Ao longo de séculos, o Estado português recorreu a diferentes formas de representação e construção do seu Império em África. Este estudo foca uma dessas estratégias de interpretação, valorização, afirmação e justificação do Império, a literatura colonial. Através do incentivo a esta nova expressão literária, a partir da década de vinte do século XX, o Estado elabora uma campanha de propaganda na mesma linha de procedimento de outros Impérios coloniais seus contemporâneos. Para tal, teve um papel preponderante a Agência Geral das Colónias na atribuição de prémios de literatura colonial através de um concurso efectuado de 1926 a 1968. É através da análise de um conjunto de obras premiadas, nomeadamente daquelas que se debruçam sobre Moçambique, desde a década de vinte à de sessenta que se pretende observar como evoluiu a racialização das relações sociais em Moçambique.