Partindo das palavras desafiadoras de Eduardo Lourenço, segundo as quais «um dia teremos de voltar ao ponto de partida e tomar à letra o texto de Pessoa, menos enigmático do que nos querem fazer crer» (LOURENÇO, E., 2004: 31) , traçámos como objectivo da dissertação provar que Fernando Pessoa praticara em Pauis a teoria literária exposta nos artigos sobre a nova poesia portuguesa. E, no âmbito desta problemática, estaria envolvido o texto «A Arte Moderna é arte de sonho», que estabelece conexão com os textos de Sá-Carneiro, naquele extraordinário diálogo interactivo a que Pauis também pertence.
Nesse confronto textual, fomos constatando, passo a passo, que, tendo o Saudosismo na sua mira, Pessoa tecia a teoria da sua própria poética, herdeira da literatura finissecular, aberta ao presente, para atingir o futuro.