Anatole France desenvolveu, ao longo da vida, uma apreciável atividade literária, cuja qualidade veio a ser consagrada com a atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 1921, mas foi também um dinâmico militante nos domínios social e político. No tempo da sua formação escolar, era habitual a leitura de textos hagiográficos, em voga na época, onde sempre surge Santa Thaïs, “pecadora”, e a ela associada a figura do monge Paphnuce, obras que constituíram a fonte essencial para o romance Thaïs, cuja ação decorre no Egito, entre o deserto, habitado por eremitas, com uma vida voltada para a ventura espiritual, e a cidade de Alexandria, na qual proliferam os impuros desejos carnais.
Jules Massenet, compositor em fase ascensional, entusiasmado com o romance, ajustou com Anatole France a sua adaptação ao teatro, tendo a elaboração do libreto destinado à ópera sido, de comum acordo, entregue a Louis Gallet. A obra musical, com partitura de Massenet, teve a première em Paris no ano de 1894.