projeto de pesquisa | ai weiwei: criação e destruição na china contemporânea

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo

Projeto de pesquisa para iniciação científica

AI WEIWEI: CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO NA CHINA CONTEMPORRÂNEA

Claudia Kim Kim Orientadora: Vera Maria Pallamin

São Paulo 2013


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RESUMO

Este projeto de pesquisa tem como objeto de estudo a coletânea de obras do artista chinês dissidente Ai Weiwei (1957-), destacando-se suas relações com a dialética entre criação/destruição que vem se processando no quadro cultural da China contemporânea. O artista tem chamado a atenção ao criar indagações profícuas nos campos da arquitetura, paisagem, cultura e arte no contexto da projeção mundial chinesa e, sempre confrontando as condições sociais de seu país, Ai Weiwei mostra várias facetas através de sua criação visual, permeada de contradições e ambiguidade. Esta pesquisa objetiva analisar, portanto, essa multiplicidade artística e a linha de pensamento que conecta toda a sua obra, dentro do clima contemporâneo da China. A importância desse estudo reside justamente no fato da sua arte levantar questões inerentes à sociedade, tanto oriental, quanto ocidental. Buscando entender o entrelaçamento entre arte e política, pretende-se decifrar a complexidade de sua produção e o seu papel como artista no cenário em que vive, permitindo discussões a partir da obra deste que já afirma a sua importância no terreno da arte contemporânea.


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1. INTRODUÇÃO

"Sim, e quando se trata de destruir a

Filho do poeta Ai Qing, Ai Weiwei nasceu

cidade eles são a única coisa melhor

em 1957 na Manchúria. Com a ascensão de

do que nosso governo. Mas gatos

Mao, seu pai e sua família foram banidos para

são mais rápidos, e atacam até mesmo enquanto estamos fazendo planos para a cidade. É, sem dúvida, uma grande metáfora para nós, porque somos um povo que ama a arquitetura e o design. Estamos tentando mudar o mundo e construir novos modelos que, à noite, são sempre destruídos por esses gatos."

Xingjian. Lá, foi proibido de escrever e passou dezenove anos num período de reeducação limpando latrinas. Dado tal histórico familiar, os anos de formação de Ai Weiwei foram marcados pela revolução cultural maoísta. Na juventude, estudou na Academia de Cinema de Pequim, onde conseguiu uma bolsa para Nova York em

Ai Weiwei (2006: 25)

1981. Fora um dos primeiros de sua geração a estudar fora do país depois da política de

reforma e abertura da China após a morte de Mao-Tsé Tung, em 1976. Nos Estados Unidos, estudou na Parsons School for Design e entrou em contato com obras de artistas como Andy Warhol, Marcel Duchamp e Jasper Johns nas suas visitas aos museus nova-iorquinos como o MoMa. Nessa época, Ai Weiwei produziu a sua primeira série de fotografias documentando sua vida e a comunidade artística chinesa de Nova York. Passados doze anos, seu pai adoeceu em 1993, forçando-o a retornar para Pequim. Voltando à China, notou a transformação radical das cidades: a capital fora inteiramente reformada e, particularmente, a casa de sua mãe, que costumava ter uma fachada de tijolos, fora concretada e toda pintada. Assim foi com todas as construções de Pequim, de noite para o dia, sem aviso prévio. Além disso, a prática da demolição sistemática foi generalizada: o carimbo governamental com os ideogramas "Chai-na", em mandarim "demolir aí", indicava os edifícios a serem evacuados e destruídos1. As tradicionais casas térreas tipo hutong, construídas ao longo de alamedas estreitas desapareciam e davam lugar a enormes vazios sobre os quais novas construções seriam edificadas.

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ARANTES, Otília. Chai-na. São Paulo: EDUSP, 2011.


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Ai Weiwei documentou a promoção desta tábula rasa arquitetônica, fotografando o que ele denominou de "paisagens provisórias", isto é, resultado temporário dessa política estatal.

Provisional Landscapes, 2002-2008 Fonte: http://welldesignedandbuilt.files.wordpress.com/2012/03/aw08.jpg

Essas transformações são reflexos de um esforço de modernização empreendido pela China, que vem surgindo como líder do renascimento econômico da Ásia Central desde a década de 1990.2 A transição de uma economia planejada para uma economia capitalista, sob a liderança do Partido Comunista Chinês tornouse uma corrida para integrar o país ao mercado mundial. A começar pela política de reformas anunciada pelo líder Deng Xiaoping após a morte de Mao-Tsé Tung (1976) - o Estado passou a ser cada vez mais dominado pelas elites econômicas emergentes, ou seja, aqueles que controlavam o capital interno passaram a controlar também o cenário político no país. (Wang Hui, 2003) Dessa forma, a lógica de mercado se disseminou dentro da sociedade chinesa e se criou um novo quadro de desenvolvimento. A necessidade de empreender e de atrair atenções dos investimentos externos incitou a uma competição sem precedentes entre as cidades da China, que passaram a desfrutar de uma maior autonomia e controle sobre o uso do espaço, graças às reformas econômicas em progresso. A ordem era ter visibilidade: fosse na velocidade frenética em que as transformações se processavam, fosse na escala ciclópica dos projetos arquitetônicos. Esse processo de mudanças foi ainda mais intensificado com a escolha de Pequim como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2008. O megaevento mobilizou o Estado para este novo empreendimento e fez uso da paisagem material produzida a

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ARRIGHI, Giovanni. Adam Smith em Pequim - Origens e fundamentos do século XXI. Rio de Janeiro: Boitempo, 2008.


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fim de construir, consolidar e legitimar as estruturas de poder autocráticas da China pós-socialista.3 A arquitetura como espetáculo veio à cena nesse momento, pois foi utilizada como instrumento de manipulação das massas, para desviar o olhar dos males sociais associados a esta produção. Para Ai Weiwei, conforme publicado no jornal The Guardian: "[...] Quando a China sediou os Jogos, falhou ao deixar de incluir as pessoas. O evento foi construído sem levar em conta a sua alegria. O Estado e o Comitê Olímpico não tomaram uma posição em muitas questões sociais e políticas importantes. Posteriormente, o Estado reforçou seu controle; China tornou-se um Estado policial. 'Amizade, glória, honra e paz': o slogan olímpico é vazio." 4

A proliferação de megaprojetos arquitetônicos na paisagem contemporânea da Pequim olímpica foi, então, mais uma afirmação da presença do Estado e sua nova ideologia empreendedora que uma solução de reais problemas coletivos. Foi criado um quadro urbano de extremos que se instrumentalizou como propaganda política do partido: o poder assumiu a sua porção material através de ícones construtivos delirantes. Absurdos tanto na monumentalidade, quanto no orçamento, tais projetos se destacaram na paisagem como marcos a serem notados e idolatrados, com isso afirmando que ali a "pátria-mãe" estava presente por meio de símbolos para seduzir as massas com o espetáculo. (Anne-Marie Broudehoux, 2007) Um dos exemplos mais polêmicos seria a obra do próprio Ai Weiwei, feito em parceria com Herzog & de Meuron, o Estádio Olímpico "Ninho de pássaro". O nome se deve à forma análoga e foi realizado no período de 2003 a 2008. Ironicamente, foi um dos autores do mais famoso projeto olímpico que manifestou as críticas mais incisivas à espetacularização da paisagem de Pequim.

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BROUDEHOUX, Anne-Marie. Delirious Beijing: the conspicuous construction of an Olympic

metropolis. Nova York: The New Press, 2007. 4

WEIWEI, Ai. China excluded the people from the Olympics. London is different. The Guardian, p. 2,

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Veio a se tornar seu mais virulento detrator, denunciando na mídia internacional a apropriação política da Olímpiada por dirigentes políticos demagógicos. Um ano antes dos Jogos de 2008, Ai Weiwei decidiu se afastar do projeto ao perceber que tinha se Bird's Nest, 2003-2008 Fonte: http://blog.arthurcasas.com/wpcontent/uploads/2013/02/Ai-Weiwei-birdsnest.jpg

acumpliciado com o regime autocrático da China. Ele criticou outros artistas e arquitetos olímpicos por permitir que seus

talentos fossem usados em benefício da propaganda política e do poder econômico.5 No entanto, ao participar da concepção do Ninho de pássaro, ele passa a apoiar um dos signos maiores dessa política que parecia criticar em Paisagens Provisórias. A contradição surge dessa forma como a principal matéria-prima de sua arte. Sua mais famosa obra na Inglaterra foi um evento paradoxal. Sunflower seeds, exibido no Tate Modern, era uma vasta camada cinza e preta de réplicas de sementes em porcelana, preenchendo o espaço do Turbine Hall. Chamou a atenção porque o plano inicial era deixar as pessoas passearem pelo campo, deixando-os manusearem, mas a ideia teve que ser desconsiderada por razões de saúde e segurança.

Sunflower seeds, 2010 Fonte: http://3.bp.blogspot.com/9QAOEUZDFFc/Tar1YhIgJiI/AAAAAAAAAxU/89Ypyn983Ts/s1 600/ai_weiwei_sunflower_1.jpg

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WATTS, Jonathan. Olympic artist attacks China's pomp and propaganda. The Guardian, p. 5, 9/08/2007.


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Ao contrário, os visitantes experienciaram a instalação à distância, como se fosse uma gigantesca escultura minimalista ou uma plana pintura abstrata.6 Não é por menos que a contradição que cria para ele mesmo o expõe e faz aflorar a poética da vida na contemporaneidade. Há uma dualidade de raízes profundas tanto na obra quanto no indivíduo, que é, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade e uma dicotomia. Ai Weiwei carrega ambas consigo - o rompimento com o passado e a fé na continuidade da cultura. Uli Sigg, famoso colecionador de arte chinesa, resumiu a situação em um artigo no jornal suíço Neue Zürcher Zeitung, ao dizer: "A obra funde dois paradigmas contrários da criação artística: por um lado, o paradigma ocidental da 'arte de vanguarda' que busca criar espaço para novas maneiras de pensar ao romper radicalmente com o passado e suas tradições e, por outro, o paradigma clássico chinês que tem grande respeito pela tradição e, portanto, vê a criação artística em termos de um contínuo que evolui constantemente e que tira inspiração da riqueza da cultura chinesa." 7

As esculturas que Ai Weiwei cria a partir da mobília da dinastia Qing incorporam esta fusão. A abordagem dele é clara, direta e crua: a mesa é serrada em duas. Depois as partes são recompostas. O corte é preciso, radical, cirúrgico mas não destrutivo.

Two joined square tables, 2005 Fonte:http://www.vvork.com/wpcontent/uploads/2009/12/BXMediaOne843file.jpg

A recomposição (distorcida) é conduzida com máximo respeito pelo que foi destruído e extirpado de sua função, assim como pelo material em si. Estas 6

JONES, Jonathan. Is Ai Weiwei still an artist? The Guardian, p. 2, 30/04/2013. SIGG, Uli. "Konfunsionismus. Der Sammler Uli Sigg über den Künstler Ai Weiwei - ein Porträt". Neue Zürcher Zeitung, 21/11/2009. 7


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esculturas de móveis ilustram a afinidade entre o rompimento e a continuidade, entre ser "isto" e ser aquilo "aquilo". Por último, existe a voz do próprio, constantemente confrontando as condições sociais na China e no mundo de maneira deliberada por meio das mídias sociais. A sua agitação global desvia os olhares para a sua arte e talvez seja por essa razão o seu reconhecimento como personalidade do ano de 2011 pela TIME.8 Ai Weiwei vem manipulando a si mesmo e a sua arte rumo a uma situação em que a comunicação se transforma em ato artístico performático por si só. Suas entrevistas diárias, seus posts de blog de 2005 a 2009, seu uso do Twitter geram um fluxo de comunicação, mensagens e reações, afirmações e contradições. O artista aparece aqui como ativista político, como recipiente social, como agent provocateur e faz com que a sociedade reconheça a sua própria obstinação, evitando assim a visão estreita. Para ele, a arte é uma ferramenta intelectual que lhe permite não apenas transformar a si mesmo, mas também transformar situações, tirar a casca e abrir novos campos de potencial. Ele vê a arte como parte ativa dos elementos de iluminação e de esclarecimento no mundo - pelo menos nas partes do mundo Oriental, onde as pessoas enfrentam formas de governo fechados e totalitários. A arte como transformação envolve, entre outras coisas, viver com dicotomia e ambiguidade, encarando contraste e contradição, e relatando-os entre si de maneira a fazer sentido. Entrelaçamento, conexão, rebelião, comunicação e capacitação como modo de vida e forma de arte.9 Dessa forma, Hans Urich Obrist compara as afirmações online de Ai Weiwei a uma forma de escultura social no espírito de Joseph Beuys na série de entrevistas A Post-Olympic Beijing Mini-Marathon (2010: 9 e 12). Trata-se de uma comparação que coloca Ai adequadamente no âmbito de um contexto expandido de arte que define o artista nos termos de suas ações sociais e declarações públicas. Arte e política se encaixam de maneira a enquadrar Ai como escultor social ou, mais precisamente, como escultor comprometido a usar palavras e ideias como materiais, e afirmações online como ferramentas. Ou, de maneira mais sucinta, nas palavras do próprio Ai: "Acho que a arte não vai ter um futuro muito grandioso nem

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Person of the year Runner-Up: Ai Weiwei - TIME's People who mattered in 2011. TIME, 14/12/2011. SMITH, Karen. Giant provocateur. In: Karen Smith, Hans Ulrich Obrist, Bernard Fibicher (eds.). Ai Weiwei. Londres: Phaidon, 2009. 9


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muito promissor se não conseguir se conectar com os estilos de vida e as tecnologias de hoje".10 Essa noção de arte como transformação é o que permeia a prática do artista, unindo a forma, o material e a diversidade de atividades. Tal definição está inalienavelmente amarrada ao clima contemporâneo da China, que informa à arte de Ai mais do que qualquer outro tópico singular, filosofia ou construção que se possa nomear. Dessa forma, como corpo de seu trabalho, a sua arte é emblema de toda mudança sócio-política e econômica por qual o país está passando hoje e é novamente um manifesto da diversidade de sua prática, assim como as ambições que dirigem o seu trabalho, a escala dos projetos individuais e um convite aberto através das mídias sociais que ele crescentemente dá suporte para realizar as suas visões. Assim, todas essas oportunidades criam significados potencialmente ativos para impulsionar o processo de mudança.

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Hans Ulrich Obrist. A Post-Olympic Beijing Mini-Marathon. Zurique: JRP Ringier, 2010


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2. OBJETIVOS

O objetivo desta pesquisa é compreender a obra do artista chinês Ai Weiwei, dela destacando-se suas relações com a dialética entre criação/destruição que vem se processando no quadro cultural da China contemporânea. Busca-se compreender o artista sob vários aspectos, em épocas e lugares diferentes, e sua importância no terreno da arte contemporânea. A sua multiplicidade artística nos campos da fotografia, arquitetura e escultura cria um terreno fértil para essa análise. A combinação entre ativismo político e arte conceitual presente em sua obra requer uma aproximação específica, nela observando-se o importante papel das mídias sociais. O estilo de Ai não pode ser discernido em um motivo imediatamente reconhecível – pode-se encontrar dificuldade em conciliar uma peça de mobiliário desconstruída, os projetos arquitetônicos ou as séries de fotografias. Em vez disso, a unidade encontra-se em uma essência que é singularmente invariável: o significado e a intenção do trabalho – a agenda da "força de mudança” - que alternadamente se desenrola através de qualidades de inquietação e de subversão. O entendimento do tema da criação/destruição que atravessa toda a sua obra como um componente fundamental de sua abordagem e da sua iconoclastia fornecem um sentido na compreensão do seu sistema de representação. Ao incorporar a destruição em sua prática, Ai cria obras de arte que são quase literalmente abertas: fragmentos, ruptura, ambiguidade e ironia minam qualquer tentativa de formar uma leitura coerente e racional. (Bernard Fibicher, 2009: 120) Exploram-se todas as dimensões de sua obra na tentativa de entender a multiplicidade de sua prática e sua influência no desenvolvimento artístico e social da China. Com os trabalhos escolhidos para a análise, busca-se aquilo que as conecta e compiladas aqui, servem de introdução para a complexidade do pensamento artístico e da criação visual de Ai Weiwei. Assim, pretende-se criar um diálogo contínuo para explorar as facetas do artista para figurar um território de indagações profícuas que produzam discussão e reinterpretação a partir da obra deste que já afirma sua importância na história da arte internacional.


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2.1. JUSTIFICATIVA

A intenção de escolha do tema surge da crescente atenção global sobre o artista e o seu país e a propriedade das questões que ele tem levantado para o campo da cidade, cultura, paisagem e arte contemporâneas. A China protagoniza o cenário atual como o maior expoente econômico e se insere num modelo de desenvolvimento que polemiza com a própria questão do capitalismo contemporâneo A partir disso, Ai Weiwei embebe a sua criação visual em uma crítica da vida social e política na grande potência mundial que é o seu país. Considerado um dos mais influentes na arte contemporânea, o artista, dissidente político e crítico ferrenho da ausência de liberdade de expressão individual na China, apresenta seu caráter multifacetado marcado pelo ativismo social. Como arquiteto, designer, escultor, perfomer, fotógrafo, criador de instalações e blogueiro, Weiwei questiona a fragilidade das fronteiras entre as disciplinas e examina a intersecção entre prática artística e resistência política. A possibilidade de intervir socialmente por meio da arte, baseada no conceito de escultura social de Joseph Beuys, condiz perfeitamente com a obra de Ai Weiwei e ainda cria nuances relevantes ao permitir discutir a questão do rompimento/continuidade dentro do panorama do atual desenvolvimento chinês. A escolha das obras para esta pesquisa seguirá o critério de compreendê-lo de modo plural. Considerando-se a ordem da série de entrevistas de Hans Ulrich Obrist, curador e codiretor da Serpentine Gallery de Londres11, pretende-se explorar as dimensões de sua produção, na tentativa de entender a sua multiplicidade e algumas das principais questões estéticas e políticas que seus trabalhos têm concebido e posto em debate.

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Hans Ulrich Obrist. A Post-Olympic Beijing Mini-Marathon. Zurique: JRP Ringier, 2010.


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3. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA

Os principais tópicos a serem abordados nesta pesquisa podem ser divididos em:

3.1. Levantamento e mapeamento da obra de Ai Weiwei, tendo como foco o conjunto que evidencia a relação entre arte e atividade política.

3.2. Itemização e criação de uma cronologia da vida e das obras do artista, destacando-se trabalhos de cada área (escultura, fotografia, arquitetura, etc).

3.3. Seleção de alguns trabalhos buscando-se detalhar os seus aspectos conceptuais e sua formalização estética.

3.4. Cotejamento das referências internas dos trabalhos selecionados com referências externas citadas pelo próprio artista e por seus comentadores.

3.5. Levantamento de vídeos e imagens relacionadas aos itens acima. Etapa importante para armazenar material que servirá para ilustrar os produtos finais da pesquisa. {ver abaixo]

3.6. Revisão bibliográfica no âmbito da discussão que problematiza a criação/destruição na China, seja na produção do espaço ou na concepção de arte contemporânea.

3.7. Visita à exposição Ai Weiwei: Interlacing no Museu da Imagem e do Som de São Paulo.

3.8. Exposições, vídeos e palestras acerca da produção do artista. {ver abaixo]


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Levantamento bibliográfico Mapeamento da obra de Ai Weiwei Itemização e criação de uma cronologia da vida e obra Seleção de obras a serem estudadas Relação entre referências internas e externas Relatório parcial Relatório final

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa pergunta pelas novas formas de arte na era virtual no âmbito da produção da arte contemporânea, focalizando-se na coletânea de obras do artista chinês Ai Weiwei. Sendo assim, será orientada teoricamente pela discussão acerca das mudanças no quadro sócio-político e econômico da China e o seu reflexo na prática do artista. Será parte da metodologia adotada o cruzamento de referências primárias, provenientes de entrevistas, textos e vídeos do próprio artista, com referências secundárias relacionadas a comentadores de sua obra, marchands, críticos, expositores, curadores e profissionais afins do campo da arte. A montagem deste entrecruzamento visando obter-se um panorama compreensivo da atuação do artista responde pela proposição desta pesquisa como um todo. Também se constituirá como parte disso a identificação e o estudo de suas influências artísticas, nomes como Marcel Duchamp e Joseph Beuys, os quais têm importância marcada no aprofundamento de suas teorias e críticas da arte e as ressonâncias na criação visual de Ai Weiwei. Os materiais utilizados para a pesquisa consistirão na coletânea de periódicos de relevância internacional, artigos relacionados à crítica e divulgação da arte contemporânea, fotografias de obras e exposições, além da bibliografia base sobre o artista e seus temas.


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5. BIBLIOGRAFIA

Ai Weiwei/entrevistado por Hans Ulrich Obrist. Rio de Janeiro: Cobogó, 2013.

Ai Weiwei: Interlacing. Catálogo da exposição Ai Weiwei: Interlacing. São Paulo: Museu da Imagem e do Som, 2013.

Ai Weiwei's Blog: Writings, Interviews, and Digital Rants, 2006-2009. Massachusetts: The MIT Press, 2011.

ARANTES, Otília. Chai-na. São Paulo: EDUSP, 2011.

ARRIGHI, Giovanni. Adam Smith em Pequim - Origens e fundamentos do século XXI. São Paulo: Boitempo, 2008. BROUDEHOUX, Anne-Marie. Delirious Beijing: the conspicuous construction of an Olympic metropolis. Nova York: The New Press, 2007.

CHUIHUA, Judy C.; INABA, Jeffrey; KOOLHAAS, Rem; LEONA, Sze T. The Great Leap Forward. Harvard Design School Project on the City. Cambridge, Taschen, 2001

FIBICHER, Bernard. Descending light. In: Karen Smith, Hans Ulrich Obrist, Bernard Fibicher (eds.). Ai Weiwei. Londres: Phaidon, 2009.

HAINER, Stachelhaus. Joseph Beuys. Nova York: Abeville Press, 1991. HUI, Wang. China's new order: society, politics, and economy in transition. Harvard: Cambridge University Press, 2003.

OBRIST, Hans Ulrich. A Post-Olympic Beijing Mini-Marathon. Zurique: JRP Ringier, 2010. SMITH, Karen. Giant provocateur. In: Karen Smith, Hans Ulrich Obrist, Bernard Fibicher (eds.). Ai Weiwei. Londres: Phaidon, 2009.


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WU, Chin-Tao. Privatização da cultura: a intervenção corporativa nas artes desde os anos 80. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006.

FILMES

KLAYMAN, Alisson. Ai Weiwei: Never Sorry. Estados Unidos, 2012.

KLAYMAN, Alisson. Ai Weiwei in NYC. Inglaterra, 2010.

WEIWEI, Ai. Ordos 100. China, 2010.

WEIWEI, Ai. Fairytale. Alemanha, 2007.

VOGEL, Kate. Ai Weiwei: Sunflower seeds. Inglaterra, 2010.

PERIÓDICOS WEIWEI, Ai. China excluded the people from the Olympics. London is different. The Guardian, p. 2, 25/7/2012.

WEIWEI, Ai. Ai Weiwei: 'Every day in China we put the state on trial'. The Guardian, p.1, 15/04/2013.

WEIWEI, Ai. Ai Weiwei: to live your life in fear is worse than losing your freedom. The Guardian, 21/06/2012. WEIWEI, Ai. China’s censorship can never defeat the internet. The Guardian, 16/04/2012.

WATTS, Jonathan. Olympic artist attacks China's pomp and propaganda. The Guardian, p. 5, 9/08/2007.


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JONES, Jonathan. Is Ai Weiwei still an artist? The Guardian, p. 2, 30/04/2013.

SIGG, Uli. "Konfunsionismus. Der Sammler Uli Sigg über den Künstler Ai Weiwei ein Porträt". Neue Zürcher Zeitung, 21/11/2009.

Person of the year Runner-Up: Ai Weiwei - TIME's People who mattered in 2011. TIME, 14/12/2011.

KUNZRU, Hari. Ai Weiwei: the dissident artist. The Guardian, 28/05/2011. FENBY, Jonathan. Ai Weiwei’s blog by Ai Weiwei – review. The Guardian, 5/06/2011.

PALESTRAS

Mesa-redonda composta pelos críticos e curadores Agnaldo Farias, Eder Chiodetto, pesquisadora Kristina Bodrožić-Brnić e mediação de Cauê Alves. São Paulo: Museu da Imagem e do Som, 2013.

Lançamento do livro "Ai Weiwei entrevistado por Hans Ulrich Obrist" e palestra com o curador. São Paulo: Museu da Imagem e do Som, 2013.

Aulas abertas com o professor Jiang Jun de Guangzhou Academy of Artes e autor/editor da revista Urban China. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 2013.


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