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LABORATÓRIOS DE CONFORTO E SALUBRIDADE AMBIENTAL: O CASO DO LACAE/DEC/CTC/UEM – 2a PARTE Cláudio Emanuel Pietrobon Professor Doutor do Departamento de Engenharia Civil – UEM e-mail: claudiopietrobom@maringa.com.br Av. Colombo 5790 Bloco C 67 - CEP 87020-900 – Maringá-Paraná. Carmen Lucia da Rocha Pietrobon Professora MSc. do Departamento de Engenharia Química –UEM Av. Colombo 5790 Bloco D90 - CEP 87020-900 Maringá-Paraná. e-mail: carmen@deq.uem.br Paulo Fernando Soares Professor Doutor do Departamento de Engenharia Civil – UEM e-mail: pfsoares@uem.br Av. Colombo 5790 Bloco C 67 - CEP 87020-900 – Maringá-Paraná. RESUMO Neste trabalho, apresenta-se uma conceituação sobre as premissas de desempenho, experimentação e conforto em edificações. Descrevem-se, também, seis aparatos experimentais e as respectivas metodologias de aplicação, para subsidiar os alunos e os profissionais da área de tecnologia do ambiente construído e AEC - Arquitetura, Engenharia e Construção com os conhecimentos básicos relativos à Física Aplicada nas sub-áreas do conforto ambiental (luz e calor) em seus variados aspectos. Propõe-se experimentação laboratorial, estudos práticos e pesquisa de forma integrada visando a obtenção de qualidade total e ambiental, conservação de energia nas edificações, sob o signo da sustentabilidade. Dois equipamentos, já desenvolvidos pelo DEQ/CTC/UEM, destinam-se a medições de propriedades termofísicas: condutividade térmica e calor específico médio de materiais porosos. Quatro outros equipamentos, em fase preliminar de desenvolvimento pelo DEC/CTC/UEM, destinam a experimentação em geometria da insolação. PALAVRAS-CHAVE: Laboratório; Propriedades Termofísicas; Geometria da Insolação 1. INTRODUÇÃO


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Tendo em vista a complexidade dos fatores energético-ambientais que atuam no ambiente construído, na escala da edificação urbana e o grande número de variáveis de projeto a serem considerados na sua concepção, há necessidade de uma abordagem integrada nesta etapa. Surge a possibilidade de experimentação em modelos reduzidos visando a verificação do desempenho nas etapas preliminares do ciclo projetual, aliada às medições laboratoriais de suporte a estas atividades.(Pietrobon, 1990, 1991) Reforça-se esta premissa, pois o potencial de conservação de energia elétrica nas edificações é maior nas etapas iniciais do ciclo projetual do que no edifício em uso/operação/manutenção. (Hirst et alii ,1986). Aliada à necessidade de conservação energética é necessária a intervenção no ambiente construído visando conforto ambiental, na dicotomia indissociável dos aspectos de conforto e salubridade, visando a qualidade de vida do usuário, sob o enfoque ergonômico e da sustentabilidade. Tendo em vista esta ênfase e as ações integradas e interdisciplinares necessárias na aplicação do método construtivista em termos pedagógicos, a experimentação surge como um implemento indispensável. O presente conjunto de aparatos propostos, aliados a aparelhos para medição de calor, luz e som, e juntamente com uma oficina básica de maquetaria e modelos, formarão um conjunto consistente para implementar a experimentação em conforto e salubridade ambiental, em AEC, no âmbito das propriedades termofísicas de materiais porosos e geometria da insolação. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA James Marston Fitch (Fitch, 1976) afirma: "O homem está totalmente imerso no ambiente físico, inteiramente dependente do mesmo, pois as relações dos processos metabólicos e seu suporte ambiental são uterinos. Desde que os processos constituem por eles mesmos, a plataforma da consciência; a percepção sensorial depende da satisfação metabólica do corpo". Harriet Ryd (Ryd, 1972) limita a percepção integrada do homem aos subsistemas ambientais; estabelecendo os conceitos de: parâmetros operativos do ambiente físico, qualidades ambientais e avaliação integrada das qualidades ambientais pelo ser humano, conforme Figura 1. Inclui-se nesta análise a influência do ambiente social na percepção, salientando a importância deste ambiente no comportamento, demonstrando a interação dos Ambientes Físico e Social sobre a Percepção, Emoção e Comportamento. Estas conceituações, no âmbito do ambiente construído, podem assumir diferentes significados, de acordo com o objetivo da análise: o enfoque da salubridade e/ou do conforto (Hapl, 1976). As edificações, devido à crescente complexidade das relações humanas, devem, atualmente, dar respostas cada vez mais elaboradas para atender às necessidades humanas, respondendo em última instância pelo desenvolvimento sustentável, no âmbito de AEC.

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Considerando que o edifício está em constante interação com o seu entorno; a pesquisa e o ensino de AEC devem se voltar ao estudo metodologicamente estruturado sob o enfoque holístico e multidisciplinar, de forma integrada durante o ciclo de vida útil da edificação que compreende as fases de concepção, planejamento, projeto, produção e uso/manutenção/operação, até a sua demolição..

Figura 1 - Relação dos fatores ambientais com o ser humano Fonte: Ryd, 1976 Estes conceitos, restritos ao âmbito das edificações, podem ser analisados através da interrelação entre 3 sistemas principais: do ambiente, da edificação e do ocupante, mediados pelos condicionantes administrativa, econômica e financeira (Maffei, 1985) definindo níveis de habitabilidade, dentre eles o conforto e a salubridade. Restringindo-se o subsistema do ambiente físico aos fatores energético-ambientais (Luz, Som e Calor) que atuam nas edificações (Randell, 1987), e que juntamente com as atividades humanas, o mobiliário, equipamentos e os mecanismos ativos definem globalmente o ambiente interno cujos parâmetros operativos ocorrem simultaneamente nas escalas temporal, espacial e locacional (Celik, 1976). Dada a complexidade do problema de avaliação global das interrelações entre os sistemas envolvidos há a alternativa de analisar e diagnosticar isoladamente cada subsistema envolvido nas escalas temporal, espacial e locacional para avaliar globalmente a situação de referência. Exemplifica-se o processo para o ambiente térmico (Celik, 1976), conforme figura 2. Neste caso a intervenção global na situação de referência pode ser hierarquizada em função de determinações de ordem legal e normativa, sempre que possível, confrontadas com a opinião dos ocupantes para definir o grau de satisfação com as condições avaliadas. Assim, há necessidade de integração de equipes multidisciplinares nas diversas escalas e etapas da 3


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intervenção humana no ambiente construído, desde a fase de concepção à de uso e operação, visando primordialmente o ser humano, através de um enfoque holístico, na escala da edificação (Mill, 1986).

Figura 2 – Intervenção no Ambiente Térmico Interno. Fonte: Celik, 1976 Neste contexto, há a necessidade de estudar o ambiente construído, na escala da edificação; considerando-se todo o ciclo produtivo do empreendimento, verificando-se em cada fase, experimentalmente, ou via simulação computacional as hipóteses de projeto. Ressalta-se a necessidade de se verificar experimentalmente a sensitividade dos programas computacionais existentes na área de conforto ambiental visto que são elaboradas, vias de regra, para as condições e situações existentes no hemisfério norte. Conforme proposta pedagógica dos currículos dos cursos de graduação em Arquitetura e Engenharia Civil da UEM e, através de pesquisa integrada e interdisciplinar, nos Departamentos de Engenharia Civil e Engenharia Química, cujo escopo ressalta a necessidade de experimentação laboratorial em nível didático e a conseqüente validação de modelos físico-matemáticos. Assim, os seis aparatos experimentais propostos constituem um apoio e complementação do Laboratório de Conforto Ambiental e Ergonomia – LACAE/DEC/CTC/UEM, para os cursos de Arquitetura e Engenharia Civil e para apoio às atividades de pesquisa, extensão e prestação de serviços. 3. EQUIPAMENTOS DESENVOLVIDOS NO ÂMBITO DAS PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS Os aparatos, denominados de condutivímetro e calorímetro, foram desenvolvidos e estão no DEQ/CTC/UEM.( Pietrobon et alii , 2000). São instrumentos para se determinar as seguintes propriedades: condutividade térmica e calor específico médio de diversos materiais de construção Civil. As normas utilizadas são, respectivamente, a ASTM C-351 (1982) de origem norte americana e a DIN 51406 (1976), pelo método do fio quente, de origem alemã. O objetivo destes aparatos, além da obtenção de dados termo-físicos de materiais em situações diversas dos hand-books e manuais é para a utilizá-los como input adequado à aplicação em softwares de simulação do desempenho termo-energético de edificações.

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Figura 3 – Calorímetro

Figura 4 – Condutivímetro

Fonte: Pietrobon et alii, 2000

Fonte: Pietrobon et alii, 2000

4. EQUIPAMENTOS EM DESENVOLVIMENTO NO ÂMBITO DA GEOMETRIA DA INSOLAÇÃO Descrevem-se, nos itens seguintes, os aparatos em desenvolvimento (fase de transição administrativa) no DEC/CTC/UEM. 4.1. Heliogoniômetro O Heliogoniômetro é um aparato que fornece a direção norte-sul geográfica ou verdadeira e foi concebido na Universidade Ahma du Bello na Nigéria (Harrison, 1973). No Brasil, foi executado um protótipo no IPT-Instituto de Pesquisa Tecnológicas, em São Paulo. (Farah, 1985). Utiliza-se da projeção da sombra de um semicírculo, produzida pelo sol sobre a base reclinável e giratória, dotada de escala convenientemente graduada em correspondência aos dias do ano. A base reclinável deve ser ajustada à latitude geográfica local, após o que, girando-se o conjunto sob o sol, faz-se com que a sombra do semicírculo intercepte a escala graduada na posição correspondente à data em que está sendo efetuada a medição. Após tal procedimento, a direção norte-sul verdadeira esta determinada, coincidindo com a projeção horizontal do eixo ortogonal no semicírculo, obtendo-se a declinação em relação ao Norte Magnético na data de observação, através de bússola magnética fixa ao aparato. Apresenta-se o aparato, na Figura 5. 4.2. Relógio de Sol

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O aparato a ser produzido pela equipe do LACAE é um instrumento simples e acessível, com o qual é possível simular a insolação, em qualquer dia do ano desde o nascer até o por-do-sol, sobre uma maquete do objeto de estudo. O mecanismo tem concepção e operação simples e é para uso em todas latitudes. Para tanto, pode ser inclinado, permitindo o ajuste da latitude para qualquer local (Olgyay e Olgyay, 1963). O protótipo do LABCON (1999) é representado na Figura 6. 4.3. A.M.E - Analisador de Mascaramento do Entorno Será adotado o modelo de A.M.E – Analisador de Mascaramento do Entorno, para registro da máscara de sombras do hemisfério horizontal, em projeção estereográfica eqüidistante, construído no LABCON (1996), mostrado na Figura 7. Existem outros aparatos similares desenvolvidos.(Pleijl, 1954); (Olgyay e Olgyay, 1957) denominados de Globloscópio e Full Field, e também se valem de registros fotográficos. 4.4. Solarscópio Será adotado o modelo de simulador da trajetória solar aparente, denominado de Solarscópio, construído no LABCON (1996), ilustrado na Figura 8. Aparatos similares foram concebidos e projetados em Universidades norte-americanas e européias, na primeira metade deste século. A primeira tentativa surgiu com (Marks e Woodwell, 1914); (Dufton e Beckett,1932) que conceberam o HELIODON. Entre 1937 e 1953 tem-se notícia de dezoito aparatos projetados e construídos em universidades norte-americanas e européias. No Brasil o IPT (Farah, 1985) construiu um HELIODON. Mais recentemente, se construíram variações destes aparatos. (Assis, 2001); (Fricke e Naor, 2001) e (Silva, 2001). No aparato, em estudo, para simular os movimentos relativos Terra-Sol, considerar-se-ão as seguintes hipóteses simplificadoras, que não invalidam os seu uso: • A trajetória da terra na translação será circular; • Os raios solares serão considerados paralelos; • A eclítica está compreendida entre dois paralelos celestes de declinações 23º27'N e 23º27'S; • A velocidade de variação da declinação do sol durante o ano não é constante; • A latitude definirá o ângulo dos raios solares em relação à localização geográfica; • A maquete deverá ocupar o centro da trajetória aparente do sol; • As velocidades de translação e rotação da terra serão consideradas constantes; • A hora sideral será considerada idêntica a hora solar média; • O aparelho dará as sombras em escala para a hora solar média, devendo-se corrigi-la para a hora legal.

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Figura 5 – Heliogoniômetro

Figura 6 – Relógio de sol

Fonte: IPT, 1985

Fonte: LABCON, 1996

Figura 7 – A.M.E

Figura 8 – Solarscópio

Fonte: LABCON, 1996

Fonte: LABCON, 1999

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5. DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO DOS APARATOS EXPERIMENTAIS 5.1. Calorímetro - ASTM - C351-61 (1973) Descreve-se, a seguir, o módulo experimental para a determinação do calor específico médio de materiais sólidos porosos. • Características e princípios gerais do método de utilização. O equipamento constitui-se de um aquecedor (projetado) para operar em temperaturas constantes até (100oC), um frasco de Dewar (recipiente isolado termicamente para conter o líquido calorimétrico), termômetro para calorímetro (precisão de 0,005oC), dois termopares de cobre-constantan, agitador mecânico, cronômetro e milivoltímetro digital. O princípio do método consiste na adição de uma massa conhecida do material de teste aquecido (com temperatura conhecida) numa quantidade de água destilada com massa e temperatura conhecidas, registrando-se a variação da temperatura da água com o tempo até atingir o equilíbrio. O calor absorvido pela água e pelo frasco de DEWAR é calculado igualando-se este valor à expressão do calor cedido pelo material de teste, determinando-se assim o calor específico médio dos corpos de prova. • Cuidados. O experimento deve ser realizado em ambiente climatizado e as amostras devem ser secas em estufa durante aproximadamente 4 horas. 5.2. Condutivímetro- DIN 51406 (1976) Descreve-se, a seguir, o módulo experimental para a determinação de condutividade térmica de materiais sólidos porosos. • Características, Procedimento Geral do Método e Utilização. O equipamento é composto de um circuito de aquecimento, formado por um fio Kanthal, de diâmetro menor ou igual a 0,35mm, comprimento aproximado 200 mm, denominado Fio Quente. Este é ligado a uma fonte estável, de corrente contínua por meio de condutores de cobre de diâmetro não maior que o fio quente. Em seus terminais deve ser medida a voltagem para a determinação da potência dissipada, com um voltímetro de precisão. O circuito de medidas de temperatura é formado por um par termoelétrico de CobreConstantan, de diâmetro semelhante ao Fio Quente. Este par é ligado a outro semelhante, chamado de referência. Ambos se encontram ligados a um sistema de aquisição de dados. Tanto o fio quente, como os pares termoelétricos são colocados, paralelamente um ao outro, entre dois corpos de prova bem ajustados. O processo consiste em medir o aumento da temperatura a uma certa distância do fio quente. Plotando-se o aumento da temperatura versus o logaritmo do tempo, se obtém uma curva, da qual pode ser calculado o coeficiente de condutividade térmica do material de teste. • Cuidados. O experimento deve ser realizado em ambiente climatizado e as amostras devem ser secas em estufa durante aproximadamente 4 horas. E, para a obtenção de valores consistentes da condutividade térmica os dois corpos de prova devem ser bem polidos e comprimidos, pois a presença de ar altera os resultados.

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5.3. Heliogoniômetro ( Harrison, 1973) Descreve-se, a seguir, o módulo experimental para a determinação do norte verdadeiro, em campo. • Características e Utilização. Este aparato, a ser desenvolvido e produzido pela equipe do LACAE - Laboratório de Conforto Ambiental e Ergonomia, é constituído pelas seguintes partes básicas: base fixa horizontal com parafusos de nivelamento; componente circular com movimentos de rotação no plano paralelo à base; componente sem circular com movimentos de rotação no plano ortogonal à base para marcação da latitude geográfica da localidade; semicírculo de acrílico fixo sobre a base reclinável. • Procedimentos para o uso • Ajustar a base reclinável segundo a latitude geográfica do local; • Nivelar a base horizontal através dos parafusos micrométricos e do nível de bolha; • Efetuar a rotação da base horizontal, até que a sombra do perímetro do semidisco, projetada pelo sol, corte o eixo da escala graduada na marcação correspondente à data da medição, obtendo-se a direção norte-sul geográfica através da obtenção do azimute de eixo ortogonal ao plano do semidisco, com a utilização da bússola magnética do aparato. • Cuidados • Evitar choques bruscos, para não danificar, não arranhar e nem deslocar o semicírculo; • Manter sempre limpo o semicírculo; • Após o uso, guardar o aparelho na sua caixa; 5.4. Relógio de Sol (Olgyay e Olgyay, 1963) Descreve-se, a seguir, o módulo experimental para o estudo de sombreamento, em termos de geometria da insolação. A utilização é com modelos em escala reduzida, em campo ou laboratorial, com refletor parabólico. • Características e Utilização. O relógio de sol (ou, também chamado relógio de sombras), consiste de uma meia secção de um cilindro vazado que apresenta uma grade das trajetórias solares nos seus pares de meses durante o ano, com as horas do dia colocadas em outra direção ortogonal. No seu centro encontra-se uma haste que indica o mês e as horas da insolação a ser analisada. • Procedimentos para o uso. • Colocar o aparelho sobre o plano onde se encontra o modelo que terá sua insolação analisada e fixá-lo firmemente; • Fazer com que o norte do aparelho coincida com o norte do local (modelo); • Regular a inclinação do semicilindro conforme a latitude do local em estudo através do transferidor de ângulos colocado na lateral do aparelho; • Expor o conjunto ao sol (pode ser uma fonte de luz artificial desde que tenha um refletor e seja colocada a mais de 2,0 m do modelo), a sombra da ponta da haste central indicará as datas e horas, que poderão ser modificadas pelo posicionamento de todo o conjunto com

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relação às fontes de luz (Sol ou lâmpada). Uma vez ajustada a data e a hora desejadas, a simulação da insolação produzida no modelo será a mesma da situação especificada. • Cuidados. • Embora seja de simples manejo, manusear o instrumento com cuidado; • Procurar manter as peças móveis na posição correta e caso acontecer algum desarranjo, regular o aparelho antes de proceder a novas análises; • Evitar choques e acúmulo de poeira. 5.5. A.M.E. - Analisador de Mascaramento do Entorno (LABCON, 1996) Descreve-se, a seguir, o módulo experimental para a determinação do mascaramento do entorno: hemisfério horizontal, em projeção eqüidistante. • Características e Utilização. Este aparelho a ser desenvolvido e produzido pela equipe do LACAE, consiste numa lente parabólica de acrílico transparente fixada sobre uma base que contém lâminas de acetado escuras, nas quais estão representadas as trajetórias aparentes que o sol descreve na abóbada celeste ao longo do ano, de acordo com uma latitude específica. A lente reflete a visão panorâmica da abóbada celeste, conforme uma projeção eqüidistante, incluindo todos os objetos que se encontram neste campo de visão. A lente parabólica fixada sobre o gráfico de trajetórias solares superpõe sobre ao mesmo a imagem do entorno imediato, e na interceptação das trajetórias com as linhas do contorno deste entorno, ficam definidas as horas nas quais o local em estudo deixa de receber sol. Com uma câmera fotográfica digital, posicionada na direção de zênite, pode ser registrada a imagem projetada do contorno compreendido no hemisfério horizontal, para posteriores estudos fora do aparelho. • Procedimentos para o uso: • Armar o A.M.E. sobre um tripé no ponto e na altura escolhidos para a avaliação; • Posicionar o aparelho para orientação Norte, com o auxílio da bússola existente na sua base; • Nivelar a base com a ajuda da bolha de nível; • Observar o A.M.E. bem de cima e observar a imagem do entorno imediato refletido na lente; • Ajustar a altura de visão: uma perpendicular a partir do centro do aparelho; • Registrar as imagens com câmera digital, certificando-se de que ela se encontrana posição correta, ou seja, na direção do zênite. • Cuidados. • Evitar choques bruscos para não danificar, não arranhar e nem deslocar a lente; • Manter sempre limpa a lente de acrílico; • Após o uso, guardar o aparelho na sua caixa.

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5.6. Solarscópio (LABCON, 1999) Descreve-se, a seguir, o módulo experimental para o estudo laboratorial da geometria da insolação, com modelos em escala reduzida. • Características e Utilização O aparato constará de três segmentos de arcos circulares paralelos com 2,00 m de raio, cada um. Serão construídos em perfil tubular metálico. Far-se-á a fixação, diametralmente, por meio de dois mancais que possibilitem a mudança de posição, conforme a latitude desejada, medida por um transferidor de 180°, garantindo a simultaneidade dos movimentos nos dois apoios através de dois eixos de transmissão. Esses arcos terão graduação referente às horas do dia (7:00 h até 17:00 h). A distância entre os arcos referir-se-á à variação da declinação do sol, nas efemérides astronômicas das diferentes estações do ano: Solstícios e Equinócios Na posição do centro dos arcos será colocada uma mesa, para apoiar a maquete, cuja altura será a mesma do mecanismo de fixação do arco maior. Sobre a mesa serão marcados os pontos cardeais e em cujo centro se posicionará a maquete a estudar. A estrutura de apoio será em perfis metálicos, forrada com chapa de ferro e será fixada numa plataforma. Os mecanismos de movimento serão os seguintes: Para a latitude há o controle que movimenta os arcos e permite travamento; para as estações há o controle elétrico ligadesliga das lâmpadas; A energia elétrica para o aparelho será conduzida do painel de controle por um fio retráctil. Os contra pesos fixados nas extremidades do arco maior terão a função de estabilizá-lo, quando não travado, na posição vertical e serão confeccionados em metal. • Procedimentos para o uso • Localizar a maquete no centro da mesa, orientá-la de acordo coma a marcação dos pontos cardeais existentes na mesa; • Verificar a latitude do local do projeto a ser examinado e ajustar o arco, com uso das manivelas e do transferidor. Lembrar-se de orientar o arco com sentido (N ou S) contrário à latitude do local e de travá-lo firmemente; • Ajustar a filmadora ou câmera fotográfica e escurer o ambiente; • Dar início à operação de simulação do movimento solar aparente. Ligar os refletores nas horas e na épocas do ano requeridos; • Interromper o procedimento no instante desejado para observações no modelo reduzido. • Após o final do percurso, desligar os refletores. 6. CONCLUSÕES Através da aplicação dos aparatos experimentais no ensino de AEC, com a respectiva metodologia nos moldes pedagógicos do construtivismo, objetiva-se especificamente:

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• Formar estudantes de Engenharia Civil e Arquitetura com a correta compreensão das técnicas de controle ambiental e conservação de energia através de experimentação, estudos, e treinamento envolvendo o conhecimento, no caso em pauta, de dois fatores decisivos: características termo-físicas de materiais porosos e geometria da insolação; • Proporcionar aos docentes e acadêmicos de Engenharia Civil e Arquitetura o acesso, a informações e orientações que lhe permitam a experimentação simplificada, mas necessária à correta pratica didática construtivista; • Propiciar a integração comunidade-escola através do repasse da tecnologia desenvolvida com a finalidade de difundir aplicação de metodologia adequada ao correto agenciamento dos parâmetros energético-ambientais, em nível profissional na Engenharia Civil e Arquitetura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARONI, S. (1976): The Ecology of Housing. EKISTICS, 39 (235):372-376. CELIK, A.P. (1976) Indoor Climate and its Variables. In: The CIB Symposyum, Vienna, proceedings..., pp.11-14. FITCH, J.M. (1972): American Building: The Environmental Forces That Shape it. 2 ed. v.2, New York, Schoken Books. 349p. HAPL, L. (1976): Analysis of Ecological Situations with Reference to the Effect of Climatic Factors of Environmental on the Subject of Environment. In: The CIB Symposyum, Vienna, Proceedings..., pp. 313. HIRST, E. (1986): Energy Efficiency in Building: Progress & Promise. Washington, ACEEE. 256p. HOTTOVY, A. (1986): Environment shaping process. in: The 1sth Triennal Congress... CIB, Washington, Proceedings... pp.3268-3278. MAFFEI, C.A. (1985): Habitação-cidade: O projeto como causa e efeito na construção habitacional brasileira. São Paulo, EPUSP. 42p. (mimeo). MILL, P.A.D. (1986): Techinical Quality Control and Transdisciplinary Testing Requirements of total Building Performance in Canada. In: The lrst Triennal Congress... CIB, Washington, Proceedings...pp. 3286-3296. PIETROBON, C.E. (1990): Um processo sistemático para o projeto arquitetônico Bioclimático: O caso de Maringá-PR. São Carlos, Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. 554p. (Dissertação de Mestrado). PIETROBON, C.E. (1991): Projeções da trajetória solar aparente na escala de tempo universal: uma aplicação compugráfica. Maringá, DEC/UEM. 78 p. (Monografia de Especialização). RANDELL, J.E. (1978): Ambient Energy: a criteria for building design. Lancaster, The Construction Press. 236p. RYD, H. (1972): Use of climatological data in building with respect to confort. in: CIB Colloquim Teaching the Teachers on Building Climatology. Stockholm, Proceedings..., pp. 49-96.

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