A recepção à ficção camiliana ainda permanece articulada a dois operadores hermenêuticos consagrados por uma parcela significativa da crítica literária luso- -brasileira: a conjunção vida/obra e o enquadramento da produção literária assinada por Camilo no Romantismo português. Por meio do estudo de dois romances, Amor de Perdição (1862) e Onde Está a Felicidade? (1856), interessa aqui problematizar as análises da produção camiliana que se baseiam nesses pressupostos. Nesse sentido, a ficção camiliana: a escrita em cena buscou enfrentar as seguintes questões: terá Camilo assimiliado e culminado na tradição literária portuguesa a sacralização do amor? Será Camilo essencialmente um escritor ultra- -romântico, autor, sobretudo, de novelas passionais?
As respostas encontradas se basearam na relação entre esses textos e a vigorosa tradição literária metaficcional, fortemente enraizada nos períodos que antecedem e sucedem a atuação de Camilo como escritor.