Boletim do CLAM - Mar. 2016

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BOLETIM MENSAL DO CLAM Clube de Astronomia de Maceió Observatório Astronômico Genival Leite Lima - OAGLL Março, 2016, ano 01, n° 02

Este boletim mensal é uma iniciativa do Clube de Astronomia de Maceió com o apoio do Observatório Astronômico Genival Leite Lima, e tem como objetivo informar a comunidade escolar e a todos os interessados as últimas novidades sobre Astronomia, bem como, os eventos voltados ao ensino, divulgação e popularização da Astronomia em Alagoas. O SOM DO UNIVERSO Por Bruno Bianchi Gonçalves

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notícia do mês é histórica na Astronomia! Prevista por Albert Einstein há um século, as ondas gravitacionais finalmente foram comprovadas pelo LIGO (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser) nos Estados Unidos. Esta comprovação é um marco e abre mais um caminho no estudo do universo. A busca por ondas gravitacionais receberá um reforço com o satélite LISA Pathfinder, da Agência Espacial Europeia, que já está no espaço e a coleta de dados científicos prevista para iniciar neste mês março. A onda gravitacional é gerada por objetos supermassivos, como buraco negro, estrela supergigante ou supernova, causando ondulações no espaço-tempo que são detectadas através da luz. O primeiro registro de onda gravitacional foi gerado pela colisão de dois buracos negros há mais de 1 bilhão de anos. Os buracos negros estão a 1,3 bilhões de anos-luz da Terra. Apesar de ser causada por objetos supermassivos, as ondas gravitacionais são bastantes sutis para serem observadas devido à natureza da onda, isto exige altíssima precisão dos instrumentos. Agora é aguardar e ficar antenado para novas surpresas. QUAL A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA ASTRONOMIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA? Por Mauro Soares

Muitas vezes estudantes não sabem responder qual é a influência da lua sobre os mares

e oceanos da nossa Terra. A grande maioria também não sabe diferenciar uma estrela de um planeta e muitos não sabem nem que o Sol é uma estrela. Isso se deve a qualidade do ensino da astronomia nos níveis fundamental e médio. Essa questão me levou a conversar com o professor de física e astrônomo amador Charles Magalhães sobre a importância do ensino da astronomia. Segundo Magalhães, o ensino da astronomia nas escolas é importante para o desenvolvimento dos alunos. “A Astronomia é, possivelmente, a mais antiga das ciências. Ela está diretamente relacionada ao desenvolvimento da civilização. A Astronomia pode fazer uma ponte entre disciplinas como a Matemática, a Física, a Química Charles Magalhães, Proe a Biologia e por quê não também com história e filosofia”, avalia. A capacitação dos fessor de Física da rede professores, segundo o mesmo, é um desafio. “A capacitação de professores com relação estadual de educação, à Astronomia, em Alagoas, é ainda muito deficiente. Acredito que Alagoas ainda não tenha astrônomo amador e colacapacitação de professores para o ensino de Astronomia. Este é um desafio que penso que borador no OAGLL. as instituições públicas e privadas de ensino superior alagoanas poderiam abraçar”, afirma. E o que falta no estado de Alagoas na opinião do professor é, principalmente, a valorização dos profissionais da área. “Acredito que não só em Alagoas, mas no Brasil como todo, respeitar os profissionais de educação e pesquisa, melhorando suas condições de trabalho e financeira, seria parte da solução. No meu entender profissionais motivados é o melhor investimento que se poderia fazer no momento. Enquanto China e Índia e o restante dos países que estão emergindo financeira e culturalmente estão investindo de forma intensa em pesquisa e educação, no Brasil só temos conversa. Vontade política é o que falta”, relata. TELESCÓPIO ESPACIAL HUBBLE. PARTE – 2 Por Mauro Soares em os Ônibus Espaciais todos pensaram que o sonho de um observatório fora da atmosfera terrestre tinha acabado junto com a explosão da oitava missão do Challenger (STS-51-L). Só que mesmo depois do acidente, os engenheiros envolvidos com a construção não desistiram do objetivo. Quatro anos depois, no dia 24 de abril 1990, finalmente o HST foi enviado ao espaço abordo do ônibus espacial Discovery na missão STS-31. O telescópio Hubble sempre foi uma “caixinha de surpresas”. Após ser solto no espaço ele contaria com sua própria energia, para isso foram instalados dois painéis de energia solar que se abririam logo depois de sua soltura. O primeiro se abriu perfeitamente mas, o segundo travou e as equipes levaram horas tentando solucionar o problema. Resolvido o problema, os painéis ficaram voltados para o Sol, e o Hubble Foto: Desacoplagem do HST, STS-31 estava pronto para ser usado. 1990. Fonte: Nasa

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Todos se reuniram para contemplar a primeira imagem produzida pelo telescópio mais perfeito do mundo, e, nesse momento, aconteceu o que ninguém esperava, o HST estava “míope”. Isso mesmo, ele não enxergava bem. Isso porque o espelho tinha uma falha grave que não foi descoberta devido a falta dos testes finais. Isso deixou o telescópio praticamente inútil... Acompanhe o final da história na próxima edição.

Clube de Astronomia de Maceió- OAGLL- CLAM- Março de 2016, Maceió-AL


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