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da Meia-Noite

Mateus 25.6

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FEVEREIRO DE 2007 • Ano 38 • Nº 2 • R$ 3,50



Chamada da Meia-Noite Publicação mensal Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

Índice Prezados Amigos

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O Futuro da Babilônia

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Preços (em R$): Assinatura anual ................................... 31,50 - semestral ............................ 19,00 Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00

Tipologia Bíblica

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Débora, Uma Mãe em Israel

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Do Nosso Campo Visual

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Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, italiano, holandês, francês, coreano, húngaro e cingalês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6).

• Cada vez mais provável: outra guerra no Oriente Médio - 16

A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é uma missão sem fins lucrativos, com o objetivo de anunciar a Bíblia inteira como infalível e eterna Palavra de Deus escrita, inspirada pelo Espírito Santo, sendo o guia seguro para a fé e conduta do cristão. A finalidade da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é: 1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares; 2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo; 3. preparar cristãos para Sua segunda vinda; 4. manter a fé e advertir a respeito de falsas doutrinas

Carta aos jovens

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Aconselhamento Bíblico

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Todas as atividades da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” são mantidas através de ofertas voluntárias dos que desejam ter parte neste ministério.

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• O que é justiça?


Cristãos jovens costumam enfatizar que aceitaram ao Senhor Jesus, que acharam a Cristo ou que chegaram ao Senhor. Isso é bem normal e está de acordo com sua experiência pessoal e subjetiva. Pela Bíblia aprendemos, entretanto, que a Salvação é obra exclusiva de Deus. O jovem rico (líder da sinagoga ou membro do Sinédrio) veio a Jesus de livre e espontânea vontade. Ele representava o melhor que o judaísmo tinha a oferecer e esperava a confirmação do Rabi. Ele podia dizer de si mesmo o que Saulo de Tarso afirmou: “quanto à justiça que há na lei, [sou] irrepreensível” (Fp 3.6). Os discípulos ficaram observando atentamente o desenrolar desse encontro tão especial entre Jesus e o jovem rico. Ficaram tão horrorizados com o desfecho que, profundamente abalados, depois do jovem ter-se retirado, questionaram a Jesus: “Sendo assim, quem pode ser salvo?” (Mt 19.25). “Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens...” (Mt 19.26). O Senhor Jesus não apenas confirmou, mas até reforçou seus temores. Impossível! Também nós hoje fazemos bem se deixarmos toda a extensão dessa resposta de Jesus calar profundamente em nosso interior. Vemos um abismo intransponível se abrindo, um abismo que separa, sem exceções, todas as religiões de um lado e o Evangelho de Deus de outro, uma vez que todas as ideologias exigem que se faça algo, cobram realizações da parte do homem, mas essa escada do esforço humano jamais alcança o céu. Aquele jovem rico tinha um currículo exemplar e uma vida nota dez segundo os padrões judaicos. Mesmo assim, Jesus disse que era “impossível” ele entrar no céu nessas condições. Por quê? O mesmo fariseu Paulo que se autodeclarara justo segundo a Lei respondeu essa questão citando um Salmo (14.1-3): “Não há justo, nem um sequer” (Rm 3.10). Aos olhos humanos, muitos podem parecer alcançar o ideal, podem ser celebrados por fundarem religiões ou por sua filantropia, mas aos olhos do Deus Santo toda a sua justiça não passa de trapos imundos (veja Is 64.6). Somente pelo Filho se chega ao Pai. Por isso, a resposta completa de Jesus não ficou no “impossível”, continuando: “...mas para Deus tudo é possível” (Mt 19.26). Nossos corações deveriam ser tocados de uma maneira completamente nova por essa profunda verdade, levando-nos à adoração, pois Deus torna tudo possível! Especialmente no Evangelho de João

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encontramos referência à misteriosa cooperação entre Deus Pai e Deus Filho em favor de nossa salvação. Jesus diz em João 6.44: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer...” (veja o versículo 37). Portanto, não sobra louvor para nós mesmos. Do que poderíamos nos gloriar? O apóstolo reconheceu em relação ao seu passado religioso: “o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo” (Fp 3.7). Só existem duas alternativas: religião ou salvação? Merecimento ou presente? Obras ou fé? Lei ou graça? Deus, o Pai, deu Seu Filho por mim e por você para que sejamos algo para o louvor da Sua glória. Antigamente, era costume um pai dirigirse a uma oficina levando seu filho e entregá-lo ao mestre, dizendo: “Faça dele um bom profissional”. O jovem ainda não possuía qualquer experiência no trabalho, mas com o passar do tempo, sob as orientações do seu mestre, ele ia se tornando um profissional competente. De forma semelhante nós também nos encontramos na escola do Mestre divino, aprendendo o que significa estar “em Cristo”. Isso nos descortina a possibilidade de viver uma vida completamente nova, deixando de ser apenas um velho homem reformado ou remendado. Somos nova criatura, que não vive sua própria religiosidade, mas a nova vida que só Deus pode dar. Em nossa época vemos imitações baratas tão semelhantes ao original precioso que quase não conseguimos distinguir um do outro. Os homens dos tempos finais serão esse tipo de falsificação, pois deles está escrito: “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2 Tm 3.5). Espero que nosso cristianismo suporte o controle de qualidade! E ele somente o suportará se estivermos em Cristo, se formos discípulos verdadeiros de Jesus, que um dia serão apresentados diante do Pai sem mácula nem ruga pelo Noivo celestial! Com votos de bênçãos,

Dieter Steiger


Muitas vezes a profecia bíblica entrelaça predições que serão cumpridas de imediato, e outras que ainda levarão muito tempo para acontecer. Às vezes uma profecia de curto prazo vale também como profecia de longo prazo. É muito importante que se perceba tais diferenças e que se busque a interpretação correta nesses casos.

Nos capítulos 50 e 51 do livro de Jeremias encontramos uma dessas ocorrências: por um lado, tratase de algo que estava na iminência de acontecer: a conquista da Babilônia pelos medos e persas no ano de 539 a.C. Por outro lado, trata-se de um acontecimento que ainda está muito longe no futuro, no fim dos tempos. O interessante é que nesses dois capítulos Jeremias fala intensamente da Babilônia, e que também no livro do Apocalipse, o último livro

da Bíblia, dois capítulos são dedicados ao tema “Babilônia”.

O cumprimento futuro Se analisarmos detalhadamente as profecias dos capítulos 50 e 51 do livro de Jeremias, encontraremos doze pontos principais que não indicam um cumprimento iminente, mas falam claramente de um cumprimento futuro. 1. Comecemos com Jeremias 50.1: “Palavra que falou o Senhor contra a Babilônia e contra a terra dos caldeus, por intermédio de Jeremias, o profeta”. John McArthur faz a seguinte introdução em sua Bíblia de Estudos: “O tema dos capítulos 50 e 51 (...) se concentra na conquista da Babilônia em 539 a.C. pelos medos e persas. Essa previsão de futu-

ro inclui elementos de uma derrota violenta, o que não aconteceu na conquista por Ciro, já que esta não envolveu nenhuma batalha; portanto, ela indica um cumprimento maior, pouco antes da volta do Messias em glória e de um cumprimento mais preciso daquilo que a profecia descreve” (cf. Ap 17 e 18). William MacDonald escreve de forma muito semelhante em seu comentário sobre o Antigo Testamento: “Este capítulo e o seguinte tratam do juízo de Deus sobre Babel. As profecias referem-se parcialmente à conquista da Babilônia pelos medos, mas seu cumprimento completo ainda está no futuro”. 2. “Porque do Norte subiu contra ela uma nação que tornará deserta a sua terra, e não haverá quem nela habite; tanto os homens como os animais fugiram e se foram” (Jr 50.3).

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“Porque do Norte subiu contra ela uma nação que tornará deserta a sua terra, e não haverá quem nela habite; tanto os homens como os animais fugiram e se foram”.

a) A opinião generalizada é que os medos e persas não vieram do norte para conquistar a Babilônia, mas do leste (cf. Is 46.11). b) Durante a conquista pelos medos e persas a Babilônia não foi transformada em deserto, nem mesmo destruída. Pelo contrário: ela foi conservada, tornando-se uma cidade importante para os medos e persas. Isso fica claro em Daniel 5 e 6. Durante o governo do rei medo Dario, Daniel ainda vivia na cidade. E até hoje a Babilônia permanece habitada. c) Ninguém fugiu da cidade durante a conquista pelos medos e persas. Na noite em que aconteceu a invasão, Belsazar estava até mesmo fazendo uma grande festa (Dn 5). A capitulação sem luta da Babilônia é mencionada também nos escritos cuneiformes. E a tradição oral diz que as tropas de Ciro desviaram o curso do Eufrates, que atravessava a Babilônia, e assim entraram na cidade pelo leito seco do rio.1 Talvez seja isso que Jeremias

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50.38 insinua: “A espada virá sobre as suas águas, e estas secarão”. 3. “Naqueles dias, naquele tempo, diz o Senhor, voltarão os filhos de Israel, eles e os filhos de Judá juntamente; andando e chorando, virão e buscarão ao Senhor, seu Deus. Perguntarão pelo caminho de Sião, de rostos voltados para lá, e dirão: Vinde, e unamo-nos ao Senhor, em aliança eterna que jamais será esquecida” (Jr 50.4-5). Junto com a destruição da Babilônia descrita nesse capítulo, “naqueles dias, naquele tempo” os filhos de Israel voltarão ao seu Deus e entrarão em uma nova aliança eterna com Ele. Jesus erigiu essa nova aliança em Sua primeira vinda, à qual a Igreja, formada de judeus e gentios, já foi integrada. Na volta de Cristo, ela passará a integrar também o remanescente de Israel. Ao instituir a Ceia, Jesus disse: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós” (Lc 22.20; cf. Jr 31.31ss.; Ez 16.5963; Rm 11.27).

Algum tempo depois que os medos e persas conquistaram a Babilônia, uma parte dos judeus retornou para Israel: cerca de 50.000 (Ed 2.64-65). O templo também foi reconstruído (Ed 3.10). Só que essa volta não aconteceu da forma narrada em Jeremias 50.4-5. Também Jeremias 50.20 deixa claro que a conversão de Israel coincidirá com a destruição definitiva da Babilônia, o que não aconteceu naquela época: “Naqueles dias e naquele tempo, diz o Senhor, buscarse-á a iniqüidade de Israel, e já não haverá; os pecados de Judá, mas não se acharão; porque perdoarei aos remanescentes que eu deixar”. Esse versículo encontra seu paralelo em Romanos 11.26-27: “E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados”. Portanto, trata-se aqui de uma destruição escatológica (final) da Babilônia, que mudará o destino de todas as doze tribos de Israel e Judá; por isso é muito mais abrangente que o acontecimento daquela época e se dirige ao ponto alto da destruição da Babilônia, como descrito em Apocalipse 18. 4. Por três vezes os capítulos 50 e 51 do livro de Jeremias conclamam o povo a fugir da Babilônia: – “Fugi do meio da Babilônia e saí da terra dos caldeus; e sede como os bodes que vão adiante do rebanho” (Jr 50.8). – “Fugi do meio da Babilônia, e cada um salve a sua vida; não pereçais na sua maldade; porque é tempo da vingança do Senhor: ele lhe dará a sua paga” (Jr 51.6). – “Saí do meio dela, ó povo meu, e salve cada um a sua vida do brasume da ira do Senhor” (Jr 51.45). O Apocalipse diz algo muito parecido: “Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu,


para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (Ap 18.4). Naquela época os israelitas não fugiram de Babel antes da destruição da Babilônia. Somente depois da conquista é que eles emigraram. Mas isso não foi uma fuga. Daniel, por exemplo, ainda vivia na cidade e não fugiu dela de modo nenhum. Justamente ele teria obedecido rapidamente à ordem do Altíssimo! Mas na Babilônia escatológica as pessoas são conclamadas a fugir antes da destruição. 5. Em Jeremias 50.21 há uma declaração singular, que talvez forneça alguma explicação sobre o cumprimento duplo da profecia sobre Babilônia: “Sobe, ó espada, contra a terra duplamente rebelde, sobe contra ela e contra os moradores da terra de castigo; assola irremissivelmente, destrói tudo após eles, diz o Senhor, e faze segundo tudo o que te mandei”. Uma outra tradução diz “duplamente obstinada”. Será essa uma alusão a uma dupla Babilônia, a Babilônia de então e a Babilônia do futuro? O versículo 12 também poderia apontar para essa última Babilônia: “Será mui envergonhada vossa mãe, será confundida a que vos deu à luz; eis que ela será a última das nações, um deserto, uma terra seca e uma solidão” (Jr 50.12). a) Houve outros impérios depois da Babilônia, por exemplo, a Medo-Pérsia, a Grécia, Roma, a GrãBretanha, a Alemanha nazista e os Estados Unidos da América. Ainda assim, a Babilônia é descrita como “a última das nações”. Será que isso não aponta também para o último reino anticristão? b) “Vossa mãe”. O Apocalipse descreve a Babilônia assim: “Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a grande, a mãe das meretrizes e das abominações da terra” (Ap 17.5).

c) Jeremias 51.1 diz o seguinte sobre Babel: “Assim diz o Senhor: Eis que levantarei um vento destruidor contra a Babilônia e contra os que habitam no coração dos que se levantam contra mim” (Ed. Revista e Corrigida). O coração é a origem da maldade. A Bíblia ensina: “A imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn 8.21, ERC), e: “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19; cf Jr 17.9). Em Isaías 47.12 essa condição é citada especificamente em relação a Babel, que pecava desde a mocidade: “Deixa-te estar com os teus encantamentos e com a multidão das tuas feitiçarias em que te fatigaste desde a tua mocidade; talvez possas tirar proveito, talvez, com isso, inspirar terror”. 6. “Como quando Deus destruiu a Sodoma, e a Gomorra, e às suas cidades vizinhas, diz o Senhor; assim,

ninguém habitará ali, nem morará nela homem algum” (Jr 50.40). A Babilônia de então não foi destruída repentinamente com fogo vindo do céu, como Sodoma e Gomorra (cf. Jr 51.8), mas com certeza isso acontecerá com a Babilônia descrita no último livro da Bíblia: “Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou” (Ap 18.8). 7. “Ó tu que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros! Chegou o teu fim, a medida da tua avareza” (Jr 51.13). Essa declaração tem seu paralelo em Apocalipse 17.1: “Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas”. É perfeitamente possível que nos últimos dias tanto o reino anticristão quanto a igreja anticristã escolham a Babilônia como sua capital. O cumprimento o mostrará. Seja

“Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (Ap 18.4).

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bre a Babilônia religiosa e política: “...com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra” (Ap 17.2). “Pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria. (...) Ora, chorarão e se lamentarão sobre O reino do regente mundial anticristão será admirado, ela os reis da até mesmo glorificado por todo o mundo. terra, que com ela se prostituíram e viveram como for, a rebelião contra Deus em luxúria, quando virem a fumaceira saiu da Babilônia e também poderia do seu incêndio” (Ap 18.3,9). Somenterminar ali. Babilônia, o berço da te depois disso a Babilônia será humanidade, pode tornar-se a urna transformada em deserto eterno (Jr mortuária dos povos. 51.26). 8. “Eis que sou contra ti, ó monte 9. “Como foi tomada Sesaque, e que destróis, diz o Senhor, que destróis apanhada de surpresa a glória de toda toda a terra; estenderei a mão contra a terra! Como se tornou Babilônia um ti, e te revolverei das rochas, e farei de espanto entre as nações!” (Jr 51.41, ti um monte em chamas. De ti não se ERC). tirarão pedras, nem para o ângulo Quem é Sesaque? Parece haver nem para fundamentos, porque te tor- uma ligação direta com Babel. O narás em desolação perpétua, diz o Se- nome já tinha aparecido uma outra nhor” (Jr 51.25-26). vez, no capítulo 25, onde lemos: “E A Babilônia é chamada de “mon- tomei o copo da mão do Senhor e dei a te que destrói”, “que destróis toda a beber a todas as nações às quais o Seterra”, que por fim será reduzida a nhor me tinha enviado (...) e a todos “monte em chamas”. Isso combina os reis do Norte, os de perto e os de com Apocalipse 17 e 18, que diz so- longe, um com outro, e a todos os rei-

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nos da terra; e o rei de Sesaque beberá depois deles” (Jr 25.17,26). Nem mesmo o Dicionário de Nomes Bíblicos de Abraham Meister (conceituado erudito alemão) interpreta esse nome, limitando-se a explicar: “Nome secreto para Babel, de acordo com o método de formação de anagramas chamado ‘Athbasch”’. Por que este nome secreto seria necessário, se em outros casos se fala tão abertamente a respeito da Babilônia? O livro de Jeremias menciona Babel ou Babilônia 164 vezes, mais do que qualquer outro livro da Bíblia. Por que o misterioso nome Sesaque é mencionado de forma relacionada a Babel ou Babilônia? A maioria dos intérpretes é de opinião que este seria um nome codificado para Babilônia, um “enigma de letras que exige sabedoria e entendimento” (cf. John F. Walvoord). Mas ninguém sabe esclarecer porque Jeremias codificou esse nome, quando o juízo sobre Babel já era conhecido por ter sido anunciado por ele mesmo. Talvez nos aproximemos da solução se olharmos para alguns paralelos: • Sesaque tem um rei: o “rei de Sesaque” (Jr 25.26). A Bíblia anuncia que no fim dos dias surgirá um soberano (“rei”) anticristão (Ap 13.1ss; 17.3). • “Sesaque” designa a Babilônia como uma região que se tornou a glória do mundo, mas que depois se transformará em horror para todos os povos gentios (Jr 51.41). O reino do regente mundial anticristão será admirado, até mesmo glorificado (Ap 13.4; Ap 18.3), mas depois passa a ser um tormento para todos os povos. • Sesaque ou Babilônia foi um “cálice” do qual os povos beberam, mas ao fim ela mesma teve de tomar o cálice. A última Babilônia se-


rá um vasilhame do qual os povos beberão no começo, mas depois ela mesma terá de tomá-lo (Ap 18.6). • Finalmente, “Sesaque” é um nome de código. E assim como Sesaque é um código, também a última Babilônia anticristã é um mistério (Ap 17.5,7). O número do último regente anticristão, ou o número do seu nome (666), também é um mistério, que exige sabedoria e conhecimento para ser corretamente calculado (Ap 13.18). Será que “Sesaque” é, então, um sinônimo para o último regente mundial anticristão e o seu reino? Será que Jeremias usou o misterioso nome “Sesaque” para designar a Babilônia de então porque ela deveria indicar também o mistério da última Babilônia? Há muitos nomes e símbolos para o Anticristo, talvez “Sesaque” seja um deles. Por isso, o profeta Habacuque, que também profetizou a derrocada da Babilônia, escreveu em relação ao vindouro Anticristo : “Tanto mais que, por ser dado ao vinho, é desleal; um homem soberbo, que não se contém, que alarga como o sepulcro o seu desejo e, como a morte, que não se farta, ajunta a si todas as nações e congrega a si todos os povos. Não levantarão, pois, todos estes contra ele uma parábola e um dito agudo contra ele, dizendo: Ai daquele que multiplica o que não é seu (até quando!) e daquele que se carrega a si mesmo de dívidas!” (Hc 2.5-6). 10. Não sei se podemos dizer isso dessa forma, mas parece-me que a leitura de Jeremias 51.45-46 nos remete à situação atual no Iraque. Ali está escrito: “Saí do meio dela, ó povo meu, e salve cada um a sua vida do brasume da ira do Senhor. Não desfaleça o vosso coração, não temais o rumor que se há de ouvir na terra; pois virá num ano um rumor, noutro ano, outro rumor; haverá violência na terra, dominador contra dominador”.

Depois que várias ondas de fugitivos já tinham abandonado o Iraque, consta que no outono de 1990, ou seja, pouco antes do começo da Guerra do Golfo, haviam restado somente 150 judeus no Iraque, que também abandonaram o país no ano seguinte. Então vieram a primeira e a segunda guerra do Golfo, e hoje as condições no Iraque são como aquelas descritas no versículo 46: rumores, violência, terror e disputas entre dominadores: • “...num ano um rumor, noutro ano, outro rumor...” Essas desavenças no Iraque já duram vários anos. • rumores = transmissões dos meios de comunicação. • violências na terra = ataques terroristas suicidas. • “...dominador contra dominador...” Os xiitas se levantam contra os sunitas. No Iraque há distúrbios que parecem uma guerra civil, o país está sendo assolado por uma onda de violência.

Parece que a invasão do Iraque pelos aliados deu início a uma das últimas fases da história do nosso mundo. 11. “Os céus, e a terra, e tudo quanto neles há jubilarão sobre Babilônia...” (Jr 51.48) – quando ela for derrotada. Os paralelos neotestamentários são encontrados em Apocalipse 18.20: “Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa”. 12. “Quando acabares de ler o livro, atá-lo-ás a uma pedra e o lançarás no meio do Eufrates; e dirás: Assim será afundada a Babilônia e não se levantará, por causa do mal que eu hei de trazer sobre ela; e os seus moradores sucumbirão” (Jr 51.63-64). E em Apocalipse 18.21 está escrito: “Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada”.

“...dominador contra dominador...” Os xiitas se levantam contra os sunitas. No Iraque há distúrbios que parecem uma guerra civil, o país está sendo assolado por uma onda de violência.

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“De longe lembrai-vos do Senhor, e suba Jerusalém à vossa mente”.

Em minha opinião, esses paralelos são tão fortes que podemos partir do princípio de que haverá uma Babilônia escatológica.

A luta de Deus em favor de Seu povo Os capítulos a respeito da Babilônia mostram claramente que com Deus não se brinca. Eles demonstram com extrema seriedade que o Senhor é e permanece sendo o Deus de Israel, ao longo de todas as gerações. Tanto o reino assírio e o império babilônico, quanto incontáveis outros povos, experimentaram isso, assim como o império nazista, e o reino babilônico anticristão também experimentará o mesmo. Um dos textos que mostram o motivo para a queda da Babilônia é Jeremias 50.24: “...foste surpreendida e apanhada, porque contra o Senhor te entremeteste”. Outras traduções dizem: “...porque se opôs ao Senhor”.

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Por que “contra o Senhor”? Porque Ele é e permanece sendo o Deus de Israel! Aqui, um princípio é delineado com clareza: “Pois assim diz o Senhor dos Exércitos: (...) porque aquele que tocar em vós (Israel) toca na menina do seu olho” (Zc 2.8; cf. também Sl 83.3-4). Deus se identifica de tal forma com Seu povo, que quando alguém golpeia esse povo, Ele se sente igualmente golpeado. Mas então Deus devolve o golpe. Em Jeremias 51.35-36 Ele diz por meio do profeta: “A violência que se me fez a mim e à minha carne caia sobre a Babilônia, diga a moradora de Sião; o meu sangue caia sobre os moradores da Caldéia, diga Jerusalém. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que pleitearei a tua causa e te vingarei da vingança que se tomou contra ti”. A vingança do Senhor contra Babel ou Babilônia por causa do Seu povo Israel é mencionada repetidamente (cf, por exemplo, Jr 50.11-13,15,17-18; Jr 51.5-6,24, 35-36,51-52,56).

Mesmo que sua condição não esteja de acordo com a sua vocação, Israel ainda é o povo de Deus por causa de sua eleição! Apesar de toda a inimizade contra Israel, nenhum povo ou igreja deve perder isso de vista! Pois não é à toa que Romanos 11.28-29 diz: “Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas; porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”. Por isso nós também devemos sempre levar em conta: “De longe lembrai-vos do Senhor, e suba Jerusalém à vossa mente” (Jr 51.50). Aqui vemos novamente a ligação ou identificação do Senhor com Israel. Quem pensa no Senhor, também leva Israel no coração.

O Redentor de Israel é forte Quem luta contra o Senhor sempre será derrotado e sempre levará a pior. Quem não estiver ao lado dEle, está do lado errado. Mas quem está do lado de Deus, também precisa ficar ao lado de Israel. O profeta Jeremias diz assim: “Mas o seu Redentor é forte, Senhor dos Exércitos é o seu nome; certamente, pleiteará a causa deles, para aquietar a terra e inquietar os moradores da Babilônia” (Jr 50.34; cf. Ap 18.8). Esse redentor não é ninguém menos que o Senhor Jesus, que é anunciado e chamado dessa forma em Isaías 9.6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; (...) e o seu nome será: (...) Deus Forte...” Por meio de Seu profeta, Ele clama: “...e todo homem saberá que eu sou o Senhor, o teu Salvador e o teu Redentor, o Poderoso de Jacó” (Is 49.26). O Salvador nascido em Belém é o Redentor de Israel. E no Seu retorno Ele provará isso: “...Virá o Redentor a Sião e aos de Jacó que se converte-


“Ai daquele que edifica a cidade com sangue e a fundamenta com iniqüidade! Não vem do Senhor dos Exércitos que as nações labutem para o fogo e os povos se fatiguem em vão? Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hc 2.12-14).

rem, diz o Senhor” (Is 59.20). “...e, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades” (Rm 11.26; cf. Jr 50.19-20; Jr 51.5,10.19).

Uma constatação assustadora Em Jeremias 51.58 está escrito: “...assim, trabalharam os povos em vão, e para o fogo se afadigaram as nações”. O profeta Habacuque descreve a queda da Babilônia e a volta do Senhor em seguida com palavras parecidas: “Ai daquele que edifica a cidade com sangue e a fundamenta com iniqüidade! Não vem do Senhor dos Exércitos que as nações labutem para o fogo e os povos se fatiguem em vão? Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hc 2.12-14). Todos os

por esforços próprios (pensando consigo mesmo: “faço o que é certo e não preciso temer nada!”), sem aceitar pela fé a obra redentora e vicária de Jesus na cruz do Gólgota, no fim não terá nada além de um lamento eterno. Valor verdadeiro e eterno só tem aquilo que ainda estiver em nosso poder um minuto depois de morrermos. Se for Jesus, teremos tudo; se não for Jesus, não teremos nada! Por isso, deixe que a palavra para Israel também valha para a sua vida: “Naqueles dias e naquele tempo, diz o Senhor, buscar-se-á a iniqüidade de Israel, e já não haverá; os pecados de Judá, mas não se acharão; porque perdoarei aos remanescentes que eu deixar” (Jr 50.20). Neste momento você ainda está vivo, e não morreu. Permita que seus pecados sejam perdoados, pois então eles nunca mais serão encontrados, porque o seu Redentor é poderoso!

investimentos que os povos fizeram na última Babilônia anticristã, todas as forças políticas que empenharam por ela, todas as edificações erguidas e todos os esforços terão sido em vão. No fim sobrarão apenas lamentos miseráveis, pois está escrito: “...e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou. Ora, Nota: chorarão e se lamentarão sobre ela os 1. “Das grosse Handbuch zur Bibel”, pg. 480, Brockhaus-Verlag. reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quanRecomendamos os livros: do virem a fumaceira do seu incêndio” (Ap 18.8-9). Assim se caracteriza uma vida sem Jesus. Quem pensa poder Pedidos: 0300 789.5152 • www.Chamada.com.br obter o céu

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O apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios 10.6: “...e estas foram-nos feitas em figura...”. A palavra grega tupos, aqui traduzida por “figura”, tem o sentido de “padrão”, “ilustração”, “exemplo” ou “tipo”. Em 1 Coríntios 10.11, Paulo observa: “Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso...”. O quê? Neste caso, Paulo se refere a eventos relacionados ao êxodo no Antigo Testamento. Assim, um tipo é um padrão bíblico, ou uma ilustração bíblica, normalmente extraído do Antigo Testamento, que assume a forma de padrões relacionados a pessoas, acontecimentos ou coisas. Hebreus 8.5 nos diz que o Tabernáculo foi construído a partir de um padrão celestial que fora mostrado a Moisés no monte Sinai: “Atenta, pois, que o faças conforme o Seu modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx 25.40). Estêvão observou em seu sermão: “Estava entre nossos pais no deserto o tabernáculo do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto” (At 7.44). O Tabernáculo e, mais tarde, o Templo são tipos que se tornam padrões que revelam elementos-chave do plano divino de salvação. Muitos exemplos de como padrões em vidas de indivíduos fornecem um tipo podem ser vistos nas experiências de personagens da história antiga do Antigo Testamento, como Abraão, Isaque e José. Em Gênesis 22, o padrão do sacrifício

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de Isaque por Abraão prefigura muitos eventos que espelham a morte e a ressurreição de Jesus. O Senhor disse a Abraão: “...Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá (...) sobre uma das montanhas...” (Gn 22.2). Este versículo oferece um paralelo à entrega que Deus, o Pai, fez de Jesus, Seu Filho unigênito. Acredita-se que o monte na terra de Moriá seja a mesma colina em Jerusalém em que o Templo veio a ser construído e onde Israel ofereceu seus sacrifícios. O ministério de Jesus esteve bastante ligado àquela área. Isaque foi um sacrifício voluntário (Gn 22.5-9), tal como Jesus. A disposição de Abraão em sacrificar Isaque e a eventual provisão de um cordeiro (Gn 22.9-14) retratam o sacrifício e a provisão que Cristo fez definitivamente por nosso pecado. Certos acontecimentos na vida de José são um tipo e uma prefiguração do relacionamento entre Israel e seu Messias.


Hebreus 8.5 nos diz que o Tabernáculo foi construído a partir de um padrão celestial que fora mostrado a Moisés no monte Sinai: “Atenta, pois, que o faças conforme o Seu modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx 25.40).

José revela a seus irmãos um sonho que o apresenta como autoridade sobre eles (Gn 37.5-9). José é rejeitado por seus irmãos (Gn 37.10,11), que planejam matá-lo (Gn 37.18-20), mas acabam vendendo-o como escravo (Gn 37.2527). Isso retrata a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus Cristo. Enquanto isso, sem que Ja-

có, seu pai, nada soubesse, José subira a uma posição de grande poder e influência sobre as nações pagãs por causa dos acontecimentos ligados a uma grande fome (Gn 41). Seus irmãos descem ao Egito em busca de alimento fornecido pelos gentios, e nessa ocasião José misericordiosamente se dá a conhecer a seus irmãos e restaura o relaciona-

mento rompido (Gn 42-45). Esses eventos retratam a conversão escatológica de Israel a Jesus como seu Messias durante a Tribulação, a qual resultará nas bênçãos milenares para Israel (Gn 46). Há muitos tipos possíveis na Bíblia. No entanto, um evento ou conceito bíblico só pode ser estabelecido como um tipo depois que o texto foi interpretado historicamente e o padrão dos eventos determinado. Conotações tipológicas não podem ser usadas como a primeira abordagem interpretativa de qualquer passagem. A tipologia adequada só pode ser estabelecida após o fato, numa visão retrospectiva, comparando-se os padrões dos acontecimentos históricos ao plano divino para a história, passada e futura. Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética.

Este é um dos muitos artigos da Bíblia de Estudo Profética. Além de mapas, quadros, tabelas e gráficos, ela contém muitos textos e anotações para facilitar o entendimento das profecias bíblicas.

A Bíblia de Estudo Profética foi preparada com a colaboração de grande número dos mais conceituados eruditos e estudiosos das Escrituras. Ela é um instrumento imprescindível para o aprofundamento na Palavra de Deus.

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Algumas pessoas são líderes improváveis. Superficialmente, elas parecem não ter as características que geralmente associamos com grandeza e poder. Davi, por exemplo, era um jovem pastor de ovelhas, um sonhador que escrevia cânticos e tocava harpa – qualidades geralmente não procuradas quando você escolhe alguém para derrotar inimigos. No entanto, Deus o chamou não apenas para ser um homem de guerra mas também rei de todo o Israel. Por quê? Porque Davi tinha algo mais importante do que habilidade militar ou sangue real. Ele tinha fé em Deus. Na época dos juízes, uma mulher chamada Débora tornou-se líder de Israel. Pelos nossos padrões, ela também era uma candidata improvável para essa tarefa tão relevante. A Bíblia fala pouco sobre suas credenciais, a não ser que era esposa e mãe (Jz 4.4; Jz 5.7), o que não a qualificava para dirigir um país. Porém, Débora tinha a mesma vantagem que Davi: ela tinha fé em Deus. Numa época em que Israel andava aos tropeços e cada homem fazia aquilo que parecia certo aos seus próprios olhos (veja Jz 17.6; Jz 21.25), Deus escolheu uma mulher de grande fé que estava disposta a segui-lO em obediência.

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As Escrituras dizem que Débora era uma profetisa, significando que Deus lhe falava e ela transmitia Sua Palavra ao povo. Ela era uma juíza, portanto, julgava as pessoas que vinham até ela para resolver suas contendas. Naturalmente, ela também era esposa e mãe. Seu feito mais conhecido ocorreu quando os israelitas clamaram a Deus por libertação depois de vinte anos de opressão sob o jugo de Jabim, rei de Canaã. O poderoso Jabim tinha 900 carros de ferro e governava a partir de Hazor, no Norte de Israel. Débora, que vivia no Sul, fora de Jerusalém, nas regiões montanhosas de Efraim, convocou Baraque, da tribo de Naftali, da região de Hazor. Quando Baraque chegou, Débora corajosamente transmitiu-lhe o plano de Deus: “Porventura, o Senhor, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E farei ir a ti para o ribeiro Quisom a Sísera, comandante do exército de Jabim, com os seus carros e as suas tropas; e o darei nas tuas mãos” (Jz 4.6-7). Baraque estava disposto a obedecer, mas insistiu que Débora fosse com ele. Ela concordou, porém disse a Baraque que assim ele cederia a uma mulher a honra de capturar Sísera. Naquele dia Deus sustentou Israel, como Débora sabia que Ele faria. O Senhor enviou uma chuva torrencial que inundou o ribeiro Quisom e fez com que a armada aparentemente invencível de Sísera atolasse na lama. Este fugiu e foi engodado por Jael, outra mulher,


que cravou uma estaca de tenda em sua cabeça e o matou. Dessa maneira, Deus libertou Israel. Mais tarde, Débora escreveu um belo cântico (Jz 5) que exalta a Deus e revela muito sobre sua própria pessoa. Ela era uma mulher de profunda fé e grande discernimento espiritual. Havia avaliado a sombria situação de seu país com perspicácia (Jz 5.6-7), compreendeu o motivo da decadência (idolatria, v.8) e assumiu a responsabilidade pela nação (vv. 7,12). Ela tinha tanta autoridade que, quando convocou Baraque, ele veio imediatamente sem questionar sua autoridade ou suas instruções. Débora é a única mulher na Bíblia que não apenas governou Israel como também deu ordens militares a um homem, e isso com a bênção de Deus. Quando ela mandava reunir as tropas, esperava que elas se apresentassem. Aos que ignoravam o chamado, ela amaldiçoava: “Amaldiçoai a Meroz, ...amaldiçoai duramente os seus moradores, porque não vieram em socorro do Senhor” (Jz 5.23). Débora provavelmente não conseguia entender por que esses combatentes de Israel tinham tão pouca fé em Deus. Por um lado, Débora aparentava ser uma mulher “dura” no confronto, mas também parecia extremamente maternal. Somente uma mãe que se importa com seus filhos pensaria em descrever a mãe de Sísera aguardando ansiosamente que seu filho voltasse para casa, preocupada com sua demora em voltar da batalha (v.28). É interessante observar que não há evidência bíblica de que Débora tenha usurpado a autoridade masculina. É triste dizer que, provavelmente, existia pouca autoridade masculina fiel a Deus naqueles dias. Israel estava em condição espiritual tão lamentável que Deus envergo-

Hoje, vivendo em um mundo dirigido pelo sucesso e pelas realizações materiais, é fácil esquecer que Deus não deseja tanto as nossas habilidades, mas sim a nossa vontade, o nosso querer que vem da fé.

nhou a nação daqueles dias depositando o mais alto cargo de liderança nas mãos de uma mulher. Hoje, vivendo em um mundo dirigido pelo sucesso e pelas realizações materiais, é fácil esquecer que Deus não deseja tanto as nossas habilidades, mas sim a nossa vontade, o nosso querer que vem da fé. Podemos lembrar que a história das missões modernas está igualmente repleta de mulheres de grande fé a quem Deus colocou em posições de enorme responsabilidade. Nas selvas da Colômbia e da Venezuela, por mais de 50 anos, Sophie Müller implantou centenas de igrejas, até que o Senhor finalmente a levou em outubro de 1995. A sua autobiografia, publicada pela Missão Novas Tribos, é intitulada His Voice Shakes the Wilderness (A Voz de Deus Faz a Selva Estremecer). Depois que Jim Elliot, Nate Saint e três outros missionários foram mortos no Equador pelas flechas dos índios Huaorani (Aucas) em 1956, duas mulheres os substituíram: Elisabeth Elliot, viúva de Jim, e Raquel Saint, irmã de Nate.

A senhorita Saint ficou no Equador até sua morte em 1994, conduzindo os índios a Cristo, ensinando-os e ministrando-lhes a Palavra de Deus. Baraque, sem dúvida, foi um ótimo militar, e seu nome está registrado em Hebreus 11 como homem de fé. Porém, ele mesmo teria capturado Sísera se tivesse confiado um pouco mais em Deus. Débora, por outro lado, era uma simples esposa e mãe, mas sua fé a tornou um vaso muito mais útil para o Senhor do que alguém poderia imaginar. A Bíblia ensina que nosso tempo na terra é curto: “Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.14). Muitas pessoas podem abalar montanhas com suas credenciais e construir reinos com suas aptidões. Mas, no final, o que contará para a eternidade não será aquilo que realizamos com nossas habilidades, mas o que Deus fez através de nós por meio de nossa fé. (Israel My Glory)

Lorna Simcox é redatora-sênior de The Friends of Israel.

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Cada vez mais provável: outra guerra no Oriente Médio Os livros proféticos da Bíblia mostram com muita clareza que no futuro haverá guerras destruidoras. Os acontecimentos no Oriente Médio assumem proporções cada vez mais assustadoras. Percebe-se que nos aproximamos do Apocalipse vindouro.

Em Mateus 24.7-8 o Senhor Jesus profetizou: “Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores” (Mateus 24.7-8). As ameaças públicas do presidente iraniano de riscar Israel do mapa, juntamente com suas intenções de produzir bombas atômicas, que poderão ser lançadas sobre o Estado judeu através de mísseis, cujo alcance inclui até mesmo partes da Europa, são assustadoras. Também o presidente da Síria, Bashar el-Assad, não descarta uma guerra com Israel e, segundo declarações próprias, prepara-se para essa situação: “Contamos com uma agressão israelense. Todos sabem que Israel é militarmente poderoso e apoiado diretamente pelos Estados Unidos. Qualquer um defenderia seu país caso seja ameaçado por um ataque”, afirmou Assad. “Devemos estar sempre preparados”.1 Ao mesmo tempo, a Rússia fornece mísseis antiaéreos ao Irã e está reequipando militarmente a Síria. O ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, tentou amenizar es-

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sa realidade dizendo que as armas russas entregues ao Irã são destinadas apenas para a defesa do país. O Departamento de Defesa dos EUA ordenou a diversos navios, já há meses, que se mantivessem diante das águas iranianas. Segundo diversos observadores, a presença do porta-aviões “USS Enterprise” entre esses navios indica a possibilidade de que logo haverá uma guerra com o Irã. “Armagedom”, a luta final dos povos, ganha cada vez mais atualidade através da situação ameaçadora no Irã. O programa nuclear iraniano avança a pleno vapor e as ameaças a Israel são altas demais para serem desconsideradas. Com relação ao Irã, o analista Charles Krauthammer teme até mesmo pela “sobrevivência da humanidade”. Ele escreveu na revista “Time”: “Se falharmos em evitar que esses fanáticos apocalípticos obtenham armas nucleares, não haverá mais retorno”. Além disso, ele afirma que os preparativos ideológicos para um ataque ao Irã são inquestionáveis.2 A seguir, lemos o que Deus disse a respeito, através do Seu conhecimento antecipado dos eventos: “Palavra do SENHOR que veio a Jeremias, o profeta, contra Elão, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, dizendo: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis que eu quebrarei o arco de Elão, a

fonte do seu poder. Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá país aonde não venham os fugitivos de Elão. Farei tremer a Elão diante de seus inimigos e diante dos que procuram a sua morte; farei vir sobre os elamitas o mal, o brasume da minha ira, diz o SENHOR; e enviarei após eles a espada, até que venha a consumi-los. Porei o meu trono em Elão e destruirei dali o rei e os príncipes, diz o SENHOR. Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o SENHOR” (Jeremias 49.34-39). Elão está localizado no sudoeste do Irã e muitos analistas supõem que se trata da região em que são produzidos os mísseis para transporte de ogivas nucleares. • Em minha opinião, as afirmações sobre Elão referem-se aos tempos finais, conforme mostra o último versículo: “Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o SENHOR”. Aparentemente, Elão voltará a ter um papel importante “nos últimos dias”. O antigo Império Persa (Irã), que após sua queda permaneceu inativo durante milênios, será atingido “nos últimos dias” por um juízo, mas sua sorte será finalmente mudada. Parece que isso acontecerá nos tempos finais. • “Eu quebrarei o arco de Elão, a fonte do seu poder” (v. 35). A Edição Almeida Corrigida Fiel diz: “o principal do seu poder”. Evidentemente, Deus fala através do Seu profeta usando expressões comuns daquela época. Sem dúvida, ao invés de “arco”, hoje poderíamos dizer “míssil”. Pois esse é, justamente, o


Do Nosso Campo Visual “principal do poder” do Irã em nossos dias. Uma notícia dizia: “Mamouhd Ahmadinejad, o presidente do Irã, declarou que seu país tem capacidade nuclear. Ele se vangloria da tecnologia de enriquecimento de urânio e manda testar mísseis do tipo Kowsar (um dos rios do Paraíso segundo a descrição muçulmana – N.T.)”.3 • “Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu” (v. 36). Os quatro ventos representam os quatro pontos cardeais e, portanto, o conjunto de todas as nações. Atualmente, é a comunidade mundial (a ONU) que está tratando do problema do armamento nuclear iraniano. Ainda não há concordância sobre qual deverá ser a forma de agir, mas isso poderá mudar rapidamente. Parece que ainda os quatro ventos estão sendo segurados, mas num momento eles serão soltos. Li a respeito: “O Ocidente não acredita em Ahmadinejad e também Moscou está ficando mais cética. Teerã, porém, ultrapassa os sinais de alerta, enfrentando o chefe da Comissão de Energia Nuclear... Atualmente, o Irã ameaça o equilíbrio e está se alçando à posição de potência nuclear agressiva. O Conselho de Segurança não poderá aceitar essa situação. Entretanto, mesmo que não haja concordância, a Europa

Teste de mísseis iranianos.

e os EUA estarão em condições de aplicar medidas dolorosas. Uma coisa deve ficar clara para Teerã: o Ocidente não pode aceitar uma ameaça atômica”.4 Que a Rússia, por um lado, fornece mísseis antiaéreos ao Irã e, por outro lado, encara esse país com ceticismo, amplia as possibilidades de um ataque. Além disso, estão em jogo grandes somas de dinheiro! No livro do profeta Daniel também aparecem esses “quatro ventos”: “Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar” (Daniel 7.2-3). Esse texto refere-se aos quatro impérios dos animais, que se unirão no último império mundial e com o governante mundial anticristão (veja Ap 13). Vemos que Deus, o Senhor, continua detendo o controle de tudo, conforme diz Apocalipse 7.1: “Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma” (Apocalipse 7.1). • No caso de um ataque ao Irã patrocinado pela ONU, haveria um enorme fluxo de refugiados, de modo que “...não haverá país aonde não venham os fugitivos de Elão. Farei tremer a Elão diante de seus inimigos...” (vv. 36b-37a). • Então o Senhor estabelecerá Seu tro-

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no em Elão e reinará. E, finalmente, a sorte de Elão será mudada, pois, onde o Senhor governa sempre ocorrem mudanças: “Porei o meu trono em Elão e destruirei dali o rei e os príncipes, diz o SENHOR. Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o SENHOR” (vv. 38-39). Ninguém pode dizer com certeza em que período ocorrerá essa guerra e até onde ela se espalhará. É certo, porém, que, cedo ou tarde, também essa profecia bíblica se cumprirá. Deus, o Senhor, é poderoso: Ele segura firmemente o leme do “navio mundial” e dirá a última palavra. Certamente ouviremos cada vez mais sobre “guerras e rumores de guerras”, porque as ameaças entre os povos aumentarão constantemente. Por isso, “temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pedro 1.19). (Norbert Lieth)

Notas: 1. P.-D. 42/2006. 2. Jornal Elbe-Jeetzel. 3. P.-D. 16/2006. 4. Idem.

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Carta aos jovens Dr. Lothar Gassmann

Meus amigos, acordem! Vocês estão sendo enganados Foi dito a vocês: “Satisfaçam seus instintos e vocês serão felizes!”

A Palavra de Deus diz: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5.8). “Deus julgará os impuros e adúlteros” (Hebreus 13.4). Foi dito a vocês: “Ouçam música em alto volume e vocês se sentirão bem!” A Palavra de Deus diz: “Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança, a vossa força...” (Isaías 30.15). “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração...” (Colossenses 3.15). “instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Colossenses 3.16). Foi dito a vocês: “Desliguem seu raciocínio, relaxem e não sejam críticos! Pensem positivamente e expandam sua consciência através da meditação, das drogas e de técnicas psíquicas”. A Palavra de Deus diz: “sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações” (1 Pedro 4.7). “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé...” (1 Pedro 5.8-9). Foi dito a vocês: “Pratiquem o ocultismo – magia, bruxaria – e vocês obterão conhecimentos sobrenaturais e poderes especiais”. A Palavra de Deus diz: “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR” (Deuteronômio 18.10-12). “Fora (da cidade celestial) ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira” (Apocalipse 22.15). Seu lugar “será no lago que arde com fogo e enxofre” (Apocalipse 21.8).

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Foi dito a vocês: “Procurem quem faz grandes sinais e prodígios, quem tem grandiosas visões e revelações, para que vocês tenham experiências especiais”.

A Palavra de Deus diz: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1 João 4.1). “...porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mateus 24.24). Foi dito a vocês: “Unam-se, pois todas as religiões adoram o mesmo Deus”. A Palavra de Deus diz: “Eu sou o SENHOR, teu Deus... Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20.2-3, o Primeiro Mandamento). “Não aprendais o caminho dos gentios... Porque os costumes dos povos são vaidade” (Jeremias 10.2-3). “Os ídolos são como um espantalho em pepinal...” (Jeremias 10.5). Jesus Cristo, o Filho de Deus, diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). Foi dito a vocês: “Todo ser humano é filho de Deus, pois em cada um habita o espírito divino”. A Palavra de Deus diz: “Mas, a todos quantos o receberam (a Jesus Cristo), deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais... nasceram... de Deus” (João 1.12-13). “e, tendo (Cristo) sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hebreus 5.9).


Foi dito a vocês: “Não falem de pecado, apenas de falhas, deslizes, lapsos! O bem e o mal têm a mesma origem”.

A Palavra de Deus diz: “o pecado é o opróbrio dos povos” (Provérbios 14.34). “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Isaías 5.20). Foi dito a vocês: “Ouçam o seu interior. Se meditarem bastante, encontrarão a verdade dentro de si mesmos”. A Palavra de Deus diz: “do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas as coisas que contaminam o homem” (Mateus 15.19-20). “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum...” (Romanos 7.18). Foi dito a vocês: “Aceitem as crenças e o modo de ser de todos. Sejam tolerantes com as diferentes culturas e estilos de vida”. A Palavra de Deus diz: “Exortamo-vos... a que admoesteis os insubmissos” (1 Ts 5.14). “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Coríntios 6.9-11).

Por isso: • Resistam aos maus exemplos em revistas, no rádio, na TV e na internet, que falam de “amor” mas praticam Recomendamos: imoralidades e querem arrastálos para a destruição. • Mantenham-se firmes tendo por modelo ao Filho de Deus, Jesus Cristo, que é puro e santo. Ele mostrou, através da

Sua vida e do Seu ensino, como age o verdadeiro amor! • Resistam à mistura religiosa antibíblica e ao ecumenismo. • Mantenham-se firmes nas quatro exclusividades das Sagradas Escrituras: somente a Bíblia, somente Cristo, somente pela graça, somente pela fé. • Resistam à busca antibíblica por sinais e milagres. • Mantenham-se firmes no maior milagre: as chagas de Jesus Cristo, que entregou na cruz Sua vida pela nossa redenção e ressuscitou milagrosamente dentre os mortos ao terceiro dia. • Resistam ao domínio de uma cultura de “entretenimento” – que, infelizmente, se espalha cada vez mais no meio cristão. Essa tendência transforma até a cruz de Cristo em objeto de distração e blasfema contra a santidade de Deus. • Mantenham-se firmes no Deus triuno, que é ao mesmo tempo santo e justo, amoroso e misericordioso. • Resistam à confusão mística e às afirmações de que em todos habita uma “centelha divina”. • Mantenham-se firmes na consciência da completa corrupção e perdição do coração humano, que depende da redenção exclusivamente pela graça. • Resistam à “cultura musical” que imagina poder atrair pessoas à fé cristã através de elementos pagãos (por exemplo, ritmos alucinantes e que levam ao êxtase, repetições de palavras como mantras ou melodias extremamente lentas que estimulam o transe). • Mantenham-se firmes ouvindo hinos espirituais agradáveis, procedentes de corações tranqüilos e brandos. • Resistam às tendências desta época, atrás das quais se esconde o espírito do inimigo. • Mantenham-se firmes no Espírito de Deus que os separará deste mundo passageiro e os guiará a toda verdade. “Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade” (Salmo 145.18).

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O que é justiça? Pergunta: “Sou crente há seis anos, a única cristã em minha família. Faço parte de uma boa igreja. Há um ano recebo as revistas “Chamada da Meia-Noite” e “Notícias de Israel”, e sou muito grata a Deus por seu conteúdo. Mas nos últimos tempos tenho notado um aspecto inquietante na minha vida: parece que quanto mais perto de Jesus eu vivo, quanto mais Ele me esclarece Sua Palavra, menos eu entendo. Por que será que tenho tantas dúvidas? E o que significa justiça do ponto de vista bíblico?”

Resposta: Ficamos contentes por você ser uma filha de Deus há seis anos! Por isso, não é fora do comum que surjam muitas perguntas em seu coração. Pense no exemplo de um bebê que vai descobrindo o mundo pouco a pouco. Na vida espiritual é semelhante: questionar, aprender, perguntar, receber respostas, tudo isso faz parte do crescimento. O Senhor quer que cresçamos na graça e no conhecimento, o que se dá através da leitura e do estudo da Palavra de Deus. Porém, seria uma ilusão pensar que virá o dia em que entenderemos tudo. Então seríamos como Deus. Entretanto, de forma crescente compreenderemos o que é necessário para nossa vida com Jesus e para um discipulado comprometido com a vontade de Deus. Quando os filhos têm um bom relacionamento com seus pais, confiam neles mesmo que não entendam todas as ordens e instruções. Sabem que são amados e cuidados por seus pais. Quanto mais nosso Pai celestial cuidará de nós e nos instruirá conti-

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Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2007

nuamente nos Seus caminhos, pois Ele nos ama muito mais que os melhores pais deste mundo podem amar seus filhos! A concepção divina de justiça é bem diferente da concepção humana, pois a mente e a percepção humanas foram Uma criança pequena tem muitas perguntas. afetadas pelo pecado. IsEla vai descobrindo o mundo aos poucos. so significa que ficaram Na vida espiritual acontece o mesmo: obscurecidas e contamiquestionar faz parte do crescimento. nadas por ideologias diversas. Por exemplo, temos dificuldades de entender racionalmente por que no Ele agiu assim e não de outra forma. Antigo Testamento inúmeros ani- Hoje conseguimos perceber apenas mais tinham de morrer pelos peca- vagamente quão terrível é o pecado dos do povo de Israel e por que aos olhos de Deus e o quanto mereDeus não viu outra possibilidade de ce Sua condenação, e que única e nos salvar do que enviando Seu úni- exclusivamente o sangue de Jesus co Filho a este mundo para morrer Cristo pode nos purificar. Essa puriem nosso lugar na cruz do Gólgota, ficação pode ser experimentada por como um sacrifício eternamente vá- qualquer um que se dirigir ao Selido. Levítico 17.11 apresenta ape- nhor pedindo perdão, pois nEle “tenas a seguinte explicação: “Porque mos a redenção, pelo seu sana vida da carne está no sangue. gue, a remissão dos pecados, seEu vo-lo tenho dado sobre o al- gundo a riqueza da sua graça” tar, para fazer expiação pela (Ef 1.7). (Elsbeth Vetsch) vossa alma, porquanto é o sangue que faMuitos dúvidas e perguntas são respondidas rá expiação em em nossas publicações. Recomendamos os livros: virtude da vida”. Essa informação deve ser suficiente para nós! Deus é onisciente, e nEle está a plenitude da sabedoria. Na glória entenPedidos: 0300 789.5152 • www.Chamada.com.br deremos por que



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