De pendor humanista, as obras de Vergílio Ferreira – embora anunciem uma viragem a partir do romance Mudança, desprendendo-se das marcas padronizadas do enredo romanesco – patenteiam o homem em prol de uma conspeção mais filosófica, como o âmago da cogitação, numa “subjetividade que denuncia um sujeito de dimensão arquetípica, mascarado de indivíduo.
os romances de Vergílio Ferreira constituem uma representação ficcional do espaço humano real e da problemática do ser que o habita; as suas obras ressumam humanidade, apresentando um “eu” (protagonista e narrador) que se desnuda “pela atividade inteligente (dimensão ensaística) e pela expressão emotiva (discurso lírico)” (ibid.).
Em conclusão, da ficção de Vergílio Ferreira, selecionámos romances onde, por um lado, a narração autodiegética, imersa em subjetividade e emotividade, se patenteia, e, por outro, onde o registo epistolográfico assume relevada importância na hibridez do discurso confluindo para a complexidade do romance.