S. João de Deus ainda não tinha sido abordado na azulejaria em Portugal de forma sistemática, comparativamente às outras figurações iconográficas do Santo e de outros Santos, que têm por base a pintura e a escultura e estão, inúmeras vezes, referenciados em livros temáticos.
Sendo Portugal o paí do azulejo, também a Ordem Hospitaleira de S. João de Deus não foi indiferente, em fazer representar o seu fundador neste suporte cerâmico. Os motivos para tal arte são facilmente encontrados na extensa bibliografia, desde o século XVII até ao presente, que enriqueceu o interior das obras literárias, com inúmeras gravuras e estampas. Os gravadores têm sido, para a obra de Frei António de Gouveia, de 1659, e de Manuel Trinchería, de 1773, solicitados a conceber e produzir registos evocativos da vida e obra do Santo, permitindo aos encomendadores, quer reais, quer religiosos e públicos, elementos suficientes para a obra azulejar que chegou até ao presente.