Imagem: Obra “Árvore”, de Megumi Yuasa Foto: Felipe Stefani
METAMORFOSE exposição de arte cerâmica Curadoria Cibele Nakamura
METAMORFOSE exposição de arte cerâmica Curadoria Cibele Nakamura
REALIZAÇÃO
Pinacoteca de São Bernardo do Campo Rua Kara, 105 - Jardim do Mar, São Bernardo do Campo/SP Fone: (11) 4125-4056 · www.saobernardo.sp.gov.br/pinacoteca
A Pinacoteca de São Bernardo do Campo, Instituição da Secretaria de Cultura e Juventude, apresenta, de 23 de março até 7 de junho de 2019, a exposição Metamorfose, no Salão 1. Com curadoria de Cibele Nakamura, esta coletiva de Arte Cerâmica reúne 20 artistas com linguagens estéticas distintas, em torno de um mesmo tema: vida, mudança, esperança. A mostra integra programação especial dedicada a artistas mulheres na Pinacoteca.
Grandes nomes da Arte Cerâmica Contemporânea, unidos a jovens artistas, mestrandos e doutorandos das Artes Visuais, oferecem um conjunto de obras escolhidas para esta exposição - um convite ao pensamento agudo, elaborado, que irá eclodir entre as simbologias e metáforas sugeridas. Uma reflexão sobre a natureza e os questionamentos existenciais, a complexidade e a fragilidade da vida humana. O cenário se desenvolve a partir de obras escultóricas e instalações, apresentando o melhor da cerâmica artística brasileira. Metamorfose chega à Pinacoteca de São Bernardo após ter sido apresentada no Centro Universitário Maria Antonia, da USP, com 11 artistas, no período de 03 de maio a 29 de agosto de 2018. Com pequenas mudanças, a exposição passa a contar, agora, com 20 artistas, de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. A Pinacoteca Municipal de São Bernardo representa, atualmente, o maior ambiente de exposição perdurável de Arte Moderna e Contemporânea da região do ABC, reunindo obras que, além do seu valor estético, revelam questões significativas da história política, social e cultural da região e do Brasil. É, portanto, uma honra e um privilégio poder apresentar esta exposição num espaço de tamanha importância para a arte e para a minha história pessoal. Afinal, trata-se de um “retorno à casa”, já que foi justamente nas Oficinas Culturais oferecidas pela prefeitura de São Bernardo do Campo que dei meus primeiros passos na cerâmica, no início dos anos 2000. Do ponto de vista artístico, pode-se dizer que Metamorfose assemelha-se aos próprios processos da cerâmica, na busca sutil e incessante do equilíbrio, diante das desafiadoras transformações da vida.
Cibele Nakamura
Acácia Azevedo
acacia10@gmail.com acaciaazevedo.blogspot.com
Acácia Azevedo é de Recife (PE). Atualmente reside e tem seu atelier em Vinhedo (SP). Graduada em Pedagogia pela Universidade Católica de Pernambuco, pós-graduada em Metodologia do Ensino das Artes pelo Instituto de Educação Ateneu e mestranda em Linguagem, Mídia e Artes pela PUCCampinas. Ministra aulas de torno, modelagem manual, serigrafia, formulação de engobes e de esmaltes cerâmicos. Dedica-se à arte cerâmica há mais de 15 anos, com um percurso de destaque. Em 2018, foi convidada para o VIII Internacional Macsabal Wood Firing (Turquia), International Ceramic Art and Culture Exchange (China) e o International Contemporary Ceramic Art Project Bond Klay Keramic VI (Tailândia). Participou de exposições internacionais como Macsabal Tradicional Bowl, em Ancara (Turquia); O Tejo e as Cores, na Galeria Inês Barroso, em Lisboa (Portugal); e da exposição Colorindo Madri - Ara Art Gallery. Exposição individual Movimento, sob curadoria de Cibele Nakamura, na Galeria Malu Serra, em São Paulo, dentre várias no Brasil. Possui obras em acervo permanente no Centro de Hidrografia da Marinha (RJ); Casa do Brasil, em Madri (Espanha); Hacettepe University, Faculty of Fine Arts, em Ancara; Zisha Ceramics Museum, na China; Cheng County Museum, em Shannxi (China), entre outros.
Fragilidade e Fúria dos inícios que guardam a força do desejo. A instalação expõe o que estava aninhado no atrevimento da criação. Transformações em meio a agruras e incertezas, belas em seu toque sedutor de porvir. Lisas, mas não perfeitas; incautas, mas não inscientes da ameaça dos pesados pés da angústia. Como moradas primitivas de aspirações que se multiplicam, nutrem, na ebulição de combinações inconclusas, o feito e o não feito, em silenciosa fúria de existência. O risco. O tempo. A trinca. A falha. Orgânica metáfora. Imprecisos, côncavos, à mão. A mão! O dano. Quebrar-se é morrer. Incerta, a esperança traça sua linha prata. E conecta.
Foto: Murilo Arefeci
Fragilidade e Fúria, 2018/2019 | Instalação, modelagem manual, técnica de placas, porcelana e argila preta, queima em forno elétrico a 1.222°C e folheados em prata 950
Alexandra Camillo
ateliealexandracamillo@gmail.com /ateliealexandracamillo
Formada em Educação Artística pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, dedica-se à cerâmica desde 1995. Inicialmente trabalhando com pesquisa técnica, passa a buscar formas e movimentos utilizando argilas locais para construir sua arte. Formas orgânicas são seu norte; movimentos, sua referência. Em 2009, renova as instalações de seu atelier, ampliando a produção e ministrando aulas para adultos e crianças, introduzindo-os à arte cerâmica de modo instigante, provocando investigações e descobertas. Focada na cerâmica utilitária desde o início dos anos 2000, tem desenvolvido coleções específicas para chefs e restaurantes locais e nacionais. Sempre atenta às inovações e tendências, já participou de workshops, feiras e exposições, principalmente em Campo Grande (MS), São Paulo (SP) e Curitiba (PR), e de eventos internacionais em Buenos Aires (Argentina), Curraumilla (Chile), e, como convidada, do Simpósio em Yixing (China), em 2015 e 2017, onde também participa de exposições coletivas com esculturas que hoje compõem o acervo do museu daquela cidade. Em 2018, conquistou o segundo lugar com premiação na categoria Escultura do Segundo Festival de Artes de Campo Grande.
Rosas de Pedra Pedra que sustenta, que protege, que constrói, Que cede ao vento, que movimenta. Pedra que acolhe, que abraça o vento e reconstrói. Pedra de cachoeira, de amarradeira, que à água dói Pedra que movimenta, desce ladeira e tudo destrói. E lá no fim de tudo, onde a água é quem tudo alenta Na pedra que nem sempre sustenta, a Rosa se justifica Na renovação ao que se aplica, Onde vento, sílica e mica E um calor que não se explica, Brinca e diz que fica. Dignifica.
Rosas de Pedra, 2019 | Modelagem manual, argila e resĂduos cerâmicos queimados em alta temperatura, forno elĂŠtrico
Aya Basilio
Quando pequena, sempre gostou de se distrair com as mãos. A vida, porém, sábia como é, lhe reservou muitos outros caminhos antes de levála, em 2008, às aulas de cerâmica com Janú Capuano. Lembra sempre com imensa gratidão da primeira pergunta que lhe foi feita, assim que se conheceram: “O que você quer fazer?” – perguntou o mestre. A jovem artista então pensou: “Como assim? Não é ele, meu professor, quem deveria dizer o que fazer na minha primeira aula?” Desde então, foi descobrindo o seu caminho na cerâmica e na arte e, aos 43 anos, lançou-se ao mundo da escultura figurativa, inicialmente com Cícero D´Avila e, logo em seguida, com Israel Kislansky. É onde se encontra, onde ama estar. Costuma dizer que é psicóloga por formação, e ceramista e escultora por paixão e alma. E diz, ainda, que o grande tema que norteia o seu trabalho é a crônica. Ama contar histórias do dia a dia, momentos aparentemente simples que lhe tocam, e poder expressá-los por meio da escultura.
ayabasilio@terra.com.br /ayabasilio
É impressionante ver o seu marido, com o seu filho nos braços, a chorar profundamente, assustado com um coto umbilical grudado na fralda, no momento da troca. Fui testemunha do intenso temor que lhe abateu e, repentinamente, lhe tirou o chão, lançando-o ao vazio. Mas vi nascer, no mesmo instante, a profunda consciência do amor paterno: um homem Padecendo no Paraíso. Nesse exato momento, senti asas baterem intensamente em suas entranhas e romperem o casulo. Se antes era apenas um homem, agora era também um PAI.
Padecendo no ParaĂso, 2017 | Cerâmica modelada e esculpida
Cynthia Ragosta
Nascida e residente em São Paulo, Cynthia Regina Bettini Campioni Ragosta é graduada em Educação Artística, com bacharelado em Pintura, pela Faculdade de Artes Santa Marcelina; pós-técnico em Conservação e Restauro de Arte Sacra, e pós-graduação em Conservação e Restauro de Pintura de Cavalete. Participou de exposições coletivas no Brasil e no exterior, tais quais: oito edições do Arte Bunkyo (sendo agraciada com duas menções honrosas); quatro edições da Mostra de Arte da Granja; Exposição de Novembro, da Casa de Cultura de Santo Amaro; Salão Internacional Luso Brasileiro de Artes; Synphony and Melody Exhibit, em Nova Iorque (EUA), Primavera Refletida, em 2009; Além da Alvorada: de Broto a Broto; 1ª Mostra de Arte Cerâmica (ESALQ, Fundação Romi e no Centro Universitário Maria Antonia, da USP, em 2017); e exposição Metamorfose, no Centro Universitário Maria Antonia, da USP, em 2018.
cynthia.ragosta@uol.com.br /cynthiaragostaceramica
Na cerâmica, trabalhou com várias técnicas de modelagem e torno. A definição de seu trabalho artístico se deu após experiências com escultura em metal, em modelagem manual, nas quais barras de ferro contornam, envolvem ou suportam peças de cerâmica, integrando a obra. Sua temática gira em torno da natureza e, principalmente, da árvore - folhas verdes ou secas de outono trabalhadas com textura e óxidos, com a presença feminina, troncos e corpos contorcidos, raízes em movimento, grossas e finas, dando sustento, força e vigor.
Em Bulbo, observa-se vida, renovação. Amarílis e palmas aguardam o momento certo para renascer e, no caso especial das tulipas, flores surgem de bulbos congelados, sendo fortalecidos, e preparando-se para serem replantados e florescerem na primavera. Os galhos em metal sugerem que os brotos começam a aparecer e que, em breve, flores vão surgir com força e vitalidade, prontas para mais uma etapa da vida.
Bulbo, 2009 | Cerâmica, modelagem manual com detalhes em metal
Darly Pellegrini
darlypellegrini@gmail.com darlyceramica.com.br
Darly Pellegrini tem graduação em Artes Visuais pela École Nationale Supérieure d’Artet de Design, de Nancy (França), onde se formou, em julho de 1985. Ali teve a oportunidade de participar de algumas exposições e, sobretudo, amadurecer e desenvolver um trabalho que marcaria de forma profunda sua produção posterior. Em 1986, de volta ao Brasil, iniciou seu trabalho como designer e, por cinco anos, criou obras para indústrias e fundições. Com atelier no distrito de Sousas, em Campinas (SP), desde 1990 dedica-se à criação, pesquisa e ensino da cerâmica de alta temperatura. Em 2005, apresentou a dissertação de mestrado intitulada: “O Uso da Argila Como Meio Expressivo e de Autoconhecimento”, na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Desde 2010, também pesquisa, desenvolve projetos, ministra cursos e orienta trabalhos na técnica de paperclay, tendo uma atuação importante na mídia, onde divulga seu trabalho e compartilha seu conhecimento. “A argila, ao ser modelada, não ganha só forma: ganha voz, uma alma. Ganha dúvidas e certezas, que transitam entre a técnica e a tentativa de compreender o ser humano, as questões do dia a dia, as relações.”
Redes traz uma reflexão sobre a tênue linha que separa a inteireza do ser e sua existência fracionada. Questiona o posicionamento face às ideias que abraçamos e à relação com os demais, em uma sociedade em constante mudança. Insetos presos em suas caixinhas, como nas gavetas de taxidermia, se relacionam em três níveis diferentes: total isolamento que as paredes impõem aos besouros; possibilidade de contato externo para as mariposas; e a suposta liberdade para as abelhas. Nas três obras, fios de cobre crochetados unem os insetos, indicando algum nível de conexão entre eles. A proposta, nesta obra, é que o caminho entre o quase total isolamento dos besouros e a união libertadora das abelhas está na fragilidade das barreiras construídas por nossas irregulares certezas, e na força e confiança das redes tecidas durante a nossa existência.
Redes, 2018/2019 | Massa cerâmica paperclay branca, modelada à mão, com queima a gás a 1.280º C, aplicação de vidrados e óxidos, e fio de cobre
Elan Santos
Elan Santos é paulista, graduada em Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e em Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo; mestre e doutora em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. O primeiro contato com a cerâmica foi com as artistas Angela e Anneliese Poluzzi, em Paulista, Pernambuco. Em São Paulo, frequentou o atelier da ceramista Celia Cymbalista e o Liceu de Artes e Ofícios. Atualmente, trabalha em seu próprio atelier. Iniciou produzindo utilitários com formas orgânicas e, posteriormente, interessou-se pela escultura, desenvolvendo trabalhos também em outros materiais, como pedra sabão e madeira. Sua poética versa sobre a existência humana, transitando entre o encanto e a angústia do ser humano, na correlação entre o arcaico e o contemporâneo. Atribui ao seu trabalho a influência de todos os mestres que a vida lhe traz, reconhecendo-se em constante aprendizado.
elansantoselan@gmail.com /ceramelan
Em 2018, participou das exposições coletivas Barro Feminino, na Galeria Malu Serra, e Metamorfose, no Centro Universitário Maria Antonia, da USP, ambas sob curadoria de Cibele Nakamura.
Reconhecimento representa um olhar da artista sobre si mesma e a reflexão sobre vida, crescimento, transformações, reflexos e projeções. Mostra o próprio processo da autora nos últimos anos, em intensa reformulação como pessoa, mulher, mãe, pesquisadora, artista, ceramista. O azul na saia representa um sonho em que se vê como uma linda anêmona azul, num mar exuberante. Remete à leveza e serenidade do impulso, necessários para movimentar e transformar, sempre.
Reconhecimento, 2018 | Cerâmica, engobe e óxidos, modelagem manual
Fátima Rosa
Nascida em Pernambuco, veio para São Paulo com pouco mais um ano de idade, onde mora desde então, na cidade de Santo André. Formada em Matemática, fez sua vida profissional na área de Tecnologia da Informação. Paralelamente, foi desenvolvendo atividades artísticas relacionadas à área Têxtil e, hoje, mais fortemente à cerâmica, mesclando e entrelaçando, em vários momentos, essas duas formas artísticas. Possui atelier em São Paulo, em conjunto com sua irmã, também ceramista, Maria Aparecida Panichi. Atualmente, atua como membro da Comissão de Arte Craft da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social - BUNKYO, e também do CCBRas - Cerâmica Contemporânea Brasileira, participando ativamente da divulgação e valorização da cerâmica brasileira.
mfatimarosa@uol.com.br /fatimarosa3193
Integrou várias exposições coletivas, tais como: Arte Craft – Bunkyo; Universo Cerâmico, da Assembleia Legislativa de São Paulo; Mostra de Arte Cerâmica - no Museu Luiz de Queiroz e no Centro Universitário Maria Antonia, da USP; Cerâmica no Centro - Galeria Olido; e Cerâmica Contemporânea - Centro Brasileiro Britânico. Exposição individual na Temporada Cerâmica da Galeria Malu Serra, em São Paulo.
Mergulho tão completamente num trabalho como se o tempo não passasse... Mas passa, como as estações do ano... Elaborando Outono, me veio a lembrança da infância, quando colhia folhas para colocá-las dentro de um livro, ficava admirando suas nervuras e, gradativamente, sua transformação, encerrando nela o movimento da natureza, a lenta mudança da estação. Aqui, represento a despedida das folhas verdes, que naturalmente caem, dando lugar às cores amareladas, laranjas e marrons, e que vão se engelhando, secando, rasgando... Suas nervuras são as últimas despedidas.
Outono, 2019 | Cerâmica, modelagem manual, com texturas e marmorizado, queima em forno elétrico a 1.240ºC
Flavia Leme
Artista visual e ceramista. Graduada em Artes Visuais no Instituto de Artes da UNESP, possui mestrado e doutorado na mesma instituição. Sua experiência artística abrange a cerâmica, instalação e performances. Pesquisadora, seus projetos voltamse às mulheres artistas latino-americanas que tenham em suas poéticas os seguintes temas: raízes culturais, feminismo e rituais. Profissionalmente, atuou por 10 anos no SESC São Paulo (2007-2017) como animadora cultural na área de Artes Visuais, na organização, produção e curadoria das exposições das unidades Ipiranga, Pompeia, Santos e Santo André, e também na supervisão e curadoria dos cursos e oficinas de criatividade. Ministrou, por dois anos, aulas de cerâmica na UNATI Universidade Aberta à Terceira Idade, no Instituto de Artes da UNESP. Atualmente, é docente na disciplina de Habilitação em Cerâmica, na Escola Guignard - UEMG.
flalemeal@gmail.com www.flavialeme.com
Em Úberes Intumescidos de Ariadne, os fios acobreados indicam os caminhos labirínticos percorridos pelo novelo. Cada fio conecta um par de seios, porém separados um do outro: enquanto um repousa sobre um prato, o outro está preso na parede. Um é objeto de desejo, enquanto, o outro, objeto de beleza. A homenagem feita para uma mulher mítica da Antiguidade Clássica não se encontra apenas na obviedade do corpo que serve e nutre, mas especialmente na perspicácia de Ariadne, que salva Teseu de se perder em um labirinto. A metáfora da loucura fica clara ao se comparar a mente com um labirinto de ideias: sem astúcia, discernimento e inteligência, não se vai muito longe. A metamorfose proposta aqui, portanto, é mental e idiossincrática. Desvios de indubitáveis modos de refletir e agir.
Úberes Intumescidos de Ariadne, 2016 | Cerâmica, óxido, folha de cobre e linha acetinada
Guza Amad
guza.amad@gmail.com /guza.amad
Natural de São José do Rio Preto, hoje residindo em Valinhos (SP). Artista plástica sem formação acadêmica, desde criança sempre esteve envolvida com arte, música, moda e comércio. Empresária no ramo de calçados durante 15 anos, em Rio Preto, desenhava seus modelos e mantinha exclusividade na cidade até abrir uma filial de sua loja nos Jardins, em São Paulo, onde passou a residir. Em 1992, cursou modelagem e estilismo na FAAP. A escultura figurativa foi um sonho que teve início em 2015, aos 65 anos de idade. Suas obras são contemporâneas, orgânicas e intuitivas. “Abro o meu canal com o universo e deixo fluir, na simplicidade da argila, os meus personagens. Sem me preocupar com a anatomia, a perfeição, busco formas que exprimam sentimentos”, diz a artista. Esse despertar para a escultura veio no atelier de Cecilia Akemi, em Campinas, onde frequentou aulas com Miriam Kajiki durante seis meses. Fez aulas no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), com o mestre Israel Kislansky, e participou de workshops com o escultor carioca Rodrigo Graça, com Alex Oliver e também com artistas de Cotia. Marcou presença na 11ª Grande Exposição de Arte Bunkyo, em São Paulo (2017); em 2018, em Campinas, no CIS Guanabara, participou da exposição Cerâmica em Foco. Em Vinhedo, no Centro Cultural, expôs em Filhos da Terra. No Memorial de Arte Adelio Sarro (MAAS), em Vinhedo, participou da exposição Universo Vênus, com uma grande seleção de obras, com destaque à instalação Personagens do Universo.
Os Personagens do Universo são expressões do desejo, do medo, da censura, do ideal, da repressão... saídas das profundezas do inconsciente e tomando forma na imaginação criadora. Enquanto uns adormecem, outros acordam para a vida, ainda presos em suas amarras. Cada qual ao seu tempo entenderá que é preciso morrer para renascer, lutar para sobreviver.
Personagens do Universo, 2017/2018 | Instalação, cerâmica, modelagem manual
Julia Streppel
Gaúcha, nascida em Porto Alegre, formada em Relações Públicas, foi também empresária de moda esportiva. Sua formação em cerâmica começou em 1998, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Frequentou diversos ateliers e, em 2009, fez a primeira mostra individual com peças de cerâmica decorativas. No mesmo ano, participou da exposição O Pote, na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre. Em 2012, participou da exposição Espaço Massa e Movimento, no Espaço Cultural IAB. Na Gravura Galeria de Arte, no ano de 2013, integrou duas mostras: Materno, Moderno e Eterno e Esculturas Cerâmicas, na qual o trabalho das conchas foi exibido pela primeira vez. Em 2013, também participou do mural coletivo Pasage de Saltimbanki, no município de Quilmes, na Argentina.
julia.maria.streppel@gmail.com /juliamstreppel
Em 2014, participou da exposição Além da Vista, na Usina do Gasômetro, e, em 2017, de 20X20, da Associação Chico Lisboa, no Banco Santander. Em 2018, apresentou sua mostra individual Introspecção, na La Photo Galeria. Seu trabalho é identificado com sua personalidade espontânea e marcante.
Em Instrospecção, as conchas e suas cores diversas formam um belo movimento, uma sensação de ondas e - por que não? - de força. As conchas estão na essência da obra da artista: elas filtram a água, se purificam e se renovam, tal qual o movimento da vida e as surpresas que ela nos reserva. A água leva e traz impurezas que se alojam na superfície das conchas e por lá permanecem durante longo período, até que o movimento recomece, gerando limpeza e renovação. O resultado é uma transformação de cores, por meio da absorção das impurezas trazidas pela água, que passam a fazer parte do seu interior. São mutações que ocorrem também em nossas vidas.
Introspecção, 2018 | Cerâmica queimada a 1.185°C, modelagem manual
Laura Martínez
lauolimares@hotmail.com laura-martinez.com
Arquiteta, pintora, ceramista e escultora mexicana. Mora no Brasil há nove anos. Iniciou seu contato com as Artes Plásticas na cidade de Porto Alegre, em 1986, quando passou quase um ano no Brasil. De volta ao México, continuou a desenvolver suas habilidades na pintura, arte pela qual se apaixonou. Nos anos 90, participou ativamente dos cursos e exposições coletivas do prestigioso centro cultural CASA LAMM, na cidade do México, conquistando vários prêmios. Foi nessa época que realizou sua primeira exposição individual. Por meio de diversas viagens a diferentes países e culturas, conseguiu absorver muitas experiências que integram a grande bagagem da cultura mexicana. Suas obras já foram expostas no México, Brasil, Itália e França. Destaca-se a exposição Arte no Carrossel, do Museu do Louvre, em Paris; a BIBART Biennale Internazionali d’Arte di Bari (Itália); e o Festival Internacional Bunkyo (SP), nos anos 2015 e 2017, nos quais obteve reconhecimentos. Atualmente, dedica-se às Artes Plásticas, combinando várias técnicas. Em cada trabalho de pintura ou cerâmica, procura sintetizar suas vivências, harmonizando-as com as técnicas utilizadas. Participa ativamente de eventos e exposições, sendo reconhecida pela qualidade de seus trabalhos. Sua última individual foi em 2018, na Galeria Malu Serra, em São Paulo, sob curadoria de Cibele Nakamura, com a exposição Tecendo Minhas Raízes.
Quando nascemos, desejamos conhecer tudo. Nos convertemos em esponjas, absorvendo, desde nossas raízes, o que sentimos, vemos, o que acontece ao nosso redor. Essas experiências transformam a mente e o coração. Abertos, lacerados, cheios de alegrias, tristezas e sonhos, eles nos fazem continuar semeando nosso caminho ao longo da vida, andando com os pés na terra, Caminhando pelo Mundo.
Caminhando pelo Mundo, 2019 | Modelagem manual, queima a 1.240°C em forno elÊtrico. Porcelana, argila, fios de cobre. Esmaltes da artista
Malu Serra
Malu Serra nasceu em Jaú, Estado de São Paulo. Formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, exerceu várias atividades artísticas até encontrar, na cerâmica, o suporte para representar sua arte. Iniciou seu atelier em 1994, com aulas de pintura em porcelana, sempre com um toque contemporâneo. Em 2001, a cerâmica mudou radicalmente o perfil de seu trabalho. Participou da exposição coletiva De Devaneios a Encontros, com a curadoria de Heloisa Reis, no Ateliê Hideko Honma (2006), onde a simbologia da água começou a aparecer. Em 2009, participou da coletiva Primavera Refletida, com curadoria de Clara Coelho, na Galeria Area Art. Com vistas aéreas da Terra, a representação da água se destaca fortemente em suas obras. Uma parte delas foi selecionada para a exposição Metamorfose, no Centro Universitário Maria Antonia, da USP, em 2018, com curadoria de Cibele Nakamura.
malusserra@gmail.com
Pesquisas constantes levam a artista a um processo de novas descobertas e expressões, sempre com muita personalidade, numa linguagem exclusiva e marcante.
www.maluserra.blogspot.com
Em Olho d’Água, águas superficiais, tonalidades de cores, formas, o brotar novamente, tudo está interligado à transformação de um novo ciclo. A instalação sugere uma vista aérea da Terra, mostrando a passagem de estação do inverno para a primavera. Como se fosse um quadro, vemos na superfície das peças a representação do surgimento das sementes, das plantas, o desabrochar das flores. É o despertar da vida nos presenteando com lindas paisagens.
Olho d’Água, 2007 | Cerâmica, modelagem manual
Megumi Yuasa
(11) 99382-3841 Megumi Yuasa, nascido em São Paulo, capital, em 1938, autodidata, ceramista e escultor, vem atuando no panorama da arte contemporânea desde a década de 1960. Orientou e influenciou toda uma geração de ceramistas e artistas plásticos. Desde o início da carreira, expõe seu trabalho em um grande número de mostras no Brasil e no exterior, inclusive Bienais de São Paulo. Obteve diversas premiações. Sua obra integra o acervo dos mais importantes museus (MASP, MAM, MAC, entre outros), galerias e coleções particulares, no Brasil e no exterior. Tem feito um grande número de encontros e workshops com artistas plásticos, artesãos e ceramistas de todo o país.
Árvore Ser mítico primeiro das florestas, símbolo da natureza, da vida e da morte. Ponte entre tempo, espaço e conhecimento, explosão de energia e elegância, beleza, força e fantasia, ninho, concha e abrigo de todas as moradas, tensão e equilíbrio, brinquedo, memória e amizade. Enigma de mitos escondidos, ar, água, alimento, terra, fogo e sabedoria, luz, sombra, cores e encantamento. Reduto da passividade ativa, resistência pacifica, alerta, reino da graça e do imaginário, registro dos ventos, esperança. Dialética do mole/duro contido/continente dentro/fora simétrico/assimétrico visível/invisível cultura/paz.
Foto: Felipe Stefani
Ă rvore | modelagem manual
Nasa&Maga
(Nadia Saad & Caius Maga)
/nasamaga_ /caiusmaga www.nadiasaad.com.br
Manter-se vivo e criar – esse é o objetivo. O pulso forte e a mente renovada definem o caminho. As linhas brotam e levam o andante, inevitavelmente, em direção ao seu próximo ponto de partida. Nadia é especialista em desbravar terrenos e terras, nomear a química das cores, desenvolver formas e relações. Uma chama incandescente queima sem parar e tira o oxigênio de tudo; reduz e aumenta, cria espaço e se dissolve. Derrete e explode, sem medo de recomeços. Caius é sólido e solto – solo fértil. No ambiente digital e na pintura, exerce a sua curiosidade e confiável destreza. Proporciona a comunhão entre um grafismo peculiar e o seu propósito de vida e arte. Fluxo de uma mina d’água que corre livre e, ao longo do leito, se adensa com afluentes e termina por derramar-se no mar. Juntos, esses artistas ganham tempo. Geram frutos e possibilidades. “Uma parte do que estamos fazendo é, simplesmente, colocar em prática o que sabemos. Juntos!”, diz Caius. “Tenho o espírito inquieto e proponho buscar, no desconhecido, possibilidades de existência”, diz Nadia. A parceria entre os artistas teve inicio em 2017, após a morte do escultor Eduardo Caiuby, parceiro de Nadia e professor de Caius.
A rede de pesca foi arremessada sobre o mar insinuante de pensamentos. Os dois pescadores trabalham no arrasto e esperam, desta vez, trazer à tona esferas férteis repletas de alimento para suas almas. Como a transformação milagrosa da lagarta para a borboleta, a interconectividade humana e do mundo natural é trazida à vida por meio da obra Metamorfose. A instalação mistura desafios escultóricos em porcelana com efeitos pictóricos, e leva a um pensamento instigante, no qual a linguagem das mudanças tem conotações mágicas que se relacionam com as transformações internas do ser e da identidade. Metamorfose é um termo elusivo e multicamadas. Essas características colocam os artistas numa embarcação em direção à síntese da forma e da construção da personalidade conjunta, para poderem, assim, transpor a arrebentação e avançarem em direção ao incerto.
Metamorfose, 2019 | Torno e modelagem em porcelana branca e colorida
Nelise Ometto
neliseometto@terra.com.br www.neliseometto.com.br
Nelise Ometto iniciou sua carreira como ceramista em 1980, criando e produzindo objetos, esculturas e instalações em cerâmica para interagir em espaços internos e externos. Fez cursos de modelagem, esmaltação e escultura com Megumi Yuasa e participou de cursos e workshops de cerâmica e design com Lisetta Levi, Ofra Grinfeder, Dalton de Lucca, Mestre Lelé, Jacques Bucholtz, Jorge J. Chiti, Lucia Py e David Miller, entre outros. Exposições no Brasil e no exterior: Memória da Árvore - mural do acervo do Tajimi City Culture Center Gifu Perfecture, Japão, 1986; 75º Salon International dos Ateliers D’ArtBleu D’Assise, Paris, França, 1987; Artistas Urbanos - Cerâmica de Alta Temperatura - Centro Cultural Cidade de Buenos Aires, 1998; Artesãos do Brasil, FAAP - São Paulo, 2000; Objeto Brasil / Uniemp-500 Anos de Design, Pinacoteca do Estado e Parque da Luz, São Paulo, SP, 2000; Cerâmica Brasileira, Centro Brasileiro Britânico - São Paulo, 2000; Exposição Coletiva - International Artexpo, New York, 2009. Exposição Coletiva - World Fine Art Gallery Chelsea, New York, 2009. Coletiva MIA-ART FAIR, Miami - 2009; BRÉSIL, un Univers de Couleurs - Artspace Galleries, Paris - 2010; SOFA - The 13th Annual Sculpture Objects & Functional Art Fair - New York, 2010 e 2011; 1a. Mostra de Arte Cerâmica, Esalq/ USP - Piracicaba, SP - Junho/2017; Fundação Romi - Santa Bárbara d’Oeste, SP, Agosto/2017; e Maria Antonia, da USP- Setembro/2017. Metamorfose, no Centro Universitário Maria Antonia, da USP - Maio/2018. Individual: A Fragmentação das Mandalas e os Códigos Visuais de Nelise Ometto, MuBE - Museu Brasileiro de Escultura - São Paulo, SP, 2007.
Metamorfose foi a primeira experiência a dar início à série Mandalas da artista. Assim, a cerâmica incorporou-se à tela, criando movimento e textura, nos quais o resultado plástico é tão importante quanto o simbólico. As referências vegetais sempre estiveram presentes na obra de Nelise Ometto. A natureza é a janela do seu olhar. E este é o seu imaginário poético.
Metamorfose, 2005 | Cerâmica de alta temperatura e acrĂlico sobre tela
Paula Unger
secretariaunger@uol.com.br www.paulaunger.com.br
Paula Fani Sneider Unger ou Paula Unger, como é conhecida artisticamente, nasceu em São Paulo, em 28 de julho de 1954. Cursou Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Em 1979, passou a trabalhar com a cerâmica. Além desse material, oferece espaço a outras modalidades artísticas dentro de seu atelier. Nele, expõe e vende suas peças, além de ministrar cursos de cerâmica de alta temperatura e de oferecer assessoria sobre sustentabilidade aplicada ao ambiente de trabalho e à própria vida. Paula Unger sempre teve um grande interesse em questões envolvendo a espiritualidade e a criação divina, desde os planetas que orbitam o universo até as vidas dentro e fora da Terra. Realizou pesquisas sobre texturas naturais e tudo o que se deve preservar no meio ambiente e fora dele. Num universo geometricamente simples e sinuoso, com auxílio de máscaras adesivas para o desenho das suas obras, estabelece um diálogo constante, remetendo a um caminho sempre inovador, lúdico, criativo, baseado na preocupação profunda com o bem-estar da natureza em geral.
Numa busca por respostas, com o objetivo de conquistar caminhos para a sua própria evolução (processo de transformação), Paula Unger inspirouse no Sanctum Celestial, ferramenta da Rosacruz–Amorc, que é o mais elevado plano de consciência que o ser humano pode alcançar para harmonizar-se com seu Deus interno, caminhando, assim, de encontro à paz interior. A prática da harmonização com Deus e os mais elevados planos de consciência para alcançar a paz refletem parte do seu trabalho. No entendimento da artista, as grandes transformações surgem por meio de códigos recebidos em seu subconsciente, inspirações reveladoras, levando a soluções para a representação do estado meditativo e seus resultados. Em Sanctum Celestial, a cúpula representa, em sua ponta, a conexão com o Divino; e a base cilíndrica, o vazio, que nem sempre é conquistado, mas que, vez ou outra, finalmente remeterá à paz.
Sanctum Celestial, 2019 | Stoneware e torno elĂŠtrico com pintura e mĂĄscara automotiva
Peggy
peggygottlieb@uol.com.br /peggygottlieb
Peggy Gottlieb, formada em Letras pela PUC/RS em 1977, desde muito jovem sempre esteve envolvida com as artes, dedicando-se à pintura em porcelana por anos. Iniciou na cerâmica em 2007, no Studio Ceramica Maga, onde permanece até hoje. Após concluir o curso em Deficiência Mental e Educação Inclusiva na APAE/SP, ministrou aulas de cerâmica para jovens, sob supervisão de Magali Ercolin, obtendo excelentes resultados. Frequentou workshops de escultura com Israel Kislanski, Daniel Maillet e Luciano de Almeida. Participações: Congresso Nacional de Técnicas para as Artes do Fogo/ CONTAF (2011 a 2017); Exposições de Arte Bunkyo (2011 a 2015); Mostras da CCBRas (2013 a 2017); II Exposição Universo Cerâmico, 2017 (agraciada com menção honrosa); III Exposição Universo Cerâmico, 2018; I Mostra de Arte Cerâmica no Museu Luiz de Queiroz (USP/Piracicaba, 2017), na Fundação Romi (Santa Bárbara d’Oeste, 2017) e no Centro Universitário Maria Antonia (USP-SP-2017 a 2018); e exposição Cerâmica - Artesãs da Terra (Memorial da América Latina, 2018). Sua primeira exposição individual, Adornare, aconteceu em 2012, na Temporada Cerâmica do Flores na Varanda, em São Paulo, sob curadoria de Cibele Nakamura.
A expressão Mutatis Manibus deriva do latim e significa (em uma tradução mais vulgar) metamorfose pelas mãos. As mãos usadas com toda sua simbologia de mudança, desde o início do trabalho da artista: o contato com a argila, a ânsia de expressar sentimentos, de desenvolver um trabalho para os outros e não só para si. As mãos sempre estiveram presentes na arte de Peggy com grande significado, por meio do qual ela adquire sua expressão, tomando coragem para expor emoções, inclusive na vida pessoal. “Tudo mudou, finalmente eu iria me dar as mãos.” A finalização da obra, no seu topo, tem seu ápice onde as mãos se juntam, se abraçam, se desculpam, se permitem. Onde todos se dão as mãos...
Mutatis Manibus, 2019 | Cerâmica conformada em molde, instalação em estrutura de ferro
Priscila Leonel
priscila.lleonel@gmail.com /ateliesexta
Priscila Leonel é uma jovem artista contemporânea. Vive e trabalha em seu atelier em Santos, litoral de São Paulo. Graduada em Artes Visuais pela Universidade Estadual Paulista, onde também desenvolveu seu mestrado na linha de Mediação Cultural, hoje é doutoranda em Processos Artísticos da Cerâmica, na mesma Universidade. Agora em 2019, lançou seu livro pela editora UNESP: Um Encontro com a Mediação Cultural - 40 Museus em 40 Semanas, que foi premiado como a melhor dissertação de mestrado de 2017. Já participou de várias exposições coletivas e teve sua primeira exposição individual, em 2016, na Galeria Alcindo Moreira Filho. Desde então, fez uma guinada em sua trajetória, a fim de dedicar-se integralmente à produção da cerâmica e às pesquisas nesse âmbito. A artista se encontrou, fundamentalmente, na cerâmica, material no qual aparece sua força mais expressiva, e seu trabalho envolve a produção de esculturas, criando instalações híbridas, fazendo uma ponte com a fotografia, muitas vezes. Desenvolveu, nos últimos anos, um olhar atento às histórias e narrativas, as quais resgata para dialogar com sua produção de forma transcendente. Inserindo em seu trabalho a memória e a ancestralidade, que traz na pele, ela inventa e modela formas e texturas que se refletem na qualidade estética de suas pequenas criações.
Meninas Germinando é um encontro com a infância, sob uma nova perspectiva. Por meio do desgaste e da sujidade, das expressões e dos sentimentos latentes, a artista propõe uma reflexão pela via da memória. As meninas são resultado da junção exata de conceitos, de lembranças guardadas, que a artista revisita ao desbravar esteticamente as sutilezas que a materialidade da argila lhe convoca. Suas bonecas fogem ao convencional, criando um ambiente que, aos poucos, convida a um olhar cuidadoso sobre a vida, denunciando as pequenas metamorfoses que muitas vezes deixamos passar ilesas sob os nossos olhos. Esse resgate da memória cria possibilidades de nos percebermos humanos, frágeis e transitórios. Uma poética que explora jogos de cores com baixo contraste, sobretudo em tonalidade pastel, e a marca do toque das mãos na obra, com uma força pueril e visceral. Apresenta seu repertório discutindo uma degradação metafórica, sem perder a relação íntima com a delicadeza.
Meninas Germinando, 2018 | Cerâmica com engobes e carbonato
Renata Amaral
rfamaral.me@me.com /ceramicareamaral
Renata Amaral é publicitária, nascida em São Paulo. Em 2010, começa a estudar cerâmica e se encanta com a maleabilidade e as possibilidades do barro. Passados dois anos, como voluntária, Renata começa a lecionar modelagem no barro na Associação São Joaquim de Apoio à Maturidade, até os dias atuais, onde desenvolve projetos e revela a alma de artista de suas alunas. Em 2015, depois de um workshop em Curaumilla, no Chile, descobre que a cerâmica está na sua vida para ficar. Nessa mesma época, começa a estudar esmaltes e mais uma paixão nasce com essa pesquisa. A grande admiração pela cerâmica japonesa leva Renata a conhecer Sensei Kenjiro Ikoma, que a influencia fortemente com sua queima a lenha, sua simplicidade e o olhar wabisabi, que valoriza o imperfeito, o orgânico, o natural. Em 2016, é convidada a se associar ao grupo de voluntários que comanda o CCBras (Cerâmica Contemporânea Brasileira), atuando na divulgação dessa arte. Admiradora e defensora dos animais e da natureza, a artista se inspira e, muitas vezes, os incorpora em seu trabalho. Sede de conhecimento, curiosidade, inúmeros workshops, muitos amigos ceramistas, viagens, exposições, sempre com a agenda cheia, Renata percorre seu caminho na cerâmica com muito trabalho, dedicação e felicidade. Destaques: II Universo Cerâmico na Assembleia Legislativa de São Paulo, 2017 - prêmio menção honrosa; XXXI Mostra de Arte da Vida – Casa de Apoio - Centro Brasileiro Britânico, 2017 - prêmio menção honrosa; III Exposição Universo Cerâmico, 2018, na Assembleia Legislativa de São Paulo – prêmio medalha de prata na categoria modelagem de alta temperatura; em 2018, fez sua primeira exposição solo no projeto Temporada Cerâmica, com curadoria de Cibele Nakamura, na Galeria Malu Serra, em São Paulo.
A série Casulos convida o espectador a refletir sobre a força da metamorfose. Suas verdades são legitimas? Suas ações refletem o que você acredita? Você está feliz assim? A falta de ética, a violência, a ganância e as regras impostas pela sociedade levam a questionamentos e à necessidade de mudanças. O casulo atribui proteção para a reflexão, e é lá que a metamorfose física e mental tem seu tempo para acontecer. Coragem. A transformação verdadeira muitas vezes gera desconforto, dor e até sangra, mas a convicção está acima de tudo. Invólucros flexíveis revelam a vida, o movimento e a inquietude. Orifícios e fissuras garantem espaço para o voo, a liberdade do seu novo EU, repleto de energia e esperança.
Casulos, 2018/2019 | Cerâmica de alta temperatura, modelagem manual
Stela Kehde
Stela Kehde nasceu em Santos (SP) e vive atualmente em São Paulo, capital, onde desenvolve seu trabalho como ceramista. É química, como primeira formação acadêmica, e pesquisadora, caminho que segue também na cerâmica, testando técnicas, vidrados e queimas diversas. Cursou Artes Visuais no Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo, onde conheceu e se apaixonou pela cerâmica. Prossegue a sua pesquisa em esculturas de fé, usando o barro como suporte. Seu trabalho é voltado para as imagens sacras contemporâneas, nas quais, por meio de suas peças, resgata o divino que existe dentro de cada um de nós. Apresentou trabalhos em várias edições da exposição Santos Devocionais - Barro com Fé, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, sendo a última no Museu de Arte Sacra de São Paulo. Atualmente, desenvolve pesquisa sobre Deusas da Fertilidade do período Paleolítico, tema também ligado ao sagrado feminino, à gratidão e à fé.
stela.kehde@gmail.com www.santosdevocionais.com.br
Santas é um conjunto de três obras, cuja proposta é remeter o observador à reflexão e valorização da fé, em uma visão contemporânea da religiosidade. Nossa Senhora da Coroa de Cobre, 2015 - Forma robusta, representada na imagem arquetípica da mulher, responsável pela procriação, acolhimento e proteção materna. Santa Fé, 2017 - Traz a sua coroa trançada em cobre, material pouco nobre, mas extremamente resistente, assim como a fé. Santa Esperança, 2018 - Usando o azul do céu no seu manto, traz nas mãos flores com as sementes que asseguram a nossa sobrevivência, carregada de esperanças. O objetivo desse trabalho é o resgate da fé e da esperança, acompanhado pela proteção sagrada.
Santas, 2015/2018 | Massas cerâmicas diversas, modelagem manual com 4 queimas a gás a 1.050ºC, até a obtenção dos resultados desejados dos óxidos, vidrados e carbonatos
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