Chiclete Cultural - Setembro 2016 - 7ª Edição

Page 1




4


Setembro 2016 - 7ª Edição pág. 10 - POESIA DA CHINCHILA Você sabe o que é Literatura? pág. 12 - A DELICADEZA DA ÁGUA

pág. 14 - KOWLOON CITY

pág. 16 - CHICLETE ENTREVISTA

Entrevista Imaginária com Candidato Honesto

pág. 20 - UNHAS STILETTO

pág. 22 - PINTANDO CAIXA DE MDF COM APARÊNCIA DE MADEIRA pág. 24 - PARTICIPAÇÃO ESPECIAL “Deve ser legal... de Daiane Ciriáco.

pág. 28 - EXTRA

“De esquecido a inesquecível” de Raphaela Ribeiro.


Colaboradores

6

CAMILA VAYDA

DAFINE MARTINS

KARINA PAMELA

Camila Vayda é educadora e ilustradora. Graduada em Educação Artística com licenciatura em Artes Visuais e em Design Gráfico. É curiosa no seguimento das artes, já que se identifica com várias delas, seu contato com as artes começou na infância através do teatro e das artes plásticas. Atualmente seus hobbies são: Quebracabeças, fotografias, seriados e quadrinhos.

Dafine Martins, nasceu em Guarulhos – SP. É estudante de artes e desde pequena se interessou por animes e isso a levou a pesquisar mais sobre o oriente, acabou se apaixonando pela cultura pop asiática, em especial pelo mangá. Seu objetivo profissional é se tornar mangaká e tem muito interesse em fazer faculdade no Japão.

Karina Pamela, estudante, mora em Guarulhos - SP. Sua paixão pela arte vem desde que era pequena. Dança e teatro são suas maiores paixões no mundo artístico. Atualmente ela é dançarina e atriz amadora, e está em busca do profissionalismo e sucesso na carreira.


KARLA CHINCHILA

ANDRÉ BIZORÃO

NATHY SANTOS

Karla Chinchila, estudante de literatura explorando todos os gêneros. Começou a desenvolveu seu gosto pela arte escrita há três anos colocando os seus ideais no papel.

Palhaço, Ator e metido a escritor. Não sabem se nasceu, estreou ou se foi abandonado na Terra por alguma nave espacial. Fundador da Cia. de Teatro Los Xerebas compartilha suas vivências artísticas com crianças e adolescentes de Guarulhos.

Nathy Santos, estudante de artes, nasceu em Guarulhos-SP. Desde pequena sempre gostou de artes plásticas. Seu objetivo é fazer faculdade de designer gráfico e também tem o sonho de se tornar uma ilustradora.

7


Colaboradores

8

VALÉRIA LIMA

CIDO CRUZ

Valéria Lima, estudante, nasceu em Lagoa de São Francisco - PI e mora há 10 anos em Guarulhos SP. Desde pequena gosta de arte e cultura, sempre foi muito ligada em moda, apaixonada por desenhos, maquiagem, estilo, teatro, fotografia e coisas do tipo. Pretende seguir sua vida profissional baseando-se nos seus gostos, e adorará ensinar e falar sobre o que já sabe.

José Aparecido Cruz - Graduado em Letras na Universidade de Guarulhos. Mediador de leitura, poeta e já atuou como Professor voluntário do pré vestibular Educafro e Escola da Família nas disciplinas de Literatura e Língua Portuguesa.


o é e O qu ? l a r u t l u C e hiclet

C

Gosta de literatura, cultura e arte? Aqui está o que você procura! O Chiclete cultural surgiu em 2015 de forma independente com o objetivo de compartilhar conteúdos inéditos e originais no formato de revista digital, trazendo informações, poesias, ilustrações, dicas e muito mais. O projeto se desenvolve a partir de estudos e pesquisa dos colaboradores tornando a revista um veículo de divulgação e difusão cultural. É lançado sempre mensalmente no primeiro final de semana do mês. Ficou curioso? Gostou? Interessou? Então curta a nossa página e se divirta com o passar de folhas da revista, contribua com o projeto compartilhando e divulgando em suas redes sociais.

Equipe do Chiclete Cultural

9


POESIA DA CHINCHILA Você sabe o que é Literatura? Por Karla Chinchila

Você sabe o que é literatura? Muitos podem automaticamente pensar em grandes nomes da história literária do Brasil e do mundo, ou até lembrar daquela aula de português na escola, mas o que significa literatura de verdade? É o que nessa matéria especial a Chinchila vem lhes contar. Primeiramente a palavra literatura significa “o exercício da palavra”, ou seja, a arte de falar sabendo expressar algum pensamento ou ideia de alguém ou alguma coisa. Mas é claro que lembrar de grandes nomes literários não está errado, mas entenda que não é apenas isso, a literatura vai além da escrita de um livro. A literatura surgiu há muitos anos atrás, quando os antigos contavam histórias em rodas, o que hoje em dia não é algo tão frequente, pois com o avanço da tecnologia, os livros estão sendo deixados de lado e a literatura passou a ser uma matéria escolar tachada pela maioria dos jovens como “chata”. Já se perguntou porque a literatura pode ser tão entediante para algumas pessoas? Isso tudo depende primeiramente de como essa pessoa foi mediada a ler, na escola por exemplo os professores as vezes não sabem mediar o aluno a leitura assim, a aula de literatura se torna “aquela” considerada a mais chata e que ninguém quer assistir. Mas não podemos culpar os professores apenas, 10

vai do esforço do aluno querer conhecer esse mundo tão incrível da leitura. Agora você já percebe que a literatura tem grandes nomes por ai, como eu disse no início, existem vários escritores que são referência no mundo da literatura, principalmente aqui no Brasil, nomes como: Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, e outros são quase que “sagrados” para quem entende de literatura, será? Já se perguntou porque eles têm tanto reconhecimento ao ponto de suas obras caírem em questões de concursos públicos? Esses escritores deixam sua marca no mundo da literatura pela sua forma de escrita, independente de qual gênero, eles mostraram seus pensamentos de uma forma nunca feita antes assim tendo seu próprio estilo, mas não é por isso que vamos deixar de lado nossos pequenos escritores, todos merecem seu reconhecimento já pelo fato de serem criativos o suficiente para expor suas ideias no papel. Agora e você? Já pensou expor suas ideias no papel? Pois não deixe a insegurança falar mais alto e lembre-se que a cultura é de todos e para todos.


11


12


A DELICADEZA NA ÁGUA Por Karina Pamela Ilustração Camila Vayda Aproveitando os esportes Olímpicos e os Paraolímpicos do Brasil, a matéria desse mês é sobre um dos esportes presentes na competição, trazendo a história, curiosidades e métodos de avaliação. Para que você, meu caro leitor, conheça um pouquinho mais sobre essa modalidade que gosto bastante. Nado sincronizado ou natação sincronizada é uma modalidade que unifica natação, dança e ginástica e acontece dentro de uma piscina ao ritmo de uma música. O nado sincronizado demanda o uso de várias habilidades por parte das competidoras como: força física, arte, precisão, flexibilidade, controle de respiração dentro da água e graciosidade. O nado sincronizado surgiu no final do século XIX começo do século XX, nessa época era denominado de Ballet Aquático, e é à partir daqui que se pode perceber o porquê da precisão e beleza das apresentações. No início, só os homens podiam pratica-lo. Porém com o tempo a mulheres ganharam o seu espaço e atualmente são as dominantes. O nome “nado sincronizado” foi utilizado somente em 1934 em uma competição em Chicago. O primeiro registro de aparição aconteceu em 1907 pelo australiano Annet Kellerman em New York Hippodrome dentro de um tanque de vidro. Em 1948 a natação rítmica tornou-se um esporte abrindo possibilidades de estudarem suas técnicas para interessados. Entretanto, num período entre 1952 a 1968 só era apresentado como esporte de demonstração. Após muito tempo, suas conquistas começaram aparecer: Em 1955 nos jogos Pan-Americanos do México, em 1973 sob o comando da federação internacional de natação (Fina), foi disputado o primeiro campeonato mundial da modalidade, em 1982 é listado como esporte oficial pelo comitê olímpico internacional e 1984 realizou-se a estreia que aconteceu em Los Angeles. O nado sincronizado é formado por dois grupos: duetos e equipe (pode ter de 4 a 9 pessoas, porém dessas nove, só oito irão participar). A competição acontece em duas partes: rotinas técnicas (movimentos estabelecidos pelos arbitrários) e rotinas livres (movimentos criados pela equipe). As piscinas são equipadas com alto-falantes para que mesmo de baixo da água as competidoras possam escutar a música. As notas vão de 0 a 10, a pontuação final é avaliada a partir das médias, ou seja, as nota mais alta e a nota mais baixa é desconsiderada, sobrando só notas medianas. Uma parte da bancada analisa a parte técnica e a outra a parte artística. Os jurados levam em consideração qualidade técnica, graça, delicadeza, sincronia dos movimentos e criação artística dos movimentos. Para que as competidoras não percam pontos, elas não podem tocar no fundo da piscina, descansar nas bordas ou olhar sem sorriso ou graça. Para ser um jurado, precisa-se ter um olhar bem detalhado; e para um atleta dessa modalidade precisa de treinamento e de muita dedicação. Se você tivesse a oportunidade de fazer nado sincronizado, faria esse esporte? 13


KOWLOON CITY

Texto e Ilustração: Dafine Martins Olá chicleteiros de plantão, vocês já pararam para pensar que estamos rodeados por produtos chineses? Lá em casa mesmo temos várias coisas com as palavras “made in china” no rótulo, como apontadores, pelúcias, utensílios domésticos e eletro eletrônicos. Não é segredo para ninguém que a China é uma potência mundial, mas embora suas cidades turísticas sejam incríveis, resolvi falar de um lugar que me chamou muito mais a atenção enquanto eu revirava a internet nas minhas pesquisas sobre o oriente. A cidade murada de Kowloon, apesar do nome o local era originalmente um forte militar que ficava em Hong Kong na cidade de Kowloon, durante a época do tratado de nanjing também conhecido como tratado de nanquim que marcava o fim da primeira guerra do ópio e cedia a rainha Vitória a posse sobre a ilha de Hong Kong por tempo indeterminado. Mas a cidade murada na época era apenas uma cidadela (com aproximadamente 700 pessoas vivendo dentro de suas muralhas), foi deixada de fora desse acordo, o lugar passou a ser ignorado pelos governos britânico e chinês. Com o passar do tempo e com a ocupação japonesa durante a segunda guerra mundial o distrito se tornou um esconderijo para criminosos de todos os tipos e vários refugiados também migraram para a cidade, não demorou para o lugar se converter em uma enorme favela vertical que se tornou famosa pelos bordéis, casas de jogos de azar e pelo auto índice de uso de drogas, o lugar foi controlado pelas tríades chinesas de 1950 a 1970. A cidade murada ficou mundialmente conhecida por ser o lugar mais populoso da História chegando a abrigar 33 mil moradores num espaço de 0,3 km² em 1980 os governos da China e da Grã-Bretanha passaram a vê-la como um grande problema sanitário após um longo e árduo processo de despejo, o amontoado de prédios começou a ser demolido, esse processo começou em 1993 e só foi concluído em 1994, no entanto alguns locais foram poupados como pedaços de

14

seu portão sul e algumas construções “yamen”, hoje em seu lugar existe o Parque da Cidade Murada de Kowloon. Embora o lugar tenha sido estereotipado como um “antro de perdição”, dois fotógrafos que frequentaram a cidade por cinco anos, disseram que mesmo sobre domínio das tríades, a maioria dos moradores vivem em paz. Eu não porquê, mas o extinto amontoado de arranha céus me chamou muito a atenção, talvez por quebrar um pouco a imagem que eu tinha de uma China intocada e imponente (lógico que eu não achava que o lugar fosse perfeito), mas foi a primeira vez que tirei um tempo pra olhar para “o outro lado da moeda”, e o resultado foi uma pulga atrás da orelha que só foi embora ao concluir esta matéria, espero que o conteúdo tenha sido interessante para vocês como foi para mim, aproveitem a revista e eu vou ficando por aqui.


15


CHICLETE ENTREVISTA Entrevista Imaginária com Candidato Honesto Por André Bizorão Entrevistador: A entrevista desse mês Da chiclete cultural É puramente imaginária Mas poderia ser real Aproveitando esse mote Da época eleitoral E pra isso, acredite Vamos entrevistar Um candidato honesto Que vai nos presentear Com seu ponto de vista Sobre o que é governar Primeiramente senhor Diga-nos o que imagina Porquê em nosso país A política desatina Chegando nesse ponto Que só resolve uma faxina Candidato:

“Veja só caro jovem Revoltar-se acho certo Mas o erro na verdade Nem chegas-te perto Aqui rouba-se desde Que o país foi descoberto”

16

O fato que perguntou Apresenta muitas respostas O político quando eleito Para o povo vira às costas Que continua na mesma Situação difícil de bosta Mas também vou dizer Que o povo não se isenta Tem culpa no cartório Quando não se orienta Escolhendo qualquer um Que melhor lhe aparenta


Poesia e ilustração inspiradas pela literatura de cordel e a xilogravura

Entrevistador:

Entrevistador:

Mas diga-me senhor Tão nobre candidato Onde se começa o erro Na eleição ou no mandato? Pois ficamos curiosos E até bem revoltados

Mas quando você diz Que o povo é culpado Por favor exemplifique Pra que fique explicado O que é que o povo faz Pra assim ser condenado

Candidato:

Candidato:

Veja só caro jovem Revoltar-se acho certo Mas o erro na verdade Nem chegas-te perto Aqui rouba-se desde Que o país foi descoberto

O que é que acontece Pra você vou responder Pois tem certas atitudes Que o povo sem perceber Na real tá colaborando Pra sociedade não crescer

Os europeus chegaram Fazendo enrolação Trocando suas porcarias Pela nefasta exploração Levando nosso pau-brasil E o ouro em sua embarcação

Quando estamos no carro E o farol então amarela Ao invés de reduzirmos Tem gente que acelera Nem importa o pedestre Que por pouco não atropela

Desde lá o que se vê É gente querendo pilhar Sair lucrando no povo Que se mata de trabalhar Pra ganhar o seu trocado E a família sustentar

Outra falta grave Que estraga isso aqui É jogar lixo no chão E sair dizendo por aí Que só tá fazendo isso Pra dar emprego pra gari

Mas de novo insisto Que tem culpa a nação Pois alguns que adormecem Sem prestar atenção Que muitos de seus erros Também são corrupção

Os exemplos não acabam De atitudes inconsequentes Poderia dar muitos outros Quase que infinitamente De coisas que alguns fazem E que prejudica nossa gente

17


CHICLETE ENTREVISTA

Entrevistador: Candidato então deixe Um recado pra terminar Porque nessas eleições Você precisa ganhar, E qual é o seu partido Pra quem quiser votar? Candidato: Infelizmente poeta Eu não existo de verdade Mas seria muito bom Se eu fosse realidade Um candidato íntegro Que tivesse honestidade Mas então eu aproveito O espaço que é dado Pra dizer o necessário E deixar o meu recado Pra que seja realidade Isso que é muito sonhado Uma sociedade perfeita Tem em todo cidadão A consciência limpa Que só age com a razão Pensando se uma atitude Não prejudica seu irmão

18

Se cada coisa que faz Puder então contribuir Facilmente os corruptos Iremos assim destruir E uma nação muito justa Iremos todos construir Mesmo que eu não exista O que eu digo é verdadeiro O certo em uma eleição É ganhar o povo inteiro E não aquele politico Que seja o mais interesseiro O meu partido é o povo E de todos devia ser Se todo mundo junto Essa lição aprender É inevitável a mudança Que só nos fará crescer


19


20


UNHAS STILETTO Texto e Ilustração Valéria Lima Você conhece ou já ouviu falar em unhas stiletto? Esse ainda não é um estilo muito adotado pelos brasileiros, não é comum se ver alguém com “unhas de gato”, e quando é visto causa um estranhamento nas pessoas mais tradicionais e conservadoras, porém, já foi muito usado nas décadas de 60 e 70. Ficou curioso para voltar no tempo e saber como é? Então chega de mistério e vamos para o que interessa. As unhas stiletto são unhas grandes e pontudas, tão pontudas como garras, suas pontas tem o formato triangular. Esse estilo é usado por divas internacionais como Adele, Lady Gaga, Beyoncé e caem como uma luva (ou espinhos) para quem tem estilo e personalidade além de realçar a sensualidade. Mas como tudo nessa vida, essa maravilha exige uma atenção especial, se você for muito sensível não recomendo o uso, pois em alguns momentos pode machucar e é muito importante tomar cuidado ao se relacionar com os demais, principalmente crianças e animais de estimação, também ao se vestir (principalmente se for meia calça fina), dependendo do seu trabalho e do tamanho da unha, pode atrapalhar se você usa com frequência o teclado do computador, fora isso os cuidados são mais estéticos. O lado bom é que este estilo de unha é o mais difícil de quebrar, pois normal-

mente elas costumam quebrar nos cantinhos e esse é um problema que você não vê na unha “stiletto”, na maioria das vezes só quebra na pontinha, porem se não afinar tanto a ponta isso será raro, mas se caso aconteça não seria nada mal uma unha “ballerina” que se semelha muito. Outro ponto positivo é que combina com todo o tipo de mãos, principalmente pra quem tem os dedos mais curtos e gordinhos que visualmente afina e alonga-os de forma considerável. Após conhecer algumas vantagens e desvantagens, que tal aprender a fazer as suas próprias unhas? É algo simples, mas aconselho que antes de fazer, as unhas estejam um pouco longas para que fiquem mais fortes. A princípio você só vai precisar de uma lixa e tesoura ou alicate, comece cortando uma pequena parte dos cantos para facilitar o próximo passo que é lixar arredondando aos poucos, a medida que você vai lixando, o formato começa a ganhar vida, vá afinando até que forme um V, prontinho! Uma dica na hora de escolher o esmalte é usar os tons mais “nudes”, pastéis ou tons foscos que substituem um pouco dessa imagem escandalosa pela elegância. Como puderam notar, não tem muito segredo, mas e vocês? o que acham? gostam do estilo? Deixem suas opiniões nos comentários da nossa página e até a próxima! 21


Pintando caixa de MDF com aparência de Madeira Texto e Fotos Nathy Santos Materiais • • • • • •

Caixa de MDF Tinta PVA Marrom Fita crepe Pincel Betume Esponja

1

1° Passo Passe fita crepe na tampa da caixa deixando um vão entre uma fita e outra, formando linhas paralelas. Repita o processo no fundo da caixa. 22

2

3

2° Passo 3° Passo Fixe bem, de forma que a Aplique a tinta PVA nos tinta não passe por baixo da vãos entre as fitas. fita.


4

5

4°Passo 5° Passo Pinte o interior da caixa Depois que a tinta PVA separa um melhor acabamencar, retire as fitas. to.

6

6° Passo Aplique o betume na caixa com uma esponja, isso fará com que a superficie tocada pelo betume fique mais clara que a tinta PVA. Dando a aparência de madeira.

Está pronta! Se preferir pode passar verniz pra conservar a sua caixinha.

23


“Deve ser legal... Por Daiane Ciriáco Ilustração Camila Vayda ...ser negão no Senegal”. Quando descobri que teria a oportunidade de viajar para o Senegal, esse trecho da música Mama África, do Chico Cesar, não parou de latejar na minha cabeça – na minha e de todos ao meu redor, que viviam me perguntando se era legal mesmo quando cheguei lá, incluindo a equipe dessa revista. Sempre achei que entendia o sentido dessa simples frase, mas precisou atravessar o Oceano Atlântico para saber seu real significado. O motivo da viagem foi um curso de dança contemporânea, com duração de duas semanas, na Escola de Areia (Ecole Des Sables), fundada por Germaine Acogny e localizada em uma vila de pescadores chamada Toubab Dialaw, a cerca de 50 km da capital do país, Dacar. A existência de uma escola de dança contemporânea, com alcance mundial, em um país africano é algo que foge da visão estereotipada que temos sobre a África. O senso comum não poderia pensar diferente, já que a nossa educação eurocêntrica e a mídia ainda reproduzem imagens de miséria, atraso, guerras e tratam o continente como se fosse um país, ignorando

24

sua diversidade e complexidade. Problemas existem, e muitos, mas há um mundo inteiro a ser descoberto na África, com muitas cores, sabores, cheiros, riquezas, valores... Mundo esse que nos é negligenciado, que não é divulgado. Foi para conhecer um pouquinho desse mundo que quis viajar. Descobri a Escola de Areia pela internet e fiquei encantada, então comecei a procurar um jeito de ir até lá. Diversos workshops ocorrem na escola, organizados pela equipe interna ou por parceiros, como a Lanla, criadora do The March, o primeiro Workshop Internacional de Técnica Acogny. Desenvolvida por Germaine Acogny, essa técnica relaciona o tradicional e o contemporâneo, e baseia toda sua movimentação e filosofia no contexto africano: no cotidiano das pessoas, suas atividades e seus símbolos (baobá, pilão, animais diversos e muitos elementos). Mostra uma África rica, forte, longe da imagem depreciativa que estamos acostumados a ver, fazendo bem à alma e à autoestima do africano. O workshop foi intenso, com mais de 8 horas por dia de aulas divididas em Sabar (dança tradicional senegalesa), dança tradicional do Togo, Dança Contemporânea, Balé Acogny, Criação e claro, Técnica Acogny, que deriva de todas essas danças. Mas não eram aulas convencionais, éramos convidados a sentir e a vivenciar experiências diversas e para isso algumas


aulas ocorreram na floresta, em meio aos baobás, na praia, nas áreas externas da escola. Fizemos também passeios para cidades próximas e para o centro de Toubab Dialaw, a fim de conhecer o chefe da comunidade e as atividades que a população realiza (pesca e comércio, principalmente). Com tudo isso, o The March é muito mais que um curso de dança: é uma imersão a essa realidade que, a princípio, nos parece tão diferente e distante.

Vivência com os baobás – The March 2016. Foto de Lanla

Abraçando o baobá: um ou mais participantes transformam-se em baobá e devem criar raízes, resistir, enquanto os demais os abraçam e escorregam em direção ao solo. Foto de Laure Malecote

A organização do curso nos faz experimentar um pouco da vida das comunidades de Toubab Dialaw: os alojamentos da escola são divididos em vilas e cada uma tem seu chefe, responsável por organizar atividades e ajudar seus membros com eventuais problemas. Os bangalôs eram divididos entre no máximo três pessoas e as atividades eram realizadas em conjunto, fazendo-nos sentir parte de uma verdadeira comunidade formada por 47 pessoas de todos os continentes. As refeições eram inspiradas na alimentação local: a base é o arroz, mas no lugar do feijão eles usam molhos com cebola e tomate. A comida é apimentada e com tempero mais forte que a brasileira. Como estávamos numa vila de pescadores, peixe era a carne mais consumida (também tinha frango, carne de vaca e de carneiro). Suco de hibisco, gengibre e de fruto de baobá, localmente chamado

25


de bouye (lê-se “buí”) acompanhavam as refeições.

Participantes do The March 2016 na Escola de Areia, Senegal. Foto de Siaka Traore

Depois do curso, tive tempo para visitar Dacar, capital e maior cidade do Senegal. A primeira impressão pode ser traumática: o aeroporto internacional é pequeno e rodeado por pessoas oferecendo serviços como táxi, câmbio e chip de celular. É preciso estar atento porque a cultura da barganha lá é muito difundida, não se pode aceitar o primeiro preço das coisas, tudo se negocia. Eu, desavisada, paguei um valor bem mais alto no primeiro táxi, só depois aprendi a negociar. Dacar é uma cidade grande e tem de tudo: centro comercial e financeiro, com prédios, bancos, lojas e mercados de rua; áreas nobres, com bares, hotéis, danceterias e restaurantes caros; cidade universitária,

26

com estudantes em roda conversando ou caminhando com livros e mochilas; periferias com problemas de saneamento e de infraestrutura; museus e lugares turísticos como praias, a Ilha de Gorée (onde pessoas capturadas eram vendidas para serem escravizadas no continente americano), e o Monumento da Renascença Africana, que representa a força de um povo e sua libertação, entre tantas outras coisas. Um capítulo à parte dessa viagem foram as pessoas, tanto em Toubab Dialaw como em Dacar. Começando pelas vestimentas: homens de batas, mulheres com conjunto de saia longa e blusa com mangas curtas, com muitas cores e estampas. Muitas cores e muitas estampas. De encher os olhos. Por ter tradição muçulmana, vemos muitas mulheres de véu e com o corpo pouco a mostra. Mas, como disse que há de tudo por lá, vemos pessoas com calça jeans, roupas curtas e regata, inclusive as mulheres. Há liberdade para fazer o que quiser nos cabelos, como tranças (muitas mulheres usam cabelo colorido artificial para trançar junto ao natural), dread locks, natural ou perucas (é comum as mulheres trocarem de peruca, de acordo com a ocasião). A variedade é incrível e impressiona. E o mais chocante pra mim, apesar de óbvio: as pessoas são negras, em sua maioria esmagadora. Para onde olhava, havia muitos negros: nas ruas, nas propagandas, nas capas de revistas, nos outdoors, nos programas de televisão. Lá, não percebi


problemas de representatividade da população ou que haja discriminação por sua cor e seus costumes, nem questões para formação da identidade negra. As pessoas são negras, sabem disso e é libertador poder ser você mesmo e se orgulhar, sem medo ou preocupações. Com isso, apesar dos problemas existentes (como desigualdade), finalmente entendi que sim, é legal, e muito, ser negão no Senegal.

Outdoor em avenida de Dacar. Foto de Daiane Ciriáco

Para saber mais: Escola de Areia: http://ecoledessables.org/en/ Lanla: http://www.lanlamove.com/ Germaine Acogny: http://omenelick2ato.com/danca/ GERMAINE-ACOGNY/

Daiane Ciriáco é geógrafa, pesquisadora sobre cultura afro-brasileira e dançarina nas horas vagas (e em todas as outras).

27


De esquecido a inesquecível Por Raphaela Ribeiro O Mirante 9 de Julho localizado atrás do MASP, oferece a você um centro cultural com música, arte, cinema ao ar livre, comida e café. Aberto de terça a domingo das 10h às 22h com entrada gratuita. Não importa o dia ou o horário, o mirante é uma ótima escolha para um happy hour ou até mesmo um co-working. Essa relíquia paulistana foi inaugurada em 1938 e tem uma bela vista da caótica São Paulo, passou 76 anos abandonada pela prefeitura e esquecida pela popula28

ção. De antro de drogas e de viciados em crack em 2000 a um espaço multicultural, o túnel da Avenida 9 de Julho passou por algumas turbulências e foi reaberto em agosto de 2015, com um novo propósito. Durante o dia o mirante é aberto como ponto de encontro para trabalhos, reuniões e paletras. Um “co-working” sem taxa e sem frescura, um lugar para quem precisa de um espaço no dia: mesa, internet e café. Durante a noite o espaço se transforma em cinema e palco


para shows. Com as históricas escadarias como assento, estilos se misturam, e as programações temáticas que envolvem muita cultura chamam a atenção de crianças, pais, jovens e de todos aqueles que estiverem passando pela rua. Se a fome bater, o espaço conta com café e restaurante que tem um chef novo convidado todo mês om um cardápio autoral. Uma das organizadoras do projeto, a produtora cultural Lira Yuri, impôs somente duas regras aos convidados: A de que devem criar opções vegetarianas e que o valor seja acessível. O teto do preço dos pratos do cardápio é R$20,00. O Mirante 9 de Julho é um centro no centro de tudo, um lugar que celebra a ocupação de lugares públicos com um propósito cultural. Um lugar improvável, como só essa cidade sabe ser.

Raphaela Ribeiro, 16 anos, estudante e futura jornalista.

29


chiclete.cultural@gmail.com Chiclete Cultural


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.