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Junho 2016 - 4ª Edição pág. 10 - POESIA DA CHINCHILA A arte de viver e Hai Kai.
pág. 12 - AMOR PELA DANÇA
Relato sobre a experiência com a Dança.
pág. 14 - WHITE DAY
Dia que os rapazes presenteiam as moças, em agradecimento aos presentes do Dia dos Namorados.
pág. 16 - CHICLETE ENTREVISTA
O Chiclete Cultural entrevista Janethe Fontes, escritora da Cidade de Guarulhos.
pág. 22 - FASHION WEEK CAIPIRA
Conheça alguns looks pra usar na festa junina.
pág. 24 - STREET WORKOUT Treinos adaptados para ruas, praças, casas... pág. 28 - BALÃO EM DOBRADURA
Aprenda a fazer um balão com apenas uma folha de papel.
pág. 31 - PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Receitas de Festa Junina: “Maçã do amor e Pipoca Doce” - Heliene Leal
pág. 34 - FESTA JUNINA E QUADRILHA.
pág. 36 - EXTRA
“Com vocês: 1,2,3 Brasil!” de Caroline Correia.
Colaboradores
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CAMILA VAYDA
DAFINE MARTINS
KARINA PAMELA
Camila Vayda é educadora e ilustradora. Graduada em Educação Artística com licenciatura em Artes Visuais e em Design Gráfico. É curiosa no seguimento das artes, já que se identifica com várias delas, seu contato com as artes começou na infância através do teatro e das artes plásticas. Atualmente seus hobbies são: Quebracabeças, fotografias, seriados e quadrinhos.
Dafine Martins, nasceu em Guarulhos – SP. É estudante de artes e desde pequena se interessou por animes e isso a levou a pesquisar mais sobre o oriente, acabou se apaixonando pela cultura pop asiática, em especial pelo mangá. Seu objetivo profissional é se tornar mangaká e tem muito interesse em fazer faculdade no Japão.
Karina Pamela, estudante, mora em Guarulhos - SP. Sua paixão pela arte vem desde que era pequena. Dança e teatro são suas maiores paixões no mundo artístico. Atualmente ela é dançarina e atriz amadora, e está em busca do profissionalismo e sucesso na carreira.
KARLA CHINCHILA
ANDRÉ BIZORÃO
NATHY SANTOS
Karla Chinchila, estudante de literatura explorando todos os gêneros. Começou a desenvolveu seu gosto pela arte escrita há três anos colocando os seus ideais no papel.
Palhaço, Ator e metido a escritor. Não sabem se nasceu, estreou ou se foi abandonado na Terra por alguma nave espacial. Fundador da Cia. de Teatro Los Xerebas compartilha suas vivências artísticas com crianças e adolescentes de Guarulhos.
Nathy Santos, estudante de artes, nasceu em Guarulhos-SP. Desde pequena sempre gostou de artes plásticas. Seu objetivo é fazer faculdade de designer gráfico e também tem o sonho de se tornar uma ilustradora.
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Colaboradores
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VALÉRIA LIMA
VICTOR BIS
CIDO CRUZ
Valéria Lima, estudante, nasceu em Lagoa de São Francisco - PI e mora há 10 anos em Guarulhos SP. Desde pequena gosta de arte e cultura, sempre foi muito ligada em moda, apaixonada por desenhos, maquiagem, estilo, teatro, fotografia e coisas do tipo. Pretende seguir sua vida profissional baseando-se nos seus gostos, e adorará ensinar e falar sobre o que já sabe.
Victor Bis, nasceu em Guarulhos-SP. Sempre gostou de esportes e artes marciais, com 11 anos começou a praticar capoeira no projeto do ICC (Instituto Criança Cidadã) e participou de provas de atletismo no mesmo projeto, com 14 anos começou a fazer musculação e continua praticando até hoje. Seu objetivo é se tornar um profissional renomado na área de esportes e nutrição. Atualmente está encaminhando seus conhecimentos para isso, mas seu foco nesta revista é compartilhar informações importantes e impactantes para quem gosta de diferentes tipos de esportes.
José Aparecido Cruz - Graduado em Letras na Universidade de Guarulhos. Mediador de leitura, poeta e já atuou como Professor voluntário do pré vestibular Educafro e Escola da Família nas disciplinas de Literatura e Língua Portuguesa.
o é e O qu ? l a r u t l u C e hiclet
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Gosta de literatura, saúde, bem estar, tecnologia, cultura e arte? Aqui está o que você procura! O Chiclete Cultural surgiu em 2015 do ideal de algumas pessoas, com o objetivo de compartilhar seus conhecimentos culturais, trazendo informações sobre determinados assuntos de acordo com o conhecimento dos colaboradores. O projeto desenvolve um estudo e a revista é um veículo cultural. A revista a cada mês traz diversos assuntos sobre essas áreas. Gostou, interessou, curtiu a página? Então agora é só se divertir com o passar das folhas e compartilhe!
Equipe do Chiclete Cultural
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POESIA DA CHINCHILA Poesia e ilustração Karla Chinchila A Arte de Viver Escrever é uma arte errar também faz parte aprender e reescrever continuando no combate. Para a cultura ensinar com carinho e amor ensinando a valorizar a arte que liberta a dor. Entre poesias e poemas livros de aventura com princesas encantadas e cavaleiros de armadura. Começamos a descobrir um mundo desconhecido longe da realidade mas junto da criatividade. Que nos faz fugir um pouco desse nosso cotidiano onde deixar tudo por fazer e sentar apenas pra ler. Mas na imaginação não da pra se morar temos que seguir em frente e a vida aproveitar pois o que á torna divertida é o caminho que vamos trilhar. 10
Hai Kai Da árvore que nasce o papel liberta as asas da imaginação deixando a criatividade sem limite. A brisa do vento leva junto à imensidão os sorrisos dos poetas. No brilho do luar carrega a inspiração dos libertadores da vida.
AMOR PELA DANÇA Por Karina Pamela Fotografia Henrique Toledo Nesse mês de junho, mês dos namorados, vou compartilhar com vocês um amor que tenho. Não é crush, amor platônico ou coisa do tipo. O meu amor é pela arte, especificamente pela dança. Falarei da minha experiência num curso que fiz de dança contemporânea. A princípio assistir as apresentações de dança ao vivo ou pela internet já me encantava, e ter a oportunidade de aprender, vivenciar e apresentar foi magnífico. No começo percebe-se a variedade de pessoas no curso com suas variadas idades, tamanhos, estilos, gostos, histó12
rias, entre outros. Essa variedade que a dança contemporânea tem é muito bacana, já que ela não cria um padrão de idade ou estatura, respeitando as pessoas e suas facilidades, dando a chance de cada um mostrar o seu melhor, sua bagagem no decorrer do curso. A oportunidade de se autoconhecer, conhecer os seus limites e a ligação que temos com o nosso corpo é muito importante. Esses momentos são vivenciados nos exercícios de improviso que dão a chance de cada pessoa mostrar seu talento, sua personalidade, mostrar
quem você é quando sente o ritmo da musica entrando pelo ouvidos e passando por cada parte do corpo, ensaiando em forma de movimentos que às vezes só quem faz entende. Olha, sou suspeita para falar, mas é lindo e mágico. Cada pessoa chama a atenção com a sua individualidade, e mesmo que os movimentos sejam iguais ao do parceiro, o diferencial é visível e o melhor é o sentimento que se transmite enquanto dançamos. Um fato curioso é que na dança existem elementos essenciais que são praticados e nem notamos: fluidez; articulação; expansão e recolhimento, saltos, giros e deslizes. Esses elementos são muito usados em todos os tipos de dança. A dança (como em todas as artes) tem o objetivo de falar de algo que nos incomoda, expor opiniões, críticas, ideias, angústias e alegrias do artista que precisa ser compartilhada com o publico através da ilustração, música, atuação, pintura, poema entre outros. A oportunidade que tivemos (eu e a minha turma), de demonstrar isso foi na apresentação final, mostrar ao público o que aprendemos. Cada grupo com seu respectivo tema, baseado em sentimentos. Por mais que o tema fosse elemento e sentimento eles transmitiam outras mensagens também, o que acaba sendo mais interessante e curioso. Chegou o dia! O nervosismo, a ansiedade a vontade de dar o melhor de si para os familiares como para as pesso-
as que nunca tínhamos visto, mas que naquele momentos elas são especiais. Cada sentimento, cada esforço e dedicação teve para fazer dessa apresentação inesquecível. No final como sempre vem aquele aperto no coração por que acabou. Mas para algumas pessoas surge uma faísca por querer saber mais, vivenciar mais, apresentar mais e entrar nesse mundo misterioso e subjetivo. A faísca da chama do conhecimento da magia que é a dança contemporânea, que é a arte.
WHITE DAY
Texto e Ilustração: Dafine Martins Junho é mês preferido para aqueles que adoram o clima das festas juninas, mas para os românticos tem o dia dos namorados. No oriente o dia de São Valentim é comemorado no mês de Fevereiro, que tem como tradição as garotas presentearem os rapazes com chocolates, (mas isso qualquer casal romântico faz, certo?). É por isso que vou apresentar a vocês o White Day (em português, dia branco). Essa comemoração surgiu no Japão após um esforço de marketing coordenado por um fabricante de marshmallow em 1978, a empresa vendeu a ideia de que os garotos deviam presentear as garotas com marshmallows como forma de agradecimento pelos chocolates que ganharam no dia de São Valentim, por isso, o feriado foi chamado de “Dia dos marshmallows”, mas posteriormente foi mudado para “White Day”. Como a ideia ganhou muita força, as empresas fabricantes de chocolate perceberam que podiam lucrar em cima disso também e começaram a vender a ideia de presentear as garotas com chocolate branco (o que na minha sincera opinião é bem mais romântico).
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Esse evento é comemorado no dia 14 de março no Japão, Coreia do Sul e Taiwan. Hoje em dia os rapazes presenteiam as moças com chocolates, marshmallows, doces e também com outras coisas não comestíveis, como: ursinhos, acessórios, roupas,etc. A data é retratada em alguns animês shoujo (romance para meninas), demonstrando a importância deste feriado culturalmente. Pessoalmente a ideia deste feriado é fofa e romântica. As pessoas presenteando as outras que foram gentis o suficiente para pensar nelas no dia dos namorados, isso cria um clima de fraternidade, mas e aí leitor? Você acha que uma data como essa daria certo aqui no Brasil?
Akai ito “o fio vermelho do destino” Akai ito significa literalmente fio vermelho, e é uma lenda de origem chinesa que se espalhou por toda a Ásia, tendo várias versões em diferentes países, mas com certeza as mais famosas são as do Japão e da China. Na China, conta-se que, a divindade a cargo do fio vermelho é um antigo deus lunar “casamenteiro” chamado “Yuè Xià Lãorén” (constantemente abreviado para “Yuelao”) representado por um velho, que só aparece sob o luar. A lenda conta que quando alguém nasce, os deuses amarram um fio vermelho invisível para os humanos em seu tornozelo que o liga com a pessoa que está destinada a ser sua alma gêmea, acredita-se que quanto mais longo o fio for, mais tristes e distantes as pessoas destinadas estarão, quanto mais curto ele for, mais perto e mais felizes estão as
pessoas destinadas a ficarem juntas. E mesmo que passemos por vários amores só seremos realmente felizes quando encontrarmos a pessoa destinada a dividir o resto de sua vida conosco. No Japão o fio está atribuído ao dedo mindinho das pessoas, essa lenda se tornou parte importante do folclore do país e deu origem a um juramento muito simples chamado "Yubikiri Genman", que é feito quando alguém promete algo para outra pessoa, elas juntam os dedos mindinhos e cantam o seguinte versinho: “ uso tsuitara hari sen bon nomasu yubi kitta”, que em uma tradução livre significa: “se eu estiver mentindo engolirei 1000 agulhas e cortarei o meu dedo”, o objetivo do juramento é fazer com que a promessa seja cumprida.
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CHICLETE ENTREVISTA O Chiclete Cultural entrevista Janethe Fontes, escritora da Cidade de Guarulhos.
Quem é a escritora Janethe Fontes? Ô perguntinha, né?! (risos) Sou uma pessoa simples, gosto da natureza, de animais, da minha família, de uma boa música, de ler e escrever! Enfim, acho que é isso! Por que você se tornou escritora? Eu acho que não tem muita explicação, porque essas coisas, esses desejos, essas afinidades surgem, mas a gente nunca sabe explicar exatamente. Às vezes as pessoas são irmãs e, mesmo assim, uma tem gostos e vontades totalmente diferentes da outra; então, ser escritora é como qualquer outra profissão... não é fácil justificar essa escolha, não fica muito claro o motivo. Se pudesse dizer um motivo, seria o gosto pela leitura e de como isso me direcionou. Enfim, acho que não tem explicação.
“...Acho que a inspiração está em tudo mesmo, principalmente na leitura...”
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Na infância você lia muito? Então, naquela época, a realidade era muito mais complicada, pois não tinha essa imensidão de livros que tem hoje e o acesso era muito precário. Então me lembro como leitora a partir dos doze ou treze anos de idade e da biblioteca da escola. Livros e gibis até tinham, mas, para os pobres, era difícil comprar, porque entre o feijão, o arroz e o livro, é claro que o feijão e o arroz ganhavam essa competição sempre! Você tem um livro favorito? E escritor? Não, são muitos e se fosse citar, teria de fazer uma lista, e ela seria imensa! Eu comecei pelo Érico Veríssimo, e esse escritor talvez tenha influenciado minha vontade de escrever, a partir do encantamento de seu livro. Enfim, são tantos escritores, tantos clássicos e contemporâneos tão bons, que acho que é uma sacanagem citar somente um.
Quais são os seus hobbies? Além de ler, escrever e ouvir musica, ultimamente não ando fazendo muita coisa, não dá tempo nem de fazer exercícios! O meu mantra tem sido assim: “Quando terminar esse livro, vou fazer exercícios; quando terminar esse livro, vou fazer exercícios...”; só que quando termino um livro, embarco em outro. (risos) Você tem alguma inspiração? Acho que o escritor é como uma antena... Na verdade, alguém já falou isso, mas me lembro de falar isso antes de conhecer a citação original. Porque a inspiração não está em um só lugar, e sim em muitos. E, ai, é engraçado, de repente uma música, uma conversa e a gente sai captando. Às vezes não percebemos nada, mas creio que as ideias se juntam lá no inconsciente e desabrocham depois. Acho que a inspiração está em tudo mesmo, principalmente na leitura. Penso que existe algo de errado com o escritor que não lê. Porque a leitura não serve só para inspirar, mas, sobretudo, como fonte de conhecimento. Senão, como alguém vai escrever sobre algo que não conhece? Então, no mínimo, deve-se ler muito. Quais são as suas maiores dificuldades na hora de escrever? Vocês podem achar que é mentira, mas eu não tenho dificuldade na hora de escrever. Adoro fazê-lo e acho que por muito tempo eu fui mais de escrever do que de falar. Sempre fui muito tímida, então foi muito difícil para eu chegar nesse estágio em que estou. Ralei muito, tomei muito calmante,e ainda tomo (risos). Apresentar algo ao vivo, é ainda um desafio enorme para mim. Geralmente, os tímidos são mais reprimidos e a escrita, de alguma forma, nos socializa.
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CHICLETE ENTREVISTA
Como você costuma idealizar os seus personagens? Essa é outra coisa que o pessoal pensa que é mentira, mas não é não! Você vai escutar isso de vários escritores: os personagens surgem! Os coadjuvantes até dá pra dizer: “-esse. vou fazer moreno; esse, mais fortinho. etc…”, mas os principais surgem e ficam lá te azucrinando até o momento em que passam para o papel, de forma que a impressão que você tem é de que eles realmente querem criar vida. Eu também não sou do tipo que tem uma ideia hoje e já tem que escrever; geralmente quando estou desenvolvendo um livro, as ideias surgem sucessivamente e eu as deixo amadurecendo em algum lugar da minha cabeça. Teve uma colega que diz fazer quatro, cinco, seis livros de uma vez só e todos com histórias diferentes. Aí, eu digo: Gente, ela é louca, mais louca do que a maioria dos outros que eu conheço! (gargalhadas) A minha loucura é um só! Pois só quando termino um, aí sim eu parto para outro, pra não haver confusão de personagens.. acho que a cabeça pode se confundir.
Como você vê o seu trabalho? Ainda muito pouco reconhecido, assim como a maioria dos escritores nacionais contemporâneos. Parte do problema se deve ao fato da gente viver num país de não leitores. Saiu uma pesquisa, que diz que aumentou um pouco a quantidade de leitores no Brasil. Se não me falha a memória, era de aproximadamente 4,60% e aumentou para 4,86%. Então, tá aumentando, mas eu nem sei se isso é motivo pra gente comemorar, por que se tirar a bíblia, livros de auto ajuda, didáticos, que são educativos, e os clássicos, que são obrigatórios, essa porcentagem deve cair para menos de 1%. Quando você percebeu que queria ser escritora? Costumo dizer que a sementinha foi plantada muito cedo, quando eu comecei a ler, mas não me sentia capaz de ser escritora. Para mim, ser escritora era algo de outro mundo, ainda mais naquela época. Como romancista o que você tem a dizer sobre as mulheres escritoras? São muitas e menos reconhecidas ainda. A princípio, parece que são em maior quantidade do que os homens, mas quando você vai para um evento como a Flip ou bienais de livros, você percebe que tem muito mais homens entre os convidados... Enfim, falta muito reconhecimento. Mas a cultura do nosso país ainda precisa ser mudada... enquanto tivermos essa cultura machista dominante, não irá mudar... Mas. olha, sinceramente... tá piorando a situação, então tá meio sem luz no final desse túnel. Qual o seu ponto de vista sobre a carência cultural dos jovens de hoje? Eu acho que a carência cultural é tão abrangente
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em nosso país... talvez o erro esteja realmente na educação, que é uma das principais ferramentas que se tem para melhorar isso. O jovem é imediatista e isso é normal de todo jovem, então ele é fisgado para aquilo que tá aparecendo no momento. E a cultura não é imediatista, é atemporal; é algo que você precisa começar na infância e deve ir evoluindo conforme vai envelhecendo. E como você não vê a cultura sendo disseminada desde a infância, então esse jovem não foi fisgado durante a idade infantil, e vai ser fisgado por algo imediatista na adolescência, tornando a evolução disso depois bastante complexa... Não vejo nada que possa mudar isso a não ser uma revolução mesmo; não com armas, mas sim uma revolução cultural. Como se inicia uma revolução cultural num país como o Brasil, onde, recentemente. aboliram o ministério da cultura e você ainda vê escritores e artistas que acreditam que está tudo bem?! É, é isso mesmo! (neste ponto, a entrevistada suspira profundamente, antes de prosseguir:) Bem, como sabemos, o ministério da cultura voltou, mas ele voltou justamente pela pressão. Porém, até que ponto esse ministério da cultura vai ter influência num governo onde nem queriam que ele estivesse ali, e que só está pela pressão do povo? Você gostaria de ter uma obra adaptada para o cinema? Qual? Eu acho que todo escritor gostaria. Mas, no Brasil, você ter um livro adaptado para o cinema é quase um milagre. E embora recentemente tenha saído a notícia que o livro da Carina Rissi - que conheci rapidamente na Bienal do Livro de São Paulo - vai ser adaptado, a verdade é que é muito raro isso acontecer.... Eu acho que daria um bom filme o meu primeiro livro, Vítimas do Silencio, e o terceiro, por ter uma pegada mais policial, de suspense,
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CHICLETE ENTREVISTA
que a galera mais jovem gosta. Mas sonhar com isso no Brasil é um caminho pra frustração. O que você tem a dizer para os jovens que pretendem ser escritores? Eu gostaria muito de poder dizer: Venham!. Mas estou há quase oito anos nisso, e sei que é um mercado difícil. Já foi muito mais, então, posso dizer que a coisa, de alguma forma, tá um pouquinho mais fácil. Mas uma coisa é você querer escrever por escrever... Se você quiser ser escritor para um dia viver da literatura, ai não é fácil não, é um longo caminho. Isso para quem consegue, por que tem inúmeros escritores, com diversos livros lançados, que hoje não podem se dar ao luxo de viver da literatura. Como é que vamos viver da literatura em um país de não leitores e que não dá valor à escrita nacional? É muito complicado. Escrever por prazer e colocar numa plataforma tipo o watpad, é bacana. Tem também a Amazon. Mas pra conseguir publicar através de uma editora
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grande, tem de ter muita paciência e fazer um trabalho direito...Pesquisar muito sobre o tema que vai escrever... E não vai querer escrever um livro hot com 15 anos, né? Eu acho bastante lamentável ver meninas, que se dizem escritoras, confundindo totalmente as práticas do BDSM com violência doméstica e sexual.... porque falta pesquisa... Então, vai estudar um pouquinho, porque é muito complicado..., O cara dá um monte de tapas na mulher e isso é colocado como romântico? Isso não é romântico nunca! ...Ai, você vê jovens de quinze, dezessete anos dizendo: Ai. que lindo? Eu quero um homem desse!! Eu não quero um homem desse nem me pagando. Mas a gente vê no watpad e na Amazon muitos livros assim. Então pesquise bastante, antes de fazer um trabalho, porque é muita responsabilidade. Recado aos leitores. Vou aproveitar para vender meu peixe (risos). Estou em todas as redes sociais, é só procurar por Janethe Fontes. Estou no facebook, no twitter, instagram; e tenho também um blog, que está meio desatualizado, mas de vez em quando eu dou uma passeada por lá e coloco alguma coisa. Lá no blog, eu não falo só de livros não, pois embora eu adore falar de literatura, tenho outras abordagens. No facebook, tem a fanpage da Janethe Fontes escritora, para quem quiser acompanhar só literatura, mas tenho também o meu perfil pessoal, onde falo sobre política, sobre violência contra mulher e várias outras coisas que eu acho importante falar. Então quem quiser me seguir, estou em várias redes sociais. E tem também as páginas dos meus livros no facebook: Vítimas do Silencio, que é o meu primeiro livro e aborda violência sexual, Sentimento Fatal, que aborda o ciúme, a paixão e a violência doméstica, e O Voo da Fênix, que é um
livro de suspense. Tem também a página do meu outro pseudônimo, mas eu não vou falar agora porque esse pseudônimo ainda está sendo construído e terá a carreira dele, independente da minha. Com esse segundo pseudônimo, tenho mais dois livros lançados e estou escrevendo o terceiro.
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FASHION WEEK CAIPIRA Texto e Ilustração Valéria Lima Eita que o mês de junho chegou e de brinde vem as festas juninas, você já pensou no que vai vestir ou calçar? E que penteado vai aderir? Hmmm, nem havia parado para refletir não é mesmo? Que tal embarcar nas dicas do Chiclete Cultural?! Como tradição visual as pessoas costumam frequentar as quadrilhas com fantasias de caipira (sem estereótipo é claro), pois os caipiras sempre vestem suas melhores roupas quando vão sair, até porque não há nada remendado e muito menos cafona em suas vestes, muito pelo contrario, é pura elegância. Pelas meninas é muito comum o uso dos vestidos coloridos, especialmente com estampa de chita, as tranças no cabelo e bolinhas de sardas nas bochechas que não podem faltar. Mas não são só as meninas que se preocupam com o visual, os meninos também se saem excelentes caipiras com blusas de estampa xadrez, calça jeans e até chapéu de palha. E quem acha que menino não usa maquiagem se engana, pois a barba falsa é muito comum e fica um charme! Atualmente toda essa caracterização ainda é muito utilizada, mas com o
passar do tempo as modas e costumes se reinventam, dando lugar a novos estilos, tanto é que já não são todas as meninas que usam vestido, o famoso estilo country faz um sucesso com a garotada, com vestes quem consistem em camisa xadrez (algumas meninas usam as camisas amarradas acima do umbigo), calça, saia ou short Jeans, bota, e claro que o chapéu é essencial. Agora uma dica super bacana pra quem gosta de ousar, é apostar em looks com franjas que estão em alta, tanto em calçados quanto em blusas e dão um ar super descolado ao seu visual. Não se acanhe, use e abuse de combinações diferenciadas, inclusive as 3D, com flores, brilhos, rendas, bordados(...) experimente mesmo, até porque o segredo de um look ideal para cada pessoa é misturar diferentes referências em que cada um se identifica, assim construindo seu estilo próprio. Eita lasqueira, depois dessas dicas não tem erro, agora é só pegar suas botas e divertir - se!
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Street Workout Por Victor Bis Já se imaginou treinando em praças ou até mesmo na rua da sua casa? Esta atividade é chamada de Street Workout (Treino de Rua) ou Calistenia. Este tipo de treino baseia-se em exercícios similares ao de outros treinos, como: musculão, treinameno funcional, etc; Mas é adaptando para treinar na rua ou até mesmo em casa. Com a origem na ginástica sueca, os exercícios do Street Workout são geralmente feitos em uma barra fixa, paralela, placas com suporte de aço, em seu parceiro de treino, etc. Você deve ter se perguntado: Como assim no meu parceiro de treino? Alguns exercícios do Street Workout você usa seu parceiro de treino como peso ou apoio para a execução de determinada tarefa física, pois o esse treino é feito de forma criativa para transformar itens do seu cotidiano em aparelhos para exercícios. Esta modalidade de treino está ganhando força com o passar do tempo e já é praticada em aproximadamente 90 países, com competições nacionais e mundiais na categoria. No Brasil o Street Workout ainda não tem tanta força como outras modalidades de exercícios, mas daqui algum tempo poderemos ver essa categoria adaptada para academias, pois, aqui
no Brasil começamos a ter atletas no meio desse esporte para nos representar mundialmente. A prática do Street Workout trás ganhos de massa muscular, perda de gordura, impulsão, resistência, explosão, coordenação, equilíbrio e força, mas para compensar todos esses benefícios os exercícios avançados de Street Workout exige muito de seus praticantes, pois algumas execuções são arriscadas e difíceis de se fazer. Este tipo de treino utiliza uma mistura de exercícios, trazendo execuções derivadas de outros esportes, como a parada (circo), flexão (musculação), etc. Por esses e outros motivos esta é uma forma de treino bem completa para quem foca em ter um bom corpo e habilidades físicas excepcionais. Este é mais um tipo de treino para você que muitas vezes ignora atividades físicas por causa da rotina da academia. Se não gostar de academia vem pra calistenia e chega de desculpas. Existem grupos de Street Workout no Brasil, então antes de entrar de cabeça neste treino, procure um desses grupos, pois neles terão profissionais preparados para te instruir sobre como executar este tipo de treino.
Referencias Bibliográficas http://www.ebc.com.br/esportes/2015/01/conheca-o-street-workout-treino-de-rua-que-exige-muita-forca http://www.30tododia.com.br/featured/mauro-yoshida/ calistenia-ou-streetworkout-saiba-tudo-sobre-essa-nova-atividade/ 24
Salvando seu paladar
Cansou de comer sempre as mesmas coisas na dieta? Dá uma olhada nesta dica! No clima da festa junina, vamos comemorar de forma saudável, então hoje ensinarei uma receita de uma deliciosa Canjica Light.
Ingredientes:
250 g de milho para canjica 3/4 xícara (chá) de leite em pó desnatado 2 xícaras (chá) de leite desnatado 1/2 xícara (chá) de adoçante granular 1/2 vidro de leite de coco light 2 canelas em pau 2 cravos-da-índia 1/2 colher (sopa) de margarina light
Modo de preparo: Em um tigela coloque os grãos da canjica de molho na água por 12 horas. Depois das 12 horas, coloque os grãos em uma panela de pressão e cubra os grãos com água, coloque para cozinhar em fogo alto e quando a panela pegar pressão, deixe por aproximadamente 30 minutos, em seguida, desligue o fogo e espere sair toda a pressão da panela, veja se os grãos estão cozidos e macios, se não volte a panela ao fogo baixo por 7 minutos. Quando os grãos estiverem cozidos, escorra a água da panela e retire os grãos. Em uma panela aberta, coloque o leite desnatado, o leite em pó desnatado, o adoçante, o leite de coco light, e misture, em seguida acrescente os grãos de canjica cozidos e mexa. Por último adicione a margarina junto aos outros ingredientes e leve a panela ao fogo médio por 10 minutos, durante todo o tempo não pare de mexer. Após todo esse trabalho divirta-se com o seu prato de festa junina, só não vai pular fogueira e se queimar, pois perderá dias de treinos. 25
Poetas de Guarulhos Festa Junina Junho é tempo de festa Santo Antonio é o casamenteiro faz as estrelas brilharem nos sonhadores olhos brejeiros das meninas vestidas de chita no céu um imenso clarão como se fossem milhões de balões a clarear a terra sofrida a fogueira estalando a fumaça subindo para o firmamento como um invisível corrimão vai buscar para a festa São João o santo festeiro e trás como ele o cheiro da batata doce do quentão, do curau ,do pinhão e como ele vem o inverno o povo com frio pede asilo para a generosa fogueira os rojões de varetas contam o céu como se fossem um grande chapéu que a todos abriga e mostra a direção vai buscar para a festa o santo das chaves o grande guardião e está feito o tripé, a consagração para que o inverno seja farto e para manter a tradição que vieram com nossos ancestrais e motivo de celebração que a terra nos de fartura e na mesa de cada um não falte o pão para que no próximo ano todos estejam bem para festejarmos Santo Antonio São Pedro e São João
Cido Cruz Junho/2016
Marvada Hoje logo que acordei Arrecebi uma carta, Meus óculo não achei, Mas eles não me “feiz farta”. Uma carta “perfumada” Que “aumento” o meu ciúme. Eu sei que era da “marvada” Só por causa do perfume. Fiquei sentado na cama Pensando “cos” meus botão: “Será que ela ainda me ama, Ou é tudo enganação?” Quero saber a verdade, Matuto, mas não consigo, “Será que ‘tá” com saudade Ou ‘tá’ mangando comigo?” Aquela “marvada” assim “aumento” meu “padecê”, “mandô” uma carta pra mim Sabendo que não sei “Lê”.
Castelo Hanssen
Retirante Sô cabra qui vim di lá, Pôcu tenhu pa falá, Mai muitu u qui fazê, Só ficu aqui pus fio cumê Cheguei aqui sem nada, Só cum a rôpa du côrpu, I oitu mininu pa criá. É rim essi istrada, Aqui vivu qui nem pôrcu, i inricu us ôtu pa mi umiá.
Daniel Maranhão
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BalĂŁo em dobradura Texto e Fotos Nathy Santos
Material Papel colorido com a gramatura similar a de uma folha de sulfite.
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1° Passo Corte o papel no formato de um quadrado.
2° Passo Dobre o quadrado formando um triângulo e abra, faça isso na outra ponta formando vincos nas diagonais.
3° Passo Dobre o quadrado formando um retângulo e abra, faça isso na outra direção formando vincos nos meios.
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4° passo Escolha dois meios de lados opostos e os empurre para dentro, usando os dedos indicadores, deixando a dobradura como um triângulo.
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5° Passo Pegue a ponta do triângulo e leve até a linha central (de cima para baixo). Faça isso nas outras três pontas.
6° Passo Vire a dobradura de cabeça para baixo e dobre as quatro pontas para a parte interna, formando novamente um triângulo.
7°
7º passo
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8° passo Pegue as pontas da base e Assopre na parte inferior dobre para dentro das aber- como mostra a imagem. turas centrais (a primeira Isso fará o seu balão inflar. ponta coloque dentro da abertura e outra dobre para dentro do mesmo lado formando uma travinha). Faça isso dos dois lados. a dobre 30
para dentro do mesmo
Agora você pode decorar sua festa junina de forma artesanal, divertida e deixar seu ambiente festivo.
RECEITAS DE FESTA JUNINA Leal
Heliene ila Vayda Ilustração Cam Maçã do Amor
Ingredientes: 900 grs.de açúcar Colorido Mil Cores Mavalério Vermelho ou Branco. 250 ml de água 10 grs.de corante em pó vermelho ou bordô 20 ml de vinagre branco sem sabor 10 grs.de cremor de tártaro Preparo: Coloque todos os ingredientes em uma panela grossa. Mexa bem e leve ao fogo até chegar ao ponto de vidro.
Pipoca Doce
Ingredientes: 200 grs. de milho para pipoca 180 grs. de açúcar 50 ml de água 50 ml de óleo 20 ml de emulsão de coco 03 grs. de corante em pó vermelho ou bordô Preparo: Coloque tudo na pipoqueira mexa bem e, deixe ferver. Quando querer começar estourar não parar de mexer.
A culinarista Heliane Leal possui 29 anos de experiência e presta serviços para uma empresa de produção de chantilly e para outra de chocolate. Também trabalha com inúmeras lojas de festas em São Paulo e no Instituto Criança Cidadã.
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FESTA JUNINA E QUADRILHA Por André Bizorão www.andrebizorao.com Vamos trocar umas ideias sobre Quadrilha? Mas vamos deixar claro que não é aquela de Brasília e sim a que é dançada nas festas juninas por todo esse nosso “Brasilzão”. Também é importante saberem que nesse artigo tentarei me aproximar ao máximo da quadrilha tradicional e não as pseudos-dancinhas que servem só para os pais gastarem nas festas juninas das escolas e que pouco se preocupam em divulgar nossa cultura genuína (isso quando a dança não é um ‘country-music’ ao estilo estadunidense). Mas que cultura genuína é essa? É muito importante nos atentarmos para o fato de que o Brasil não tem uma cultura pura e única no sentindo de ter se formado com uma continuidade histórica, quando falamos sobre cultura em nosso país pre-
cisamos reconhecer o fato de sermos mestiços em tudo, que nos deixa uma cultura rica como legado, assim como em nosso sangue corre uma mistura bem diversa de etnias, também em nossos costumes, tradições, lendas e mitos podemos encontrar tal diversidade, ouso dizer que não há outro povo tão “misturado” quanto o nosso. Aqui temos indígenas misturando-se com portugueses, espanhóis, japoneses, italianos... A minha avó paterna era alemã e se casou com um descendente de indígena, a avó materna tem em suas veias sangue africano e se casou com um senhor que lembra muito os traços de judeus, daí eu me pergunto: E eu sou o quê? Essa mistura proporciona um povo tão vasto culturalmente que é até difícil de ser compreendido, mas não impossível, e esse texto vai vasculhar parte tão importante da nossa cultura: A Quadrilha junina. De onde veio a Festa Junina? Claro que vou abordar a tradicional e não a que se tornou caça níquel de igrejas e outras instituições que buscam mais o lucro do que realmente manter alguma tradição viva. Também saliento que esse artigo não busca encerrar o assunto e tão pouco ser em si própria acadêmica, portanto, em to-
das essas linhas vocês encontrarão as palavras de um curioso interessado em manter viva as tradições antes que as precisemos resgata-las. A festa junina, inicialmente chamada de “Joanina” (em homenagem a São João) é uma manifestação que surge muito antes de ser batizada dessa forma pela igreja católica e em muitas outras culturas pelo mundo podemos encontrar comemorações e festas pagãs que tinham como objetivo celebrar e confraternizar o solstício de verão que era uma época do ano em que as colheitas emergiam na terra seus frutos e alimentos com tamanha abundância que faziam as pessoas se verem na obrigação de agradecer aos deuses que garantiam anualmente a alimentação daquele povo. Com a colonização de Portugal, ou invasão se preferir, os europeus não encontraram dificuldades para inserir nesse novo país essa e outras comemorações, a grande diferença foi justamente o que disse no início deste artigo, pois os indígenas e os africanos não tiveram dificuldades em incorporar essa festa em suas tradições e num processo antropofágico misturando com suas próprias crenças e costumes criamos a nossa própria festa junina com danças, muita música, fogueira (já que aqui na época de Junho faz muito frio) e também as comidas que utilizam-se do alimento mais abundante por aqui nesta época: o Milho. Pronto, da festa junina acho que já é o suficiente para poder falar sobre a Quadrilha tradicional.
Você já dançou? Desde a primeira vez que dancei e conheci a quadrilha na pré-escola, fiz questão de não perder a oportunidade de festejar em nenhum outro ano da minha vida escolar, e olha que curioso, ao me tornar educador tive a oportunidade de continuar não só dançando, como também organizando, conduzindo e (acredito eu), de alguma forma contribuindo com a manutenção deste ritual tão divertido e importante da nossa cultura. Porquê ritual? Provavelmente se você já assistiu a uma quadrilha, pôde reparar inúmeras semelhanças entre elas e até mesmo achar que
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a repetição desgasta essa tradição tornando-a enfadonha para os mais jovens do século XXI ávidos por informações e é aí que eu te digo meu leitor, provavelmente a culpa disso tenha vários responsáveis, menos a quadrilha que é quem mais sofre com esses rótulos sendo vista como chata e redundante. Por vivência própria lhes digo que uma quadrilha bem “puxada” é tão divertida quanto qualquer outra brincadeira que envolva e promova a integração daqueles que participam dessa atividade, até por isso, em muitos lugares do Brasil podemos encontrar os brincantes que são os responsáveis em promover, difundir e realizar ações que promova a continuidade de tradições e festejos. Em meados de 2010 eu fiz parte da organização de uma festa junina que tinha como objetivo chegar o mais próximo das do interior paulista e para tanto, convidamos muitos amigos e parceiros, entre eles esteve Edson Fontes que é Historiador, Catireiro, violeiro, entre outras coisas e foi esse quem puxou a quadrilha de uma maneira tão rica que tornou-a inesquecível e eu que já havia dançando em muitos outros anos experimentei uma como nunca antes (confesso que todas as quadrilhas que puxei depois dessa experiência tentam se aproximar dessa ou copia-la minimamente). Então se você já abriu a boca para dizer que quadrilha é algo chato é porque ainda não viu o Edson puxando ou a minha imitação da dele!
Parece que estou sendo pretensioso e arrogante, mas não é essa a intenção e sim a de despertar o interesse pela pesquisa que tanto faz falta aos professores que se prontificam em repetir anualmente a mesma coisa nas festas juninas sem saber o que significa toda essa dança, então para esclarecer um pouco mais essa questão e ampliar o repertório da importância dessa tradição faço esse relato. Uma das maiores e melhores características do povo Brasileiro é o de caricaturar aquilo que os incomoda como os poderosos que se impõem soberanamente sob os mais pobres e sem condições, vide o rei momo por exemplo. A mesma coisa acontece com a “Quadrille” que era uma dança praticada entre os nobres e poderosos em casarões e salões de
castelos, dançavam monotamente trocando os parceiros eventualmente e parando vez ou outra enquanto damas e cavalheiros circulavam-se segurando as pontas dos dedos, vemos muito essa cena em filmes de época que se passem em castelos e em cerimônias aristocráticas européias, pois bem, enquanto a Europa pilhava o Brasil com sua ambição por ouro, pau-brasil e outros bens valiosos, trazia em suas embarcações as culturas e costumes de lá, entre elas a “Quadrille”. Os que ficavam de fora das festas por não pertencerem a mesma classe social assistiam pelas janelas e posteriormente copiavam a dança caricaturando-a e de certa forma ridicularizando aquela
dança esnobe e enfadonha. Hoje em dia, a quadrilha sobrevive como uma grande oportunidade de divertir-se e socializar através de uma série de brincantes que tem a preocupação de manter a chama da cultura viva, eu espero sinceramente fazer parte deste grupo e com este artigo, colaborar de alguma forma com a formação e a difusão cultural em nosso país. Então, pula a fogueira iá-iá. Nosso país e pula-fogueira iá-iá.
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COM VOCÊS: 1,2,3 BRASIL! Texto Caroline Correia Ilustração Camila Vayda Você acredita que já estamos na metade do ano? Pois é, já estamos em junho, o mês que antecede as férias escolares e que também é marcado por um evento cultural muito praticado aqui no Brasil, já consegue imaginar qual? Para quem respondeu "Festa Junina" acertou! Nos dias 13, 24 e 29 teremos essa adorável festa que é praticada em muitas regiões do Brasil, principalmente no Nordeste! Nos dias em que há essa comemoração, as pessoas se vestem com roupas inspiradas no cenário da roça, de maneira caipira ou matuta* sendo as mulheres de vestido xadrez e bota, e os homens calça jeans, camisa e chapéu. Dançam a "quadrilha" (que nesse caso não tem nada a ver com ladrões) e a diversão é garantida! Quem aí nunca dançou quadrilha na escola? Desde cedo, somos apresentados a esse costume nessa época do ano, cuja comemoração vem desde a colonização, e que mesmo com o passar dos anos continua firme e forte. O intuito principal das festas juninas no Brasil é de homenagear santos católicos, sendo eles: Santo Antônio (conhecido como o Santo Casamenteiro), São Pedro (conhecido como o Santo da Chuva e o guardião dos portões celestiais) e São João (conhecido como o Santo Festeiro); já ouviu falar no termo "festa de São João"? Por isso mesmo que é chamado assim.
Apesar dessas festas serem de origem católica, muita gente que não segue especificamente essa religião aproveita do mesmo jeito, pois sem sombra de dúvida já se tornou um grande evento cultural! Aproveitando o assunto, indicarei para vocês três filmes brasileiros em que temos como cenário personagens de origem humilde, caipiras/matutos e que tem relação com a religião católica. Preparados? Então vamos lá! "O Auto da Compadecida" - Esse filme de 1999 aborda muitos aspectos religiosos e culturais do nordeste brasileiro e é uma ótima pedida! Nele somos apresentados à vida no sertão, através da perspectiva de vida de Chicó (Selton Mello) e João Grilo (Matheus Nachtergale), dois amigos muito pobres que sobrevivem à base de pequenos negócios e alguns golpes. Como se a vida dos dois já não fosse difícil o suficiente, se torna ainda mais catastrófica, quando se envolvem com o cangaceiro mais temido do sertão (Marco Nanini). Com esse filme podemos rir e chorar, pois não há quem não se emocione nas cenas finais, em que João Grilo recorre a Nossa Senhora (Fernanda Montenegro) para a sua salvação. "Lisbela e o Prisioneiro" - Esse outro de 2003, conta com alguns atores que tam-
*Os sertanejos paulistas, mineiros e goianos; são aqueles que recebem a denominação "caipiras", já os do norte/nordeste são chamados de matutos. 39
bém atuaram no anterior. A história se passa numa cidade do interior, porém este filme é mais voltado para o romance. Temos a doce Lisbela (Débora Falabella) que está de casamento marcado e se apaixona pelo conquistador Leléu (Selton Mello), os dois são totalmente opostos e oriundos de mundos diferentes, enquanto a moça é inocente, conservadora e de família bem sucedida, Leléu é um trambiqueiro, conquistador barato e que sobrevive através de pequenos golpes. Na parte final do filme, somos surpreendidos com vários finais, como se fosse possível voltarmos no tempo, o que nos garante boas risadas e fortes emoções! "O Homem Que Desafiou O Diabo" Por último, mas não menos importante, nesse filme de 2007, a estrela da vez é o Marcos Palmeira que interpreta Zé Araújo, um caixeiro-viajante e mulherengo. Em
CAROLINE CORREIA Caroline é estudante de jornalismo e apaixonada pela escrita. Atualmente mantém dois blogs, sendo o jovemedivertida.wordpress.com voltado para o público adolescente e o jornadajornalista.wordpress.com que utiliza como portfólio de seus trabalhos acadêmicos. Natural do Paraná, atualmente reside em Guarulhos. Seu maior sonho é ser uma escritora conceituada e em busca dessa realização, está escrevendo seu primeiro livro, intitulado como "A Incrível História do Primeiro Amor", ao qual narra com humor, o dilema na vida de uma adolescente apaixonada por um garoto, que não a corresponde à mesma altura. Paralelo ao seu livro, já escreveu um conto, chamado "História do Milagre" - sendo retratada sua luta ao ajudar um cachorro de rua atropelado -, e algumas crônicas já publicadas em seu blog. 40
todas as suas viagens sempre se envolve com alguma mulher, no entanto, quando conhece Dualiba (Lívia Falcão), é obrigado a "pendurar as chuteiras" e trabalhar no armazém do seu sogro, contudo, devido as grandes humilhações que sofre, se revolta e se transforma no Ojuara, caboclo justiceiro e cachaceiro que passa a desafiar, adivinhem quem? O próprio Diabo! Final surpreendente!
Que tal aproveitar essa época do ano para conhecer um pouco mais sobre as produções brasileiras? Essas foram apenas algumas dicas, mas tem muitos outros que também valem a pena conhecer! Caso queira dividir conosco algum que já assistiu e também gostou, não hesite em comentar na página da Chiclete Cultural! =)
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Palestra
A Comp etê de Vida" ncia Emocional: Uma Leit ura
Palestrant e
: Dr. Fernan
Dia: 18/06
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Horário: 1
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9h30
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ocal: Aven ida Salga - Nobel do Filho Livraria , 1453 -
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