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A FELICIDADE

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LAO RIMANELLI

LAO RIMANELLI

Felicidade é uma das palavras e um dos sentimentos mais difíceis de definir. Falamos e ouvi-mos muito sobre ela, a desejamos aos outros em inúmeros momentos da vida e especialmente a quem amamos/ gostamos. Ela é buscada de forma contínua e, em alguns momentos, a senti-mos. Mas o que é felicidade? Já parou para pensar seriamente nisso? Quantas conversas sérias consigo mesmo e com amigos já aconteceram sobre o tema?

Muitos estudiosos da Teologia, da Filosofia, das Ciências Sociais, da Psicologia e da Saúde dedicaram e dedicam as suas vidas para refletir sobre o sentido da vida, o propósito das emoções, sofre felicidade, tristeza etc.em 2020, e doações feitas à Prime Step pelos pais dos alunos durante os meses de novembro e dezembro.

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Em vários momentos da vida, principalmente os mais complicados, como o que estamos passando atualmente com a pandemia, esses questionamentos surgem de forma mais intensa para aliviar as incertezas sobre a condição humana e o futuro, e assim oferecer uma luz. Mas existe uma resposta satisfatória para todas as pessoas, independente de valores pessoais, crenças religiosas ou lugares em que vivem?

Olhamos para o nosso passado, lembramos dos nossos momentos felizes, das sensações, do nosso estado de espírito e buscamos entender o que existiu ali, como e por que sentimos e vivemos aqueles momentos, e como senti-los novamente.

Olhamos para as crianças e vemos alegria, felicidade na maior parte do seu dia, autêntica, verdadeira, e pensamos como é bom viver sem preocupações, sem problemas. Mas quem disse que as crianças não os têm? Não são as mesmas do mundo adulto, mas elas as têm, em sua devida medida. A diferença é que a determinação, a busca de superar as dificuldades, ir em frente, fazer acontecer é enorme numa criança. Olhe uma criança se superando e veja o sorriso, o brilho em seus olhos e a luz que emana deles nesse momento. É a sua força de vida.

Há frustações, decepções? Sim, sem dúvida que há. Mas na maioria das vezes volta-se à luta. A meta é buscar, é superar as adversidades, é buscar realizar o sonho, realizar o desejo do momento. Se vê alegria, felicidade quando se está realizando a ação, e que se intensifica e se torna plena, radiante, ao ser alcançada.

Ninguém consegue manter um estado de felicidade contínuo. Viver é encarar frustrações, sofrimentos, insucesso e fracassos, aceitar que nem sempre a vida é fácil, cheia de alegrias e realizações. Temos que lidar com nossas emoções o tempo todo, como se fosse uma montanha russa, com altos e baixos. Também temos que lidar com nosso corpo que nem sempre está bem disposto e saudável, o que atrapalha nosso bem estar.

As pessoas expressam felicidade quando se sentem bem consigo mesmas, recordam-se de momentos bons, passam tempo com indivíduos amados, fazem o que gostam, aprendem a gostar do que fazem ou precisam fazer e fazem planos, projetos para o futuro, enfim, tem prazer pela vida. Ser feliz também está associado à percepção geral sobre a vida. A perspectiva é uma visão sobre um ponto de vista; de olhar ou interpretar um determinado conjunto de eventos. Todos nós temos perspectivas

sobre o nosso mundo e sobre as circunstâncias nas quais nos encontramos. Sua percepção da vida é muito mais determinante na sua história, do que as circunstâncias.

Felicidade é um estado emocional constituído por sentimentos de satisfação, contentamento e realização, e é individual. Desta forma, dois elementos são muito importantes: o equilíbrio emocional e os níveis de satisfação. O primeiro diz respeito à quantidade de emoções e humores positivos vivenciados por uma pessoa. Já o segundo refere-se à quão satisfeita essa pessoa se encontra com a sua vida.

Por acreditarmos que a felicidade é um grande momento, não damos valor às pequenas satisfações do nosso dia a dia. Colocamos um nível muito alto de expectativa do que seja ser feliz e não nos satisfazemos com pequenas coisas.

Para sermos felizes precisamos, primeiramente, desenvolver a capacidade de olhar para dentro de nós e nos conhecermos de verdade. A felicidade não está no outro, está em nós e por isso quanto mais a gente conhece as nossas potencialidades, nossos medos e dificuldades, nossas qualidades, nossos defeitos, mais próximos estaremos da nossa totalidade e mais livres para buscarmos aquilo que nos faz feliz, livres para buscarmos o sentido e o propósito da nossa vida.

A felicidade não chega com o que compramos, com as metas alcançadas ou por nos encontrarmos ao lado de alguém que amamos. Podemos ter tudo isso e não ter nenhum ápice de felicidade. A felicidade é uma atitude e, como atitude, todos nós podemos aprendê-la, mas sempre cultivando-a desde o nosso interior, é uma atitude que é cultivada de dentro para fora.

As pessoas felizes não se contentam em ter ou conseguir, mas em ser, apreciar e agradecer por tudo o que a vida oferece e amar a si mesmas, sendo o que são, com as virtudes, qualidades e defeitos. É importante acolher os sentimentos e abraçar nossas emoções, mesmo as consideradas negativas e difíceis de sentir e viver, procurando sempre evoluir, fazer o seu melhor, identificar, aceitar e trabalhar para corrigir os seus defeitos. O ser humano precisa exercitar constantemente o melhor que tem dentro dele. Precisa ser responsável consigo mesmo, pois a responsabilidade leva à liberdade.

Quando você assume a perspectiva de que criou uma situação, que ela é da sua vida, você tem a capacidade de mudá-la ou transformá-la. Com essa compreensão, vem uma sensação de poder e liberdade. No entanto, se você assume a perspectiva de que alguém ou alguma coisa causou a situação, você não tem capacidade para mudá-la e fica se sentindo impotente e ressentido. Quando culpamos alguém ou alguma coisa, estamos na verdade entregando nosso poder e nos colocando na posição de vítimas. Veja se toda situação é completamente culpa de alguém ou de outra coisa, então nossas mãos estão amarradas. Não temos escolha a não ser aceitá-lo. Quando escolhemos culpar, escolhemos o fardo. Se, entretanto, decidirmos que cada situação é algo que criamos, estaremos de volta ao controle. Podemos fazer escolhas que vão mudar ou pelo menos modificar a situação. Quando optamos por assumir a responsabilidade, optamos pela liberdade. A responsabilidade não é apenas uma forma de agir; é uma forma de ver nossas vidas, por inteiro.

Para o filósofo Aristóteles a felicidade é o maior desejo dos seres humanos e, do seu ponto de vista, a melhor forma de conseguir ser feliz é através da prática das virtudes. Cultive as boas virtudes e alcançará a felicidade.

E quais são as virtudes? As principais são coragem, temperança, respeito próprio, paciência, veracidade, humor, amizade, modéstia e muitas outras. É difícil mudar o comportamento, mas é possível. Virtude moral é o resultado do hábito. Ser virtuoso é ser fiel ao seu propósito de vida.

Também são elementos importantes ter hábitos saudáveis de alimentação, de descanso, de sono (vou falar sobre esse tópico em um dos próximos artigos), bom senso nos momentos de diversão, ter relacionamentos verdadeiros e genuínos, e manter capacidade de perceber a beleza da arte e da natureza. A Natureza é uma fonte inesgotável de símbolos e significados para a nossa vida. Ela traz conexão com o todo, traz sentimento de pertencimento, traz calma e serenidade. Saber apreciar e apreciar tudo isso que a arte e a natureza podem nos mostrar, nos eleva, nos conecta.

A felicidade pode e deve ser construída diariamente. Quando você se dispõe a isso, aos poucos adquire mais qualidade de vida, resiliência e controle emocional. Pode ser impossível ser feliz o tempo inteiro, mas definitivamente é possível ser feliz a maior parte do tempo. Todos têm essa capacidade e oportunidade.

Texto por Dr. Carlos Ranzani

Médico Homeopata e Psicanalista

Dr. Carlos Ranzani

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