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editorial

Caros Munícipes,

Quando escrevi o ultimo editorial, em dezembro de 2019, estava longe de pensar o que aí vinha e o quanto iria alterar as nossas vidas, as nossas rotinas, a maneira como nos relacionamos com os outros e os outros connosco.

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De facto, esta pandemia, que continua a afetar o mundo inteiro, não parece querer dar-nos descanso, pelo que teremos de nos habituar a este “novo normal”, a começar pelo retomar da saída da Revista Municipal.

Curiosamente, nem o Presidente da Câmara está imune aos impactos desta doença; no momento em que vos escrevo esta mensagem, encontro-me de “quarentena” por ter tido contacto com uma pessoa que deu positivo no teste à Covid-19, pelo que terei de permanecer isolado durante mais uns dias em casa, o que não me impede de continuar a tratar dos assuntos da autarquia, sempre que necessário.

Por isso mesmo entendi que, embora os eventos municipais estejam suspensos, bem como algumas das atividades que a autarquia desenvolve ao longo do ano, devíamos dar nota através da Revista Municipal do que está a ser feito pela Câmara, para apoiar a nossa população, pois nem toda a gente tem acesso às redes sociais e ao Facebook.

Desde a primeira hora, em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Oeste e com a Direção-Geral da Saúde, temos estado a acompanhar a evolução da pandemia e a preparar respostas conjuntas ao nível regional e respostas ao nível local.

Essas respostas começaram por ser a preparação de espaços de acolhimento conforme as orientações da DGS; seguiram-se a desinfeção dos espaços públicos, o encerramento e condicionamento do acesso a equipamentos públicos, a distribuição de máscaras, enfim, fomos acompanhando a evolução da situação, numa estratégia conjunta de toda a região Oeste. Foi preciso adaptar os serviços da autarquia a esta nova realidade, mas, mais importante, foi preciso começar a encontrar respostas para a nova realidade social, nomeadamente para o encerramento das escolas. Desde o dia 17 de março que estamos a fornecer cerca de 90 refeições diárias a alunos de escalão A.

Entretanto, com o rápido abrandamento da atividade económica, foram-nos chegando informações de dificuldades em algumas famílias e, neste momento, estamos também a apoiar com ajuda alimentar cerca de 130 agregados familiares carenciados, que totalizam já 340 pessoas.

Para além disso, o Agrupamento de Escolas do Cadaval fez o levantamento dos alunos que se encontravam em aulas no domicílio, mas que não dispunham de equipamento necessário. Na resposta social aos alunos, adquirimos 143 tablets, 6 computadores e 100 acessos à internet, que foram disponibilizados para que todos pudessem acompanhar as aulas e terminar o ano letivo.

Ainda no âmbito das “respostas rápidas” a esta nova crise, alargámos até 30 de junho os prazos de pagamento de serviços à Câmara. Criámos um regulamento que permite que quem se encontre em dificuldade financeira possa ver reduzido, ou mesmo isentado, o pagamento da sua fatura de água; isentámos os comerciantes do pagamento de algumas das taxas, como das esplanadas, por exemplo, e demos também a possibilidade de poderem reduzir a fatura da água, em caso de inatividade comprovada.

Algumas destas medidas, para já, serão prorrogadas até 30 de setembro, de modo a poder responder à emergência social causada pela perda de rendimento de algumas famílias, Â

José Bernardo Nunes, Presidente da Câmara

para a qual foi criado, pela autarquia, um fundo municipal de emergência.

A par das referidas medidas, através do Serviço Municipal de Proteção Civil, temos estado a acompanhar, em estreita colaboração com a DGS, a evolução da doença no nosso concelho, tendo sido já testados todos os utentes e funcionários dos nossos lares, e não só, de modo a evitar surpresas. Até este momento, temos conseguido manter um número reduzido de novas infeções, muito pela atitude responsável da nossa população, pelo que faço um apelo para que continuem a ter os cuidados de etiqueta respiratória e de distanciamento social, pois só assim será possível manter controlados novos casos de infeção.

Com o aproximar da época das colheitas, aumentam também as preocupações com o possível aumento de contágios; é preciso manter uma atitude responsável, pois todos os cuidados serão poucos.

Mas o mundo não parou, e com a entrada no período de verão voltamos aos problemas de sempre; ao risco dos incêndios florestais que é preciso evitar. Uma vez mais, conto com todos para sermos vigilantes da natureza.

Ainda não passou uma década sobre a última crise (financeira) das nossas vidas; a nossa economia local foi pouco afetada, mas agora é um pouco diferente, pois é necessário estarmos preparados para esta nova realidade.

Quero deixar uma nota de agradecimento a todos aqueles que têm tido um papel muito importante no meio desta “tempestade”; aos Bombeiros, à GNR, ao pessoal de saúde, às auxiliares que trabalham nas nossas IPSS’s, mas também aos nossos funcionários municipais que continuaram a desempenhar funções essenciais enquanto grande parte dos seus concidadãos se encontrava confinada no conforto das suas casas. É muito importante sabermos que podemos contar com pessoas que estão disponíveis para fazer o seu trabalho, mesmo sabendo que esse trabalho acarreta riscos que muitos outros não correm. Termino, fazendo votos de rápida recuperação àqueles que estão a aguardar por um resultado negativo à Covid-19; saúde é o que posso desejar.

Ao Vosso dispor,

O Presidente da Câmara.

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