Clarice Lispector e Inês Pedrosa: aproximações pretende confrontar duas antologias cronísticas, evocando o eco plural de sensações, percepções, sentimentos, emoções, ideias, ideais e atitudes que os textos escritos registam como algo que podemos designar, de modo um tanto poético, mas nem por isso menos real e histórico, como “alma no feminino”. O substantivo vozes remete para algo ligado à expressão verbal, oral ou escrita, à palavra, à linguagem, irmã gémea do pensamento, ou dos pensamentos, das opiniões dos sujeitos cronistas, neste caso mulheres: uma, brasileira, outra, portuguesa; uma, tomando voz no final da década de 60 e início da de 70, do século XX; outra, comunicando no início do século XXI. Esta evocação sonora do discurso cronístico reenvia para a natureza polifónica, plural destas vozes, na riqueza ideológica, temática e estilística de cada uma, ambas inseridas num determinado contexto histórico e geocultural.