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da Meia-Noite

Mateus 25.6

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JUNHO DE 2007 • Ano 38 • Nº 6 • R$ 3,50



Chamada da Meia-Noite Publicação mensal Administração e Impressão: Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai 90830-000 • Porto Alegre/RS • Brasil Fone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385 E-mail: mail@chamada.com.br www.chamada.com.br Endereço Postal: Caixa Postal, 1688 90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

Índice Prezados Amigos

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Experimentando a Direção de Deus

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A Psicologia Predita na Profecia

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Quem é o “Anjo do Senhor”?

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Do Nosso Campo Visual

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Preços (em R$): Assinatura anual ................................... 31,50 - semestral ............................ 19,00 Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00 Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992) Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann INPI nº 040614 Registro nº 50 do Cartório Especial Edições Internacionais A revista “Chamada da Meia-Noite” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, italiano, holandês, francês, coreano, húngaro e cingalês. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6). A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é uma missão sem fins lucrativos, com o objetivo de anunciar a Bíblia inteira como infalível e eterna Palavra de Deus escrita, inspirada pelo Espírito Santo, sendo o guia seguro para a fé e conduta do cristão. A finalidade da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é: 1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares; 2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo; 3. preparar cristãos para Sua segunda vinda; 4. manter a fé e advertir a respeito de falsas doutrinas

• Descobrindo o “filho da noite” - 17

Todas as atividades da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” são mantidas através de ofertas voluntárias dos que desejam ter parte neste ministério.

Aconselhamento Bíblico www.Chamada.com.br

• A trombeta de Deus e a última trombeta

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Creio que todos nós já tivemos momentos em nossas vidas em que o anseio por uma comunhão mais profunda com o Senhor tomou conta de nosso ser, momentos em que o desejo de maior proximidade com Deus pesou sobre nós como um fardo. Para nos despertar, talvez o Espírito Santo tenha usado uma mensagem que ouvimos na igreja ou nossa leitura bíblica diária, um livro edificante ou o testemunho de um cristão avivado, fazendo nosso coração sentir fome pela “intimidade do Senhor” (Sl 25.14). Mas assim que esse desejo sincero se torna perceptível, os adversários se mobilizam. Em nossos dias experimentamos um reavivamento da antiga gnose, com a qual os apóstolos já se defrontaram quando essa filosofia pagã cortejava a Igreja Primitiva. Nosso jornal diário comentou o lançamento de um livro da Editora Nova Era com estas palavras: “O autor desafia as interpretações ortodoxas sobre a Bíblia ao apresentar o que ele acredita ser a verdadeira mensagem cristã: a que valoriza o Cristo interior, sempre presente e renovado”. Pobres contemporâneos nossos, que procuram para si um Cristo místico e acabam achando apenas um Adão perdido e completamente corrompido pelo pecado! A assim chamada “presença de Cristo” em todas as religiões e em cada pessoa é uma mentira satânica, desmascarada, por exemplo, pelas duas guerras mundiais que o mundo já experimentou. Onde estava então a “presença de Cristo”? Como soa diferente a mensagem do apóstolo João: “Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda” (1 Jo 2.28). “Permanecei nele...” durante o trabalho, na escola, debaixo de pressão e no meio das exigências da vida, viajando ou em casa; essa é a ordem. Mas sejamos sinceros: temos nossas dificuldades com ela! Por essa razão, observemos em João 15 quatro situações em que devemos “permanecer”: – Permanecer debaixo dos cuidados do pai, que nos limpa para que demos fruto (Jo 15.1-2). Meu Pai é o agricultor é uma expressão animadora, que podemos tomar de forma pessoal, pois Ele quer ser nosso agricultor particular. Portanto, se Ele cuida de nós e nos limpa, não estamos entregues à própria sorte nem precisamos vegetar espiritualmente

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abandonados. Quando sentimos o desejo de aprofundar nosso relacionamento com Jesus, o Agricultor celestial nos apoiará nesse propósito limpando-nos e cortando o que não presta em nossa vida. – Permanecer na Videira (Jo 15.5) é uma via de mão dupla: pertinência e dependência. Meu Senhor me vê como pertencente a Ele, hoje e para todo o sempre. Somente vinculados e organicamente ligados à Videira podemos ter uma vida espiritual plena e produziremos muito fruto. – Permanecer na Sua Palavra (Jo 15.7). O Senhor não busca um relacionamento místico e exaltado conosco. Ele não deseja um relacionamento que seja movido pelas emoções. Ele quer se relacionar conosco com base na Sua Palavra. Permanecer na Palavra caracteriza um verdadeiro discípulo. Para que Sua Palavra permaneça em nós, lemos a Bíblia diariamente, nos encontramos nos cultos da igreja, nos reunimos nas casas e fazemos devocional em família. Essas práticas deveriam ter prioridade máxima na nossa agenda. – Permanecer na oração (Jo 15.7). Assim como respirar é um ato natural, que não exige esforço algum, nossa ligação com o Senhor através da oração deve permear nosso cotidiano. Oramos quando, em meio ao nosso trabalho, levantamos nossos olhos para Jesus, quando agradecemos por alguma bênção, quando abençoamos nosso marido ou nossa esposa. Cada detalhe de nosso dia-a-dia, cada alegria, cada problema podem ser compartilhados com nosso Senhor. Podemos começar o dia com oração, podemos passar o dia em comunhão com Ele e adormecer com nossa mente voltada para Ele. Por isso, a admoestação aos discípulos: “permanecei nele” é tão significativa! Com saudações cordiais,

Dieter Steiger


Muitas vezes os filhos de Deus já se perguntaram se há como reconhecer a direção do Senhor, a vontade de Deus para suas vidas. Em minha opinião, essa é uma das coisas mais difíceis. Mesmo assim, um cristão pode experimentar a direção do Eterno, de uma ou outra forma. A seguir vamos meditar a respeito de duas possibilidades que temos para reconhecer a vontade ou a orientação de Deus.

Orienta ªo pela atua ªo da Palavra de Deus Um cristão que deseja experimentar a condução de Deus precisa, em primeiro lugar, estar cheio de uma confiança profunda e infantil na Palavra revelada de Deus. Se você procura por certeza absoluta, então nunca deixe de pegar a sua Bíblia! O salmista ora assim: “Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio nos teus mandamentos” (Sl 119.66). Ele quer receber “juízo e conhecimento”, o que significa receber a orientação divina. Mas como isso acontece? Por meio da Palavra de Deus: “...creio nos teus mandamentos”. Por que a Palavra de Deus tem condições de permitir que experimentemos a maravilhosa direção do Senhor? Porque não é apenas a palavra do Eterno, mas

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se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.1-2,14). Esse texto fala de Jesus – e como Ele é chamado? “O Verbo”! É verdade: Jesus Cristo é o Verbo encarnado de Deus! Por isso o último livro da Bíblia também O trata pelo mesmo significativo nome: “[Jesus] Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus” (Ap 19.13). Mesmo que o Senhor tenha nos dado inteligência e até mesmo Seu Espírito Santo (àqueles que crêem em Jesus), durante a leitura da Palavra de Deus às vezes surgem termos, verdades e contextos que não conseguimos entender, seja parcial ou totalmente. Não são poucos os que enEm Jó 8.9 ouvimos Bildade, o suíta, dizer: “Porque nós somos de ontem e nada sabemos...”. Será que nós também frentam dificuldanão deveríamos confessar isso mais vezes? Não seria tempo des até com a de reconhecer que não sabemos nem entendemos muitas afirmação “o Vercoisas? Será que não deveríamos passar a ser cada vez mais honestos nesse ponto? – Se fizermos isso, vamos bo (a Palavra) se experimentar uma libertação interna; uma libertação fez carne”. Mas que nos levará à fé infantil! justamente quando encontramos palavras e passagens na Bíblia que não entendemos há somente uma fórmula segura: podemos e devemos crer naquilo que está escrito! Pois a Palavra de Deus é a verdade! Em outras palavras: se você tiver diante de si um texto que não dá para entender, minimize sua inteligência e maximize a sua fé! Em Jó 8.9 ouvimos Bildade, o suíta, dizer: “Porque nós somos de porque o próprio Cristo é a Palavra! Entretanto, é justamente isso que causa tanta dificuldade a muitos cristãos. Não são poucos os que dizem: “Ah!, se eu pudesse escutar o Senhor assim como os discípulos e tantas outras pessoas O escutaram naquela época – então eu creria mais!” Mas esse argumento não é consistente. Tais irmãos na fé deveriam entender o que significa escutar a Palavra de Deus – então eles perceberiam que a leitura da Bíblia nada mais é que ouvir Jesus falando! O Evangelho de João é muito claro ao falar desse fato: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus (...) E o Verbo

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ontem e nada sabemos...”. Será que nós também não deveríamos confessar isso mais vezes? Não seria tempo de reconhecer que não sabemos nem entendemos muitas coisas? Será que não deveríamos passar a ser cada vez mais honestos nesse ponto? – Se fizermos isso, vamos experimentar uma libertação interna; uma libertação que nos levará à fé infantil! Quem reconhece a sua falta de conhecimento verá que sua fé começa a crescer. A propósito: também nas nossas orações volta e meia somos confrontados com a falta de conhecimento, não é mesmo? Sim, é exatamente assim; por isso o apóstolo Paulo escreveu: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). Portanto, quando oramos, confiamos no Espírito Santo, porque no fim das contas somos incapazes de orar da forma que agrada a Deus. É preciso fazer o mesmo quando se trata de verdades bíblicas que não podemos compreender com nossa inteligência. Vamos devotar confiança completa à Palavra de Deus, deixando tudo aos cuidados do Espírito Santo! Como cristãos renascidos cremos de todo o coração que Jesus é a Palavra encarnada de Deus. Por isso, as afirmações do Antigo e do Novo Testamento nos permitem experimentar constantemente a orientação divina. Pois quando a Palavra do Eterno fala a nós, o próprio Cristo fala conosco. O próprio Senhor confirmou isso quando disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39). Ao falar de “Escrituras”, Ele se referia ao Antigo Testamento e, no meu entendimento, profetica-


“Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”.

mente também ao Novo Testamento, que seria divinamente completado cerca de cem anos depois de Seu nascimento. E como toda a Escritura Sagrada testemunha de Cristo, a história dos discípulos de Emaús relata: “E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, [Jesus] expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24.27). Também nisto Jesus testifica de forma muito clara: na Escritura vocês encontram a Mim. E isso significa: a Escritura fala as minhas palavras; Eu sou a Escritura! Quem ler sua Bíblia com essa fé, receberá por meio da Palavra de Deus uma força permanente, uma indestrutível fonte de bênção. Pois o Senhor Jesus, que é a verdade em pessoa, deu o seguinte testemunho em relação às Suas palavras: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mt 24.35). Nós, que pertencemos a Jesus, deveríamos confiar e crer muito mais

na Palavra de Deus, sabendo que por meio dela podemos e iremos experimentar a Sua orientação! Afinal, a palavra na Bíblia não é “apenas” palavra escrita, mas é o próprio Cristo! Por isso vamos considerar com seriedade a exortação de nosso Pai celeste, que envia a seguinte ordem do céu: “Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (Mc 9.7). Por isso: ouça-O se você quiser experimentar a orientação de Deus. Na prática funciona assim: abra mais a sua Bíblia, leia-a em espírito de oração. Só isso é suficiente para que você trilhe o caminho da salvação de forma sempre nova, que sempre escolha o caminho estreito, pois está escrito: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos” (Sl 119.105). Aqui as palavras maravilhosas falam da orientação divina, pois Cristo, a Palavra encarnada, disse a respeito de si mesmo: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8.12). Essa é a condução divina experimentada por todos aqueles que dedicam total confiança à Palavra de Deus – isto é, Jesus Cristo! Alguns exemplos podem esclarecer como experimentar na prática a orientação de Deus na Palavra e por meio da Palavra: há alguns anos, meu pai nos contou que alguém tinha lhe oferecido uma parceria que no fundo girava em torno do dinheiro. Como tinha muitas dúvidas a respeito, ele clamou ao Senhor em sua angústia, abriu a Bíblia e Deus dirigiu seu olhar para as palavras: “...teremos todos uma só bolsa” (Pv 1.14), às quais seguia a advertência: “Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; guarda das

suas veredas os pés” (v.15). Essas palavras deram a ele uma resposta tão clara naquele momento, que recusou a parceria sem qualquer hesitação. Mais tarde, as circunstâncias mostraram que essa tinha sido a única decisão correta a tomar. Talvez agora você se pergunte: podemos usar a Bíblia desse jeito, do mesmo jeito que Wim Malgo fez? Bem, meu pai não forçou a situação para encontrar essa direção, ele simplesmente a recebeu. Em outras palavras: ele experimentou a clara orientação de Deus por meio da Palavra. Outra experiência da vida do meu pai foi a seguinte: ele e minha mãe viajavam por conta do ministério. Estavam na estrada, a caminho do próximo compromisso, em um carro bastante “velho”. De repente meu pai disse à minha mãe: “Estou me sentindo estranho e com muita tontura; precisamos parar o mais rapidamente possível”. Graças a Deus, depois da curva seguinte havia um espaço para descanso à beira da estrada, onde eles puderam parar. A “tontura” do meu pai piorava cada vez mais. Ele acabara de estacionar o carro quando uma das rodas traseiras se soltou do eixo. Imediatamente eles perceberam de onde vinha a tontura do meu pai: a roda tinha estado a ponto de se soltar. Como o carro não tinha condições de seguir viagem, ele foi guinchado e levado a uma oficina para o conserto. Nesse meio tempo, eles foram obrigados a pernoitar em um hotel. Quando chegaram ao quarto, meu pai espontaneamente pegou a Bíblia e leu a maravilhosa promessa: “Sabei, pois, que o SENHOR separou para si aquele que lhe é querido” (Sl 4.3, RC). Esta palavra confirmou aos meus pais que haviam estado sob a clara orientação do Senhor! Do contrário, o fim da história poderia ter sido terrível.

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Abra mais a sua Bíblia, leia-a em espírito de oração. Só isso é suficiente para que você trilhe o caminho da salvação de forma sempre nova.

situação, e permite que estes experimentem a Sua maravilhosa orientação. Por que isso acontece? A Escritura Sagrada é: • a única revelação de Deus • a única forma pela qual Deus fala diretamente • o único apoio inabalável • a única autoridade infalível. Só a Escritura Sagrada é: • digna de confiança • imutável • incorruptível. Por isso podemos experimentar a maravilhosa direção de Deus em nossa vida quando nos apropriamos das palavras e promessas da Escritura Sagrada.

Dire ªo debaixo das vistas de Deus Tenho certeza de que muitos de nossos leitores já experimentaram situações e proteção semelhantes. Podemos confiar piamente naquilo que Deus nos diz em Sua Palavra, e assim voltar a experimentar a Sua clara orientação dia após dia. Se o Senhor lhe der uma palavra, não permita que o inimigo a roube de você semeando dúvidas. Certa vez li algo a respeito em um dos livros do abençoado servo de Deus Oswald Chambers, que cito aqui livremente: “Se você ler uma palavra de Deus na Bíblia ou alguém lhe citar uma afirmação de Deus, e ela atingir seu coração como um raio, por ser uma resposta clara a uma pergunta que você tinha apresentado ao Senhor, então não hesite em crer firmemente naquilo que Ele acabou de lhe dizer. Deixe todas as dúvidas para trás, levante-se e aja de acordo com aquilo que lhe foi dito! Pois Deus falou com você, como se um anjo tivesse descido do céu para lhe dar essas palavras”.

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George Müller demonstrou da forma mais clara possível que Deus cumpre a Sua palavra. Afinal, ele dirigiu – somente com base nas promessas da Escritura Sagrada – um orfanato em Bristol, com mais de 2.000 órfãos. Também há testemunhos de mulheres que confiaram completamente na Palavra de Deus e não foram envergonhadas. Certa vez tive o privilégio de visitar na Holanda uma senhora judia de mais de oitenta anos, crente em Jesus. Ela já havia chegado à fé em Jesus Cristo quando criança e tinha sobrevivido ao Holocausto. Ela me disse o seguinte em relação à Bíblia: “Primeiro, eu sempre leio o que está escrito, depois aceito o que está escrito e em terceiro lugar faço o que está escrito”. Na época mais difícil de sua vida, essa mulher experimentou de forma maravilhosa como Deus a orientava por meio de Sua Palavra. Deus honra a Sua aliança para com aqueles que dedicam sua total confiança à Sua Palavra em qualquer

Uma passagem bíblica que retrata e exemplifica de forma maravilhosa como acontece a direção de Deus em nossa vida está no Salmo 32.8, onde o Senhor diz: “Instruirte-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho”. O Senhor promete aos Seus que vai conduzi-los dirigindo a eles os Seus olhos. Meditando a respeito, lembrei-me do relacionamento cheio de amor entre um pai e o filho que ele vê diante de si. O pai conduz a criança pela mão, enquanto seus olhos vigiam continuamente o filho. Quando um jovem questionou o Senhor Jesus sobre a vida eterna (Mc 10.17) e confirmou que desde criança cumpria todos os mandamentos (v. 20), lemos: “E Jesus, fitando-o, o amou...” (v. 21). Por que Jesus olhou para ele? Para guiá-lo; para tomá-lo pela mão para que reconhecesse o caminho certo para sua vida. O jovem rico recebeu a oportunidade de ser guiado pelo próprio Jesus. Os olhos do Senhor já pousavam cheios de amor sobre


tarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá” (Sl 139.7-10). Sim, o Senhor quer que Seus filhos experimentem Sua direção também dessa forma: Ele os guia à medida que Seus olhos estão sobre eles dia e noite, em todas as circunstâncias de suas vidas, onde quer que estejam. E onde quer que Ele tenha essa oportunidade de guiar, conduzir e aconselhar uma pessoa, ali uma luz brilhará mesmo na mais profunda escuridão. Por isso, não desanime, o que quer que você tenha de enfrentar, ou qualquer que seja a sua situação: o Senhor Jesus, que o conduz com Seus olhos, sempre vê uma saída! Uma pessoa sobre cuja vida Deus mantém os olhos abertos, que perAssim como o pai guia seu filho, Deus também quer mite que nos conduzir pela mão. Deus a guie dessa forma, é espiritual. Em outras palavras: a atuação do Espírito Santo é o alicerce da vida dela. O Espírito Santo é também o motor que a impulsiona a fazer as coisas corretas e a escolher o caminho certo. Vamos olhar mais uma vez para o texto de Romanos 8.26, que fala

ele – mas o homem não atendeu ao apelo. Que tragédia! É uma prova ilimitada do Seu amor que os Seus olhos repousem sobre nós, para que Ele nos aconselhe e guie desse jeito. Se tomarmos consciência de quão maravilhosos são os olhos que repousam sobre nós, então só podemos adorar, dizendo: que grande Senhor é o nosso! Pois a Bíblia descreve dessa forma os Seus olhos, com os quais Ele quer nos guiar: “A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo” (Ap 1.14). Isso significa que os Seus olhos atravessam a mais profunda escuridão. Nada Lhe está oculto. Quando nós já perdemos qualquer perspectiva há muito tempo, Ele ainda enxerga. O que é totalmente incompreensível para nós, está completamente revelado diante dEle. O salmista tinha plena consciência desse fato quando orou: “Para onde me ausen-

sobre nossa incapacidade na oração e então aborda a ajuda que o Espírito Santo dá: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”. Afinal, por que o Espírito Santo intercede por nós, para que saibamos orar da forma certa? Qual é a Sua motivação? Será que Ele foi encarregado por alguém a fazer isso? Sim, exatamente: o Espírito Santo nos representa na oração da forma como o Pai deseja. É o que vemos no versículo seguinte: “E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele [o Espírito Santo] intercede pelos santos” (v. 27). Deus, o Pai, quer que oremos de determinada forma. Ele quer nos aconselhar, mantendo Seus olhos dirigidos para nós, e deseja nos guiar conforme a Sua vontade. Então, o Espírito Santo produz essa vontade de Deus em nós. O mesmo acontece, por exemplo, com o fato de que o Espírito Santo deseja nos guiar em toda a verdade, como diz Jesus. Por que o Espírito Santo quer e faz isso? Porque o próprio Senhor o deseja, porque Seus olhos estão sobre nós e porque Ele deseja nos conduzir em toda a verdade. O Senhor Jesus diz a esse respeito: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade”. Por que o Espírito Santo faz isso? A resposta é: “porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido... porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.13-14). Quando o Espírito Santo deseja nos guiar “em toda a verdade” isso está relacionado àquilo que o Senhor Jesus quer de nossa vida: “...porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”. São os olhos do Senhor, que descansam incansavelmente sobre

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nós, que nos guiam e conduzem. Mas é o Espírito Santo que – como um tradutor – nos explica e esclarece a vontade de Deus. Naturalmente ainda fica a seguinte questão: como o Espírito Santo produz tudo isso em nós? Como acontece esse processo, pelo qual o Espírito Santo nos representa na oração “com gemidos inexprimíveis”? Como Ele nos revela os motivos pelos quais devemos orar? Bem, Ele não chama um anjo do céu para nos entregar uma lista de motivos. Mas como isso tudo funciona de verdade? Não de forma milagrosa ou espetacular, como muitos irmãos certamente já desejaram. Não, o Espírito Santo simplesmente coloca o motivo em nosso coração. Ou, em outras palavras: desperta em nós o pensamento de orar por este ou aquele motivo. Da mesma forma acontece com a principal incumbência do Espírito Santo, isto é, a glorificação de Jesus em nós e por meio de nós. Jesus diz: “Ele [o Espírito Santo] me glorificará” (Jo 16.14). Isso significa que Ele não

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fala por meio de uma experiência espetacular e extraordinária. Não, o Espírito Santo faz Jesus crescer em nós. Ele nos impulsiona a pensar nEle. Ele desperta em nós o desejo de ter comunhão com Jesus e a Sua palavra. Ou Ele produz em nós um impulso interior de, por exemplo, fazer uma declaração de amor ao nosso Senhor, como Davi fazia: “Eu te amo, ó SENHOR, força minha” (Sl 18.1). Davi não orou dessa forma porque teve alguma revelação especial, mas porque sentia isso em seu coração. Ele simplesmente ficou com vontade de louvar ao Senhor dessa forma. O mesmo acontece com aqueles que se tornaram propriedade de Jesus. De uma hora para outra nosso coração nos mostra o que devemos fazer ou não fazer. Os olhos do Senhor voltados para nós e a atuação do Espírito Santo em nós às vezes produzem o desejo de fazer algo ou deixar de fazer outra coisa. Em outras palavras: temos a forte sensação ou até mesmo a certeza de que este caminho é o certo, e o outro, errado.

Recomendamos:

Edição revisada

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos”.

Mas os olhos do Senhor não repousam sobre todas as pessoas, sem exceção. Da mesma forma, nem todas as pessoas experimentam a atuação do Espírito Santo que descrevemos acima. Há uma condição, que é a seguinte: “Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele” (2 Cr 16.9). Portanto, Deus quer nos ensinar e mostrar o caminho em que devemos andar; Ele quer nos aconselhar, Ele quer dirigir Seus olhos para nós (Sl 32.8) – mas só quando nós também o queremos, quando nosso “coração é totalmente dele”. Somente filhos de Deus consagrados vivem essa direção especial de Deus; só eles experimentam isto: os olhos de Deus sobre eles, a atuação do Espírito Santo dentro deles! Por isso, certifique-se de que a cada novo dia todos os obstáculos entre você e o Senhor sejam removidos; só assim você experimentará essa extraordinária direção do Senhor! Faça isso, e você experimentará a direção especial de Deus conforme descrita em Isaías 30.21: “Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele”.

Pedidos: 0300 789.5152 www.Chamada.com.br


R

ecentemente usei o título deste artigo como tema de uma das minhas preleções e informei-o à pessoa que organizava uma conferência profética. Quando mencionei o tema durante nossa conversa pelo telefone, houve uma pausa de silêncio do outro lado da linha, o que para mim era sinal de que meu interlocutor tentava imaginar de que maneira o assunto da psicologia poderia ter alguma relação e conexão com a reconstrução do templo dos judeus, a Grande Tribulação, a batalha do Armagedom, o Anticristo e o Falso Profeta, bem como outros eventos e personalidades que são temas comuns em conferências proféticas. Quando a falta de resposta dele chegou naquele ponto embaraçoso, eu intencionalmente citei, bem devagar, o texto de 2 Timóteo 3.1-2: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas...” [ou “amantes de si mesmos”, conforme a versão Almeida Revista e Corrigida]. “Excelente! Pregue sobre isso!”, foi a sua reação imediata ao ouvir o texto. Embora o organizador daquela conferência não soubesse exatamente a maneira pela qual eu abordaria o tema, ele imediatamente reconheceu a relação de encaixe pelas frases: “últimos dias [...] tempos difíceis [...] amantes de si mesmos”. É tremendamente preocupante

(todavia compreensível, conforme veremos) que a maioria dos evangélicos (principalmente os pastores) não tenha percebido a relação entre a advertência clara e, até mesmo, aguda do apóstolo Paulo acerca dos perigos do amor-próprio, e a psicologia nos “últimos dias”. Para que possamos entender melhor quais eram as preocupações de Paulo, é necessário que iniciemos pela definição do termo “ego”. Significa simplesmente a pessoa em si mesma. Quer dizer eu – e tudo o que compreende o meu ser. Nesse caso, ser um amante de mim mesmo significa que eu me amo em primeiro lugar e acima de tudo. O ego domina, por completo, o meu coração, a minha mente, a minha vontade e a minha consciência. O ego, antes de experimentar a salvação em Cristo, é um ser autônomo que pratica o que lhe apraz em rebelião contra Deus. Mas para os crentes em Jesus, que são novas criaturas em Cristo (2 Coríntios 5.17), o ego deve estar submisso ao Senhor. Um crente verdadeiro, diariamente, nega-se a si mesmo; toma a sua cruz; está crucificado com Cristo – e, contudo, ainda está vivo, de modo que a vida que ainda tem na carne é vivida em Cristo pela fé (Mateus 16.24; Gálatas 2.20). Por que Paulo enfatizou o ego como uma questão altamente preocupante nos “últimos dias”? O “ego” não tem sido o problema de toda a humanidade desde o primeiro ato de desobediência a Deus no Jardim do Éden? (Gênesis 3). A tentação sedutora de Satanás para Eva não era uma proposta mentirosa que exaltava o “ego” dela? Afinal, Satanás lhe disse: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gn 3.5). E não foi por causa das mentiras satânicas de auto-realização e autodivinização que Eva caiu em pecado? Além disso, a autopreservação não foi uma conseqüência evidente do pecado de Adão e Eva constatada

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dos os nossos males mentais, emocionais e comportamentais. Tratase de um novo desdobramento do que aconteceu no século XIX e que se tornou inevitável quando “cientistas” darwinistas começaram a promover sua própria teoria da origem do homem. Por que se tornou inevitável? Ora, como Deus “perdeu” Sua posição de Criador da humanidade, no final das contas foi completamente substituído. A teoria evolucionista Ser um amante de mim mesmo significa que eu me amo eliminou qualquer em primeiro lugar e acima de tudo. O ego domina, por necessidade de completo, o meu coração, a minha mente, a minha Deus, visto que, vontade e a minha consciência. segundo nos disseram, todos os seres vivos vieram a no momento em que cada um deles existir através de processos naturais. transferiu a sua culpa para outro? Ao excluir-se Deus do cenário da Adão disse: “A mulher que me deste vida, resta-nos apenas o “ego” (ou por esposa, ela me deu da árvore, e eu melhor, o deus “Ego”), de modo comi” (Gn 3.12). Eva alegou: “A que a humanidade passa a ser o refeserpente me enganou, e eu comi” (Gn rencial de todas as coisas. Porém, 3.13). É óbvio que o ego passou a isso deixa os evolucionistas/humaser o personagem principal no cen- nistas num dilema. tro do palco da vida humana desde Por um lado, o ser humano foi a primeira prática do pecado na ter- “aliviado” da responsabilidade de ra e daí por diante. prestar contas ao seu Criador; por Entretanto, Paulo designa uma outro lado, o homem é deixado aos ênfase especial para o ego nos “últi- seus próprios cuidados para que remos dias”. Embora o egoísmo inte- solva todos os seus problemas por resseiro e o oportunismo conve- conta própria. Essa crença evoluniente sejam traços dominantes do cionista e humanista postula que no gênero humano desde a Queda, so- íntimo do ser humano encontra-se mente com o surgimento da moderna o potencial completo e necessário psicologia é que o ego passou a ser para que surjam as soluções de tais proclamado como a solução para to- problemas. The Humanist Manifesto

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I [O Manifesto Humanista I] declara: “O homem finalmente está cônscio de que somente ele é responsável pela concretização do mundo de seus sonhos, de que possui dentro de si mesmo o poder para tal façanha”. Se as soluções não se encontrarem dentro do ego, o homem sem Deus não tem mais a quem recorrer, e, conseqüentemente, não há esperança para a humanidade. Mas, hoje em dia, os psicoterapeutas nos garantem que a cura para os males da humanidade de fato se encontra no íntimo do ser humano. Assim, a advertência profética de Paulo, a qual se refere aos “últimos dias” como “tempos difíceis” caracterizados principalmente por “homens amantes de si mesmos”, enquadra-se mais nos nossos dias do que a qualquer outro período da história. A substituição de Deus pelo ego leva ao dogma central da religião da psicologia, a saber: o ser humano é inerentemente bom. Se a bondade inata não residir no cerne mais profundo da natureza humana, seguese que a psicoterapia é uma prática inútil. Eis a razão: se o ser humano possui uma natureza pecaminosa, como a Bíblia demonstra, é impossível que consiga mudar por si mesmo. Em outras palavras, se sou inerentemente mau, eu sempre serei mau, visto que não há nada dentro de mim que me capacite a mudar. Contudo, se sou inerentemente bom, mas enfrento problemas em meu viver, ao fazer uso de vários métodos ou técnicas psicológicas, eu deveria ser capaz de extrair, utilizar ou perceber essa bondade inata para, dessa forma, curar ou solucionar os problemas que me afligem. Todos os “egocentrismos” psicoterapêuticos, a partir do amorpróprio para a auto-estima, à autoimagem, à autoconcretização, à auto-realização – até chegar à autodi-


vinização – são atribuídos com base na bondade intrínseca da natureza da pessoa. A psicologia humanista – à qual todas as psicoterapias estão visceralmente relacionadas – é o sistema de crença pseudocientífico do Anticristo, este que é a personificação da maldade humana. Os fundamentos da religião do Anticristo foram apresentados à humanidade por Satanás, na ocasião da tentação de Eva (quando ela foi desviada do caminho de obediência a Deus na direção de seus próprios interesses, até mesmo o de ser divinizada – conforme Gênesis 3), e culminarão num homem, o Anticristo, o qual se assentará no templo de Deus para ser adorado como se fosse Deus (2 Tessalonicenses 2.4). Tudo gira em torno da adoração do ego. Essa religião humanista-egocêntrica do Anticristo não aparecerá em cena de repente, quando o Anticristo for revelado. Como se pode observar, a religião do egocentrismo tem se desenvolvido desde o tempo do Jardim do Éden. Além disso, tal religião pode ser identificada no episódio da torre de Babel e na idolatria das nações gentílicas em todo o Antigo Testamento, bem como em todas as religiões do mundo na atualidade. Somente o cristianismo bíblico se coloca contra a exaltação do ego, exaltação essa que amarra num só feixe todas as religiões do mundo. A Bíblia declara que o ego é maligno e, por si mesmo, é incorrigível: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos...” (Jeremias 17.910). A Bíblia também declara que a salvação do homem só pode vir de Deus, a partir do momento que é recebida exclusivamente pela fé em Jesus, Aquele que satisfez as exigên-

cias da justiça divina, mediante o pleno pagamento pelos pecados da humanidade, segundo as Escrituras. Todas as demais religiões confiam no ego para obter salvação, basicamente, por meio dos próprios esforços do indivíduo, seja por rituais, seja por sacramentos, seja por meditação, seja por liturgias, seja por “boas” obras, e assim por diante. Empreendimento humano versus cumprimento divino – essa é a diferença crucial entre o caminho humano de salvação e o caminho de Deus para a salvação. A admoestação do apóstolo Paulo sobre os “últimos dias” dirige-se

Os fundamentos da religião do Anticristo foram apresentados à humanidade por Satanás, na ocasião da tentação de Eva, e culminarão num homem, o Anticristo, o qual se assentará no templo de Deus para ser adorado como se fosse Deus.

aos crentes em Cristo para advertilos e mostrar-lhes o perigoso resultado da prática de amarem a si mesmos. Por essa razão, é um tanto chocante ser testemunha da influência que exercem concepções humanístico-egocêntricas da religião apóstata do Anticristo no cristianismo evangélico, de forma nunca dantes vista. No artigo publicado na edição do mês passado, citamos as palavras de um famoso psicólogo cristão que enaltecia os psicólogos humanistas e adeptos da Nova Era, Carl Rogers e Abraham Maslow, por ajudarem os evangélicos a identificarem sua “necessidade de amor-próprio e auto-estima”. Certamente isso não provém dos autores das Escrituras Sagradas! Apesar disso, muitas pessoas influentes, que professam ser crentes em Cristo, têm semeado, sem intenção ou propositalmente, as sementes dos ensinos humanistas acerca do amor-próprio. Essa influência entre os crentes em Cristo chegou a tal extensão e por tanto tempo, que as heresias se enraizaram e seu fruto letal tem sido avidamente consumido em toda a Igreja. Norman Vincent Peale é geralmente identificado como o pioneiro que fundiu a teologia com a psicologia para formar aquilo que se tornou conhecido como “psicologia cristã”. De acordo com suas crenças humanistas, difundidas através de seus sermões transmitidos pelo rádio e de sua revista altamente popular intitulada Guideposts, Peale explicou que as pessoas “são inerentemente boas; as reações más [pecados?] não procedem da essência”. Robert Schuller, cujo “Pensamento da Possibilidade” vem a ser um reflexo do “Pensamento Positivo” de Peale (o mentor de Schuller), enviou 250 mil cópias de seu livro intitulado Self-Esteem: The New Reformation [Auto-Estima: A

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Nova Reforma] aos pastores por toda parte nos Estados Unidos. Tanto Peale quanto Schuller refletem os ensinos da seita Mind Science [Ciência da Mente]. O programa de televisão “Hour of Power” [Hora do Poder], apresentado por Schuller, é o programa de cunho religioso mais assistido no mundo. Entretanto, para milhões de pessoas, as concepções humanistas de Robert Schuller, empanadas com uma linguagem evangélica, não são identificadas por suas blasfêmias: “Jesus conhecia o Seu valor; o sucesso dele alimentava Sua auto-estima [...] Ele suportou a cruz para santificar Sua auto-estima. E ele carregou a cruz para santificar a auto-estima de vocês. De modo que a cruz santificará a viagem do ego!” [N. do T., a expressão viagem do ego significa “ato ou comportamento que satisfaz o próprio ego da pessoa”].1 Será que o próprio Anticristo falaria algo mais antibíblico do que isso? Lamentavelmente, muitos pastores, professores e conferencistas evangélicos conservadores de renome, tais como, Charles Swindoll, Charles Stanley, Josh McDowell,

Anthony Hoekema, Norman Geisler e outros, compraram essa idéia e passaram a ensinar, cristianizar e, mais adiante, popularizar, os conceitos de amor-próprio, auto-estima, autovalorização e auto-imagem. É o “novo sacerdócio” dos psicólogos cristãos, porém, com credenciais que contêm falsamente a unção da ciência, sacerdócio esse que convenceu tanto pastores quanto ovelhas da legitimidade das teorias e métodos da psicologia humanista. Dentre o abarrotado grupo de profissionais altamente graduados e reconhecidos que ensinam à Igreja o que debulharam e recolheram “no conselho dos ímpios”, está o Dr. James Dobson, o qual, sem dúvida, tem sido a personalidade mais influente entre os evangélicos nos últimos 25 anos. No que diz respeito ao amor-próprio e à auto-estima, Dobson escreve: Num sentido real, a saúde de toda uma sociedade depende da facilidade com a qual seus membros individualmente podem obter aceitação pessoal. Assim, sempre que as chaves para a auto-estima parecem estar fora do alcance de um grande percentual da po-

A Palavra de Deus nos diz que os caminhos do homem, isto é, todas as suas concepções egocêntricas e humanistas, são “caminhos de morte”, uma morte que separa o crente da verdade e espolia sua fé e frutificação em Cristo.

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pulação, como se verifica nos Estados Unidos do século XX, certamente ocorrerão “doenças mentais” em larga escala, neuroses, ódio, alcoolismo, uso abusivo de drogas, violência e desordem social...2 Se pudesse fazer uma prescrição para as mulheres do mundo, receitaria para cada mulher uma dose saudável de auto-estima e valor pessoal (para ser tomada 3 vezes ao dia até que os sintomas desaparecessem). Não tenho dúvida de que essa é a maior necessidade delas.3

Logo atrás de Dobson, em termos de influência na Igreja da atualidade, vem Rick Warren. Embora, ultimamente, tenha se distanciado de Robert Schuller, um de seus primeiros mentores (na década de 1990, Warren freqüentemente era um dos conferencistas no Institute For Successful Church Leadership [Instituto Para o Sucesso na Liderança da Igreja] dirigido por Robert Schuller), o artigo Learn to Love Yourself [Aprenda a Amar a si Mesmo], escrito por Warren e publicado no Ladie’s Home Journal, tem “a cara” de Schuller, além de ser pura psicologia humanista. Rick Warren alista “cinco verdades”, nenhuma das quais é “verdade”, muito menos, verdade bíblica: (1) Aceite a si mesmo; (2) Ame a si mesmo; (3) Seja verdadeiro consigo mesmo; (4) Perdoe a si mesmo; e (5) Creia em você mesmo. Porém, tais doutrinas humanistas antibíblicas têm sido ensinadas com tanta freqüência e de tantos púlpitos, que a maioria dos crentes em Cristo, quando se depara com aquilo que a Bíblia realmente ensina acerca do ego e dos egocentrismos, ou fica chocada por ter sido enganada, ou se ofende amargamente por ouvir a verdade. Embora, neste breve artigo, não possamos tratar, adequadamente, dos detalhes de quão perturbadora e destrutiva é a psicologia humanis-


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o seguinte e chore por seus filhos, lógico Fuller] na Costa Oeste e, caso o Senhor tarde em voltar. Em praticamente, em todas as universigeral, os jovens evangélicos identifi- dades cristãs que se localizem no cam a pseudociência e os mitos da território americano entre essas teoria da evolução, graças à instru- duas instituições. ção esclarecedora proporcionada Quem está falando a verdade papor organizações como o Institute ra nossos filhos? Não o Dr. James For Creation Research [Instituto de Dobson com seu ministério Focus Pesquisa da Criação], o Answers In on the Family [Família em Foco], o Gênesis [Respostas em Gênesis], qual ironicamente aconselha: “A bem como de muitos outros minis- psicologia cristã é uma profissão térios de apologética cristã, cientis- honrada para um jovem crente, destas criacionistas, mestres capacita- de que sua fé seja forte o suficiente pados e assim por diante. Apesar de ra resistir aos conceitos humanistas aos continuarmos no meio de uma im- quais será exposto... [grifo do auplacável batalha nessa área, não são tor]”.4 Chore e ore por nossa próximuitos os jovens evangélicos que ma geração de evangélicos que tem saem das universidades com a in- sido conduzida ao sacerdócio hutenção de se tornarem “evolucionis- manista daquela que, trágica e enganosamente, se denomina psicolotas”. No entanto, o que dizer da pseu- gia cristã. (TBC) dociência e dos mitos da psicologia? T.A. McMahon é diretor-executivo do ministéQuem, atualmente, ensina e escla- rio The Berean Call. Ele é co-autor (com Dave rece nossos filhos a respeito disso? Hunt) do bestseller A Sedução do Cristianismo. Por certo não são os mais de 50 mil membros da Associação Americana de Conselheiros Cristãos, cujo número de associados cresce rapidamente e que tem como alvo principal a “integração” entre a psicotera- Notas: 1. Robert Schuller, Living Positively One Day pia e o cristianismo. Até que ponto at a Time, Revell, 1981, p. 201; Self-Esteem, The New Reformation, Word Books, essa ignorância dos perigos da psi1982, pp. 14-15. cologia é perigosa para os nossos jo- 2. James Dobson, Hide or Seek, Revell, 1974, pp. 12-13. vens? A revista de grande prestígio 3. James Dobson, What Wives Wish Their intitulada Princeton Review [ReseHusbands Knew About Women, Tyndale House, 1975, p. 60. nha de Princeton] informa que psi4. James Dobson, Dr. Dobson Answers Your cologia é a segunda carreira mais Questions, Wheaton, IL: Tyndale, 1989, p. 497. escolhida entre todos os universitários. Além disso, ainda é a carreira Recomendamos: mais popular em universidades que professam ser cristãs, da Liberty University [Universidade Liberty] na Costa Leste até o Fuller TheologiPedidos: 0300 789.5152 cal Seminary www.Chamada.com.br [Seminário TeoDVD

ta para os cristãos que crêem na Bíblia (principalmente quando se apresenta recoberta pelo manto da psicologia “cristã”), aqui vão algumas preocupações que todos nós precisamos considerar com seriedade e em oração: Em primeiro lugar, as teorias da psicologia humanista procedem dos fundadores ateus e anticristãos da psicoterapia, cujas concepções encontram-se na categoria do que as Escrituras condenam como “o conselho dos ímpios” (Salmo 1.1). Em segundo lugar, a ênfase humanista no amor-próprio e na auto-estima despreza o mandamento bíblico de “negar a si mesmo”, que Jesus nos ordenou em Mateus 16.24. Em terceiro lugar, o enfoque cada vez mais evidente na auto-estima de uma pessoa, distorce paulatinamente o discernimento que um crente possui da verdade sobre a natureza pecaminosa do homem e esconde a convicção de pecado num pântano de racionalizações humanistas. Em quarto lugar, a subjetiva orientação de sentimentos da psicologia humanista corrói gradativamente os absolutos da verdade objetiva de Deus. Em quinto lugar, à medida que o fermento do humanismo brota e se desenvolve na mente de um crente em Cristo, sua interpretação das Escrituras gradualmente sofre uma mudança daquilo que Deus realmente disse (Gênesis 3.1) para aquele “caminho que ao homem parece direito” (Provérbios 14.12). A Palavra de Deus nos diz que os caminhos do homem, isto é, todas as suas concepções egocêntricas e humanistas, são “caminhos de morte”, uma morte que separa o crente da verdade e espolia sua fé e frutificação em Cristo. Quão “difícil” tudo isso se tornará “nos últimos dias”? Considere

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Algumas pessoas dizem que o Anjo do Senhor citado nas Escrituras hebraicas não é diferente dos outros anjos. Mas ele é bem diferente. De fato, ele é o próprio Deus.

: : Ele fala como Deus

“Multiplicarei sobremodo a tua descendência” (Gn 16.10); “Agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” (Gn 22.12); “Então, o Anjo do SENHOR lhe disse [a Balaão]: [...] Eis que eu saí como teu adversário, porque o teu caminho é perverso diante de mim” (Nm 22.32).

: : Ele é identificado como Deus

Gênesis 16.11 diz que “o Anjo do SENHOR” falou com Hagar, a serva egípcia de Sara. “Então, ela invocou o nome do SENHOR, que lhe falava: Tu és Deus que vê” (v. 13). Entretanto, a prova mais clara da divindade desse Ser especial é a passagem que narra o momento em que Moisés encontrou o Anjo do Senhor “numa chama de fogo, no meio de uma sarça” (Êx 3.2). Aqui, o “anjo” se identificou de forma inequívoca: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus” (Êx 3.6).

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Depois, nesse encontro, o “anjo” é chamado de “o Senhor”, e revela seu nome pactual: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14), também conhecido como Iahweh ou Javé.

: : Ele aceita adoração Em hipótese alguma o homem pode adorar qualquer pessoa ou coisa, exceto o Deus vivo e verdadeiro (Êx 20.3-5; Mt 4.10). Os anjos de Deus rejeitam a adoração. Mas o Anjo do Senhor a aceita, indicando que ele é Deus. Quando Josué encontrou um homem que se identificou como “príncipe do exército do SENHOR”, ele “se prostrou com o rosto em terra, e o adorou” (Js 5.14). Balaão fez o mesmo ao ver o “Anjo do Senhor” (Nm 22.31). Manoá, o pai de Sansão, e sua esposa “caíram com o rosto em terra” (Jz 13.20); e Manoá disse a sua esposa: “Certamente, morreremos, porque vimos a Deus” (Jz 13.22).

Antes da Encarnação As Escrituras afirmam muito claramente que Jesus existia antes de Seu nascimento físico na manjedoura de Belém. Algumas vezes, Ele aparecia na terra com propósitos específicos. Essas aparições singulares são chamadas de teofanias ou cristofanias. Ambos os termos se referem a manifestações visíveis de Jesus, a Segunda Pessoa do Deus triúno, anteriores à Sua encarnação.


> > “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3).

criação e da história de Israel. Ele foi aquele com quem Jacó lutou, e que mudou seu nome (Gn 32.28). Jacó disse ao Anjo do Senhor: “Não te deixarei ir se me não abençoares” (Gn 32.26). O Anjo, então, mudou o nome de Jacó para Israel (Gn 32.28), que significa “aquele que luta com Deus” ou “um príncipe de Deus”. Depois disso, Jacó declarou: “Vi a Deus face a face” (v. 30).

: : Verbo Vivo : : Criador Ele agiu na formação do mundo: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). O apóstolo Paulo chamou Jesus de “a imagem do Deus invisível”, e disse: “Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra” (Cl 1.15-16).

: : O Eterno O próprio Jesus declarou Sua divindade quando disse: “Antes que

Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8.58). E o profeta Miquéias anunciou que o Messias de Israel seria o próprio Eterno: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2). Jesus, o Eterno, que veio à terra para nascer em Belém, esteve envolvido em todos os aspectos da

Descobrindo o “filho da noite” O ator Tom Cruise, fervoroso adepto da Cientologia (seita de ficção científica), foi declarado o novo “cristo” pelos líderes do movimento. Ele deverá espalhar a mensagem de L. Ron Hubbard (fundador da seita) pelo mundo.

Tom Cruise, que sempre foi uma grande atração nos cinemas, passou a ser considerado “maluco” depois de certas atitudes estranhas, e agora foi declarado o “messias” da Cientologia. David Miscavige, um dos principais dirigentes da Cientologia, está firmemente convencido de que em breve Tom Cruise será “adorado como Jesus Cristo” em todo o mundo, pois estaria sendo considerado cada vez

O Evangelho de João começa assim: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Jesus era, é, e sempre será o Verbo Vivo de Deus. Antes que a Palavra de Deus aparecesse na forma escrita, a Palavra definitiva, que depois se tornou carne (Jesus), freqüentemente providenciava a revelação necessária, aparecendo como Anjo do Senhor. (Israel My Glory) Thomas C. Simcox é diretor de The Friends of Israel nos estados do Nordeste dos EUA.

mais como “grande profeta da religião”. Uma fonte da seita disse ao tablóide britânico “The Sun”: “Tom foi informado que ele é a figura de Cristo da Cientologia. Como Jesus, ele está sendo criticado pela sua visão das coisas, mas futuras gerações reconhecerão que ele tinha razão – como aconteceu com Cristo”. (www.bluewin.ch)

Para que não haja nenhum mal-entendido: não estamos dizendo neste artigo que Tom Cruise será o vindouro Anticristo!

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Do Nosso Campo Visual estrela da alva”, “a brilhante Estrela da manhã”, “o sol da justiça” e “o sol nascente das alturas” (veja 2 Pedro 1.19; Apocalipse 22.16; Malaquias 4.2; Lucas 1.78). A respeito, existem alguns tipos que representam o Anticristo:

1. Filho da perdição

Tom Cruise, declarado o “messias” da Cientologia.

Apesar disso, gostaríamos de apontar para as tendências dos acontecimentos em nossa época. Fica cada vez mais claro que a humanidade está buscando o grande “líder mundial”, pelo qual será finalmente seduzida. O vindouro governante mundial e o Falso Profeta serão revelados depois que Satanás e seus demônios forem lançados sobre a terra pelo arcanjo Miguel (veja Apocalipse 12.7-12; Apocalipse 13.1ss.). A filiação de Jesus Cristo – o primeiro e grande Filho de Israel, o Filho de Deus – é copiada por Satanás e transferida ao Anticristo. Ele será o “filho de Satanás”, o filho gerado por uma humanidade ímpia. Satanás foi o “filho da alva”: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!” (Isaías 14.12). Quando o Diabo for lançado do céu sobre a terra, ele se manifestará através do Anticristo. Por meio deste, aparecerá quase como “filho da alva” e se apresentará na “semelhança de Jesus”, que é “a

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Essa é uma das denominações do Anticristo. O apóstolo Paulo escreve: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição” (2 Tessalonicenses 2.3). Esse vindouro “filho da perdição” foi representado pelo traidor Judas, que é chamado da mesma maneira: “Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura” (João 17.12). Judas – um dos doze apóstolos judeus – transformou-se em cruel traidor de Jesus. Ele andou por muito tempo com o Senhor, fez sinais e maravilhas (veja Lucas 9.1-6), mas mesmo assim era um grande hipócrita de duas caras, um ladrão com modos de benfeitor (veja João 12.5-6). Da mesma forma, inicialmente o Anticristo se apresentará muito religioso. Depois, ele se revelará como o maior dos traidores.

2. Filho do pai Também Barrabás, que foi libertado em lugar de Jesus, é uma representação profética do Anticristo. Apesar de ter sido um rebelde e assassino, o povo exigiu a liberdade dele, enquanto pediu a morte na

cruz para Jesus, o verdadeiro Filho de Deus: “De novo, perguntoulhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás!” (Mateus 27.21). “E era-lhe forçoso soltar-lhes um detento por ocasião da festa. Toda a multidão, porém, gritava: Fora com este! Solta-nos Barrabás! Barrabás estava no cárcere por causa de uma sedição na cidade e também por homicídio. Desejando Pilatos soltar a Jesus, insistiu ainda. Eles, porém, mais gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o!” (Lucas 23.17-21). Através de Barrabás fica muito claro o princípio anticristão “no lugar de” e certamente esse acontecimento na paixão de Cristo não foi uma coincidência. Barrabás significa “filho do pai” – ele foi solto no lugar de Jesus, o verdadeiro Filho do Pai. A rejeição de Jesus teve por conseqüência a escolha do homem Barrabás, e assim será no fim dos dias: a rejeição de Jesus Cristo, o Filho de Deus, levará à escolha de um outro filho por parte do mundo.

3. Filho da noite Lemos em Jonas 4.10: “Tornou o SENHOR: Tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu”. O rícino (ou mamoneira) sob o qual Jonas se abrigou, é descrito como “filho de uma noite” em algumas traduções. Uma enciclopédia bíblica diz sobre o rícino: “...uma planta de crescimento muito rápido... As folhas são muito grandes... das sementes, cobertas por uma capa com espinhos, é extraído o conhecido óleo de rícino”. O Anticristo surgirá rapidamente. Ele será muito grande e


Do Nosso Campo Visual trará um óleo diferente do de Jesus (a oliveira). O rícino deu a Jonas sombra só por um dia (passageira e irreal). O Anticristo trará apenas uma sombra de paz passageira, pois exclusivamente Jesus dá verdadeira paz. Jonas, que é uma representação de Israel, estava fugindo de Deus. Ele irritou-se por causa da conversão dos ninivitas, aos quais tinha anunciado o vindouro juízo de Deus, e rebelou-se contra o Senhor. Nessas condições, ele se alegrou mais pela sombra que a planta lhe forneceu durante o calor do dia do que por aquilo que o Todo-Poderoso poderia lhe dar. O mesmo acontecerá com Israel: os israelenses buscam a sombra da falsa paz, o conforto no lugar errado – e esse anseio será atendido passageiramente pelo Anticristo. Depois, entretanto, seu sofrimento será tanto pior, como foi no caso de Jonas (veja Jonas 4.8).

4. O filho da estrela Em 70 d.C. Jerusalém foi conquistada pelos romanos, o templo foi destruído e grande parte da população judaica foi levada cativa. Pouco depois que o imperador romano Adriano (76 a 138 d.C.), que odiava os judeus, proibiu a circuncisão sob pena de morte e anunciou que no lugar do templo destruído seria edificado um santuário a Júpiter, ocorreu uma nova revolta contra os romanos. Sob a liderança de Simon bar Kochba e Akiba ben Josef, um dos mais influentes rabinos do seu tempo, os judeus enfrentaram a potência mundial romana em 132 d.C. Como revelam documentos encontrados em Qumran, provavelmente o nome original de bar Kochba era “bar Kosiba”. Mas o rabino Akiba ben Josef, que considerava ser ele o Redentor, mudou

seu nome para “bar Kochba” (“Fi- rias fala de modo impressionante: lho da Estrela”). Ele o fez com base “Em toda a terra, diz o SENHOR, em Números 24.17: “Vê-lo-ei, dois terços dela serão eliminamas não agora; contemplá-lo- dos e perecerão; mas a terceira ei, mas não de perto; uma estre- parte restará nela. Farei passar la procederá de Jacó, de Israel a terceira parte pelo fogo, e a subirá um cetro que ferirá as purificarei como se purifica a têmporas de Moabe e destruirá prata, e a provarei como se protodos os filhos de Sete”. Após a va o ouro; ela invocará o meu conquista de Jerusalém, Simon bar nome, e eu a ouvirei; direi: é Kochba, o “Filho da Estrela”, foi meu povo, e ela dirá: O SENHOR proclamado messias. Mas seu go- é meu Deus” (Zacarias 13.8-9). Vemos, atualmente, como o hoverno em Jerusalém não durou nem três anos. Os romanos juntaram rizonte está ficando cada vez mais uma força poderosa e, após longas e escuro e que a área de atuação do duras lutas, reconquistaram e des- “filho da noite” está sendo preparada. Mas, no final, Jesus aparecerá truiram Jerusalém no ano 134 d.C. Bar Kochba retirou-se para a como o Filho do Homem, a brifortaleza Betar, nas montanhas a lhante Estrela da manhã e o sol da cerca de 10 quilômetros a sudeste justiça, para acabar com a noite, de Jerusalém. Ali ele resistiu, até trazendo a luz eterna: “Eu, Jesus, que em 135 d.C. a cidade caiu nas enviei o meu anjo para vos testimãos dos romanos através de uma ficar estas coisas às igrejas. Eu traição e ele foi morto. Segundo a sou a Raiz e a Geração de Davi, tradição judaica, isso aconteceu no a brilhante Estrela da manhã... dia 9 do mês de Av (Tisha b’Av), Aquele que dá testemunho desexatamente no dia da destruição do tas coisas diz: Certamente, veprimeiro e do segundo templos. nho sem demora. Amém! Vem, Jesus!” (Apocalipse Nessa guerra teriam morrido nos Senhor combates mais de meio milhão de 22.16,20). Maranata! (Norbert judeus e, a seguir, por causa da fo- Lieth) me e de doenças, mais meio milhão. Após seu fracasso, o falso messias bar Kochba (“Filho da O Anticristo surgirá rapidamente. Ele será muito Estrela”) teve seu nome grande e trará um óleo diferente do de Jesus mudado na literatura ra(a oliveira). O rícino (ou mamoneira, na foto) deu a Jonas sombra só por um dia (passageira e irreal). O bínica para bar Kozba Anticristo trará apenas uma sombra de paz passagei(“Filho da Mentira”). ra, pois exclusivamente Jesus dá verdadeira paz. De modo semelhante, a história se repetirá nos tempos finais, se bem que em proporções muito mais terríveis. O falso messias (Anticristo), que será inicialmente escolhido por Israel, no final provocará intensa destruição na terra. A respeito, o profeta Zaca-

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A trombeta de Deus e a última trombeta Pergunta: “Recentemente li algo na Bíblia que até agora não tinha chamado minha atenção: Em 1 Coríntios 15.51-52 está escrito: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”. Aqui se fala do momento do Arrebatamento – “ao ressoar da última trombeta”. Portanto, trata-se de apenas uma trombeta que ressoará. Em 1 Tessalonicences 4.16 também se fala de uma trombeta. Ela é chamada de “trombeta de Deus”: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. A partir de Apocalipse 8 são citadas sete trombetas. Portanto, a sétima trombeta seria a última. Isso, porém, contrariamente à sua e à minha convicção, significaria que a Igreja passará pelos juízos dos selos”.

Resposta: Em minha opinião, a sétima trombeta em Apocalipse 11.15 não é a “última trombeta” de 1 Coríntios 15.51-52, pelas seguintes razões: 1. A sétima trombeta citada em Apocalipse 11.15 é uma trombeta de juízo. 2. Ao mesmo tempo, essa sétima trombeta anuncia o estabelecimento do governo de Jesus. 3. Os vinte e quatro anciãos, que são citados em Apocalipse 11.16, já se encontram no céu, onde adoram o Senhor. Eles já se encontram lá desde Apocalipse 4. Como os vinte e quatro anciãos são uma clara refe-

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Chamada da Meia-Noite, junho de 2007

rência à Igreja dentre judeus e gen- céus na terra, como os profetas – até tios (Ef 2.14) – doze tribos de Israel e inclusive João Batista – anuncia= judeus – doze apóstolos = Igreja ram: “Arrependei-vos, porque está pró(12 + 12 = 24) –, a sétima trombeta ximo o reino dos céus” (Mateus 3.2). não pode ser a trombeta do Arreba6. O apóstolo Paulo encontravatamento. se em meio ao ambiente cultural 4. A sétima trombeta será toca- grego. Ele escreveu sobre o Arrebada depois que o Anticristo tiver ini- tamento à igrejas de Tessalônica e ciado seu governo e matado as duas Corinto – localizadas na Grécia. Natestemunhas (Apocalipse 11.1-13). quele tempo, a Grécia era dominada Conforme os versículos 2-4, as duas por Roma. Todos conheciam os mitestemunhas agirão durante os últi- litares romanos, as paradas romanas, mos 1.260 dias. A citação desse pe- etc. Por isso, posso imaginar que ríodo, conforme comparação com Paulo, ao se referir à última trombeoutras passagens dos livros de Da- ta, pensou na trombeta militar roniel e do Apocalipse, refere-se sem- mana. Ela era conhecida de todas e pre à última metade dos sete anos não seria necessário explicá-la me(70ª semana de anos de Daniel), is- lhor a ninguém. Com a “primeira to é, aos últimos três anos e meio trombeta”, ou seja, com o primeiro (veja Apocalipse 12.6,14; Apocalip- toque de trombeta, os soldados eram se 13.5; Daniel 12.7). chamados para fora das tendas, para 5. Ao ser tocada a sétima trom- se prepararem para a ação. No sebeta não é descrito o mistério do gundo toque de trombeta eles tiArrebatamento, e sim o que foi nham que entrar em formação. O anunciado aos profetas: “mas, nos terceiro e último toque significava: dias da voz do sétimo anjo, quando ele marchem! Essa me parece uma boa estiver para tocar a trombeta, cumprir- descrição do Arrebatamento. se-á, então, o mistério de Deus, segun7. Em 1 Coríntios 15.51 é revedo ele anunciou aos seus servos, os pro- lado o mistério do Arrebatamento fetas” (Apocalipse 10.7). Qual a (transformação) e não o mistério da mensagem transmitida aos profetas? Igreja. No caso da sétima trombeta Não foi o mistério da Igreja; pois es- não se trata do mistério da transforte foi revelado apenas no Novo Tes- mação, mas da finalização da mentamento. Pelo contrário, aos profe- sagem da salvação. Essas realidades tas foi anunciado o vindouro reino deveriam ser mantidas claramente de Cristo, o Messias. Apocalipse distintas. (Norbert Lieth) 11.15 fala da implantação desse reiRecomendamos os livros: no (compare Amós 3.7; Atos 3.21; Mateus 13.11; Lucas 8.10). Nesse tempo tornar-se-á real o reino dos

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