ABRIL 2021 JULHO
CULTURA / TERRITÓRIO / DESPORTO / PESSOAS
DINAMIZAR ALMADA
NÚMERO 01 04
1 milhão de euros em apoio a 195 empresas
CULTURA LIVRO Somos um território das artes VIVER ALMADA
344 páginas de muitas histórias pelo olhar de Inês Gonçalves e Ana Soromenho.
SESSÕES DE DISTRICT INNOVATION ESCLARECIMENTO Um distrito de inovação, na zona que vai Envolver os munícipes ematé projetos estruturantes do Monte de Caparica Porto Brandão, lança
Almada numa nova fase de desenvolvimento.
Índice PROGRAMA DINAMIZAR 4 A primeira edição do programa, com apoios no valor de 1 milhão de euros, beneficiou 195 empresas. A segunda já está a iniciar, sob o nome de Dinamizar+, e vai disponibilizar 700 mil euros.
CULTURA 10 Em entrevista, a presidente Inês de Medeiros, que também responde pelo pelouro da Cultura, faz uma avaliação do setor e afirma que o objetivo é tornar Almada uma referência nas artes performativas.
EM FOCO 16 Festival dos Capuchos, o renascer 20 anos depois. De 11 de junho a 3 de julho, o Convento dos Capuchos recebeu um programa que reflete na criação musical dos últimos 500 anos. De mencionar ainda a homenagem ao centenário de Astor Piazzolla e a presença e homenagem a Alfred Brendel, o último «monstro sagrado» do piano.
DIA MUNICIPAL DO BOMBEIRO 21
36 bombeiros foram distinguidos pela CMA com medalhas municipais no dia 6 de junho, o Dia Municipal do Bombeiro. Contando com a presença de várias entidades, a cerimónia celebrou o serviço notável dos três Corpos de Bombeiros do Município.
ALMADA ESTEVE TODA EM FESTA 28 Para celebrar o mês do concelho, as famílias almadenses puderam desfrutar de música, teatro, stand up comedy, cinema, novo circo, dança e exposições durante todo o mês de junho.
FICHA TÉCNICA Edição: Câmara Municipal de Almada | Departamento de Comunicação Redação: Câmara Municipal de Almada | Departamento de Comunicação e BY COM – Serviços de Design e Publicidade Fotografia: Câmara Municipal de Almada | Departamento de Comunicação e BY COM – Serviços de Design e Publicidade Paginação: BY COM – Serviços de Design e Publicidade Impressão e distribuição: To spend with you Tiragem: 120 000 Periocidade: Mensal Distribuição: Gratuita ISSN: 2184-9137
Publicação isenta de registo na ERC ao abrigo do Decreto Regulamentar n.º 8/99, de 9 de junho, art.º 12.º, n.º1b) Textos escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico CONTACTOS ÚTEIS: Geral Tel.: 212 724 000 Gabinete de Atendimento Municipal Linha Verde Almada Informa - 800 206 770 E-mail: almadainforma@cm-almada.pt Site: www.cm-almada.pt /cmalmada /cmalmada /cmalmada /cmalmada /cmalmada
EXECUTIVO: Inês de Saint-Maurice Esteves de Medeiros Victorino de Almeida Presidente | Administração e finanças, comunicação, planeamento estratégico, mobilidade e transportes, sistemas de informação, cultura João Luís Serrenho Frazão Couvaneiro Vice-Presidente | Economia e empreendedorismo, turismo, emprego, educação, juventude e desporto Francisca Luís Baptista Parreira Vereadora | Proteção civil e segurança, assuntos jurídicos e fiscalização, administração urbanística, planeamento urbanístico, e atendimento ao munícipe Maria Teodolinda Monteiro Silveira Vereadora | Recursos humanos, saúde ocupacional, higiene urbana, manutenção e logística, ação e intervenção social e habitação
Nuno Filipe Miragaia Matias Vereador | Espaços verdes, ambiente e energia Miguel Ângelo Moura Salvado Vereador | Rede viária, trânsito e frota VEREADORES SEM PELOURO: Joaquim Estêvão Miguel Judas José Manuel Raposo Gonçalves Maria Amélia de Jesus Pardal António José de Sousa Matos Joana Rodrigues Mortágua
Editorial «A cultura está acima da diferença
para, no Presídio da Trafaria, nascer
da condição social».
o Instituto de Artes e Tecnologia. Confúcio
Sabemos que nada disto seria possível sem o esforço e dedicação dos trabalhadores da autarquia
Caras e Caros Almadenses Neste mês de julho recorri à milenar sabedoria chinesa para iniciar este editorial com enfoque muito particular
e sabemos também que muito mais há para fazer pela cultura em Almada, pilar fundamental de uma sociedade democrática.
à Cultura no nosso concelho.
Também fundamental para a nossa
Para a Câmara Municipal de Almada,
sociedade é a Proteção Civil e todos
a cultura é, uma prioridade e um
os seus agentes, por isso voltámos,
compromisso para com todos
após um interregno, a celebrar
os munícipes, sem exceção.
o Dia Municipal dos Bombeiros com
Digo todos porque desde o início
as nossas três corporações: Almada,
do nosso mandato considerámos que
Cacilhas e Trafaria, a quem volto
a cultura não podia continuar centralizada
a agradecer em nome da autarquia
– havia uma clara necessidade
– nunca vos seremos suficientemente
de abranger todas as freguesias com uma
gratos! Dedicámos ainda uma semana
proposta de revisão, após mais de uma
melhor oferta cultural. Digo todos porque
ao Serviço Municipal de Proteção Civil
década de inação. Esta nova proposta
apostámos na diversidade, procurando
e recebemos a 21.ª edição do Curso
de PDM expõe a nossa visão de futuro
chegar a todos os gostos daquele que é,
Medical Response to Major Incident,
para Almada.
reconhecidamente, o melhor público para
uma iniciativa de âmbito nacional.
a cultura em Portugal.
Haveria muito mais para detalhar,
Em Almada, cuidamos daqueles que,
mas todos os dias os munícipes
Neste sentido criámos na altura das
uma vida inteira, lutaram pelo seu negócio
nos dão provas, pelo seu afeto,
Festas da Cidade o «Está Tudo em Festa»
e pela melhoria do tecido empresarial
pela sua esperança, pela sua
com atividades em todas as freguesias
do concelho. Cuidamos de quem não
solidariedade e empenho, que veem
do Concelho, fizemos renascer
desiste e por isso lançámos o Programa
a diferença e o trabalho feito.
o Festival dos Capuchos, mantivemos
Dinamizar Almada que se destina a micro,
E que sejam quais forem as dificuldades
o apoio ao Festival Internacional de Teatro
pequenas e médias empresas assim
não desistem, assim como nós também
de Almada, ao Festival Sementes
como a empresários em nome individual,
não. Por Almada.
e à Quinzena da Dança. Reforçámos ainda
com o objetivo de ajudar a enfrentar
a oferta com a criação da Casa
os impactos económicos da situação
da Dança, disponibilizámos de forma
pandémica.
gratuita e digitalmente mais de 7400 publicações periódicas nacionais e internacionais. Regulamentámos o sistema de apoios públicos e também regularizámos os apoios às Marchas populares, mesmo em ano de pandemia.
E porque independentemente do contexto, os compromissos são para cumprir: avançámos com o Regulamento das Áreas de Reconversão Urbanística, lançámos as obras de reabilitação do Edifício dos Paços do Concelho,
Ao nível das infraestruturas culturais
concluímos a Rua dos Pescadores,
organizámos e ampliámos o âmbito
reabilitámos a Capitão Leitão, e estamos
do Museu de Almada – Casa da Cidade,
em condições de iniciar a obra de
reforçámos o serviço público
reabilitação da Estrada Florestal,
de arqueologia recuperando a licença
após a Época Balnear. Destaque também
que a CMA tinha, incompreensivelmente,
para o Plano Diretor Municipal (PDM)
perdido de escavar no Almaraz e também
de Almada que deveria ter sido revisto
protocolámos com a Universidade Nova
em 2007 e viu finalmente concluída a sua
INÊS DE MEDEIROS
PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALMADA
ALMADA
PROGRAMA DINAMIZAR
1 milhão de euros para 195 empresas Na primeira edição do programa, a Câmara Municipal de Almada atribuiu apoios a empresas afetadas pelo confinamento. O programa prossegue e em breve começa uma nova etapa. Sucesso. É a palavra que melhor define os resultados
permite-se que se mantenham postos de trabalho,
do Programa Dinamizar, que atribuiu 1 milhão de euros
para mais tendo em conta que somam a outras medidas
em apoios a empresas dos setores mais afetados pela
governamentais, como o layoff, imprescindíveis
pandemia, como o pequeno comércio e a restauração
para que sobrevivam até ao retomar da atividade em
e similares. O programa, criado com o propósito
pleno», explica Mónica Capristano, diretora municipal
de dar fôlego à tesouraria dessas empresas,
de Economia Inovação e Comunicação da Câmara
teve 195 candidaturas aprovadas.
Municipal de Almada.
Os objetivos foram totalmente atingidos. Houve uma
O programa vai prosseguir. «A adesão superou
forte adesão dos empresários de setores variados,
as expetativas, demonstrando, também, que há outras
de restaurantes a floristas, passando por mercearias
necessidades a colmatar. É uma das razões pelas quais
ou cabeleireiros, entre outros. A resposta rápida
está em curso o reforço da dotação do programa, a que
do município, na aprovação das candidaturas
chamámos Dinamizar+, considerando que terá algumas
e entrega dos valores, fez com que os recursos fossem
alterações ao nível da elegibilidade, ponderadas
atribuídos na totalidade antes do tempo previsto.
em função da interação com candidatos que não
A manutenção dos postos de trabalho esteve sempre em foco. «Esse é um dos propósitos do apoio. Injetando
preenchiam todos os requisitos», avalia Mónica Capristano.
diretamente liquidez nestas micro e pequenas empresas
MÓNICA CAPRISTANO, DIRETORA MUNICIPAL DE ECONOMIA, INOVAÇÃO E COMUNICAÇÃO DA CMA: «A etimologia de dinamizar significa poder, força, capacidade. Ao permitir que as empresas subsistam estamos a contribuir para que se mantenham capazes de ultrapassar a crise».
4
DINAMIZAR+
Mais 700 mil euros em apoios O programa vai iniciar uma segunda fase e os apoios são agora mais abrangentes. Mesmo que a pandemia venha a ser controlada nos próximos meses, ainda vai levar tempo até que a economia consiga a total recuperação. É preciso antecipar soluções e a Câmara Municipal de Almada já está a preparar a segunda edição do Programa Dinamizar, denominado Dinamizar+. A dotação orçamental é de 700 mil euros e o programa vai estender os apoios ao regime de contabilidade simplificada e aos parques temáticos e de diversão. O sucesso do programa inicial, que teve os recursos esgotados num curto espaço de tempo, fez com que muitas empresas não tivessem acesso aos apoios. O Dinamizar+ surge para dar uma resposta a esta questão, ao mesmo tempo que promove o alargamento a outras entidades.
O programa destina-se a micro, pequenas, médias empresas e empresários em nome individual. Novos tempos trazem novos desafios. O município pretende aproveitar o Plano de Recuperação e Resiliência para criar parcerias que permitam apoiar a modernização de empresas através da capacitação digital e energética,
Turismo: o caminho para a retoma
dirigida a recursos humanos e equipamentos. O programa destina-se a micro, pequenas, médias empresas e empresários em nome individual. A dotação orçamental
A diretora municipal acrescenta que, «para acelerar
do Dinamizar é totalmente assegurada pelo orçamento
o ritmo da retoma e estimular a economia,
municipal.
é fundamental revitalizar o turismo, estando a ser preparada uma campanha de Turismo para promover o destino Almada, com impacto já neste verão mas, sobretudo, com incidência na época que se segue, de forma a contribuir para a redução dos níveis de sazonalidade e para o aumento da confiança necessária à retoma do nível de procura, em especial do turismo sénior, muito importante para o concelho». 5
ALMADA
POR FREGUESIA Caparica Trafaria
Restauração foi o setor que mais recebeu apoios
Almada Cova da Piedade Pragal Cacilhas
94 20
35 Laranjeiro Feijó
Costa de Caparica
22 24
O Programa Dinamizar levou apoio a quase duas centenas de empresas. O setor de restauração e similares, um dos mais atingidos pelo confinamento,
Charneca da Caparica Sobreda
foi o maior beneficiado, com quase 75% das candidaturas aprovadas. Em termos geográficos, o maior número de empresas beneficiadas está na zona histórica de Almada. 1%
10%
POR SETOR DE ATIVIDADE
9%
16%
CAE 95 - Reparação de computadores e de bens de uso pessoal e doméstico
POR FATURAÇÃO
36%
Entre 300.000,01 a 500.000,00 euros
CAE 96 - Outras atividades dos serviços CAE 47 - Comércio a retalho, exceto de veículos automóveis e motociclos 74%
CAE 56 - Restauração e similares
Entre 100.000,01 a 300.000,00 euros 54%
Até 100.000,00 euros
As primeiras empresas Dinamizar GELADOS POPE Meio século de muitos sabores Qualquer pessoa que tenha passado pela Rua dos Pescadores, na Costa de Caparica, ao longo das últimas décadas, certamente conhece a Gelados Pope. Mais do que isso, talvez até tenha experimentado um dos seus gelados que, com muito sabor, tem feito a alegria de muitas gerações ao longo de meio século. Fundada no distante ano de 1968, a gelataria e pastelaria é um dos espaços comerciais mais tradicionais da freguesia. Quem trabalha no comércio na Costa de Caparica sabe a importância das estações do ano. Do movimento mais intenso do verão até aos dias menos agitados de inverno, os comerciantes estão rotinados para dar sempre as melhores respostas, faça calor ou faça frio. Com uma atividade que abrange também a pastelaria tradicional, a Gelados Pope tem um público fiel entre os moradores da Costa de Caparica (e não só), o que permite impulsionar o negócio ao longo de todo o ano.
Helena Anjos, proprietária da Gelados Pope.
Os produtos de pastelaria, também de fabrico próprio, são muito procurados. Mas em tempo de verão as estrelas da companhia são os gelados. Há muito por onde escolher entre os cerca de 30 sabores da carta, em todo o ano, e os dez sabores especiais, que variam de verão para verão. Qual o sabor recomendado? Helena Anjos, proprietária da loja, diz que não sugere porque são todos bons, mas deixa escapar que o gelado de maracujá é muito elogiado. A pandemia trocou as voltas à economia do país e a empresa também foi afetada. No espaço de um ano, a Gelados Pope teve que fechar por seis meses, em dois períodos diferentes. Uma das preocupações da administração foi sempre manter os postos de trabalho, um número que varia entre sete e nove pessoas. Os recursos do Programa Dinamizar foram uma das fontes que permitiram, à empresa, respirar e manter o quadro de pessoal. E o futuro? «Eu sou otimista por natureza. E tento transmitir isso aos funcionários. Se vamos estar pessimistas e de pé atrás não conseguimos trabalhar e acabamos por passar isso para os clientes», explica Helena Anjos. 6
74%
TILA FLORISTA Da crise surge a oportunidade É comum dizer que as crises também trazem oportunidades. É uma ideia que ganha força no caso da empresa Tila Florista, instalada no Feijó há 11 anos. A pandemia também afetou seriamente o setor florista e, no caso desta empresa, o volume de negócios caiu quase pela metade. «A pandemia afetou bastante porque vivemos das cerimónias, como casamentos e funerais, e ficámos sem as duas coisas», explica a gerente Domitília Jesus. De onde vem a oportunidade? Com a adesão
Ana Janes, gerente da Tasca do Reguengos.
ao Programa Dinamizar, a empresa obteve os recursos que permitirão investir na criação de uma loja online. O novo formato de negócio
TASCA DO REGUENGOS
deve trazer maior agilidade e eficiência, ao mesmo
O Alentejo aqui mesmo no Monte
tempo que permite projetar um aumento da
O que um almadense precisa saber: não é preciso ir até
às circunstâncias e ter aqui um pouco
ao Alentejo para experimentar os sabores mais autênticos
de tecnologia», diz a gerente, que prevê o início
da cozinha alentejana. Diz quem conhece a Tasca
das operações da loja online já para setembro.
presença no mercado. «Temos que nos adaptar
do Reguengos, no Monte da Caparica, que o restaurante
Hoje o mercado da Tila Florista está concentrado
é um tesouro que vale a pena descobrir. A sopa de cação
entre Almada e o Seixal, mas a perspetiva
e os pezinhos de coentrada são os pratos mais famosos,
é alargar este território e entrar na zona
mas as migas e os pratos de caça também são um convite
de Lisboa. A empresa tem tradição de entregar
a alguns prazeres sem culpa. Há quem venha de longe
os seus produtos com estrutura própria,
para saborear os pratos da casa.
mas com a loja online é muito provável que
Mas nem só de sabores vive um restaurante. A simpatia
a empresa crie parcerias nesse setor.
e a alegria de bem receber são um ingrediente forte
Hoje os principais diferenciais de mercado
na receita da Tasca do Reguengos. «O meu pai sempre teve
da empresa estão na reputação construída
uma maneira de receber as pessoas como se fosse na sua casa.
ao longo dos anos, através da qualidade dos seus
A hospitalidade sempre foi uma marca. As pessoas sentem-se
serviços e também da experiência de quatro
bem aqui e estamos tentando continuar este legado que ele
décadas de Domitília Jesus no setor.
criou», diz Ana Janes, que está à frente do negócio, criado em 1987 pelos pais, originários de Reguengos de Monsaraz. Domitília Jesus, proprietária da Tila Florista.
Os sabores e a arte de receber permitiram criar um público fiel ao longo dos anos. Mas a pandemia veio interromper o ritmo normal do negócio. Entre o abre e fecha deste período, a empresa teve que se adaptar ao sistema de take away, ainda assim insuficiente para manter a estrutura a funcionar em pleno. A ideia de recorrer ao Programa Dinamizar foi sempre a de manter os postos de trabalho do restaurante, que tem uma equipa formada por seis pessoas. «Foi uma ajuda brutal», salienta Ana Janes. O futuro constrói-se no dia a dia. «Sou muito positiva. Não penso para trás, penso para a frente. Ao normal, ao que era antigamente, eu não sei se voltamos. Mas vamos vivendo um bocadinho no dia a dia. Acho que isto está a entrar no eixo. Estamos a recuperar devagarinho, mas estamos a recuperar», explica Ana Janes.
7
ALMADA
formada por adultos, mas neste caso são os mais pequenos a ocupar um lugar especial. O salão do estabelecimento tem jogos que tornam um simples corte de cabelo em diversão. Desde Playstations até tablets instalados nas cadeiras, há opções para todas as idades. Mas se alguém preferir uma atividade mais tradicional, a mesa de matraquilhos é a garantia de momentos animados num Sporting x Benfica. O caráter lúdico da barbearia é um diferencial tão importante que hoje o público mais jovem representa quase 50% do negócio. Não por acaso a barbearia conquistou clientes em outras cidades, como Lisboa ou Setúbal. O setor foi um dos mais afetados pela pandemia e a Barbearia
Feliz João de Deus, proprietário da Barbearia Portuguesa.
Portuguesa esteve fechada por quatro meses. Foi o pior momento nos seus oito anos de existência. O Programa
BARBEARIA PORTUGUESA
Dinamizar apareceu em boa hora e deixou o proprietário Feliz João de Deus com motivos para sorrir. «O programa
Mais que um corte de cabelo, uma experiência
veio numa altura excelente. Eu pensei que fosse uma utopia, mas felizmente correu muito bem, veio super-rápido e num valor superior ao que estava à espera», comemora.
É uma tendência no mercado atual. Mais do que oferecer um produto ou serviço, o importante é oferecer uma
Sem perder o otimismo, Feliz João de Deus acredita que,
experiência. A Barbearia Portuguesa, na Charneca da
mesmo com as incertezas da pandemia, o negócio vai
Caparica, é uma empresa que interpreta este conceito com
voltar ao normal. «Acho que há um fosso a atravessar.
engenho e arte. É natural que a clientela de uma barbearia seja
Mas a situação é o que é e vamo-nos adaptando», diz.
TIA BÉ Ir a África sem sair de Almada Tia Bé é um restaurante de cozinha africana muito conhecido em Almada. Mas o que poucos sabem é a história por trás do nome. O estabelecimento abriu há mais de duas décadas com o nome familiar Tavares e, na altura, era muito frequentado por brasileiros. Há um hábito no Brasil de chamar «tia» às pessoas com mais idade. A cabo-verdiana Benilde Macedo, dona do restaurante, ouviu tantas vezes os chamados «ó tia, ó tia Bé», que decidou adotar o nome.
Ana Tavares, gerente do Tia Bé.
E assim surgiu o Tia Bé, que se tornou uma referência em sabores africanos na Margem Sul, contando hoje com três
que é valorizar o cliente como se fosse sempre a primeira vez
restaurantes, dois em Almada e um no Seixal. A culinária
que ele vem ao restaurante», diz Ana Santos Tavares,
é a melhor forma de expressão de um restaurante e o Tia Bé
filha da Tia Bé, que divide com a mãe a gestão dos restaurantes.
é conhecido pela autenticidade dos seus pratos, onde entram
A pandemia trouxe dificuldades para o restaurante, que se viu
em destaque a sua famosa cachupa, o caril de camarão
impedida de implementar o take away, uma vez que o movimento
e a muamba de galinha.
de carros estava limitado pelas obras de revitalização da zona
O ambiente familiar faz a diferença. «Temos uma clientela fiel,
de Romeira. Mas havia pelo menos uma dúzia de postos de
que gosta bastante da minha mãe e da nossa maneira de estar.
trabalho a preservar e o Programa Dinamizar foi uma ajuda
O motivo para estarmos aqui tantos anos é muito por causa
importante. «Foi um processo muito organizado e rápido.
da nossa essência, a maneira que a minha mãe nos ensinou,
Temos que ser gratos porque ajudou muito», diz Ana Tavares. 8
TERRITÓRIO DE MUITOS
CULTURA
«Almada é um território das artes» A cultura tem um orçamento de 4,2 milhões de euros para este ano. É um valor que equivale a 2,9% do orçamento do município de Almada e realça uma cidade que aposta forte na cultura. Importante ter em conta que acrescem milhões de euros em recursos humanos, o que faz atingir a expressiva fatia de 5% do orçamento global da Câmara Municipal. Os projetos são inúmeros e diversificados. Entre os mais sonantes está o Festival de Teatro de Almada, que levou a cidade a assumir o título de capital do teatro. A dança, que sempre teve uma forte expressão, é reforçada agora pelo projeto da Casa da Dança. De salientar o Festival de Música dos Capuchos, reeditado depois de duas décadas. Ou o famoso Sol da Caparica, festival de verão que abre o palco a artistas de língua portuguesa. Um olhar para o futuro permite pôr duas iniciativas em evidência. O Instituto de Arte e Tecnologia, no Forte da Trafaria, e o Sítio do Almaraz, um núcleo arqueológico muito importante no panorama nacional. São projetos de grande envergadura, que trazem custos financeiros associados e exigem a aplicação de know-how específico. Foi o que levou a Câmara a optar por parcerias com outras entidades, onde sobressai a Universidade Nova. Há uma fórmula para a cultura de Almada? «Em duas palavras: preservar e modernizar. Assumindo claramente um movimento de valorização, que passa pela preservação das práticas e dos bens culturais, assim como o de modernizar,
Mário Ávila, Diretor Municipal de Desenvolvimento Social.
trazendo dimensão e escala à cultura em Almada, insistindo nesta ideia de que a cultura leva Almada ao mundo, mas também traz novos mundos a Almada», salienta Mário Ávila, diretor municipal
Mário Ávila Cinco palavras que ajudam a definir a cultura em Almada.
de Desenvolvimento Social da CMA. Como em todos os setores, a pandemia impôs desafios. Mas há respostas. «Almada tem um longo historial de resistência e de resiliência. A pandemia levou-nos a ser, mais uma vez, pioneiros. Recordo-me que no dia a seguir a ter
ESCALA
sido decretado o primeiro estado de emergência, abriríamos
pela dimensão trazida
um ciclo de exposições na Casa da Cerca. Abrimos em
MODERNIDADE
modo digital. Mas nunca nos passou pela cabeça desmontar
pela contemporaneidade promovida
exposições», lembra Mário Ávila.
DIVERSIDADE por procurar chegar a todos os públicos
ESTRUTURA ORGÂNICA
COMPROMISSO
Quatro áreas de trabalho
pelo investimento efetuado DEMOCRACIA
1. Museus e património cultural
porque a cultura é uma arma poderosa,
2. Bibliotecas e Arquivo Histórico
pacífica, de salvaguarda desse pilar maior
3. Casa da Cerca e Galeria Municipal
da nossa sociedade
4. Programação cultural
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ALMADA
INÊS DE MEDEIROS
A cultura faz-se de diálogos Além da presidência da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros responde também pelo pelouro da Cultura. Refere que exercer as duas funções é uma tarefa exigente, mas que a sua ligação à arte, ao longo de toda a vida, tornou a escolha fácil. Faz um elogio aos almadenses, que afirma serem o melhor público para a cultura em Portugal, e segue o propósito de tornar Almada uma referência nas artes performativas. Quando assumiu o pelouro da cultura, identificou
Quais foram as ações mais imediatas para
alguma margem de evolução para o setor?
reorganizar o setor?
Sim. Almada tem uma longa tradição de grandes
A maior dificuldade era a falta de regularidade nos
atividades culturais e é conhecida, a nível nacional,
apoios. Havia um sistema de apoios públicos, mas que
por ter o melhor público de Portugal. É um público muito
não tinha datas de início ou de fim. Ou seja, as estruturas
atento, muito fiel e muito interessado. Naturalmente,
culturais não sabiam quando, como e por quanto tempo
o grande pilar é o Festival Internacional de Teatro,
poderiam ter apoio. Era importante criar regras claras.
que passou a ser o foco. Mas quando cheguei,
Se me pergunta da minha experiência, há uma coisa que
examinando bem, percebemos que, para além do
eu tenho certeza: uma política pública passa por apoiar
festival, era importante conseguir garantir uma maior
a criatividade e criar estruturas de apoio fiáveis e
regularidade e uma maior diversidade. Ou seja, explorar
regulares. A noção de regularidade é muito importante
melhor as potencialidades enquanto grande cidade
porque amplia a possibilidade de surgirem projetos
de todas as artes performativas. Almada vai sempre
diversos e sabemos que isso tem acontecido cada vez
manter a sua marca de cidade do teatro e ainda bem.
mais. Fala-se muito em criar público. Mas só se cria
É muito bom sinal. Temos o maior festival de teatro
público com regularidade, com ações que se prolongam
do país e uma das grandes referências ao nível europeu.
no tempo. Não é com epifenómenos, um evento aqui
Agora é verdade que nós gostaríamos que Almada fosse
e outro ali. É com uma política regular sustentada que
referência para tudo o que é arte performativa. O teatro,
permita às instituições terem um mínimo
a dança, a música, a arte do palco e do contacto direto
de estabilidade.
com o público. E quanto aos equipamentos? Que questões mais chamaram a atenção ao início?
Havia muito para fazer e tem sido feito um trabalho
Com o que nos deparamos? Com grandes problemas
extraordinário a esse nível. O Museu Naval estava
ao nível dos museus. Não tínhamos, e não temos
ao abandono e era importante resolver a questão.
ainda, nenhum museu com a capacidade para ser
A Casa da Cerca, que já tinha sido uma referência
reconhecido enquanto tal, porque não tinham as
absoluta, estava a meio gás e era importante voltar
coleções organizadas, o espólio bem catalogado ou
a dar um novo dinamismo para que reencontrasse a sua
uma regularidade de programação. E também grandes
missão. O Museu de Almada e a Casa da Cidade com
problemas ao nível da arqueologia. Nós temos
vários polos é muito importante ao nível da organização,
um excelente serviço de arqueologia, mas que estava
da regularidade e da programação. Portanto, houve
muito aquém. Aliás, já nem sequer tínhamos autorizações
muito trabalho para fazer com que estes grandes
para fazer escavações. Houve muito trabalho, um
equipamentos culturais pudessem organizar as suas
trabalho quase invisível, no sentido de arrumar as casas,
coleções, ter uma regularidade da programação
os museus, as coleções, retomar as permissões para
e qualificar e diversificar essa proposta.
escavar, desenvolver de novo o projeto do Almaraz, que é provavelmente um dos sítios arqueológicos mais
A estratégia para o setor passa pela descentralização?
importantes da área metropolitana. Era preciso retomar
Foi uma coisa que constatámos de imediato. A atividade
todo este trabalho que de facto não estava feito,
cultural estava muito concentrada nas freguesias
que foi iniciado e depois tinha ficado suspenso.
urbanas, Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas. 10
TERRITÓRIO DE MUITOS
Inês de Medeiros, Presidente da Câmara Municipal de Almada.
Era fundamental descentralizar. Uma das nossas
são bons. Um espaço tão grande, bonito e com tanta
prioridades foi descentralizar a programação, para
potencialidade não pode ficar apenas com uma pequena
chegar a todas as freguesias e aumentar a abrangência
equipa, que é extraordinária, mas temos que lhe dar outra
do usufruto da cultura. Quando o município está em
dinâmica, para a valorização e, sobretudo, para dar
festa, todas as freguesias estão em festa. É obrigação
o lugar a conhecer. O que se pretende? Que possa ser um
levar atividades culturais a todo lado. Tudo isso para
espaço de investigação, em primeiro lugar, e que passe
não falar de um princípio básico que é ter atividades
a ser um equipamento cultural, pedagógico e turístico.
diversificadas. O digital está a transformar as sociedades. Quais são os planos para Almaraz?
Como afeta o setor da cultura?
Almaraz é uma questão que me é muito cara, porque
Sobre esta matéria temos um dos nossos maiores
temos ali uma preciosidade e é fundamental avançar.
projetos, o Instituto de Arte e Tecnologia. Uma das nossas
Já temos um primeiro projeto e conseguimos recuperar
grandes prioridades é não deixar o nosso património
a licença de escavação. Mas estamos a montar o projeto,
vazio, em ruína e sem projeto. O Presídio da Trafaria
para termos parcerias mais sólidas no tempo. A primeira
é provavelmente um dos edifícios mais extraordinários
coisa foi fazer estudos de georrefenciação, para perceber
que nós temos, com uma potencialidade enorme,
o que realmente estava lá em baixo, e todos os indícios
pela sua história, pela localização e até pela arquitetura. 11
ALMADA
Olhando para aquele edifício pareceu fundamental
na dança contemporânea, com capacidade de evoluir,
que ele tivesse uma instituição de ensino que pudesse
criar um espaço de apoio a novas companhias, novos
ter uma oferta absolutamente única. Se nós olharmos
criadores, workshops. A cultura faz-se de diálogos.
para o que é a oferta em Portugal, e mesmo na Europa,
É evidente que continuamos a ter a nossa Quinzena
vamos ver que há poucos com essa junção entre arte
da Dança. As pessoas têm a tendência a dizer que se há
e tecnologia. Hoje em dia toda a arte recorre à tecnologia
uma coisa não tem que haver outra. Não. É o contrário.
e as ofertas formativas neste cruzamento são poucas.
A cultura deve se multiplicar, porque a multiplicação
A Universidade Nova de Lisboa percebeu imediatamente
é que traz a inovação e a criatividade.
a dimensão desta ideia e aceitou avançar com este Tem uma vida ligada à arte. A cultura é um pelouro
projeto, que eu acho vai ser marcante para Portugal.
à sua medida? Foi importante resgatar o Festival dos Capuchos?
A minha vida sempre esteve ligada à cultura,
O retomar do Festival dos Capuchos era essencial,
no Parlamento e na Fundação Inatel, para além de ter
porque sempre foi uma marca de Almada e que importava
sido diretora do Teatro da Trindade. Isso é um facto.
fazer renascer. Apesar de ter desaparecido durante
Eu estava completamente mergulhada justamente
20 anos, as pessoas mantêm muito viva a memória
naquilo que é a programação, o desenvolvimento de
daquilo que foi o festival. Não quer dizer que não tivesse
políticas culturais de grande escala. Para mim, o pelouro
havido nada nos Capuchos. Claro que houve. Houve
da cultura era absolutamente evidente. Agora confesso
pequenos concertos, ciclos de música, concursos, mas
que havia muito trabalho de bastidores a fazer e que eu
não com a dimensão e a importância do antigo festival.
não estava à espera que fosse tão urgente. A questão da «arrumação» das estruturas, de dar linhas programáticas,
Como está o projeto da Casa da Dança?
propósitos, projetos em concreto. Eu tinha a ideia
O projeto da Casa da Dança é fundamental e também nos
de que em Almada isto estava tudo a fluir e de facto não
enche de orgulho. Houve contestação e incompreensão,
estava. O pelouro da cultura é muito dinâmico e exige
mas é um projeto que atende a uma vontade antiga
uma presença permanente, o que torna difícil acumular
de todo o meio da dança, que é começar a criar uma
esta função com a principal, que é ser presidente da
estrutura que represente a dança na sua diversidade
Câmara. Mas não podia imaginar não assumir o pelouro
e que possa vir a ser uma verdadeira casa sólida,
da cultura. Houve quem me aconselhasse a não ficar com
um espaço de pesquisa, de criação, de intercâmbio.
ele, porque era muito exigente, mas não fazia sentido
Há muitos anos que os coreógrafos portugueses falavam
não o ter. E penso que isso também permitiu lançar estes
disso e nós acolhemos. É um projeto que permitiu
grandes projetos estruturantes e conseguir identificar
recolocar Almada como um espaço importante
onde era fundamental agir de imediato. 12
TERRITÓRIO DE MUITOS
LARGO DE CACILHAS
Um lugar para desfrutar Ao longo dos anos, o Largo de Alfredo Dinis tem sido
AGORA
uma zona de intenso movimento, mas sobretudo de passagem. Os que usam o largo para chegar aos barcos cacilheiros são em maior número. Há os que iniciam ali as suas caminhadas pelo Cais do Ginjal. E há também aqueles que têm os restaurantes da Cândido dos Reis como destino. Mas em breve isso vai mudar. Em vez de ponto de passagem, o largo vai ser um destino que convida a visitar e a ficar. Quem passa pelo Largo de Cacilhas já notou as obras em curso. Os trabalhos de reabilitação ainda estão em fase inicial, mas o projeto deve estar pronto no início do próximo ano. A obra tem um orçamento de 2,5 milhões de euros, recursos da autarquia com o apoio do Programa Portugal 2020. A obra de reabilitação
DEPOIS
da zona das Salgas Romanas incide principalmente em três áreas integradas: turismo, arqueologia e paisagismo.
ARQUEOLOGIA O conjunto arqueológico tem um grande valor histórico por ser a primeira fábrica romana de salga de peixe identificada no estuário do Tejo. O projeto prevê a musealização das Cetárias Romanas (tanques), que há cerca de três décadas foram classificadas como imóvel de interesse público. É uma área extensa e apenas parte das escavações vai ficar visível, com a proteção de um pavimento de vidro.
TURISMO O projeto vai potenciar a fruição das paisagens
Fábrica Romana de Salga de Peixe de Cacilhas
panorâmicas, que vão desde a baía do Seixal até quase a foz do Tejo, com uma magnífica vista frontal para Lisboa. Uma escadaria a ser construída na margem do rio
• Período de laboração estimado entre o Século I
vai proporcionar um ambiente agradável, contemplativo
a.C. até meados do século I d.C..
e que permite ver Lisboa com um olhar mais apurado.
• Tem seis cetárias, tanques usados à época dos romanos para a salga de conservas e molhos à base de peixe.
PAISAGISMO
• Os vestígios foram identificados em 1981.
A área vai ser reorganizada em termos viários
• Foi classificada como Imóvel de Interesse Público
e pedonais. A pensar no bem-estar das pessoas,
em 1992.
está previsto o plantio de árvores, a instalação
• Nome da obra: Cacilhas-Tejo – Visualização
de mobiliário urbano e a criação de um passeio
das Salgas Romanas e Qualificação do Circuito
panorâmico. A requalificação das estruturas de
Turístico do Tejo.
saneamento e das redes de gás, telecomunicações e eletricidade vai modernizar os sistemas atuais. 13
14
TERRITÓRIO DE MUITOS
SESSÕES PÚBLICAS DE ESCLARECIMENTO
Requalificação do Eixo Central de Almada e zonas envolventes No dia 9 de junho, na Sede dos Bombeiros Voluntários de Almada e 30 de junho, na Sede dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, decorreram as sessões públicas de esclarecimento e discussão sobre a obra de requalificação do Eixo Central de Almada e zonas envolventes. A primeira sessão, que foi apresentada pela Presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, pelo Vereador com o pelouro da Rede Viária, Logística e Frota, Miguel Salvado e pelo Diretor Municipal de Obras, Mobilidade e Urbanismo, Gabriel Oliveira, destacou-se pela grande adesão e participação por parte dos munícipes, estando assente em três temáticas: os trabalhos de requalificação que estão em execução na rotunda da Praça Gil Vicente e na rotunda da Praça Movimento das Forças Armadas (MFA); o diagnóstico dos desafios identificados e as propostas de resolução, em coordenação com a Metro Transportes do Sul (MTS); as questões inerentes às zonas adjacentes ao Eixo Central e respetivo esquema de mobilidade circundante. No evento de esclarecimento e discussão de dia 9 de junho, a Presidente da Câmara Municipal de Almada
Projetos apresentados e discutidos:
evidenciou a importância da requalificação do Eixo Central
• Requalificação das Praças Gil Vicente e MFA
munícipes, bem como realçou ser necessário pensar
de Almada e das zonas envolventes, a fim de contribuir para uma mobilidade melhorada, sustentável e segura para os a mobilidade no Eixo Central, tendo em conta
• Praça MFA – Abertura da rotunda
a complementaridade entre transportes públicos
• Praça Gil Vicente – Requalificação da rotunda
e atendendo à atual realidade a nível de transportes
• Criação - Corredor BUS, via ciclável, passadeiras
– introdução dos Passes Navegante e o projeto, já aprovado,
semaforizadas e mais estacionamento
de conceção dos novos circuitos de autocarros em Almada.
• Rua de Olivença como espaço pedonal • Rua de Olivença – Aberta ao trânsito • Requalificação da Rua Fernão Lopes e Largo Gabriel Pedro
15
ALMADA
EM FOCO
Festival de Música dos Capuchos: ontem e hoje 1
Durante as 21 edições do Festival, entre 1981 e 2001, sob a direção artística de José Adelino Tacanho, muitos foram os solistas e agrupamentos, nacionais e internacionais, que o abrilhantaram e a sua programação era aguardada, ano após ano, com grande expectativa. Duas décadas depois, «renasceu» o Festival de Música dos Capuchos, no local que lhe dá o nome, o Convento dos Capuchos, na Caparica, e que inspira o seu conceito programático: «Cinco Séculos de História e Cinco Séculos de Música», refletindo assim a extraordinária criação musical ao longo destes quase 500 anos, do Renascimento à música contemporânea. A edição 2021 teve o seu início a 11 de junho e terminou a 3 de julho, sob
Festival de Música dos Capuchos, 2021 1 Concerto de Maria de Buenos Aires. 2 Concerto de Schubertíada, homenagem ao pianista Alfred Brendel.
3 Concerto de Abertura Vozes Divinas: Bach e Polifonia Renascentista Portuguesa.
4 Concerto Piazzolla 100, homenagem ao centenário do compositor argentino.
5 Conversas dos Capuchos.
a direção artística do pianista Filipe Pinto-Ribeiro. De assinalar a homenagem ao centenário do nascimento de Astor Piazzolla e a presença e homenagem a Alfred Brendel, figura maior incontestável da arte interpretativa musical do pós-Segunda Guerra Mundial, o último «monstro sagrado» do piano. 16
© Rita Carmo/Festival de Música dos Capuchos
TERRITÓRIO DE MUITOS
2
3
5 4
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ALMADA
6 7
8
Festival de Música dos Capuchos 6 Inauguração de exposição, julho de 1992.
7 O compositor de bandas sonoras
de filmes e pianista Michael Nyman, sem data.
8 Concerto Capricho cigano, 1995.
© Arquivo Histórico Municipal de Almada 18
TERRITÓRIO DE MUITOS
COVA DA PIEDADE
A minha freguesia A Cova da Piedade é uma das freguesias urbanas da cidade de Almada. É possível encontrar referências ao lugar desde a Idade Média. A 7 de fevereiro de 1928, adquire autonomia administrativa com a elevação à categoria de freguesia. Ao longo dos anos, a instalação de fábricas de transformação de cortiça e estaleiros de construção naval atraíram pessoas de todo o País.
Carlos Fonseca 64 anos, natural da Cova da Piedade.
João Rodrigues 73 anos, natural da Cova da Piedade.
Rafael Rodrigues Trabalha num restaurante da Cova da Piedade.
Sempre viveu na Cova da Piedade,
Durante 41 anos, foi «motorista
A Cova da Piedade «evoluiu,
apesar de ter trabalhado muitos anos
de táxi em Almada, cinco dos quais,
no bom sentido» e dá como exemplo
em Lisboa e na Rua dos Pescadores,
à porta da Lisnave». Lembra-se de ter
o «agora mais limpo e agradável Largo
na Costa de Caparica.
«acompanhado muitos casamentos»,
5 de Outubro», bem como as diversas
especialmente ao Jardim da Cova
iniciativas que ali se realizam,
da Piedade, durante muitos anos
que «atraem novos clientes».
Não esconde que «é aqui que me sinto bem» e destaca o espírito de vizinhança porque «conhecemos quase toda a gente». Recorda, «com saudade»,
«o melhor do concelho», era «paragem obrigatória para as fotografias».
Ligado à área da restauração, há mais de duas décadas, onde trabalha
os tempos em que as coletividades
Começa por dizer que «a Cova da
«mais de 12 horas por dia», não esconde
e clubes da freguesia organizavam
Piedade, ao longo dos anos, mudou
que a pandemia «foi terrível porque
várias iniciativas e onde se «divertia
muito». Com o aparecimento das fábricas
estiveram fechados seis meses»,
muito com os amigos».
ligadas à cortiça e depois, mais tarde,
mas, «felizmente, a nossa casa está,
com a Lisnave, a freguesia passou a ter
novamente, a trabalhar muito».
Das muitas histórias que tem para contar, lembra «os jogos de bola na Romeira» e de ter aprendido «a nadar no rio Tejo, ali na zona da Margueira». Enaltece as requalificações do Jardim da Cova da Piedade, «onde se encontra muitas vezes com os amigos», e dos espaços exteriores da zona da Romeira.
«mais pessoas do Alentejo e do Algarve». Os trabalhadores da Lisnave «enchiam, à hora de almoço, os restaurantes aqui à volta».
Esta é uma freguesia «muito familiar» e isso nota-se nos clientes que frequentam o restaurante. «São muitos os que conhecemos desde bebés, afirma,
«Nos tempos de miúdo passava os dias
lembrando que, antes da pandemia,
no Caramujo, junto à fábrica da farinha».
era natural «juntarem-se, à mesma mesa,
Os banhos de rio, junto ao cais que ali
famílias inteiras, dos avós, aos netos,
existia, «eram quase diários, mas só
dos pais aos filhos».
depois da escola». As fragatas que ali acostavam, «carregavam fardos
Acredita que a Cova da Piedade «pode
VOXPOP de cortiça e descarregavam melões».
Recorda, com uma sonora gargalhada, de «comer, à borla, alguns melões».
melhorar» e deixa um conselho: «é preciso mais locais de estacionamento, desde que devidamente organizados, à entrada da freguesia e da cidade de Almada, desde que complementados com meios de transportes eficazes».
19
ALMADA
SEMANA DA PROTEÇÃO CIVIL
Operação Floresta Segura, Floresta Verde Almada dedicou, entre maio e junho, uma semana à Proteção Civil. Destaque para a apresentação da «Operação Floresta Segura, Floresta Verde», o dispositivo associado ao combate a incêndios florestais no concelho, entre 1 de julho e 30 de setembro. Almada recebeu ainda a 21.ª edição do Curso Medical Response to Major Incident, uma iniciativa, de âmbito nacional. No dia 1 de junho, Dia Mundial da Criança, o Parque da Paz, foi palco de exposição e demonstração de meios de Proteção Civil.
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TERRITÓRIO DE MUITOS
DIA MUNICIPAL DO BOMBEIRO
36 bombeiros distinguidos com medalhas municipais «São estas mulheres e estes homens a quem devemos um profundo agradecimento pelo serviço prestado aos almadenses, ao concelho e ao país». A Câmara Municipal de Almada (CMA) celebrou, no dia 6 de junho, o Dia Municipal do Bombeiro. As comemorações tiveram início com a deposição de uma coroa de flores pela Presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, no Monumento ao Bombeiro, na Cova da Piedade, seguindo-se uma cerimónia na Praça da Liberdade, em Almada, onde houve lugar à formatura do Corpo de Bombeiros de Almada, Cacilhas e Trafaria. A cerimónia de homenagem contou com alocuções das várias entidades presentes e distinguiu 36 bombeiros com a entrega de medalhas municipais. O evento contou ainda com uma exposição estática de diversos veículos afetos aos três Corpos de Bombeiros, adquiridos com o apoio da CMA nos últimos tês anos. A Presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, parabenizou a dedicação no desempenho da missão por parte dos três Corpos de Bombeiros, sublinhando e agradecendo o seu contributo operacional e estratégico num contexto de pandemia: «São estas mulheres e estes homens a quem devemos um profundo agradecimento pelo serviço prestado aos almadenses, ao concelho e ao país». A Presidente da Câmara Municipal de Almada finalizou a sua alocução, recordando e firmando o compromisso da Câmara Municipal de Almada no apoio aos três Corpos de Bombeiros do Município. Na cerimónia estiveram presentes: a Presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, o Presidente da Assembleia Municipal de Almada, José Joaquim Leitão, a Vereadora com o pelouro da Proteção Civil, Francisca Parreira, o Presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, João Lodovico, o Vice Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Eduardo Correia, o Comandante Operacional Distrital de Setúbal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, João Pinto, os Presidentes das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários do concelho e restantes órgãos sociais, os Comandantes das três corporações de bombeiros do concelho, o Coordenador Municipal da Proteção Civil, António Godinho, os Presidentes de Junta e União de Freguesias e ainda elementos do Serviço Municipal de Proteção Civil. 21
ALMADA
PATRIMÓNIO
Autarquia reabilita Paços do Concelho O edifício histórico, situado no Largo Luís de Camões, vai ser alvo de várias intervenções. O objetivo é valorizar as suas características patrimoniais e culturais, além de adequar o seu desempenho funcional.
Além da reabilitação estrutural, o projeto prevê a adaptação
Já foi adjudicada a empreitada de reabilitação do edifício
e por ação das infiltrações (estuque e pintura geral,
dos Paços do Concelho que, ao longo dos próximos oito meses,
as madeiras de portas interiores, alizares e portadas),
vai concretizar o projeto desenvolvido pelo gabinete
pintura geral nas portas antigas e características do edifício
de arquitetura de Pardal Monteiro.
e colocação de novas portas e guarnições pintadas na mesma
de parte da compartimentação interior e distribuição espacial, a substituição dos pavimentos degradados por iguais ou a reparação dos existentes. Serão também reparados os rebocos nas zonas onde estes se encontram danificados pelas sucessivas intervenções
cor onde existem atualmente portas descaracterizadas
Cerca de um milhão de euros é quanto será investido
e esteticamente dissonantes entre elas.
nas intervenções de reabilitação que pretendem adequar o edifício dos Paços do Concelho ao seu correto desempenho
Prevista está ainda a renovação integral das instalações
funcional, acentuando e assegurando a perpetuação
sanitárias e copa, a introdução de um elevador garantindo
das suas características patrimoniais e culturais.
a acessibilidade a todos, e a substituição da iluminação adequando a mesma aos espaços e às suas funções.
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TERRITÓRIO DE MUITOS
EMBLEMÁTICA RUA DE ALMADA REQUALIFICADA
A «nova» Rua Capitão Leitão Está concluída a requalificação da Rua Capitão Leitão, bem no centro histórico de Almada. No dia 24 de junho, dia de São João, padroeiro de Almada, foi inaugurada a «nova» Rua Capitão Leitão, após conclusão das obras de requalificação da mais emblemática artéria da cidade. A cerimónia contou com as presenças da presidente da Câmara Municipal de Almada (CMA), Inês de Medeiros, da vereadora da CMA, Teodolinda Silveira, do presidente da Assembleia Municipal de Almada, José Joaquim Leitão, e do presidente da União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas, Ricardo Louçã. Na ocasião, foi também possível ouvir, pela voz de Yola Dinis, a Grande Marcha de Almada de 2019.
Uma intervenção de grande dimensão Este investimento da CMA visou devolver às pessoas esta histórica rua de Almada, bem como potenciar o comércio local. A intervenção realizada contemplou: • Implementação de dois sentidos de trânsito na Av. Heliodoro Salgado; • Inversão do sentido de trânsito na Rua Sociedade Filarmónica Incrível Almadense; • Requalificação do Largo José Alaiz, com a criação de espaço de estadia e reformulação de pavimentos em calçada portuguesa; • Criação de novos passeios; • Colocação de mobiliário urbano; • Reformulação dos equipamentos de gestão de resíduos, nomeadamente através de contentores enterrados; • Nova sinalização vertical e horizontal.
23
ALMADA
Seminário Internacional debate Desporto e Atividade Física
Meia Maratona na Areia – Analice Silva 2021
O Cineteatro da Academia Almadense recebeu,
recebeu, dia 23 de maio, a 12.ª edição da prova
O extenso areal das praias da Costa de Caparica de Atletismo «Meia Maratona na Areia – Analice
no dia 28 de maio, o Seminário Internacional
Silva», uma organização da Associação O Mundo
«Observatório do Desporto e da Atividade Física
da Corrida, com o apoio da Câmara Municipal
da Área Metropolitana de Lisboa – Saber mais e decidir melhor». Organizado pela Área Metropolitana
de Almada.
de Lisboa, o seminário teve como principal objetivo
Este regresso à participação presencial em provas
debater a importância dos sistemas de informação
de corrida, respeitando as normas da Direção-Geral
para o desenvolvimento das políticas de apoio
da Saúde, contou com cerca de 150 participantes,
ao desporto e à atividade física.
no total das três provas realizadas – Caminhada, 10 km a Correr e Meia Maratona –, entre a Nova Praia
«O desporto é um fenómeno agregador
e a Fonte da Telha.
das comunidades, construtor de identidades, mas também é uma ferramenta essencial para a promoção da saúde pública», evidenciou João Couvaneiro, vice-presidente da Câmara Municipal de Almada na sessão de abertura do Seminário Internacional. Também Sónia Paixão, vice-presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, defendeu que «hoje, mais do que nunca, é fundamental continuar a apostar no desporto (…) Uma população com menores níveis de atividade desportiva apresenta custos quer pessoais, quer sociais, incluindo maiores custos diretos e indiretos sobre a saúde e a produtividade». Durante o seminário foi apresentado o Observatório Metropolitano de Desporto e Atividade Física da Área Metropolitana de Lisboa, projeto inovador que será concretizado através de uma infraestrutura tecnológica interativa alimentada com dados fornecidos pelos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa, entre os quais Almada, que fará o retrato da oferta, potencialidades e especificidades de todo
V Torneio Internacional de Lançamentos No dia 3 de junho, realizou-se o V Torneio Internacional de Lançamentos de Laranjeiro e Feijó na Pista Municipal de Atletismo, na Sobreda. Participaram nas competições de dardo, disco,
o território metropolitano.
martelo e peso, nos escalões iniciados, juvenis,
Mais informações:
de diferentes nacionalidades e representando
www.observatoriododesporto.aml.pt
vários clubes.
juniores e seniores, mais de uma centena de atletas
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TERRITÓRIO DE MUITOS
COMISSARIADO MUNICIPAL PARA O APROVEITAMENTO ALIMENTAR
Um compromisso entre o município e a sociedade civil Segundo a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Portugal, cerca de 1 milhão de toneladas
Vamos combater o desperdício alimentar?
de alimentos são desperdiçados por ano. A Câmara Municipal de Almada, com o propósito de sensibilizar os munícipes para o desperdício alimentar
• Planeie as refeições e elabore a sua lista
e incentivar hábitos de doação e voluntariado,
de compras;
aprovou a constituição do Comissariado Municipal
• Não vá às compras com fome;
para o Aproveitamento Alimentar (CMAA).
• Prefira alimentos vendidos a granel;
O Comissariado que representa um compromisso social
• Confecione quantidades de alimentos adequadas;
entre o Município e a Sociedade Civil, tem Paulo Borges
• Verifique se as torneiras estão bem fechadas,
Baldaia como Comissário Municipal.
evitando o desperdício de água.
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ALMADA
RUA DOS TRABALHADORES RURAIS E MERCADO DO MONTE
Obras na freguesia da Caparica Investimento municipal incidiu na requalificação da rede viária e no Mercado do Monte de Caparica.
ESTA EMPREITADA ENGLOBA:
Na freguesia da Caparica continua a decorrer a requalificação
• Reperfilamento da rua;
da Rua dos Trabalhadores Rurais. Este é mais um investimento
• Repavimentação;
da Câmara Municipal de Almada, estimado em 100 mil euros. Ainda na freguesia da Caparica, está concluída a empreitada de reparações diversas no Mercado Municipal do Monte de Caparica. As obras incluíram a reparação da cobertura e pintura exterior do edifício. O investimento municipal ascendeu a mais de 42 mil euros.
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• Criação de passeios; • Ordenamento e criação
de novos estacionamentos;
• Construção de rotunda.
TERRITÓRIO DE MUITOS
Revisão do PDM A Câmara Municipal de Almada concluiu a revisão do Plano Diretor Municipal, resultado de um esforço hercúleo dos vários serviços da autarquia. Após 20 anos, o principal instrumento de gestão e ordenamento do território concelhio foi modernizado, tendo sido apresentado a todas as Juntas de Freguesia e também aos eleitos das cinco Assembleias de Freguesia.
Regulamento das Áreas de Reconversão Urbanística em debate No dia 30 de maio decorreu, no auditório da União
No que respeita aos incentivos financeiros,
de Freguesias da Charneca de Caparica e Sobreda,
foram debatidas as normas relacionadas
uma sessão de esclarecimentos sobre o Regulamento
com a diminuição do valor da compensação
das Áreas de Reconversão Urbanística (RARU),
por impossibilidade de cedência, a possibilidade
que entrou em vigor a 15 de março de 2021.
de comparticipação municipal nas despesas
Nesta sessão estiveram presentes os presidentes
com as obras de urbanização, nas situações em
das Comissões de Administração de algumas
que o interesse público o justifique, a possibilidade
das Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI),
de redução das taxas urbanísticas referentes às
cujos projetos de loteamento encontram-se
infraestruturas gerais e a possibilidade do pagamento
sem dinâmica processual.
em prestações em determinadas condições.
Além de dar a conhecer as normas municipais do RARU,
A Câmara Municipal de Almada pretende continuar
que procuram incentivar a conclusão dos processos
a promover a regularização dos processos
de regularização dos loteamentos clandestinos
de reconversão, através da definição de normas
e a legalização das construções, nesta sessão
que regulamentam a Lei das AUGI, no que se refere
de esclarecimento foram também abordadas
à criação de diversos incentivos financeiros,
as normas relacionadas com a legalização das
que simplifiquem e uniformizem todos os
construções, uma vez que este é também um
procedimentos inerentes e permitam informar
procedimento relevante para que os munícipes
os munícipes, de forma clara, sobre os procedimentos
obtenham os alvarás de utilização das suas construções
e critérios aplicáveis aos processos de reconversão.
e, desta forma, finalizem todo o processo.
Regulamento das Áreas de Reconversão Urbanística disponível em www.cm-almada.pt
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ALMADA
Está tudo em festa! Em junho, Almada celebrou o mês do concelho com música, teatro, stand up comedy, cinema, novo circo, dança e exposições. Além dos concertos dos The Black Mamba, no Parque Multiusos da Sobreda, de Mundo Segundo & Sam The Kid e de Dino D’Santiago, na Academia Almadense, e de Bárbara Tinoco, no Parque Aventura, na Charneca de Caparica, houve também espetáculos de teatro, stand up comedy – com Beatriz Gosta e Pedro Teixeira da Mota –, dança, cinema e muita animação para comemorar as festas populares. Ainda que as restrições impostas pela Covid-19 não permitissem o tradicional desfile das marchas populares de Almada na avenida, as mesmas foram celebradas com uma exposição de trajes, no Fórum Municipal Romeu Correia. Também os mais novos puderam assistir em família ao concerto comentado inspirado na história de Sophia de Mello Breyner A menina e o mar, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, na Academia Almadense, e ao espetáculo Mão Verde, da dupla Capicua e Pedro Geraldes, no Anfiteatro do Parque Urbano da Costa da Caparica.
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TERRITÓRIO DE MUITOS
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2
3
4
1 Mundo Segundo & Sam the Kid. 2 Orquestra Filarmónica Portuguesa. 3 The Black Mamba. 4 Exposição de Marchas Populares de Almada.
5
5 Exposição Os Binóculos do Futuro. 29
ALMADA
ALMADA EM MIM
Descubra a Almada que existe no jornalista José Carlos Araújo José Carlos Araújo cresceu na Cova da Piedade,
No verão era frequentador do Ondaparque e das praias
passou pelo Laranjeiro, e reside atualmente na Charneca
da Rainha e do Rei, suas preferidas. Quanto à vida
de Caparica. Das memórias mais antigas salienta
noturna recorda-se da discoteca Visage na Costa
o brincar na rua com os amigos, junto às casas dos pais
de Caparica, mas era por Almada que o coração pulsava,
ou avós. Lembra-se dos amigos sempre em grupo
passando a noite nas esplanadas à conversa
frequentando os mesmos sítios, até porque tinha
com os amigos, perto da Escola Emídio Navarro.
as aulas de natação na Sociedade Filarmónica União
Para o José Carlos, viver em Almada significa liberdade
Artística Piedense (SFUAP) e dali ao mercado era a zona
para corridas e passeios pelos parques, significa
das brincadeiras.
desfrutar das praias e tudo o que o concelho tem para
Mais tarde trabalhou na Rádio Voz de Almada,
oferecer em termos de lazer. O seu quotidiano é feito
frequentador assíduo do cinema na Academia
no concelho de Almada já que se encontra perto de tudo,
Almadense e na Incrível. Jantar fora e ir ao cinema eram
não havendo necessidade de se deslocar.
programas regulares, nomeadamente o circuito na rua Capitão Leitão e na zona do centro comercial M. Bica.
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TERRITÓRIO DE MUITOS
Travessia de Cacilheiro Miradouro do Jardim do Castelo Casa da Cerca
Cristo Rei Almada Velha Parque da Paz
ROTEIRO Parque Multiusos da Sobreda
PERCURSO OS LOCAIS DE JOSÉ CARLOS ARAÚJO Praias da Costa da Caparica
Descubra dez bolos que precisa de comer em Almada • Pastéis de Al-Madan • Claudinos da Pastelaria Capote • Pastéis de Santo António da Pastelaria de Santo António • Bola de Berlim da praia • Sortido Húngaro da Pastelaria Páscoa • Roscas de doce de ovos da Pastelaria Danúbio • Bolo de chocolate da Bombonera • Palmier do Café Central • Mil folhas da Pastelaria Repuxo • Garibaldi da Pastelaria Condestável Conhece outros? Envie-nos a sugestão para: comercioalmada@cm-almada.pt 31
ALMADA
DIA MUNDIAL DAS BIBLIOTECAS
A transição digital traz novos públicos Há quanto tempo não vai a uma biblioteca? A pergunta
Mas hoje estes espaços oferecem acesso
vem a propósito do Dia Mundial das Bibliotecas,
a computadores e rede wireless, usados para ler,
comemorado no dia 1 de julho. O facto é que, nos dias
pesquisar, aceder a recursos como o e-mail,
atuais, uma visita a um destes espaços tem tudo para
fazer digitalizações ou imprimir documentos,
ser uma agradável surpresa. Longe vão os tempos
entre outros. Tudo para apoiar inúmeras iniciativas,
em que tudo era físico e as bibliotecas tinham a função
como o serviço de literacia digital, que concede
quase exclusiva de fornecer livros e documentos
ao público sénior competências básicas
aos leitores. O uso de ferramentas digitais permitiu
de utilização das novas tecnologias.
introduzir novas dinâmicas no funcionamento.
O futuro aponta para bibliotecas cada vez mais
As tecnologias de comunicação têm mudado a forma
digitais. Por esta razão, os documentos ligados
como a sociedade interage com a informação. A rede
à cidade e à sua história estão a ser digitalizados,
municipal de Almada, integrada por três bibliotecas
o que permitirá alargar os acessos.
(ver caixa), esteve sempre em sintonia com estas
Mas o espaço físico também está em foco.
evoluções e hoje tem no digital uma importante
«A evolução tecnológica não retirou fisicamente
ferramenta. «A transição permitiu fornecer, em formato
as pessoas das bibliotecas, que recorrem a estes
digital, muitos dos nossos serviços tradicionais e houve
espaços porque são agradáveis e criam bem-estar.
uma ampliação de públicos», informa Eunice Figueiredo,
As pessoas conseguem obter aqui esse espaço
chefe da Divisão de Arquivo e Bibliotecas.
agradável e ao mesmo tempo têm condições para
Os serviços tradicionais, como o acesso a livros e
a sua pesquisa, o seu trabalho individual»,
documentos, mantêm a importância de outros tempos.
explica Eunice Figueiredo. 32
TERRITÓRIO DE MUITOS
PRESSREADER
Mais de 7400 jornais e revistas sem sair de casa
Biblioteca Municipal José Saramago
REDE MUNICIPAL DE ALMADA
O digital tornou possível usar os serviços das bibliotecas
A rede municipal de Almada é formada
que põe mais de 7400 publicações periódicas, nacionais e
por três bibliotecas e um polo, que atuam
estrangeiras, à disposição dos leitores. A aplicação inclui
de forma integrada.
títulos de cerca de 150 países, em mais de 60 línguas.
sem sair de casa. É o exemplo da plataforma PressReader,
E o melhor: de forma gratuita para o leitor.
• Biblioteca Municipal Central
Em atividade desde maio, a plataforma está disponível
Fórum Municipal Romeu Correia
para todos os cidadãos que vivam ou trabalhem em Almada.
• Biblioteca Municipal Maria Lamas
Para usar o serviço é preciso apenas ter um cartão de utilizador
Monte da Caparica
da biblioteca, credencial que inclui a password para o acesso,
• Biblioteca Municipal José Saramago
através de dispositivo móveis, bastando fazer o download
Feijó • Pólo da Piedade
de uma aplicação, ou pelo website da própria PressReader.
Cova da Piedade
Entre outras facilidades, a plataforma permite personalização dos conteúdos. Se preferir, o leitor pode escolher apenas as publicações portuguesas, mas também tem a opção de selecionar os títulos favoritos, numa lista de cerca
Eunice Figueiredo, chefe da Divisão de Arquivo e Bibliotecas.
de 30 categorias, divididas por temas. A plataforma põe outros avanços tecnológicos à disposição dos leitores. Se não estiver disposto a ler os textos e preferir apenas ouvir os conteúdos, a plataforma disponibiliza a opção de leitura em voz alta. A aplicação está em sintonia com os novos modelos funcionais das bibliotecas. «É uma biblioteca híbrida, que continua a manter os serviços tradicionais de empréstimo de documentos, mas que ao mesmo tempo atualizou-se na oferta de alguns serviços digitais que facilitam o acesso à informação e ao conhecimento», explica Eunice Figueiredo.
A adesão é fácil e gratuita A adesão à plataforma PressReader é muito simples e pode ser feita em poucos passos: • Pedir o cartão de utilizador da Rede Municipal de Bibliotecas de Almada, caso ainda não tenha. • O cartão traz o número e a password que vai utilizar no acesso. • Descarregar a app, para utilizar em dispositivos móveis. • Também pode aceder por computador, através do website www.pressreader.com/catalog
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ALMADA
SMAS investem na requalificação de infraestruturas Continuam a decorrer a bom ritmo as intervenções de melhoria da rede de abastecimento e tratamento de água do concelho.
de caixas de visita e a pavimentação da zona
As Estações de Tratamento de Águas Residuais
das águas pluviais nas ruas intervencionadas.
(ETAR) da Mutela e do Portinho da Costa que,
Outra intervenção em curso é a construção
devido à presença do efluente em tratamento
de um troço da conduta adutora e elevatória
e à proximidade do estuário do Rio Tejo, estão
Corroios-Pragal, que irá garantir uma melhor
sujeitas a um ambiente agressivo para os materiais
qualidade e segurança no abastecimento de água
que constituem os seus vários componentes, foram
ao Reservatório do Pragal, a partir do Reservatório
recentemente alvo de intervenções de manutenção
de Corroios. Esta empreitada, no valor de 250 mil
e substituição de equipamentos. Um investimento
euros, abrangeu também a remodelação da rede
de cerca de 285 mil euros, com o objetivo de
de abastecimento de água na zona de intervenção,
assegurar o bom funcionamento destas duas
bem como a reposição de calçada e a pavimentação
importantes infraestruturas industriais.
integral em betuminoso.
Também na Charneca de Caparica foram construídas
Já concluída está a substituição do coletor gravítico
as redes de drenagem doméstica e pluvial (extensão
doméstico, bem como ramais domiciliários
de 574 metros) e executados os ramais domiciliários
(rede de drenagem) na Rua Rosa Ramalho, na Aroeira
(extensão de 564 metros) na Rua dos Benvindos
(Charneca de Caparica), a qual incluiu a reposição
às Quintinhas e na Rua Fernão Seco, na Charneca
de calçada e a pavimentação em betuminoso.
intervencionada. Um investimento de cerca de 180 mil euros que vai permitir a ligação das habitações existentes à rede pública de drenagem doméstica, bem como promover a drenagem
de Caparica. Esta obra incluiu ainda a construção
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TERRITÓRIO DE MUITOS
ARQUIVO
Barbearia Augusto, década de 1950
© Fotografia de Júlio Dinis
Vista do interior da loja com os funcionários e clientes a realizar o ofício de corte de cabelos e barbas.
Tipografia Baptista & Vieira, 1978 Imagem da máquina com que a Tipografia Baptista & Vieira Lda., empresa familiar fundada em 1978, iniciou a sua atividade e que continua a trabalhar até aos nossos dias. Iniciou a atividade em Cacilhas, tendo depois aberto a empresa onde ainda hoje se situa, na Rua Paula Vicente, em Almada. © Arquivo Histórico Municipal de Almada
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