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2.1 Conceito de Violência

Unidade 2 – Violência, Crime e Insegurança Social

Prezado e prezada estudante,

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Espero que esteja bem e contente com nossa trajetória. Nesta unidade iremos tratar sobre VIOLÊNCIA, CRIME E INSEGURANÇA SOCIAL. O que é violência? Você se sente seguro ao sair de casa, ou mesmo em ficar em casa? Qual a relação entre violência e crime? A violência tem produzido insegurança e gerado custos elevados para a sociedade. Refletir sobre essas questões importa a todos nós que convivemos em sociedade. Sigo contigo nessa jornada em busca de novos conhecimentos. Bons Estudos!

2.1 Conceito de Violência

O ser humano é naturalmente violento? Ou ainda, a violência é inerente ao ser humano?

Essas questões nos fazem reetir sobre a nossa rotina em sociedade, e realmente, é perceptível que a violência está presente no nosso cotidiano. Ao sair de casa, ao voltar para casa, ao car em casa, no trânsito, são variadas as situações em que nos deparamos com a violência. É tão frequente, tão comum a nossa exposição à violência que acabamos por naturalizá-la.

Caso você considere a violência como inerente à natureza humana do ponto de vista biológico, estaria inviabilizando as formas de enfrentá-la. Não haveria o que ser feito, apenas caberia a aceitação desse destino inevitável.

Ocorre que a violência não é um dado biológico, não faz parte da natureza humana, a violência é criada e se desenvolve na vida em sociedade. Da mesma forma que se escolhe agir com violência, é possível escolher, com a racionalidade

que lhe é própria, o caminho oposto, o do diálogo, da tolerância, da civilização (MINAYO, 1994).

Segundo Martins (2012, p. 31), “A violência é um fenômeno social advindo das relações humanas em contextos sociais distintos e constituídos ao longo da história [...]”.

Conforme se depreende, a violência não é inata, ela se constitui por meio das relações humanas, é um problema social naturalizado culturalmente, portanto, deve ser analisado levando em conta o contexto temporal e local.

Nota-se que ao considerar a violência enquanto relação humana e não como inerente à natureza humana, você acaba por concluir que enquanto comportamento humano, a violência é aprendida, sendo assim, pode ser desaprendida.

Na mesma linha de pensamento assevera Arendt (1969) que a violência não é um fenômeno natural, nem é animalesca ou irracional. A violência pertence ao setor político das atividades humanas de agir, ela é antes de tudo um instrumento com vistas a atingir uma dada nalidade.

A violência é um fenômeno complexo, não deve ser tratada de forma fatalista. “[...] Daí se conclui, também, que na conguração da violência se cruzam problemas da política, da economia, da moral, do Direito, da Psicologia, das relações humanas e institucionais, e do plano individual” (MINAYO, 1994, p. 7).

[...] A violência, como todas as práticas humanas experimentadas na vida social, é aprendida e ensinada, transmitida pela rede de relações, no âmbito de determinados dispositivos de subjetivação que organizam saberes populares, regras morais especícas, constelações psicológicas correspondentes, estruturas locais de micropoderes, hierarquias comunitárias, valores, símbolos e linguagens compatíveis com o exercício de determinados procedimentos e métodos de ação. [...] (SOARES, 2003, p. 91).

O enfrentamento da violência requer uma atuação articulada em diversas frentes. Apenas o Direto não comporta a solução viável, nem qualquer outro campo do saber isoladamente. Importa ao Direito tanto quanto importa à psicologia, à economia, à saúde ou mesmo às instituições que integram o sistema de segurança pública.

Para a conceituação de violência, reputamos como importante a contribuição dada pelo movimento feminista, cuja atuação produziu mudanças no campo legal e dos órgãos e entidades que formam o Estado, sendo a violência contra as mulheres uma das principais bandeiras do movimento. Nesse sentido, com

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