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O Cidadão RIO DE

O Jornal do Bairro Maré JANEIRO - JULHO/AGOSTO 2005 - ANO

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NO 41

O adolescente levado a sério 4

DESCASO COM ESGOTO DA ROQUETE

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ALFREDO, 94 ANOS ZELANDO PELA VIDA

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CONHEÇA O SACOLÃO QUE VAI ATÉ VOCÊ

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ECOPONTOS: LIXO NA RUA NUNCA MAIS O Cidadão _ 1


EDITORIAL

O Cidadão é uma publicação do CEASM Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré

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saúde do Brasil vai mal, tanto no que diz respeito ao sistema único de saúde quanto no que se refere à educação, à economia, à política e a todas as esferas que afetam diretamente nosso dia-a-dia. O Brasil é um paciente em fase terminal, internado numa CTI - ou seria CPI? -, anestesiado em meio às denúncias de corrupção. Com o mensalão, nosso país sofreu uma parada cardíaca e os governantes não fazem mais nada a não ser trocar ofensas em rede nacional. Votar leis que melhorem a vida do povo, nem pensar. Para um extrato da população, o prognóstico de saúde é ainda mais grave. Na ausência de políticas claras e programas que enfoquem suas necessidades específicas, nossos jovens e adolescentes morrem vítima da violência, das drogas, da AIDS ou do descaso. Uma sociedade séria se preocupa com seu futuro. Mas, no Brasil, poucas são as iniciativas que trabalham a promoção da saúde do jovem, para que amanhã tenhamos adultos mais saudáveis e conscientes. E o que existe de bom corre o risco de acabar. É o que acontece com o Adolescentro, um projeto piloto implantado na Maré, que mostrou na prática como deve ser feito o trabalho com o jovem, mas que pode diminuir, ou simplesmente acabar por falta de verbas. No Rio de Janeiro, sede do PAN-2OO7, falta dinheiro para um projeto de saúde do jovem. Esses e outros assuntos foram abordados na matéria de capa de O CIDADÃO, que também não esqueceu o crítico problema de esgoto da Roquete Pinto, a continuação do Catálogo de Instituições, as histórias do IV Centenário, o zelador da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, os meninos que pesquisam estilos musicais na Maré, etc. Que mensalão que nada, o importante para o jornal O Cidadão é você! Boa leitura.

ELES TAMBÉM LÊEM O CIDADÃO Hélio Euclides

Ricardon Morales da Rádio Muda - estudante da Unicamp

Programa de Criança

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PETROBRAS 2 _ O

Cidadão

Cristiane Barbalho

José Manuel Rose, 65, Morro do Timbau, aposentado

Uma conquista dos moradores da Maré O Programa de Criança Petrobras atende a diversas escolas públicas da Maré. Promove oficinas e atividades que se tornam extensão da sala de aula.

Sede Timbau: Praça dos Caetés, 7 - Morro do Timbau Telefones: 2561-4604 Sede Nova Holanda: Rua Sargento Silva Nunes, 1.012 - Nova Holanda Telefone: 2561-4965

Conselho Institucional Antonio Carlos Vieira Cláudia Rose Ribeiro Edson Diniz Eliana S. Silva Jailson de Souza Léa Sousa da Silva Lourenço Cezar Maristela Klem Conselho Gestor Alexandre Dias Marielle Franco Rodrigo Siqueira Soraia Denise Vinicius Azevedo Coordenadora: Rosilene Matos Editora: Viviane Couto Coordenadores de Edição: Flávia Oliveira Aydano André Motta Coordenadora de Reportagem: Carla Baiense Administrador: Hélio Euclides Secretário de Redação: Leonardo Marques Reportagem: Renata Souza Ligia Palmeira Cristiane Barbalho Hélio Euclides Rosilene Matos Leonardo Marques Gizele Martins Ellen Matos Colaboraram nesta edição: Juliana Rodrigues Jayme Rocha Claudia Rose Ubirajara de Carvalho Elisângela Ribeiro Silvana Sá Admilson Rodrigues Patrícia Alves Rondinele Barbalho Rosinaldo Lourenço MarlenePereira Jornalista Responsável: Marlúcio Luna (Reg. 15774 Mtb) Ilustrações: Tcharles Cipriano Publicidade: Elisiane Alcantara Diagramação: José Carlos Bezerra Assistente de Diagramação: Fabiana Gomes Foto de Capa: Cristiane Barbalho Repórter Fotográfico: Cristiane Barbalho Distribuição: Givanildo Nascimento(coordenador) Josiane dos Santos Sabrina da Silva Elizângela Felix Charles Alves Fotolitos / Impressão: Ediouro Tiragem: 20 mil exemplares Correio eletrônico: jornalmares@bol.com.br jornaldamare@yahoo.com.br Página virtual: www.ceasm.org.br

A impressão deste Jornal foi possível graças ao apoio da

EDIOURO Rua Nova Jerusalém, 345 Bonsucesso Tel: 3882-8200 Fax: 2280-2432


SAÚDE

Vencendo a tuberculose Pacientes podem superar a doença seguindo o tratamento de forma correta Foto da internet

tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa muito antiga. E também a que mais mata. Segundo dados do Ministério da Saúde, morrem seis mil pessoas por ano no Brasil, que integra o grupo de 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose registrados no mundo. Na Maré, foram atendidos 202 casos de tuberculose, no Centro de Saúde Américo Veloso, em 2003. E 11% dos doentes abandonaram o tratamento. Má qualidade de moradia e alimentação,tabagismo e alcoolismo favorecem o aparecimento da doença. Por isso, países que têm grande parte da população vivendo em condições precárias registram os maiores índices de doentes. Uma bactéria chamada Bacilo de Koch é a causadora da tuberculose, que atinge principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos. Os sintomas são tosse, com ou sem catarro, emagrecimento, febre baixa diariamente e suor noturno. Para

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Médico examina doente: tratamento de tuberculose dura seis meses e não pode ser suspenso

se ter certeza do diagnóstico são feitos o exame do escarro, a radiografia do tórax e o PPD (Derivado Purificado da Proteína) do bacilo da tuberculose. A doença tem cura, mas é preciso completar o tratamento, que é gratuito. Os remédios devem ser usados diariamente por seis

O CIDADÃO na sala de aula Professores das escolas da Maré continuam utilizando O CIDADÃO nas salas de aula. A prova ao lado foi elaborada pela professora Maria das Graças Silva, do Programa de Educação de Jovens e Adultos, do Ciep Ministro Gustavo Capanema, e aplicada na turma 161.1. Ela faz parte do projeto pedagógico da escola “Na Maré do Rio, a Paz é possível”. A equipe de O CIDADÃO fica feliz e espera continuar contribuindo para a formação de nossos moradores.

Reproduções

meses. A falta de regularidade contribui para que o bacilo se torne resistente e os medicamentos deixam de fazer efeito. “Caso você conheça alguém que tenha abandonado o tratamento, diga que estamos esperando por ele para que continue se tratando. Basta procurar o centro de saúde, que conta com assistentes sociais, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, médicos, entre outros profissionais”, diz Maria Aparecida de Assis, médica epidemiologista do Centro de Saúde Américo Veloso. Ao contrário do que muitos acreditam, os pacientes em tratamento não precisam ficar isolados. Não se pega a doença no contato de poucas horas e, sim, no convívio com o doente. As pessoas que convivem com o paciente devem procurar um posto de saúde para serem examinadas. Mas o paciente em tratamento não precisa deixar de trabalhar e ninguém precisa ter medo do contato com ele. “Os casais podem manter um relacionamento normal. Não é necessário a separação de copos, talheres ou outros objetos”, explica a Maria Vicência Pugliesi, a Dra.Vick, do Posto Operário Vicente Mariano. Todos os exames para o diagnóstico de tuberculose são realizados no Centro de Saúde Américo Veloso, Setor de Pneumologia, 1º andar, sala 14, de segunda a sexta, no horário de 8h às 17h. O Cidadão _ 3


SERVIÇO

Roquete Pinto em meio ao esgoto Moradores reclamam do descaso com a comunidade e querem solução Fotos de Cristiane Barbalho

uas sem asfalto, esgoto a céu aberto. Uma cena do passado, esquecida pela maior parte dos moradores da Maré, faz parte do cotidiano da Roquete Pinto, comunidade onde vivem 2.600 habitantes que sofre com as obras de “fachada” e com a falta de saneamento básico. JoséPereira, 62 anos, conta que na rua onde mora, os próprios moradores compraram tampas de esgoto para os bueiros em frente às casas: “Os governantes esqueceram da nossa comunidade”, lamenta. O morador Joel da Silva, 36 anos, também reclama do descaso com a comunidade. “Numa época de eleição fizeram um começo de obras no fim da rua Uricurie até puseram placas de geração de novos empregos. Não vi nada disso!”, afirma indignado. O comerciante Sérgio Silva Cardoso, 44 anos, conta que só não perde suas mercadorias quando chove, porque hoje toma o cuidado de guardar todo o estoque em prateleiras no alto. “Estão colocando asfalto pelo meio da rua, sem se preocupar em fazer a medição do esgoto para a água escoar. Quero ver quando chover”, alerta. O presidente da Associação Moradores da Roquete Pinto, João Batista da Silva Segundo, 37 anos, diz que vários moradores procuram a associação para reclamar da falta de saneamento básico. “A gente não quer dinheiro, porque ele vem e acaba. Queremos obras”, afirma Batista. As informações contrárias dos órgãos responsáveis mostram que a situação vem se tornando crônica. “A Cedae começou a fazer a obra da Roquete Pinto, mas percebeu que o problema era maior do que o previsto. Se não fosse feita uma estação de tratamento de esgoto na comunidade, o problema não seria resolvido. Ainda assim asfaltamos duas ruas”, afirma Neném Gouveia, responsável pela Administração Estadual da Maré, antiga ADL. Segundo ele, o diretor da Cedae, Jair Otero, calcula que novo orçamento da obra ficaria em torno de R$ 700 milhões. Mas não há previsão para o reinício do trabalho. A equipe de O CIDADÃO procurou Jair

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Moradores transitam em meio ao esgoto que se espalha pelas ruas da comunidade Roquete Pinto

Otero, mas só conseguiu falar com o Centro de Comunicação da Cedae, que tem uma versão diferente dos fatos. Segundo o Centro, a obra foi paralisada por causa das mudanças no governo e nas diretorias. Ainda assim, informaram que já foram instalados cerca de 200 metros de coletores de esgoto. O Centro de Comunicação também informa que existe uma provisão de recursos, mas não há previsão para o reinício das obras. Também não foi confirmado o orçamento de R$ 700 milhões para concluir o trabalho. Há controvérsias sobre a melhor alternativa para o problema de esgoto que atinge a comunidade. A Cedae considera desnecessária a cons-

trução de uma estação de tratamento. Os próprios coletores fazem o trabalho de enviar o esgoto para a estação da Penha, a mais próxima da região. Em março de 2004, em reportagem publicada no CIDADÃO, Neném Gouveia, que era coodernador da ADL, afirmou que o projeto Amigos da Comunidade também beneficiaria a Roquete Pinto, com investimentos de R$ 2 milhões. Mas só as comunidades de Bento Ribeiro Dantas, Nova Holanda e Vila dos Pinheiros foram atendidas. Nessas comunidades, foram reformadas três elevatórias, estações de esgotos que encaminham os dejetos para uma estação de tratamento.


Problemas na Vila do Pinheiro

Acima, buraco onde escorre esgoto a céu aberto, pondo a saúde de muitos moradores em risco. Ao lado, improviso dos maradores para o escoamento da água

Mesmo com a reforma da elevatória, a Vila do Pinheiro também sofre com a ineficiência da rede de esgoto. “Já mandei vários ofícios e fotos para a Cedae, participei de reuniões. O esgoto aqui sempre encheu”, explica Gelson Aquino, 32 anos, o Faísca, presidente do Conselho de Moradores e Amigos da Vila Pinheiro (COMOVIPI). A Cedae Maré informa que faz periodicamente a limpeza na rede. “Quando alguém reclama de entupimento, fazemos o atendimento normal. Mas não fazemos obras, apenas pequenos reparos”, esclarece uma funcionária. Severino Gouveia, administrador estadual , admite problema na tubulação de esgoto, mas diz que a água da chuva enche a rua por causade um desnível. “Uma engenheira da Cedae constatou que a tubulação estava com problema, mas não é isso que enche a rua. Muito lixo é jogado no esgoto. É preciso conscientizar os moradores”, explica.

ARTIGO

Mercado de trabalho: um ingresso doloroso! *Admilson Rodrigues Gomes Diante de tanta dificuldade na realização profissional, o mercado de trabalho para os jovens estudantes hoje é realmente frustrante. Os conflitos e a crise do nosso país afastam o universitário do seu principal objetivo. Encarar a saturação do mercado está cada vez mais doloroso, e se dedicar a uma determinada carreira ficou longe da realidade. Os jovens sentem medo de não se realizarem profissionalmente e isso acontece devido ao distanciamento entre o mercado saturado e a tão almejada carreira. A grande concorrência para mostrar a capacidade de atuar no mercado de trabalho numa profissão desejada deixa cada dia a mais o campo de atuação restrito. Os preconceitos com os recémformados são inúmeros, não há uma defesa do reconhecimento da força de vontade de muitos estudantes, que devido às dificuldades financeiras, precisam trabalhar durante o dia numa profissão não desejada e enfrentar anos de uma faculdade na esperança de conseguir um “lugar ao sol”. O subemprego foi acontecendo devido

às necessidades de sobrevivência do grande número de formados, que muitas vezes só trazem a teoria, isenta de uma prática. Mas essa falta de prática na profissão está na pouca oportunidade que os estudantes têm com estágios ou laboratórios mais bem equipados, que as instituições se negam a promover. Por outro lado, elas abrem as portas para todos os que desejam um diploma ou uma carreira, não garantindo com isso um bom profissional no fim do curso. Há vários argumentos possíveis de serem abordados, mas é importante apontar a contradição evidente entre as instituições educacionais, que formam, e o grande mercado, que não absorve. Essa demanda da formação universitária é um grave problema. Se de um lado muitos querem o diploma porque ele dá um certo “status”, também coloca no mercado um número muito grande de profissionais, muitos deles despreparados e sem uma real perspectiva de colocação no mercado. Com todo esse problema, criou-se uma pergunta: O curso superior possibilita

o jovem ingressar no mercado de trabalho desejado ou é apenas um sonho? O curso superior é uma dualidade. De um lado, constrói a filosofia que anima o homem ao trabalho. De outro, não indica caminhos a serem seguidos pelos recémformados. É necessário que haja uma reformulação no ensino, alimentando no jovem o interesse de desempenhar um bom papel ao País. É extremamente importante que novas propostas de âmbito nacional apóiem a classe estudantil quando em início de carreira, não trazendo prejuízo nem aos estudantes nem à sociedade. É preciso mudar o pensamento de que “o recémformado está despreparado” e democratizar toda e qualquer estrutura para não apenas diminuir a falta de credibilidade no ensino, mas para melhorá-lo.

*Adimilson tem 43 anos, é jornalista e morador do Parque Maré

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PERFIL

Alfredo José Dos Santos

Quase cem anos de vigor e simpatia Comunidade: Baixa do Sapateiro Profissão: Zelador Idade: 94 anos

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NATUREZA CIDADÃ

Ingredientes: 1 pedaço de gengibre 1 pedaço de casca de romã Folhas de tansagem 1/2 litro de álcool 6 _ O

Cidadão

Se há algum segredo para tamanha vitalidade, ele não sabe dizer. Diz comer de tudo e afirma que o médico não recomendou dieta. Mas deixa algumas pistas que devem ajudar na revelação de tal mistério: “Sou tranqüilo. Gosto de trabalhar aqui na igreja, há movimento e as pessoas me consideram muito”. Bem, se Alfredo puxar ao seu pai, ainda terá muitos aniversários a comemorar, para a felicidade daqueles que o cercam.” Meu pai viveu 110 anos”, conta.

Cristiane Barbalho

eu Alfredo acorda cedo, varre o pátio, lava o chão e está sempre bem disposto. No olhar dele há sempre um brilho típico das crianças traquinas. Nada de tão extraordinário, não fosse ele um senhor de 94 anos. O ancião é zelador da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, na Baixa do Sapateiro. Ele nasceu em Mamanguape, no interior da Paraíba, onde tinha um roçado. Lá, ele, a mulher e os seis filhos cultivavam feijão, milho, arroz e mandioca. O paraibano deixou sua cidade depois que quatro dos filhos vieram trabalhar no Rio de Janeiro. Alfredo chegou à Maré em junho de 1958. Ele afirma que escolheu o local por conta do carinho e da solidariedade dos mareenses. “É bonito quando as pessoas se reúnem, fazem visitas nas casas aos doentes”. Há 28 anos ele é zelador da Nossa Senhora dos Navegantes. Antes, havia trabalhado como vigilante em algumas construções. Doze padres já passaram pela igreja e Alfredo permanece. Ele cita, com facilidade, o nome de todos de cor. “O fundador foi o padre Francisco Carneiro, depois veio o padre Juan. Em seguida veio o padre

Amaro e depois o padre Vite, que me chamou para trabalhar na igreja. Pensei que quando ele saísse eu teria que sair também, mas fui ficando.Veio o padre Inácio, depois o padre Afonso, padre Agostinho, padre Pedro, padre Elias, padre José Roberto, padre João Pedro e hoje padre Adam”. Seu Alfredo é muito religioso e assiste à missa todos os dias. Ele ainda ajuda na coleta de recursos para a compra de cestas básicas, destinadas a famílias necessitadas da comunidade. Sua energia encanta aqueles que o cercam. “A gente fica de boca aberta vendo ele tomar conta disto tudo, com tanta responsabilidade. Com 94 anos, seu Alfredo sobe e desce ladeira. Ele chega às seis, abre a igreja e mais tarde, é ele quem fecha”, declara Josefa Nicaula, 72 anos, integrante do serviço social da igreja. Outro fato que impressiona é o tamanho da família dele, hoje são 17 netos e 21 bisnetos. Dos seis filhos, restaram vivas três filhas, que preferiam que o pai descansasse. “Por elas eu não trabalhava mais, mas não sei ficar parado”.

Com 94 anos e muita energia, Alfredo é um exemplo de vida para todas as idades

Garganta inflamada Modo de preparo: Colocar os ingredientes no álcool e deixar descansar por 15 dias. Coar e reservar o líquido. Modo de usar: Misturar uma colher de chá do produto a um copo d’água e fazer gargarejo três vezes ao dia.

Quem preferir comprar o xarope pronto pode procurar o Centro Comunitário José de Anchieta, na Via A1, Vila do Pinheiro (ao lado do Brizolão). Atendimento de segunda a sexta, das 7h às 16h.


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EDUCADOR DE VILA DO JOÃO É VICE-CAMPEÃO MUNDIAL DE KARATÊ Daniel Caputo, professor de karatê e educador da ACB/ RJ, em sua sede na Vila do João, no Complexo de Favelas da Maré tornouse Vice-Campeão de Karatê, no Campeonato Mundial de Clubes, que aconteceu no mês passado, em Vasto, no interior da Itália. Daniel foi campeão na categoria kumitê até 65 kg. Ele hoje é o mais novo Presidente da Federação de Karatê do Rio de Janeiro, com apenas 25 anos. A oficina de karatê faz parte do programa Saúde e Qualidade de Vida da ACB/RJ. Um resultado como esse é sempre gratificante, já que um dos objetivos deste programa é o

fortalecimento da auto-estima, formando cidadãos conscientes de suas potencialidades e vencedores no esporte e na vida. Com o trabalho desenvolvido por Daniel, a equipe de karatê da ACB ganhou no final do ano passado o Circuito Rio Open, quebrando assim, a hegemonia da AEKS, campeã durante 6 anos consecutivos.

Notícias em Ação O Núcleo Vila do João foi sede do evento “Economia Solidária em Ação Comunitária”, realizado no último dia 24. Durante todo o dia representantes de diversas instituições como Associações de Moradores da Maré, CEASM, LAMSA, Marias Maré, PACS, entre outros trocaram experiências e fomentaram um debate rico sobre o tema. O Buffet Mareação fechou mais uma parceria com o Copacabana Palace. Os educandos da oficina de Gastronomia da Vila do João participarão de um estágio de capacitação no hotel.

AÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL www.acaocomunitaria.org.br

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Os Produtos Sociais da ACB/RJ são um sucesso. Muitas encomendas estão sendo feitas. A Shell Brasil encomendou produtos de mosaico, cestaria, serigrafia e cadernos brindes para o final de ano e eventos internos. A Accenture solicitou produtos de cestaria e brindes para o Dia Internacional da Mulher.

RIO DE JANEIRO

O projeto Banco da Paz comprou troféus de cerâmica para o evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher no CCBB.

Rua 11, na quadra 5 – Vila do João. Tel: 3868-7056 Sede: Rua da Candelária, 4, Centro – Tel/fax: 2253-6443


NAS REDES DO CEASM

Premiada Trupe da Maré Jovens da Escola Bahia são bicampeões em Festival Estudantil de Teatro Marlene Pereira

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ois prêmios seguidos só podem significar duas coisas: talento e determinação. E essas características o Grupo de Teatro da Escola Bahia tem de sobra. O trabalho dos jovens mareenses ficou entre os cinco melhores, em 2003 e 2004, no Festival Estudantil do Teatro Gonzaguinha. Na primeira ocasião foi apresentada uma adaptação de “Mar Morto”, de Jorge Amado. Com toque de comédia, o espetáculo abordava sentimentos universais, como amizade e falsidade, e questões da realidade, como a dificuldade dos pais em criar os filhos frente à violência. Em 2004, a trupe da Escola Bahia foi novamente vencedora, com a montagem de “Romeu e Julieta” de Shakespeare. Nesta, novidades como roupas modernas e batidas de Funk. Antes do Gonzaguinha, as peças foram encenadas na Escola Bahia, no Colégio Tenente General Napion e na Casa de Cultura. O trabalho faz parte do projeto “Palavra em Movimento”, do Programa de Criança Petrobras, do Ceasm, e é dirigido pelas educadoras e atrizes Alba Makeba, 40 anos, e Edlane Pacheco, 35 anos. As três primeiras alunas se inscreveram pela vontade de dançar. “No começo a gente entrou porque tinha dança”, lembra Tawana Pereira, 14 anos, uma das primeiras alunas. Nessa época, elas não levavam as oficinas a sério e chegavam atrasadas. Com

O CIDADÃO dá dicas de cursos Traremos agora mais um curso oferecido pelas faculdades do Rio para que os pré-vestibulandos possam conhecê-los e, quem sabe, seguí-los.

Apresentação no auditório da Escola Bahia. Esforço reconhecido por todos que assistem ao grupo

a persistência das educadoras a postura mudou.“Nós ficamos mais responsáveis”, declara Priscila Almeida, 14 anos. O grupo cresceu e chegou a 19 integrantes que, mais maduros, montaram as duas peças. Os prêmios reforçam os ideais defendidos por Edlane e Makeba. “Isso dá respaldo quando falamos para eles que todo mundo pode tudo. Basta batalhar por isso”, diz Edlane. Mas vários integrantes do time inicial tiveram que deixar o grupo. Foi o caso de

Tawana e Priscila. Hoje, elas têm aulas no preparatório para escola técnica no mesmo horário das aulas de teatro. Por isso, uma nova turma está sendo formada. E os iniciantes já chegam cheios de gás. “Quero participar de todas as peças e me apresentar em escolas e grandes teatros”, declara Ygor Assunpção, 14 anos. As oficinas também acontecem no Colégio Tenente General Napion. Os alunos interessados nas aulas podem se informar com as educadoras, nas duas escolas.

Ciências biológicas

estatística. Parte da carga horária é destinada à pesquisa em campo e às práticas de laboratório, com a observação de microrganismos no microscópio e a dissecação de animais. Há também a opção de licenciatura que forma professores de Biologia. Esse curso pode ser encontrado na UFRJ e Uerj. Duração: 4 anos Curso: Manhã e tarde na UFF, UFRJ, UNI-RIO E Uerj. Licenciatura na UFRJ na parte da noite.

Esse curso tem como objetivo preparar profissionais em Biologia para atuar em instituições de pesquisa científica, em empresas públicas e privadas na área de controle ambiental, de biotecnologia e no ensino fundamental, médio e superior. O biólogo analisa homens, animais, vegetais, bactérias e microrganismos. Além das disciplinas da área, como zoologia, botânica e ecologia, há aulas de física, química e

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ACONTECEU NA MARÉ Rosinaldo Lourenço

Arquivo pessoal

Estado nomeia Neném

Passeata reúne 4 mil pessoas em todo o bairro

Caminhada pela paz No dia 19 de março, as igrejas evangélicas da Maré organizaram uma caminhada pela paz, para mobilizar a comunidade. Segundo o coordenador do evento, Sérgio Alves, quatro mil pessoas foram do Parque União até a Vila do João, onde tiveram atendimento social, corte de cabelo e medição de pressão e glicose e também cantaram louvores com os cantores gospel do Ministério de Louvor de Caetés e da Nova Vida.

No dia 26 de abril, Severino Gouveia, o popular Neném, foi nomeado como Administrador Estadual da Agência de Desenvolvimento Local (ADL), que fica na Teixeira Ribeiro. A cerimônia, realizada na Associação de Moradores do Parque Maré, reuniu secretários de governo, entre eles Antony Garotinho, lideranças comunitárias e moradores. Ao final do encontro, todos se reuniram para um almoço no Parque União. Rondinele Barbalho

Peça emociona muitos mareenses no P.U

Atores da Maré em cena Aconteceu na Maré, na sexta-feira da Paixão, dia 25 de março, a Encenação da Paixão de Cristo. A peça foi apresentada às 19 horas na Praça do Parque União. A iniciativa de fazer a encenação foi de Rosilene Miliotti, José Floripes e Carlos Eduardo Lapa e teve a ajuda da comunidade. "Muita gente ajudou com o coração aberto", disse a diretora da peça Rosilene Miliotti, 22 anos.

Crianças de escola pública bricam em oficinas

O CIDADÃO em palestras

Semana do Museu

Almoço alternativo no Pinheiro

No dia 30 de março, dois integrantes do jornal partiparam do evento “ IV Amigas e Amigos do Movimento Sem Terra”, organizado pelo “Núcleo pela Reforma Agrária Carlos Marighella”, na UNICAMP, Campinas. O tema do evento era Mídia e Criminalização dos Movimentos Sociais. Já em 17 de abril, o jornal participou da mesa-redonda “Como montar um jornal”. O encontro, no Centro Cultural José Bonifácio, na Gamboa, foi organizado pela Companhia Étnica de Dança.

Crianças das Escolas Paulo Freire e Teotônio Vilela participaram, no dia 17 de maio, de oficinas lúdicas sobre a história da Maré. O evento foi organizado pela Rede Memória, que integra desde 2003 a programação oficial da Semana Nacional do Museu. O tema deste ano foi “Diversidade Museal Construindo Identidades”. Raquel Gonçalves, professora da Escola Municipal Paulo Freire, acha o evento importante: "É bom por causa da identidade".

No dia 16 de março, pelo simbólico preço de R$1,50, o grupo Semente da Vida fez um saudável e saboroso almoço, utilizando partes dos alimentos que as pessoas muitas vezes jogam fora, como cascas e sementes. O evento aconteceu no Centro Comunitário José de Anchieta, na Vila do Pinheiro. O almoço ocorre uma vez por ano, mas pelo sucesso pode acontecer novamente em 2005. Vale a pena conferir!

Mulheres da Maré são premiadas

Cristiane Barbalho

Prêmios Vovô Maravilha e Claudia vêm para o bairro

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ãe de 11 filhos, avó de 35 netos e bisavó de 10 bisnetos. Lourdes realmente é uma Vovó Maravilha. Este foi o prêmio recebido por Maria de Lourdes do Nascimento, 61 anos, moradora da Vila do Pinheiro. O prêmio foi oferecido pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no dia 6 de Março de 2005, ao Programa Mulher em Ação, que têm 20 comunidades envolvidas. Lourdes foi homenageada pelo trabalho fitoterápico que desenvolve na Maré e em outros bairros. “Eu não esperava ganhar, mas isso mostra que meu trabalho está sendo 10 _ O

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valorizado”, diz ela. Outra premiada da Maré foi Eliana Sousa, 42 anos, do Conselho Institucional do Ceasm. Ela recebeu o Prêmio Claudia na categoria trabalho social em dezembro passado, em São Paulo. A idéia do prêmio é homenagear mulheres com uma história de vida comprometida com mudanças e que tenham buscado soluções para transformar a realidade de forma criativa e original. “Acredito ser um reconhecimento importante para nós, uma vez que fomos homenageados pelo o que produzimos de positivo”, diz Eliana.

Dona Lourdes colhe raízes para novos chás Cristiane Barbalho

Eliana posa numa sala do CEASM Nova Holanda


SERVIÇO

A força da comunidade Associação de Moradores da Vila do João busca parceiros para projetos da região Cristiane Barbalho Cristiane Barbalho

Guarita de futura garagem fecha Rua 8

Procuram-se ruas Creche Tia Dulce é um dos espaços da comunidade que será reformado pelos parceiros da Associação

Associação da Vila do João têm o objetivo de melhorar a vida dos moradores da comunidade. Por isso, procurou a iniciativa privada para tentar colocar em prática antigos projetos. O primeiro resultado deste esforço é a parceria com a NHJ do Brasil, empresa de contêiner da região, para a reforma e reativação da Creche Tia Dulce. Nessa parceria, a companhia fechou duas ruas da comunidade para a colocação de contêineres e, em troca, ficou responsável pela reforma e conservação da creche Tia Dulce durante dez anos. Outras empresas envolvidas são a Moto Participações Ltda e a Real Auto Ônibus. Outras parcerias também estão em estudo. Um dos projetos é a criação de uma área de lazer entre as ruas 5 e 9, com campo soçaite. Outra meta é cobrir a quadra polisportiva da Vila do João, registrar o Bloco de Carnaval Gargalo da Vila e incentivar as festas caipiras. A associação conversa ainda com a Fiocruz e com a Comlurb para trazer projetos para a Vila do João. Para arrecadar fundos, o grupo pensa em criar uma garagem comunitária. No entanto, o maior problema da Vila do João é a água, pois todos precisam ter bomba em casa, para puxá-la. “A mesma água que vem para cá, vai para Ilha do Governador. Por que só falta água aqui?”, pergunta Paulo César, o popular Casa Grande, 50 anos. Outras reivindicações são a limpe-

A

za do canal, o fim das quedas de luz e dos buracos no asfalto. A AMOVIJO já encaminhou ofícios e pensa em passar abaixoassinados para lutar contra o problema. Neste mandato,a associação já reformou o campo de futebol. Ela também conseguiu a cessão de contêineres para abrigar os escritórios das cooperativas de kombis e moto-táxi da área. “Não vamos desistir fácil. Depois das melhorias, é só pedir paz”, diz Marquinhos do Gargalo, 43 anos, vicepresidente da associação. Casa Grande afirma que quando assumiu a diretoria, a associação era desacreditada perante o poder público. “Por isso, corremos atrás de iniciativa privada”, explica o presidente. Mas, no que depender do morador, eles ainda terão que trabalhar muito e se fazer conhecer para ganhar credibilidade. Vários entrevistados disseram não conhecer o trabalho. Uma delas é Carmem Dolores, 25 anos. “ Gosto daqui, minhas reclamações são o esgoto e a falta d’água. Sobre a associação não tenho o que falar. Não conheço o trabalho”, diz.

O fechamento das Ruas 8 e 11, da Vila do João, ocorreu para a criação de um complexo industrial. Para não tomar nenhuma atitude ilegal, as empresas procuraram a lei. “O fechamento das ruas foi registrado junto à prefeitura, em diário oficial de maio de 2004”, afirma Casa Grande. Alguns gostaram da mudança “A obra ajudou na limpeza, era muito desmantelo e sujeira”, diz Eliésio da Luz, 22 anos. Contudo, alguns reclamam da falta de diálogo. “Deveriam ter escutado a população, realizado um seminário. O que falta é informação, deixam as pessoas ignorantes e acreditando em qualquer coisa”, reclama a fundadora do Grupo de Amigos da Vila do João e Adjacentes (Gavja), Sônia Soeli de Lima. Antes, a comunidade já passou por essa situação. Isso ocorreu quando a Real Alto Ônibus resolveu unir dois terrenos seus desocupados, e fechou uma outra parte da Rua 8. A diretoria da empresa revela que a rua não pode ser dada, nem vendida, mas que os últimos passos para unificação, por meio de parceria junto a prefeitura. “O objetivo é construir uma moderna garagem no local”, declara o diretor Anibal de Cerqueira, 73 anos. Hélio Euclides

Cristiane Barbalho

Presidente e vice pedem paciência à comunidade

Vista do interior do complexo industrial

O Cidadão _ 11


CAPA

Tempo de

Programas da Maré ajudam jovens e adolescentes a evitar os riscos d Patrícia Alves

Integrantes do Adolescentro em palestras: sensibilizando jovens e profissionais para a temática

J

oice de Freitas, moradora da Nova Maré, tem apenas 17 anos, mas já encara os desafios da maternidade. Mãe de um bebê de 2 anos, ela faz parte de uma estatística cada vez mais alarmante: a cada ano, no Brasil, nasce um milhão de bebês filhos de meninas de 10 a 19 anos. No Brasil, a "primeira vez" ocorre cada vez mais cedo, precisamente aos 15 anos, segundo os dados oficiais. A gravidez é apenas uma das conseqüências desta iniciação sexual precoce. Os números sobre infecções por HIV revelam o lado perverso da estatística: segundo o Ministério da Saúde, mais da metade dos casos de AIDS acontece em pessoas com 15 até 24 anos.

É preciso mais diálogo A falta de diálogo em casa, o despreparo das instituições públicas para lidarem com o assunto e a falta de políticas claras de apoio aos jovens e adolescentes explicam por que, mesmo com toda a informação disponível, os jovens continuam correndo os riscos do sexo inseguro. A Organização Mundial de Saúde mostra que 90% deles conhecem bem 12 _ O Cidadão

os métodos de prevenção. "Possuir muitas informações não quer dizer ser capaz de tomar decisões sozinhos”, afirma a psicoterapeuta Rosane Regis, premiada por trabalhos sobre adolescência. Os adolescentes se sentem pouco à vontade para pedir orientação sexual aos pais. "Meu pai é muito rígido. Quando levei camisinha para casa, ele mandou jogar tudo fora. Mas minha mãe aprendeu comigo", explica Ana Deise Penholato, 20 anos, monitora do Adolescentro e moradora da Nova Holanda. A mãe de Joice, Emília Maria, 48 anos, ilustra esta barreira dos pais em tratar do assunto com os filhos. "Eu nunca falei sobre sexo com minhas filhas. Só falava para não se perderem. E só soube que a Joice estava grávida quando ela foi ao médico por causa de uma gripe", relata. Perguntadas sobre o motivo de iniciar a vida sexual e ter filhos cedo, as respostas são muitas. A mais recorrente para a gravidez é a que não se engravida na primeira transa. Outras sonham com a maternidade. "Eu casei e quis logo engravidar. Quando consegui, pouco tempo depois engravidei de novo. Esse foi falha do método", conta Natália Santos, 20 anos, que foi

mãe aos 17, e afirma que hoje faria tudo diferente. Por experiência, Maria del Carmem Martinez, 51 anos, que atende crianças e adolescentes do Centro de Saúde Américo Veloso (CSAV), percebe que é importante para as meninas terem um filho em cada relacionamento. "Ele assume os filhos dela com outros pais, mas ela tem que dar um filho para ele", diz. No entanto, uma questão é clara para a médica. "As meninas que planejam sua vida só engravidam quando o método falha", resume. A médica considera que falta uma linguagem comum entre pais, médicos e professores. "As escolas devem reforçar os conceitos, assim como a televisão", opina. Abordar o assunto com um adolescente de 13, 14 anos exige mais do que informação. As dúvidas, nesta fase da vida, são bem mais complexas. "Uma vez estava fechando o posto e chegou uma menina chorando. Ela queria terminar com o namorado, mas não sabia como fazer", conta Eliane Gomes, 25 anos, assistente social do Adolescentro no Posto de Saúde Hélio Smidt. Situações como essa parecem simples,


de crescer

s da desinformação e da falta de apoio da família e dos governantes Cristiane Barbalho

mas podem afetar até a saúde. "Outro dia recebemos um menino com pico de pressão alta porque brigou com a namorada", diz Maria del Carmem. Por isto, a prevenção de doenças e da gravidez transcende o universo médico. Entre os adolescentes, o sexo sem camisinha virou "prova de amor". "Os meninos dizem que não vão usar camisinha porque não dá prazer e menosprezam os riscos para a sua saúde. E, quando o relacionamento envolve sentimento, as meninas acabam cedendo", avalia Laruama Silva, 15 anos, moradora da Nova Holanda e integrante do projeto “O Futuro é Hoje”. Maria Del Carmem acredita que a solução é orientar as crianças cada vez mais cedo. "Trabalhamos com um grupo de crianças entre 10 e 11 anos no CSAV, fornecendo informações sobre doenças da infância. Mas as crianças só ficaram satisfeitas quando falamos sobre sexo", conta a médica, que os acompanhou até eles saírem do programa. Nesse grupo não houve caso de gravidez indesejada.

Saúde e pobreza Não há estatísticas sobre a quantidade de jovens e adolescentes infectados pelo HIV na Maré. Mas o número de testes, segundo os dados do CSAV, continua aumentando. E, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, de cada cem adolescentes grávidas, vinte e cinco não fazem pré-natal, pondo a própria saúde e a do bebê em perigo. Além dos riscos a que estão expostos, eles ainda enfrentam um outro problema grave: segundo o Unicef, em 2000 o Brasil tinha 21 milhões de menores de 18 anos vivendo em famílias com renda per capita mensal de até meio salário mínimo. Na Maré, vivem por volta de 40 mil pessoas entre 15 e 25 anos, que enfrentam alguns problemas bem específicos. Por falta de espaço nas casas, por exemplo, as crianças são expostas a situações constrangedoras. "Elas têm que dormir no mesmo ambiente que os pais e acabam vendo o que não deviam", opina Maria da Penha Souza,

Barraca na feira da Teixeira Ribeiro: jovens orientam sobre DSTs e distribuem camisinhas

37 anos, moradora do Conjunto Esperança e mãe de adolescente. Outra situação que chama atenção é a prostituição. Maria Del Carmem diz que muitas vezes os jovens acham que é uma forma de se divertir e ainda ganhar dinheiro fácil. "As meninas acham que o que fazem nem é prostituição. Geralmente elas trabalham em casas de homens mais velhos e os favores sexuais estão incluídos no pacote", explica a médica, que tenta encaminhá-los para programas que tratam do assunto. Os casos de violência doméstica, como abuso sexual de pais e padrasto, brigas e agressões, também acabam parando no posto de saúde. Mas, nestes casos, nem sempre é possível agir. "Os jovens têm muito medo do Conselho Tutelar. Então, não podemos bater de frente, pois eles podem não querer voltar ao posto. Procuramos dar orientação e encaminhá-los para tratamento", explica Maria Del Carmem. E muitos sofrem com as drogas e são afetados indiretamente pela violência. "São distúrbios psicológicos, como o do sono, de comportamento, fome e depressão", diz. Um outro fato preocupante, para ela, é

que eles não levam pequenos avisos do corpo a sério. "Descobri que usava um método anticoncepcional inadequado, pois tenho forte tendência a ter problema de coração e diabetes", conta uma adolescente da Praia de Ramos, que prefere não se identificar. Cristiane Barbalho

Natália, grávida, com a filha mais velha no colo

O Cidadão _ 13


CAPA

O que o mareense faz para mudar e Iniciativas que trabalham lado a lado com o jovem e priorizam a saúd gravidez na adolescência, segundo as integrantes do projeto “O Futuro é Hoje”, também é fruto da cultura de "prender o namorado". "Os namorados costumam assumir o filho, mas não a mãe", opina Josiane Pereira, 14 anos, moradora da Nova Holanda. Essas questões, e a dificuldade de fazer o homem jovem pensar sobre seus atos, levaram o Prosad e o Adolescentro a criar grupos de homens. "No grupo, mostramos que o homem não é aquele turrão. Refletimos sobre nossas angústias", explica Wederson Ferreira, 24 anos, ex-morador da Maré e monitor do Adolescentro.

A

Projetos se adaptam à Maré O Adolescentro, projeto multidisciplinar de promoção da saúde, foi uma iniciativa que conseguiu desenvolver na comunidade novas formas de trabalhar com adolescentes e jovens. A parceria com o Ceasm contribuiu para dar mais qualidade a capacitação dos adolescentes. Assim, adaptamos o projeto às necessidades locais. "Utilizamos dados do Censo Maré e incluímos no currículo o estudo da história e geografia da região", conta Dilma Cupti, 42 anos, psicóloga e coordenadora de formação dos jovens. Cristiane Barbalho

O projeto contava com uma equipe de profissionais de saúde, e jovens treinados como promotores de saúde, que atuavam no acolhimento de outros jovens nos postos de saúde, aos sábados. Eles realizavam oficinas, grupos de discussão e feiras de saúde. De uma delas, saiu a peça “Ninguém aqui é Santo”, apresentada dentro e fora da Maré construída a partir da vivência do jovens. "Os promotores de saúde sensibilizaram os profissionais para fazer com que os adolescentes não sejam um problema, mas a solução", diz Dilma. Ainda assim, em 2005 acabou a segunda fase do projeto e não há uma certeza quanto à renovação. Talvez continue, mas com verba menor. Para Eliane, vai ser um momento difícil. "Vamos priorizar a qualidade e não a quantidade. Vai ser complicado porque nós já não conseguíamos atender todo mundo", afirma a assistente social. Já no projeto “O Futuro é Hoje”, os jovens aprendem sobre sexualidade. "Os nossos pais só falam da AIDS e da gravidez, mas não conversávamos sobre todos os assuntos", diz Giselle Silva, 14 anos, moradora da Nova Holanda. Para partilhar os conhecimentos com outros grupos, o projeto montou uma barraca na feira, onde dá informação sobre os cuidados com a saúde sexual e distribuição de camisinhas. Os pais aprovam a

O que é a adolescência? A adolescência, palavra de origem latina que significa crescer, mudar, é uma época complexa na vida. De forma geral, acontecem muitas transformações: a escolha da profissão, decisões afetivas e a entrada no mercado de trabalho. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990, adotou-se no Brasil a classificação etária para a Adolescência, entre 12 e 18 anos, sendo que, em termos legais, este estatuto aplica-se em alguns casos para os jovens entre 19 e 21 anos. Já para a Organização Mundial de Saúde, em 1995, convencionouse chamar por jovem todas as pessoas que se encontram na faixa etária de 15 a 25 anos. Joice, com a filha na foto, acreditava que não se engravida nas primeiras relações sexuais 14 _ O

Cidadão


Cristiane Barbalho

e ste quadro e da moçada no bairro idéia. "Quando meu filho era mais novo conversava com ele sobre tudo. Agora não, porque ele cresceu. Mas quando passo aqui na barraca levo os panfletos para ele se informar e não esquecer", brinca Aurieni Oliveira, 41 anos, mãe de dois jovens, moradora da Nova Holanda. Os adolescentes que passam pela feira gostam da idéia. "É importante esse trabalho porque mostra a conseqüência de atos irresponsáveis", resume Laudenice Reis, 16 anos, moradora do Parque União. Integrantes do Adolescentro avaliam a segunda fase do projeto: incerteza quanto à continuidade

Programas de apoio ao jovem e adolescente

Cristiane Barbalho

Jovem lendo o folheto de “O Futuro é hoje”

Adolescentro

Prosad

O projeto Adolescentro começou na Maré em 2000 a partir da parceria do Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com o Ceasm. Segundo Viviane Castello, gerente do Prosad, a Prefeitura está com restrições orçamentárias, o que compromete o projeto. "É importante que os jovens e a comunidade se mobilizem para garantir sua continuidade", explica. Viviane avalia o Adolescentro. "Esse projeto trouxe avanços e o mais importante foi o envolvimento das famílias e a participação dos jovens no planejamento e desenvolvimento das atividades", explica.

O Prosad é o programa da Secretaria Municipal de Saúde que visa a contribuir para a promoção da saúde do adolescente. Ele aposta na potencial do jovem e reforça a sua identidade e autonomia, favorecendo a sua inclusão social. na Maré, atua no atendimento nos postos de saúde. Os adolescentes do Prosad participam de um planejamento. São quatro reuniões, cujos temas são DST, métodos anticoncepcionais, violência, aborto,etc. Para ser atendido pelo Prosad, os jovens devem ir ao CSAV, às terças e quintas feiras e conversar. Ou pedir encaminhamento ao médico.

Vista essa Camisinha

Projeto O Futuro é Hoje

O projeto Vista essa Camisinha também pertence ao Prosad e distribui para cada jovem até 20 camisinhas em todos os postos de saúde. "Temos problemas com alguns profissionais do sexo que acham que devem receber uma caixa inteira", conta a médica do CSAV. A novidade é que existem dois tamanhos de camisinha: normal e pequena. Mas há vergonha de pedir a camisinha menor. "Temos que fazer um trabalho para conscientizar. A camisinha deve ser no tamanho adequado, nem maior, nem menor", decreta.

Além dos encontros semanais para oficinas e palestras, os jovens se dividem em escalas e distribuem quase 400 camisinhas numa tenda na Feira da Teixeira, todos os sábados, das 8h às 18h. "Queríamos aumentar o público e a visibilidade. A feira foi a alternativa porque tem muita gente circulando", explica Bruno Mário, 17 anos, morador da Nova Holanda. Sua dificuldade é grande. “Já estamos há duas semanas sem camisinhas e a procura é grande", diz Bruno. Para pegar o preservativo, só precisa deixar nome e idade, uma exigência da Unesco. O Cidadão _ 15


SERVIÇO

Frutas, legumes e verduras sobre rodas Sacolões volantes levam mercadorias e comodidade para os moradores á dez anos eles são conhecidos dos mareenses. Os sacolões volantes, ônibus que circulam vendendo frutas, verduras e legumes, já fazem parte do cotidiano dos moradores. Dois carros circulam pelo bairro. O principal atrativo, segundo os consumidores, é a proximidade. “O preço é o mesmo dos outros sacolões, a diferença é que está na nossa porta”, diz Maria Francisca da Silva, moradora do Piscinão de Ramos. A convivência com os moradores é boa. “A comunidade recebe eles muito bem”, conta Rosinete Siqueira, 53 anos, moradora do Morro do Timbau. Para as freguesas, a qualidade também é importante. Como atesta Cleonice Maria da Silva, moradora do Piscinão: “Os produtos vêm mais frescos”, diz. Um dos carros vem para o Morro do Timbau, na Travessa Capivari, às quartas, das 16h às 19h. Esta rotina já dura dez anos. A cumplicidade com a comunidade é tanta que eles

Cristiane Barbalho

H

Os ônibus do sacolão circulam pelas comunidades e oferecem diversos produtos aos moradores

aproveitam para fazer uma boa ação. “Temos uma cota de 30 kg por semana para doar”, conta Júlio César Torres, 29 anos, funcionário do sacolão, morador de Belford Roxo. No Morro, três famílias são beneficiadas. Para Edivaldo de Oliveira, 42 anos, o sacolão foi o que possibilitou que ele se reerguesse na vida. Ele trabalhava na extinta Feira de Acari. Quando a feira acabou, em 96, Edivaldo foi preso e perdeu quase tudo. Ficou ape-

nas com uma casa, que vendeu. Com o dinheiro, pagou as dívidas e comprou um ônibus. “Eu trabalhava como motorista, carregador e caixa”, conta ele. Hoje, já é dono de dois ônibus e também distribui cestas básicas e sobras de alimentos em boas condições. O carro fica às terças e aos sábados no Pinheiro, às sextas e aos domingos no Piscinão, às quartas na Baixa do Sapateiro, e às quintas na Linha Amarela.

E por falar em Educação... Continuação do primeiro capítulo do Catálogo de Instituições da Maré Ubirajara de Carvalho

presentaremos agora a continuação do primeiro capítulo do catálogo. A seguir, informações sobre as escolas da Maré.

A

Escolas municipais e estaduais CIEP Elis Regina Educação Infantil / Ensino Fundamental I (1º ano do ciclo a 4ª série) Endereço: Rua Principal, s/nº - Nova Holanda Maré - CEP: 21044-690 Telefone: 3977-5931 / 3881-0550 Ano de fundação: 1989 Funcionamento: manhã-tarde CIEP Estadual Prof. Cesar Pernetta Ensino Fund. II (5ª a 8ª série) / Ensino Médio Endereço: Rua Ari Leão, s/nº Parque União - Maré - CEP: 21044-020 Telefone: 3867-8522 / 3867-8768 (fax) Ano de fundação: 1994 Funcionamento: manhã, tarde e noite CIEP Helio Smidt Ed. Inf./Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ª série) 16 _ O

Cidadão

Endereço: R. Nova, s/nº - Parque Rubens Vaz Maré - CEP: 21043-330 Telefone: 2564-9692 E-mail: ciepsmidt@pcrj.rj.gov.br Ano de fundação: 1992 Funcionamento: manhã-tarde CIEP Ministro Gustavo Capanema Ed. Inf./Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ª série)/Ed. Juvenil - PEJ (Supletivo-Ensino Fund.) Endereço: Via A 1, s/nº - Vila do Pinheiro Maré - CEP: 21040-020 Telefone: 2290-0588 / 2230-3835 (fax) E-mail: ciepgustavo@pcrj.rj.gov.br Ano de fundação: 1985 Funcionamento: manhã, tarde e noite CIEP Operário Vicente Mariano ED. Inf. / Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ª série) / Ensino Fund. II (5ª a 8ª série) Endereço: Rua Praia de Inhaúma, s/nº Morro do Timbau - Maré - CEP: 21012-130 Telefone: 2290-9792 E-mail: ciepmariano@pcrj.rj.gov.br Ano de fundação: 1987 Funcionamento: manhã-tarde

Foto do CIEP Elis Regina, na Nova Holanda

CIEP Presidente Samora Machel Ed. Inf./Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ª série) Endereço: Rua Principal, s/nº - Parque Maré Maré CEP: 21044-170 Telefone: 2564-2562 E-mail: ciepmachel@pcrj.rj.gov.br Ano de fundação: 1989 Funcionamento: manhã-tarde CIEP 14 de Julho Ed. Inf./Ensino Fund. I (1º ano do ciclo a 4ª série) Endereço: Av. Brasil, 8666 - Praia de Ramos Maré - CEP: 21030-001/Telefone: 2260-2070 E-mail: ciepjulho@pcrj.rj.gov.br Ano de fundação: 1985 Funcionamento: manhã-tarde


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GERAL

Lixo no lugar certo Ecopontos amenizam problemas com lixo e diminuem gastos públicos Cristiane Barbalho

P

ara tentar solucionar o problema da grande quantidade de lixo nas ruas da Maré, a Comlurb trouxe para o bairro os Ecopontos. São locais projetados para receber resíduos sólidos, como entulhos, galhos de árvores, entre outros, para evitar que eles sejam depositados em ruas, terrenos baldios e canais. Os Ecopontos surgiram no bairro em 2003. O objetivo é fazer com que os moradores tenham um local certo para jogar o lixo, que antes era jogado na rua. “Os custos com coleta de lixo das ruas são gastos públicos que poderiam ser usados em outras coisas”, diz Agnaldo da Silva, 41 anos, gerente da Comlurb Maré. Ele explica que cada tonelada de lixo recolhido nas ruas custa R$150 entre equipamentos e mão-de-obra especializada. Já o lixo retirado dos Ecopontos custa apenas R$50 aos cofres públicos municipais. Os moradores gostaram da idéia porque percebem a diminuição da quantidade de lixo das ruas. “Quando não existia o Ecoponto era uma lixeira, hoje é mais organizado. Antes, víamos animais podres, lixo, hoje há muita diferença. Só tem lixo nas ruas por causa de outros moradores que não vêm jogar aqui. Já cheguei a chamar a atenção de outros porque estavam jogando lixo no lugar errado. E adiantou”, diz Augusto Lucena, 40 anos, morador da Nova Holanda. Os Ecopontos funcionam nas comunidades Nova Maré, Nova Holanda, Praia

Funcionários da Comlurb despejam o lixo recolhido após coleta nas ruas da comunidade

de Ramos, Roquete Pinto e Marcílio Dias, que é administrado pela Comlurb da Penha. Está em negociação a abertura de novos pontos. Os Ecopontos funcionam diariamente, inclusive aos domingos, das 7h às 19h, com lixeiros no local. Cada um tem uma ou duas caixas, com sete metros de capacidade, que foram feitas para receber entulho e lixo sólido. “Agora 50% dos moradores ajudam colaborando com a limpeza, trazendo lixo e entulho que sobra das obras”, diz o gari Nelson Ramos, 38 anos, que trabalha em um dos pontos.

Como vovó já dizia

Onde encontrar os Ecopontos: - Av. Brigadeiro Trompowiski, entre os nºs 214 e 220, Parque União - Av. Lobo Junior, 83, Marcílio Dias - Rua Ouricurí s/nº (junto ao quartel do exército), Roquete Pinto - Travessa Principal, em frente ao nº 226, Nova Maré - Rua Teixeira Ribeiro, s/nº, Nova Holanda - Av. Guanabara, s/nº, Praia de Ramos

Produtos de limpeza II

Vidros e Tirar Gordura Use uma solução de vinagre ou limão diluídos em água. Para secar, utilize tecido de algodão reutilizado ou jornais velhos. Janelas e Esquadrias de Alumínio Para manter janelas e esquadrias de alumínio sempre brilhando como novas, é só limpá-las uma vez por mês com uma mistura de óleo de cozinha e álcool, em partes iguais. Em seguida é só passar um pano macio ou flanela. Para afastar animais A naftalina afeta o fígado e os rins,

utilize sachês com flores de lavanda em seu lugar. Desodorante de Ambiente Pode ser substituído por uma solução de ervas com vinagre ou suco de limão. Além de gastar menos dinheiro, você vai evitar produtos responsáveis pelo aumento de doenças respiratórias e alergias. Fonte: WWF Brasil e livro “Sebastiana Quebra-Galho”, de Nenzinha Machado Salles. O Cidadão _ 19


CIDADÃOZINE

Maré do som Jovens querem conhecer a influência da música na vida do mareense Cristiane Barbalho

O

que o mareense ouve? O que ele ouvia antigamente? Na Maré se produz boa música? É isso que os jovens do projeto Musicultura se propõem a responder. O projeto que foi idealizado por pesquisadores da UFRJ funciona há 2 anos e teve como idéia inicial fazer um estudo do samba e sua coexistência com outros estilos musicais da Maré. Daí, surgiu uma parceria com o Ceasm. “Este trabalho mostra à universidade o quanto tem a constribuir na sociedade”, afirma o coordenador do projeto pela UFRJ, Samuel Araújo de 53 anos. A idéia do projeto é construir uma espécie de memória musical do bairro com um acervo em áudio, vídeo, textos e entrevistas, tudo acessível aos moradores, pois será subordinado ao acervo da rede Memória, do Ceasm. O grupo estima que o material esteja catalogado até o fim do ano. Para formação do grupo de 24 jovens, foram discutidos textos de antropólogos e historiadores como Paulo Freire. Eles participam de eventos, filmam e entrevistam para analisar o que foi documentado. Dentre

SABOR DE M

ARÉ

Ingredientes massa: 1 xícara de farinha de trigo 1 xícara de maizena 2 copos de leite 1 colher de sopa de fermento em pó 1 colher de chá de sal 1 xícara de óleo 3 ovos 3 colheres de sopa de queijo parmesão Ingredientes recheio: 1 pimentão picado 3 tomates picados 2 cebolas trituradas ou picadas 1 colher de chá de sal 1 colher de sopa de óleo 20 _ O

Cidadão

Grupo do Musicultura se reúne para discutir o andamento do projeto na comunidade

os trabalhos já realizados estão os documentários de eventos do Gato de Bonsucesso, de cultos evangélicos e a Feira do Parque União. Além disso, já foram entrevistados alguns grupos musicais do bairro. Cada integrante recebe uma bolsa auxílio para participar do projeto. “Para aumentar o

grupo é necessário mais apoio”, conta Samuel. O projeto tem ampliado o gosto musical dos alunos. “Fui conhecendo outros estilos musicais e perdi o preconceito que tinha em relação a eles. Eu só escutava rock. Agora, ouço de tudo”, comentou Diogo Araújo, 19 anos, integrante do grupo.

Torta Eliane da Sônia 1 colher de sopa de vinagre 1 lata de sardinhas (amassadas) Misturar com colher de pau Modo de preparo: Bata os ingredientes da massa no liquidificador e separe a massa em duas partes. A primeira parte será o forro da forma ou tabuleiro. Coloque os ingredientes do recheio já misturados e em seguida a segunda parte da massa, cobrindo todo o recheio. Leve para assar em forno quente (pré-aquecido) e manter por vinte minutos. Servir quente. Dica: espalhe o recheio às colheradas para que o sabor não fique concentrado em

Cristiane Barbalho

Torta da Sônia é sucesso no Parque União

apenas uma parte da torta. Receita de Sônia Regina da Silva Matheus, moradora do Parque União.


MARÉ MUSICAL Divulgação

Música na veia Cantor já tem 18 anos de dedicação à arte

E

le toca contrabaixo, violão, bateria e outros instrumentos de percussão, mas nunca freqüentou uma escola de música. Autodidata, aprendeu a tocar observando outros músicos. Sua carreira começou quando tinha 10 anos de idade, ao lado do pai. Hoje, aos 28 anos, o multiinstrumentista já se apresentou em várias casas de shows e é conhecido como Nego Dinho. Nascido na Maré, em uma família de músicos, começou cedo. Com 10 anos de idade já tocava bateria pelos bares da comunidade, como integrante da banda de seresta do pai. Aos 16 anos, passou a tocar violão e, aos 18, encontrou sua paixão: o canto. Nesta época, começou a cantar na Sol e Imagem, banda que

tocava forró, pop e reggae. Atualmente, integra a banda de pop-rock Bom pra Caramba, que se apresenta todo domingo em uma casa de shows. Forró, música baiana, pop-rock, reggae... Dinho toca vários estilos musicais. “Um músico precisa saber tocar de tudo um pouco”, diz. Ele faz apresentações de violão e voz, interpretando sucessos de Ana Carolina, Cássia Eller, Djavan e outros. Ele aceita convites para qualquer evento. “Faço o que aparecer: festas, aniversários, enterros”, brinca. Para entrar em contato com Nego Dinho, é só ligar para o telefone 81246295, após as 18h ou enviar mensagem para o endereço eletrônico negodinho@walla.com.

Dinho faz apresentações de violão e voz

Uma via com cara de rua A agitação da via A-1 chama atenção, mas não é unanimidade entre os moradores Cristiane Barbalho

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e um lado é um agito só: trânsito, comércio, muitos pedestres, caixas de som. E do outro, uma rua tranqüila. Assim é a Via A-1, na Vila do Pinheiro. Cortada ao meio por uma transversal, a rua concentra dois ambientes completamente diferentes, num único trecho. Em uma parte da rua estão as lojas. Por lá, passam as linhas de ônibus e kombis que circulam pela comunidade. “É a melhor rua que tem. É a rua do comércio, tem de tudo”, diz Fátima Rodrigues, 45 anos, que mora no local há 20.Mas há quem não goste de tanta badalação. “Esta rua é muito bagunçada, tem muito barulho a semana toda, 24h por dia. A porta tem que ficar fechada o tempo todo, mesmo com esse calor. Depois de uma certa hora, os bares espalham as cadeiras pela calçada”, reclama a moradora Maria Lúcia, 30 anos. O comerciante Márcio Batista da Silva,

A parte comercial da rua Via A-1, na Vila do Pinheiro, que concentra bares, loja e serviços em geral

25 anos, trabalha na A-1 e diz que a rua é boa, mas tem alguns pontos negativos. “O pior é o trânsito. Tem muito movimento de pedestres e os veículos passam com excesso de velocidade. É perigoso também para as crianças que saem da escola. Os ônibus não têm ponto certo, param em qualquer lugar. Além disso, tem muito lixo na rua. A coleta é

excelente, o lixeiro passa regularmente, mas as pessoas jogam lixo nas esquinas e no muro da escola”. Na outra parte da Via A-1, onde não há concentração de comércio, os incômodos são os mesmos. “A rua deveria também ter quebra-mola, porque os carros passam correndo”, diz Cátia Colares, 23 anos. O Cidadão _ 21


ESPORTES

Lazer não tem idade Moradores com mais de 35 anos participam de campeonato de veteranos Cristiane Barbalho

uitos jogadores andam cabisbaixos. A idade clama por aposentadoria, mas a exemplo de Valdo, Romário, Túlio e Sorato, os craques mareenses também relutam em parar. Por isso, dez times participam aos domingos do Campeonato de Veteranos no Campo da Vila do João, das 8h às 15h. Os jogadores precisam ter mais de 35 anos e o goleiro mais de 30 anos. Segundo o organizador, Sebastião Rodrigues, 45 anos, conhecido como Boi, o primeiro campeonato aconteceu em 1999 e foi idealizado por jogadores com mais de 30 anos, que acharam nesse espaço, seu lugar. Hoje, 22 jogadores estão inscritos por equipe. São elas: Raiz da Vila, Veterano, Esperança, Nacional, Só Tricolor, Gargalo, Saco Murcho, Bonsucesso, Eca e Rôla. Os dois times com melhor pontuação participam do quadrangular final. Ao fim do campeonato há sempre uma confraternização. “O que acontece é que a molecada está doida para chegar à idade de poder jogar no veterano”, esnoba Boi. Para a realização do campeonato e premiação final, cada time paga R$150 de inscrição e R$30 por jogo, para o mesário e juizes. Com a transformação do campo da Vila do João em sintético, a bola rola mais fácil. As contusões também. Seria necessário um veículo e equipamento de primeiros socorros à beira do espaço, mas os aparatos ainda são um sonho. E falta chuveiro para os atletas. No que diz respeito às reclamações contra os juízes, neste campeonato há diferen-

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Moradores da Vila do João em partida do campeonato de veteranos: diversão e determinação

ças. “Com a colaboração dos jogadores, o trabalho fica tranqüilo”, explica o árbitro Fábio Alexandre, o popular Testa, 30 anos. Seu colega de profissão Alexandre Piquet, 26 anos, confirma: “Não posso beber e nem fumar para ter condicionamento, pois eles têm muita disposição, apesar da idade. É um campeonato seguro e não há violência”. Para muitos, os lances são melho-res do que os vistos na tevê. “A diferença entre nós e os jogadores profissionais é que imaginamos que teremos que levar o pão para os nossos filhos”, revela o meia-direita do Gargalo, Gilson Patrício, 35 anos. Quando o assunto é o coração, a cardiologista Cynthia Helena da Silva Kane, do Centro de Saúde Américo Veloso, afirma que após as mortes de jogadores profissionais, a preocupação está em evidência. “É recreação jogar nos finais de semana, mas não é saudável, pois não é regular. O certo é uma avaliação antes da prática de esporte, principal-

mente depois dos 35 anos, se houver casos de arritmia cardíaca ou infarto na família”, recomenda. No campo da Paty, na Nova Holanda, outro campeonato de veteranos alegra os fins de semana. No Hexagonal deVeteranos, um mini-campeonato que começou dia 24 de abril, seis equipes se enfrentão durante três meses. Para participar, cada time pode ter apenas um jogador com 33 anos de idade. Os demais devem estar acima dos 35. Cascudo, Cascavel, Ipiranga, São Jorge, São Luís e Ritimista estão na luta pelo título de veterano deste semestre. No fim, os dois times com mais pontuação se enfrentarão e a comemoração será acompanhada de churrasco. O organizador oficial, Wilson Santos, conhecido como Wilsinho, 45 anos, afirma que não há violência, mas se ocorrer, haverá punição. “O campeão é todo aquele que prestigia essa competição”, diz. Cristiane Barbalho

Escolinha da Nova Holanda forma 130 jogadores mirins escolinha de futebol da Associação de Moradores da Nova Holanda tem futebol de campo e de salão. As duas concentram aproximadamente 130 crianças, nos turnos da manhã e da tarde, com idades de 5 a 13 anos. O futebol de campo é do Projeto do Zico, que funciona há oito meses no campo da Paty. “Este projeto melhorou as nossas

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Cidadão

condições de trabalho”, afirma o professor Narciso Fernandes, 33 anos, o popular Siri. Já a escolinha de futsal funciona há três anos na quadra da Nova Holanda. As dificuldades são muitas. Vão desde a manutenção do espaço físico aos materiais como bola e rede. “As portas estão abertas para quem quiser ajudar. O futsal só tem o apoio da associação”, diz Siri.

Alunos da escolinha jogam no campo da Paty


PÁGINA DE RASCUNHO

IV Centenário em festa

No Mundo da Lua Tento descobrir tua história Teu silêncio invade um traduzir Em que mundo você se encontra? Nossos elos se partiram Com o passar dos anos Nossa história se perdeu entre o teu silencio E minha loucura

Relembrar, mas que você arquivou Aonde está tua história? Aonde vou voltar a te encontrar? Leticia Mª da Costa Rodrigues Gomes 12 anos - Parque Maré Colégio Santa Monica/Unidade Bonsucesso

Você conhece Jurandir Rodrigues da Silva?

No mundo...no mundo da lua É como te vejo Às vezes sem sobra Às vezes sem brilho Sem o continuar do dia-a-dia Você me parece um lindo quadro Mas sem movimento... Uma imagem parada...sem brilho Um recomeço de vida sem respostas, sem tempo Tento descobrir teu silêncio E me invade apenas um passado O nosso passado ficou no traduzir De cada momento que eu posso

No último dia 13 de maio a escola municipal IV Centenário comemorou 47 anos de fundação. Participaram da festividades direção, professores e outros funcionários, juntamente com alunos, pais e responsáveis. Desejo parabéns a todos! Rosângela Barbosa

Alguns parentes do Jurandir, que perderam contato com ele, gostariam muito de encontrá-lo. Por isso, se você conhece essa pessoa, entre em contato com o jornal O CIDADÃO ou peça para ele fazer o mesmo. Jurandir é filho de Neuzita Rodrigues da Silva e de Manoel Rodrigues da Silva. Ele tem 29 anos e nasceu em Guarabira, Paraíba, no dia 22 de agosto de 1965.

+ O Projecto STEP/Portugal (Estratégias e Técnicas de luta contra a Exclusão social e a Pobreza) do BIT(Bureau Internacional do Trabalho), em Genebra, tem o prazer de informar que se encontra disponível na internet um site dedicado à inclusão social nos PALOP (www.inclusao-palop.org). STEP é um programa mundial de luta contra a exclusão social e a pobreza. STEP/ Portugal, como o seu nome indica, conta com apoio do Governo de Portugal e é um dos projetos do Programa Global do STEP. O trabalho apóia a todos os que tentam reduzir a exclusão social, nomeadamente nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). O site focaliza-se em quatro componentes: Informações sobre os PALOP caracterização e dados gerais sobre os PALOP.

Fóruns - espaço aberto ao debate sobre temas relacionados com a inclusão social. Recursos - acesso a referências bibliográficas, ligação electrônica a outros sites, instrumentos metodológicos e exemplos no âmbito da inclusão social. Atualidade - espaço reservado à divulgaçãode notícias,no âmbito da inclusão social e de atividades e/ou acontecimentos ocorridos nos PALOP e no mundo; eventos e outras atividades sobre a temática da inclusão social e novidades. Gostaríamos que este instrumento continue ativo e atualizado. Neste sentido, contamos com a colaboração de todos. As observações, sugestões ou informações serão sempre bem-vindas. Para mais informações, contactar: inclusao-palop@ilo.org / www.inclusao-palop.org.

BOCA NO TROMBONE

Moradora do Parque Maré, que não se identificou, entrou em contato com o jornal O CIDADÃO por carta para reclamar sobre a Comlurb. Segunda ela, o trator que faz a coleta de lixo das ruas está há dois meses parado e os garis estão recolhendo lixo com uma carroça. O CIDADÃO encaminhou a queixa a Comlurb fazer esta reclamação. Agnaldo Morais, gerente da Comlurb, disse que não há previsão de quando o trator poderá ser consertado, pois está em manutenção. Ele disse que já foram postos nas ruas um caminhão satélite para fazer a coleta no lugar do trator. Segundo ele, apenas um dos garis teve que colher os lixos com carroça, por um dia. E garantiu que não foi a mando da Comlurb. O gari quis apenas adiantar o seu horário, já que o trator neste dia estava quebrado. O Cidadão _ 23


MEMÓRIA DA MARÉ

Hélio Euclides

A escola e o time de futebol

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uitos eventos foram realizados há 40 anos, durante as comemorações dos 400 anos de fundação da cidade do Rio de Janeiro. Um fato importante para a Maré está ligado à Escola Municipal IV Centenário, que já existia com o nome de SEPHA 3, e recebeu a atual denominação no ano de1965, em homenagem ao quarto centenário da cidade. O tempo passou. Muitos moradores do Morro do Timbau, da Baixa do Sapateiro e do Parque Maré freqüentaram aquela escola e, com certeza, guardam boas lembranças do tempo em que estudaram lá. Mas, alguém já parou pra se perguntar o que havia naquele lugar antes da construção da escola IV Centenário? Os moradores mais antigos dessas comunidades devem lembrar do tempo em que existia ali o campo de futebol do Minas Gerais Futebol Clube e dos jogos que aconteciam aos domingos. Dona Iara, que veio morar na Maré, em 1928, quando algumas comunidades ainda faziam parte do bairro de Bonsucesso, contou pra Rede Memória um pouco da história daquele terreno... “Ali tinha uma barreira e um campo que vinha daqui da rua da Associação de Moradores (rua Nova Canaã) até a rua do Serviço... Tinha pé de manga, coqueiro, muito pé de caju. Era só árvore que tinha... Tinha o seu Luciano que morava ali, que era fazendeiro. Ele não deixava as crianças pegarem nada... Depois que ele morreu, o pessoal foi invadindo, mas não tinha casa nem barraco... o campo de futebol ficava ali...”. Outros moradores que a Rede Memória entrevistou, também falaram do campo de futebol do Minas Gerais, dos jogos aos domingos e dos campeonatos que aconteciam naquele espaço. Hoje, ao passar pela rua Nova Jerusalém e olhar para a escola IV Centenário, poucos se dão conta dos 40 anos de história daquele prédio e do que existia ali antes dele ser construído, uma história muito mais antiga. Ainda bem que moradores como dona Iara não nos deixam esquecer. O tempo passa, as coisas mudam, mas a história da Maré tem que ser preservada. Se começarmos a procurar, com certeza Rede Memória

Iara da Costa, da Baixa do Sapateiro, em entrevista à Rede Memória 24 _ O

Cidadão

IV Centenário: mudança de nome para homenagear o Rio de Janeiro

encontraremos muitas lembranças do Minas Gerais e da IV Centenário: fotografias; depoimentos de ex-alunos, funcionários e professores; uniformes, bandeiras, troféus, medalhas... Se podemos reunir várias lembranças de um único time de futebol e de uma só escola, onde reuniremos os vários objetos da história de todos os times e escolas da comunidade?... Imagine então, de toda a história da Maré! Amigo(a) leitor(a), na última edição do jornal O Cidadão falamos da construção do Museu da Maré. Muita gente pode ter pensado: “Museu pra quê?!...” Bem, a Rede Memória do CEASM acredita que a Maré tem uma história muito bonita e importante para a cidade do Rio de Janeiro. Essa história está viva na memória dos moradores, mas também nos objetos guardados naquelas caixas, que às vezes abrimos quando queremos recordar o passado... Todos esses objetos e as lembranças que eles carregam fazem parte da história do nosso bairro, história que deve ser valorizada e divulgada para que não se apague com o tempo. Nós acreditamos que este seja um bom motivo para a construção do Museu da Maré e gostaríamos que você, morador(a), participasse dessa construção, pois a preservação da nossa história é tarefas de todos.

Caro(a) leitor(a), este espaço do jornal O Cidadão é seu. Conte sua história para que ela seja publicada aqui. Pergunte o que você gostaria de saber sobre a história da Maré e da cidade do Rio de Janeiro, e nós responderemos. Envie sua história, perguntas e sugestões para a Rede Memória nos endereços: Morro do Timbau (Pç. dos Caetés, nº 07. Tels.: 2561-4604; 2561-3946); Nova Holanda (R. Sargento Silva Nunes, 1012. Tel.: 2561-4965); Casa de Cultura (Av. Guilherme Maxwell, 26 - em frente ao SESI. Tel.: 3868-6748). Se você tiver facilidade de acesso à internet, envie sua colaboração para os seguintes endereços eletrônicos: contato@ceasm.org.br ou jornalmares@bol.com.br.


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