Seven Magazine #3

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COMPLE7AMENTE

CÓDIGO DE BARRA ISSN 1981-8491

NÚMERO TRÊS MAR | ABR 2008 R$ 10

DESEJOS DA CARNE

LIRISMO NAS PALAVRAS. NECESSIDADES NO CORPO. MORDIDAS NA MAÇÃ. CURIOSIDADES NO FINAL.

ZERO Lira Neto UM Delicatessen DOIS Arte em Xeque TRÊS Um, dois, feijão com arroz QUATRO Regras do Jogo CINCO Estressei, e agora?! SEIS Mordida na Maçã SETE Curiosidade


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PÁGINA DE BUSCA

CAPA DESEJOS DA CARNE FOTO NICOLAS GONDIM, 2008 CRIAÇÃO CHICO NETO

zero ® start 012 | 014 | 016 | 020 | 028 |

EXPEDIENTE EDITORIAL PRA COMEÇAR EM UM PISCAR DE OLHOS ENTREVISTA LIRA NETO OUTRO OLHAR SOCORRO ACIÓLI

DOIS ® CULTURA 058 | 064 | 066 | 068 | 069 | 070 |

Arte em xeque MÚSICA INDEPENDENTE S/A INTERVALO UMA PÁGINA FLOR DE CACTO CURTA FLOR DAS ALAGOAS CURTA NO EMBALO DOS FRACTAIS

QUATRO ® DECORAÇÃO&DESIGN 082 | 090 |

CAÇA AO TESOURO OBJETO DE DESEJO X EU POSSO

UM ® MODA

EDITORIAL Devaneios de Cioran EDITORIAL DELICATESSEN 048 | O NOVO REINVENTADO 050 | REAL STYLE O QUARTO DAS CINZAS 052 | curta Punk de plástico 054 | curta Moda para ler 056 | curta POR UM OLHAR ESPECIALIZADO 030 | 038 |

três ® gastronomia 072 | 078 | 080 |

cinco ® vida 092 | 098 | 100 |

SEIS ® VIAGEM 102 | 110 | 112 |

UMA MORDIDA NA MAÇÃ (Re)conhecendo cidades MADE IN VIAGEM E IMAGEM

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ESTRESSEI... E AGORA?! TOP 7 Banho de gourmet GENTE NOSSA GAL KURY

sete ® social clube

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UM, DOIS, FEIJÃO COM ARROZ RECEITUÁRIO BAIÃO-DE-DUAS CURTA Luz, câmera, fogão!

heloísa helena rodrigues coberturas fotográficas 7 PECADOS CURIOSIDADE OBRA SOCIAL INTEGRASOL TE PEGUEI + SELF-SERVICE



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EXPEDIENTE ™ DIREÇÃO GERAL

™ DEPARTAMENTO DE MARKETING

Rogilton Conde

Ana Naddaf e Rogilton Conde

E COMERCIAL Coordenação: Gal Kury Executivos de contas: (85) 8889 7777 | (85) 8897 2000 publicidade@sevenmagazine.com.br

™ REDAÇÃO

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Ana Naddaf, Mônica Lucas, Rogilton Conde e Teresa Monteiro

Halley S.A. Gráfica e Editora

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™ COLUNISTAS

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Gal Kury e Heloísa Helena Rodrigues

™ PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE Chico Neto

™ EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

SEVEN MAGAZINE RC Assessoria de Imprensa e Comunicação Ltda Rua Walter Studart, 56 - Dionísio Torres CEP 60125-140 Fortaleza CE Brasil www.sevenmagazine.com.br

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™ ASSISTENTE DE ARTE-FINAL Jefferson Conde

™ FOTOGRAFIA Nicolas Gondim, Roberto Machado e SXC.HU

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JORNALISTA RESPONSÁVEL Rogilton Conde | MTB CE 01057 JP

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™ DEPARTAMENTO FINANCEIRO Rafaela Conde e Rob C. Carneiro

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™ Agradecimentos especiais Luzia Pereira dos Santos, Charles W., Mark Greiner, Marina Camargo, Felipe Naur, Ricardo Jereissati e Ruth Marinho ™ COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Texto: Felipe Gurgel e Tércia Montenegro Imagem: Caio Ferreira, Cláudio Cologni, Haroldo Sabóia, Roberto Machado, Renato Reis e Tiago Lopes Imagem artística: João Paulo Ribeiro, Erik Égon, Bruno Dellani, Otávio Rodrigues, Rodrigo Vieira e Antônio de Pádua 012

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FALE COM A GENTE 55 85 3264 0221 / 3224 4154 cartas@sevenmagazine.com.br Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem a prévia autorização dos editores. A SEVEN é um espaço aberto para novas idéias. Agradecemos colaborações, mas não nos responsabilizamos por materiais não solicitados. ENVIE suas sugestões: Rua Walter Studart, 56 - Dionísio Torres CEP 60125-140 Fortaleza – CE pautas@sevenmagazine.com.br COMO ADQUIRIR UM EXEMPLAR: A Seven está à venda em diversas bancas de Fortaleza e também na rua Walter Studart, 56 - Dionísio Torres. Telefone: 85 3264 0221



. Para conhecer mais trabalhos e andanças do diretor de arte João Paulo Ribeiro, que ilustrou o nosso terceiro editorial, acesse o blog http://tranquilostyle.blogspot.com

EDITORIAL

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vermelho da paixão, da luxúria, do luto na igreja católica por analogia ao sangue de Cristo, do Natal em articulação ao verde, muitas vezes associado com a esquerda de uma forma geral e com o comunismo, em particular. O escarlate ou, mais regionalmente, o encarnado, está em referência em diversos momentos da vida.

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Um ensaio realizado num frigorífico lost em Fortaleza, nas câmaras sob um frio de rachar a pele da modelo, mixamos o vermelho da carne e o da moda. Nosso dear produtor Marcos Marla, de início, achou “sem sentido” e soltou: “Jura? Sei lá, acho que vai ficar meio complicado”. E foi mesmo. Foram mais de 5 semanas para encontrar o local certo, com aquelas peças de carne meio macabras invadindo um espaço de azulejos brancos ou quase isto. Mas lá estava a locação, nos chamando para servir de palco, num momento em que tudo estava prestes a ficar apenas no plano da minha imaginação. Mas bati o pé: a Seven merece esta pauta; nothing de estúdio, nada de sobreposição de imagens em PCs. Tudo tinha que ser cru, como a carne vermelha cheia de músculos, exposta, sem tratamentos.

Do ensaio clicado pelo mago Nicolas Gondim, a capa veio sem discussão, consensualmente, sem outra indicação de quem faz a revista. Agora, é saborear com cuidado. A Seven ganhou as ruas de Fortaleza e cidades por onde passou em suas duas primeiras edições. Agora, brinda por todos já saberem que veio para ficar. São mais de mil exemplares sob olhos atentos fora do Ceará, além dos nove mil em Fortaleza. O magazine ganhou as mãos de jornalistas, designers de todas as áreas e ainda as de quem curte esta linha editorial. Lá estávamos, sendo conferidos nos corredores de eventos como SPFW, Fashion Rio, Café Première – por todo o circuito da Santana Textiles pelo Brasil – e ainda via um mailing seleto. Juntamente com esta edição, estreamos novo site, com conteúdo informativo das principais reportagens, fotos que não entraram na edição, bastidores, making-off, dicas e mais universo. Pelo cadastro você participa e recebe nossas novidades, convites, newsletter e afins que surgirão nos próximos dias. ™

ROGILTON CONDE ® | DIRETOR DA SEVEN MAGAZINE



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PRA COMEçAR

EM UM PISCAR DE OLHOS SEM ROSTOS, SEM IDENTIDADES. COMO NO MITO DA CAVERNA DE PLATÃO. ASSIM É A VISÃO DE NOVA YORK PARA O FOTÓGRAFO ROBERTO MACHADO. FALSAS E VERDADEIRAS REALIDADES VISTAS ATRAVÉS DE SOMBRAS. TALVEZ NÃO REGISTRADAS APENAS NO NOMENTO DO “CLICK”, MAS SEGUNDOS ANTES OU MINUTOS DEPOIS QUE O OBTURADOR DEIXA PASSAR O FEIXE DE LUZ EXTERIOR.

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ENTRE OLHARES

O AVESSO DA FICÇÃO T: ANA NADDAF E MÔNICA LUCAS ® | f: DIVULGAÇÃO

m uma destas livrarias eletrônicas, à procura de um dos livros de Lira Neto, um link sobre o jornalista e escritor. Eis que para nossa surpresa, a página indicava: “Não há biografia disponível para este autor”. Nada mais contraditório do que um biógrafo sem biografia. No entanto, se seguirmos a máxima utilizada pelo próprio Lira, e parafraseando o também escritor Ruy Castro, “biografado bom é biografado morto”, realmente Lira não se encaixaria como personagem principal de seus próprios livros.

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Lira, aliás, está bem vivo. Na memória da atual literatura brasileira. Ainda mais depois da onda de boas críticas pelo seu último livro “Maysa: Só numa multidão de amores” (Editora Globo) – a biografia da cantora Maysa Matarazzo -, que frenquentou as listas dos mais vendidos nos maiores jornais e revistas do país por várias semanas consecutivas. Feito este na sequência do anúncio que sua obra anterior “O Inimigo do Rei: Uma biografia de José de Alencar” (também pela Editora Globo) ganhou o Jabuti de melhor biografia do ano de 2007. 020

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Apesar de todo o ar festivo, podemos talvez dizer que Lira ainda esteja de luto. Porque o escritor não se encabula em confessar que fica triste quando seu personagem morre, como se fora alguém da família. Mais do que compreensível após dois anos de convivência quase diária – tempo em que geralmente o escritor debruça sua atenção para a vida do biografado. Tempo este vivenciado, além de Maysa e José de Alencar, com Castello Branco e Rodolfo Teófilo, os seus primeiros biografados. O escritor, no entanto, deixa o negro e ainda com resquícios da voz de Maysa – como um fundo sonoro distante – já trabalha firme em seu novo foco: o padre Cícero Romão Batista, que espera ser seu melhor livro até aqui. Com um certo avesso à ficção – exatamente o que significa biografia como avesso do imaginário -, Lira vira de novo o velho repórter, à procura de reportagens de longo fôlego. Pedimos uma pausa. Para que ele pudesse contar um pouco de si, de seus personagens, de seu processo de trabalho. Breves linhas, uma “curta autobiografia”.


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, Você encontrou em Maysa uma biografada rica em informação. Como foi trabalhar com tanta informação e editar tanto material? Você criou algum sistema, da experiência dos títulos anteriores, para lidar com esta “avalanche” de dados?

De fato, durante a fase de pesquisa para o livro, acumulei um vasto acervo sobre Maysa. O primeiro passo foi reconstituir sua discografia, dispersa em dezenas de LPs e 78 rpm fora de catálogo, no Brasil e no exterior. Vasculhei sebos, comprei muita coisa pela internet, em leilões virtuais e sites especializados. Mas contei, principalmente, com a ajuda inestimável de colecionadores e fãs da cantora. Consegui todas as gravações de Maysa disponíveis. Ao mesmo tempo, tive acesso irrestrito também aos “baús”

deixados pela biografada e que estavam sob a guarda do filho, Jayme (N.R. o diretor de TV Jayme Monjardim). Só ali eram mais de 30 quilos de material, o que incluía cerca de 100 mil documentos, entre cartas, bilhetes, diários, recortes de jornais e revistas. Para completar todo esse material, fiz cerca de 200 entrevistas, com quase uma centena de pessoas. Era, de fato, uma avalanche de dados. Mas meu método de trabalho é simples. De início, organizo tudo que é de papel em pastas físicas, ordenadas cronologicamente, ano a ano. Depois, no computador, vou indexando também as transcrições das entrevistas, estabelecendo marcadores por datas e por assunto. O grande segredo é saber cruzar os dados provenientes de cada espécie de fonte. No caso, eu tinha três grandes

œ Para uma biografia, é preciso que o personagem tenha um pé nos mistérios da imperfeição humana... Œ conjuntos de fontes: Maysa por ela mesma (revelada pelos diários que escreveu desde os 16 anos), Maysa pela mídia (exposta nos milhares de recortes de jornais e revistas) e Maysa pelos outros (a que vive na memória das pessoas que entrevistei). MAR|ABR

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, Como foi juntar essas “três” Maysas?

E ainda separar a Maysa da fossa, dos escândalos, das tentativas de suicídio e encontrar a existência de uma Maysa irreverente, de humor e até moleca, encarnada na visão de antigos conhecidos? Em primeiro lugar, é preciso ter sempre em mente que toda reconstituição do passado é, necessariamente, uma reconstrução desse mesmo passado. A partir do momento em que um fato ocorre, ele deixa de existir por si só, e sua narrativa passa a depender do olhar de quem o observa ou de quem o vivencia. A memória dos entrevistados, por exemplo, é subjetiva e seletiva. Do mesmo modo, é preciso saber “traduzir” o que a imprensa registrou no calor da hora. É necessário saber ler igualmente nas entrelinhas dos documentos, estabelecer relações, desvendar sentidos, significados, intenções. E, principalmente, é fundamental checar informações, colocar a “verdade” de cada fonte em confronto com as demais. Nunca se satisfazer com uma única fonte a respeito de um episódio

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œ Não tenho nenhuma imaginação para escrever ficção. Como jornalista, acho os fatos sempre mais surpreendentes do que a trama de qualquer bom romance Œ

específico. No caso de Maysa, isso era ainda mais delicado, pois ela mesma inventava muitas lendas a respeito de si própria. É preciso, sempre, fugir da tentação do pitoresco e do estereótipo. O biógrafo precisa penetrar nos desvãos da alma de seu biografado. Dito assim, até parece meio solene. Mas o fato é que, trocando em miúdos, sou jornalista e meu trabalho como biógrafo é, essencialmente, um trabalho de repórter, de apuração jornalística. Escrevo livros que, na verdade, são reportagens de longo fôlego. , “Talvez eu assuste as pessoas. Eu geralmente acabo destruindo as amizades, destruindo aquele amor que estou querendo...”, disse certa vez Maysa. Em algum momento você se assustou com a Maysa que encontrou?

Muitas vezes. Maysa era uma pessoa extremamente difícil para os que conviveram com ela. Era uma mulher imprevisível,


do biografado, mas ele também se vinga e invade a minha Œ capaz de gestos de generosidade extrema e, ao mesmo tempo, de armar cenas passionais, de ferir os que estavam mais perto dela. No livro, procurei mostrar esta mulher inconstante, dona de um senso de humor irresistível, mas que muitas vezes recorria ao escárnio mais feroz e ao sarcasmo mais selvagem. Impressionou-me, sobretudo, a capacidade que Maysa tinha de fazer mal a si própria, de autodestruir-se, de violentar o próprio corpo e a própria alma. Mas, principalmente, impressionou-me sua capacidade de ressurgir das cinzas, de promover grandes movimentos de reconstrução pessoal.

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œ Invado a vida

, Com a grande repercussão do livro, já se fala em filme, minissérie sobre Maysa. Há alguma coisa confirmada nesse sentido em relação aos direitos do seu livro?

Desde o início do trabalho, foi estabelecido uma espécie de acordo de cavalheiros entre eu e Jayme. Ele me forneceria todo o material, eu me comprometia a lhe dar preferência na hora de negociar os direitos de adaptação da obra. Assim foi feito. Hoje os direitos de adaptação do livro para cinema, teatro e televisão pertencem a ele. Tenho notícias de que começa a ser gravada ainda este ano uma minissérie sobre Maysa na Globo, escrita por Manoel Carlos e dirigida pelo próprio Jayme, para ser exibida em 2009. Não sei o quanto eles utilizarão meu livro na série – ou mesmo se o utilizarão. , Na mesma época de “Maysa - Só numa multidão de amores”, outra biografia foi lançada quase que simultaneamente, “Meu mundo caiu - A bossa e a fossa de Maysa”, de Eduardo Logullo. Além de um perfil prévio feito por José Roberto Santos, em 2004. Como foi lidar com tantas pessoas interessadas – por coincidência três jornalistas - na vida da cantora?

É natural que uma personagem histórica como Maysa desperte a atenção de jornalistas e biógrafos. Estranho seria se fosse diferente. O interesse crescente sobre ela apenas faz justiça a sua trajetória pessoal e artística. Estava mais do que na hora de Maysa voltar à pauta do dia. Além de intérprete fundamental para a história da música brasileira, ela foi uma mulher corajosa, que rompeu tabus, implodiu preconceitos, mandou o bom-mocismo pelos ares. , Teve trilha sonora para “compor” o livro da Maysa? E nos demais?

Ah, sim, claro. Durante toda a fase de pesquisa e redação do livro, ouvi Maysa pela manhã, à tarde, à noite, de madrugada. Também fiz questão de mergulhar na música da época, ouvir bastante os cantores e compositores que viveram aquele momento significativo, que foi a transição da velha era do rádio para a crescente industrialização do mercado fonográfico provocado, essencialmente,

, Você sempre teve bons interlocutores em suas pesquisas sobre os outros biografados, inclusive contando com apoio de outros biógrafos e pesquisadores. Mas, no de Maysa, esta relação foi mais íntima. Jayme Monjardim entregoulhe diários que a cantora manteve desde a infância e até mesmo um esboço de autobiografia que jamais foi concluído ou publicado. Este acesso privilegiado acabou tendo algum peso nas revelações contadas no livro?

Sempre tive em vista que, para biografar Maysa, teria que fazê-lo com a mesma transparência e o mesmo espírito libertário com que ela conduziu a própria existência. Não faria sentido pôr panos mornos ou economizar nas tintas para escrever sobre uma mulher visceral e transgressora como Maysa. Não escrevo hagiografias, isto é, biografias de santo. Escrevo sobre seres humanos. Inevitavelmente imperfeitos, demasiadamente humanos. MAR|ABR

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œ Interessa-me, sobretudo, personagens que não tiveram existências em linha reta. Gosto de biografar vidas em sobressalto, montanhas-russas existenciais Œ

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pela tevê. Sempre faço estes mergulhos de época ao trabalhar em uma biografia. Pesquiso não só sobre a vida do personagem em si, mas também os cenários de seu tempo. Isso inclui uma investigação na moda, na gíria, nos jargões, no comportamento, nos usos e costumes de cada época. Foi assim com Castello e José de Alencar, foi assim com Rodolfo Teófilo e Maysa. E está sendo com meu próximo biografado, Cícero Romão Batista. , Interessante que foi um outro biógrafo (Fernando Morais) que te apresentou a Jayme

Monjardim. Provavelmente, ele sabia da existência de tão rico material. Como foi Morais te entregar tão valioso personagem, tesouro essencial neste gênero literário? Fernando, além de um mestre do gênero, é uma pessoa muito generosa. Sem a intermediação dele, eu não teria conseguido o acesso aos baús de Maysa. Sempre tive muita sorte nesse aspecto. Quando escrevia “O Poder e a Peste”, encontrei no professor Waldyr Sombra, primeiro biógrafo de Rodolfo Teófilo, um aliado fundamental. Ao escrever sobre Castello Branco, recebi do brasilianista John W. Foster Dulles, que havia escrito dois livros sobre o expresidente, um material riquíssimo. Com Padre Cícero, não tem sido diferente.


, O que há de comum entre personagens e vidas tão diferentes como Rodolfo, Castello, Alencar e Maysa? Seu mais novo biografado, Padre Cícero, entra na mesma lista? Isso me fez lembrar um comentário seu que, “pelas artimanhas do destino”, o sisudo Rodolfo Teófilo e a escrachada Maysa acabaram “se encontrando” em um apartamento em Copacabana...

Pode parecer que não existe nada a unir personagens tão díspares e épocas tão diversas. Mas há, sim, um elo comum entre todos eles. São, sem exceção, personalidades contraditórias e controvertidas. Todos foram marcados pelo signo da polêmica, e foram amados e odiados na mesma medida e intensidade. Interessa-me, sobretudo, personagens que não tiveram existências em linha reta. Gosto de biografar vidas em sobressalto, montanhas-russas existenciais. E, às vezes, é verdade, o destino prega peças. Como no dia em que me deparei com um retrato a óleo de Rodolfo Teófilo na parede da sala de uma das pessoas entrevistadas para o livro sobre Maysa. Eu não sabia, mas uma prima da atriz Djenane Machado, grande amiga da cantora, era descendente do protagonista de “O Poder e a Peste”... , O que te chama atenção em uma personalidade, entre

tantas, para se dedicar a uma biografia sobre ela? A admiração é um primeiro incentivo para começar a contar a história de alguém? Sim. Mas não é o suficiente. Admiro o trabalho deixado por Madre Teresa de Calcutá. Mas nunca escreveria a biografia dela. Para uma biografia, é preciso que o personagem tenha um pé nos mistérios da imperfeição humana. , Os leitores e a crítica costumam ficar de pé atrás com

“biografias autorizadas”. Seu livro acabou surpreendendo muita gente justamente por não suavizar tintas. Nas suas biografias, encontrou resistências de familiares – ou de instituições como o Exército, no caso de Castello Branco? Ao buscar memórias tão íntimas, documentos por vezes comprometedores, existe um limite ético para o biógrafo em relação a seu biografado? Encontrei algumas limitações de acesso a arquivos oficiais, quando biografei Castello. A filha do marechal, dona Antonieta Castello Branco, também não quis me receber para uma entrevista. Mas isso era previsível. Por isso admiro a coragem e sou eternamente grato a Jayme Monjardim por me passar todos os segredos que adormeciam nos baús da mãe. Mas esse gesto de confiança, da

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O amigo Renato Casimiro, dono de um dos mais preciosos acervos sobre Juazeiro do Norte, abriu-me toda a sua valiosa coleção. Outro grande pesquisador sobre a cultura popular do Cariri, o professor Gilmar de Carvalho, também tem sido um interlocutor extraordinário.

parte dele, não me provocou nenhuma espécie de autocensura. O limite ético do biógrafo em relação ao biografado é o da honestidade. Alguém já disse que, se a objetividade jornalística é impossível, a honestidade intelectual é absolutamente necessária. “Não mentirás” é o mandamento número um do biógrafo. “Não renunciarás a um fato comprovado em nome do colorido de uma história pitoresca, mas inverídica” seria talvez o segundo. , Até que ponto você consegue manter

um distanciamento dos biografados? Como mergulhar na vida e obra de uma pessoa sem juízos de valor? Que momentos foram mais emocionantes na realização desses livros? Manter distanciamento do biografado? Impossível. Invado a vida do biografado, mas ele também se vinga e invade a minha. Até sonho com ele, sempre. Isso não significa estabelecer juízos de valor, moralizar o drama da existência alheia, julgar o biografado como culpado ou inocente de seus pecados e vícios humanos. O que quero é compreendê-lo dentro de seu contexto de vida, tempo, situação. Cada livro guarda a sua carga particular de emoções. E escrever sobre a morte do personagem, matá-lo nos últimos capítulos, é sempre uma tarefa árdua. Depois de um, dois, três anos trabalhando debruçado sobre a vida de alguém, o biografado deixa de ser uma abstração e passa a ganhar vida aos olhos do biógrafo. Aliás, só consigo escrever sobre alguém quando sou capaz de reconstituir – primeiro mentalmente, depois com palavras postas no papel e sempre com base nos documentos e entrevistas – a forma como ele falava, andava, comia, dormia... É por isso que, quando ele morre, fico de luto. E não me encabulo de dizer: fico triste como se tivesse sido alguém da família... MAR|ABR

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, Como nasceu o biógrafo? Sua vida como jornalista, a contar

histórias diárias, ajudou na opção pela biografia como gênero literário? E esta escolha acaba sendo, ao mesmo tempo, contraditória por trocar o dia-a-dia, o efêmero, o jornal do dia seguinte por anos de pesquisa, inúmeras entrevistas para compor uma única história?

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temporariamente, o ruge-ruge das redações por apurações mais longas

Como disse, sou essencialmente um repórter. O que fiz foi trocar, temporariamente, o ruge-ruge das redações por apurações mais longas e de maior fôlego. Escrever livros é o caminho natural para quem se sente insatisfeito diante das limitações de tempo e de espaço da imprensa diária. Mas, uma vez jornalista, sempre jornalista.

sempre jornalista Œ

, Que elementos fazem uma boa biografia? Ser um bom

, O jornalista e o biógrafo. A reportagem e a personagem.

e de maior fôlego. Mas, uma vez jornalista,

repórter já é um primeiro passo para o bom biógrafo?

Ser fiel a quem?

Uma boa biografia tem que conter todos os elementos de uma boa narrativa. E quanto mais conflituosa tiver sido a existência do biografado, mais rica e sedutora a narrativa vai ser. Intrigas, paixões, inquietações existenciais. Amor, ódio, ciúmes. Vaidade, fé, traição. Desejo, vingança, morte. Altruísmo, coragem, medo. Os ingredientes de um bom romance de capa-eespada são os mesmos de uma boa biografia. Com a diferença fundamental de que, no segundo caso, a história aconteceu de verdade.

A todos. , Alguns dos entrevistados dos seus livros renderiam também uma boa biografia? Quem renderia um interessante livro?

A vida de Vera Barreto Leite, a primeira modelo brasileira a fazer uma carreira internacional, daria um belo livro. Entrevistei-a, a primeira vez, para a biografia de Maysa. Uma segunda vez, para a revista “Aventuras na História”, da editora Abril. Em ambas, fiquei fascinado com as muitas histórias que me contou.

, Em 1999, na revista “Entrevista” você contou do impacto que

, Seus personagens são de um passado recente ou até mesmo

“A Chave do Tamanho” (Monteiro Lobato) teve ainda na sua infância. Na época dessa entrevista, você estava preparando sua primeira biografia, sobre Rodolfo Teófilo. Hoje, escrevendo sua quinta biografia, o desafio parece maior ou menor?

longínquo, como você acredita que as gerações que não os conheceram recebem estas histórias? Por falar nisso, algum personagem contemporâneo em vista, alguém vivo?

Pois é. E assim se passaram (quase) dez anos... De lá para cá, creio que houve uma evolução a cada livro. Sempre me cobro cada vez mais, também. E, a cada novo livro, já fico de olho em qual será o próximo. 026

œ O que fiz foi trocar,

Uma das maiores surpresas ao biografar Maysa foi justamente a de saber que existe uma legião de jovens apaixonados por ela. Quanto a biografar gente viva, nenhum plano à vista. Como diria Ruy Castro, biografado bom é biografado morto.


œ Não escrevo hagiografias, isto é, biografias de santo. Escrevo sobre seres humanos. Inevitavelmente imperfeitos, demasiadamente humanos Œ , Tem planos para escrever em outros

estilos? Alguma ficção? Não tenho nenhuma imaginação para escrever ficção. Como jornalista, acho os fatos sempre mais surpreendentes do que a trama de qualquer bom romance. A vida de Padre Cícero, por exemplo, nenhum escritor de ficção, por mais imaginoso que seja, seria capaz de criar uma história tão fantástica quanto aquela. , “Castello - A Marcha para a Ditadura”

recebeu boas críticas e ficou entre os mais vendidos em rankings de jornais e livrarias. A biografia de José de Alencar abocanhou o prêmio Jabuti do ano passado e o livro de Maysa é um best-seller. Uma árdua tarefa – ou um certo milagre – para Padre Cícero? Creio que a biografia do Padre Cícero será meu melhor livro até aqui. Esperei mais de dez anos até me sentir suficientemente preparado para escrevê-lo. Vamos esperar pra ver. , A pergunta célebre para um biógrafo:

uma vida toda cabe em um livro? Nenhuma vida cabe em um único livro. Nem a minha. Nem a sua. Nem a de ninguém. Nem a do leitor que está lendo esta entrevista. Toda vida é uma vertigem. Os biógrafos apenas tentam, muitas vezes em vão, ordená-la em capítulos, aprisioná-la em uma cronologia. Mas sempre escaparão episódios, olhares e porões para descobrir e trazer à luz. ™ MAR|ABR

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OUTRO OLHAR

Não adiantou fugir... T: MÔNICA LUCAS ® | f: ARQUIVO PESSOAL

Ela tentou escapar dos livros, mas estes persistiam em continuar em sua vida. Depois de uma primeira tentativa de publicação, foram anos de contos, poesias, roteiros e cartas escritas em segredo, lidas por ninguém. Até que Lira Neto conveceu Socorro Acióli a pôr seus textos na rua de novo.

e não fosse pelo Lira Neto, talvez não conhecêssemos a Socorro Acióli, pelo menos não como escritora. Foi ele que incentivou a jovem a pôr seus textos na rua, em vez de jogá-los dentro da gaveta. Não que ela fosse uma iniciante. Em 1984, ainda criança, publicou seu primeiro livro, “O Pipoqueiro João”, lançado pela Nação Cariry, selo editorial do cineasta Rosemberg Cariry. O problema é que a mágica do processo da escrita foi eclipsada pela superexposição e, principalmente, pela inveja, mesmo que o alvo dela só tivesse nove anos.

Voltou a enveredar pela escrita, mas fugindo do trabalho autoral, com a faculdade de jornalismo. Fez o mestrado em Literatura, mas tangenciou a própria, protegida pela máscara de pesquisadora. Máscara retirada em 2000, quando recebeu o convite do Lira Neto, então editor da Fundação Demócrito Rocha, para escrever um dos livros da coleção Terra Bárbara, série de perfis sobre personalidades cearenses. A biografia de Frei Tito, escrita por Socorro, teve ótima recepção dos familiares, da Ordem Dominicana do Brasil e da crítica. Depois veio o convite para biografar Rachel de Queiroz. Pronto, aí era caminho sem volta...

“Não entendia porque as pessoas sentiam tanta raiva do sucesso alheio, por menor que fosse. Isso doeu demais. Decidi escrever só para mim e tinha certeza de que nunca mais publicaria nada”, conta Socorro. Foram anos de contos, poesias, roteiros e cartas escritas em segredo, lidas por ninguém. Os livros também continuavam em sua vida. O primeiro emprego foi como vendedora de uma livraria em Fortaleza, e depois passou a gerente. Em seguida, trabalhou como diagramadora em uma editora de Salvador. Quando voltou ao Ceará, retornou à livraria, desta vez como sócia. Não era isso que queria: “Percebi que o comércio era algo absolutamente desaconselhável para meu espírito criador”.

Hoje, Socorro é escritora profissional, sem máscaras, finalmente convencida disso. Há dois anos está na batalha de viver de livros e para livros. São nove publicados, vários prêmios e talento reconhecido como escritora para o público infantil. Em 2006, foi selecionada por ninguém menos que Gabriel García Márquez para sua oficina de contos na Escuela de Cine y TV de San Antonio de los Baños, em Cuba. “Foi uma das experiências mais bonitas da minha vida. Chorei muito no último dia de aula. Quando nos despedimos, ele pediu que eu não deixasse de concluir a minha estória e que enviasse quando estivesse pronta. Ainda não terminei, planejo concluir em 2008”. Certamente, Socorro terá cenas do próximo capítulo para contar. ™

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RUBRO SONHO O VERMELHO É A COR DO FIGURINO DE UM CENÁRIO SURREAL E OS SONHOS DE UM PERSONAGEM SE TRANSFORMAM EM ROUPA As visões cinematográficas de Jean-Pierre Jeunet e Rosemberg Cariry transformaram-se em inspiração para os dois editoriais desta edição. O surrealismo do filme francês Delicatessen é o pano de fundo para falar da predominância da cor vermelha. Já o figurino dos sonhos de Cioran – personagem principal do filme cearense Siri-Ará – saiu da tela e virou moda.

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UM ® MODA

Devaneios de Cioran T: ANA NADDAF ® | f: CAIO FERREIRA

a Terra dos Monólitos, Cioran mistura histórias e utopias ao buscar sua própria identidade e a memória de seus antepassados. E assim transforma-se em personagem central em Siri-Ará, a Invenção do Paraíso - produção cinematográfica dirigida por Rosemberg Cariry que, em narrativa épica entre a ficção e o tom documental, procura encontrar e recontar a história da colonização do Ceará, tendo como contraponto as reflexões filosóficas do homônimo pensador. Assim como o filósofo romeno, o pintor Cioran do filme, que volta ao sertão do Cariri, enfrenta com insistência o desespero e o vazio que ronda o homem contemporâneo. Enquanto esta imersão no tempo revela-se na película, suas visões oníricas ganharam interpretações em jérsei e organza, em devoré de algodão e tule, ou em lamê, no delírio lírico do estilista Mark Greiner.

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A BELA ADOLESCENTE vestido em jérseI e organza, faixa e luvas em malha lamê dourada, e meia-calça rebordada com paetês metálicos


A SACERDOTISA vestido em devoré de algodão e tule, rebordado com pérolas


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UM ® MODA

A LUXÚRIA vestido balonê em organza e lamê dourado, com peep toe em couro dourado

O filme Siri-Ará, a Invenção do Paraíso, de Rosemberg Cariry, que ainda não tem previsão de estréia, foi gravado nos arredores de Quixadá (cidade também conhecida como a “Terra dos Monólitos”), no Sertão Central - distante 157km de Fortaleza. Um filme com caráter épico, com mais de 180 atores, figurantes e técnicos. Nossa produção de moda não deixou por menos. As fotos foram feitas num domingo de sol com uma equipe de 13 pessoas na Fazenda Magé (onde o filme foi rodado), no açude do Cedro e na subida do Santuário de Nossa Senhora Rainha do Sertão.

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Assistente de Direção: Felipe Naur

Assistente de Fotografia: Juliana Xavier e João Luis

ASSISTENTE DE ST YLING: Anderson Cleyton

Tratamento de Imagem: LEANDRO FIÚZA

Maquiagem: João Zabaleta

Produção: Carol Gauche e Claudia Holanda

Direção de set: Charles W.

Bailarina /modelo: Wilemara Barros

St yling: Mark Greiner

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A MORTE vestido em organza cristal negra


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Delica omo em um cenário surrealista de uma carniceria em uma França pós-apocalíptica descrita por Jean-Pierre Jeunet, o vermelho se põe como prato principal. Nem rastro do eterno pretinho básico. Apenas o vermelho-sangue. Encarnado. Escarlate. Ou ainda o vermelho-Valentino, como o célebre estilista italiano batizou o pigmento com o seu nome. O vermelho quente e alaranjado das passarelas de outono. Ou o luminoso, remanescente do verão que se finda agora. Aproveitando o clash metálico da faca a cortar o vermelho-carne - “chop! chop!” -, corta-se em pequenas tiras o top de tricô de lurex ou em um bom pedaço o cetim do vestido a formar a manga-morcego. Cria-se os pequenos cortes circulares do richelieu ou “decepa-se” a sandália, deixando o dedo à mostra em um peep toe. Um banquete que agradaria o canibal e até mesmo o vegetariano.

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Styling: MaRCOS MARLA

modelo: RAFAELA SCIENZA

CABELO: JUAREZ SOUZA

Maquiagem: EDUARDO FERREIRA

Assistente de Fotografia: VICTOR PICMANN TRATAMENTO DE IMAGEM: WALTER WINNER

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vestido (Jô-iola) usado como poncho em sobreposição com maxibolsa em algodão (Ruth Aragão)

tessen T: ANA NADDAF ® | f: NICOLAS GONDIM ®

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Vestido em georgete com manga morcego (Juliana Jabour para Lisieaux) 040

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UM ÂŽ MODA Vestido em cetim e richelieu (Mark Greiner) sobre camiseta (King 55 para Full Vinyl), com sandĂĄlia peep toe (Guapa Loca)


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UM ® MODA top em tricô de lurex e vestido em poliéster (ambos Forum) E BIQUÍNI (MEIO TOM) 044

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vestido em cetim (Ayres Jr. para Coletivo) e cinto com fenda metálica (Forum) MAR|ABR

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biquĂ­ni em elastano (Meio Tom) e carteira em couro com maxiplacas de metal (Saad para Meia Sola)

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Nossa carniceria “surrealista”, na verdade, são câmeras frias encontradas nos extremos da cidade. A equipe percorreu os extremos de Fortaleza, da Lagoa Redonda à Ceasa, da Ceasa à Aldeota, da Aldeota à Barra do Ceará. Foram usadas três locações: Frigorífico O Chicão, Frigorífico Marupiara e Barra Carnes. Dois dias enfrentando os menos de dois graus centígrados – temperatura usada para conservar as carnes.

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O novo reinventado T: ROGILTON CONDE ® | f: DIVULGAÇÃO

SPFW e Fashion Rio. Duas vezes por ano, em programação colada, estes dois eventos são o alvo da atenção dos que fazem e vivenciam moda por aqui. Um comentário sobre as passarelas de um traz, sempre, a perguntinha básica: “E o Fashion Rio foi legal?”, “o SPFW foi melhor?”.

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ste “legal” é o x da questão. Conferimos alguns desfiles destes dois eventos ao vivo, outros, por telão em lounge. Mais que isto, porém, enxergamos muitos aspectos numa leitura geral, que podem conferir o “pingo do i” ou “a gota d’água” que define para muitos se o evento foi ok ou não.

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Num ponto, os dois eventos são iguais: os designers fazem de tudo, e se dedicam, para conceber uma cenografia que seja novidade e atrativa. Afinal, os motivos lá expostos são a ponte para a leitura do desfile. Luz e elementos inusitados são relevantes sim, e criam uma expectativa positiva e um fundo de cena que, captado pelo clique dos fotógrafos, dá a atmosfera desejada do tema proposto. 048

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Agora, vamos falar de acomodações: bem-estar no evento, como conforto e aquela horinha para repor as energias, descansar as pernas, tomar um prosecco e voltar a circular. O Fashion Rio, ao contrário da SPFW, ficou devendo desta vez. As salas de desfiles eram verdadeiras saunas; todos se sentindo coca-colas quentes. Um jornalista amigo, ao meu lado em um dos desfiles, deu a dica: “Rogilton, faz como eu, olha apenas para frente e se concentra, senão você vai se mexer e suar ainda mais”. A saída era mesmo ir ao Fashion Business, dia após dia, entre um desfile e outro, após atravessar alguns metros sob sol escaldante, e se deliciar com a excelente climatização dos corredores de lá. Sorte deste salão, que nunca contou com tanta gente visitando...


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01 Com ares de Johnny Cash, o cowboy dark e melancólico de Alexandre Herchcovitch foge do óbvio 02 Hechcovitch saca do preto também para ela em bem sacada silhueta geometrizada 03 A moça também adere ao saloon em look western-chique de Reinaldo Lourenço 04 Marcelo Sommer propõe versão mais jovial da tendência country, alegre e colorida com inspiração no fogo, em sua Do Estilista 05 Pantalona de cintura um pouco acima do umbigo e sapatos altos evoca espírito setentista, como no look da Animale

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Doar peças no final do ano e renovar o guarda-roupas é excelente mas, por ser a moda cíclica, alguns itens você deve colocar num saquinho, enfiado numa gaveta perdida, por um tempinho, que certamente voltará a usar: “Nossa, nem lembrava mais desta roupa!”. Pronto: voltaram as pantalonas. Do Rio a SP, lá estavam elas farfalhando e cobrindo as sandálias altas, em índigo, cetim, com estampas ou lisas. As cinturas altas das calças continuam, um pouco menos intensas, já que a mulher brasileira tem formas mais, digamos, acentuadas na cintura e no quadril. As poucas e belas magras reinam neste quesito. Falar de inverno é falar em eterno preto. Agora, com combinações vibrantes nos desfiles de Alexandre Herchcovitch, Reinaldo Lourenço e Animale, que fez sua

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estréia na SPFW e faz crescer a fila dos que migram para a capital paulista. Enquanto isto, saem do line-up de SP Marcelo Quadros, Jefeerson de Asis, Vide Bula e Isabela Capeto. A influência western conferida nos desfiles Do Estilista e Herchcovitch deve invadir as vitrines e serão as tendências fortes para eles em cintos com fivelas-brasão, franjas nas camisas, xadrezes e botas. O outono foi lançado. As vitrines das franquias, das multi-marcas já entram no ritmo, eliminando as liquidações que marcaram o início do ano para começar tudo de novo: chacoalhar a mente de seus consumidores e mostrar o que há de “novo” para os próximos meses. ™ MAR|ABR

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REAL STYLE

Infinitas possibilidades T: MÔNICA LUCAS ® | f: RENATO REIS

No ano passado, O Quarto das Cinzas mudou-se para São Paulo, onde ganhou mais visibilidade. Com página no Myspace, vídeos no You Tube e comunidades no Orkut, soube usar a internet como aliada no meio independente, mas não se intimida de aparecer no Programa do Jô, por exemplo. Os próximos shows já estão marcados: serão no Texas. Na volta, a gravação do primeiro álbum e nova agenda de shows.

O trio Quarto das Cinzas faz mais do que cantar e tocar. Suas apresentações envolvem também teatro, dança e poesia. Os figurinos, principalmente os da vocalista Laya Lopes, também são parte do espetáculo. E fazem bonito.

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úsica, teatro, dança, poesia, tudo misturado. As apresentações da banda O Quarto das Cinzas impressionam e são difíceis de definir. Eles próprios se esquivam da pergunta, respondida todos os dias, mas inevitável de ser feita. “É difícil dizer, porque eu não gosto de convenções, quero criar coisas indefiníveis”, afirma a vocalista, Laya Lopes. No final, opta por expressar uma música livre, rock, com elementos eletrônicos e raízes brasileiras.

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Gênios distantes no tempo e no espaço são influências para o som: Mutantes, Björk, Flora Purim, Beatles, Portishead, Bob Marley, Tom Jobim, Radiohead... A performance é natural de cada um. Além de cantora, Laya é atriz e bailarina. Em 2003, enquanto integrava a Companhia de Dança Vatá, em Fortaleza, conheceu Carlos Eduardo Gadelha, que já vinha tocando em outros projetos musicais da cidade. Foi o início da banda e, após algumas formações feitas e desfeitas, Raphael Haluli, também flautista, assumiu o baixo em 2006. “Unir linguagens é uma busca de expansão da comunicação, poder usar todas as formas de chegar às pessoas e proporcionar algum sentimento, um pensamento, uma impressão. A arte, e a arte cênica, é um campo de infinitas possibilidades”, conta a vocalista. Uma das formas de expressão do grupo é justamente o figurino, que também tem muito a ver com o que eles usam no dia-a-dia. Livres musicalmente, são também abertos no visual, que mescla nostalgia com modernidade, romantismo com toques cosmopolitas. Ao subir nos palcos, O Quarto das Cinzas divulga estilistas de sua cidade natal. São nomes já bem conhecidos, como Ruth Aragão e Silvânia de Deus, mas também jovens e cadentes apostas, a exemplo de Mariana Kuroyama e Andreza Magalhães. Brechós, feiras e roupas com interferências próprias também entram em cena. O estilo da banda é tão inspirado que já gerou ensaios de moda em Fortaleza, com produções de Isadora Pontes e Lia Damasceno, idealizadora do Projeto Palco. ™


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Laya está com uma saia indiana que ganhou da mãe, uma blusinha garimpada em brechó e um turbante adaptado de uma canga do Mercado Central de Fortaleza. Confortável, Carlos usa uma camiseta básica de malha pintada a mão pelo parceiro de banda, Raphael, e uma bermuda que não lembra onde comprou. Raphael também não lembra de onde veio a bermuda, nem a marca da camiseta vermelha, cor que aparece muito nos shows do trio.

Esta foto, na Chapada dos Guimarães (MT), foi escolhida pela própria banda para sintetizar seu estilo de vestir. MAR|ABR

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A estilista também foi celebrada com duas exposições. A “ Vivienne Westwood Shoes – 1973-2006”, que trouxe 147 sapatos ícones da marca, entre os quais o que fez Naomi Campbell cair em plena passarela nos anos 90, e o excêntrico scar pin com crina de cavalo. Já a mostra “ Vivienne Westwood Multimídia” contou a trajetória de Mrs. Westwood do início dos anos 70 até os dias de hoje.

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Punk de plástico T: MÔNICA LUCAS ® | f: DIVULGAÇÃO

Em sua primeira passagem por solo brasileiro, a rainha do punk britânico mostra que não perdeu a majestade. Abriu duas exposições sobre si mesma e, ao mesmo tempo em que lançava uma linha de sapatos, fez manifesto contra o consumismo

ngajada, excêntrica, polêmica. Vivienne Westwood não passa despercebida. Na São Paulo Fashion Week não foi diferente. A grande dama do punk veio ao Brasil participar da abertura de duas exposições em torno de sua obra e aproveitou para lançar modelos assinados por ela para a Melissa. De quebra, leu seu Manifesto AR (Active Resistance to Propaganda), em que critica o consumismo exagerado e propõe a salvação pela cultura e pela arte, num documento que mescla Pinóquio e Alice no País das Maravilhas a filósofos da Grécia Antiga. Ou seja: bem ao estilo Vivienne Westwood.

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Na linha de democratização do consumo, ela explica como entrou na parceria com a fábrica brasileira. “O que mais me entusiasmou nesse projeto com a Melissa foi poder criar produtos modernos, de altíssima qualidade e preços acessíveis”, diz. Para a coleção Inverno 08, Vivienne desenvolveu dois modelos com a sua marca Anglomania. O mais vistoso é o clássico Mary Jane, originalmente feito em couro e lançado na coleção Verão 00 “Summertime” da estilista, que ganha versão em plástico. O destaque é a inspiração retrô, com bico arredondado, salto alto e ultrafeminina. Vivienne criou também duas novas versões para a sapatilha Ultragirl, presente em algumas coleções da Melissa. Os modelos assinados por Vivienne Westwood serão comercializados em 300 pontos de venda no Brasil e 700 no mundo, além das butiques Vivienne Westwood. A rainha do punk não é a primeira a desenvolver uma linha de calçados para a Melissa. Ela se junta a uma galeria que tem nomes como o designer egípcio Karim Hashid, os irmãos Campana, a estilista britânica J. Maskrey e o badalado stylist inglês Judy Blame. ™


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Moda para ler T: MÔNICA LUCAS ® | f: DIVULGAÇÃO

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Editora CosacNaify | 160 páginas cada título Preço médio: R$ 189 (toda a coleção).

1 Coleção Moda Brasileira | vários autores

Em boa iniciativa, a Cosac Naify tenta preencher uma lacuna na bibliografia de moda nacional. Lino Villaventura, Walter Rodrigues, Alexandre Herchcovitch, Glória Coelho e Ronaldo Fraga são os primeiros retratados na “Coleção Moda Brasileira”.

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ainda carente bibliografia da moda nacional ganhou um reforço considerável. A Cosac Naify colocou no mercado cinco livros sobre os estilistas brasileiros considerados mais expressivos. Lino Villaventura, Walter Rodrigues, Alexandre Herchcovitch, Glória Coelho e Ronaldo Fraga têm suas trajetórias contadas por quem acompanhou de perto o percurso. Villaventura, por exemplo, é retratado pelo jornalista Jackson Araújo, amigo e parceiro de vários desfiles.

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A “Coleção Moda Brasileira” 1 pretende traçar um panorama da moda nacional desde 1950 até hoje. Cada livro traz um prefácio com cronologia, localizando o estilista em seu período histórico, mostrando suas influências e

vivências. Tudo isso com amplo material fotográfico e análise de um time de peso, que inclui Glória Kalil, Erika Palomino, Charles Cosac, Paulo Borges, Regina Guerreiro, João Braga, Nina Horta, Carol Garcia, Carlos Mauro Fonseca, Eva Joory, Contardo Calligaris e Mário Mendes, entre outros. Além do rico conteúdo, os livros ainda são bonitos. O projeto gráfico bem cuidado de Elaine Ramos transforma cada um deles em objeto de desejo visual. Eles vêm com sobrecapas especialmente desenhadas, de acordo com a identidade do retratado, e outros detalhes exclusivos da primeira edição. Podem ser adquiridos separados ou reunidos em uma caixa de papelão. A editora promete novos títulos em breve. ™



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POR UM OLHAR ESPECIALIZADO 1 Inscrições e mais informações no Senac-Centro (av. Tristão Gonçalves, 1245 - Centro - Fortaleza/CE). Informações pelo telefone (85) 3452 7063 ou pelo site www.ce.senac.br/posmoda

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O Senac-CE está com inscrições abertas para a Especialização em Criação da Imagem e Stylist de Moda. Desenvolvido com a grade curricular e o corpo docente do Senac-SP, o curso de pósgraduação contará com 40 vagas e coordenação de Luciane Goldberg esponsável pelo chamado ciclo de criação da imagem, aquele que pensa da pesquisa e concepção propriamente ditas à realização em si de um projeto, o stylist de moda tornou-se um dos profissionais mais procurados hoje no mercado. Em constante renovação, é ele quem liga a imagem a conceitos como atitude e estilo de vida. Visando essa nova tendência, que veio com força total de meados da década de 90 para cá, o Senac-CE criou o curso de Especialização em Criação da Imagem e Stylist de Moda.

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Sob a coordenação local de Luciane Goldberg, o curso seguirá os mesmos moldes do de São Paulo, incluindo a grade curricular e o corpo docente. “A única diferença é que teremos também dois professores daqui para dar duas disciplinas, que são Metodologia de Pesquisa (Eduardo Neto) e Técnicas e Linguagens Multimídia (Wladimir Capelo). Mas o restante, como a ementa, a certificação, é tudo de lá”, afirmou Luciane. Para ela, o investimento tem uma boa causa. “O Senac daqui está querendo investir na área de moda, capacitar, formar, porque é uma área muito rica. E o Senac-SP é sempre uma referência”, afirmou. O curso, desenvolvido em sentido lato sensu com a oferta de 40 vagas (carga horária de 384h/a), é voltado não só a graduados em moda, mas também a stylists que já atuam no mercado, jornalistas de moda, figurinistas, profissionais das áreas de marketing e visual, merchandising, diretores de arte interessados no campo da moda e designers digitais. “Mas já recebemos inscrições 1 também de psicólogos, pedagogos...”, confirmou a coordenadora. A duração da pós-graduação é de 18 meses. ™


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QUESTÃO DE ARTE ENTRE O RUMO DAS EXPOSIÇÕES ARTÍSTICAS E O CAMINHO DA MÚSICA INDEPENDENTE. COM TRILHA SONORA FEITA DE NUVENS Colocamos o pé na estrada e os ouvidos atentos para saber quais são os caminhos que a arte anda tomando no atual contexto das mega-exposições e bienais espalhadas pelo país. E o rumo da nova ordem da música independente brasileira. Onde chegamos, nas próximas páginas. Como trilhasonora, música feita a partir de fractais (!), do cientista atmosférico Alexandre Araújo.

MARINA CAMARGO, “Letras caindo”. Fotografia, 2006 / reprodução MAR|ABR

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Arte em xeque T: TERESA MONTEIRO ® | f: DIVULGAÇÃO

América Latina, Brasil, São Paulo, Ceará... Que caminhos, tortuosos ou não, percorre a arte no atual contexto das bienais, feiras ou as tais “mega-exposições”? Uma conversa com artistas e curadores e a resposta veio à tona... Será?!

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rimeira parada: Porto Alegre. Recentemente em sua sexta edição, ocorrida de setembro a novembro de 2007, a Bienal do Mercosul1 inovou em sua grade de programação, abrindo as porteiras para artistas não-pertencentes ao acordo econômico ao qual se propunha desde o início. “Um percurso coerente, com contribuições positivas crescentes” foi uma das justificativas dadas pelo atual presidente da Fundação Bienal do Mercosul, Justo Werlang (empresário e colecionador, graduado em Administração e Direito e mestre em Administração pela UFRJ), para tal procedimento.

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Para ele, “de certa forma, as alterações implementadas agora foram resultantes do percurso traçado pela Bienal do Mercosul em suas cinco primeiras edições. Por ter vivido intensamente a experiência da primeira, quando presidi os trabalhos, e ter desempenhado a vice-presidência na quarta e quinta edições, percebi a necessidade da instituição enfrentar urgentemente dois desafios em 2007: um, relativo à sustentabilidade do projeto, questão ligada diretamente à gestão; e, outro, relativo ao possível esgotamento do modelo curatorial desde o primeiro ano”. Outro ponto forte que diferenciou esta das demais, na opinião de Werlang, teria sido a transparência, “tanto nos procedimentos curatoriais quanto nos de gestão”. Artista e pesquisadora em Artes Visuais formada pela UFRGS, a gaúcha Marina Camargo vê com bons olhos a mostra, frisando seu caráter educativo. “Acompanho há várias edições. É uma mostra que cada vez mais ganha representatividade e relevância no meio artístico local. Para Porto Alegre, que sedia, a Bienal provocou uma mudança no meio das artes da cidade mas, especialmente, ela ‘educa’ o público para a arte contemporânea - inclusive, este é um dos principais objetivos da Bienal do Mercosul: a parte educativa é sempre muito valorizada, o trabalho com as escolas da cidade e do Estado é bem forte”. 058

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JUSTO WERLANG, Presidente da fundação BienaL do Mercosul FOTO: Cristiano Sant’Anna / Indicefoto.com

Em relação à sua representatividade perante o mundo, no entanto, a artista pondera algumas questões. “Acho que a Bienal do Mercosul não tem muita representatividade dentro do contexto das artes no mundo. Quero dizer, não é uma bienal que mobilize críticos e curadores do mundo todo - embora devesse! -, pois tem qualidade para tanto. Eu apostaria numa maior projeção dessa Bienal: de Porto Alegre, da América Latina para o mundo”, afirmou Marina, que possui pós-graduação em Cultura Visual (Barcelona) e mestrado em Artes Visuais (UFRGS). A questão, para ela, torna-se mais “complicada” à medida que “a arte latino-americana não é, nem está isolada em termos geográficos”. “É uma questão que me intriga também e, quando tive oportunidade, coloquei a pergunta para o curador (Gabriel Pérez-Barreiro) e para o presidente da Fundação Bienal do Mercosul (Justo Werlang). Afinal, qual é a inserção da Bienal em termos nacionais e internacionais? Segundo eles, em termos nacionais a Bienal tem uma boa repercussão (ainda mais em tempos de crise de Bienal de São Paulo) e, em termos internacionais, não era a intenção competir com mostras como a Bienal de Veneza (ITA) ou a Documenta de Kassel (ALE)”.

1 A 6ª Bienal do Mercosul aconteceu em Porto Alegre (RS) em três espaços: MARGS – Museu de Artes do Rio Grande do Sul, Santander Cultural e Armazéns do Cais do Porto. De acordo com a organização, mais de 500 mil visitas foram realizadas nos 79 dias de mostras (seis, ao todo). A Bienal contou com 334 obras de 67 artistas, oriundos de 23 países. Mais informações: www.bienalmercosul.art.br

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3 Promovido pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, por meio da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo - Funcet, o Salão de Abril completou 58 edições em 2007, sendo agora de caráter nacional. Em 2008, com o tema “Arte: Desejo e Resistência”, a mostra de artes visuais acontecerá entre os dias 12 de junho e 21 de julho. Mais info.: www.fortaleza.ce.gov.br

2 Realizada no pavilhão Ciccillo Matarazzo, projetado por Oscar Niemeyer, a Bienal de Artes de São Paulo chegará em outubro de 2008 a sua 28ª edição. Ivo Mesquita, o atual curador, também responde pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, além de ser professor do Center for Curatorial Studies, do Bard College, em Annadale-on-Hudson (EUA). Sobre a mostra: http://bienalsaopaulo.globo.com 060

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œ A meu ver, as bienais - diferentemente das feiras de arte ou outras ‘mega-exposições’ ocupam um espaço importante. Trata-se de um espaço que é político, mas que diz respeito à arte Œ Carolina Soares | jornalista e curadora

O processo das bienais

No caso específico da Bienal de São Paulo2, esta recentemente também causou um quê de polêmica entre a classe, quando divulgou que apenas um andar de seu pavilhão será ocupado com trabalhos; o foco do evento, por sua vez, será para performances e cursos, além de um questionamento sobre o “vazio”. “O tema neste momento atual pesa como um sentido crítico, como um reflexo de uma crise pela qual a instituição passa”, resume Marina. Mas... “Pessoalmente, preferiria que esse tema fosse uma escolha apenas por questões conceituais e menos circunstanciais”. Na opinião de Carolina Soares, jornalista e curadora do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) na área de pesquisa e publicações, essa questão um tanto quanto inusitada, levantada pelo curador Ivo Mesquita, pode ser analisada trazendo à tona também a situação local. “Pensando de maneira mais ampliada, é uma questão para refletirmos também sobre a atual situação do Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, seu vínculo com o poder público, a instabilidade de sua programação e a ausência de uma discussão mais alargada sobre o meio artístico e cultural em Fortaleza”, pontuou ela, que amplia seu olhar e enxerga no esquema de bienais um papel também de caráter político. “A meu ver, as bienais - diferentemente das feiras de arte ou outras ‘mega-exposições’ - ocupam um espaço importante. Trata-se de um espaço que é político, mas que diz respeito à arte. (...) Ao longo da história ocidental, a arte constituiu-se como um poder e países como Inglaterra, França, Estados Unidos, sabem disso melhor que nós, infelizmente”. De volta a São Paulo, “acredito que essa discussão em torno da Bienal seja bastante importante para uma melhor compreensão sobre o contexto artístico local e sua institucionalização. Essa crítica pode ser expandida a muitas outras instâncias do País em que a arte está presente. Não apenas na relação com o estado público das coisas como também do privado”, concluiu. “Gosto da idéia de repensar a estrutura da Bienal, dessa reavaliação que se propõe através da metáfora do silêncio, do vazio. É uma proposta ousada, que vai gerar polêmica por ser uma saída sofisticada no sentido conceitual”, opina Bitu Cassundé, que esteve à frente da curadoria cearense do 58º Salão de Abril de Fortaleza3 - Mostra Nacional de Artes Visuais, ocorrido em Fortaleza entre agosto e setembro de 2007, e atualmente integra a equipe do Projeto Rumos 2008/2009 do Itaú Cultural SP. Para ele, “a reflexão é a base estrutural dessa Bienal, que será dividida em três blocos: a praça no primeiro andar, o vazio no segundo e, no terceiro, uma biblioteca e espaço de conferências”, explicou.

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Ajustes e possibilidades Mas, afinal de contas - e apesar de tudo -, o Brasil teria uma cara diferenciada e de relevância a mostrar para o restante dos países em termos de arte? E o que dizer, por exemplo, do que é produzido em esfera local, no nosso Ceará? “É interessante pensarmos quantos artistas são importantes, hoje, para a História da Arte Brasileira e quantos deles são cearenses: José Leonilson, Luiz Hermano, Sérvulo Esmeraldo, Antônio Bandeira, Solon Ribeiro, Eduardo Frota, Roberto Galvão, entre tantos outros. Isso significa que, independente de uma instituição forte, de um ensino acadêmico em arte, a produção individual se fortifica”, frisou Carolina. “Mas é válido ressaltar que muitos desses precisaram sair do Ceará para o eixo RJ-SP. Isto, para mim, ainda é complicado de compreender, pois é uma realidade não apenas da arte como da vida sócio-econômica geral dos estados do Nordeste”. Considerada uma das mostras mais tradicionais do Estado, o Salão de Abril é um desses eventos que a cada edição é questionado, e nem sempre para o bem. “Acho que o Salão de Abril cumpre seu papel na agenda de Fortaleza, mas não o vejo como um lugar de muita potência. Espero que isso mude, vejo que muita gente está empenhada nisso”, afirmou Vítor César, do grupo Transição Listrada. Arquiteto formado pela UFC, atualmente reside em São Paulo e desenvolve uma pesquisa de mestrado a partir da relação entre arte e esfera pública. Quanto à situação do Brasil, Vítor, que “desconfia de uma arte genuinamente brasileira”, dá sua visão: “Entendo que cada lugar possui suas articulações para pensar arte. Por isso não imagino que possamos estar devendo a qualquer outro país. Existem diferenças, mas não penso nisso de uma forma hierárquica. O que pode existir é uma diferença econômica; nesse caso, acho que o Brasil ainda precisa mudar bastante”, concluiu. Bitu Cassundé, por sua vez, apesar de colocar o Salão de Abril como de grande importância no cenário local, também o analisa num âmbito maior. “Acho que o problema não se localiza especificamente no Salão de Abril, está na falta de um projeto mais sólido para as artes visuais na cidade. Um salão não resolve essa demanda, nem essa política de editais”. Carolina Soares, porém, não acredita que a mostra em questão atinja uma repercussão nacional. Pelo contrário. “Acompanho de maneira circunstancial, não sei exatamente quais discussões têm sido elaboradas para entender o papel que esse evento assume no meio local. Mas vejo o Salão de Abril como uma premiação caduca, que não evoluiu, resultante da total ausência de uma política mais consistente, sólida, de incentivo à arte em Fortaleza e no Ceará”.

Bitu Cassundé na obra de Simone Barreto; exposição “Re-Cortes do EU”. crédito - Lidiane Limaverde

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(acima) VÍTOR CÉSAR: “Retrato Paisagem”. Fotografia, 2006 / crédito - Wanessa Malta (à direita) MARINA CAMARGO: “Espaçamento”. Recorte em vinil adesivo, 2007 / crédito divulgação

œ Entendo que cada lugar possui suas articulações para pensar arte. Por isso não imagino que possamos estar devendo a qualquer outro país. Existem diferenças, mas não penso nisso de uma forma hierárquica Œ Vítor César | do grupo Transição Listrada

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A resolução inicial estaria, para Cassundé, no aumento de um investimento para a área, “tanto na formação de cursos, oficinas, quanto na parte estrutural, possibilitando aos gestores o mínimo para desenvolverem suas estratégias. Fortaleza possui um solo fértil nas artes visuais, possuímos uma produção contemporânea emergente que ganha espaço no cenário nacional e é saudada com entusiasmo. Alguns nomes já solidificam sua inserção num cenário nacional, como Yuri Firmeza, Járed Domício, Waléria Américo, Vítor César, Milena Travassos, Zanazanan”, afirmou. Já parte fixa de nossa história na arte, o Salão, para ele, teria como função principal “não somente revelar nomes, e sim fomentar uma discussão acerca de diversas proposições como: circuito de arte, questões do local e do global, a pluralidade na produção contemporânea, aproximar o público através de um bom serviço educativo, dentre outros. Acho que poderia se pensar um novo modelo para o Salão dos Novos, um espaço reservado para artistas que estivessem no início de suas pesquisas e já demonstrassem talento, que houvesse um acompanhamento crítico, curatorial, que os investimentos começassem nas bases”, concluiu Bitu. ™

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MÚSICA INDEPENDENTE S/A T: FELIPE GURGEL | f: Cláudio Cologni

Empresas onde quem mais rala são os chefes. Pouco dinheiro, trabalho demais. Paixão e labuta no mesmo patamar. Coisa de herói mesmo. Nem parece Brasil.Mas é assim que uma nova ordem da música brasileira vem crescendo. De Goiânia (GO), um dos centros atípicos do circuito da música independente, cinco produtores, das cinco regiões distintas do país, contam de suas vidas e de como tudo isso faz sentido

xiste vida além do glamour. Na música, também. Não é mais tanta novidade assim que hoje a Internet dividiu melhor as oportunidades de trabalho e estremeceu a indústria. Há uma “realidade paralela” da música independente que, do início do ano 2000 para cá, cresce e aparece no Brasil. Enquadrar os artistas do circuito em um grupo só é complicado. Afinal, a criação é livre. Mas quem é que faz acontecer esse barulho? De fato, é bem mais cômodo arriscar o perfil dos produtores: são poucos espalhados pelo País, gente que faz “negócio” submetida a cortar a própria carne. Pense no estereótipo do empresário “bem sucedido”, vida mansa. Nesse caso, não dá. A idéia é se manter de pé.

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“A vanguarda tem um limite. Não existe um grande público que fomente. Tem horas que as alternativas se esgotam e você não consegue mais crescer. Então, a gente precisa mostrar que o papel do investimento não é só nosso, é do Estado também”, observa Anderson Risuenho, 33, o “Foca”. Ele está à frente do conglomerado DoSol – produtora, selo, rock bar e estúdio, em Natal (RN). Só assim para viver do rock em uma região onde essa cultura é atípica. “É meu emprego. Larguei a faculdade no final. Meu pai foi bem reticente, ao mesmo tempo fui crescendo e hoje eles 064

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(os pais) são os maiores incentivadores. São 15 anos de rock”, diz Foca. A mulher, Ana Morena, acompanha o batente. “Em 2008, vamos para a Europa, estudar o rock que se faz por lá e depois encomendar o herdeiro”, prevê. Foca é um que, esporadicamente, aparece nos grandes festivais independentes para conferir novas bandas, debater o circuito e desenrolar oportunidades. Em novembro de 2007, ele e mais uma série de produtores de todo o Brasil estiveram em Goiânia (GO), na 13ª edição do Goiânia Noise Festival. A capital goiana hoje é referência do meio. Outra “esquisitice” para quem nunca soube que existe circuito cultural além do eixo Rio-SP. Hoje, o “Noise” é ponto alto da cena nacional. “É a nossa edição mais bem estruturada”, observa Fabrício Nobre, 29, organizador do festival e responsável por mil coisas além disso. Ele é vocalista da banda MQN, sócio da Monstro Discos (combo de produtora, selo, e por aí vai), presidente da Associação Brasileira dos Festivais Independentes (Abrafin) e ainda é pai de família. “É complicado. Minha filha (Ana) nasceu faz pouco tempo. Fiz compromisso de só viajar com a banda a partir de 2008, sem maluquice. Pela Abrafin, eu já descumpri esse acordo e é minha mulher quem está segurando a bronca”, conta Fabrício.


A Obra, de Belo Horizonte (MG), é casado e tem filhos. “Minha família topa. Tenho muitos antecedentes na música”, conta o mineiro, entre os bastidores do Goiânia Noise.

A Obra completou 10 anos em 2007. Uma casa de shows “para todas as tendências da música independente”, segundo o próprio Claudão, que logo se inclinou para a realização dos festivais – o ápice do circuito. “Somos sócio-fundadores da Abrafin. Fazemos o Primeiro Campeonato Mineiro de Surfe desde 2000. O ‘Primeiro’ foi um termo que pegou e até hoje chamamos assim. Por conta dos 10 anos d`A Obra, fizemos um festão com o (programa) Alto Falante (da Rede Minas, transmitido nacionalmente pela T V Cultura) e surgiu o festival Garimpo. Foi o primeiro produzido pela Obra que abarcou vários estilos. Os outros eram mais setorizados”, explica. Claudão trabalha exclusivo para o complexo. Vive disso. “Meu salário não supre todas as minhas necessidades. Mas abandonei minha profissão de professor universitário e fui fazer cultura. Não fico restrito ao ambiente da sala de aula. As casas têm que dar espaço prioritariamente às bandas autorais, ter responsabilidade sócio-ambiental. É pouca grana, mas o modus operandi tem de ser equilibrado para trabalhar”, diz ele.

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Provando que quem se ocupa arruma tempo pra tudo, ele garante que não há tantos problemas para conciliar o todo. “Meu relacionamento é longo. A gente já está junto há 15 anos. Ela (a esposa Gabriela Nobre) é psicóloga, trabalha muito também”, diz. Apesar da rotina pesada e da sobrecarga de funções na música, os produtores, sobretudo os mais experientes, não fogem da responsabilidade familiar. Cláudio Vieira da Rocha, 43, o “Claudão”, gerente do complexo.

A condição do mineiro não é regra. É comum um produtor ter de conciliar outra profissão e lidar com um emprego fixo para gerar renda. Mesmo que as ocupações tenham a ver entre si. Com Marcel Arêde, 27, de Belém (PA), funciona assim. Além dos projetos da Dançum Se Rasgum Produciones, ele trabalha na gerência de marketing internacional da Paratur, a Companhia Paraense de Turismo. “A produção independente me toma mais tempo. Mas estar dentro do governo facilita o trabalho. Viajo bastante. Então eu aproveito horários vagos durante as viagens para divulgar material”, conta. Marcel cuida da carreira do La Pupuña – um dos grupos responsáveis pelo sucesso da “guitarrada” paraense fora do Estado. É um dos organizadores do Festival Se Rasgum no Rock. E ainda quer mais trabalho. “A gente quer fundar uma ONG e abrir um centro cultural na área de cultura pop urbana, com casa de shows, estúdio de ensaio. A dificuldade (do trabalho de produção) é só o tempo. Não consigo parar em Belém para pensar projeto, pensar em festa. Mas o sonho é viver da música independente”, vislumbra. Sobrecarregada ou não, a produção independente não teria como evoluir sem profissionalização. “Tem muito a melhorar. O primeiro erro é quando o cara começa a tocar e logo acha que precisa de um produtor. Não vai encontrar. Estamos vivendo ainda o início da revolução produtiva. Tem que ter curso de roadie, iluminador. Todo trabalho artístico precisa de produção”, observa Alê Barreto, 35, de Porto Alegre (RS), produtor executivo desde 2003. Ele acompanhava os gaúchos do Pata de Elefante durante o Festival. “Aprendi com tentativa e erro. Minha melhor dica é: ´começa fazendo e vê como arde´. Não é mole. Por isso é importante desenvolver as pessoas nisso”, completa. Alê, de fato, não esconde o que sabe. Ele publicou os fascículos online “Aprenda a Organizar um Show”, no site do Overmundo (www.overmundo.com.br). Ao que parece, o produtor tem um nível de organização acima da média, apesar de não ter bem planejado essa vida. “Me formei em administração, então já tinha noção de riscos. Vou completar cinco anos de produção. Foram os cinco melhores anos da minha vida, mas preciso de um planejamento. Você tem que ter uma clientela que te contrate, porque senão você fica dois, três meses sem serviço. Não aconselho que o cara largue o trabalho (fixo) para fazer isso. Porém, tem a questão do atendimento. Se você não der conta, não vai lá para fazer o pacto da mediocridade. Afinal, tem gente que está nessa das 8 da manhã às 9h da noite”, atesta. ™ Felipe Gurgel é jornalista formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Dedica-se há quatro anos ao jornalismo cultural, como repórter e assessor. É direcionado à música. Atualmente, faz free lancer; toca baixo e produz a banda O Garfo (CE); e ainda assessora o projeto Noise 3D. MAR|ABR

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INTERVALO

ARTE

CINEMA

MODA

™ Depois de uma temporada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, chega a cidade de São Paulo a exposição Marilyn Monroe - O Mito. Na mostra, mais de 50 imagens da atriz feitas durante a última sessão de fotos de que participou antes de sua morte, no ano de 1962. Quando: até 26/04. Onde: Galeria Estação (rua Ferreira de Araújo, 625, Pinheiros/SP). Info.: (11) 3813 7253.

O 18º Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema foi antecipado este ano para abril. Na programação, além das mostras competitivas, haverá a retrospectiva Nordeste, Cangaço e Cinema, com a exibição de cerca de 30 filmes com temática no cangaço como “Corisco e Dadá” (foto), de Rosemberg Cariry. Quando: de 10 a 17/04. Onde: em vários espaços da cidade. Info.: www.cineceara.com.br

™ Em sua 9ª. edição, o DRagão Fashion

™ Chega de Saudade (BRA, 2008). Romance. De Laís Bodanzky. Quando: 21/03. Ambientado durante uma noite de baile num clube de terceira idade em São Paulo, o espectador acompanha os dramas e as alegrias de cinco núcleos de personagens. Mesclando comédia e drama, aborda o amor, a solidão, a traição e o desejo num clima de muita música e dança. Com Tônia Carrero, Betty Faria e Elza Soares.

™ Depois de transformar os jardins do Teatro José de Alencar em passarela, o grupo Coletivo (um projeto que abriga novos talentos da moda local) escolhe o Cine São Luiz para apresentar suas mais recentes coleções. O tema desta temporada é Nelson Rodrigues. E surpresa: alguns desfiles se transformam em curtas. Quando: 04/04, às 11hs. Onde: Cine São Luiz (Praça do Ferreira - Centro– Fortaleza/CE). Info.: (85) 3253 3041.

O trabalho de três Marias - uma mãe e duas filhas da família Cândido, os artesãos mais conhecidos do Ceará - pode ser conferido em Fabuloso Mundo do Barro onde são exibidos vários cenários originais de grande expressividade pictórica. Quando: até 11/05. Onde: Centro Dragão do Mar (rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema - Fortaleza/CE). Quanto: R$ 2 (inteira). Info.: (85) 3488 8611.

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Brasil - reconhecido como o maior evento de moda autoral do país - estreita relações com as artes plásticas, o cinema e o artesanato. Com o mote “Dragão de Todas as Artes”, o evento engloba cinco dias de desfiles, exposições e palestras. Quando: de 31/03 a 05/04. Onde: Centro de Convenções de Fortaleza (Av Washington Soares, 1141 - Edson Queiroz – Fortaleza/CE). Info.: www.dragãofashion.com.br


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SHOW

TEATRO

MUNDO AFORA

™ No começo, fitas k7 demos das novas bandas da cidade. Agora, 16 anos depois, o Abril Pro Rock traz uma programação eclética que mistura artistas nacionais e nomes internacionais, com bandas independentes escolhidas pelo público através da internet. Entre os destaques, New York Dolls (foto) e Lobão. Quando: 11, 12 e 27/04. Onde: Chevrolet Hall (Av. Agamenon Magalhães S/N - Olinda/PE). Quanto: de R$ 50 a 80. Info.: http:// www.abrilprorock.com.br

Padre José, vigário jovem de uma paróquia muito antiga, entra em pânico ao perceber que está grávido (?!). Assim é o enredo de O Santo Parto, espetáculo de Lauro César Muniz, com direção de Bárbara Bruno. Quando: até 30/03, aos sábados e domingos (21h). Onde: Espaço dos Satyros (Praça Franklin Roosevelt, 214 - República – SP). Quanto: R$ 20. Classificação: 16 anos. Info.: (11) 3258 6345.

™ Uma surpresa nas bancas (depois da Seven!). De um lado, uma capa sem cores e em braille (sistema de leitura pelo tato). Do outro, a foto de um albino em preto e branco. Esta é a proposta da Colors #72 “Without Colors” dedicada aos descapacitados visuais. E como eles vão apreciar a revista? Um CD traz a gravação de todo o exemplar. Quanto: US$ 7,95. Em lojas especializadas ou você pode comprar a revista por download no site: www.colorsmagazine.com

™ O projeto Noise 3D comemora cinco anos e segue sua “missão” de promover bandas independentes em Fortaleza. A comemoração traz uma série de apresentações especiais, como o show da banda Plastique Noir e uma noite nostálgica com a extinta banda Velouria. Quando: 12 e 19/04. Onde: Music Box (Rua José Avelino, 387 – Centro Dragão do Mar - Fortaleza/CE). Quanto: R$ 10. Info.: (85) 3219 3699.

™ Para marcar o Dia Mundial do Teatro, o Banco do Nordeste do Brasil realiza o II Festival BNB das Artes Cênicas com uma programação envolvendo peças teatrais e mostras de teatro de rua de vários estados do Brasil. Além de duas mostras cinematográficas com filmes baseados na literatura dramática. Quando: até 31/03. Onde: nos Centros Culturais BNB em Fortaleza e Cariri. Quanto: grátis. Info.: (85) 3464 3108.

™ Uma exposição com esculturas feitas a partir de pele humana promete despertar interesse e polêmica em uma galeria na cidade de Liverpool, Inglaterra. A exposição Sk-interfaces aborda questões da atualidade fundindo arte, tecnologia e ciência. Quando: até 30/03. Onde: Centro Cultural FACT (88 Wood Street, Liverpool/UK). Info.: +44 (0)151 7074444. Visite o site: http://www.fact.co.uk

As informações sobre data, horário, local e preço e imagens são divulgadas pelos realizadores de cada evento. A SEVEN não se responsabiliza por eventuais mudanças de programação. Para participar, mande material para: agenda@sevenmagazine.com.br.

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“Luzia é um mistério. Um lindo e poético mistério que desperta no limiar de seus 90 anos”. Assim, Tereza Porto, escritora, inicia a apresentação de Flor do Cacto, estréia na literatura de dona Luzia Pereira dos Santos. Em apenas 22 páginas, esta alagoana de batismo, cearense de coração e história, traduz em 59 estrofes as várias facetas do coração. O amor, tema recorrente, surge a partir de um beijo, um abraço, um sonho ou puramente de um olhar. O motivo, ela mesma versa: “Ninguém ama sem sofrer/ Ninguém ama sem chorar/ Apesar de tudo isso/ Ninguém vive sem amar”. De Luzia Pereira dos Santos | 22 páginas | Produção Independente

FLOR DE CACTO

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UMA PÁGINA PARA LER COM O CORAÇÃO, ABRIMOS O LIVRO DE ESTRÉIA DE DONA LUZIA QUE, AOS 94 ANOS, TENTA TRADUZIR AS FACETAS DO AMOR EM 59 ESTROFES

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Flor das Alagoas T: TERESA MONTEIRO ® | f: NICOLAS GONDIM ®

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Da varanda de um prédio no bairro Aldeota, em Fortaleza, um bate-papo teve por foco a trajetória de dona Luzia que, no auge dos 94 anos, encontrou nos versos – todos de amor – uma companhia a mais. “Babá” há 70 anos da mesma família, é com essa alagoana nosso perfil do “Uma Página” s olhinhos miúdos, escondidos por trás dos finos óculos de grau, emolduram um rosto forte, lapidado gradativamente em anos de roçado ao lado da família, composta de pai, mãe e três irmãos. Àquela época, os tempos vividos no sertão das Alagoas eram bem outros, e a então adolescente Luzia Pereira dos Santos achou por bem conhecer outras terras; do Ceará (Cedro, Crato e, agora, Fortaleza) nunca mais saiu. “Vim só com uma irmã minha, em 1933, direto pra trabalhar”, afirmou.

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No caminho traçado ao longo de 94 anos, festejados a 6 de janeiro, um rastro de dedicação não só ao trabalho, mas também às amizades, aos amores perdidos tantas vezes na lembrança. “Ave Maria, quando eu via ele (referindo-se a um certo ajudante de caminhoneiro de nome Inácio, sua grande paixão) chega ficava toda arrepiada! (Risos) Era... Eu ficava assim, na janela, e ele passava. Mas não deu certo, não...”, conforma-se Luzia, olhos voltados para o céu. E emenda. “Não tenho mais ninguém, só a companhia de Deus e Nossa Senhora!”. E, claro, a do ‘patrão e filho adotivo’ Ricardo Jereissati que, de tantos anos de convívio, ainda a chama carinhosamente de “babá”. “Ela é a chefe da casa, que orienta tudo, nunca foi nossa babá mesmo... O forte dela é a parte da cozinha, principalmente a árabe”, explicou ele, descendente de libaneses. Católica “graças a Deus” e amante de futebol - “mas só torço pelo (time do) Brasil” - de dois anos para cá, Luzia enveredou por outros caminhos, mais lúdicos. Viu-se falando do coração... “Só falo de amor, viu? Não falo de outra coisa! Ah, meu Deus... De onde saiu tanta coisa? Tá tudo aqui!”, diz Luzia, analfabeta de pai e mãe, referindo-se à quantidade de versos saídos de sua cabeça que resultaram na confecção de um livro, Flor do Cacto (2007), distribuído apenas para amigos e familiares, com apresentação da escritora Tereza Porto. Explicações racionais? Ninguém sabe. “Disseram que era negócio de espírito, e eu não acredito nisso! Ninguém diga isso pro meu lado que eu não acredito! Negócio de espírito me ajudando...”, desdenhou. “Quando eu me for desta terra/ Quem me leva são nove rosas/ Três brancas, três amarelas/ Três encarnadas e cheirosas”. “Estou no meio de dois cravos/ Não sei a qual me apegue/ O branco por ser cheiroso/ O vermelho por ser alegre...”, aproveita Luzia para dar uma ‘palhinha’. Outros versos mais surgem depressa à sua mente; a boa conversa, por sua vez, se dá por encerrada. Cumprimentos de cá e de lá, e uma última indagação torna-se inevitável: “Outro livro à vista? Eu vou pensar ainda se sai alguma coisa sem ser poesia. Se sair...”. Estamos aguardando. ™ MAR|ABR

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No embalo dos fractais

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2 Na internet, Alex Costa disponibilizou material de seus quatro projetos musicais. É só acessar: Oceano Fractal (http://palcomp3.cifraclub. terra.com.br/alexcosta/); Rádio-Ativo (http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/alexradioativo/); Experimentais (http://palcomp3.cifraclub. terra.com.br/alexexperimentais/); e Ethnictronic (http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/ethnictronic).

década de 70 do século XX, a partir do adjetivo latino fractus, do verbo frangere, que significa “quebrar”. (Fonte: Wikipédia)

1 O termo “fractal” foi cunhado em 1975 por Benoît Mandelbrot, matemático francês nascido na Polônia, que descobriu a geometria fractal na

T: TERESA MONTEIRO ® | I: CHICO NETO ®

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O que há de comum e palpável entre a música e a ciência? Para o cearense Alexandre Araújo Costa, um elo pra lá de firme. Há mais de 13 anos atuando na Funceme, ele passou de mero apreciador a compositor de músicas... Fractais! Mas, o que é isso mesmo? zomo cientista atmosférico, o cearense Alexandre Araújo Costa lida diariamente com os desmantelos e imprevistos do tempo. Há mais de 13 anos na Funceme – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, Alex – como é conhecido – gerencia o Departamento de Meteorologia, liderando pesquisas em áreas como Modelagem Atmosférica, Física de Nuvens e Previsão de Clima. De formação, já é Doutor em Ciências Atmosféricas com PósDoutorado em Atmosfera e Oceanos. Há cerca de um ano, no entanto, começou a unir o trabalho ao prazer pela música, a partir de composições fractais (do latim: fractus 1, fração, quebrado). O que é isso? Ele explica.

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“Até 2004, minha relação com a música era somente a de apreciador. Havia cursado doutorado nos EUA, de 1997 a 2000, mas foi quando me afastei do País pela segunda vez que tive a oportunidade de me envolver diretamente com música. Durante o pós-doutorado, conheci, nas horas vagas, o Laboratório de Música Eletrônica da Universidade de Yale, em que trabalhava. Foi quando tive oportunidade de promover, nesse meu universo, a aproximação entre música e ciência. Passei a compor músicas fractais e a ‘vesti-las’ com as sonoridades dos programas de editoração e produção musical”. Esse processo, a priori estranho de se entender, caracteriza-se, segundo Alex, pela geração de linhas melódicas a partir de séries matemáticas. “Tais séries são fractais e, por isso, são quase periódicas. Na música, é como se um tema se repetisse, mas com variações. Algo interessante é que a forma de compor muda. Ao invés de mudar localmente esta ou aquela nota, eu experimento mudar parâmetros numéricos globais da série. Sobrevivem aquelas que, ao agradarem meu ouvido, eu reivindico como sendo uma peça, e não uma mera seqüência aleatória de notas”.

Esse processo, a priori estranho de se entender, caracteriza-se, segundo Alex, pela geração de linhas melódicas a partir de séries matemáticas

O CD Oceano Fractal é, particularmente, o resultado desta pesquisa. Todo formado por músicas fractais, conta a história de um descobrimento alternativo das Américas pelos gregos. Além dele, no entanto, Alex 2 lançou mais três trabalhos - Rádio-Ativo, Ethnictronic e Experimentais - sendo cada qual inspirado e com técnicas de composição diferentes. Neste último, porém, uma particularidade. Além de reunir peças eletroacústicas diversas, trabalha também a partir da chamada ‘Antropometamorfose de Nuvens’ (Anthropometamorphosis of Clouds). Nesse estudo pode-se, por exemplo, diferenciar - em forma de música - uma “nuvem limpa” de uma “nuvem suja”. Segundo Alex, “é uma peça composta a cada décimo de segundo, usando dados de simulações de nuvens limpas e nuvens poluídas. Nas primeiras, as gotas crescem facilmente e se tornam gotas de chuva; nas segundas, a poluição produz um grande número de gotas pequenas. Criei uma regra: gotas pequenas, notas graves; gotas grandes, notas agudas”. Mas concordemos com o próprio: “O melhor mesmo é ouvir...”. Quanto a isso, não há dúvida! ™


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OUTROS BAIÕES A DUPLA FEIJÃO-COM-ARROZ NÃO É SÓ O INGREDIENTE PRINCIPAL DO BAIÃO-DE-DOIS. É MISTURA GARANTIDA NA CULINÁRIA BRASILEIRA A dobradinha feijão com arroz é a base na mesa de todo brasileiro. De norte a sul do Brasil, encontramos variações da dupla que ganham ingredientes e técnicas de preparo influenciados por diversas origens. Uma mistura que vira metáfora da nossa miscigenação. Para completar o menu, um baião-de-dois especial inspirado em Rachel de Queiroz.

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UM,DOIS

FEIJÃO COM ARROZ T: MÔNICA LUCAS ® | f: NICOLAS GONDIM ® E DIVULGAÇÃO

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Não importa a abundância de ingredientes, nem de influências, de norte a sul do Brasil, a mesa do brasileiro é muito parecida no dia-a-dia. Feijão, arroz, farinha, alguma carne ou legume para acompanhar... tanto faz se acompanha filé ou ovo frito, não há por onde fugir: o feijão com arroz é preferência nacional.

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do século XVII”, atesta Luís da Câmara Cascudo no livro História da Alimentação no Brasil.

1 “Podemos dizer que o binômio feijão-e-farinha estava governando o cardápio brasileiro desde a primeira metade

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arroz chegou ao Brasil trazido por mãos portuguesas, depois que o grão já havia se espalhado da Ásia para África e Europa. Por aqui, os índios já comiam feijão, originário da América tropical. Já a mistura dos dois, essa é brasileiríssima. No livro O que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo Roberto da Matta constrói a metáfora da miscigenação racial num prato de feijão e arroz: “De tal modo que o feijão, que é preto, deixa de ser preto, e o arroz, que é branco, deixa também de ser branco”. Ao juntar culinária com sociedade, essa relação adquire paladares na mesma profusão que os sotaques regionais.

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Embora ninguém conteste a importância do arroz, o feijão foi e continua sendo o protagonista da refeição nacional. Encontramos uma enorme variedade de cores, espécies e tamanhos de feijão. Tem o preto, mulatinho, branco, carioca, fradinho, de corda... Isso só para ficar em alguns dos 4 mil tipos colhidos no País. Segundo dados da Embrapa, o brasileiro come, em média, 17 quilos do produto, por ano, sendo bem mais no interior. Consome muito, mas não consome igual. Em cada região, sua história local contribuiu para um gosto diferenciado. Carne seca e farinha também entram como coadjuvantes ao lado do arroz na nossa peculiar culinária. Em Minas Gerais, por exemplo, o deslocamento constante dos tropeiros levou ao preparo de um feijão preto com menos caldo, seco pela mistura com farinha de mandioca e guarnecido com pedaços de lingüiça frita e torresmo. Já em São Paulo, o feijão carioquinha misturado à farinha de mandioca1 e com caldo era comida dos bandeirantes, que a levava em farnéis, sendo a origem do virado a paulista. Na Bahia, o popular azeite-de-dendê e outros temperos picantes determinam a escolha do feijão mulatinho como o que combina melhor com os pratos típicos.


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œ E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, que nem feijão com arroz Œ RENATO RUSSO | EDUARDO E MÔNICA (1986)

O gosto pela feijoada faz do feijão preto o grande favorito no Rio de Janeiro, ainda que não represente mais de 20% da produção brasileira. A preferência nacional é do feijão carioca, que representa 70% do consumo. No extremo norte do País, o feijão conhecido como manteiguinha é que faz a festa. Essa variedade do feijão branco americano pode ser pouco conhecida em outras regiões, mas foi introduzida na época do ciclo da borracha da Amazônia, quando grandes empresas estadunidenses negociavam látex com o Brasil. O arroz vai se consolidando no prato do brasileiro em meados do século XIX, quando os maranhenses fomentam a produção para exportação. Precursores na produção do cereal no Brasil, os maranhenses foram apelidados de “papa-arroz”. Naquela época, eles nem podiam imaginar que estavam lançando as bases da mistura mais trivial da história da alimentação brasileira. Os boiadeiros paulistas se encarregaram de consolidar o casamento do arroz de carreteiro com o feijão tropeiro. Eles carregavam essas comidas em caixas de couro para conservação, apelidadas de “bruacas”. Em Minas Gerais, além do tradicional tropeiro, surge o arroz para formar o tutu, acompanhado ainda de bacon, ovos cozidos e couve. Os cariocas, por sua vez, não dispensam o cereal na feijoada, ao lado de couve e laranja.

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œ Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Œ CHICO BUARQUE DE HOLANDA | CONSTRUÇÃO (1971)

Consumidos juntos, arroz e feijão são mais do que uma combinação de lamber os beiços: completandose harmonicamente, formam uma dupla de elevado valor protéico. Clarice Araújo, professora do curso de Nutrição da Universidade de Fortaleza (Unifor), ressalta o casamento “perfeito”, em suas palavras: “Eles se completam de forma plena, porque os aminoácidos que faltam no feijão são encontrados no arroz, e vice-versa”. É o prato típico da resistência, a “sustança”, como diz o nordestino. “A mistura feijão com arroz é rica em carboidratos, o componente energético de nossa alimentação. Devido à significativa contribuição desses alimentos para o aporte de energia, sua proteína pode ser ‘poupada’ como substrato energético e utilizada totalmente para suprir as necessidades protéicas endógenas. Isso é particularmente importante em situações onde a ingestão protéica está limitada”, explica a nutricionista. 076

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DIETA À BASE DE FEIJÃO E ARROZ

O arroz é importante fonte de vitaminas do complexo B e possui baixo teor de sódio, que só vai depender do sal que se adiciona durante o seu preparo. Além disso, por ser de origem vegetal, o produto é isento de colesterol. Os feijões preenchem as principais recomendações dietéticas para a boa saúde: consumo de fibras, amido e outros carboidratos complexos; baixo consumo de lipídios e sódio. Por isso, as principais instituições internacionais de apoio e promoção à saúde indicam a ingestão diária de uma ou mais porções de feijão. Entretanto, algumas variações do prato devem ser consumidas moderadamente, por mais deliciosas que sejam. A adição de ingredientes – como a lingüiça do feijão tropeiro e o queijo de coalho do baião – aumenta a quantidade calórica, de sódio e de colesterol da mistura. Portanto, pacientes que apresentam excesso de peso, colesterol elevado e pressão alta devem redobrar a atenção.


œ Se o baião é bom sozinho, que dirá baião de dois Œ LUIZ GONZAGA E HUMBERTO TEIXEIRA | BAIÃO (1945)

Baião-de-dois E depois de ir até Minas, Rio, São Paulo e extremo norte do País, não podíamos deixar de fora aquela que é a maior contribuição do Ceará para a cozinha brasileira. O baião-de-dois. Ou três, quatro, enfim... Mexida e remexida, essa panela já recebeu tantas contribuições que é difícil dizer como seria o prato mais autêntico. Quem provar de um bom baião-de-dois jamais irá usar a expressão “feijão com arroz” como sinônimo de algo menor. Receita simples, sim. Fácil, nem tanto. Banal, jamais! Cozinha elementar, de poucos ingredientes, mas longe de resultados parcos. O baião de “raiz” seria aquele feito com arroz, feijão verde fresco, queijo de coalho, nata de leite, cebolinha e coentro. Mas há variantes. Em Fortaleza, o jornalista Fábio Freire sugere o Tuchê Bar, mais reconhecido pela sua versão de “baião africano”, com feijão preto.

Se no próprio Nordeste é possível encontrar receitas diferentes, imagine em outras regiões. O coentro é comumente preterido pela salsinha e o prato, muitas vezes, ganha ingredientes inusitados, como azeite-de-dendê. Não que seja ruim, mas demora a adaptar o paladar. É o que defende a médica Tatiana Lima, cearense radicada em São Paulo, que já viu até baião vegetariano com carne de soja. “Demorei a encontrar um baião que me agradasse. O do restaurante Mocotó é o que eu mais gosto aqui, mas ainda não é aquele baião do Ceará”, lamenta. Para quem está na terrinha, a chefe de cozinha Louise Benevides, coordenadora do curso de Gastronomia do Senac-CE, recomenda os restaurantes Esquina do Baião, Colher de Pau e Carneiro do Ordones. Mas o que faz um bom baião? “A qualidade dos ingredientes e o tempo do preparo adequado”, responde Louise. Há também um segredinho: colocar aos poucos na panela do cozimento a quantidade de água certa. “O melhor do baião é essa espécie de suco, que garante a cremosidade”, conta a culinarista Ruth Marinho. ™ MAR|ABR

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RECEITUÁRIO

T: MÔNICA LUCAS ® | f: NICOLAS GONDIM ®

onvidada pela Seven, a culinarista Ruth Marinho preparou um baião-de-dois especial. A receita veio do livro “A Cozinha do Não Me Deixes”, que reúne as memórias gastronômicas da escritora Rachel de Queiroz. A descrição minuciosa de pratos passados de geração em geração nos leva à fazenda que deu nome ao livro, em Quixadá. Era seu refúgio e lá as receitas foram colhidas oralmente com as cozinheiras, suas filhas ou netas. “Acrescentei alguns ingredientes, mas não se perde a essência, a alma de Rachel de Queiroz. Foi tudo de acordo com o sentimento de quem é apaixonada pelo Ceará e sua comida”, lembra Ruth, uma carioca que há 20 anos faz de Fortaleza sua morada.

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Ingredientes

MODO DE PREPARO

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Depois de deixar o feijão de molho de um dia para o outro, cozinhe normalmente. Quando estiver no ponto, separe e faça o tempero: na frigideira, refogue no óleo de girassol a cebola, alho, pimentão e bacon picados. Acrescente esse refogado ao feijão, junto com um pouco de manteiga da terra. Nessa mesma panela, despeje o arroz cru, colocando água pouco a pouco para completar o cozimento, em fogo brando, e deixar o baião úmido. Quando o arroz estiver no ponto, acrescente a nata, mais coentro e cebolinha bem picados. Misture e coloque pedaços de queijo coalho, cortados em palito. Volte a despejar nata e manteiga da terra até dar a liga desejada. Por último, coloque os torresmos por cima. Preparado e servido em panela de barro, o sabor do baião-de-dois fica ainda mais evidente, além de o calor ser conservado por mais tempo.

500 gramas de feijão verde 600 gramas de arroz 200 gramas de queijo de coalho 200 gramas de bacon 1 cebola grande 6 dentes de alho ½ pimentão verde 1 maço de coentro 1 maço de cebolinha Óleo de girassol Manteiga da terra, nata e torresmo à vontade


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CURTA

Luz, câmera, fogão! T: MÔNICA LUCAS ® | I: OTÁVIO RODRIGUES 1

1 Para conhecer mais trabalhos do diretor de arte e ilustrador Otávio Rodrigues, acesse http://otas.carbonmade.com

Não importa quantas dietas novas surjam por dia, comer sempre será um prazer. A televisão redescobriu o filão da gastronomia e investe em programas que atraem até mesmo quem só vive de fast-food.

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amie Oliver, Nigella Lawson e Claude Troigros fazem fama na TV sem ancorar noticiários ou atuar em novelas. Embora tenham familiaridade com as câmeras, a intimidade maior é mesmo com as panelas. Eles apresentam programas de gastronomia no canal pago GNT e são apenas três exemplos de um filão que vem da década de 50, mas conseguiu se renovar para conquistar novas audiências, como os homens. Não se trata apenas de incorporar o microondas ao estúdio, mas de abandonar definitivamente o jeitão de avó. Todos são jovens, carismáticos, divertidos e ágeis ao pilotar o fogão, como exige qualquer edição de programa nos últimos dez anos. Mas, principalmente, fazem cozinhar parecer algo fácil. Tanto que mesmo quem não tem capacidade sequer de fritar um ovo os assiste de bom grado.

Já o francês Claude apresenta seu programa no Brasil, onde mora e trabalha há anos. Para acompanhar um bom prato, nada melhor que um vinho à altura. É aí que entra o jornalista Renato Machado, que apresenta variedades da bebida com características que vão do “suave” ao “irascível” ou “nervoso”. E mesmo sem entender lhufas e até achando graça da descrição, o público se rende à dupla no “Menu Confiança”. Daria para citar ainda os brasileiros Alex Atala e Flávia Quaresma, do Mesa para Dois, no mesmo canal. Mudando para o Discovery Home & Health, você dá de cara com o australiano Curtis Stone, um chef que surge do nada em algum supermercado dos Estados Unidos, vai pra casa com o escolhido e prepara pratos especiais, ensinando seus truques para surpreender um convidado no “Chef a Domicílio”.

Com uma das cozinhas mais vilipendiadas do mundo, a Inglaterra curiosamente é o berço dos dois mais populares, Nigella e Jamie, que também ganham vários pontos no ingrediente beleza. Com rosto de anjo e decotes, Nigella cozinha como se não houvesse amanhã: manteiga, açúcar, chocolate e ovos são seus ingredientes favoritos e danese a gordura trans. O mistério é descobrir como conserva sua cinturinha de pilão mesmo comandando dois programas (“Festas de Nigella” e “Receitas de Nigella”). Jamie é um garotão de cabelos espetados e um pouco desastrado - menos quando pica legumes com uma rapidez impressionante, quase um demônio da Tasmânia. O rapaz já virou pop star, mostrou seu projeto paralelo - uma banda de rock, que canta seu tema de abertura - e virou o genro sonhado pelas mães britânicas - e brasileiras. Atualmente, está no ar com “Truques de Oliver” e “Em Casa com Jamie Oliver”.

Se eles encorajam os menos talentosos a irem além dos limites do miojo, há o contraponto. Ele se chama Gordon Ramsay e mostra a cozinha como um verdadeiro inferno. Não por acaso seus reality shows levam nomes como “Hell’s Kitchen“ou o “Kitchen Nightmares”. Os chefs iniciantes precisam ser fortes para não tremer e perderem o ponto a cada xingamento. A recompensa costuma valer a pena, como a propriedade de um restaurante prontinho em Las Vegas. Outro que destila acidez é Anthony Boudain, sempre polêmico, que recentemente desancou São Paulo em seu “Sem Reservas”, do Discovery Travel & Living.

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Não seria difícil seguir citando exemplos no mesmo ritmo em que se troca canais no controle remoto. Afinal, o que interessa é isso mesmo: puro escapismo gastronômico. O que importa se nos falta tempo, talento ou blueberry? ™


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DE CASA EM CASA PASSO A PASSO PARA GANHAR A CAÇA AO TESOURO E GARIMPAR PEÇAS BACANAS E OS MELHORES SERVIÇOS PARA O LAR Convidamos decoradores, arquitetos e pessoas interessadas em design para decifrar a verdadeira caça ao tesouro em que pode se transformar a internet, quando o assunto é decorar a casa. Como em uma espécie de jogo, colocamos (da casa de origem à casa final) onde encontrar boas dicas para deixar o lar mais bonito. Sem cair em uma cilada.

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CAÇA AO TESOURO T: MÔNICA LUCAS E TERESA MONTEIRO® | f: SHX.HU E DIVULGAÇÃO

A internet é uma loja que nunca fecha. A qualquer hora do dia ou da noite está lá disponível para nossas comprinhas, e ninguém vai olhar feio se você resolver fazer isso de pijama. Por outro lado, sabemos também que é uma terra de ninguém, mas com paciência é possível garimpar pechinchas, raridades ou simplesmente objetos que deixarão o seu lar mais bonito. Como várias mãos clicam mais rápido que uma, convidamos alguns amigos para nos ajudar nessa tarefa.


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Começando pelo básico. A casa ainda vazia e bate aquela dúvida de que cores usar em cada espaço, afinal, hoje são tantas... Vários sites já ajudam nessa difícil escolha. As mais tradicionais marcas de tintas brasileiras disponibilizam em suas páginas simuladores de ambientes, com diversas opções de tonalidades para piso, teto e paredes. ™ www.tintascoral.com.br Além do simulador, há informações sobre a linguagem das cores, indicando as sensações que cada uma passa ao ambiente.

™ www.suvinil.com.br A página apresenta a teoria do Feng Shui, solução de problemas, ferramentas e cálculo de quantidade de tinta para área especificada pelo internauta.

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No site brasileiro Mercado Livre, também dá para garimpar peças vintage de designers renomados, como Eero Saarinen e Arne Jacobsen. Lá estão as lindas mesas Saarinen, a famosa linha de cadeiras Bertoia e a poltrona The Egg. Esta última é um modelo de 1958, de Arne Jacobsen, com base em aço inox polido, giratória com sapatas de PVC preto, mecanismo relax basculante com ajuste de pressão de reclinagem e concha em fibra de vidro revestida em tecido buclê.

™ www.mercadolivre.com.br Líder do mercado virtual C2C, abreviação simplificada de “Consumer to Consumer”. Ou seja, a transação on-line realizada entre pessoas físicas.

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Certamente, um sonho de consumo para aqueles mais antenados e que, no seu dia-a-dia, têm por hábito aliar o antigo ao contemporâneo. Para a produtora de moda Juliana Gadelha, a opção encontrada na internet não foi outra senão a Ball chair, também conhecida como Globe chair, cuja criação data de 1963, obra do designer Eero Aarnio . “Ela é um clássico do design pop dos anos 60, super linda e atual até hoje”, resumiu. ™ www.ebay.com Com um vasto leque de categorias, o site tornou-se o maior do mundo para compra e venda, tendo no PayPal sua forma mais conhecida de pagamento.

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Mesmo morando em Los Angeles, o arquiteto Gustavo Adolfo recorreu ao site Craiglist para adquirir uma mesa de centro original Eames. “É muito fácil encontrar móveis deles aqui, até porque eles moraram aqui e fabricaram muita coisa, mas não pelo preço que paguei”, conta. A peça casou perfeitamente com o estilo da casa, entre os anos 50 e 60. Além disso, é uma mesa grande, onde dá para colocar livros e peças de decoração.

™ www.craiglist.org Serviço de classificados on-line criado em 1996 e no qual anúncios de bens e serviços são divididos por cidades e assuntos. No Brasil, o site dá acesso a classificados no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.


Ainda no Ebay, encontramos um dos ícones modernistas de outro designer dos anos 60, Warren Platner: a mesa que leva seu nome para a Knoll. Mais uma garimpada e lá está uma Panton chair, produzida em 1959 pela Plus Linje, em cima de projeto de Verner Panton. Para dar mais um toque pop, adesivos para paredes com as famosas ilustrações de Keith Haring, ótimas para emoldurar uma janela ou espelho. ™ www.ebay.com

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Desde 1995, ano de sua criação, a empresa de comércio eletrônico talvez seja a pioneira no segmento, tendo como sócios o Mercado Livre e o EachNet.

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Quem também achou um bom negócio no mesmo site foi o arquiteto Tiago Guimarães. Para ele, o iDJ seria sua melhor escolha por “tratar-se de um mixer para dois IPods”. No caso particular dele, que freqüentemente reúne-se com os mais chegados para uma boa balada, “faria várias festinhas em casa com os Ipods, inclusive de todos os amigos”. Da marca Numark, este recarrega enquanto está sendo usado, possui grandes controles de navegação e três bandas de equalização. ™ www.ebay.com Fundado nos EUA, o mais popular shopping da internet encontra-se em vários países, tendo grande presença de investimentos na América Latina e na China. MAR|ABR

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O retromodern é um delírio para os nostálgicos de plantão. Várias peças vintage e reedições de clássicos de outras décadas, com assinaturas de designers renomados. Eles aparecem reunidos em uma extensa lista. O melhor são as ofertas. Encontramos, entre outras coisas, a luminária Arco, de Achille Castiglioni e Pier Giacomo, datada de 1962 – um ícone da inovação no século XX, presente em vários museus ao redor do mundo. ™ www.retromodern.com Funciona como um site de busca em diversas lojas legais. Especializado nos clássicos do design do século XX, com ênfase nos designers dos anos 50 até o início do novo século.

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O fotógrafo Bruno Simões tem nos HDs LaCie seu atual sonho de consumo. Desde que a arquitetura trocou o nanquim pelo autocad, a expressão “deu pau” virou rotina e fazer backup tornou-se uma obrigação. Mas isso não quer dizer que precisamos usar aqueles HDs monstruosos: “Meu atual sonho de consumo são esses externos da marca LaCie, cujo design é sensacional”. Seus modelos preferidos: Porshe, Lego e Golden Disk. ™ www.digitaldrops.com.br Originalidade e bom humor dão a tônica deste blog que, apesar de não vender os produtos mostrados, dá dicas e notícias sobre tecnologia e gadgets.

™ www.trendsnow.net Com o foco nas tendências de design, grafismo e moda, a revista eletrônica francesa traz novidades diariamente, reportagens e entrevistas exclusivas.

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A designer Juliana Alves recomenda o site Iggloo, seu fiel parceiro desde os tempos em que morou na Inglaterra. Quando estudava em Londres, comprou luminárias de mesa e de teto do modelo Flowerpot, desenhadas por Verner Panton. Hoje, sonha com cadeiras e chaises do indiano Karim Rashid para a Umbra. ™ www.iggloo.co.uk Peças de estilo peculiar com toques retrô são a especialidade desse site, com amplo acervo de itens para sala, cozinha e banheiro. A proposta é reunir objetos assinados por designers renomados a preços mais acessíveis.

O site Egamma é ideal para quem pensa em melhorar o visual da casa. Lá estão reunidos móveis de todos os tipos, estilos, cores e tamanhos, assinados por grandes nomes do design. A loja virtual oferece, por exemplo, uma Paimio chair by Alvar Alto. Além do arquiteto e designer finlandês, que desenhou lindos móveis em madeira curvada, há disponibilidade de peças de Poul Kjaerholm, Philippe Starck e Le Corbusier. ™ www.egamma.co.uk Reúne peças de vários tipos, estilos e cores, assinados por grandes nomes do design e móveis produzidos artesanalmente na Europa.

Outra dica de site brazuca legal é o Desmobilia. No menu, links apontam para clássicos nacionais e internacionais, além de ofertas. O acervo inclui o célebre sofá Free Form, com desenho orgânico do japonês Isamu Noguchi e pés em madeira maciça. Outras dicas são ac, de Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki. O ambiente pode ser completado com o rádio Stereo Telefunken, original da década de 70. ™ www.desmobilia.com.br Aceita encomendas de qualquer lugar do Brasil e aceita solicitações de orçamento, com rápida resposta, já considerando os custos de frete.

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1 Mais informações: www.internetsegura.org, www.camara-e.net, ou www.idec.org.br

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REGRAS DO JOGO Que maravilha! Pesquisar preços, comparar produtos e fazer compras com meia dúzia de cliques no mouse. Opa, calma! Nem tudo é perfeito. A comodidade de adquirir aquela peça dos seus sonhos sem sair de casa tem seu preço. De olho em um mercado cujo faturamento cresce entre quarenta e cinquenta por cento ao ano, segundo projeções da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, os fraudadores já começaram a agir. O consumidor deve tomar algumas precauções básicas para evitar dores de cabeça com golpes na internet. Segundo o Movimento Internet Segura 1, existem cerca de 10 mil lojas virtuais somente no Brasil. Muitas delas são boas e honestas, mas outras são fontes de problemas, abrem de uma hora para outra, com ofertas irresistíveis e, pouco tempo depois, fecham sem entregar a mercadoria ou dar satisfações. Desconfie de sites com preços irreais. Produtos muito baratos podem ter sido comprados com cartões de crédito furtados ou dados bancários obtidos através de técnicas como “phishing” ou “trojans”. E os seus próprios números podem ser os próximos. Vale lembrar ainda que o Código Penal na maioria dos países condena não apenas quem vende, mas também quem compra bens roubados.

O risco se torna ainda maior no caso das populares páginas de compra e venda, também conhecidas como “sites de leilão”. Diferente das lojas virtuais, não fornecem produtos, mas serviços. Como a compra será efetuada não do site, mas de um terceiro, responsável pelo anúncio, o cuidado deve ser redobrado. Recomenda-se que o comprador verifique o tempo que o vendedor opera e sua pontuação quanto às transações feitas no site. Algumas páginas oferecem ferramentas de segurança. O Mercado Pago, do Mercado Livre, por exemplo, é um recurso que permite a liberação do pagamento somente após o recebimento da mercadoria. Quando entrar em contato com o vendedor, evite passar informações pessoais que não tenham relação direta com a concretização do negócio. Os campos de “perguntas e respostas” devem ser usados para esgotar suas dúvidas sobre o produto. Aumente a cautela quando o vendedor não responder às dúvidas dos possíveis compradores. Após a aquisição, geralmente é possível acompanhar a entrega do produto. Não apague os registros da negociação, especialmente mensagens com confirmação de compra e entrega. Lembrese que as precauções não acabam após efetivada a transação. Não se esqueça de efetuar o “logout” do site, especialmente em estações compartilhadas por várias pessoas. Se possível aprenda como limpar “cookies” e outras informações confidenciais em seu browser. Tomadas as precauções, mão ao mouse! ™



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OBJETO DE DESEJO T: ANA NADDAF ® | f: DIVULGAÇÃO

Um dos mais famosos tamboretes está fazendo 40 anos. É a banqueta “Tam Tam”, criada pelo designer francês Henri Massonnet. Pequena, ergométrica e colorida, virou verdadeiro cult nos anos 70. Além de uma reedição em diferentes materiais e acabamentos, o banquinho ganhou versões a preços mais modestos. ™ O pequeno e colorido Tambouret Tam Tam de polietileno ganhou reedição da Branex Design em novas cores e vários acabamentos (como os transparentes e os metalizados). Os novos modelos podem ser encontrados no site da própria marca (www.tamtam-branex.com) ou ainda na loja Benedixt (85 3261 6713), a preços que variam de R$ 212,00 (o cristal) a R$ 579,00 (o metálico).

EU POSSO

™ Uma versão mais popular é o banco Pop 70, desenhado por Giulio Frascari, em plástico polipropileno injetado (com tampa para uso como baú). O banquinho - que possui uma cartela de cores que inclui o fúcsia, o laranja, o roxo e o kiwi – pode ser encontrado na loja Tok&Stok (www.tokstok.com.br) por R$ 33,00.

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CINCO ® VIDA

SEM STRESS COMO CONJUGAR UM VERBO QUE NÃO EXISTE NA LÍNGUA PORTUESA PARA COMBATER UM MAL MODERNO GERALMENTE CITADO EM INGLÊS O verbo não tem definição no dicionário da língua portuguesa, mas anda sendo conjugado por quem anda com a “língua-de-fora” de tanto esgotamento. Com a ajuda de especialistas e métodos que vão da massagem à ginástica, idéias de como “desestressar”. Um bom banho, ler o artigo da Gal Kury ou simplesmente não fazer nada também pode ser sete vezes revigorante.

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CINCO ® VIDA

Estressei... E agora?! T: TERESA MONTEIRO ® | f: SXC.HU

Uma semana, um dia, uma hora sequer... Para quem sofre de estresse - e não são poucos! -, tudo vale para afastá-lo ou, pelo menos, minimizá-lo. Com o auxílio de profissionais, técnicas e métodos variados que agora se encontram no mercado. Leia a matéria e (tente) conjugar o verbo “desestressar”

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CINCO ® VIDA

os Angeles, 1993. Dia quente de verão, sol a pino, poluição idem e William Foster, recémdesempregado e com o casamento em absoluta crise, está no meio de um longo engarrafamento quando, notadamente fora dos sentidos, decide abandonar o próprio carro ali mesmo e seguir a pé, passando por cima de qualquer um que cruze seu caminho, marcado principalmente pela extrema violência.

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A história acima, contada pelo diretor Joe Schumacher no filme Um Dia de Fúria, poderia se passar em “n” lugares com “n” pessoas diferentes ou até mesmo com você enquanto lê esta matéria, e o estopim seria um só: ESTRESSE. Lida pela primeira vez numa revista científica dos anos 1930, num artigo escrito pelo médico Hans Selye, essa palavrinha a priori inocente tornou-se a atual bomba-relógio dos nossos dias. Já reparou que nunca se ouviu falar tanto sobre isso nessas últimas décadas? Sintomas de depressão e ansiedade, bem como relacionamentos pessoais, doenças crônicas, crises de insônia etc., podem desencadear o tal estresse (ou stress, do inglês); atividades físicas regulares e tratamentos devidamente acompanhados por profissionais, no entanto, podem minimizá-lo. E o mote aqui seguirá justamente esse raciocínio: que tal pinçar uma hora do seu atribulado dia para conjugar o verbo “desestressar”? Métodos alternativos e técnicas, sobretudo corporais, estão sendo usados em larga escala e com boa receptividade para combater o estresse naqueles que o tem em sua rotina diária. Gosta de praticar yoga ou pilates? Bom... É adepto de uma boa massagem? Ótimo... Seja isso ou outras coisas do tipo - vale até estourar aqueles irresistíveis plásticos-bolha! -, a hora é agora para colocar nosso convite em prática. Para tanto, uma conversa com alguns profissionais e, de quebra, o detalhamento de alguns desses procedimentos. E não se esqueça: o verbo hoje é “desestressar”.

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Zen por cento Especializada em técnicas de massoterapia, a Aldeia Zen pode ser considerada um dos refúgios para aqueles que, por alguns minutos que seja, querem livrar-se do barulho e agitação diários. Tendo à frente Roberto Lago, a empresa emprega a qualidade de vida como ponto principal e oferece em seus serviços uma gama de técnicas, adotadas de acordo com cada caso. “O resultado não é só aquele benefício diário, mas também preventivo. Nós trabalhamos o corpo em conjunto com a mente e isso eleva o ego, a autoestima”, explicou o massoterapeuta. Para os estressados, particularmente, Roberto indica quatro técnicas específicas: as massagens relaxante, sueca e a feita com o auxílio de pedras quentes, “que atenuam o estresse diário, mas servem também para dores lombares”, além do reiki. “A primeira é feita no corpo todo com manobras de amassamento, fricção. No caso das pedras, elas são aquecidas entre 38° e 40°”. Se o caso for um tratamento mais elaborado, o profissional indica o período de três meses, o equivalente a dez sessões com duração, cada, de uma hora. A Aldeia Zen, que existe há quatro anos, atualmente possui três núcleos na capital cearense e realiza a capacitação de profissionais para o mercado de trabalho.

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Com o sugestivo nome de Oca da Saúde Comunitária, os profissionais do Projeto 4 Varas, na Barra do Ceará, em Fortaleza, recebem não só os estressados de plantão como também pessoas com depressão e insônia para atendimentos personalizados. Nesses casos, a massagem terapêutica antiestresse seria a recomendada, pois age em conjunto com as técnicas medicinais convencionais, auxiliando assim na melhora daquele que procura o serviço. Técnicas de relaxamento também são oferecidas, sendo realizadas num ambiente rústico com direito a teto de palha de carnaúba. Funcionando apenas à serviço da comunidade local, a Oca fica aberta de segunda a sexta (manhã e tarde), tendo à frente lideranças comunitárias dos mais diferentes credos, de católicos a espíritas, pais e mães de santo, curandeiros e protestantes que receberam noções de aromaterapia, anatomia, técnicas de massagem e ética. A administradora de empresas Aline Saraiva Teixeira, 29, confessa que já fez de tudo um pouco para amenizar o estresse diário. “Já fiz yoga, natação, massagem e a última tentativa foi o pilates que, apesar de exigir força, relaxa bastante. Mas, pra mim, a mais eficiente até agora em relação a relaxamento foi a yoga. Pratiquei as modalidades Hatha e Iyengar. A Hatha me ajudou a superar o Mestrado e a Iyengar, o término de um namoro. Ambas as situações foram muito estressantes e a yoga me ajudou bastante”, afirmou.


No seu caso particular, o sono foi o mais afetado nesse período. “Eu adorava fazer yoga principalmente porque me ajudava a dormir, pois a primeira coisa que é afetada quando eu estou estressada é o meu sono. Mas o pilates também teve resultados excelentes porque, além de relaxar, você melhora seu tônus muscular”, pontuou. Atualmente, Aline opta pela musculação, que “não é tão relaxante quanto a yoga, mas dá para aliviar um pouco a tensão”. Se para uns a yoga é que funciona, para outros a indicação vai para o pilates. Com exercícios suaves e eficazes, este método - criado no início do séc. XX pelo atleta alemão Joseph H. Pilates, dentre outros benefícios, destaca-se por corrigir a postura, aumentar a flexibilidade e força muscular, aliviar tensões, estresse e dores crônicas, estimulando o sistema circulatório e a oxigenação do sangue, ao eliminar as toxinas e promover o relaxamento, trabalhando também a respiração. Para a fisioterapeuta Kamila Martins, coordenadora do Personnalité Studio Pilates, o bom resultado depende, sobretudo, da escolha de um bom profissional, por se tratar de uma técnica que “fortalece o centro de força. Existem mais de 700 exercícios, justamente para dar o resultado que a pessoa precisa”, explicou. Além do pilates, Kamila também faz questão de indicar o RPG (Reeducação Postural Global). “É um tratamento que trabalha muito o psicossomático, corrige a postura, coloca o organismo para funcionar melhor. O RPG realmente muda a forma nos níveis micro e macro, trata de problemas cervicais, há uma correção global e o desbloqueio do centro respiratório, além de ser um aliado não só da estética, mas também da saúde. É mais corretivo realmente e todo mundo deveria fazer quando estivesse num nível alto de estresse. A gente não é só corpo ou só mente, né?”.

Para “desestressar”

Adcos Cosmética de Tratamento – Rua José Vilar, 1874 – Aldeota – Fortaleza/CE. Info.: (85) 3486 3500. www.adcos.com.br Aldeia Zen – Rua Júlio Ibiapina, 89 – Meireles – Fortaleza/CE. Info.: (85) 3242 6334. www.aldeiazen.com.br BeachSpa / Beach Park Suítes Resorts - Praia do Porto das Dunas, Aquiraz/CE. Info.: (85) 3265 4971. www.beachspa.com.br Núcleo Espaço Vital - Rua Tibúrcio Cavalcante, 170 – Aldeota – Fortaleza/CE. Personnalité Studio Pilates – Rua Cel. Linhares, 1741- Condomínio Clinics, salas 501/502 – Aldeota – Fortaleza/CE. Info.: (85) 3261 8265. Projeto 4 Varas - Rua Profeta Isaías, 456 - Barra do Ceará – Fortaleza/CE. Info.: (85) 3286 604. www.4varas.com.br

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Pilates, acupuntura, RPG etc.


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Hora do spa

Slow até no Food?

Na contramão de tantos agitos, buzinas e poluição, que tal aproveitar um ambiente mais aconchegante, voltado para o “desestressamento” do corpo e, principalmente, da mente? Os spas, atualmente, correspondem às expectativas de quem os procura, podendo situar-se até mesmo em metrópoles como Rio de Janeiro (Relax Day Spa, Levitate) e São Paulo (Amanary, Espaço Zym). Não há segredo: é só marcar um horário, chegar e passar nem que seja uma meia hora no local – é para isso que existem os “day spas”.

Nos moldes de uma associação internacional, o Slow Food foi criado em 1989 como resposta ao conhecido e famigerado esquema de fast food, aliado a tudo que o rodeia: ritmo frenético da vida atual, decrescente interesse das pessoas por sua alimentação e o desaparecimento das tradições culinárias regionais. A chamada “ecogastronomia” é o alicerce desse movimento, que atualmente conta com mais de 800 mil associados que, de acordo com a proposta, conjugam “o prazer e a alimentação com consciência e responsabilidade, reconhecendo as fortes conexões entre o prato e o planeta”.

E se esse, digamos, privilégio viesse acompanhado do clima de uma praia de areia clara, quadra de tênis, sauna, sala de fitness, piscina e até clubinho (se for o caso) destinado às crianças? Isto é o que propõe o BeachSpa, situado nas dependências do Beach Park Suítes Resort, a 200km de Fortaleza. A cada mês, durante um período de sete dias, o cliente dispõe de uma equipe multidisciplinar – composta por educadores físicos, nutricionistas, massoterapeutas, médicos etc. - que oferece dietas que variam entre 600 e 1mil calorias/dia. Utilizando cosméticos e ingredientes naturais, o Les Bains de Provence (pertencente à marca francesa L’Occitane), situado em São Paulo, destaca-se pela massagem quatro estações, feita a quatro mãos, com óleos mornos. O ritual do azeite de oliva, específico para a região capilar e a hidratação do corpo, também pode ser incluído no pacote, como também o mel e a manteiga de carité com o propósito de nutrir a pele; no caso de programas para casais, a massagem pode ser a dois. Dos espaços aos produtos propriamente ditos, achase também uma linha chamada Spa, criada pela Adcos Cosmética de Tratamento. Liana Zúniga, esteticista da empresa, chama a atenção para a sensação de bemestar proporcionada nesse caso “porque, enquanto você massageia o corpo, os óleos essenciais agem e vão direto pro cérebro”, afirmou. Massagens anti-estresse e ayurvédica, além do reiki, foram citadas pela profissional, com especial atenção também para a acupuntura. “Quando você vai trabalhar com o estresse, que envolve vários fatores, dependendo do grau, você precisa lidar com vários profissionais”, afirmou. Em relação à periodicidade das sessões, “dependendo do caso, uma sessão por semana resolve, mas isso depende muito de cada caso”, explicou Liana.

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De acordo com o seu fundador, o italiano Carlo Petrini, a missão do Slow Food é defender a biodiversidade (que combina o prazer da alimentação ao esforço para salvar grãos, vegetais, raças de animais etc.), divulgar a educação do gosto (redescobrir o prazer de saborear um alimento) e unir aos co-produtores aqueles que têm produtos de excelência; para tal, a realização de eventos locais e internacionais, feiras e mercados. No Brasil, a Fundação Slow Food Para Biodiversidade já atua há quatro anos em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), contando ainda com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT). Para mais esclarecimentos sobre o movimento, há o Manual do Slow Food (contendo histórico, objetivos, estrutura etc.), além do próprio sítio na internet (www.slowfoodbrasil.com), contendo inclusive receitas. As dicas foram dadas, agora só resta partir para a prática. E “desestressar”, que é o mais importante. ™



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TOP SEVEN

Banho de gourmet T: MÔNICA LUCAS ® | I: DIVULGAÇÃO

Um dos mais famosos tamboretes está fazendo 40 anos. É a banqueta “Tam Tam”, criada pelo designer francês Henri Massonnet. Pequena, ergométrica e colorida, virou verdadeiro cult nos anos 70. Além de uma reedição em diferentes materiais e acabamentos, o banquinho ganhou versões a preços mais modestos.

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SAVON CRÈME AU MIEL D’ACACIA ET FRUIT DE LA PASSION ANNA PEGOVA Sua extraordinária maciez se deve às propriedades hidratantes e suavizantes do mel da acácia. Enriquecido com glicerina e maracujá, é ideal para peles frágeis, delicadas e para limpeza completa dos recém-nascidos. 200 ml | R$41,10

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SABONETE ESFOLIANTE DE MAÇÃ VERDE COM LUFFA ANTÍDOTO Formulado a base de massa de Marselha, com extratos naturais e essências frutais. Possui substâncias emolientes que, além de limpar, hidratam a pele. 92g | R$6,70

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SABONETE LARANJA RUBAN D’ORANGE L’OCCITANE Com base espumante vegetal, polpa cítrica concentrada e mistura de notas cítricas (laranja, limão, tangerina) com notas quentes (vetiver, folhas de figo, fava tonka), é indicado para homens e mulheres, para uso no corpo e mãos. Este sabonete limpa, perfuma e suaviza com o revigorante aroma da fruta cítrica laranja. 50g | R$ 9,90

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BRILHE! PÊSSEGO E COCO LUX LUXO Para uma sensação de pele luminosa, brilho de cristais e gotas hidratantes na formulação que contém essências e fragrâncias de coco e pêssego, proporcionando um suave perfume à pele. 90g | R$ 0,86

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THE BODY SHOP GLYCERIN SOAP Linha com predominância de aromas tropicais, como coco, maracujá, manga, papaia e castanha-do-Pará. Com base de glicerina e óleo de folha de palmeira, tem propriedades umidificantes, que ajudam a aumentar a maciez e hidratação da pele. 100g | US$ 3,50 (cerca de R$ 6,30).

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AVON NATURALS SABONETE LÍQUIDO MANGA E MARACUJÁ AVON O extrato de manga, com propriedades nutritivas e revigorantes, se junta ao maracujá, rico em vitaminas e que suaviza a pele. A tecnologia Bioseed Complex traz a planta medicinal indiana nim e seus poderosos antioxidantes. 150 ml | R$ 9,00

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TODO DIA VERÃO GLACÊ DE FRUTAS FRESCAS NATURA Sabonete totalmente livre de matéria animal, formulado com açúcar orgânico e com fragrância de frutas frescas. Com 5% a 10% a mais de glicerina, forma um filme protetor na pele e aumenta a sensação de hidratação R$ 7,40, a embalagem com 2 unidades de 90g cada. Ou R$ 12,80, a embalagem com 5 unidades de 90g cada.

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GENTE NOSSA

QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ TEVE TEMPO PARA NÃO FAZER NADA?

1 Para conhecer mais trabalhos do diretor de arte publicitária e ilustrador Erik Égon, acesse www.erikegon.com.br 2 Devagar – Como Um Movimento Mundial Está Desafiando O Culto Da Velocidade, de Carl Honoré. Editora Record, 2004. Preço médio: R$ 40

T: GAL KURY ® | I: ERIK ÉGON 1

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Em um mundo de Blackberrys, drive-thrus e jantares de microondas, a sociedade tornouse cruelmente non-stop. Um novo movimento, criado na Itália, sugere uma ação para livrarse da tirania do tempo. Se não der tempo de ler todo o artigo, relaxe e leia mais tarde. ual é a primeira coisa que você faz quando acorda? Quase com certeza vai responder: olho as horas no relógio. E desde que seus olhos entreabertos encaram o soberano tic-tac na cabeceira, seu dia passa a ser cronometrado em horas, minutos, segundos.

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Um fato é inequívoco: o tempo é uma nova moeda cada vez mais valorizada e ao mesmo tempo mais escassa. Olhe a sua volta e perceba a quantidade de produtos e serviços voltados para a gente ganhar tempo. Mas o pior é que entramos numa espécie de esquizofrenia social e coletiva de que nunca temos tempo para fazer nada e continuamos abarrotando nossas agendas com mais atividades, muitas vezes desmarcadas ou até desnecessárias. Cadê o tempo para absorver as informações em revistas, nos livros, nos blogs, sites, seminários, em tantas outras fontes? No mundo dos Blackberrys, drive-thrus e jantares de microondas, a sociedade tornou-se cruelmente nonstop. Existe uma pressão absurda para que preenchamos nossas 24 horas com atividades praticamente emendadas umas nas outras. As velocidades das mudanças cada vez mais rápidas tornam o futuro imprevisível e por isso mesmo as pessoas estão vivendo como se não houvesse amanhã,

sedentas para experimentar tudo. Viver o presente é palavra de ordem e ficar em casa relaxando nos deixa extremante culpados. Você é quase obrigado a ter diversos programas, atividades, porque corre o risco de ser chamado de preguiçoso, corpo mole. Saiba que assim como você milhares de pessoas em todo o mundo estão percebendo que é preciso desacelerar um pouco para aumentar sua produtividade e conseguir fruir os prazeres da vida. Carl Honoré, em 2004, lançou um libelo desta tendência com o livro “Devagar”2, sucesso em mais de 30 países, propondo formas de viver mais em harmonia, libertandose da tirania do tempo em diversas vertentes da nossa vida. É o Movimento Devagar, inspirado no movimento Slow Food, criado na Itália no início dos anos 90 por Carlo Petrini. A proposta é mudar a forma como vivenciamos o trabalho, a família, o lazer, o sexo, as refeições. Não pense que o Movimento Devagar prega a lentidão ou a falta de ação. Pelo contrário, é uma ação pela não-ação. Se você não ficar tão estressado para fazer tantas coisas, talvez possa sentir mais satisfação no que realmente deu pra fazer bem feito. Se não deu tempo para todas as tarefas imaginadas para o fim de semana, relaxe, não se culpe. Permita ao seu corpo e cérebro em harmonia descobrirem seu ritmo próprio e assim, cheio de energia, produzir muito mais. Comece a perceber no seu dia-a-dia, no que você pode aos poucos desacelerar sem prejudicar o resultado final. Mas corra. Não deixe para amanhã porque se não o tempo passa e aí não se pode preencher uma vida em branco. ™ Gal Kury tem mais de 20 anos de trajetória profissional no mercado de comunicação mercadológica. É consultora de marketing, professora universitária e coordenadora do curso de publicidade e propaganda da UNIFOR – CE. Contatos: galkury@sevenmagazine.com.br


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APPLE MAÇA DÊ UMA MORDIDA NA CIDADE QUE É MUSA DE ARTISTAS, FIGURA CARIMBADA EM POSTAIS E DESTINO ATÉ PARA TURISTAS QUE NÃO VIAJAM Pode-se nunca ter visitado a “Big Apple”, mas ela mesma se faz de visita garantida no imaginário de todos. Graças às inúmeras representações, como postais e filmes, desta capital não-oficial dos Estados Unidos. Nova York é a cidade a ser sempre descoberta e “cravada com os dentes” por turistas, artistas e principalmente por aqueles que a adotaram como lar.

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UMA MORDIDA NA MAÇÃ T: ANA NADDAF ® | f: ROBERTO MACHADO

A cidade-símbolo dos Estados Unidos não é um mistério apenas para os visitantes, mas também para seus moradores ou aqueles que a adotaram como lar. Nova York, que ganhou o apelido de Big Apple

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e outros superlativos, tem em um pequeno pedaço de terra – de 34 quilômetros de comprimento por cerca de 5 quilômetros de largura – seu maior atrativo. A ilha Manhattan também é musa. Em preto e branco ou em um caleidoscópio digital de cores. De cineastas e poetas a músicos e artistas.

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1 Não se sabe ao certo por que a “grande maçã” (em inglês “big apple”) tornou-se apelido de Nova York. Acredita-se que a expressão foi usada pela primeira vez em 1921, em uma coluna sobre corrida de cavalos, escrita por John J. Fitzgerald, no New York Morning Telegraph.

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“Chapter one.” “He adored New York City. He idolized it all out of proportion.” Uh, no. Make that. “He romanticized it all out of proportion.” Better. “To him, no matter what the season was, this was still a town that existed in black and white and pulsated to the great tunes of George Gershwin.” Uh, no... Let me start this over. Preto e branco. A visão do edifício Chrysler. Cenas de Downtown. Dois luminosos “gritam” simultaneamente “Manhattan” e “Parking”. E assim New York City continua a aparecer na tela através dos olhos do cineasta Woody Allen, enquanto seu personagem Isaac Davis, um escritor de programas de televisão que espera virar um romancista famoso, tenta escrever as primeiras linhas do que promete ser seu primeiro grande best-seller. Enquanto a trilha de George Gershwin dá vida ao vai-e-vem de cenas em recorte, como a costurar fotografias da “grande maçã” em movimento. Sempre foi assim. Conhecemos Nova York antes mesmo de conhecê-la. Pelos olhos de muitos. É difícil não ter em mente seus arranha-céus, suas pontes, seus táxis amarelos, a estátua, sua delirante e colorida agitação ininterrupta, o mix social. E assim vai se criando fragmentos de uma cidade que nunca se visitou, mas parece fazer parte do nosso inconsciente imaginário. Parece ser a cidade vizinha, logo ali do lado de Maracanaú. A conhecemos não apenas através dos tipos nova-iorquinos que Woody Allen criou (como Isaac Davis, no filme “Manhattan”), mas através de outras inúmeras representações da ilha. Em postais turísticos, registrada do filme preto e branco à imagem digital, em cenários de propaganda, “musa” de escritores, poetas e músicos. Inúmeros fragmentos de uma cidade que parece ter nascido sobre o karma de ser mundial, metrópole, contemporânea, non-stop, conjunto e “congestão” de culturas, idéias e sonhos. Principalmente, sonhos. SONHOS estes escritos em letras garrafais. Coloridas. De preferência, em neon. Ou em um pisca-pisca incessante. Caso contrário, como concorrer com outros cartazes da Times Square ou da Broadway? E sonhos rápidos, efêmeros, por favor. Caso contrário, não dá para visitar os quase 100 museus que a cidade oferece (inclua mais um que acaba de entrar para a lista, o New Museum, no Lower East Side), mais as incontáveis galerias de arte, os mais de 15 mil cafés e restaurantes (para todos os tipos de paladares e, principalmente, para todos os tamanhos de bolsos), as incontáveis lojas, as mais de 180 grandes (“você tem que ver”) atrações e as inúmeras opções de peças teatrais e filmes em cartaz. Seria preciso andar com uma lista telefônica embaixo do braço ao invés de um guia para enumerar tudo o que a cidade oferece.


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Let me... try and make it more profound. “Chapter one. He adored New York City.”

De downtown para uptown (ou vice-versa) É quase um engano pensar que é possível conhecer a “grande maçã” em apenas uma visita. Até mesmo se dermos “uma mordida nela” e ficarmos apenas com o pequeno pedaço de terra - de apenas 34 quilômetros de comprimento por cerca de 5 quilômetros de largura cercado por rios dos dois lados e o oceano aos seus pés – chamado Manhattan. Nem mesmo turistas profissionais ou seus moradores mais antigos continuam a pensar que conhecem a cidade. Eles vão, continuamente, descobrindo uma nova metrópole de tempos em tempos. E não há melhor lugar como Nova York para compartilhar experiências, sensações e – por que não? – idéias de consumo. Uma breve consulta a agendas e “diários” de fotógrafos, artistas, arquitetos, jornalistas e estilistas, ou mesmo curta conversa com amigos e aqueles que escolheram a cidade como lar, faz o melhor city-tour no papel – e na vida real. O arquiteto Gustavo Adolfo - que atualmente vive em Los Angeles, mas vive fugindo para se reciclar em Nova York - prefere como muitos se “perder” na cidade, mas uma vez soltou a dica. Um pequeno guia, feito a partir da parceria da revista de arquitetura e tendências Wallpaper com a editora Phaidon, divide Nova York em áreas de interesses particulares. E pode ser um achado principalmente para “navegar” pela ilha e encontrar “almas-gêmeas” em gosto e paladar. Mas todo bom guia que se preze e até mesmo os mapas gratuitos de metrô trazem a divisão simétrica e lógica de Manhattan, que lembra um grande jogo de xadrez. Antes, uma pequena ajuda para se orientar no “tabuleiro”. Tente sempre encontrar o Empire State. O edifício pode ser uma “peça” importante para se localizar. Como não existem mais as torres gêmeas do World Trade Center, ele voltou a ser o edifício mais “visível” no mar de prédios. E pode funcionar como uma boa “bússola” que indica, pelo menos, se você está indo para cima ou para baixo da cidade.

onde o personagem Isaac Davis tenta escrever as primeiras páginas do que ele espera ser o seu grande best-seller, tendo a cidade como cenário.

No, it’s gonna be too preachy. I mean, face it, I wanna sell some books here. 2

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2 Todas as frases citadas em itálico que cortam a matéria principal são do roteiro do filme “Manhattan”, de Woody Allen. Sãs as sequências iniciais

“To him, it was a metaphor for the decay of contemporary culture.” “The same lack of integrity to cause so many people to take the easy way out... ... was rapidly turning the town of his dreams...”

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A começar por baixo, então. O sul da cidade não poderia ser mais diverso. Lado a lado, estão os engravatados e os escritórios imponentes em torno da Wall Street com os velhos edifícios do início da colonização da cidade – que acabaram por virar os chamados “condos” (apartamentos). Logo ao lado, um “T” se encaixou ao mapa. O bairro Tribeca renasceu a partir de uma ajudinha do ator Robert de Niro e seu cinema que hospeda o festival cinematográfico da cidade, o que acabou atraindo atenção de investidores e descolados. Virou também grande aliado para o Soho, que é encostadinho. Do que era antes reduto de artistas, virou espaço para turistas “profisisonais em shopping”, afinal, grandes marcas se instalaram neste bairro – como a modernosa loja da Prada, um projeto do arquiteto holandês Rem Koolhaas. Caminhando para a direta, estão o East Village e o Lower East Side (inclua aí Chinatown e Litte Italy). Tradicionais áreas de imigrantes, o grande mix de culturas é o segredo para se encontrar restaurantes de todas as etnias (para provar desde o pato chinês até o feijão cubano, passando por uma tortilla mexicana, deixando espaço para uma sobremesa italiana e um café da Etiópia). Ou ainda para se deparar com uma seleção dos mais improváveis tipos de lojas (de uma especializada em vinis brasileiros, a Tropicalia in Furs, a uma que vende apenas bonecos de super-heróis, a Forbidden Planet). Voltando para o outro lado, está o West Village, bairro que concentra uma das mais bonitas (e também mais caras) ruas da cidade. Com seus calçamentos de paralelepípedos e suas casas do século XIX. É a porta de entrada para o Meatpacking District, o novíssimo bairro da moda, que está atraindo grandes lojas (a Apple acabou de inaugurar seu mais recente edifício de três andares por lá, ao lado de vizinhos fashion como Carlos Miele e Alexander McQueen) e virou promessa de um novo centro da arquitetura atual. Em único quarteirão estarão reunidos, em alguns meses, projetos de grandes nomes como Frank Gehry, Jean Nouvel e Zaha Hadid. O novo bairro se junta ao já famoso quadrilátero que concentra galerias de arte e uma extensa comunidade gay, o Chelsea. O centro da ilha é onde se reúne todo o burburinho. Além de ser o distrito central do comércio, o ruge-ruge fica por conta dos milhares de turistas que se concentram nesta área, seja por estarem hospedados nos inúmeros hotéis da região, seja para tirar fotos do alto do Empire State, ou ainda para se perderem no caleidoscópio de cores da dobradinha Times Square/Broadway. Uma pausa sem ir para tão longe: a “silenciosa” contenção de linhas do arquiteto Yoshio Taniguchi no MoMA (o Museu de Arte Moderna de Nova York) é um convite à contemplação. 106

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I love this. 3 Vista de cima para baixo, Ou de baixo para cima Uma outra maneira de conhecer a cidade não tem nada a ver com caminhar. E, sim, subir e descer. Primeiro, tome um ar e aproveite para ver uma vista de tirar o fôlego. A dica é do fotógrafo Felipe Araújo, que escolheu o mais novo “mirante” (o Top of the Rock, no Rockefeller Center) para apresentar a cidade a uma amiga. Uma panorâmica deste mar de edifícios que inclui até o Empire State – que, por sinal, ainda não perdeu o posto de observatório mais visitado em Nova York. Mesmo porque seu terraço também com vistas para todas as direções já recebeu, além de turistas de todo o mundo, nobres visitas como King Kong e o filósofo francês Michel de Certeau, que o usou como ponto de observação para a criação de sua “Invenção do Cotidiano”. Olhe mais para baixo. Talvez seja difícil encontrar a outra vida de Nova York sem, por exemplo, pegar o metrô. O metrocard é o ticket para uma cidade que se revela oculta, subterrânea, assim como o underground de Paris ou Londres. O fotógrafo Roberto Machado é um admirador do que se passa embaixo das movimentadas ruas da capital não-oficial dos Estados Unidos. Um turismo inusitado oferece programas que mostram o obscuro labirinto no subsolo nova-iorquino, com túneis idealizados para servir de refúgio na Segunda Guerra Mundial.

NOVAMENTE NEW YORK

Um novo projeto chamado “New York, I Love You” conta 12 histórias de amor passadas nas ruas da “Big Apple”. Cada curta-metragem tem duração de cinco minutos e foi dirigido por um diretor diferente, como Anthony Minghella (O Paciente Inglês) e até a atriz Scarlett Johansson (atual musa de Woody Allen). A compilação de curtas segue o mesmo formato de “Paris, Te Amo”.

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“Chapter one.” “He was as tough and romantic as the city he loved.” “Behind his black-rimmed glasses was the coiled sexual power of a jungle cat.”

3 Os tipos utilizados na composição das páginas fazem parte da família American Typewriter, criada por Joel Kaden e Tony Stan, em 1974, e utilizada por Milton Glaser, em 1976, para compor o símbolo da famosa campanha I love NY.

Preparado para outro cartão-postal? O Central Park está a alguns passos. O maior espaço verde de Nova York, criado por gênios do paisagismo há mais de 150 anos, divide a área nobre da cidade. À direita, o dinheiro se encontra com o Q.I. cultural. Estão lá os magnatas e VIPs de plantão, embaixadas e dois dos maiores museus do mundo, o Metropolitan e o Guggenheim. Do lado esquerdo, vastos apartamentos e edifícios do início do século XX são refúgios para a outra seção cultural da cidade como o Lincoln Center, o Metropolitan Opera House e o Museu de História Natural.


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No mapa

As coordenadas geográficas de Nova York são 40°47’ Norte e 73°58’ Oeste. Mas você não precisa ir tão a fundo. Basta entender que a cidade de Nova York está localizada no extremo sul do Estado que leva o mesmo nome – e este se situa no nordeste dos Estados Unidos. E que a cidade, na verdade, é uma espécie de arquipélago formado por cinco distritos: a ilha Manhattan (o “centro” da maçã), Brooklyn e Queens (que ficam do lado direito de Manhattan e fazem divisa com Long Island), Staten Island (ao sul) e o Bronx (o único distrito localizado no continente). Nossa matéria está mais centrada em Manhattan.

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Dois outros ângulos da mesma ilha E se você acha que já viu a cidade de todos os ângulos possíveis, está enganado. Atravesse um dos dois rios para novas visões do mesmo lugar. O arquiteto Stefaan Loncke optou pela opção gratuita dos ferry boats que vão até Staten Island. O passeio oferece uma vista dupla da ilha e da Estátua da Liberdade. A artista plástica Marina Camargo resolveu atravessar a pé (pode-se fazer também o percurso de bicicleta ou carro) a ponte do Brooklyn sobre o East River, para ver ao vivo uma das “cenas” que mais se repetem em filmes que tomam Manhattan como cenário. Já a jornalista Mônica Lucas fez o caminho oposto. Optou por cruzar o rio Hudson e ter Nova Jersey (o estado vizinho) como base para a foto clássica do skyline. Tudo ao mesmo tempo agora, a produtora Svetlana Platissa fez parte do chamado Circle Line – um dos circuitos para conhecer a cidade pela via aquática. Ok. Algo completamente turístico? Enfrente as longas filas, pague o preço de U$12 e comprove de perto que a estátua é realmente pequena e tem pés gigantes.

“New York was his town and it always would be.”

E já que falamos em cinema 4

Uma pequena lista de filmes que usaram Nova York como cenário: “Manhattan” (1979), de Woody Allen. Óbvio demais? Então coloque no lugar outros filmes como “Hannah e suas Irmãs” (1986). “A Cidade Nua” (1948), de Jules Dassin. “Taxi Driver” (1976), de Martin Scorcese. “Faça a Coisa Certa” (1989), de Spike Lee. “Shadows” (1959), de John Cassavetes. “O Poderoso Chefão” (1972), de Francis Ford Coppola. “King Kong” (1933), de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack. “Superman” (1978), de Richard Donner (aqui, representada na fictícia cidade de Metrópolis) “Gangues de Nova York” (1985), outro de Scorcese. “Contos de Nova York” (1989), reunião de Allen, Scorcese e Coppola

4 Para conhecer outros filmes que usaram Nova York como cenário ou outras cidades que viraram filmes, leia o livro “Cidades do Cinema” (Ciudades del Cine), de Rafael Dalmau e Albert Galés, editado pela editora espanhola Raima Edicions.

A cidade torna-se mutante não só pelo ponto de vista que a enxergamos, mas também pelo clima apontado no termômetro. Ninguém que visita Nova York no verão pode acreditar que seja a mesma cidade quando a conhece no inverno. Para quem a vive diariamente, a rotina parece comum: trocar o ar-condicionado pelo aquecedor central, o verde pela neve no Central Park e a garrafinha de água pelo café quente no copo descartável. Para quem está só de passagem, o interessante é a troca do “menu” de atrações. De filmes ao ar livre no Bryant Park às pistas de patinação no gelo espalhadas pela cidade. A estilista Lana Arraes, que também repara na mudança do guarda-roupa do nova-iorquino, concorda que o melhor mesmo da troca de estações é ver que as pessoas, em estilo “funeral” (todos de preto) e que se enfurnam em lugares fechados no inverno, passam a frequentar, coloridas, as atrações públicas e gratuitas que a cidade oferece no verão.

Se os olhos ainda aguentarem ver ainda mais um pouquinho de Nova York, pingue colírio e não deixe de assistir a um dos clássicos de Woody Allen, que estão sempre entrando na programação do cinema mais cult da cidade, o Film Forum. Ou ainda, se você estiver em maio por aqui, vá assistir a estréia da versão cinematográfica de “Sex and the City”. Provavelmente estará em cartaz no Paris Theatre, o cinema que a personagem Carrie e suas amigas de seriado costumavam frequentar. ™

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(Re)conhecendo cidades descobrir, vivenciar, perceber... E domo – casa, abrigo, habitat, lar... Na junção, quis-se assim definir: conhecer o lar, que vai exprimir não apenas investigá-lo em seu aspecto físico na arquitetura e no urbanismo, mas fundamentalmente conhecer a forma de vida que determinado aglomerado humano optou e, desta forma, é capaz de ser feliz.

1 Konidomo vem do esperanto e pode significar: koni – conhecer, desbravar, explorar, experimentar,

T: Teresa Monteiro ® | f: JÚLIO PAIVA

A bordo de um fusquinha 85, Júlio Paiva e Raquel Queiroz zarparam no segundo semestre de 2006 em direção à América do Sul. Entre uma parada e outra da expedição, batizada de Konidomo, medos, frios, tensões, momentos únicos e saudades - até do sol de Fortaleza. ncômodo. No dicionário, aquilo sem comodidade, que incomoda, enfadonho. Para o casal de arquitetos-urbanistas Júlio Paiva e Raquel Queiroz, 28, talvez tenha sido esse o sentimento que os fez partir, no segundo semestre de 2006, para uma empreitada de total desbravamento pelo País afora. “É possível que os maiores starts partam de um incômodo. Incômodos que nos acompanham da época de estudantes, incômodos de movimento estudantil...”, resumiu ela, por e-mail, direto do departamento (espécie de super bairro ou comuna) de Luján de Cuyo, em Mendonza, uma província argentina às margens da Cordilheira dos Andes.

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“Com base nessa insatisfação de um modelo de vida repetido e arraigado, surgiram muitas perguntas. Seriam felizes todas as pessoas comportadas nessa estrutura? Há espaço para todos? Que profundidade alcança a tal da globalização? Como vivem pelo mundo, iguais a nós? E pela América do Sul, levando em consideração as respectivas colonizações, como se organizam socialmente? E os arquitetos, em que estão atuan-

do? Essas perguntas, esses incômodos e, sobretudo a necessidade de entender, nos levaram ao Konidomo 1 . Depois, para a estrada”, completou. Dois anos antes da viagem, os dois maturaram o projeto e buscaram, a todo custo, parcerias que, no final das contas, não se efetivaram, porque “não queríamos restringir nossos olhares a uma investigação pontual. Em princípio, tentamos acesso institucional, uma vez tratando-se de uma pesquisa itinerante. Mas não nos adequamos aos requisitos dos órgãos financiadores”. Porém, amigos, familiares e até desconhecidos e pessoas “inesperadas”, segundo Raquel, contribuíram participando de bazar ou mesmo enviando abraços e comentários pelo blog 2 da expedição. “Em todo caso, disponibilizamos uma conta bancária no sítio do

œ É possível que os maiores starts partam de um incômodo. Incômodos que nos acompanham da época de estudantes, incômodos de movimento estudantil... Œ RAQUEL QUEIROZ | ARQUITETA

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Saindo de Fortaleza, a exposição seguiu por todos os estados abaixo do Nordeste, chegou ao Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Após Uruguai e Chile, a Argentina é atualmente a casa dos dois. E o pré-roteiro foi seguido à risca? “Não, por todas as razões que substanciam a vida: o imprevisível, o inesperado, os eventos naturais, sociais, pessoais... Iríamos entrar mais pelo sertão, mas nossa passagem coincidiu com um período de chuvas jamais visto (o mesmo que derrubou a ponte em Campos/RJ); tivemos que desviar. E o que descobrimos com isso foi que sempre há uma razão para chegar a algum lugar, há uma razão para não estar em outro, não há que forçar”. Para além do olhar profissional, o encontro com a tal “perspectiva de lar”, acolhedores recém-amigos e momentos únicos/pitorescos, como “experimentar um prato novo, comer um prato velho com saudade, ter o sol de Fortaleza na memória e uma salamandra na sala, não arriscar o pé no Pacífico (mas estar diante dele), fazer e comer tapioca em terra estrangeira, encontrar o ‘ciclista maluco’ (assim é conhecido um brasileiro que viaja de bicicleta pela América do Sul, com o mínimo de equipamentos) em rutas portenhas em pleno dia da Independência da Argentina, escutar por duas horas uma trilha só de músicas brasileiras em terras chilenas etc.“, contou ela, em meio a outras notícias mais. “Em todos os lugares, há o que viver. E quando chegamos à perspectiva do lar, comprovamos de muito perto a singeleza humana de ser único”. Devido a uma quantidade significativa de material “visual, textual e humano”, a experiência possivelmente será compartilhada sob o formato de um livro. Atualmente passando por uma fase que eles próprios denominam de “turva”, Júlio e Raquel ainda não prevêem sua chegada à terra natal, pois “recém paramos. Necessitamos de tempo para refletir tudo que passamos, amadurecer, concatenar as idéias, organizar o apanhado material e imaterial da expedição. Além disso, como não temos patrocínio, necessitamos reunir recursos financeiros, planejar os percursos novamente, revisar o veículo, providenciar documentações (já que a Carta Verde deles – seguro obrigatório para transitar em alguns países da América do Sul – expirou), dentre outros”.

Ao retornarem, porém, algumas certezas em mente. “Queremos levar a reflexão às academias, aos organismos sociais e não apenas às escolas de arquitetura”. E depois? “Cogitamos, inclusive, aventurarmo-nos pelo continente africano. Por hora, é demasiado prematuro para arriscar empreitadas futuras. Ainda estamos em pleno processo de uma jornada que está entranhada para sempre em nossas vidas. E, para tanto, somos categóricos em dizer que, para uma nova investida, requereríamos eminentemente de patrocínio e condições mais apropriadas de navegação, logística, assessoria, comunicação. Desse jeito, sim, atrevemo-nos a soprar no ar: e por que não?”, concluiu. ™

se meu fusca falasse...

Dono de um Volkswagen Delux azul metálico ano 85, isso desde os 18 anos de idade, Júlio decidiu adaptá-lo (bancos foram extraídos para dar lugar a baús, armários, gavetas etc.) para a expedição. “Não haveria melhor transporte que o fusca. Foi, portanto, uma escolha natural. É um veículo discreto, reconhecido e facilmente assimilável na maioria dos locais. Ademais, possui habilidades para suportar terrenos acidentados, cascalho, lama, neve e areia. Além disso, é resistente e eficiente em situações delicadas. O fusquinha tem refrigeração a ar (não necessita de água), o que é decisivo em adversidade, como em temperaturas extremas. Há vantagem também quanto à manutenção e reparação, que é fácil e econômica”, explicou Raquel. “A adaptação, por sua vez, otimizou os espaços existentes de acordo com as possibilidades encontradas. E, nesse ínterim, realizamos nós mesmos: um foi responsável pela marcenaria (Júlio) e outro pela parte têxtil (eu). E, ao longo da viagem, incorporamos novas adequações de acordo com as demandas, o clima e os métodos adquiridos no caminho”.

2 A expedição possui um site oficial (http://www.konidomo.arq.br) e mantém ainda um blog (http://konidomo.blogspot.com) que, de maneira não-linear e de acordo com a disponibilidade de acesso à internet durante o percurso, é abastecido com textos, fotos e vídeos. Há também uma comunidade via Orkut http://www.orkut.com/ Community.aspx?cmm=13105039) e um e-mail para contatos: konidomo@yahoo.com

Konidomo para contribuições e contamos ainda com um Projeto de Patrocínio, orientando os mecanismos para interessados”.

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MADE IN

VIAGEM E IMAGEM T: ANA NADDAF ® | I: REPRODUÇÃO

m tempos de e-mails e SMS, o retângulo feito de papel cartão que, de um lado, traz uma imagem e, de outro, espaços pré-estabelecidos para destinatário, selo e breve relato tornou-se quase obsoleto. “Quase” porque ainda se salva o velho costume de enviá-lo como souvenir de alguma viagem. Sua origem é controversa, mas seu objetivo foi alcançado desde que foi emitido o primeiro, ainda no século XIX: uma carta que alia simplicidade ao baixo custo, o que é obtido através de seu tamanho e a supressão do envelope. De conveniente e econômico, o cartão-postal passou a se tornar uma maneira de enviar imagens e curtas mensagens através das fronteiras. Esta maneira de conhecer visualmente o mundo se tornou grande aliada do turismo, mesmo que vendesse cidades em uma visão fragmentada de 15X10 cm. Um mundo portátil e ilustrado que logo se tornou intrinsecamente ligado ao imaginário popular. E ainda peça de coleção. Com o intuito de colocar a caneta para funcionar de novo e usando o meio mais atual de comunicação, um grupo criado na Internet, o www.postcrossing.com, propõe a troca mundial de postais pela via tradicional. Tornando de novo a caixa de correio em uma pequena caixa de surpresas que pode conter o mundo. ™

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PóS CARNAVAL ABRAM ALAS PARA OS “UNIDOS” DO DRAGÃO, DA FESTA TCHAP TCHURAS E DO GLAMURAMA, QUE O BLOCO UNIDOS DA CACHORRA VEM ATRÁS Nada de clima de quarta-feira de cinzas. Tudo vira purpurina e festa de novo ao rever aqueles que se jogaram no lançamento da 9ª.edição do Dragão Fashion. Ou ao dar uma olhada na turma hypada e bacaninha que foi ver o último “grito” em moda, música e fotografia na festa Tchap Tchuras. E ainda dá para ouvir o eco da cuíca nas fotos do bloco Unidos da Cachorra.

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HELOISA HELENA RODRIGUES HOMENAGEM Gustavo Kuerten, o Guga, circulou em Fortaleza para homenagem da Federação Cearense de Tênis. O evento, no Ideal Clube, promovido pela Confederação Brasileira de Tênis, se destacou como um agradecimento à contribuição do catarinense para a popularização do tênis em todo o país. Hoje, a Federação Cearense de Tênis conta com oito clubes filiados e mais de 700 atletas, com alguns despontando no cenário nacional, como Pedro Zanotelli, patrocinado pela Santana Têxtil, já integrando a Seleção Brasileira.

™ 01 A decoradora e cenógrafa Juliana Capelo inova sempre em seu metiê. Responsável pela ambientação da Convence 2008, convenção nacional de vendas da empresa Esmaltec, usou o tema olimpíadas, onde dispôs personal trainners e atores interpretando personagens. Já para a campanha de metas da Coelce, criou um túnel de 50 metros todo iluminado com luz negra e animações em laser. O evento, reunindo 2000 pessoas, aconteceu no Centro de Convenções Edson Queiroz.

™ 02 O arquiteto LACCY SILVA ao lado de Rose Webster curtem viagem aos principais ícones do mundo em busca de atualização para suas obras e projetos. Os projetos e soluções desenvolvidos por Laccy são pensados tanto para áreas “in door” e “out door”, primando pelo bom gosto e contemporaneidade, sem perder o clássico de vista. Valores do design, da cultura e da estética fazem parte do seu dia-a-dia e podem ser comprovados nas peças de arte, paisagismo e decoração disponíveis na Zou Cultural, localizada no Shopping Del Paseo. O espaço é um paraíso, com mix de objetos contemporâneos e antigos. 114

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NOMES DO NORDESTE O cantor e compositor Moraes Moreira esteve em Fortaleza onde descreveu sua trajetória artística em entrevista, conduzida pelo jornalista Augusto César Costa, no Centro Cultural Banco do Nordeste. O baiano aproveitou a ocasião para lançar seu livro “A história dos Novos Baianos e outros versos”, escrito em forma de cordel e acompanhado de CD.


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™ 03 Marta Rodriguez de Bedoya e Andréa de Bedoya com

™ 04 Willfridy Mendonça deu uma pausa em suas ativi-

Grace Figueiredo, que inaugurou loja Morena Rosa

dades como decorador e tomou a rota da Europa num giro

em chic espaço em Assunção, Paraguai. A loja tem proje-

de férias. Entre os belos cenários visitados, fotografou em

to visual grifado pelo grupo Morena Rosa e comerciali-

frente ao Louvre, Paris.

za, também, as marcas Zinco e Maria Valentina.

™ 05 Renata e Meire Torquato, clicadas no lançamento

™ 06 Juliana e Renata Carneiro, sempre com os lança-

da edição 2008 do Dragão Fashion Brasil na Galeria de

mentos de conceituadas marcas de perfumes e cosméticos

Arte Mariana Furlani, contam mais uma vez com Julia Petit

nas lojas American News, com Rossine Cartaxo. Aniversa-

estrelando campanha da Nsix. A modelo e produtora musi-

riante do mês de fevereiro, o colunista de Geração News co-

cal marcou presença na badalada festa de lançamento da

memorou em prestigiada festa, ao som de Gilvan Magno, na

coleção inverno, promovida no espaço Diagonal.

Spazzio Cafeteria.

SAVOIR FAIRE

Sergio Carvalho recebeu em grande estilo em seu Belle Maison Buffet, com decoração em verde e branco grifada por ele, para brindar seu aniversário. O empresário Ednaldo Melo recebeu ao lado da mulher Yolanda na inauguração da loja Alberflex Fortaleza. O prestigiado coquetel contou com o jazz de Aragão & Banda, doces-lembranças by Isabel Leitão e buffet de Vânia Guimarães. A bonita loja, especializada em mobiliário para escritório, tem projeto assinado por Fernanda Zerbinatti e Elva Bessa e paisagismo externo de Salomão Maia e Alexandre Hack. Uma Noite em Toscana é o tema do Gala Internacional de José Rangel, tendo como cenário o Barbra’s Cambeba. O evento, black tie, está agendado para abril, dia 11, com a entrega do troféu Solidariedade a personalidades da cidade. Foi inaugurado no Gran Marquise o sofisticado restaurante Mangostin. O menu, desenvolvido pelo chef Raimundo Castro com consultoria de Fábio Eustáquio, do restaurante East, São Paulo, reúne a culinária de quatro países orientais: Coréia, China, Japão eTailândia.

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EVENTO SER COELCE T: ROGILTON CONDE ® | f: DIVULGAÇÃO

Big festa lançou o programa de metas da Coelce para o quadriênio 2008-2011. Juliana Capelo assinou décor com ilhas para os mais de 2 mil presentes.

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™ 01 Atores fazem performance no túnel de 50 metros concebido por Juliana Capelo com muitos efeitos de laser, luzes e música ™ 02 A cenógrafa Juliana Capelo, o Presidente da Coelce Abel Rochinha, a Chefe do Departamento de Benefícios da Coelce Izabel Azevedo e o Diretor de Organização e Recursos Humanos da Coelce José Renato ™ 03 O Diretor de Organização e Recursos Humanos da Coelce José Renato interage com convidados em uma das ilhas conceituais do evento

™ 04 Atriz representando a marca da nova campanha interage com Elizabete Brindeiro , secretária da ™ 05 Colaboradores da Coelce posam com Presidente da Ampla, Cristián

Diretoria Comercial, e Conceição Rodrigues, Gerente de Comunicação

Fierro ™ 06 Um dos pavilhões do Centro de Convenções com ambientação temática e conceitual com forte apelo para interatividade e utilizando luzes, objetos e flores com cores que remetiam a identidade visual da Coelce ™ 07 Juliana Capelo, Gal Kury e Izabel Azevedo 116

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Agora, Santana Textiles! T: ROGILTON CONDE ® | f: DIVULGAÇÃO

Em concorrido coquetel no Shopping Mega Pólo, em SP, a líder nacional em índigo Santana Textil do Brasil oficialmente passou a se chamar Santana Textiles, resultado de sua internacionalização.

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™ 01 O diretor da tecelagem, Delfino Neto, fala do novo momento da empresa ™ 02 Empresários, imprensa e estilistas participaram do ™ 03 Jornalistas Eva Coutinho e Carol Kossling, esta da Indústria de Assessoria ™ 04 Rogilton Conde (Indústria de Assessoria), Jackson Araújo, Tininha Brand, Théo Carias e Rubens Júnior ™ 05 Momento entrevista de Delfino Neto e Jussara Maturo (site GBL jeans) ™ 06 Artur Luiz Freitas, Vera Lopes e jornalista Cilene de Castro (World Fashion) coquetel no Mega Pólo

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COQUETEL DRAGÃO FASHION 2008 T: ROGILTON CONDE ® | f: PATRÍCIA PAES

A galeria Mariana Furlani foi palco do coquetel que lançou a 9a edição do Dragão Fashion Brasil 2008. Cláudio e Helena Silveira anteciparam a estilistas, jornalistas e convidados as novidades do evento, que teve expô retrospectiva.

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™ 01 Aleana Duarte com Helena Silveira e Veronica Sanger ™ 02 Roberta Arruda e Candida Lopes ™ 03 Rogilton Conde com Andrea ™ 06 Cesar Ongaratto, Paulo Borges e Anderson Sobral ™ 07 Liege com Cláudio Silveira ™ 08 Lucio Áureo, Juliana Xavier, Caio Ferreira e Felipe Naur ™ 09 Mark Greiner com Maira Ortins e Thais Aragão ™ 10 Yeda e Paula Baquit ™ 11 Renata e Meire Torquato

Delamonica ™ 04 Verônica Perdigão e Neuma Figueiredo ™ 05 Alexandre Landim e Mariane Furlani

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Guapa Loca Making-of T: ROGILTON CONDE ® | f: ANDRÉ BATISTA

O cenário singular dos monólitos de Quixadá retrata a produção da nova coleção da grife

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™ 01 O fotógrafo carioca Eduardo Rezende registra o cenário, a modelo e a coleção ™ 02 O tom cinza das carteiras sob o olhar de ™ 03 O detalhe bicolor e os cuidados da criadora ™ 04 O cenário único das pedras from Quixadá para o catálogo ™ 05 Aqueles últimos bizus de enquadramento ™ 06 Thais Alcântara e Janaína Macedo Gradvohl, caps da Guapa Loca, nos acertos de produção ™ 07 O produtor cuida dos tons da modelo carioca Cris Hermmaann

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TCHAP TCHURAS T: MÔNICA LUCAS ® | f: Haroldo Saboia e Tiago Lopes

Gente bonita e descolada conferiu a festa Tchap Tchuras, by atelier Ruth Aragão, Boo Fotografia e Move STD, na Praia de Iracema, em Fortaleza. O público pôde se jogar com gosto em moda, música, fotografia e sticker art.

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™ 01 Cid & Alexandra Thomaz ™ 02 Ruth Aragão e Gil Braga recebem os convidados ™ 03 A produtora de moda Carolina Gauche ™ 04 Victor Falcão & Raphael Villar, autor da exposição de stickers ™ 05 Haroldo Saboia, Tiago Lopes e Cláudia Holanda, os anfitriões do Booestudio ™ 06 Renato Albuquerque ™ 07 Bia Saboia, Pedro Camara e Andreia Veras MAR|ABR

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HERING NA SPFW T: MÔNICA LUCAS ® | f: DIVULGAÇÃO

A Campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda”, em parceria com a Hering, movimentou o lounge Glamurama na SPFW, com lançamento da camiseta assinada pelos estilistas Dudu Bertholini e Rita Comparato, da grife Neon.

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™ 01 Rico Mansur ™ 02 Gisele Fraga ™ 03 Julia Petit ™ 04 Marcelo Rosenbaun ™ 05 Dani Freitas 122

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Pré-Carnaval Unidos da Cachorra T: MÔNICA LUCAS ® E TERESA MONTEIRO ® | f: DIVULGAÇÃO

A bateria do Bloco Carnavalesco Unidos da Cachorra ganhou as ruas da Praia de Iracema e do Benfica, levando beleza, animação e samba de primeira ao pré-carnaval de Fortaleza

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™ 01 Segurando o estandarte: Américo Souza ™ 02 Da esquerda para a direita: atrás - Lia Sales, Márcia Malveira, Teresa Monteiro, Ellen Pereira, Mônica Vieira, Renata Félix, Sílvia Furtado, Hellíada Chaves e Luciana Monte; na frente - Beda César, Naara Vale, Karoline Freire,

™ 03 Elias, Luciana Monte, Mirella Adriano, Sílvio Queiroz e Mariana Freire ™ 04 Tocando caixa: ™ 05 Vista geral da bateria no circuito Benfica

Mariana Freire, Laura Xavier e Mariana Vale André Luiz

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CURIOSIDADE T: Tércia Montenegro | I: BRUNO DELLANI 1

om pouco tempo de convivência, ele mostrou seus verdadeiros desejos – ou luxúrias, como dizia. Primeiro quis me ver agachada, andando de gatinhas, e tentou me filmar desse jeito, dando voltas no carpete da sala. Depois reclamou que não era nítido, eu bem podia facilitar as coisas – se deixasse tudo limpo, sem pêlos, era melhor, mais gostoso. Falava enquanto me lambia a orelha, e eu nunca resisti a esse tipo de carícia, de modo que no dia seguinte lá estava no salão de beleza. Contive os gritos a cada arranco de cera quente, sofrendo mais do que se fosse pêlo a pêlo extraído com uma pinça. Olhei no espelho para me sentir irrisória, uma simples menina no quadril grande demais. À noite, não quis deixar que ele visse aquela linha tímida no meu baixo-ventre, um risco que me reduzia à infantilidade. Mas ele insistiu, dessa vez com mordidas no bico do seio. Quando me revelei, exaltou-se, no êxtase de quem descobre uma escultura sob ruínas. Era minha nudez completa, e agora ele queria expor-me, primeiro para mim mesma, e depois para o mundo.

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acesse www.dellani-designer.blogger.com.br

1 Para conhecer mais trabalhos do designer gráfico e ilustrador Bruno Dellani,

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Disse que eu não reagisse sem antes experimentar, que não tivesse preconceitos – e ensinou minha mão a descortinar a pele, revelando o que me pareceu o símbolo do infinito em pé, diante do espelho. Minúsculo, mas infinito e rosado. Os dedos exploravam o labirinto dos lábios, um sexo complicado e flexível. Então ele fez o que sozinha eu não poderia, e foi provar-me com boca e dentes, no mais exposto e entranhado. Dessa vez não contive nenhum grito, e até parece que ele calculara o efeito que aquilo teria em mim, porque em seguida eu estava disposta a fazer tudo para que

a angústia acabasse, explodisse no prazer. Novamente ele me acalmou, falando que a tranqüilidade era o segredo da luxúria. Fez com que eu fosse à varanda, assim nua e indefesa, e à meia-luz do poste alguém do prédio em frente nos veria, ele atrás de mim, num abraço profundo de idas e vindas, eu com uma das pernas apoiada sobre uma cadeira, de modo que quem estivesse diante de nossa varanda veria com detalhes, e nem seria preciso binóculo. Por momentos cheguei a perceber um vulto passando no que talvez fosse o quinto andar do prédio adiante. Saí da posição, no susto dos flagrantes, mas ele me convenceu a voltar, sentando-me no parapeito. Dessa maneira, eu não via a sombra parada de alguém que nos observava, e não me constrangia. Ele, sim, olhava para o desconhecido na penumbra, iluminado pela brasa do cigarro. Quando tudo terminou, fiquei de pé, ainda com o pulso acelerado. Ele me disse que voltasse ao labirinto e aos dedos. Se aquilo não adiantasse, que eu esperasse até amanhã, quando ele tornaria, para fazermos novas coisas. Beijou-me de um jeito exausto e bateu a porta, mas eu, que tinha ficado parada no carpete da sala, não tive outra saída. O desconhecido ainda estava no prédio em frente, e foi por ele que voltei nua à varanda e me sentei na cadeira, aberta a toda curiosidade. ™ Tércia Montenegro é autora dos livros de contos O Vendedor de Judas (Demócrito Rocha), Linha Férrea (Lemos Editorial) e O Resto De Teu Corpo No Aquário (Secult). Contato: literatercia@hotmail.com


Grandes resultados, pequeno reconhecimento social. Pensando na realidade do CONSELHO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL - IntegraSol, a instituição foi escolhida para ganhar um brilho extra NA BUSCA DE NOVOS PARCEIROS NO SETOR PRIVADO. OS PUBLICITÁRIOS Rodrigo Vieira e Antônio de Pádua formam a dupla convidada para este projeto.

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OBRA SOCIAL

Direção de Arte: Rodrigo Vieira, Link Propaganda. Redação: Antônio de Pádua, Slogan Propaganda. Atendimento: Chico Neto Aprovação: Lucileila Cardoso MAR|ABR

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TE PEGUEI “Recebi o nº. 2 da Seven. Gostei muito do que li e do que vi. O mercado cearense e nordestino precisam de revistas assim: antenadas e bem feitas. Sete era o número do Garrincha. E também do Renato Gaúcho no Fluminense. Os dois eram dribladores. A Seven vai ver é isso. Uma dribladora na terra do tomaraquechova e do oraveja. Abraços.” Orlando Mota | publicitário

“Tenho em mãos a Seven Magazine, uma revista esteticamente bela, que merece ser apreciada, não só pela qualidade editorial e artística, mas também pelo conteúdo plural e temática diversificada.” Ruy Câmara | escritor

“ Fiquei deslumbrada com o fato da revista ter sido produzida e lançada aqui em Fortaleza; sempre senti falta de uma fonte de notícias que fosse regional e que suprisse áreas do meu interesse (...). Considero-me leitora assídua da revista desde já, orgulhosa de um projeto que emana sucesso nascido em minha própria terra natal.” Raíssa L. Melo | pré-universitária

“Parabéns pela iniciativa da revista! E parabéns também porque eu acho que vocês conseguiram realizar um formato inovador e cheio de personalidade, de estilo... Fiquei orgulhosa porque sei que um projeto assim não é fácil de concretizar! Muito sucesso!”

Café, 2007 [Tools:: PaperMate Futura + Post It] “Postando para agradecer a Ana Naddaf pela entrevista bacana que ela fez com esse ilustrador de post-it e adjacências aqui, para a Seven.” Valdir Canado | artista, no site: www.fotolog.com/postit

“Palmas (de pé)!!! Parabéns pela ousadia e pelo bom gosto. Não dava pra esperar nada menos que isso, quando se sabe que uma turminha como essa está reunida. Designer gráfico, ilustradores, comunicólogos, fotógrafos, pintores, intelectuais, engenhosos, criativos e mais um tanto de gente, tudo junto ao mesmo tempo e escoando pra nós um sumo de altíssima qualidade. Mais uma vez e sem medo de ser feliz, PARABÉNS!” Nila Bandeira | por e-mail

Milena Miranda | por e-mail

“Amei. Me identifiquei bastante com a revista, com sua linguagem, com os seus assuntos e fotografias.”

“Estou aqui simplesmente para agradecer a gentileza e parabenizá-los pelo valioso presente. Irei divulgá-la com certeza.”

Ana Carolina Farias | estudante de Publicidade

Marcia Braga | por e-mail

SELF-SERVICE

SEIS ® VIAGEM Apple Store – www.store.apple.com Bryant Park - www.bryantpark.org Central Park – www.centralpark.com Circle Line Island – www.circleline42.com

UM ® MODA

TRÊS ® GASTRONOMIA

Empire State Building – www.esbnyc.com

AnaMac – 85 3224 5718

Carneiro do Ordones – 85 3281 0494

Staten Island Ferry - www.siferry.com

Arezzo – 85 32337620

Colher de Pau – 85 3267 4929

Film Forum - www.filmforum.org

Coletivo – 85 8876 8898

Eskina do Baião – 85 3257 5653

Forbidden Planet - www.forbiddenplanet.com

Forum - 85 3458 1233

Restaurante Mocotó – 11 6951 3056

Guggenheim – www.guggenheim.org

Full Vinyl – 85 3268 3706

Ruth Marinho – 85 3249 0533

Konidomo - http://konidomo.blogspot.com

Guapa Loca – 85 3268 3977

Senac-CE – 85 3452 7053

Lincoln Center – www.lincolncenter.org

Jô-iola – 85 3224 9633

Tuchê Bar – 85 3267 1307

MoMA – www.moma.org

Lisieux – 85 3247 4583

Metropolitan – www.metmuseum.org

Mark Greiner – 85 9996 8723

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Museu de História Natural - www.amnh.org

Meia Sola – 85 3433 7600

CINCO ® VIDA

New Museum - www.newmuseum.org

Meio Tom - 85 3456 3366

Anna Pegova –0800 131 345

Paris Theatre - theparistheatre.com

Toli - 85 3241 3591

Antídoto – 11 4330 1908

Prada Soho – 1 212 941 2400

Avon – 0800 708 2866

The Metropolitan Opera - www.metopera.org

DOIS ® CULTURA

L’Occitane - 0800 171 272

Top of Rock – www.topoftherocknyc.com

Ao Extremo - www.aosextremos.nafoto.net

Lux – 0800 707 7512

Tribeca Cinemas - www.tribecacinemas.com

IFoto – 85 3254 6385

Natura – 0800 115 566

Tropicalia in Furs - www.tropicaliainfurs.com

Alex Costa - alexandrearaujoc@gmail.com

The Body Shop – 1 800 263 9746

Wallpaper guide - www.phaidon.com/travel

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