toda a boca e vá aumentando dos lados até o centro das bochechas, formando uma meia lua. Com o pincel ou esponja só precisa dar leves batidinhas para dar um aspecto mais imperfeito como se fosse uma cicatriz.
3°Passo
Para as marcas de expressões é necessária uma sombra marrom, ou maquiagem própria para contorno. Levante a sobrancelha fazendo com que a testa fique franzida, após isso, verá exatamente onde deve aplicar as linhas. Para marcar próximo a boca, dê um sorriso largo e passe o contorno entre as marcas conhecidas como “bigode chinês”.
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6°Passo Por fim solte o cabelo, se jogue em um casaco roxo e está pronta sua caracterização!
1 1° e 2° Passo
3°Passo
Siga os passos 1 e 2 da maquiagem do coringa
4 4°Passo
Comece com uma linha fina só pra delinear o formato mais perfeitamente, aos poucos vá engrossando até chegar próximo da forma da máscara.
3
2
5°Passo
A parte dos olhos exige um pouco mais de delicadeza e pulso firme, com uma maquiagem preta desenhe ao redor dos olhos formando o sinal do infinito.
5
A parte mais fácil vem agora, você só precisa passar um batom vermelho (passe e lembre-se de contornar bem o formato dos seus lábios).
6°Passo
6
Divida seu cabelo ao meio em duas partes e amarre fazendo a famosa Maria Chiquinha. Pegue uma blusinha de mangas vermelha ou preta e está pronta sua caracterização! Moleza, né? Espero que tenha ajudado e até a próxima!
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Puzzlemaníacos
Internet e quebra cabeças um conjunto perfeito
Por que os games RETRO estão na moda? Por Rafael Marques Fotografia André Bizorão Vivemos nos dias de hoje uma grande febre de culto ao passado. A lembrança de uma comemoração, de um momento especial e também de pessoas queridas que se foram, dividiu espaço também a outras lembranças, em especial, a que vivemos no cotidiano da nossa infância e que nos traz um imenso sorriso no rosto. Etimologicamente, a palavra “nostalgia” advém de duas terminologias 26
gregas, nóstos (no sentido regresso) e álgos (que significa dor). Se analisarmos pontualmente esse significado, podemos dizer que é um sentimento ruim por querer regressar a algo que jamais poderá voltar e que de certa forma nos causa enorme tristeza, certo? – Quando o assunto são os videogames, podemos ir além. Nos videogames em especial, a tristeza se mistura com a satisfação e a
alegria pessoal das pessoas. O sentimento pode ter uma origem depressiva, com pesar de algo que passou, mas diferentemente de pessoas que já se foram e momentos que jamais poderiam ser revividos, os games podem de certa forma trazer a mesma sensação, um sentimento de pertencimento parecido, jamais igual, de quando a pessoa era criança. O universo de retro games ganhou força não apenas no Brasil como se expandiu pelo mundo todo e mesmo você ao adquirir e ter novamente um jogo que você tinha na infância não significar “voltar” efetivamente ao passado, as lembranças que aquele jogo lhe trouxe irá emergir naturalmente. A tristeza perderia força e ficaríamos apenas com uma rememoração saudosa e feliz que tivemos em algum momento de nossas vidas. Uma situação bem atual que ilustra perfeitamente esse sentimento é o lançamento do pequeno NES Mini nos Estados Unidos para novembro deste ano. A Nintendo participou da vida de muitas crianças especialmente nos Estados Unidos, onde o seu NES (Nintendo Entertainment System) conseguiu grande sucesso com aproximadamente 35 milhões de unidades vendidas entre as décadas de 80 e 90. Pois bem, essas crianças e jovens adolescentes que eram a maioria do público naquele momento, hoje são pessoas estabelecidas, pais de família que não dependem
dos pais para comprar algo de seu desejo. A Nintendo sabiamente decidiu criar esse novo produto para se aproveitar das lembranças que esses, hoje adultos, tiveram com a própria Nintendo quando eram crianças. O NES “Mini” será lançado com 30 jogos na memória e com saída HDMI para os televisores atuais, ele não terá suporte a cartuchos e nem ao controle do NES original, mas sim, irá contar com um controle exclusivo que servirá no Nintendo Wii e WiiU em formato do controle clássico do NES. A lista de jogos clássicos que o pequeno contará, terá grandes clássicos da Nintendo como: Super Mario Bros, The Legend of Zelda, Kirby entre outros, como também contará com sucessos de outras empresas como: Mega Man 2, Castlevania e Final Fantasy. O pequeno aparelho custará U$60 dólares e promete uma experiência justa a quem investir em seu poder. Podemos deduzir que o mercado ao qual a Nintendo espera vender seu produto, seja totalmente movimentado por pessoas que viveram a época do NES na década de 80 e que agora vendo um novo lançamento cultuando o passado, poderiam vivenciar novamente aquilo. Não é um exagero seguir essa linha de dedução por conta do grande sucesso que esse anúncio teve de repercussão no mundo todo, a internet através das redes sociais só falava nisso, todos os 27
grandes portais de noticias estamparam a volta da Nintendo (como se ela tivesse saído algum dia) com NES , afinal de contas, uma geração inteira de pessoas cresceu com a Nintendo e poder novamente colocar um NES agora na sua estante para jogar na sua TV de LED de 50’ algo do passado, mas ao mesmo tempo novo, não tem preço. Se antigamente a grande questão era se os videogames faziam bem ou não as crianças, atualmente a questão se expande para a nostalgia. É saudável esse culto ao passado? – A resposta está inteiramente ligada ao nível que isso acontece. Não é muito comum ver pessoas voltadas totalmente a viver como vivíamos nas décadas passadas, mas rememorar as
Rafael Marques é Psicólogo de coração e Gamer de amor e devoção. É redator da WarpZone. Saiba mais em: www.warpzone.me
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boas lembranças faz parte da formação do sujeito que nos tornamos. E o mês de agosto é especial para nós, os amantes dos videogames, porque ganhamos um dia pra chamar de nosso e comemorar muito. Dia 29 de agosto é o Dia Internacional do Gamer e poucas pessoas acreditariam que isso aconteceria um dia. Nosso hobbie favorito de tão marginalizado antigamente, com um dia especial em sua homenagem. Bons ventos estão soprando.
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Agosto - Mês do Folclore
ANDRÉ BIZORÃO MENESTREL
Por André Bizorão www.andrebizorao.com
Um homem bateu em minha porta... Jogavam Cachangá Com sal, fogo, foguinho, fogão. Quem é brasileiro e nunca ouviu um dos três versos anteriores deve ter estado em outro país (ou planeta) durante toda a sua vida! Esses versos fazem parte de canções que aprendemos antes mesmo de escrever, falar eruditamente ou calcular equações matemáticas, na verdade nem sabemos ao certo quando, até parece que quando nascemos recebemos um chip com registros e informações que apenas vamos dando voz e sentimento durante a infância e inexplicavelmente vamos descobrindo o mundo e se relacionando com as pessoas e o entorno através dessas interações, então crescemos e conhecemos o resto do mundo, descobrimos que ele é muito grande e que alguns lugares tem mais poder financeiro, bélico, político e de imposição cultural através do entretenimento e da enxurrada de produtos que são trazidos sempre com novos lançamentos, então começamos a menosprezar e desvalorizar a nossa própria cultura inferiorizando-a e julgando-a como antiga, sem graça e redundante. Daí venho eu através desse artigo comprar briga em defesa do nosso folclore correndo o risco de ser chamado de ser um reacionário ou antiquário humano, mas vale a pena.
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Dia 22 de Agosto é o dia do folclore, mas muitas pessoas (incluindo eu) dedicam o mês inteiro para a comemoração do nosso saber popular impedindo que a chama da nossa identidade cultural se apague ou fraqueje diante da cultura globalizada. Nas escolas os professores se encarregam de celebrar esse período com atividades que pouco ensinam para as crianças a verdadeira importância do Folk-Lore, pintam desenhos e fazem máscaras ou
adereços que representam sempre as mesmas personagens: saci, boto, curupira, lobisomem e no máximo a Cuca por conta da difusão que o Sitio do Pica-Pau Amarelo deu para essa bruxa brasileira. O problema não está nos mitos nacionais e sim no modo como eles são abordados superficialmente rasos, vendo isso todos os anos da mesma maneira, a criança começa a achar mais interessante as fantasias de monstros e abóboras cortadas, fantasmas e monstros dos “hallowens” norte-americanos, e claro além de tudo tem a pergunta: doces ou travessuras? Eu acho que tudo isso é uma grande travessura feita com quem fomos, quem somos e quem poderíamos ser enquanto povo brasileiro mestiço, sem querer ser ufanista, mas interessado em promover a Brasilidade intrínseca no nosso dia-a-dia é que levanto essa bandeira e doou a minha voz para essas lendas que injustamente são tratadas e destratadas nas mãos daqueles que não gostam de pesquisar e estudar para aprofundar seu conhecimento, espero deixar aqui uma pequena colaboração, para isso, irei tratar do mito mais conhecido e mais injustiçado de todos: o Saci Pererê. Dizem que o Saci é um negrinho que pula pela mata com um pé só fazendo traquinagens e aprontando com os moradores das fazendas: entorna tigelas, pratos e recipientes que estejam cheios, dá nós em crinas de cavalos e que vive em um redemoinho além de usar um gorro vermelho. Pronto, isso é tudo! Claro que não né! Esse último parágrafo está mais para uma sinopse injusta feita para um personagem do que realmente representar esse mito e o que é ser brasileiro: Uma mistura de muitas crenças, saberes e costumes, pois justamente esse é o significado de Folk-Lore: O Saber de um povo, então vamos aperfeiçoar esses
saberes? Desde já, gostaria de indicar uma coleção de livros escritos pelo genial Mouzar Benedito que trata dessa nossa mitologia brasílica com muito mais profundidade do que esse artigo (caso contrário essa edição se tornaria um livro, não é?). Existem muitos tipos de sacis e eles coexistem simultaneamente, por isso pode-se escutar histórias desse duende por todo o território brasileiro. Espera aí, eu disse duende? Sim! O Saci é uma versão brasileira de seres mitológicos que vieram a bordo dos barcos colonizadores misturados a seres que já se ouvia falar entre os indígenas por aqui. É possível encontrar diversos seres que protegem as matas e são carregados de mistérios e segredos ao redor do mundo todo, temos o Leprechaun, os gnomos e o mais provável de ter dado origem ao saci: o Trasgo, que é um ser encantado da mitologia portuguesa. A pele negra do saci faria referência ao povo africano que foi trazido forçosamente ao Brasil como escravos nos navios negreiros durante a exploração das matérias primas, ao recontar o mito de outras culturas, o próprio povo brasileiro vai incorporando elementos que se relacionam com a nossa realidade, um outro fato que remete a isso seria a perna única do saci que diferente do Trasgo, teria perdido a outra em alguma tortura de seu “dono”, assim os escravos denunciavam a tamanha dor que sofriam ao serem explorados e tratados como objetos pelos fazendeiros. A roupa do saci, resumida a apenas uma bermuda é fácil de entender o porquê, afinal o
clima brasileiro é muito diferente ao europeu e o calor intenso o impediria de vestir aqueles longos casacos pesados que os duendes no frio europeu são obrigados a usarem. O nosso saci manteve algumas semelhanças com o seu parente lusitano mantendo as diabruras e as bagunças quebrando objetos ou perturbando os animais por onde andasse, ainda assim a nossa versão desse mito recebeu características próprias que ajudam a remontar o nosso passado recente e acaba tornando esse ser como a marca viva de quem passou por essa nossa terra. Esse e muitos outros mitos nacionais vem sendo contados e recontados durante toda a trajetória humana neste planeta, a oralidade foi e continua sendo a maneira mais importante de se passar conhecimentos ao longo das gerações, em épocas onde impera a tecnologia, a globalização e a internet, as pessoas parecem não se importar com isso e muito do que conquistamos como humanidade parece se perder entre bits e bytes, mas isso é só aparência, pois entre os nossos sempre haverá novos Grimms, Câmaras Cascudos e Lobatos, há quem diga que surjam sempre novos contadores de histórias que manterão a chama da oralidade mais acesa do que tocha olímpica, espero contribuir com a trajetória da história contada e recontada valorizando nosso folclore e nossas riquezas, por isso vos digo, entrou por uma porta e saiu por outra, quem quiser que conte outra! Para saber mais, visite: O guia dos Curiosos: http://guiadoscuriosos. com.br/categorias/3040/1/10-curiosidades-so-
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Dad, Father, Friend! Texto e Fotografia Caroline Correia Ilustração Dafine Martins
Procurando Nemo – Merlin, um singelo peixe-palhaço dá um show do que é ser pai. Quando seu filho Nemo desaparece sendo capturado por um humano, ele viaja o oceano inteiro à procura de Nemo. Será que ele consegue reencontrá-lo, mesmo Nemo não estando mais no mar? O Mentiroso – Fletcher é um advogado renomado que tem o péssimo hábito de mentir muito. Contudo, por apenas um dia, devido a um pedido de aniversário de seu filho, por pura magia, ele não consegue mais mentir falando a verdade involuntariamente doa a quem doer. O grande “X” da questão, é que justo nesse dia ele tem uma importante audiência onde precisará mentir por sua cliente. E agora, como ele se sairá dessa?? O mês de agosto chegou e com ele o dia dos Pais. Pensando nisso nós da Chiclete Cultural trouxemos nessa edição algumas dicas de filmes simplesmente IN-DIS-PEN-SÁ-VE-IS para você assistir com o seu herói, preparados? A Princesinha – Quem nunca assistiu esse filme não sabe o quão forte pode ser o amor de uma filha por seu pai! Nessa triste história Sara aparentemente perde seu pai, com isso sua vida muda totalmente se tornando um grande inferno! Duvido que haja alguma pessoa nesse mundo que não chore no final! Tudo Que Uma Garota Quer – Daphne foi criada por sua mãe, sem nunca ter conhecido o pai, no entanto nunca se conformou com isso e em determinado momento joga tudo para o alto e parte numa viagem incerta em busca de realizar esse sonho e finalmente conhecê-lo, será que essa busca será bem-sucedida? À Procura da Felicidade – Chris Gardner é um homem batalhador, mas sem sucesso na vida profissional. Casado e pai de um filho, vê sua vida ir de mal a pior quando sua esposa o abandona, contudo, mesmo não tendo uma boa condição financeira ele faz questão de ficar com seu filho (esses personagens são interpretados por pai e filho). O filme é uma grande lição de vida, o personagem interpretado pelo Will Smith passa por vários desafios e apertos, mas sempre zelando por seu filho que é só uma criança e não entende direito as coisas que estão acontecendo.
O Rei Leão – Esse outro grande sucesso da Disney, com certeza já fez muita gente chorar! Simba ainda pequeno vê seu pai morrer e é convencido por seu tio a deixar o reino pelo bem de todos, sem saber das más intenções do tio. Anos se passam e Simba descobre que na verdade foi enganado e que talvez a morte de seu pai não tenha sido acidental. Será que Simba conseguirá honrar a morte do pai? Lembrou de algum filme muito bom, que não foi citado aqui? Alguns desses acima você ainda não conhecia? Nos deixe saber nos comentários!
CAROLINE CORREIA Caroline é estudante de jornalismo e apaixonada pela escrita. Atualmente mantém dois blogs, sendo o jovemedivertida.wordpress.com voltado para o público adolescente e o jornadajornalista.wordpress.com que utiliza como portfólio de seus trabalhos acadêmicos. Natural do Paraná, atualmente reside em Guarulhos. Seu maior sonho é ser uma escritora conceituada e em busca dessa realização, está escrevendo seu primeiro livro, intitulado como "A Incrível História do Primeiro Amor", ao qual narra com humor, o dilema na vida de uma adolescente apaixonada por um garoto, que não a corresponde à mesma altura. Paralelo ao seu livro, já escreveu um conto, chamado "História do Milagre" - sendo retratada sua luta ao ajudar um cachorro de rua atropelado -, e algumas crônicas já publicadas em seu blog.
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Chiclete no Anime Friends Por Camila Vayda Fotografia Luiz Prates Fala Chicleteiro! Nós da Chiclete Cultural separamos uma parte da edição deste mês para contar um pouquinho do que aconteceu no Anime Friends 2016 no dia em que a nossa equipe esteve por lá. O Anime Friends é o maior evento de Cultura Pop da América Latina, que acontece anualmente envolvendo milhares de pessoas. Este ano aconteceu nos dias 08, 09, 10, 15,16 e 17 de Julho em São Paulo, no Campo de Marte. Afinal, o que tinha no Anime Friends? Os organizadores do evento prepara34
ram atrações que envolveram o público "Geek" de diversas idades: Animekê, cosplay, concurso de cosplay, estandes com produtos personalizados com os temas: animes, mangás, filmes, séries e sobre a cultura japonesa, videogames, jogos de tabuleiros, shows, palestras, mesa com artistas, espaço dedicado a fãs, praça de alimentação entre outros. No início do evento encontramos os cosplays dos personagens: Jaspion e Jiraya, interpretados pelo Luís Augusto Gottardo e Fabricio de Menezes Cunha, que chamaram bastante atenção dos visitantes pelos detalhes de seus trajes.
Nós não poderíamos deixar de fazer uma entrevista com os dois e descobrir qual é o processo de produção desses figurinos (que você pode acompanhar na página destinada a Entrevista Especial Anime Friends). Em seguida encontramos a galera do Winchester Forever, que é um fã clube que existe há 5 anos e que tem atualmente em sua página do Facebook mais de 16 mil seguidores. No evento este grupo tinha um espaço dedicado a fãs da série Supernatural (que alguns brasileiros conhecem como Sobrenatural devido a apresentação na TV aberta). No estande os Fãs tinham a possibilidade de tirar fotos com o cosplay do Sam Winchester (Pedro Espindola), conhecer outros fãs, comprar produtos personalizados, participar de Quiz e outras brincadeiras relacionadas a série. Eu (Camila Vayda) que tenho uma paixão pela série fui participar de um quiz organizado por Andressa Cordeiro. Neste quiz não havia limite de pessoas pra participar, mas participaram cerca de 9 pessoas, o primeiro colocado ganhou o livro "O guia de caça de Bobby Singer David Reed", o segundo e terceiro lugar
ganharam um quebra-cabeça de 60 peças. Foi um momento muito divertido, pois além da competição em si, os participantes puderam se conhecer, trocar experiências e vencer o segundo lugar na brincadeira prova que realmente essa “Chicleteira” que vos fala é fã de carteirinha! Outro estande destinado a fãs foi o Magic Potter organizado pelo Fã Clube do Harry Potter localizado em São Paulo, é formado por uma Equipe de 30 Staffs divididos por vários setores e segmentos - Decoração, Loja, Cosplay, Divulgação, Teatro, Artes e Criação, Logística e ADM. Além de participar do Anime Friends, eles promovem encontros e eventos em toda São Paulo e Interior.
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Neste espaço possuíam produtos personalizados, cosplays, adereços para tirarem fotos (chapéu seletor, vassoura, plataforma 9 ¾, entre outros), jogos, brincadeiras e tinha um bruxo que personalizava manualmente a sua carta de Hogwarts. Todo espaço e as atrações eram feitas para que o público se sentisse familiarizado com a temática. Os shows: "Especial Cavaleiros do Zodíaco" e "Cavaleiros in Concert", aconteceram no início da noite e prepararam uma atração especial para os fãs do mangá e do anime que neste ano completou 20 anos do seu lançamento no Brasil na Tv Manchete. Nestes shows tiveram a participação de músicos que ficaram famosos por interpretar a trilha sonora do anime em português e em japonês. 36
Nossa última passada foi no estande da SAGA (School of art, game and animation), que tinha um espaço expositivo falando sobre a escola que é voltada para games, animações e artes gráficas. Lá tinham videogames para a galera utilizar durante o evento, que teve uma grande adesão de público. Eram os consoles da geração atual: Xbox One, Nintendo WiiU e PlayStation 4 com jogos diversificados, facilitando a jogabilidade das diversas faixas etárias. Um jogo que teve grande representatividade neste estande foi o Just Dance 2016, pois além das pessoas que estavam jogando, outras pessoas olhavam a coreografia através de uma segunda tela e dançavam acompanhando a música, mesmo sem o uso de controle e isso se tornou um movimento que contagiou muitas pessoas. A nossa cobertura é singela comparada a quantidade de atrações deste evento, que diversifica seu conteúdo durante os seis dias de atividades. No dia em que a nossa equipe esteve presente, a chuva deu uma passadinha durante um curto período, mas isso não atrapalhou o evento, que prosseguiram normalmente nos espaços cobertos e o público que não se deixou abater por um mal tempo. Foi um prazer participar dessa festa e poder compartilhar com vocês esses momentos.
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CHICLETE ENTREVISTA - Especial Anime Friends O Chiclete Cultural entrevista Luís Augusto Gottardo e Fabricio de Menezes Cunha cosplays dos personagens: Jaspion e Jiraya. Qual é o processo de produção dos figurinos? Luís: Bom, o meu personagem é o Jaspion, fiz esse cosplay a mais ou menos uns 6 anos, na verdade, ajudei uns amigos que a confeccionaram. Eu sou apaixonado por esse personagem, minha infância assistindo essa série, Jiraya e todos os outros estilos de tokusatsu*, deu muito trabalho fazer essa roupa, não foi brincadeira os 3 meses que levamos para termina-la. Fabricio: Eu também sou muito fã de Jaspion assim como meu amigo Luís, mas sou ainda mais fã do Jiraya, me emociono muito com ele desde criança, chego a ser aficionado com a temática ninja, sempre fui louco por isso e quando assisti Jiraya pela primeira vez fiquei apaixonado, é um personagem que que tem uma vida difícil, que tem que cuidar da casa, dos irmãos mais novos, tem que trabalhar fora, e além disso, tem que lutar contra um império de inimigos-ninjas. Camila: Não é fácil, né? Fabricio: Não é fácil! Então, esse cosplay foi feito há uns 4 anos ou mais, só que algumas partes não me agradavam, encomendei com outra pessoa e continuei incomodado com o colete, os braceletes, as ombreiras, então eu com a minha querida e amada esposa Fabiana que eu amo de coração, de paixão e para quem mando um beijo carinhoso, pois ela colocou a mão na massa e me ajudou a refazer o que eu não gostava. Aqui tem a mão carinhosa dela, bastante do meu suor e do meu esforço para poder refazer essa armadura Como é o gasto e como vocês administram financeiramente essas produções? Luís: Olha, para fazer uma dessa do Jaspion é no mínimo uns R$ 3.500,00 dependendo do material, se for fibra de vidro é mais cara e se 38
for de borracha se gasta um pouco menos. Já a minha tem um pouco de fibra e um pouco de borracha. Fabricio: A minha só tem fibra no capacete e as ombreiras antigas. No meu caso a roupa saiu mais barato, porque o restante do material é pano e costura. Gastei primeiramente com essa armadura R$ 650,00, aí quando refiz algumas peças gastei em torno de uns R$ 200,00 com o material, basicamente com o material mesmo, porque nós confeccionamos sem precisar de uma costureira. Quais são os eventos que vocês participam? Luís: Ultimamente eu venho no Anime Friends e na Comic Con. No eventos do interior eu fui só no começo, mas hoje eu só participo desses. Fabricio: Eu também, assim como o Luiz venho no Anime Friends, porque nós moramos no interior, ele em São Paulo e eu em Minas Gerais, então é muito longe pra gente participar de todos os eventos, embora seja da nossa vontade, queremos mas é complicado pelo gasto com viagem, hospedagem, alimentação e os ingressos dos eventos, mas os que dão pra participar, nós vamos de coração. O que motiva vocês a continuarem fazendo o cosplay? Luís: É muito bacana você chegar num evento, colocar a roupa e já vem vinte, trinta, quarenta pessoas pedindo para tirar foto. E o pessoal fala: “deixa eu bater uma foto”, “eu sou seu fã”, "minha infância", isso é bem legal. Fabricio: Essa magia dos fãs de não nos enxergarem como dois rapazes fantasiados, mas enxergar o Jaspion e o Jiraya. Qual fã desses per-
sonagens quando crianças não sonhavam em ser esse herói? Então é como um amigo nos fala: “hoje posso ser o herói que eu quiser”, e o fato da gente vir fantasiado e o pessoal falar: “poxa, eu sou seu fã, cara, eu sou seu fã!”, isso ai é uma gratificação enorme, mesmo não tendo retorno financeiro, só o carinho e atenção que nós recebemos já estamos lucrando mais que qualquer coisa. Vocês tem algum contato em redes sociais? Luís: Eu tenho o Instagram. Fabricio: Eu tenho o Facebook: Fabricio de Menezes Cunha, eu vou tá lá na capa de Jiraya e o meu amado filho estará de super homem que foi batizado com o nome de Kalel.
*Não sabe ainda o que é Tokusatsu? Então precisa urgentemente ler a edição da Chiclete Cultural do Mês de Abril, lá a Dafine fez uma matéria bem recheada de informações, terminar de ler essa e vai lá!
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