A REVISTA DIGITAL SOBRE BRASILEIROS QUE MORAM NOS
QUATRO CANTOS DO MUNDO
N° 02 - ABRIL2013
Paulo Rogério conta como é voltar para o Brasil
Ótimas receitas para fazer com as crianças
Jacarta Desperdício de alimentos Não feche os olhos!
tainá guedes Fala sobre o desperdício de alimentos, como cozinhar com pão velho e sobre seu novo livro „Cozinhando com pão“
A REVISTA DIGITAL SOBRE BRA
Blogosfera
14 Cinco Blogs interessantes de brasileiros mundo afora
6
De volta pra casa…
10 Amor internacional no balanço do Forró
16 Jacarta com mala, cuia e baby
23 Os alemães xingam
30 Como fazer
diferente?
um terrarium
26 Braussieleiro TV online
ASILEIROS QUE MORAM NOS
QUATRO CANTOS DO MUNDO
36 Viajar nรฃo tem idade! 38 Moda 46 Receitas para fazer com as crianรงas
46 Tainรก Guedes
60 Amor nos tempos modernos
CAPA Tainรก Guedes Foto: Ali Karakas
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ackstage
Um grande obrigado a todos os colaboradores, autores e fotógrafos. Em especial à Ana Lúcia Sampaio Botelho, Michel Zylberberg, Tamine Malkouf e Vanessa Bueno.
Vanessa Bueno é gaúcha e jornalista. Apaixonada pela escrita, gosta de contar histórias de vida. Já morou em São Paulo, a trabalho, e em Toronto, para estudar. Por amor, mudou-se para a Alemanha em 2012.
Tamine Maklouf é paraense, jornalista, ilustradora e mora na Alemanha desde 2009. Tamine tem um jeito único de escrever, como no seu texto "Os alemães xingam diferente? ".
Michel Zylberberg, o nome por trás do Rodando pelo mundo - blog de viagens de sucesso - é carioca e apaixonado por fotografia. Formou-se em Design de Multimídia em 2005, no Brasil, e depois começou a rodar o mundo. Hoje mora com a família em Lugano na Suíça.
Ana Lúcia Botelho Sampaio mora em Marabá no norte do Brasil. Sua grande paixão é a leitura. Ela possui uma biblioteca com mais de mil livros e já perdeu até voo por estar lendo no aeroporto. Ana é um multitalento: cozinha divinamente bem e borda com perfeição.
Aqui estre nós… Cinema é uma das minhas grandes paixões e um dos filmes nacionais que mais me tocou foi o "Contador de Histórias". Um filme simples, sem muitos efeitos especiais, que conta a linda e real história de um menino de rua, aparentemente irrecuperável, que foi adotado por uma francesa. Ele concluiu seus estudos na França e hoje é contador de histórias no Brasil, reconhecido como um dos dez melhores do mundo. Um brasileiro que, mesmo que em circunstâncias diferentes, também foi morar no exterior, como muitos de nós. O filme não mostra as dificuldades que ele enfrentou com a lígua, a cultura, o frio e os costumes. Mas quem é expatriado sabe que nem tudo são flores e que viver no "estrangeiro" exige muito de nós. Exige muita inteligência emocional, muita compreensão, paciência e a capacidade de nos reinventarmos, já que geralmente não trabalhamos na nossa profissão original. O menino do filme venceu a batalha, assim como muitos brasileiros mundo afora. A vida do "Contador de Histórias" é uma história de esperança, e transmite uma mensagem muito bonita: tudo, ou quase tudo, é possível, quando se tem a sorte de encontrar o amor em suas muitas formas. Eu gosto de dizer que também sou uma contadora de histórias. Gosto de contar as histórias de vida de pessoas que me inspiram, me fascinam, me fazerm rir, me tocam. É o meu modo de mostrar ao mundo como nós brasileiros somos bonitos, alegres, corajosos, lutadores e, principalmente, muito talentosos. É com prazer que compartilho com vocês esta edição recheada de histórias fascinantes, fotos lindas e dicas preciosas de brasileiros que moram nos quatro cantos do mundo. Aqui entre nós: a revista e o site Brasileiros Mundo afora são feitos para você. A sua história também pode ser contada por nós. Compartilhe! Estamos aguardando! Beijos
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Claudia Boömmels
Editora-Chefe www.brasileiros-mundo-afora.com
Foto: Claudia Bรถmmels
Entrevista: Vanessa Bueno
Que morar no exterior é uma aventura e tanto todos sabemos, mas e voltar como é? Qual a sensação de pisar em solo brasileiro após meses ou anos morando fora? Quem responde a essas e outras perguntas é o jornalista e marketeiro Paulo Rogério Souza, que voltou a morar no Brasil, após residir quase quatro anos em Dublin, na Irlanda. Natural do interior de São Paulo, ele estava radicado há 13 anos em Porto Alegre quando decidiu fazer as malas e partir para o velho mundo. De volta à capital gaúcha há quatro meses, ele nos conta como está se sentindo.
Paulo, o que lhe motivou a morar no exterior? Quando completei 30 anos, fiz uma daquelas análises de vida e me dei conta que estava com quase metade dos meus caminhos percorridos. Foi então que decidi viver os outros 30 ou 40 anos restantes da maneira que quisesse. Apesar de super bem empregado, não estava muito satisfeito, por isso fiz as malas e me mudei para Dublin, na Irlanda, com a intenção de passar um ano. Acabei ficando três anos e dez meses. O que lhe trouxe de volta ao Brasil? Quando completei três anos morando fora, já estava com muita saudade de tudo por aqui. Estava cansado do tipo de trabalho que realizava. Sentia necessidade de voltar a fazer algo que exigisse mais de mim. Estava em um relacionamento também, mas fiz uma análise (outra) e decidi largar tudo e voltar. Achava aquela vida falsa, já que ali não era meu país. Não queria ser estrangeiro para sempre. Como está sendo a readaptação? Não está sendo nem tão difícil como eu pensava e não tão fácil como pretendia. Não gosto muito de calor e voltar em pleno verão tem seu peso. Não gosto também dessa cultura do corpo e do "ter" que a nossa sociedade, infelizmente, tem privilegiado cada vez mais. Mas tento não ficar voltando ao passado com frequência. Evito olhar fotos, vídeos e redes sociais dos amigos de lá. Tento me concentrar no aqui e agora, já que vivo das escolhas que faço e no momento escolhi estar no Brasil. Qual a principal diferença que sentiu em sua volta? Como mergulhei de cabeça na cultura irlandesa, na volta a comparacão foi inevitável. Com certeza as principais diferenças estão no calor e nos preços altos. Um salário de mil euros, por exemplo, com cerca de 20 a 25 horas trabalhadas por semana, coloca você em um patamar de classe média lá. Com mil reais no Brasil, você não consegue fazer quase nada. Claro que o um por um não é justo nem realista, no entanto, friso no valor do dinheiro.
Sua rotina no exterior era muito diferente da do Brasil? Sim, bem diferente. Deixei no Brasil um bom emprego como gerente de marketing, apartamento, onde morava sozinho, todo equipado, carro na garagem e todas aquelas aquisições sociais. Quando cheguei em Dublin, dividia um apartamento com mais quatro pessoas e apenas um banheiro. Pessoal jovem e de bem com a vida, no entanto, cada um com suas manias, seus horários, seus costumes e suas predileções. Nos primeiros cinco meses investi pesado no curso de inglês para aprender a me comunicar e poder, a partir daí, trabalhar, me relacionar e tudo mais. Após esse período, comecei a trabalhar como diarista. No sexto mês, consegui um emprego em um Café e fiz carreira. O negócio é de uma família irlandesa, muito "gente fina", que me adotou. Fui muito bem tratado por eles e pelos clientes. Tive muita sorte. Mesmo trabalhando no Café, não larguei as faxinas, que fazia depois do expediente, duas vezes por semana. Com a grana das limpezas, conheci sete países. Todo o dinheiro ganho como diarista ia para uma poupança que apelidei de: "Que mochilão que nada, vou de mala de rodinhas!".
Que saudades sentia de casa? O mais difícil eram as datas comemorativas. Foram três natais, viradas de ano, páscoas, dias das mães e aniversários longe. Tive que aprender a cozinhar e a fazer ceia de Natal por Skype com minha mãe. O que sentia falta de comer fui contornando. Por exemplo, adoro bolo de cenoura, então aprendi a fazer. Mas a saudade mesmo era de momentos com a família, como almoço de domingo, sabe? Como define a experiência de morar fora? Sabia que seria uma experiência muito louca. Diferente de tudo que já havia vivido, mas na prática foi isso tudo e um pouco mais. Me transformei em um cara com mais fé. E o mais importante: aprendi a não fazer tantos planos. Eu era viciado em listas. Planejava tudo e sempre. Em Dublin, tudo mudava o todo tempo. Na marra, tive que aprender a confiar no destino, no universo e relaxar. Acredito que estou pronto para meu segundo ato. Pensa em voltar a morar no exterior? Se sim, onde? No momento não. Quero construir minha vida aqui no Brasil agora. Parece que aquela agonia e insatisfação baixaram. Quero formar minha família, ter filhos e curtir bastante minha mãe, minhas irmãs e meus amigos. Se algum dia voltar a morar fora, quero ir pra algum lugar no sul da França.
Dicas para quem está pensando em voltar ao Brasil ● Viva bem os dias em que estiver fora para que quando decidir voltar não tenha arrependimentos; ● Se possível, planeje com antecedência sua volta e guarde algum dinheiro para os meses iniciais; ● Escolha a estação do ano que você mais gosta para retornar; ● Muito importante: cerque-se das pessoas que te fazem bem; ● Por fim, prepare-se para voltar para um mundo diferente daquele que você deixou.
Paulo Rogério é jornalista e escreve para o seu blog Clube dos Mapas, que é uma associação independente, cultural e alternativa. Ele é aficionado por conhecimento, experiências, detalhes, roteiros, previsão do tempo, coordenadas, becos, feiras, sacadas, furadas e mapas. Faz de tudo para viajar sem gastar muito, mas com conforto e estilo. Se você quiser, ele pode te ajudar a montar a viagem dos seus sonhos pela Europa. Contato: clubedosmapas@hotmail.com clubedosmapas.blogspot.com.br
Carlos Frevo & Anja Walther Amor internacional em Berlim, no balanço do Forró Entrevista: Claudia Bömmels
Carlos, você mora em Berlim desde 1994. Muitos brasileiros querem voltar para o Brasil principalmente nos primeiros cinco anos fora de casa. Foi assim com você também? Eu nunca pensei em sair de Pernambuco e quando eu percebi já estava em Berlim. Mas sei que um dia vou voltar para minha terra. O que eu que mais gosto em Berlim é poder andar de bicicleta com mais segurança do que em Recife.
Anja, você dança desde quando? O que te fascina na cultura brasileira, na dança brasileira? Eu descobri a dança brasileira há cerca de dez anos atrás. Anteriormente, eu tinha experimentado muitos outros ritmos, mas quando conheci a dança e a cultura brasileira, senti que finalmente achei o que eu estava procurando. Sou fascinada pela variedade de danças, estilos musicais, etnias, dialetos e pela natureza brasileira. Particularmente Pernambuco me fascinou, porque a cultura é vivida com intensidade e existe uma grande consciência cultural. Para uma berlinense como eu, que não se identifica com nenhuma dança ou música alemã, foi muito fácil encontrar identificação com uma cultura diferente. O Forró me entusiasmou de imediato e o Frevo nunca mais me abandonou, desde a primeira vez que vi os passistas dançando nas ruas de Recife.
Quando e em qual momento vocês decidiram abrir um estúdio de dança próprio? Nós não pensávamos em abrir um estúdio de dança. Eu já dava aula de afro e forró no Tanzstudio Tangará em Berlim, quando surgiu a oportunidade de nós dois assumirmos o estúdio de dança. Então, depois de alguns dias pensando sobre o assunto, vimos que seria uma boa experiência para nós. Assim surgiu o Tanzstudio Dança Frevo.
Anja e Carlos, vocês trabalham e vivem juntos. Qual a dica para casais na mesma situação, para que tanto o traballho como o relacionamento funcionem bem? Carlos: Antes de assumirmos o estúdio de dança, trabalhamos juntos em vários projetos, como a “Locomotiva do Frevo”, e dando aulas de Forró. Trabalhar juntos sempre funcionou e continua funcionando muito bem. Mas nem sempre é fácil - somos de culturas diferentes e temos características diferentes também. Como por exemplo: eu sou um artista nato, a Anja não. Mas trabalhar juntos é uma ótima experiência e torna a nossa relação mais forte. Anja: Na verdade não é sempre fácil, já que somos tão diferentes, mas isso também significa que nós nos complementamos. Seus pontos fracos são os meus pontos fortes e vice-versa.
Eu sempre penso sobre o pouco que nos veríamos, se estivéssemos trabalhando separadamente. O ritmo de trabalho de Carlos como um dançarino, seria muito diferente do meu ritmo de trabalho, se eu trabalhasse na minha profissão de administradora de empresas. Estou feliz por nos vermos com tanta frequência, e quando as coisas ficam difíceis, cada um pode seguir o seu caminho dentro do próprio estúdio de dança, que é bem grande. Nós estamos aprendendo muito. É importante separar nosso trabalho conjunto do nosso relacionamento.
Carlos, um dos seus objetivos é mostrar ao mundo que Brasil não é só samba e que a nossa cultura é muito rica. Assim, você criou o grupo Locomotiva do Frevo. Fale um pouco mais sobre o frevo, sobre o grupo e seus integrantes. Primeiro gostaria de dizer que eu amo Samba. Mas, quando cheguei em Berlim, eu percebi que os shows da cultura brasileira só tinham um objetivo: mostrar as mulatas dançando samba. O público aqui não sabia que Frevo, Forró, Maracatu não são samba. Tudo começou quando fui trabalhar na academia Jangada de capoeira angolana, onde eu dava aulas de samba. O mestre Rosalvo me perguntou se eu não gostaria de mostrar o Frevo, do qual eu sempre falava. Então começamos com uma aula de danças de Pernambuco e logo surgiu a ideia de divulgar esse trabalho. Assim começou o grupo Locomotiva do Frevo em 2006. Hoje sou coreógrafo, dançarino e presidente da associação. Nós temos um espetáculo que se chama A Outra Cara do Brasil, o qual já apresentamos várias vezes, e também trabalhamos com crianças e adolescentes. Há sete anos, saímos no Carnaval das Culturas aqui em Berlim, que acontece sempre no feriado de Pentecostes. Este ano vamos iniciar um novo projeto que se chama Sem palavras. É um trabalho de desenvolvimento e pesquisa da reação das pessoas em uma comunicação não verbal.
A Europa parece estar com uma "febre" de Forró com tantos festivais acontecendo. É só impressão minha ou o forró está mesmo cada vez mais conhecido nas grandes cidades? É verdade, o forró tornou-se a mais nova febre da cultura brasileira aqui na Europa e no mundo. Mas ele vem também acompanhado de outras danças como o Coco, Frevo, Maracatu e Caboclinho por exemplo. O maior Festival de Forró Forró de Domingo, acontece aqui na Alemanha em Stuttgart.
Vocês organizaram o primeiro Festival de Forró de Berlim, que aconteceu em março deste ano. Como foi a aceitação do público e quais os planos para 2013? A aceitação do público foi bem maior do que nós esperávamos. Foram três dias de muita alegria, boa música, bons professores e muitas pessoas que aqui vieram “abrilhantar” o nosso festival. A imprensa nos acolheu com muito carinho e fez com que o público de Berlim e da Europa ficasse sabendo do nosso festival e do que estava aqui sendo desenvolvido. Não só teve Forró, mas também Frevo, Samba de Gafieira, Forró percussão, Caboclinho, Coco e danças criativas paras crianças. Nesse momento nós estamos ainda curtindo as conquistas do festival. Temos muitos planos para o ano que vem, pois já sentimos saudades de todos aqueles que passaram pelo primeiro Psiu! Forró Festival. tanzstudio-danca-frevo.de
Blogosfera Karine escreve de forma divertida no seu Blog Ká.Entre.Nós, sobre a maternidade, a vida na Irlanda, diferenças culturais e dá dicas de viagem. Ela conta com mais de 3 mil fãs no Facebook e faz sorteios bem legais. Fique ligado! www.kaentrenos.net
Art Brazil Germany A Claudete Schröder mora na Alemanha, é artista plástica, professora de pintura em tela e artesanato (entre outros o biscuit/porcelana fria). Ela escreve no seu Blog Art Brazil Germany onde dá dicas escritas e em vídeo, mostrando o seu trabalho encantador. Quem quiser fazer pedidos, ela atende toda a Europa. Contato: +49 174 7113901 E-mail: claudeteschroeder@hotmail.com clau-madeinbrazil.blogspot.de
Uma Brasileira em Chicago A jornalista brasileira Tatiana Cesso mora em Chicago desde 2010, cidade para qual se mudou por amor. No seu blog a.cesso chicago ela publica dicas (especiais) da cidade, sobre cultura, turismo e compras, entre outras. Imperdível para os rapazes são as dicas como "Chicago para macho: guia do esportista". acessochicago.com Quem se interessar pelo trabalho de jornalista de Tatiana no Brasil, pode acessar seu portfolio interessantíssimo no site: tatianacesso.wordpress.com
London & Kids "O primeiro guia e blog com conteúdo exclusivo sobre Londres com crianças, escrito em português, por uma mãe brasileira que mora na cidade." Carol é mãe, gaúcha, adora viajar com ou sem filhos, mora em Londres há mais de seis anos e escreve no seu blog: www.guialondonandkids.com
O diário de viagens na melhor idade Walter e Lucineide escrevem no seu blog de viagem Vá Conferir, que tem como principal objetivo mostrar e divulgar através de relatos, fatos, dicas e fotografias, os diversos lugares que visitaram. Assim, ajudam outros viajantes, principalmente os que estão na melhor idade (+60 anos). Confira aqui: vaconferir.com.br
Jacarta
com mala, cuia e baby
A brasileira e jornalista Maria Clara Machado fala sobre morar em um paĂs tĂŁo diferente do Brasil
Fotos: Arquivo pessoal | Entrevista: Claudia Bömmels
Maria Clara, como e quando você foi morar em Jacarta? Em setembro de 2010. Três meses depois do nascimento do meu filho, João, em Brasília, partimos rumo a Jacarta, capital da Indonésia, onde ficamos por dois anos. Meu marido trabalha no Ministério das Relações Exteriores e, na época, foi removido para lá.
Como foi viver com um bebê em um país tão diferente? Foi difícil, principalmente pela falta de pessoas da família por perto, com quem geralmente se conta para ajudar na criação de filhos pequenos. Especialmente quando se tem o primeiro filho e muitas dúvidas. Os amigos e o meu trabalho também me fizeram muita falta, mas tivemos a sorte de encontrar uma boa casa e boas pessoas para nos auxiliar.
Qual foi a maior dificuldade que você sentiu? A solidão. Felizmente, pela Internet, pude manter certo contato com amigos e família e conheci muitas mães expatriadas como eu, com quem venho trocando experiências à distância.
Culturalmente falando, o que mais te surpreendeu? Tantas coisas que não daria para escolher só uma. Mas o que mais me incomodou foi o machismo, mais evidente que na sociedade brasileira, onde tivemos alguns avanços significativos. Em Jacarta, as mulheres devem se cobrir, obedecer aos maridos, cuidar dos filhos e só trabalhar em caso de necessidade financeira.
O povo indonésio é conhecido por ser muito receptivo. Você fez amizades? Fiz poucas amizades, mas tenho saudade de todas. Algumas brasileiras, algumas estrangeiras, mas nenhuma indonésia. Acho que nossa forma de pensar é diferente a ponto de eu não ter conseguido um contato mais próximo com nenhum local. Porém, guardo um carinho pelo povo indonésio que nos recebeu muito bem. São pessoas muito receptivas.
Depois de dois anos vocês decidiram se mudar para Paris. Como foi ir embora e recomeçar novamente em um país diferente? Quisemos ir embora porque a distância entre Jacarta e Brasília é grande demais. Só de pensar em passar mais de 30 horas viajando com nosso filho, que não para quieto, já nos fazia desistir da viagem. Também queríamos tentar a vida em outros lugares onde eu pudesse voltar a estudar ou trabalhar.
"A distância entre Jacarta e Brasília é grande demais."
É sempre um desafio recomeçar. No início, tudo são flores, encantamento. Mas depois a ficha cai e você percebe que não está de férias, que tem que pagar contas, arrumar a casa, aprender a viver naquele lugar onde não se sabe como as coisas funcionam. É como ter que aprender à ler e à escrever depois dos 30, sem ninguém para ensinar e com filho para cuidar. Mas todo desafio traz recompensas. Acho que ainda vamos aproveitar bastante.
Quais suas dicas para quem quer conhecer a Indonésia? A Indonésia tem lugares lindos e bastante exóticos, do nosso ponto de vista latinoamericano, para se visitar. Há templos, plantações de arroz, vulcões e praias. Além disso, o povo é hospitaleiro e é muito barato viajar por alí. Viajando com crianças, indico ir à Bali e à Lombok, que são lugarares com boa infraestrutura. Para as famílias com filhos um pouco maiores, a partir dos sete anos, sugiro Gili Islands. São ilhas com praias lindas, com mar tranquilo ou mais agitado – depende do gosto – e ótimos pontos de mergulho. Dá para ver tartarugas e muitos peixes sem equipamento e sem precisar descer à grandes profundidades. Na minha opinião, o mais importante para quem tem filhos é que as crianças sejam bem-vindas e que possam se entreter durante a viagem. Como o povo indonésio adora crianças e os hoteis são cheios de atividades para todas as idades, a diversão é garantida.
Maria Clara Machado é brasileira, jornalista e mãe do João. Contou As "desaventuras" da família em Jacarta, na Indonésia, no blog meumeninotigre.blogspot.br. Atualmente mora em Paris e escreve no blog le-petit-bateau.blogspot.fr.
Respirar o mais puro ar de liberdade, retomando o contato com a natureza. caminhar em um mundo sem fronteiras, pisando em cima das dificuldades. encontrar aquela luz no fim do túnel... abraçando o sol acima da escuridão!
Texto & Foto: Michel Zylberberg www.rodandopelomundo.com
Texto & Ilustração : Tamine Maklouf ”Scheisse”, “Leck mich am Arsch”, “Arschloch”, “Analfrosch” (oi?). Você, entusiasta da cultura alemã e estudioso do idioma, já se perguntou por que os palavrões nessa língua são quase sempre de cunho escatológico? Sobre esse assunto, acabei de ler uma matéria genial (mesmo que tenha sido uma tradução, parabéns aos envolvidos. Não é fácil traduzir tantos palavrões para o português ainda mais para um veículo “sério” como é a Deutsche Welle!), compartilhada no Face pela minha amiga Emília Castro. Trata-se de uma entrevista com o filólogo alemão Hans-Martin Gauger, autor de uma grande pesquisa linguística sobre xingamentos na Europa. A empreitada deu origem a um livro: “Das Schmutzige und das Feuchte – Kleine Linguistik der vulgären Sprache” (O sujo e o úmido – Pequena linguística da linguagem vulgar). Por meio da comparação de como os insultos e xingamentos são usados em diferentes línguas e países, Gauger chegou a uma conclusão que alguns de nós já imaginávamos: enquanto praticamente o mundo todo xinga referindo-se a coisas sexuais, na Alemanha os xingamentos são todos escatológicos. Em outras palavras, as expressões são “inspiradas” em excrementos. Nos anais de sua pesquisa (sorry), Gauger descobriu que em todos os países europeus, incluindo Rússia e Turquia, as expressões de baixo calão são “sexualmente orientadas”. Ao analisar casos famosos, como a famosa cabeçada de Zidane na Copa de 1998 em reposta a uma ofensa do outro jogador “a piranha da sua irmã”, o linguista explica porque não faz sentido nenhum na Alemanha chamar alguém de filho da puta!
O fato da sua mãe ser uma puta ou a sua irmã ser uma piranha não é necessariamente uma coisa ruim. Ser puta ou piranha não define o caráter de uma mulher. É aí que temos mais uma vez, na humanidade, uma situação onde os alemães estão certos: os insultos germânicos teriam mais lógica do que os do resto do mundo. Porra, Alemanha! Existe uma lista dos 50 palavrões mais usados em alemão. Apesar de “Hurensohn” (filho da puta) constar, não sei se seria muito útil na hora de defender a honra da sua irmã, durante a final da Copa do Mundo. Acho que “Arschnase mit Analantrieb” (nariz de bunda com motor anal) seria mais coerente com as análises antropológicas propostas pelo linguista da matéria!
atravĂŠs das lentes de
braussieleiro Fotos: Paulo Cassou & Ana Paula Coser | Entrevista: Claudia Bömmels
O Braussieleiro TV online mostra a vida de brasileiros na Austrália, um dos destinos mais procurados por quem quer morar no exterior. As reportagens de Raphael Pires, iniciador e produtor do programa, são informativas, interessantes e sempre divertidas. O nome Braussieleiro vem da mistura das palavras "brasileiro" e "aussie", como os australianos são chamados, e o programa é apresentado em português com legendas em inglês. Em 2012, uma equipe de profissionais de televisão se engajou ao projeto e o Braussieleiro TV ganhou um formato mais profissional. Hoje o programa conta com quase 50 mil views no You Tube, quase 10 mil fãs na página do Facebook e é visto em mais de 90 paises. Raphael Pires nasceu e cresceu em Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro. O mundo da televisão fez parte da sua vida desde cedo, quando frequentava os bastidores de programas infantis, de auditório e novelas, junto com seu pai, Jose Francisco dos Santos, e sua mãe, Solange Pires. "A televisão sempre me encantou". Já durante o ensino médio, ele sonhava em trabalhar nas redações dos telejornais. "Meu sonho era um dia ser repórter de TV". Raphael cursou faculdade de Jornalismo e começou sua carreira na TV Gama, televisão da própria faculdade. No segundo ano, começou a estagiar em grandes jornais, dentro da emissora SBT. Depois de formado, na cidade do Rio de Janeiro, ele atuou como produtor e apurador dos telejornais locais e nacionais do SBT. Em 2007, Raphael morou por dez meses nos Estados Unidos, onde estudou inglês e trabalhou como repórter . O jornalista sempre gostou de novos desafios e, em outubro de 2009, decidiu morar em Sydney na Austrália, onde ainda reside. Atualmente, Raphael produz o seu programa Braussieleiro TV, exibido a cada duas semanas pela internet, onde mostra aos brasileiros mundo afora um pouco da história e curiosidades da Austrália, um país que o abraçou e que o encanta diariamente.
"A ideia de criar um programa online surgiu quando eu decidi trocar os Estados Unidos pela Austrália. Um programa mostrando e informando outros brasileiros sobre a Austrália. A maior dificuldade é fazer o Braussieleiro acontecer. Os custos são bem altos e, por isso, estamos sempre à procura de patrocínio.
No início do Braussieleiro TV, Raphael editava, produzia, apresentava, filmava e fazia um pouco de tudo. Hoje, o programa conta uma equipe de profissionais: Ciro Guimarães,e Jess Woods que são os produtores executivos, Ana Paula Coser é produtora, Marina Florencio trabalha como editora, Ivo Nogueira é cinegrafista e editor, Alessandro Lorenz é o diretor de arte, Ingrid Folha é estagiária e Raphael que trabalha como diretor geral e apresentador.
Raphael recomenda a Austrália para quem quer fazer intercâmbio e também para aqueles que querem fazer a imigração definitiva. „A Austrália é um país novo, com muitas oportunidades e os australianos adoram os brasileiros. A qualidade de vida é incrível e as paisagens são impressionantes. Com certeza, eu recomendo! Mas cuidado: aqui na Austrália, você não pode beber na rua ou nas praias. Jogar lixo na rua então, nem pensar. Comer em transporte publico é proibido e cumprir as leis é ponto crucial. A tolerância para quem não cumpre é zero.“
Planos para 2013 „Nós pretendemos estrear outros programas de TV online esse ano, que seriam quadros do Braussieleiro TV. Infelizmente ainda não posso adiantar detalhes. Estamos procurando canais de TV aberto ou a cabo no Brasil para exibir o nosso conteúdo. E quem sabe um canal de TV aqui na Austrália também. „
O Braussieleiro TV online está sempre à procura de patrocínio! Interessados podem entrar em contato diretamente com o Raphael Pires através do Email: raphael@braussieleiro.com
braussieleiro.com youtube.com/braussieleiro facebook.com/braussieleiro
Texto & Fotos: Erica Palmeira | homesweetener.com
E
u sou apaixonada por plantas pois elas enchem a casa de vida. A ideia este ano é aumentar o verde-que-te-quero-verde, não só para deixar a casa mais aconchegante, mas também pra dar aquela purificada básica no ar. Tem muita gente que é super ocupada e apesar de querer muito ter plantas em casa, acaba matando as pobrezinhas de sede. Fato é que apesar de não dar tanto trabalho, é preciso pelo menos lembrar de hidratar as plantas e às vezes leva um certo tempo até nos acostumarmos à rotina. Então, que tal se você tiver na sua casa mini-jardins lindinhos, cheios de vida e que você só precise regar a cada duas semanas? Se você gostou da ideia, então você nasceu para ter um terrarium ou vários! Finalmente tive tempo para me aventurar na empreitada de fazer meu primeiro terrarium e quero mostrar aqui para vocês. Existem mil tutoriais por aí, sendo que uns dizem que é melhor assim, outros assado. Então além de ler e assistir diversos passo a passos, também fui atrás dos porquês e aqui está o jeito „homesweetener“ de fazer um terrarium para chamar de seu. Vamos ver?
O que você vai precisar: ● Pedrinhas; ● Solo para jardim; ● Carvão ativado; ● A plantinha eleita; ● Recipiente de vidro; ● Tesoura para aparar os galhos; ● Luvas.
Como fazer: Para começar, você deve escolher um recipiente de vidro com uma abertura grande o suficiente que caiba sua mão. É muito importante que ele esteja completamente limpo e seco.
A primeira camada com cerca de dois centímetros você faz com pedrinhas para aquário ou próprias para jardim. Essa é a camada de drenagem, que vai abrigar a água das eventuais regadas e permitir que a terra do seu terrarium permaneça úmida por mais tempo, sem ficar encharcada, e, portanto, sem mofar as raízes. Para a segunda camada você vai precisar do carvão ativado (entre 0.5 à 1 cm), que é quem vai purificar o ambiente, absorvendo componentes orgânicos, evitando o mau cheiro e a proliferação de fungos. O ideal é que o carvão esteja triturado para que a camada possa ficar bem fina, mas como vocês podem observar na foto, o meu está cortado em pedaços pequenos. Também funciona. Agora vem a parte importante: preparar a terra para o terrarium. Após ler vários tutoriais, descobri que a longevidade de um terrarium depende de um solo bem feito. Você vai misturar a terra com uma porção do carvão de forma que você consiga enxergar os grãos do carvão. Feito isso, você vai umedecendo a mistura até que a terra comece a grudar nas suas mãos, mas pare antes da terra ficar encharcada. Agora é hora de colocar a camada de terra (em torno de 4 cm) sobre o carvão. Coloque as plantas escolhidas (eu escolhi uma mini-samambaia, que segundo minhas pesquisas, são da categoria “dura de matar”) no terrarium e pressione a terra até ficar bem firme. Agora é só enfeitar com pedras, musgo, e objetos de sua preferência. Importante! Ao escolher as plantas para o seu terrarium, é fundamental que todas exijam os mesmos tipos de cuidados, já que elas vão dividir o mesmo “conjugado”. É bom que elas não tenham gostos conflitantes. A manutenção é super fácil: você molha as plantas um pouco a cada semana ou duas se for um terrarium aberto e uma vez por mês se for um fechado. Você deve umedecer toda a superfície (pode até usar um borrifador). Se acontecer da terra ficar muito seca, quando você for molhar, a água vai passar direto para o fundo e não vai umedecer a parte que interessa. A solução é ir virando/girando o terrarium para que a água seja absorvida pela terra.
Ufa, acho que é isso. Se você teve paciência de ler tudinho, parabéns! Você está pronto para ter um terrarium para chamar de seu! Erica é carioca da gema, mas escolheu Melbourne, Austrália, para chamar de casa. É esposa, mãe, arquiteta e blogueira. Conta histórias da vida no thejumpofthekangaroo.com e dá dicas sobre home décor no estilo “faça você mesmo” no homesweetener.com.
Fotos: Divulgação | Texto: Daniela Correa | Edição: Claudia Bömmels
O site Donas de Casa Anônimas traz dicas principalmente de culinária, organização, decoração, de uma forma simples, partindo de donas de casa para donas de casa. O blog foi idealizado por Daniela Correa, uma brasileira que mora em Milão, é formada em psicologia e se descreve como "dona de casa por circunstâncias da vida"”. Daniela, juntamente com Renata Marques e Renata Palombo, é quem administra o conteúdo do blog, contando também com a participação de convidadas que compartilham suas reflexões, desejos e frustrações como mulheres e donas de casa mundo afora. A seguir, Daniela Correa fala sobre os desafios de ser mãe, dona de casa e empresária e sobre a receita de sucesso do site Donas de Casa Anônimas.
Logo após a minha formatura em Psicologia, viemos para Itália fazer a cidadania do meu marido. Depois de um ano, quando a cidadania finalmente saiu, percebemos que a nossa vida era aqui e recomeçamos tudo do zero. Desde que cheguei em terras estrangeiras, tinha vontade de criar um empreendimento. Como acabei me envolvendo muito com a Internet, redes sociais e blogs, fazer um site e transformá-lo em trabalho foi só uma consequência. Eu já tive outros blogs, mas nunca conseguia passar de um determinado número de acessos – o que é muito importante, se você deseja ganhar dinheiro com isso. Inicialmente o Donas de Casa Anônimas não foi criado com objetivos financeiros, mas percebemos um rápido crescimento e vimos alí uma oportunidade, não só de desabafo sobre a vida do lar, mas de trabalho. A ideia de fazer um site com o nome Donas de Casa Anônimas surgiu principalmente da necessidade de falar da nossa angústia com as tantas atividades da casa. Queríamos falar, desabafar e ouvir outras mulheres. Ao procurar um nome para o site, desejávamos enfatizar um trabalho que não é valorizado, por isso anônimas. São mulheres que exercem uma atividade no anonimato e que os demais membros da família só percebem quando essa atividade não é realizada. O objetivo do Donas de Casa Anônimas é agregar essas donas de casa que, na maioria, são mulheres jovens, mães, que acessam a internet e procuram ajuda. Um grande desafio é a manutenção do site e da a relização da nossa meta: fazer publicações diárias de segunda à sexta. Atualmente, participam eu (Itália) e a Renata Marques (Portugal), trabalhando com a organização dos posts, agendamento, edição. A Renata Palombo, que é o nosso braço direito no Brasil, participa de feiras relacionadas ao tema, faz entrevistas e pesquisas de mercado. Todas nós escrevemos posts e convidamos pessoas de fora. Conciliar casa, filhos, marido e blog é o maior desafio, mas sempre procuro colocar prioridades. Meu filho vai para a escolinha durante a manhã, então aproveito para realizar tanto as atividades da casa quanto as do blog. Há dias em que fico envolvida a manhã inteira com a casa. Em outros dias faço uma geral e depois trabalho no blog. Na parte da tarde, fico envolvida com o filho e a noite temos nosso momento em família. A noite, volta e meia sigo com as atividades do blog no computador. Eu percebo que existe um grande número de donas de casa que deseja ajudar com um extra nas finanças da casa. Muitas acabam transformando um hobby em algo rentável. Outras fazem do seu blog um negócio. Existem mil e uma dicas para mulheres que gostariam de fazer um blog como um meio remunerável. Hoje escrevo aqui três importantes: Se você começar só por causa do dinheiro, desista. Não é fácil, exige muita dedicação e persistência. Mesmo assim se você desejar fazer um blog, escolha um tema que você domine, ou, no mínimo, que você goste de falar a respeito. E, principalmente, AME o que você esta fazendo!
Viajar não tem idade! Por Flavia Mariano
Minha avó tem 82 anos de idade e nunca na vida pensou que poderia viajar o mundo. Com sete filhos para criar, uma família pobre e um marido doente, os dias eram divididos entre o trabalho em casas de família e a volta para casa para cuidar da própria família. Já com 79 anos, minha avó conseguiu acumular duas aposentadorias e vivia bem na sua casa com quintal. Mas eu comecei a perceber que, mesmo cheia de vida, ela estava começando a ficar desanimada, como se a sua vida já estivesse atingido o seu patamar máximo. Muito agarrada a ela, fiquei pensando no que eu poderia fazer para que ela visse que ainda poderia fazer muito por sua vida e de outras pessoas. Cuidar de netos não era bem o que eu tinha em mente. Eu estava pensando nela e não em servir de babá. Dançar, ela também não era muito fã. Entrar em grupo de terceira idade não era bem o seu estilo. Voltar a estudar, seria muito esforço já que não completou nem o primeiro grau. Foi quando pensei: um cruzeiro! Combinei com a minha mãe e demos um cruzeiro para ela de presente. Eu, minha avó, minha tia e meu afilhado embarcamos na aventura. O roteiro foi: Rio – Santos – Porto Belo – Ilha Grande – Rio. Fiquei morrendo de medo dela não gostar, de não aceitar viajar, de enjoar demais, mas ela foi com muito bom humor. Porém, eu só tive a certeza de que estava fazendo a coisa certa quando o navio estava saindo do Rio. Minha avó olhou para a ponte Rio-Niterói e disse com o olhar perdido:
"Agora veja, eu vinha trabalhar na casa da minha patroa e nunca na vida pensei que eu veria esta ponte pronta. Agora eu estou aqui, dentro desta cabine de navio, tão lindo, fazendo um passeio. Quando na vida eu teria este sonho ousado… " Fiquei tão feliz e emocionada de ver a minha avó daquele jeito que decidi fazer mais. Em seis meses, minha mãe viajaria para a Amsterdam para visitar o namorado holandês. Combinamos tudo: minha avó iria para a Holanda! Sua primeira viagem internacional com 80 anos de idade. Achamos que ela não toparia, mas ela foi. Durante oito dias ela ficou encantada com as belezas das flores em Amsterdam. Mas o maior desafio seria a volta já que a minha mãe ficaria por lá por mais umas semanas. Minha avó, que mal escreve e lê em português, tinha que voltar sozinha. Minha mãe fez papéis com desenhos para ela se comunicar e pediu ajuda para a empresa aérea. Resultado: Nós passamos as 14 horas mais tensas de nossas vidas. A minha avó não sabe nem usar um celular. Mas ela chegou sã, salva e feliz. No ano seguinte, resolvemos ir para a Disney e convidei a minha avó. Ela topou na hora. Aos 81 anos, Disney e Nova York eram o novo destino. Passamos 15 dias nos Estados Unidos e ela aguentou firme, deixando as outras 15 pessoas do grupo sem entender como uma senhora de 81 anos podia andar por 12, 13 horas seguidas e ainda ir a quase todos os brinquedos rindo, feliz. De lá para cá são pequenas viagens, mas já teve mais um cruzeiro para Salvador. Minha avó me ensinou tanta coisa, me deu tantos cuidados, que eu sempre pensava em como eu poderia retribuir. Eu queria vê-la sorrir como me fez sorrir tantas vezes na vida.
E este foi o melhor que puder fazer: ajudá-la a enxergar que a vida ainda tem muito a oferecer e que nunca é tarde para começar a viajar, nunca. A gente pensa muito na família no momento de dificuldade, mas eu sempre penso em como posso levar para eles, a cada dia, um pouquinho mais de felicidade. Com a minha avó eu aprendi que não tem idade para viajar, não mesmo. Ah! E é ela que paga as próprias viagens. Ela decidiu que viajar é prioridade e que os netos e filhos terão a vida inteira para construírem seu futuro. O dinheiro dela, agora, é para ela ser feliz, mais feliz.
Flavia Mariano é jornalista e escritora. Nasceu no Rio de janeiro, já visitou 37 países e publicou 3 livros, um deles, Equilíbrio – a vida não faz acordos, está entre os mais baixados da Amazon Brasil. Apaixonada pelo universo feminino, trabalha como editora dos blogs Viagem para Mulheres e Depois dos 25 – Dilemas Femininos. www.viagemparamulheres.com www.depoisdos25.com
Vestido Asandri
Moda Através das lentes de Maricélia Wiesböck
Vestido de jornal de
Ensaio fotográfico feito por Maricélia Wiesböck, uma fotógrafa brasileira, que nasceu na Bahia e cresceu em São Paulo. Hoje ela trabalha e mora com a família na Alemanha. Maricélia escreve no seu blog www.the-look.org/blog.
www.maricelia.com
A Bossa traz para a moda o argumento da ética social. Nascida do desejo de três jovens cariocas de criar acessórios com consciência social e ambiental, com estilo e qualidade, a marca reflete uma personalidade responsável, mas sem radicalismos.
www.ateliebossa.com.br
Fotografando com um telefone celular Os telefones celulares tornaram-se os novos canivetes suiços, sendo hoje mutifuncionais: jogar, fotografar, filmar, escrever mensagens, ouvir música, achar o caminho, assitir a vídeos e telefonar são algumas das funções básicas do aparelho nos dias de hoje. As câmeras nos smartphones estão cada vez mais sofisticadas e o resultado é impressionte.
Cartão-Postal de Brugge na Bélgica | Foto feita por Kellen Venske
O desperdício de alimentos no Brasil Você sabia que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de alimentos? Segundo o site www.bancodealimentos.org.br e os dados da Embrapa (2006), cerca de 6,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano tem o lixo como destino.
tainá guedes
Fala sobre o desperdício de alimentos, como cozinhar com pão velho e sobre seu novo livro „Cozinhando com pão“
Texto & Ilustrações: Tainá Guedes | Edição: Claudia Bömmels | Fotos: Naoko Yasukochi & Claudia Bömmels
Tainá Guedes nasceu em 1978, em São Paulo, e é chefe de cozinha internacional, graduada pelo Senac. Ela vive na Europa desde 2006 e mora atualmente com a família em Berlim. Para Tainá, a comida não é apenas algo que colocamos em nossas bocas, mas algo que também deve nutrir a alma. Um encontro casual com o dono de uma fábrica de pães, mudou seu jeito de cozinhar para sempre. A seguir ela fala sobre as suas receitas e o seu recém-lançado livro (atualmente disponível somente em alemão) Kochen mit Brot – "Cozinhando com pão".
C
omecei a desenvolver receitas com pão velho após conhecer Joachim Weckmann, dono da fábrica de pães "Backerei Märkisches Landbrot" em Berlim, na Alemanha. Posso dizer que conhecer Joachim causou um grande impacto na minha vida e no meu jeito de cozinhar. Em setembro de 2011, eu participei de um evento chamado "Teller statt Tonne" – "Prato ao invés de lixeiro". Esse evento foi organizado pela "Slow Food", uma das maiores organizações gastronômicas do mundo contra o "Fast Food" e a favor de alimentos orgânicos e regionais. Joachim doou os pães para a ação da "Slow Food" e assim nos conhecemos. Me chamou a atenção que Joachim não aceitou o guardanapo que lhe ofereci, pois não havia sido produzido com consciência ética, social e sustentável. Palavras de mestre. Ele disse então, que apesar do guardanapo, gostava do meu trabalho e me deu seu cartão para que nós pudéssemos, no futuro, desenvolver algo juntos. Desde então, comecei a refletir muito a respeito do pão, seu valor e símbolo na nossa sociedade. O pão está relacionado a um dos maiores problemas na nossa cadeia alimentar, sendo o desperdício o resultado final.
" " Me senti e me sinto muito motivada a experimentar e desenvolver receitas que possam eventualmente inspirar pessoas a utilizarem os "restos" de alimentos. Eu também participei de um outro projeto, que foi realizado com a artista e ativista verde de Nova York, Lynn Peemoeller, que visava chamar atenção para a questão do desperdício na cidade. Coletamos nozes e frutas pela cidade, cozinhamos e as servimos no evento. Nesta ocasião eu apresentava também o "Share Your Food" - um evento gastronômico onde cozinho e convido as pessoas a compartilharem algo que elas acreditem que possa contribuir para melhorar o nosso mundo. Pinturas, desenhos, fotos e textos são impressos em uma revista, com o objetivo de divulgar melhor esses pensamentos e trabalhos. Minha cozinha é a combinação das experiências que tenho feito mundo afora, fortemente influenciada pela culinária japonesa. Da mesma forma como um poema, uma obra de arte, um pensamento ou a própria natureza podem influenciar alguém, eu também tento, ao cozinhar, influenciar positivamente as nossas vidas, assim contribuindo de alguma forma para o nosso desenvolvimento. Na minha opinião, essa é uma das missões de um bom chef de cozinha. Em 2006, pouco depois de me mudar para a Europa, eu comecei a estudar Shojin Ryori, culinária budista, japonesa e vegetariana. Em 2007, fui convidada por um Chef Shojin para ir ao Japão. Lá vivenciei o espírito amigável e devoto que constitui a essência da cultura japonesa. Essa experiência fez com que eu me reaproximasse de mim mesma e ajudou-me a concentrar-me na cozinha. Desde aquela época, eu exploro incessantemente os alimentos vegetarianos e, simultaneamente, desenvolvo o meu próprio estilo de cozinhar. Minha intenção é obter o melhor de mim mesma e da natureza, oferecendo para os meus convidados e amigos o melhor de ambos.
O que é importante pra mim Seguir o princípio japonês “Mottainai", que significa reciclar coisas, reutilizar materiais a fim de evitar o desperdício de alimentos.
Consumir produtos com qualidade organica
m e v e d ões ç i e f o e r m o s c a , l s Toda ura saudáve iva l d r o o e g d r conte mplo o óleo por exe
Consumir cereais, de preferência, conforme as recomendações da Biodinâmica: ● ● ● ● ● ● ●
Segunda-feira: Arroz Terça-feira: Cevada Quarta-feira: Millet Quinta-feira: Ry Sexta-feira: Aveia Sábado: Milho Domingo: Trigo
Comer grãos integrais
Evitar o açúcar branco e substituí-lo por mel e frutas secas Comer uma variedade de frutas da estação e legumes da região
Os projetos de Tainá Guedes: Share your food: shareyourfood.wordpress.com Kochen und Quatschen: kochenundquatschen.wordpress.com
O livro „Kochen mit Brot“ custa 14,99 € e está atualmente disponível em alemão. Para comprar entre em contato diretamente com Tainá através do Email: tainaguedes@gmail.com
Receita Korokke como aperitivo e molho Tonkatsu by Tainá Guedes
Ingredientes 6 batatas grandes 1 cebola picada 1 cenoura cortada em quadradinhos 1/2 copo de milho 4 fatias de queijo gouda, cortado em cubos Farinha de trigo para empanar 2 ovos 20 fatias de pão de forma, óleo para fritar
„No Japão existem muitas variações de Korokke, assim como muitas formas de se servir. Ótimos acompanhamentos são: arroz japonês, salada de repolho e o misoshiro - sopa de pasta de soja.“ Fotos: Claudia Bömmels
Molho tonkatsu Ingredientes 1 copo de ketchup para crianças (sem açúcar) 5 colheres de sopa de shoyu (molho de soja) 1/2 maçã ralada 1 colher de sopa suco de limão 1 colher de chá de mostarda em pó Preparo do molho Tonkatsu Misture todos os ingredientes. A textura deste molho deve ser espessa, porém líquida. Os sabores do shoyu e de outros ingredientes variam muito. Mas o aroma do molho deve ser doce, azedo, salgado e amargo, em equilíbrio.
Tainá Guedes
Korokke é nome de um preparo de origem francesa, o croquette. Foi introduzido no começo do século 19 no Japão, onde tornou-se, em forma adaptada, um item famoso na culinária japonesa. Panko (pan = pão, ko = pequenos pedaços) é uma espécie de farinha de pão velho, de cor e texturas características, usada para empanar.
Preparo do Panko 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Pré-aquecer o forno a 200ºC; Cortar os pães em três pedaços; Passar as fatias de pão em um triturador; Colocar as migalhas em uma assadeira e colocar no forno; Mexer sempre e não deixar dourar, somente secar; Remover da assadeira e deixar esfriar.
Preparo Korokke 1. Descascar e cortar as batatas. Cozinhar até que elas estejam macias. Escorrer e amassar, deixando alguns pedaços por inteiro; 2. Fritar longamente a cebola e a cenoura em óleo até que eles fiquem dourados; 3. Misturar as batatas, queijo e cebola/ cenoura; 4. Preparar os bolinhos em formato redondo com mais ou menos com três centímetros de altura; 5. Bater os ovos em uma tigela. Colocar a farinha de trigo em um prato raso e o Panko em outro. Passar os bolinhos primeiramente na farinha de trigo, depois nos ovos e depois no Panko; 6. Fritar em óleo quente, colocar em papel de cozinha para absorver o óleo e servir com o molho tonkatsu.
Porto da Barra
by Stela Alves
Oi! Eu sou a Gê Eggmann e aqui você vai encontrar as minhas receitas preferidas para fazer com as crianças.
RECEITA DE BOLO DE PERA INGREDIENTES: 5 peras 130g de açúcar 150 g de manteiga ou margarina 220g de farinha de trigo 4 ovos 1 colher de chá de fermento
MODO DE FAZER Ligue o forno na temperatura de 180 graus; Unte a forma com manteiga e depois passe a farinha de trigo; Coloque numa tigela as gemas, o açúcar e a manteiga e bata até formar um creme homogêneo e reserve; Bata as claras em neve; Descasque as peras. Corte quatro peras em pedaços pequenos e a outra em fatias; Junte ao creme de gemas, a farinha de trigo e o fermento e misture bem; Acrescente as claras em neve lentamente e por último os pedaços de pera; Coloque a massa na forma com uma colher e por último enfeite com as fatías de pera; Leve ao forno por cerca de 40 minutos; Retire do forno, deixe esfriar por alguns minutos e retire o bolo cuidadosamente da forma.
BOM APETITE! Observação: a massa parece muito seca, como se faltasse líquido, mas é normal. Você pode também substituir a pera por maçã. Fotos: Thomas Eggmann
Tudo começou com o nascimento de duas crianças com a mesma alma, no mesmo ano, mas não na mesma estação. Diferença que nos deu acabamentos sutis que, junto com 25 anos de distância, traçam estas linhas que se encontram e esboçam um lindo verso composto pelo amor. Amor, palavra que sequer define a situação singular de nossos sentimentos e essa história que teremos em comum para sempre. Uma história que merece ser contada, se não nos mínimos detalhes, em um grande resumo destes três anos que estamos juntos e agora relembramos com vocês. Nos conhecemos na grande rede e somos fruto de uma nova geração de românticos, de uma nova onda onde o conhecimento e o relacionamento se amplificam, se materializam de forma subjetiva. Incipiente humanidade, não contava com isso que se criou da matéria, se estendeu para os sentidos e se espalhou por nosso ser, passando então a ser nossa própria identidade. A certeza de que há um farol, um porto seguro, para nossa alma, nos tornava confiantes para caminhar no escuro, com o tato vacilante. Essa confiança nos foi passada pelas telas de computadores, que cantarolavam nossas canções prediletas e iluminavam nossos sorrisos nas madrugadas, estimulados por sonhos compartilhados, inspirados pelo vislumbre de um mundo melhor. Durante cinco anos cultivamos a melhor das amizades pela internet, planejando nosso encontro, para que fosse perfeito nos mínimos detalhes, e realmente foi. Assim, inconscientemente, nossa longa viagem pelo mundo estava sendo planejada online, no desenrolar de uma amizade, e que não tardaria a começar. Porém, ainda nos faltava o derradeiro encontro, e depois de seis anos online, eis que finalmente surge a grande chance. No dia 12 de fevereiro de 2010, às 6:30 da manhã nos encontramos em uma das tantas rodoviárias que passaríamos depois. Nos encontramos no início do carnaval e fomos à praia para nos divertir e nos conhecer. Fomos com amigos, que descobrimos mais tarde termos em comum, e vivemos um romance avassalador durante um mês cheio de surpresas, coincidências e muito, muito amor. Neste espaço de tempo, conhecemos nossas respectivas famílias, noivamos, fizemos planos e nos separamos. Entre dúvidas cruéis e separados pela distância de um oceano, pois eu vivia na Irlanda há três anos e Emi no Rio Grande do Sul, ainda estávamos divididos por nossos compromissos que haviam sido adiados. De volta à rotina de computadores, tentamos manter os laços, permanecendo quase que 24 horas online: A vontade de correr para os braços um do outro era quase que insuportável quando decidimos, por fim, ficarmos juntos. E assim aconteceu em 25 de junho do mesmo ano de 2010.
Eu voei da Irlanda para o Brasil, e ficamos por uns meses na casa dos pais do Emi, no Rio Grande do Sul. Logo nos mudamos para Porto Alegre, permanecendo lá por três meses. Depois de nos casarmos, voltamos para a casa dos pais do Emi, para prepararmos um destino, diríamos assim, um pouco mais inóspito. Depois de uma deliciosa escala de dois dias em Madrid, voamos para ilha de Malta, um paraíso mediterrâneo que foi nossa casa por mais ou menos seis meses e, praticamente, resultado de uma escolha aleatória. Uma primavera e um verão refrescantes caíram muito bem, para em seguida encararmos nossa próxima mudança: a República da Irlanda. Lá passamos um longo inverno de quase um ano a nos divertir entre pubs e restaurantes, trabalho e chuva miúda. Na Irlanda encontramos nossa querida cadelinha Coco. Neste mesmo período, Emi se inscreveu para um Phd em Portugal e aqui estamos agora, a escrever e planejar nosso próximo destino. Desejando ser ele o mais longo, uma eterna viagem. Se nos perguntassem porque tanta volúpia e inquietação, noivado em um mês, casamento no seguinte e viagens de estacão em estação, diríamos que fomos feito um para o outro e que fomos feitos para a estrada. Assim como na vida, muito mais importa o caminhar do que o chegar!
é nômade, mutável, imprevisível, de natureza alegre e inusitada, adora rir e abobrinhar dignamente. Gosta das letras tocadas em poucos instrumentos, da voz e da melodia. Se recusa a viver de forma delimitada, superficial, com assuntos mal resolvidos e só de teoria. Bióloga e especialista em back stage, já trabalhou desde cozinhas de restaurantes movimentados até shows internacionais, como AC/DC e Amy Winehouse. Hoje dedica-se a fotografia e ao design gráfico, amanhã à marcenaria, desenho ou agricultura. é um hippie/punk/zen/materialista, biólogo, filósofo, escritor e compositor, também rural dentro de uma visão cosmopolita. Escreveu o livro “A Evolução do Pensamento Frente a Percepção da Natureza” (2013), dentre algumas poesias, artigos científicos e contos publicados em revistas e jornais impressos e digitais. Um amante do Rock N’ Roll e da música brasileira que tenta reproduzir em suas canções. são gaúchos, nascidos em 1985 e hoje vivem em Coimbra, unidos pelo amor e por sua cadelinha Coco, sempre planejando o próximo movimento, a próxima conquista.
A revista e o site
Brasileiros Mundo afora são feitos para você. A sua história também pode ser contada por nós. Compartilhe! Estamos aguardando.
www.brasileiros-mundo-afora.com
A revista online Brasileiros mundo afora, de Claudia Bömmels, é uma publicação gratutita e digital, em formato PDF e está sob a Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivados 3.0 que estabelece o regulamento a seguir: Você tem a liberdade de compartilhar, copiar, distribuir e transmitir a obra, sob as seguintes condições: Atribuição — Você deve creditar a obra da forma especificada pelo autor ou licenciante, mas não de maneira que sugira que estes concedem qualquer aval a você ou ao seu uso da obra; Uso não comercial — Você não pode usar esta obra para fins comerciais; Vedada a criação de obras derivadas — Você não pode alterar, transformar ou criar em cima desta obra; Ficando claro que: Renúncia — Qualquer das condições acima pode ser renunciada se você obtiver permissão do titular dos direitos autorais. Domínio Público — Onde a obra ou qualquer um de seus elementos estiver em domínio público sob o direito aplicável, esta condição não é, de maneira alguma, afetada pela licença. Outros Direitos — Os seguintes direitos não são, de maneira alguma, afetados pela licença: ● Limitações e exceções aos direitos autorais ou quaisquer usos livres aplicáveis; ● Os direitos morais do autor; ● Direitos que outras pessoas podem ter sobre a obra ou sobre a utilização da obra, tais como direitos de imagem ou privacidade. Aviso — Para qualquer reutilização ou distribuição, você deve deixar claro a terceiros os termos da licença a que se encontra submetida esta obra. A melhor maneira de fazer isso é com um link para esta página: www.brasileiros-mundo-afora.com.