Montijo Hoje n.º 35 - Agosto 2020

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Montijo Hoje I N F O R M A Ç Ã O

35 AGOSTO

2020 II SÉRIE

M U N I C I P A L

Montijenses no Mundo


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AGOSTO 2020

Destaque

Ciclovia inaugurada no Dia da Cidade 5

Entre Nós

Tony Cassanelli 9

Projeto SAND

Campo-escola decorre em Sarilhos Grande 12-13

Ficha Técnica Periodicidade Bimestral Propriedade Câmara Municipal do Montijo Diretor Nuno Ribeiro Canta,

Especial

Montijenses no Mundo 17-25

Presidente da Câmara Municipal do Montijo Edição Gabinete de Comunicação e Relações Públicas Colaboração Raquel Russo Impressão WGROUP

Investimento

Reabilitação EB Afonsoeiro 27

Depósito Legal 376806/14 Tiragem 30 000 ISSN 2183-2870 Distribuição Gratuita

A realização, impressão e distribuição do Montijo Hoje cumpriu todas as orientações da DGS relativas à covid-19

Ambiente

Execução do Jardim das Nascentes 31


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AGOSTO 2020

e d i t o r i a l

As Festas da Atalaia, tradição e cultura omo montijenses herdámos um território, um patriC mónio construído, ambiental e paisagístico, festividades e tradições, práticas sociais, rituais e culturais, sítios

aos quais se ligam memórias, afetos, valores e crenças. O nosso património cultural imaterial é muito rico em manifestações seculares, enraizadas ao longo de gerações e gerações, que todos somos convocados a defender e valorizar. Uma das nossas mais importantes heranças culturais e religiosas são as Festas Populares em Honra de Nossa Senhora da Atalaia, conhecidas como a Festa Grande, que decorrem no último fim de semana de agosto. A Festa Grande, que reúne vários círios, foi descrita por vários autores e pela imprensa, sendo frequentemente considerada a festividade popular mais antiga a Sul do Tejo. Muitos referem que na vizinhança de Lisboa, não há arraial mais concorrido e pitoresco, pois ao Santuário da Atalaia acorrem gentes das mais longínquas terras e de trajes variados. Outros assinalam o corrupio que se instalava no Montijo com o transporte de pessoas em carripanas de todas as formas e feitios. Eloquente ainda quanto à importância histórica da Festa Grande é o facto de ela constituir a maior referência popular e como tal servir de termo de comparação com outras festividades e manifestações festivas em toda a região de Lisboa. O Santuário da Atalaia, situado no Monte da Atalaia, o ponto mais alto do concelho do Montijo, desde tempos imemoriais que é venerado como espaço religioso, existindo referências históricas muito diversas sobre a data da sua construção. Hoje, por proposta da câmara municipal, e pela Portaria 259/2010, de 13 de abril, o Santuário da Atalaia, a Igreja e os três cruzeiros, estão classificados como Monumento de Interesse Público. O arraial da Senhora da Atalaia está delimitado pelos três cruzeiros classificados. O mais antigo data de 1551, foi mandado erigir pala Confraria dos Oficiais da Alfandega de Lisboa, recuperado por obra pública da Câmara Municipal do Montijo em 1999. Localizado na encosta poente, é composto por uma pietá debaixo de uma cúpula suportada por quatro colunas. É designado de Cruzeiro Mor e assume um papel central nas Festas em Honra de Nossa Senhora da Atalaia. Os outros dois cruzeiros são de construção mais simples, e designam-se por Cruzeiro de Alcochete, na encosta Norte do monte, e Cruzeiro da Estrada, na encosta Sul do monte da Atalaia. Um dos elementos do culto de Nossa Senhora da Atalaia é a fonte santa em que apareceu a Senhora. A fonte, localizada no fundo da encosta nascente do monte, a mais de 500 metros no concelho de Alcochete, está associada à lenda da aparição da Senhora. Nela se fala da santidade da água que curava várias enfermidades e na velha romaria, que ainda hoje se realiza, para lavagem da cara e das mãos na água milagrosa da fonte. Outro elemento do culto à Senhora da Atalaia são os ex-votos. Os ex-votos são uma oferenda em sinal de reconhecimento pela graça recebida. Na Atalaia predominam os objetos de pintura da situação do acontecimento, com o apelante, a imagem da Senhora e a legenda do acontecimento. Durante a Guerra do Ultramar as oferendas pas-

saram a ser predominantemente fotografias dos soldados. A singularidade maior da Festa Grande são os círios, isto é confrarias populares que ciclicamente se deslocam ao Santuário da Atalaia em cumprimento de uma promessa antiga que determinada povoação realizou no passado. Às Festas em Honra de Nossa Senhora da Atalaia acorrem presentemente, em círio, muitas povoações de concelhos vizinhos como Alcochete, Palmela e Sesimbra, havendo registos históricos que igualmente no passado, acorreram diversas confrarias de certos bairros de Lisboa, Oeiras, Setúbal e Vila Franca de Xira. Os círios de hoje continuam a perpetuar uma tradição religiosa e popular. Presentemente fazem romaria ao Santuário da Atalaia o Círio dos Marítimos de Alcochete, o Círio da Azoia de Sesimbra, o Círio da Quinta do Anjo de Palmela, o Círio da Carregueira de Palmela, o Círio dos Olhos de Água de Palmela e o Círio Novo do Montijo. Tansportam em romaria bandeiras, medalhas e promessas à Senhora da Atalaia. Quase todos possuem na Atalaia a casa do círio, onde os romeiros pernoitam, confraternizam, comem e realizam bailes, ou seja, cada círio faz uma festa dentro da Festa Grande. Este património imaterial da Festa Grande, que respeita à identificação da comunidade montijense, desempenha um imprescindível papel simbólico mediador. As Festas em Honra de Nossa Senhora da Atalaia, como momento de lazer e simbólico reforçam a vontade de viver e mesmo a vontade de trabalhar, pois elas, estando na base da amizade, da união e da linguagem, são os «berços dos povos». Foi certamente por todo este grandioso legado histórico que, recentemente, vimos as Festas Populares em Honra de Nossa Senhora da Atalaia, a nossa Festa Grande, ser considerada uma maravilha regional da cultura popular, no seguimento da candidatura promovida pelo município ao concurso nacional 7 Maravilhas da Cultura Popular. A candidatura da Festa Grande ultrapassou várias fases de seleção, entre mais de 540 candidaturas nacionais e 140 candidaturas regionais, atingindo a semifinal nacional, após ter vencido a final regional que tivemos a satisfação de acolher na Praça da República e que foi transmitida em direto, para todo o país, através da RTP1 e para todo o mundo, por meio da RTP Internacional. Este, foi sem dúvida, um momento de enorme projeção nacional da nossa cidade, concelho e cultura. Não só tivemos oportunidade de dar a conhecer as Festas Populares da Atalaia para todo o país, como ao longo da transmissão da RTP foram várias as forças vivas da sociedade montijense que participaram no programa, promovendo-se assim a nossa cultura, artesanato, gastronomia e empresas de referência. O sucesso da candidatura assentou num trabalho realizado em parceria e proximidade com muitas entidades e pessoas. Deixamos aqui, para memória futura, uma palavra de agradecimento à Junta da União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia, Diocese de Setúbal, Santuário de Nossa Senhora da Atalaia, aos seiscírios que continuam a romaria à Atalaia, às câmaras municipais de Alcochete e Palmela e juntas de freguesia de Alcochete e do Castelo (de Sesimbra), aos serviços municipais de cultura e comunicação, ao povo do Montijo, pela votação

e apoio imprescindível na divulgação e promoção da candidatura da Festa Grande. A valorização das Festas Populares em Honra de Nossa Senhora da Atalaia não se esgota nesta candidatura às 7 Maravilhas da Cultura Popular, passa também pela declaração da Festa Grande como Património Imaterial do Município do Montijo e pelo desenvolvimento do processo de candidatura a Património Cultural Imaterial Nacional, em parceria com as universidades, para, posteriormente, podermos desencadear a candidatura à Unesco para Património Cultural Imaterial da Humanidade. A época em que vivemos está paradoxalmente marcada por uma dupla globalização, qual delas a mais propícia à anulação das diferenças e da diversidade das culturas. Por um lado, a globalização cria o mito da cultura homogénea e, no limite, de um mesmo objeto de festa e de um mesmo modo de festejar. Por outro lado, a globalização duma certa cultura universal como matriz originária e como destino, gera inevitavelmente um mesmo tipo de festa. As Festas Populares em Honra de Nossa Senhora da Atalaia são um dos exemplos que contraia a hegemonia cultural nos nossos dias, mantendo o sentido dos dois elementos essenciais à festa, diferentes, mas necessários num mundo crescentemente globalizado: a da cerimónia ritual como mito religioso e a da festividade como exultação do profano. Cumpre aos autarcas e políticos atualizar e divulgar as celebrações religiosas e culturais das suas populações, apoiar financeiramente as manifestações culturais das suas gentes, e sobretudo, manter e reforçar o significado profundo das festas populares no Montijo, que é dar mais sentido à existência a ao tempo vivido e, assim, evitar o abismo da indiferenciação pela globalização. Cumpre a todos nós montijenses valorizar, preservar e dignificar as nossas tradições seculares, a nossa história, a nossa memória coletiva, o espírito de pertença e a coesão social, projetando no país e no mundo a nossa cultura material e imaterial, na defesa dos interesses das populações e do Montijo.

Nuno Canta Presidente da Câmara

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nosso património cultural imaterial é muito rico em manifestações seculares, enraizadas ao longo de gerações e gerações, que todos somos convocados a defender e valorizar.


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PROTEÇÃO CIVIL

Bombeiros de Canha com novas viaturas O quartel dos Bombeiros Voluntários de Canha recebeu, no passado dia 19 de julho, a cerimónia de inauguração de três novas viaturas: uma ambulâncias,um veículo de combate a incêndios florestais e outro de transporte de doentes.

A viatura de combate aos fogos florestais, no valor de 106 mil euros, foi oferecida pela Câmara Municipal do Montijo. Já a ambulância, no valor de 37 mil euros, foi entregue à corporação no âmbito do novo acordo estabelecido entre a

autarquia e a Repsol, enquanto contrapartida da renegociação do contrato de arrendamento do espaço onde se encontra instalado o posto de abastecimento de combustível na Avenida de Olivença. O terceiro veículo, de transporte de doentes não urgentes, foi adquirido pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Canha. O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, marcou presença na cerimónia de inauguração, que contou com a bênção dos novos veículos. Na reunião de câmara de 22 de julho, o autarca salientou o apoio municipal aos agentes de proteção civil do concelho, em particular os bombeiros. “Com as novas viaturas reforçarmos a capacidade de resposta dos bombeiros no nosso concelho, prestámos homenagem aos soldados da paz e fortalecemos a capacidades instalada para travar uma eventual segunda vaga de covid-19”, disse o presidente.

ESPAÇO PÚBLICO

Reabilitação de parques infantis vai custar 220 mil euros A

Câmara Municipal do Montijo atribuiumais de 220 mil euros a três juntas de freguesia do concelho para a reabilitação de parques infantis. As propostas foram aprovadas, por unanimidade, nas reuniões de câmara de 24 de junho e 8 de julho. O valor mais substancial destina-se à Junta de Freguesia da União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia. São 154 263,84 euros para a reabilitação de sete parques infantis: Praça da Paz, Urbanização do Cruzeiro, Urbanização da Adega, Quinta das Tílias, Urbanização dos Lírios, Urbanização do Cruzeiro II e Parque Infantil da Junta. Para além da substituição e conservação de brinquedos, nalguns destes parques também os pisos serão intervencionados, por forma a possibilitar o acesso a pessoas com mobilidade condicionada. Por sua vez, à Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes foram atribuídos 60 mil euros para a requalificação dos parques infantis da Lançada, da EB1 de Sarilhos Grandes, do Jardim dos Triângulos e do Jardim de Infância de Sarilhos Grandes.

Já a Junta de Freguesia de Canha recebeu 5 630,00 euros para a reabilitação do Parque Infantil da Rua da Misericórdia. Neste parque, serão substituídos a maioria dos brinquedos e a totalidade do pavimento. Apesar de legalmente a manutenção de parques infantis ser uma competência das freguesias, a Câmara Municipal do Montijo tem apoiado as

juntas de freguesia do concelho no investimento avultado que representa a requalificação destes equipamentos. A medida procura ir ao encontro da necessidade manifestada pelas juntas de freguesia, por forma a garantir o nível de qualidade, segurança e conforto que se exige em espaços de lazer e recreio destinados às crianças.


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DESTAQUE

Ciclovia Montijo-Pinhal Novo inaugurada no Dia da Cidade O

35.º aniversário da Cidade do Montijo, no dia 14 de agosto, foi marcado pela inauguração da ciclovia Montijo-Pinhal Novo, construída ao longo do antigo ramal de caminho-de-ferro. Um “ato simbólico” como referiu o presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, relativo “a uma obra que está relacionada com o desenvolvimento sustentável do Montijo. Fomos das primeiras cidades do país a ter ciclovias. Desde 1998 até agora temos construído quilómetros de ciclovia, que são importantíssimos para a mobilidade das pessoas e para a preservação ambiental”. “A rede de ciclovias ainda não está acabada. Este é um trabalho sempre em desenvolvimento. Agora são mais oito quilómetros que ligam o Montijo ao concelho de Palmela, ligando-nos por essa via a outras pessoas. Este é um elemento fundamental para melhorar a qualidade de vida da cidade” disse o presidente da câmara, revelando que no Largo da Estação, local onde decorreu a inauguração, estão projetados outros investimentos, como a requalificação da antiga estação dos caminhos-de-ferro. Denominado de Montijo Ciclável, a obra trata-se de uma via destinada à utilização de ciclistas e, também, de peões, procurando promover a mobilidade quotidiana sustentável, com repercussão na proteção do ambiente e, consequentemente, na qualidade de vida das populações. Um investimento executado no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, decorrente de uma candidatura municipal ao POR Lisboa 2020, no valor global de 726 mil 289 euros com financiamento FEDER (50 por cento) de 363 mil 144 euros. As comemorações do 35.º aniversário da cidade prosseguiram na Galeria Municipal com a inauguração da exposição “Através da Pele”, do artista plástico italiano Tony Cassanelli.

Em dia de aniversário e em tempos de pandemia, o presidente da câmara relembrou que foi “a unidade, a coesão e a solidariedade dos montijenses que, perante a presente pandemia, nos permitiu apoiar os mais vulneráveis, salvar vidas e evitar conflitualidades”. O autarca salientou, ainda, alguns dos investimentos estratégicos para a coesão social e territorial da cidade e evidenciou a responsabilidade de todos na construção de um Montijo melhor: “hoje somos uma cidade aberta, tolerante, que quer participar nos movimentos culturais do seu tempo, uma cidade atrativa e de encontros, que acolhe de portas abertas, unindo culturas e povos”, disse.

Esta perspetiva de abertura e de acolhimento foi, igualmente, realçada por Tony Cassanelli: “recebi do Montijo uma imensa prova de abertura. Hoje estou aqui como estrangeiro e sinto-me em casa. O saber receber e acolher os outros é algo que não podemos esquecer. E sinto que o Montijo nunca esqueceu isso. Não conhecia o Montijo e foi uma surpresa maravilhosa”. Houve, ainda, oportunidade para a música nas comemorações do Dia da Cidade com o jovem fadista montijense Tiago Correia, acompanhado por José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, e Bernardo Saldanha, na viola de fado.


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FINANÇAS MUNICIPAIS

Montijo com “resultado financeiro extraordinário em 2019” O

s documentos de prestação de contas 2019 foram aprovados na reunião da Câmara Municipal do Montijo de 27 de maio e revelam um saldo orçamental superior a 11 milhões 795 mil euros e um resultado líquido positivo na ordem dos 4 milhões 942 mil euros. Resultados que Nuno Canta, presidente da câmara, classificou como “extraordinários”.

impostos municipais e continuar a política de investimento público assumida com os montijenses”, disse Nuno Canta. Entre os investimentos concretizados em 2019 salienta-se a aquisição de terrenos e edifícios para o património municipal; a conservação dos edifícios das forças de segurança (PSP e GNR) e de outros edifícios municipais; a reabilitação da EB Joaquim

“Estes são resultados extraordinários, que nenhum outro concelho desta região apresenta e que revelam a capacidade de gestão dos autarcas e o trabalho dos funcionários municipais. Resultados que são consequência da política de rigor na aplicação dos dinheiros públicos e que permite ter contas em dia, diminuir a dívida municipal, continuar a reduzir os

de Almeida e a conservação de estabelecimentos escolares; a requalificação do edifício dos Paços do Concelho; pavimentações diversas, nomeadamente no Bairro do Esteval, Bairro do Charqueirão, Bairro do Saldanha, Avenida Garcia da Orta, Avenida D. João II, Rua da Agricultura (Pegões) e em diversas ruas na Freguesia de Canha; a recuperação

do polidesportivo de Sarilhos Grandes; o início das empreitadas de construção do Jardim das Nascentes e da ciclovia Montijo-Pinhal Novo; e o apoio financeiro às corporações de bombeiros do concelho e ao movimento associativo social, cultural e desportivo. De referir que, devido aos impactos da pandemia de covid-19, a Câmara Municipal do Montijo prevê uma redução significativa na receita de IMT. Para fazer face a esta situação e dar continuidade ao investimento público municipal, na mesma reunião de câmara foi aprovada a segunda alteração ao Orçamento de 2020, que se reflete na inclusão e distribuição do saldo orçamental, que servirá para a aquisição de imóveis e edifícios para o património municipal; empreitadas de recuperação de edifícios escolares e do parque habitacional municipal; aquisição de equipamentos para a higiene urbana; construção da Casa da Música Jorge Peixinho; beneficiação da iluminação pública; pavimentações em diversas zonas do concelho; apoio aos bombeiros do Montijo e de Canha, entre outros. Em 2019, a despesa total realizada cresceu 6 638 673,19 euros face a 2018, sendo que 3 044 419,23 euros correspondem ao aumento de despesa de capital, que foi financiada em 5 789 129,74 euros pela receita corrente. As despesas de capital ascenderam a 6 633 979,10 euros. Ainda ao nível da despesa, aumentaram as transferências para as freguesias em 343 425,00 euros, assim como as transferências para a Área Metropolitana de Lisboa em 819 552,00 euros (devido ao financiamento do Passe Navegante e das medidas a ele associadas). Também cresceram as transferências para o movimento associativo do concelho, em mais 77 007,74 euros. A prestação de contas de 2019 foi aprovada com os votos a favor do PS, a abstenção da CDU e o voto contra do PSD.

COVID-19

Reforço financeiro da Rede de Apoio Alimentar A

Câmara Municipal do Montijo realizou um reforço financeiro superior a 17 mil euros à Rede de Apoio Alimentar, através de apoio ao Banco Alimentar Contra a Fome e de protocolo com o Centro de Convívio de Reformados, Pensionistas e Idosos do Montijo. As propostas foram aprovadas, por unanimidade, na reunião de câmara de 12 de junho, e são mais um contributo

municipal para a resposta à crise socioeconómica provocada pela pandemia de covid-19. A autarquia montijense apoiou, em quatro mil euros, o Banco Alimentar de Setúbal, instituição que é parceira das associações locais que prestam apoio às pessoas e famílias economicamente vulneráveis do concelho do Montijo. Com o Centro de Reformados, Pensionistas e Idosos do Montijo

foi celebrado um protocolo de colaboração para reforço da Rede de Apoio Alimentar do Montijo, através de um apoio financeiro de 13 260,72 euros para a associação adquirir os produtos alimentares necessários e articular a distribuição dos mesmos junto das restantes dez associações locais que integram a Rede de Apoio Alimentar do concelho.


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Montijo à Mesa

RESTAURANTE O NINHO

Qualidade, no seu melhor sabor! A

parece no segundo lugar entre 64 restaurantes no concelho do Montijo identificados pelo Tripadvisor. Os elogios rasgados dos clientes apontam a comida muito bem confecionada e a extrema simpatia no atendimento. Se é cliente, e juntarmos a esta informação o nome Atalaia e a carne de grande qualidade, já percebeu que falamos do restaurante O Ninho. Senão é cliente, esperamos aguçar-lhe a curiosidade para que faça uma visita brevemente! A história de Nuno Neves está intimamente ligada ao Ninho. Foi empregado dos anteriores proprietários nos anos 90 e, após dez anos na Suíça, voltou em 2007 para ficar com o restaurante. Já lá vão 12 anos. Os anteriores proprietários, Fernando e Aidinha, lançaram o desafio: “regressámos a Portugal e, ainda, colaborámos com eles durante um ano. Depois, no dia 1 de maio de 2008, comprámos o estabelecimento”. Com a propriedade plena do restaurante, Nuno deixou a sala entregue à esposa, Rosa, e dedicou-se à cozinha: “comecei a trabalhar na restauração aos 15 anos no Passil. Estive em alguns estabelecimentos na Atalaia, Alcochete, Montijo e depois no Ninho, sempre na sala, inclusive na Suíça. Quanto iniciei aqui o nosso projeto, entendi que a cozinha era o melhor local para conseguir controlar o que se passava no restaurante”. Atualmente, com Nuno e a esposa, O Ninho tem uma equipa de seis pessoas. Este chef de cozinha “por equivalência”, como

desde o primeiro momento é uma preocupação fundamental do Ninho: “não é só dar maturação a carne, é preciso escolher bem a peça que vamos maturar e, para isso, fazemos um trabalho de fundo junto dos fornecedores. Estamos referenciados numa fasquia de preço média/alta porque

“Há uns quatro anos que estamos nos primeiros três lugares nos restaurantes do concelho e, desde há muito, que estamos no top 10 do distrito de Setúbal, num universo de 1600 restaurantes.” o próprio afirma, tem feito do Ninho uma referência de qualidade, em particular numa especialidade: a carne maturada. Certamente já ouviu o termo (por vezes até parece que, agora, virou moda) mas será que sabe efetivamente o que é isto de carne maturada? Na realidade trata-se de um processo orgânico, potenciado por um aparelho próprio, um maturador: “a carne são músculos e colocada neste equipamento, que está feito para deixar a carne repousar durante dias e semanas, os músculos vão perdendo tensão e isso faz com que a carne fique muito mais tenra. É uma carne que quando chega ao prato facilmente se destaca pela qualidade”, explica Nuno. Qualidade que não resulta só do maturador, pois

a matéria prima é condizente. Muitas vezes faço questão de vir à mesa falar com as pessoas e explicar o produto e a forma de confeção para que entendam a diferença e o preço”. Os clientes já são fiéis à casa, “80 por cento são clientes reincidentes. Temos muitos clientes fixos que são quase família connosco e até entre eles”. Clientes do Montijo, alguns da Atalaia, “o que muito gostamos. Podemos não ser um restaurante que as pessoas possam vir todos os dias, mas fico muito feliz quando as pessoas da Atalaia nos escolhem para uma ocasião especial ou dão o nosso restaurante como referência a pessoas de fora”. Estas últimas, muitas delas chegam através das redes sociais, em particular de plataformas como o Tripadvisor: “há quatro anos que esta-

mos nos primeiros três lugares nos restaurantes do concelho e, desde há muito, que estamos no top 10 do distrito de Setúbal, num universo de 1600 restaurantes”, afirma Nuno Neves. Com lotação para 50 lugares, atualmente reduzida para 25 devido às restrições da covid-19, a média diária continua a ser as 50 refeições, pois, tanto ao almoço como ao jantar, são realizados dois turnos para conseguir dar resposta às solicitações dos clientes. Nem mesmo em tempos difíceis, Nuno coloca de lado o otimismo, até porque é quase um expert em crises: “começámos este projeto em plena crise financeira do país. Nessa altura passámos momentos muito difíceis, mas ultrapassámos e sempre em ascensão. Quero agarrar-me a esse exemplo para seguir em frente agora, mesmo sabendo que há fatores que não controlamos. Estivemos de porta fechada, voltámos a abrir e vamos continuar a trabalhar com o mesmo profissionalismo, dedicação e motivação, com a ajuda dos nossos fornecedores e dos nossos clientes”. Naturalmente que numa reportagem sobre sabores e gastronomia, não poderíamos esquecer a comida. E aqui socorremo-nos das palavras do Chef Nuno Neves, bem visíveis logo na entrada do Ninho: “sobre as brasas incandescentes, salpicada q.b de sal… carne selecionada, alguma bem maturada, sempre de excelência… sugere-se imperativamente mal passada, selada e suculenta… no empratamento impõe-se o toque final, de forma a surpreender os olhos e o palato”. Visite O Ninho e Bom Apetite! RESTAURANTE

O NINHO

Av. D. Manuel I n.º 388, Atalaia, 2870-752 Montijo 212 318 988 3.ª feira a sábado |12h00-22h30 www.facebook.com/restaurante-o-ninho-atalaia-montijo


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Expressões

ILUSTRAÇÃO

Raquel Russo

Formada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa em 2015, Raquel trabalha como designer e ilustradora desde então, aproveitando a simbiose natural entre as duas áreas no seu trabalho. A criação de histórias sempre foi uma paixão para a artista e os livros infantis são o seu meio preferido para imaginar mundos diferentes e interessantes para as crianças percorrerem. Em 2019 foi lançado o primeiro livro ilustrado pela artista e desde então tem trabalhado em vários projetos de ilustração infantil com diferentes editoras portuguesas, alguns dos quais ainda em progresso ou por publicar. Presentemente a viver e trabalhar no Montijo, onde cresceu, tem como objetivo trabalhar com editoras e agências internacionais, ampliando assim a escala do seu mercado de trabalho. Portfolio em www.raquelrusso.com.


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Entre Nós ENTREVISTA | TONY CASSANELLI

A arte da desconstrução A

pele. Um olhar mais superficial dirá que é o maior órgão do corpo humano. Mas nesta entrevista os olhares são mais subtis e, simultaneamente, mais profundos. E, por isso, vamos falar através da pele, ou melhor, vamos tentar falar do que está para lá daquilo que mostramos à primeira vista. Nós fazemo-lo, essencialmente, com palavras. Ele, Tony Cassanelli, fá-lo através das cores e formas do seu universo artístico, que pode ver na exposição “Através da Pele”, patente na Galeria Municipal do Montijo. Iniciamos pelo mais óbvio para, depois, imergir em planos mais escondidos e, provavelmente, mais reveladores. Tony Cassanelli é italiano, de perto de Bari. Tem 40 anos. É artista plástico, focado na pintura, na escultura e na videoarte. Depois de percorrer o mundo, em 2015 fixou-se em Portugal e, agora, está a construir a sua casa e estúdio no Montijo, cidade que diz ter sido “uma descoberta maravilhosa. Aqui há um processo de crescimento, mas ainda se mantém a identidade de um lugar verdadeiro e com grande abertura aos outros”, afirma. Desde criança (e no final já falamos desta criança) que desenhar e estudar a natureza humana foi o seu único grande interesse. Hoje é a principal inspiração da sua obra: “tenho uma profunda atração pelo ser humano. O meu trabalho é feito numa perspetiva muito antropológica, de desconstrução cultural de cada um de nós, para tentar redescobrir a nossa parte mais natural, mais verdadeira. Muitas vezes, em nós próprios, há um grande conflito entre o que achamos ser o bem e o mal, o justo e o errado, o que somos e aquilo que nos ensinaram a ser”. Esta dicotomia entre aparência e essência, um dos fios condutores da sua arte, foi experimentada na própria pele, “na minha própria carne e pessoa. Fiz esta experiência de desconstrução e descobri que muitas das coisas que me ensinaram são extremamente fascinantes, mas são caixas onde não me consigo encaixar. Descobri que o dia a dia é a melhor maneira de viver a vida e as relações com o outro. A destruição das expetativas é um princípio de felicidade e de liberdade”. Uma auto-desconstrução das barreiras sociais e culturais impulsionada pelas inúmeras viagens pelo mundo que o levam a assumir as “diferenças culturais, sociais e étnicas como a maior riqueza para nos entendermos a nós próprios. A diferença é o princípio do meu conhecimento”. Trata-se, assim, de desconstruir para descobrir. Despir (não no sentido literal, obviamente) as várias peles que a sociedade nos impõe para tentar entender a semântica do ser humano. A arte como “espelho deste processo vital de descoberta. Não é

apenas o interesse no que vês. É, sobretudo, o interesse no que te faz sentir aquilo que vês. Não é o que vejo em cima da tua pele, é o que vejo através da tua pele”, explica. Um processo artístico que é intimista, ligado à substância, mas igualmente de abertura e relação direta com o outro, até porque “o artista tem de voltar a criar um processo comunicativo de traba-

elitismo e facilite o processo educativo do público”. O mesmo público que pode contemplar, com o devido silêncio e introspeção, a sua arte e talento na Galeria Municipal do Montijo. Pela primeira vez, Tony realiza uma exposição em Portugal e mostra “12 pinturas e desenhos, feitos ao longo destes cinco anos em Lisboa e que resultam de encontros que senti realmente. São retratos de pessoas, todas

lho para reconstruir a ponte perdida com o público. Na arte visual, entregou-se o poder de decisão ao sistema, em vez de estar nas mãos do público. Ninguém vai ao cinema ver um filme que não vai entender, mas as pessoas entram numa galeria de arte já a pensar que não vão perceber”, defende. E neste objetivo de estreitar a relação comunicativa com o público, na época da tecnologia e da globalização, Tony Cassanelli encontra nas redes sociais uma forma de “aproximar os artistas dos clientes e dos amantes da arte, de criar uma entourage cultural. Uma rede social, bem gerida, pode fazer com que comunicar a tua arte ultrapasse esse

de origens diferentes, que parei na rua porque me senti atraído por elas. Esta exposição é o estrato desses encontros, do meu encontro com a multietnicidade sagrada de Portugal, que é das coisas mais bonitas deste país”. Nesta viagem de investigação através da pele de Tony Cassanelli terminamos com um pequeno detalhe – a tal criança que falámos uns parágrafos acima. A criança que corria pelas ruas de Bisceglie (pequena cidade da província de Bari)e que sempre soube que ia correr o mundo. A tal criança a quem agradece porque “tudo o que faço e sou é respeitar o desejo dela”.


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WIFI4EU

Internet gratuita no espaço público

S.ENERGIA

Montijo assume presidência

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Câmara Municipal do Montijo integrou o grupo dos primeiros municípios a apresentar candidatura ao projeto WiFi4EU, que permite o acesso gratuito à internet em vários locais públicos do concelho. No total foram instalados dez pontos de acesso wi-fi, com a seguinte localização: quatro no Montijo (Quinta do Saldanha, Parque Urbano das Piscinas, Parque Municipal Carlos Hidalgo Gomes e Moinho de Maré), um na Atalaia (Praça dos Operários), um no Alto Estanqueiro (antiga Junta de Freguesia), um em Sarilhos Grandes (Praça da Liberdade), um em Pegões (Junta de Freguesia), um em Santo Isidro (antiga Junta de Freguesia) e um em Canha (Rua 1.º de Maio). Para a execução deste projeto, o Município do Montijo assinou a Convenção de Subvenção no Quadro do Mecanismo Interligar a Europa com a Agência de Execução para a Inovação e as Redes e compromete-se a manter o serviço durante 36 meses. A Comissão Europeia financia em 15 mil euros a instalação dos pontos de acesso wi-fi e o Município do Montijo assume o encargo de 13 mil euros para a manutenção do serviço nos próximos três anos. A iniciativa WiFi4EU visa proporcionar um acesso de qualidade à internet aos cidadãos e visitantes em toda a União Europeia. O Montijo está entre os pioneiros deste projeto, que permite democratizar o acesso às novas ferramentas de comunicação, contribuindo para a qualificação do espaço público, o desenvolvimento e a inclusão social.

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vereador da Câmara Municipal do Montijo, Ricardo Bernardes, é o novo presidente do Conselho de Administração da S.Energia Agência Regional de Energia para os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete para o biénio 2020-2022. A eleição e tomada de posse tiveram lugar no passado dia 30 de junho, na assembleia geral eleitoral que decorreu na Galeria Municipal do Montijo. Ricardo Bernardes sucede, assim, a Miguel Canudo, vereador da Câmara Municipal da Moita que terminou o seu mandato aos destinos da S. Energia. A mesa da assembleia geral passou a ser presidida pela Câmara Municipal de Alcochete, representada pelo seu presidente Fernando Pinto. Antes da assembleia geral eleitoral, teve lugar a assembleia para aprovação do relatório de exercí-

cio e contas de 2019, onde foi realçada a implementação do projeto EduLUX, com a substituição total de 30.749 lâmpadas T8 por LEDs em 204 escolas básicas, com poupanças superiores a 60 por cento. No caso do Município do Montijo este projeto envolveu 20 escolas básicas, permitindo uma poupança média de 71 por cento, que se traduz numa redução de custos na ordem dos 25.000 euros por ano. A S.Energia é uma associação privada sem fins lucrativos. O Município do Montijo aderiu em 2009. Desempenha um papel ativo junto dos municípios, apoiando a estratégia energético-ambiental dos mesmos e incentivando os outros atores locais da região e os cidadãos em geral, com o objetivo de construir, de forma conjunta, uma península de Setúbal mais sustentável e ambientalmente mais equilibrada.

SOLIDARIEDADE

Caixa Solidária na Escola Profissional A Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo, através da Equipa do Protocolo RSI, juntou-se ao projeto “Caixa Solidária” com a colocação de uma caixa na Escola Profissional do Montijo (junto ao portão da entrada) com o lema “Leve o que precisar, deixe o que puder”.

Esta caixa apresenta seis cacifos com a descrição dos bens a doar/doados (arroz, massa, mercearia em geral, produtos de higiene, material escolar, alimentos para animais, etc). A iniciativa tem o apoio da empresa Fullquest e pretende ser mais um contributo para apoiar a comunidade montijense.


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ADEGA DE PEÕES SYRAH

Melhor vinho de Portugal na Coreia O

vinho Adega de Pegões Syrah foi eleito o “Melhor vinho de Portugal” pelo júri do concurso de vinhos Coreia Wine Challenge, o maior e mais prestigiado concurso de vinhos que se realiza anualmente naquele país. Além deste prémio, a Adega de Pegões ganhou mais duas medalhas de ouro: uma com o seu Moscatel de Setúbal e outra com o Adega de Pegões colheita selecionada branco. Venceu, ainda, uma medalha de prata com o Alicante Bouschet e uma de bronze com Adega de Pegões colheita tinto. Neste ano tão singular, com poucos concursos a decorrer devido à pandemia de covid-19, Pegões tem conseguido resultados extraordinários. Desde janeiro, já alcançou 29 medalhas de ouro, 17 de prata e 3 de bronze, além de 4 prémios grande ouro ou troféus especiais, que se atribuem a vinhos únicos, o que revela, mais uma vez e bem, a qualidade dos vinhos que se produzem em Pegões. Para o Município do Montijo é um orgulho poder contar com a Adega de Pegões no tecido empresarial do concelho do Montijo. A Adega de Pegões é um exemplo de tradição, de modernidade e de sucesso, que leva o nome do Montijo aos quatro cantos do mundo. Felicitamos o conselho de administração, os vitivinicultores, os trabalhadores, os técnicos, o enólogo e demais parceiros da Adega de Pegões por este prémio alcançado na Coreia, fazendo votos de outros sucessos para o futuro.

SOLIDARIEDADE

IKEA oferece bens a famílias do concelho D

e candeeiros a lápis de cor, passando por jogos, livros, peluches, cadernos, canetas de feltro cadeiras e secretárias, a IKEA doou bens a 201 crianças do concelho, cujas famílias são beneficiárias do rendimento social de inserção. O gesto resulta de um protocolo estabelecido entre a empresa sueca e a Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo, através da Equipa do Rendimento Social de Inserção, que identificou as famílias a quem foram doados os bens.

No âmbito da sua estratégia de sustentabilidade, a IKEA pretende tem um papel ativo e um impacto positivo na sociedade, interagindo com as comunidades em que está inserida e apoiando grupos vulneráveis nessas comunidades. Neste contexto e perante os constrangimentos da pandemia de covid-19, sobretudo, junto das famílias com crianças e com dificuldades financeiras, a IKEA está a doar bens como forma de contribuir para que essas crianças tenham mais condições em casa para brincar e aprender.

EDUCAÇÃO

Obras na EBI do Esteval N

a preparação do próximo ano letivo, a Câmara Municipal do Montijo encontrase a executar obras de recuperação da Escola Básica Integrada do Esteval, num valor global superior a 72 mil 852 euros. A intervenção inclui a pintura interior de salas de aulas e acessos, reparação de tetos, substituição

de portas, janelas e estores danificados e pintura exterior da escola e do Pavilhão Desportivo. No exterior, encontram-se também previstas a substituição do pavimento de segurança do parque infantil e das redes do polidesportivo exterior e a reparação de pavimentos em blocos de betão, de bancos e papeleiras.


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MERCADO MUNICIPAL

Exposição Made Ká

té 26 de setembro, o Mercado Municipal do A Montijo recebe a exposição de arte e design “Made Ká”, de Alexandre Henriques.

Comprar local e nacional é o lema atual. A Made Ká, é mesmo de cá! A marca criada por Alexandre Henriques, que vive e trabalha no Montijo, é um bom exemplo do que se faz por Ká! Designer de interiores e de equipamento, dedicou-se durante vários anos à decoração e mais recentemente a múltiplas áreas que incluem o design gráfico, o fusing, o vitral, a cerâmica e múltiplos projetos de gifts para empresas e instituições. Este artista tem colaborado com a autarquia, com diversos trabalhos e atividades. A mostra pode ser visitada no horário de funcionamento do Mercado: 3.ª feira a domingo das 7h00 às 14h00.

EDUCAÇÃO

Agrupamento do Montijo inicia cooperação europeia e setembro deste ano até agosto de 2022, D o Agrupamento de Escolas do Montijo inicia um novo capítulo de cooperação europeia, após

a aprovação de um projeto de mobilidade de pessoal docente para fins de aprendizagem, apresentado ao Programa Erasmus+. Designado de @tEurope, o projeto recebeu uma subvenção de 44 mil 320 euros e permite a realização de 18 mobilidades de docentes do agrupamento para atividades de formação na forma de cursos estruturados em entidades de acolhimento em diversos países europeus. No âmbito da candidatura foram identificadas as necessidades de melhoria do agrupamento e, nesse seguimento, direcionadas as 18 mobilidades para áreas temáticas que incluem o desenvolvimento das competências no domínio da língua inglesa, da inovação e modernização, da gestão de conflitos, inclusão e liderança. Com a implementação do projeto @t Europe, o Agrupamento de Escolas do Montijo pretende aumentar a qualidade dos serviços prestados e das aprendizagens desenvolvidas pelos alunos a curto, médio e longo prazo, com impacto na comunidade educativa que o integra, bem como promover a cultura local da cidade do Montijo.

PROJETO SAND

Campo-escola decorre em Sarilhos Grandes O

Campo-Escola do Projeto SAND-Sarilhos Grandes entre Dois Mundos está no terreno desde o passado dia 13 de julho, na Ermida de Nossa Senhora da Piedade e exterior da Igreja de S. Jorge. A primeira área intervencionada foi a Ermida da Nossa Senhora da Piedade, panteão da família Cotrim (século XVI), conforme assinalado nas lápides funerárias e em fontes históricas. Pau-

la Pereira, arqueóloga e coordenadora científica do projeto, conta que “nas camadas superficiais encontraram-se fragmentos de cerâmica comum, vidro, azulejos hispano-árabes (séc. XV-XVI), alfinetes, contas e fauna”. Juntamente com o espólio arqueológico foram recuperados “vestígios osteológicos de crianças, de mulheres e de homens”, conforme indicou Ana Luísa Santos, bioantropóloga, coordenadora


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científica. Foram ainda escavadas “quatro inumações associadas ao uso da ermida como espaço de enterramento e outras três que serão anteriores à sua construção”, acrescentou Bruno M. Magalhães, bioantropológo. Para além da equipa de investigação, colaboram no Campo-Escola vários voluntários, entre os quais estudantes universitários de Portugal, Espanha, Brasil e Chile. Joana é uma das voluntárias. Estudante de Arqueologia na Universidade de Évora. Soube de projeto através de redes sociais e confessa que é “uma aventura estar longe de casa, sem conhecer ninguém. É uma experiência de evolução a nível académico, mas também pessoal. A experiência está a ser muito boa, a nível de restos osteológicos tenho tido contacto com coisas que só ouvia falar em aulas e está a ser ótimo. Estou a gostar imenso. Uma oportunidade única”. Helena também participou no campo escola. Descobriu o projeto através das aulas de mestrado na Universidade de Coimbra e ficou cativada pela “vertente antropológica do projeto. Estou a reforçar conhecimentos e aprender novas coisas sobretudo relacionadas com a osteologia. É uma mais valia para o meu percurso profissional”. Parte importante do projeto SAND é a abertura à comunidade, tanto científica como ao público em geral. Têm sido dinamizadas aulas temáticas com investigadores de diferentes áreas. O historiador Roger Lee Jesus já falou, por exemplo, da

história de Sarilhos Grandes e dos seus habitantes. Ricardo Godinho apresentou uma introdução à Antropologia Virtual e a professora Cley Detry, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, deu uma aula aberta sobre Zooarqueologia do Período Moderno. Na abertura à comunidade local, teve lugar no dia 13 de agosto, o Dia Aberto do Projeto SAND, onde participaram 32 pessoas. Dinora Ferreira, Marília Guerreiro e Madalena Silva, todas de Sarilhos Grandes, fizeram questão de saber mais pormenores de um projeto que “consideram muito interessante para conhecer a história e as vivências da nossa terra. É um orgulho para nós termos este projeto aqui em Sarilhos Grandes”. Também Humberto Mingates e Aurélio Alegria foram ouvir “de viva voz aquilo que já conhecíamos através das redes sociais e de informação

pública que existe sobre o projeto”. São habitantes locais, interessados na história da localidade e acreditam que o projeto SAND pode contribuir para aprofundar o conhecimento sobre a importância histórica de Sarilhos Grandes. Atualmente, teve início a escavação no exterior da Igreja de S. Jorge. Toda a equipa mostra-se bastante curiosa acerca dos achados futuros. As descobertas podem ser seguidas nas redes sociais do Projeto SAND. O Campo-Escola do Projeto SAND-Sarilhos Grandes entre Dois Mundos, sediado no Centro de Investigação em Antropologia e Saúde - Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra, é financiado pela Câmara Municipal do Montijo e tem o apoio da Diocese de Setúbal e da Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes. Vai decorrer até 2 de outubro.


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EDUCAÇÃO

EPM certifica a qualidade do seu ensino profissional Escola Profissional do Montijo (EPM) está A na fase final de mais uma etapa para um ensino profissional de excelência. A breve trecho estará

concluída a certificação de qualidade da oferta de ensino e formação profissionais. Seguindo as orientações das instituições europeias, a EPM pôs mãos a obra para assegurar que o seu ensino cumpre o Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e Formação Profissional (EQAVET).

ESPAÇO PÚBLICO

O processo de certificação encontra-se praticamente concluído e é, também, uma forma de “reconhecimento do trabalho realizado perante todos os nossos parceiros”, asseguram João Martins e Teresa Carvalho, presidente e vice-presidente da Associação para Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo (AFPDM), entidade proprietária da EPM. Em Portugal, a Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional é a entidade responsá-

Reforço de iluminação custa 144 mil euros A

Câmara Municipal do Montijo está a executar uma obra de modificação e beneficiação da iluminação pública num valor total superior a 144 mil euros. A obra teve início em meados de julho, tem um prazo de execução de 90 dias e consiste na substituição e reforço da iluminação pública ao longo do troço da circular entre a Praça de Touros (Avenida dos Bombeiros Voluntários) e a Rotunda do Izidoro.

vel pela certificação e a quem cabe supervisionar, validar e atribuir o selo EQAVET. À data desta entrevista (início do mês de julho), a EPM aguardava a peritagem por parte dos especialistas designados por esta entidade certificadora. O planeamento e implementação de um processo deste género é um caminho longo, que não se esgota após a obtenção da certificação: “o trabalho não termina com a verificação. Há, depois, um trabalho de melhoria contínua, que neste caso conta muito com o empenho de toda a comunidade educativa, dos parceiros, dos stakeholders, porque esta certificação avalia questões como o envolvimento com a comunidade, a taxa de sucesso escolar, a empregabilidade dos formandos”, entre outros aspetos, explica Teresa Carvalho. Internamente, o processo levou à identificação de necessidades, ao reajustamento de recursos e práticas e ao reforço da proximidade entre todos os intervenientes no processo educativo e formativo, para que seja possível cumprir os objetivos finais da certificação: “a satisfação dos formandos, das empresas acolhedoras de formandos para a realização da formação em contexto de trabalho, das entidades empregadores” e outros intervenientes no processo formativo. A preocupação com a qualidade faz parte do ADN da Escola Profissional do Montijo. Desde 2009, que foi assumida como um objetivo estratégico. Neste contexto, em 2011, a AFPDM implementou e certificou um Sistema de Gestão da Qualidade de acordo com a NP EN ISO 9001, que funciona como uma ferramenta de gestão para a melhoria contínua da organização. A EPM - Escola Profissional de Montijo foi criada em 1991, a partir de Contrato-Programa assinado entre o Ministério da Educação, a Câmara Municipal do Montijo e entidades ligadas à indústria das carnes e cortiça. Iniciou as suas atividades letivas em 1993 com dois cursos: Técnico da Indústria de Carnes e Técnico de Design Industrial. Desde então, tem vindo a alargar a sua oferta formativa, contando atualmente com vinte e um cursos profissionais autorizados pelo Ministério da Educação. Paralelamente, implementou parceria com entidades ligadas à formação nomeadamente o IEFP, o CINEL, o CENFIC, entre outros, que permitiram à associação oferecer outra oferta formativa para além da formação inicial de jovens. É uma instituição fortemente enraizada na comunidade local e regional, pautando a sua atividade em três grandes áreas de intervenção: educação/ formação, apoio ao tecido empresarial e integração na vida ativa e intervenção social e comunitária. Dispõe, atualmente, de um quadro de recursos humanos altamente qualificado com cerca de uma centena de colaboradores que garantem a qualidade do trabalho realizado.


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EXPOSIÇÃO

Através da pele de Tony Cassanelli A

Galeria Municipal do Montijo acolhe a exposição “Através da Pele”, do artista plástico italiano, Tony Cassanelli. Patente até 14 de novembro. O artista propõe, assim, uma exposição que nos convida a uma reflexão, como o título indica, sobre a pele, que diz, o autor, “ser o corpo da alma”. Pretende o autor, uma exposição imersiva, muito ao sabor desta nova “normalidade” que vivemos hoje, uma exposição que oferece momentos reflexivos, de introspeção pessoal, convidando as pessoas a “penetrar” no espaço que as rodeia. Tony Cassanelli nasceu em Bari, Itália, em 1979. Desde criança que, desenhar e estudar a natureza foi o seu único grande interesse. Aos 18 anos, muda-se do Sul para o Norte de Itália, mais precisamente, para Carrara, na Toscânia, onde frequenta a Academia de Belas Artes, concluindo o curso de forma honrosa. Depois de mais de 12 anos em Carrara, decide viajar em busca do que mais o atrai: o conhecimento da natureza profunda dos seres humanos e das várias culturas. A vontade de comunicar a sua arte também fora dos contextos mais elitistas levou-o a colaborar com músicos e artistas, como foi o caso de Madonna. Depois de percorrer o mundo decidiu fixar-se em Portugal, mais precisamente no Montijo onde está a construir a sua casa e o seu ateliê.

Galeria Municipal | Entrada livre Horário: 2.ª a sábado das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30

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ENVELHECIMENTO ATIVO

Voluntários à Janela combatem isolamento sénior Câmara Municipal do Montijo arrancou com o A projeto “Voluntários à Janela”. Técnicos da autarquia, com o apoio de voluntários, estão a visitar alunas

e alunos dos Projetos de Envelhecimento Ativo com o objetivo de combater o isolamento social dos seniores. A iniciativa está no terreno, levando palavras amigas e confortantes, bons conselhos e até música. Os idosos, que receberam sebentas sobre a quarentena, máscaras e as respetivas bolsas, mostraram-se satisfeitos com as visitas. Este projeto surgiu da necessidade que os alunos dos Projetos de Envelhecimento Ativo (PEA) têm demonstrado em conversar, de se relacionar com outras pessoas e na realização de algumas tarefas, às quais deixaram de ter acesso, desde que foram aconselhados pela Direção Geral da Saúde a ficar em casa, o que, por sua vez, leva ao isolamento social. Para que os alunos possam manter algumas das suas atividades, são levados até eles livros, jogos cognitivos, ferramentas digitais e outros materiais que se considerem pertinentes. É, ainda, fomentada a comunicação e a convivência entre os técnicos dos PEA e ou voluntários e os alunos, sendo privilegiada a estimulação cognitiva e o sentido crítico. As conversas com estes alunos abordam, essencialmente, os temas da atualidade (pandemia, quarentena, covid-19, entre outros…), tendo o cuidado de fazer chegar aos alunos apenas as informações consideradas relevantes e essenciais nesta área, dotando-os de atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões adequadas à sua saúde e ao seu bem-estar físico, social e mental.

TEATRO

Há dois anos que eu não como pargo A

pandemia de covid-19 interrompeu as apresentações de “Há dois anos que eu não como pargo” no Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida, mas agora a peça da Companhia Mascarenhas-Martins regressa ao mesmo palco, de 25 a 27 de setembro. “Nem tainhas, quanto mais pargos. No mar do subúrbio a cana saca latas de atum e garrafas de gasosa, num dia bom. Daí a dizermos que é a espuma dos dias ainda vai um metro ou dois. André habita, com dois amigos, uma casa onde a consola se sobrepõe ao jantar e onde o pneu meio dilacerado pelo Joel, o cão, já, um dia, serviu de assento exterior. E como em todo o rés-do-chão meio

chunga que se preze, por aqui também habita o rap, movido pela insistência meio solitária de André ou Hundréd, nome artístico para saco furado. Destapar ou esconder? Quem tem medo compra um cão, costuma dizer-se. Joel foi à pala, veio do canil”. O espetáculo está em cena nos dias 25 e 26 de setembro às 21h30 e no dia 27 de setembro pelas 16h30. A encenação e produção é de Levi Martins. Texto de Miguel Branco e interpretações de André Alves, Inês Dias, João Jacinto, Levi Martins, Miguel Branco e Pedro Nunes. Teatro // M/14 // 7,50 € (5€ para jovens até 30 anos, estudantes de artes e profissionais do espetáculo)


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ESPECIAL

Montijenses no Mundo E

ste é um especial programado como uma daquelas viagens que levam tempo a planear. Afinal, nas próximas páginas fazemos o check-in para partir à volta do mundo. Saímos do Montijo para uma viagem com escalas na Austrália, Inglaterra, Canadá, Alemanha, Brasil, Colômbia e Dinamarca. Neste voo com o código Montijenses no Mundo, os nossos passageiros são o António, o Paulo, a Fátima, o Nuno, o Alberto, a Andreia, o Luís e o Fernando. Em comum, nas suas bagagens, levam as raízes e memórias do Montijo. Contamos as suas histórias. Os seus caminhos pelo mundo. Mostramos os seus percursos distintos, tanto pessoais como profissionais. Damos voz às lembranças que guardam do Montijo e ao desejo, de alguns, de voltar a Portugal e à nossa cidade, que também é a deles. Junte-se a esta viagem. Faça as malas, traga o seu bilhete e parta connosco à descoberta destes Montijenses no Mundo. Boas Leituras e Boa Viagem!


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ESPECIAL

MONTIJENSES

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NO MUNDO

ANDREIA PINHO

“Cá em casa somos todos montijenses” A

frase “há um português em cada canto do mundo” pode perfeitamente ser adaptada para há um montijense em cada canto do mundo. Neste caso até são quatro (apesar de dois terem nascido fora do país) e estão lá bem distantes, muito perto dos antípodas de Portugal. Como sabe-

Agora que está explicado o número de montijenses no lar australiano desta família, vamos ao início do percurso profissional da Andreia: “desde pequena sempre gostei de ciências, em particular de Biologia. Durante o curso de Biologia fascinou-me entender como funcionava o corpo humano ao nível das células

mos isto? Porque contamos a história de mais uma Montijense no Mundo: Andreia Pinho, 38 anos, investigadora na área da biomedicina, na Austrália. Vamos já esclarecer os quatro montijenses! Andreia é casada com João Diogo, engenheiro civil, também ele do Montijo. Tomás e Gabriel já nasceram em Sydney, mas como afirma Andreia “cá em casa somos todos montijenses”. A família vive em Bondi Beach, perto de Sydney. João Diogo é project manager numa empresa de construção e Andreia passa os dias na Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Macquarie University, uma das mais importantes instituições de ensino superior australianas.

e das moléculas. A curiosidade em saber mais levou-me a querer seguir uma carreira em investigação na área da biologia celular e molecular”. A carreira teve uma escala inicial em Espanha. Entre 2008 e 2011, esta montijense desenvolveu o seu projeto de doutoramento no Centro Nacional de Investigação Oncológica, em Madrid. “A verdade é que nunca fiz planos a longo prazo e as oportunidades foram surgindo no meu percurso”, diz, dando como exemplo o projeto no Instituto de Investigação Biomédica da Universidade de Barcelona, realizado através do programa Erasmus, no final do curso de Biologia, que terminou em 2005 na Faculdade de Ciências da Universidade de Lis-

boa: “essa experiência foi determinante porque me despertou o gosto pela investigação na área da biomedicina, mas também por viajar e conhecer novas culturas”. Nesta conjugação de novas oportunidades e gosto por viajar, Andreia aterra na Austrália em 2011 para integrar uma equipa de investigadores no prestigiado Garvan Institute e realizar a sua pesquisa na descoberta da função de novos genes no desenvolvimento e progressão do cancro do pâncreas. Por motivos culturais, a adaptação a Espanha foi “muito fácil, criámos fortes amizades com espanhóis e catalães, amizades essas que ainda hoje perduram. Quando chegámos à Austrália, sentimo-nos pela primeira vez realmente expatriados e não foi tão fácil inicialmente a integração na cultura anglo-saxónica. Penso que por esse motivo a maioria dos nossos amigos mais chegados são, tal como nós, portugueses e de outros países europeus”, explica. Nove anos depois deste início de namoro tímido com a Austrália e a cultura local, Andreia admite que “hoje adoramos viver em Sydney. Adoramos a cidade e a filosofia de vida australiana, em que se valoriza e respeita muito o passar tempo de qualidade com a família e o desfrutar da vida ao ar livre e em contacto com a natureza”. É na zona costeira de Sydney, “que é absolutamente lindíssima”, afirma Andreia, em parques com a família ou nos barbecues ao ar livre com amigos que ocupa os seus tempos livres, não esquecendo pelo meio a prática desportiva de yoga e pilates. Tempos livres que estão dependentes da intensidade do seu trabalho de investigação: “por vezes requer que se trabalhe fora do horário habitual devido a uma amostra clínica que chega ao final do dia ou uma experiência de 12 horas. Mas simultaneamente é também muito flexível e permite,

ANDREIA PINHO | 38 ANOS INVESTIGADORA BIOMEDICINA SYDNEY, AUSTRÁLIA


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FERNANDO COUTO

Um cidadão do mundo por exemplo, trabalhar de casa quando não há experiências a decorrer”, explica. Atualmente, Andreia está envolvida num projeto que procura descobrir os mecanismos de resistência do glioblastoma a imunoterapias. “As imunoterapias são novas terapias que visam reativar o sistema imunitário dos pacientes para que este possa reconhecer e combater o cancro. O glioblastoma é o tipo mais comum e agressivo de tumor maligno cerebral e, atualmente, não existe um tratamento eficaz para esta doença, pelo que o nosso objetivo é tentar encontrar estratégias personalizadas que envolvam a combinação de imunoterapias com outros tratamentos que melhorem a sua eficácia”. “O interessante do estudo na área do cancro, e simultaneamente aquilo que o faz tão difícil de tratar, é o facto de cada tumor individual ser uma doença diferente a nível genético. Por esse motivo é tão difícil encontrar tratamentos que funcionem para todos os pacientes. Cada vez mais a oncologia está a caminhar na direção da medicina personalizada, em que cada tumor deve ter o seu perfil genético estudado de modo a que se possa determinar qual o melhor tratamento para cada paciente”, acrescenta. Numa conversa entre portuguesas, mesmo com 18 mil 169 quilómetros a separar (pelo menos é o que diz o Google sobre a distância de Montijo a Sydney) a palavra saudade não podia faltar. São já 14 anos fora do país e da cidade onde nasceu e cresceu: “do Montijo guardo não só muitas memórias boas de quando era criança e adolescente, mas também muias amizades, que foram sobrevivendo ao tempo e a distância. É bom saber que por muito que viajemos, há sempre um sítio onde temos as nossas raízes e onde sempre nos sentiremos em casa”, afirma Andreia. Estas tais saudades de Portugal vão sendo diluídas com “muitas horas passadas no skype e no whatsapp”, até porque este ano devido à covid-19 não podem sair da Austrália: “estar longe da família é, sem dúvida o mais difícil”. Por este grande motivo, os planos a longo prazo incluem “o regresso para educar os meus filhos, para que eles, também, se possam sentir portugueses”. A nível profissional, Andreia Pinho (e não é tarde para referir que os seus créditos profissionais já lhe conferiram diversos prémios) gostaria de continuar ligada à ciência e à oncologia”, no cumprimento da ambição de “ver um tratamento descoberto pela minha equipa em laboratório, chegar efetivamente a ser utilizado clinicamente para o tratamento de pacientes”.

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passaporte deste Montijense no Mundo já não tem espaço para mais carimbos. Canadá, País de Gales, Bélgica, Holanda, Grécia, Itália, Espanha, Guiné Conacri (República da Guiné), Noruega, Emirados Árabes Unidos (Dubai), Suíça, Áustria são alguns dos países onde já trabalhou. Agora está na Alemanha, com um desvio por paragens dinamarquesas. Fernando Couto, 49 anos, tem uma profissão altamente especializada que o leva a percorrer o mundo. É serralheiro de tubagens na construção naval, em refinarias e petroquímicas. “Em 2008 tirei um curso de serralharia de tubagens industriais. Muita gente pensa que são profissões menores, mas são profissões especializadas e muito bem remuneradas no estrangeiro. Acho que todos os trabalhos que sejam feitos com dignidade, honra e vontade devem ser respeitados”, diz. Esta sua viagem com várias escalas pelo mundo iniciou-se há dez anos, “pelas minhas filhas e família tive de procurar outro caminho. Agora tenho andado pela Alemanha e gosto muito. Aliás não penso voltar a trabalhar fora da Europa, mas depende de onde a empresa tem trabalho. Para quem tem crianças pequenas em Portugal, a questão do fuso horário faz muita diferença. É doloroso estar longe da família”. Não se considera emigrante, pois nunca fixou residência em nenhum outro país. Apenas trabalha no estrangeiro. É contratado através de

FERNANDO COUTO 49 ANOS TUBISTA ALEMANHA

empresas portuguesas, que o procuram porque conhecem o seu profissionalismo: “sabem que sou um trabalhador que não cria problemas, pelo contrário arranja soluções, que sou dedicado e disponível. Naturalmente que trabalhamos muitas horas, incluindo sábados e domingos. Num mês trabalho dois (mais ou menos 300 horas). Não temos a família connosco e acabamos por nos dedicar a 100 por cento ao trabalho”, explica. A paragem mais longa nesta sua vasta experiência profissional no estrangeiro aconteceu no Canadá. Ali, Fernando esteve quatro anos e meio. “Dei um salto mental com a experiência no Canadá. É um país com outro rigor, onde o nível de cidadania das pessoas e das instituições é muito grande. Toda a gente devia experimentar trabalhar no estrangeiro. A nível pessoal, é uma grande aprendizagem. Quando cheguei ao Canadá dei conta que não sabia falar inglês. Hoje falo inglês corretamente, francês razoavelmente e estou a ter aulas de alemão. Tenho imensas pessoas conhecidas em todo o lado. É uma vida difícil, mas que não troco por outra”, afirma. Este ano, depois da Alemanha, Fernando já tem novo destino nesta sua viagem com várias escalas. Possivelmente, será Singapura. Certamente que as malas deste nosso Montijense no Mundo estão sempre prontas para uma nova partida até porque, tal como afirma (e com toda a razão, dizemos nós), “sou praticamente um cidadão do mundo”.


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ESPECIAL

MONTIJENSES

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NO MUNDO

LUÍS GOMES

De Sarilhos Grandes para os maiores palcos do mundo

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uando, no dia 8 de outubro próximo, o pano subir no Teatro Nacional de Praga para a estreia de Carmen, uma das mais populares óperas de Bizet, entre os protagonistas principais há sangue português… aliás montijense. Centramos, por isso, atenção na personagem D. José, o soldado que vive uma história de amor transgressiva e trágica com a sedutora Carmen. Este D. José vai ser interpretado por Luís Gomes, um dos nossos Montijenses no Mundo. No primeiro ato desta nossa narrativa, naturalmente, que contamos como tudo começou. Desde cedo que “soube que queria ser músico. Ouvia-se muita música em casa, mas não tinha ninguém na família ligado a esta área. Fui então para a Musimusa. Penso que na altura era das poucas, senão a única, escola de música que existia no Montijo. Foi aí que conheci o meu primeiro professor de canto. Foi ele que me encaminhou na direção da ópera”, conta. É depois da Musimusa que entra em cena a Escola Superior de Música e o Conservatório Nacional. Na primeira frequentou a licenciatura em guitarra clássica, enquanto no segundo tinha aulas de canto. A noção clara que, para atingir um determinado patamar na sua carreira, precisava de ultrapassar a fronteira portuguesa leva-nos ao segundo ato do percurso operático de Luís Gomes: Londres e a Guildhall School of Music & Drama. “Tinha 22 anos quando vim para Londres. Sair quase de uma aldeia (Sarilhos Grandes) para uma das maiores cidades do mundo, foi um grande passo, mas correu tudo bem. É uma escola muito intercultural, onde existia até uma grande comunidade portuguesa e isso facilitou a integração”, afirma. Neste segundo ato está um vasto conjunto de mo-

mentos: a Licenciatura em Música e Mestrado em Performance de Ópera com distinção, o programa para Jovens Cantores Jette Parker e aquele dia 6 de julho de 2015 e a sua estreia como Fenton, na Falstaff de Verdi, tornando-se o primeiro cantor português a desempenhar um papel principal na Royal Opera House. “Foi muito especial sentir que tinham confiança para me dar um papel daquela envergadura. Partilhar o palco e o protagonismo com cantores famosíssimos, sentir a reação do público. Ter, por exemplo, o Ambrogio Maestri, um dos principais cantores da atualidade, a dizer que devia estar muito contente porque não se recebe tantos aplausos como recebi com aquele papel. Foi mesmo muito especial”. É com a mesma naturalidade com que está em palco perante mais de duas mil pessoas, que Luís Gomes confessa que “se em 2008, quando saí de Sarilhos Grandes, me dissessem que estaria a cantar na Royal Opera House dizia que era mentira. Sempre superou as minhas expetativas. Tinha o objetivo e a ambição, mas depois há coisas que não dependem só de nós. A partir de 2013, quando acabei a Guildhall, já viajei por sítios que nunca pensei conhecer. Nunca pensei que iria estar a viver do canto. Fico extremamente contente quando vejo que estou realmente a cumprir o sonho que tinha quando era miúdo”. Um sonho que é vivido à distância pelos familiares e amigos, que fazem parte das memórias e da vida de Luís Gomes: “tenho saudades principalmente das pessoas. E dos tempos de criança e juventude. O apoio dos colegas e dos professores da Escola Secundária Poeta Joaquim Serra foi sempre um incentivo. Quando regresso é sempre bom estar com eles”. Entramos, então, no terceiro ato desta história: o

momento atual. Luís Gomes tem cantado nos mais diversos teatros europeus, num percurso notável, onde se incluem o Prémio de Zarzuela Don Plácido Domingo Ferrer e o Prémio do Público, ambos no Concurso Operália 2018. “Tenho sido um sortudo porque já fiz muitos dos papéis que sempre sonhei fazer”, diz. Talento, sorte, mas principalmente muito trabalho até porque “este é um mundo pequeno e global. Andamos por todo o lado, tal como a concorrência. Há uma pressão constante para estarmos sempre no topo das nossas capacidades. Há muita exigência e é difícil lidar com isso. É preciso não relaxar, arranjar motivação mesmo nos momentos sem trabalho e a covid-19 cancelou muitos espetáculos. É um trabalho diário de treinar a musculatura, tal como um atleta de alta competição”. É o trabalho que aperfeiçoa a técnica “que não deve ser sentida pelo público. As pessoas não podem perceber que é difícil, devem estar confortáveis a assistir. As dificuldades só nós sabemos. Dizem-me muitas vezes que não há dois espetáculos iguais comigo. Gosto de me reinventar. É essa a beleza de ser ator. Não há duas noites iguais no teatro ao vivo”, refere. O quarto ato desta versão resumida da história de Luís Gomes é o futuro. Para além de Dom José, na Carmen que vai estrear em Praga, Luís Gomes tem já agendado voltar a participar em mais uma encenação de Falstaff, em Inglaterra, e fará o papel de Nadir, no Pescador de Pérolas de Bizet, no Teatro Campoamor/Ópera de Oviedo, em Espanha. No campo indecifrável do futuro há, também, lugar para os papéis que ainda não fez, como o Romeu da trágica peça sobre a rivalidade entre os Montecchios e os Capuletos. E para os palcos que adoraria pisar, onde se incluem o Teatro Alla Scala, em Milão, e o Metropolitan Opera, em Nova Iorque. O libretto desta história não está concluído, mas certamente que não será uma daquelas óperas de final dramático e infeliz. A certeza de Luís Gomes é que vai continuar a cantar e sempre no seu melhor nível. Por nossa conta e risco, acreditamos que este nosso montijense é uma estrela em ascensão e terá, certamente, um futuro brilhante nos maiores palcos do mundo. A nós, cabe estar do outro lado, a aplaudir de pé e a entoar bravo aos seus desempenhos e sucesso. LUÍS GOMES | 33 ANOS

TENOR LONDRES, INGLATERRA


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NUNO NÓBREGA | 46 ANOS REPRESENTANTE MARCA DE VINHOS FRANCA, SÃO PAULO, BRASIL

NUNO NÓBREGA

Do outro lado do Atlântico a sonhar com Portugal

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ste Montijense no Mundo chegou há 11 anos ao outro lado do Atlântico, ao país irmão onde se fala português com açúcar. Nuno Nóbrega, 47 anos, vive numa cidade pequena do interior de São Paulo. Naturalmente, que num país com 209 milhões de habitantes e uma área territorial superior a 8 milhões de quilómetros quadrados, a expressão cidade pequena é muito relativa: Franca, a cidade onde reside,

tem quase dez vez mais habitantes que o Montijo e fica a 500 quilómetros de São Paulo. A história deste montijense no Brasil começa em Portugal e com um casamento: o seu! Em 2006 casou com Juliana, de nacionalidade brasileira, e em 2009, já com o filho Davi, nascido em Portugal, decidiram partir para o outro lado do Atlântico, para a cidade natal de Juliana. Por trás desta decisão, esteve o cenário da crise económica que

rebentava em força no final da primeira década do século XVI em Portugal. “Durante dez anos tive uma imobiliária em Alcochete, a Lobbycasa com um sócio, José João Garrete, um dos meus melhores amigos. Depois veio a crise de 2009, a minha mulher tinha a família no Brasil e acabámos por vir à procura de uma nova oportunidade”, explica. Curiosamente, a nova oportunidade envolveu também casamentos. Durante oito anos, no seguimento do negócio familiar do sogro, Nuno foi responsável pela edição de uma revista de casamentos e eventos: “foram oito anos de muita aprendizagem. Inicialmente, a adaptação foi um pouco difícil. A nossa cultura é mais fechada. Trabalhamos de forma diferente. Aqui é tudo levado de forma mais descontraída”, diz. Terminado o projeto editorial, quis dedicar-se a algo que, de certa maneira, lhe permite manter o cordão umbilical com Portugal. Atualmente é representante de uma marca de vinhos portuguesa, a Portuga, trabalhando num segmento de mercado que é uma novidade para si, mas que tem a parte comercial e de vendas em comum com as experiências anteriores: “aliás, se alguma empresa montijense precisar de um representante comercial no Brasil podem contactar-me para nunobrega@gmail.com”, atira. Apesar da boa adaptação à vivência brasileira, Nuno confessa que todos os dias “penso em voltar para Portugal. É o meu país, a minha cidade. A minha mãe, Maria de Fátima, mora no Montijo, deixei lá muitos amigos. Tenho saudades de fazer coisas simples como ler o jornal no antigo café do César, ir à Mimosa que sei que fechou, andar na rua, estar com os amigos”. Na base desta vontade e pensamento está, sobretudo, um problema estrutural da sociedade brasileira: a insegurança. “O Brasil é um país de muita disparidade social e isso faz com que não exista segurança. Aqui não podemos andar à vontade na rua. Tenho que ir levar e buscar de carro o meu filho à escola. Ele brinca dentro do condomínio, mas não o pode fazer na rua. Não temos liberdade para fazer coisas simples”, conta, acrescentando o pormenor do custo de vida, “tendo em conta a diferença de vencimentos, a vida aqui está quatro ou cinco vezes mais cara que em Portugal”. Este Montijense no Mundo, que trocou o sotaque montijense pelo tal português com açúcar, tem a convicção que, mais dia menos dia, estará de regresso ao Montijo. Até lá, certamente, vai continuar a sentir saudades da simplicidade de ler o jornal a olhar para a Praça da República.


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ESPECIAL

MONTIJENSES

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NO MUNDO

ALBERTO CONCEIÇÃO

Reino de oportunidades A

s próximas linhas podiam ter sido escritas por este nosso Montijense no Mundo. Afinal, o objetivo inicial era contar as histórias dos outros. Alberto Conceição, 27 anos, é formado em jornalismo, mas seguiu o caminho do marketing empresarial. Ah… e também trocou Portugal pela Dinamarca, o Montijo por Copenhaga! Mas a viagem de Alberto pelo Reino da Dinamarca começou na segunda maior cidade dinamarquesa, Aarhus. “Após a licenciatura em jornalismo, na Escola Superior de Comunicação Social, e de um ano de trabalho em Lisboa, candidatei-me e fui aceite na

clubes portugueses, mas com a covid o futebol parou, nós também já estávamos na reta final da linha de financiamento concedida pelo Estado dinamarquês e acabamos por cada um seguir o seu caminho”. O do amigo de Alberto não sabemos qual foi, mas o caminho deste jovem montijense continuou na área da comunicação, particularmente no marketing empresarial. Um percurso corporativo que começou há dez meses, em Copenhaga naturalmente, numa empresa de software para o sector bancário e financeiro: “faço tudo o que é marketing e comunicação externa da empresa. Num mundo globalizado, as empre-

Universidade de Aarhus, onde tirei o mestrado em tecnologias de informação. Estive lá dois anos e em 2019 fui para Copenhaga, que é uma cidade maior, mais multicultural e com mais oportunidades”. O percurso profissional arrancou pelas próprias mãos com a criação de uma startup “com outro amigo português e colega de curso. Concebemos uma aplicação para adeptos de futebol, que consistia em venda online de dados e analítica para clubes de futebol. Ainda fizemos algumas parcerias de marketing com

sas cada vez mais apostam nesta área como forma de atingir novos mercados e clientes. É um desafio muito interessante e enriquecedor, que estou a gostar muito”, afirma. Um desafio duplo, dizemos nós. Alberto não só está longe de casa, da família com quem deixou de passar o domingo e dos amigos, com os quais tem “saudades de sair ao fim de semana para beber um copo no Domvs ou no bar do Clube de Ténis do Montijo”, como está num país culturalmente muito diferente:

“o primeiro ano foi complicado, até porque existem diferenças culturais e de clima muito substanciais. A questão da língua dinamarquesa, que, entretanto, já aprendi, foi um grande desafio”. “A cultura de trabalho é muito diferente. Essencialmente há mais rigor e seriedade, sobretudo, no cumprimento dos prazos. Aqui ninguém confirma reuniões um dia antes, mesmo que estejam marcadas há três semanas. O ambiente de trabalho também é muito saudável. Faz parte da cultura dinamarquesa, à sexta-feira, o escritório reunir no final do dia para tomar um copo”, exemplifica, acrescentando que “o poder negocial das empresas é mais flexível, o que nos permite até a nível pessoal ter previsão de outra evolução de carreira”. Oportunidade e evolução são, assim, os pontos de referência no caminho dinamarquês escolhido por este jovem montijense. Criou a sua rede pessoal e profissional em Copenhaga e, hoje, confessa “que está muito adaptado e feliz. Infelizmente em Portugal não existem as mesmas oportunidades. Aqui, em quatro anos, consegui fazer um mestrado de forma totalmente gratuita, criei uma empresa com o apoio estatal e muito pouca burocracia envolvida e tive oportunidade de ter um trabalho com um vencimento muito apelativo”. E o futuro? Já houve totais certezas que passaria, a longo prazo, por Portugal. As certezas foram enfraquecendo e “idealmente voltaria para estar perto dos amigos, da família, da comida, do clima e do meu clube (o Benfica). Gostava de construir família em Portugal e no Montijo, mas quantos mais tempo passo fora menos tenho a certeza desse regresso”. Enquanto as certezas não se consolidam ou a vida deste jovem montijense não leva, quem sabe, o rumo de outro qualquer local do mundo, para já o seu futuro é na Dinamarca, um dos cinco países nórdicos do mapa europeu. E só por curiosidade fica a informação genérica que o Reino da Dinamarca tem, sensivelmente, metade dos habitantes de Portugal e é constituído pela península da Jutlândia, por cerca de 400 ilhas – das quais apenas 78 são habitadas – e pelos territórios da Gronelândia e das Ilhas Faroé.

ALBERTO CONCEIÇÃO | 27 ANOS MARKETING EMPRESARIAL COPENHAGA, DINAMARCA


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PAULO ARAÚJO | 55 ANOS EMPRESÁRIO MANCHESTER, INGLATERRA

PAULO ARAÚJO

Quando o desporto é paixão e trabalho

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sabedoria conferida pela experiência de vida deste montijense permite-lhe em breves segundos definir o plantel necessário para uma carreira de sucesso no Montijo, em Inglaterra (é e onde ele está) ou em qualquer parte do mundo. O esquema tático é fácil. Em sentido figurado, diríamos que é correr mais que os adversários. Já os craques que alinham nesta equipa são, essencialmente, três: paixão, trabalho e mais trabalho! Paulo Araújo, 55 anos, foi Head of Global Sports Marketing na conhecida marca desportiva Umbro. Antes disso passou pela Adidas e agora decidiu optar pelas ‘modalidades individuais’ e abriu o seu próprio negócio, em Manchester, aconselhando clubes, atletas, treinadores e investidores. Não! Não é uma espécie de Jorge Mendes (até porque na sua carteira de clientes não consta aquele rapaz que joga na Juventus e vale milhões). A empresa de Paulo Araújo, a SportInMind, faz consultoria desportiva: “trabalho com a imagem de atletas para a promoção de produtos. Faço, igualmente, consultoria a um clube da Premier League ao nível dos mercados da América Latina e América do Norte, recolhendo

informações e fazendo avaliações técnicas de jogadores e treinadores. Neste momento, estou também envolvido em dois projetos: um de gestão desportiva de um clube de futebol para um grupo de investidores e outro para uma agência de jogadores para o desenvolvimento de uma estratégia para um mercado que querem explorar”. Paulo nasceu e cresceu em Angola até aos 10 anos, altura em que veio para o Montijo. Apaixonado por desporto, jogou futebol na cidade e acompanhou a equipa de basquetebol, elaborando estatísticas. Aos 24 anos, foi para a África do Sul trabalhar nas minas de carvão e diamantes. Seguiu-se uma passagem por Angola, a convite de uma empresa importadora/ exportadora sul africana e, posteriormente, o regresso ao Montijo. “Voltei a Portugal e, na altura, fui trabalhar na empresa de sports marketing que era do António Carlos Ramos (n.r: hoje presidente da direção da Banda Democrática 2 de Janeiro). Adorei essa experiência de organizar eventos pelo país inteiro. Depois a Adidas convidou-me para trabalhar com eles. Fiz a entrevista de calções e ténis de uma marca concorrente

(risos). Fui manager da Adidas para o Benfica e foi uma experiência extraordinária. Depois passei para Head of Sports Marketing da Adidas Portugal e no Euro 2004 fui o Local Task Coordinator da marca”. Após a experiência na Adidas, teve a missão de reposicionar a marca Umbro no mercado português. “Correu tudo bem, tinha uma excelente equipa. Aliás nunca se consegue nada sozinho”, afirma. A chegada a Inglaterra, em 2006, deu-se a convite da marca. Primeiro esteve na parte comercial e quando foi necessário reestruturar o sports marketing entrou nessa vertente e “nos últimos 11 anos foi isso que fiz na Umbro, contactando com clubes e jogadores, tanto no futebol como no futsal”. A reestruturação na orgânica da Umbro, realizada em fevereiro passado, levou este montijense a um novo rumo na sua vida: “nunca pensei sair da empresa, mas abriram-me a porta de saída e lancei-me nesta veia empreendedora. A minha empresa ainda não é muito grande, nem aspiro a isso. Claro que tenho objetivos comerciais, mas quero apenas que seja uma empresa que faça as coisas bem, com vontade, emoção e paixão”. Trabalha em casa e faz questão de ser disciplinado, “faço o meu horário, que começa às 8h30. Se passa dessa hora já sinto que estou a chegar atrasado ao serviço. Trabalho umas 10 horas por dia. Se tiver reuniões tenho que sair. Quando tenho projetos mais intensos em curso até me esqueço das horas”. Possivelmente o futuro será na Inglaterra, “até porque os dois filhos gémeos já estão muito habituados ao país”. Já, Paulo confessa que “não tenho esse tipo de ligação aos sítios. Enquanto estou, adapto-me aos hábitos e à cultura. Não sobrevivo aqui em Inglaterra, sempre com o pensamento em Portugal. Eu vivo aqui. Claro que adoro ir a Portugal e aproveitar ao máximo”. Ainda com ligações familiares e afetivas ao Montijo, recorda as brincadeiras de criança e adolescência na Praça da República, os tempos do liceu, as Festas de São Pedro, as discotecas do Café Portugal e da Banda, os amigos do futebol e do basket, os couratos na Taberna do 5, as caracoladas e, até, o sotaque montijense: “eram outros tempos em que todos se conheciam. O Montijo mudou muito, quem lá está diariamente pode não reparar, mas a cidade cresceu imenso”. O segredo para este sucesso profissional na área do marketing desportivo assenta, na realidade, nas mesmas premissas que para qualquer outra profissão. Terminamos indo ao encontro do nosso início, mas agora nas palavras deste Montijense no Mundo: “tens de dar mais do que aquilo que pedem, trabalhar mais do que queres e pôr emoção e paixão no que fazes. Só assim é possível ter sucesso”.


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ESPECIAL

MONTIJENSES

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NO MUNDO

ANTÓNIO DOS SANTOS NUNES

No topo da montanha do e-commerce E

mpreender. Criar. Liderar. São três verbos. E os verbos implicam ação. E agir é, sem dúvida, outro verbo que assenta perfeitamente a António dos Santos Nunes. Aos 31 anos, tem um percurso académico e profissional invejável em qualquer parte do mundo. O mesmo mundo que já percorreu, mas que não lhe faz esquecer as Festas de S. Pedro ou os croissants do Parque.

casa situada entre o México e o Chile (e entre estes dois, há outros 18 países a compor o território da América Latina). É assim um mercado gigantesco, com um potencial de 500 milhões de consumidores que surgiu por casualidade na vida deste montijense. E aqui, é importante colocar em pausa o episódio atual e voltar atrás para perceber como se passa do Montijo para o mundo.

Vamos por partes, porque há muito para contar sobre este Montijense no Mundo. A história começa no Montijo, prossegue na Universidade Católica e, para já, o episódio atual denomina-se Instaleap e é a empresa que fundou no imenso mercado da América Latina. De forma resumida (e admitimos algo simplista), a Instaleap fornece tecnologia de ponta a supermercados e a retalhistas para que possam operar entregas ao domicílio. O que significa isto? Que a empresa, da qual António dos Santos Nunes é fundador e CEO-Chief Executive Officer, é uma das principais responsáveis por fazer chegar, em menos de uma hora, aquele pack de uma famosa cerveja mexicana ou o café colombiano a qualquer

A viagem de António dos Santos Nunes começou na Universidade Católica; passou pela criação da MOVE, uma ONG em Moçambique de apoio a microempreendedores, que, mais tarde, se estendeu para Timor e São Tomé e Príncipe; fez escala corporativa na McKinsey (uma das mais importantes consultoras internacionais) e um certo dia, em 2012, a tal casualidade, aconteceu quando conheceu o fundador da Rocket Internet e com ele veio o desafio de trabalhar na área do e-commerce na América Latina. Neste caminho há um fio condutor, à primeira vista impercetível, mas que faz toda a diferença: o empreendedorismo encarado com sentido de missão, em que a vontade de materializar uma ideia é

assumida como uma mais valia para a sociedade. “Há uma vontade inata de criar algo que não existia e de lutar, fazer sacrifícios por materializar essa ideia. Mas o que está por trás de criar uma empresa, para mim, não é fazer dinheiro. É um sentido de missão, de criar algo que é importante. A Instaleap tem 60 colaboradores, mas o negócio possibilita que, indiretamente, milhares de pessoas tenham emprego”, explica António. Antes da Instaleap, foi cofundador do portal Linio, uma espécie de Amazon da América Latina: “um projeto que correu muito bem. Acabámos por vender a empresa à Falabella, um dos maiores grupos empresariais da América Latina, numa transação de várias centenas de milhões de dólares”, conta. Seguiu-se a criação da Mercadoni, a antecessora da Instaleap já no campo da tecnologia aplicada aos grandes retalhistas. Esta veia empreendedora parece ter culpados na família: “um dos meus bisavôs, Francisco Braz da Cruz, veio do Algarve, para montar fábricas de cortiça no Montijo. De alguma maneira, este bichinho de ser empreendedor e começar coisas tem passado na minha família”. Já o percurso académico e profissional brilhante é fruto da inteligência e da capacidade de trabalho de António. Parece-nos suficiente exemplificar isto com este facto: terminou o curso de Economia na Católica com a melhor média do ano e um prémio do Banco de Portugal. A mesma dedicação, que lhe permitiu resultados académicos de excelência, é a arma para o sucesso profissional. Trabalha entre 12 a 14 horas por dia, “há um grande esforço e muito trabalho, mas tenho a sorte de ter um trabalho que pagaria para fazer”, diz. Pelo meio das 12 horas diárias de trabalho (e ao

ANTÓNIO DOS SANTOS NUNES 31 ANOS CEO INSTALEAP BOGOTÁ, COLÔMBIA


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FÁTIMA VALE

“Adoro a minha terra” contrário do que possa estar a pensar) há tempo para muita coisa: montar a cavalo “todos os dias às 6h00”, yoga três vezes por semana, boxe duas vezes por semana, viajar, fazer hiking (subir montanhas) e acompanhar a agenda cultural, em particular de música clássica, da cidade onde está (António vive entre Bogotá e São Francisco, nos EUA). Regressando ao momento atual, a Instaleap está focada no mercado da América Latina: “acho que é um mercado muito interessante para a área do e-commerce, tem um grau suficiente de desenvolvimento com uma classe média vasta que está em crescimento. No futuro, a oportunidade de criar coisas novas passa pela tecnologia que permita que o comércio eletrónico seja cada vez mais relevante na vida das pessoas”. Pelo meio deste focus no mercado latino-americano, a empresa está a alargar o seu target market, com a entrada em Portugal, através de contratos já firmados com a Sonae e a Jerónimo Martins, o que “foi um bocadinho voltar às origens”, refere António, apesar de confessar que “gosta de estar fora. Não diria necessariamente que Portugal é a minha casa. Portugal é o meu país e com muito orgulho. Continuo a viver o ser português em qualquer sítio do mundo”. Das duas vezes por ano que regressa a terras lusas, há paragem obrigatória no Montijo para passar o Natal com a família. Da terra onde cresceu, tem memória das escolas que frequentou (EB Ary dos Santos, D. Pedro Varela e Secundária Jorge Peixinho), das Festas de S. Pedro “que gostava muito” e da primeira ida ao cinema no Centro Comercial Parque. Ah!! E existem, também, as lembranças gastronómicas, em particular, os croissants da croissanteria do Parque e os pães de leite da Majopá. Este jovem montijense acredita que o futuro será “em qualquer sítio onde me apeteça estar e, seguramente, com o projeto de construir algo que me emocione. O que me apaixona é poder escolher projetos nos quais acredito, ideias que podem ter impacto positivo na vida das pessoas e dedicar-lhes muito esforço e energia”. Aos 31 anos, António dos Santos Nunes é o exemplo perfeito de muitos jovens empreendedores que, na cena internacional, estão a dar cartas na área empresarial. Depois de o entrevistarmos não temos dúvidas que, tal como gosta tanto de fazer, continuará a subir com sucesso todas as montanhas profissionais, que ainda estejam por descobrir neste seu caminho pelo mundo.

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té no frio rigoroso do Canadá saltam à vista as características desta nossa montijense: é energética, simpática e muito conversadora. Há dez anos, após o casamento com um luso-canadiano, Fátima Vale (talvez boa parte dos leitores a conheça como Fatinha da Ti Maria) trocou o Montijo por aquele que é o segundo maior país do mundo. Agora está a preparar o regresso a Portugal. Aliás senão fosse a pandemia já estava na porta de embarque e não teríamos oportunidade de incluí-la neste nosso leque de Montijenses no Mundo. “Tinha as malas feitas para ir em maio passado, mas agora não sei, provavelmente para o ano, talvez na primavera”, diz, acrescentando de imediato que “nasci e fui criada no Montijo. Adoro a minha terra”. Será, assim, um regresso às origens. Fátima partiu para o Canadá após o falecimento da mãe, “queria fugir do Montijo e das recordações que me trazia”, diz. A mãe, a Ti Maria que hoje Fátima traz na alcunha pela qual é conhecida por muitos montijenses, era proprietária do Ti Maria, um dos mais conhecidos restaurantes do Montijo, primeiro localizado na Rua Miguel Pais e, posteriormente, na Rua Miguel Bombarda (onde hoje existe com o nome Lucas e Ti Maria). Por enquanto, Fátima segue a sua vida no Canadá, onde trabalha numa padaria/pastelaria de origens portuguesas. Cozinheira de profissão e vocação, atualmente está na linha da frente, no atendimento ao balcão: “queria ir para cozinha, mas a patroa diz que tenho de estar no balcão porque vendo muito”, diz, entre risos. E, apenas com 30 minutos de conversa, acreditamos que assim seja! A energia, simpatia e boa disposição de Fátima são contagiantes. Atributos que, certamente, foram muito úteis na adaptação com facilidade ao Canadá: “adaptei-me muito bem. Quando cheguei mal falava inglês e ao fim de dois meses já conhecia imensas pessoas. Adorei o país. O Canadá é muito bonito. É tudo muito limpo e arranjado”. Vive em Kitchener, província de Ontário, uma cidade pequena, obviamente, para as dimensões canadianas. Tem ‘apenas’ 250 mil habitantes: “estamos aqui há dez anos, não temos cá família, até os meus sogros estão em Portugal. A vida aqui também está cada vez mais cara e preciso do clima português. É muito complicado lidar com a neve. São oito meses de neve até aos joelhos. Até por questões de saúde estou a precisar de sol e de praia”, explica.

Quando regressar ao Montijo temos a certeza que irá matar saudades “dos caracóis e do marisco no Café do Moura ou das sardinhas da Maré Cheia”, mas que, principalmente, terá muitos amigos de braços abertos a recebê-la de volta, com a mesma generosidade que ela dedica aqueles que, no Montijo, no Canadá ou em qualquer outra parte do mundo se cruzam na sua vida.

FÁTIMA VALE 55 ANOS COZINHEIRA KITCHENER, CANADÁ


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COVID-19

Montijo fornece EPI’s ao sector social O

Município do Montijo tem dado continuidade à sua política de apoio às instituições particulares de solidariedade social (IPSS) no contexto da covid-19, agora com o reforço do fornecimento de mais de 7 630 equipamentos de proteção individual (EPI’S). No total, foram entregues 3468 luvas, 3341 máscaras, 549 batas e 279 toucas para serem utilizadas pelos trabalhadores das IPSS e outras associações do sector social que têm valências de lar de idosos, serviço de apoio domiciliário, creche, pré-escolar ou que integram a Rede de Apoio Alimentar do concelho. Os EPI’s destinaram-se ao Centro Social de S. Pedro do Afonsoeiro, Centro de Convívio de Reformados Pensionistas e Idosos do Montijo, Associação Caminho do Bem Fazer, União Mutualista Nossa Senhora da Conceição, Centro de Ação Social Cultural das Faias, ALIP- Associação do

Lar de Idosos de Pegões, Casa do Povo de Canha, Santa Casa da Misericórdia do Montijo, Associação Infantário Bairro do Mouco (O Salitão), Santa Casa da Misericórdia de Canha, Centro Paroquial do Montijo, Cercima, Centro Social e Paroquial N.ª Sra da Atalaia, Trilho dos Sorrisos, Associação Pontes de Afeto, Cáritas da Atalaia e Grupo Sócio Caritativo do Afonsoeiro. Esta decisão junta-se a outras medidas municipais de apoio ao sector social na resposta à pandemia. Para além de, em várias ocasiões, já terem sido entregues equipamentos de proteção individual, a autarquia montijense, também, procedeu à aquisição de equipamentos “Box das Emoções” e de túneis de higienização, ao financiamento de testes de despistagem ao novo coronavírus nas IPSS com lares de idosos, ao reforço financeiro para a Rede de Apoio Alimentar do concelho, entre outras ações.

ASSOCIATIVISMO

Câmara apoia Motoclube do Montijo A

Câmara Municipal do Montijo aprovou um novo apoio ao Motoclube do Montijo, no âmbito dos trabalhos em curso de construção da nova sede da associação. São cerca de 11 mil euros que se destinam à aquisição de um balcão para a zona social da sede. O apoio foi aprovado na reunião de câmara de 22 de julho, com os votos a favor do PS e da CDU e o voto contra do PSD. Recorde-se que a autarquia já tinha concedido um apoio financeiro de 50 mil euros para a execução da nova sede do Motoclube, localizada na Alameda Pocinho das Nascentes, tendo igualmente isentado a associação do pagamento das taxas urbanísticas, no valor de 12 mil e 781 euros. O presidente da câmara, Nuno Canta, sublinhou que o Motoclube é “uma associação com evidente atividade e capacidade de atuar a nível social e económico”, ressalvando que a mesma tem “elevado o nome do Montijo um pouco por todo o país e realizado eventos que atraem, a nível local, muitos visitantes”.


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DESPORTO

Academia Bairro Miranda com Bandeira de Ética Academia Desportiva Infantil e Juvenil Bairro A Miranda recebeu, no dia 8 de julho, a Bandeira da Ética atribuída pelo Instituto Português do Despor-

to e Juventude (IPDJ) no âmbito do Plano Nacional de Ética no Desporto. A bandeira foi entregue pela diretora regional de Lisboa e Vale do Tejo do IPDJ, Eduarda Marques, e certifica o compromisso da Academia Bairro Miranda que passa, assim, a fazer parte de uma comunidade atualmente restrita de instituições comprometidas com a ética no desporto e reconhecidas pelo trabalho que desenvolvem nesta área. A Câmara Municipal do Montijo associou-se a este momento com a aprovação, na reunião de câmara do mesmo dia, de um voto de saudação ao clube pela obtenção da Bandeira da Ética e pelo papel que desenvolve no concelho enquanto agente desportivo, em concreto na modalidade de futsal. A Academia Bairro Miranda tem desenvolvido várias iniciativas no quadro da ética no desporto. Na temporada 2018/2019, a equipa de futsal do escalão de Benjamins recebeu, por parte da Associação de Futebol de Setúbal, o Cartão Branco/Fair Play, prémio que incentiva as boas práticas competitivas no âmbito do Troféu de Ética Desportiva do IPDJ. Fundada a 13 de fevereiro de 2003, a Academia Desportiva Infantil e Juvenil Bairro Miranda está sediada no Alto Estanqueiro e tem como principal atividade o futsal.

INVESTIMENTO

Reabilitação da EB Afonsoeiro A

Câmara Municipal do Montijo voltou a abrir concurso público para a execução da reabilitação da Escola Básica do Afonsoeiro/Centro Escolar do Afonsoeiro. A empreitada tem um preço base de 1 milhão e 065 mil euros mais IVA e um prazo de execução de 360 dias. Recorde-se que, em maio de 2019, esta obra já tinha sido alvo de um concurso, no valor de 826 mil euros, que não registou quaisquer concorrentes. Este novo concurso, de preço base mais elevado vai obrigar à reprogramação da candidatura a fundos comunitários que já havia sido aprovada. A intervenção na EB do Afonsoeiro contempla a construção de um edifício de pré-escolar com quatro salas de aula, a ampliação do refeitório, a remodelação do polidesportivo, a substituição da cobertura e de outros elementos no edifício de Plano Centenário e a requalificação de todo o espaço de recreio. A obra tem uma importância histórica, pois fecha o ciclo de investimentos de pré-escolar inscritos na Carta Educativa de 2009, possibilitando que o concelho tenha uma cobertura de praticamente 100 por cento na rede pré-escolar.


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AÇÃO SOCIAL

AÇÃO SOCIAL

Autarquia Equipa para a Igualdade da Vida Local implementa projetos de A emergência social

Câmara Municipal do Montijo criou a Equipa para a Igualdade na Vida Local (EIVL), constituída por dez elementos e tendo como competências propor, conceber, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar as medidas e as ações desenvolvidas no âmbito do Plano Local para a Igualdade e Cidadania. A EIVL é composta por Ricardo Bernardes, vereador do pelouro da Ação social; por Rute Marcelino e Marina Birrento, da Divisão de Desenvolvimento Social e Promoção da Saúde; e por representantes de diversas áreas de trabalho, nomeadamente, urbanismo, desporto, juventude, educação, cultura, intervenção social e da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Montijo.

Na primeira reunião da EIVL, que teve lugar na sala multiusos da Quinta do Saldanha, no dia 9 de julho, o vereador Ricardo Bernardes referiu que “estamos num período em que se afirma a importância de tratar de novos temas, que hoje são prioritários pois dizem respeito a problemas muito concretos e práticos da vida das pessoas e por isso, também, têm a faculdade de conferir, aos mesmos, um caráter mais prático e utilitário. Um desses temas é a igualdade”. A equipa, agora constituída, irá adquirir os conhecimentos que necessita para determinar as melhores estratégias, dentro das respetivas áreas, para que a política pública de igualdade e não-discriminação seja disseminada por todas as áreas de intervenção que se considerem prioritárias.

16 A 22 DE SETEMBRO

Semana Europeia da Mobilidade

C

omo habitualmente, o Município do Montijo vai assinalar a Semana Europeia da Mobilidade, que decorre de 16 a 22 de setembro, através de várias iniciativas. Com o objetivo de ser o primeiro continente neutro em termos de clima até 2050, o tema central da edição da Semana Europeia da Mobilidade 2020 é “Emissões Zero, Mobilidade para Todos”. Neste contexto, o programa municipal de comemoração inclui ações de sensibilização com divul-

gação no site da câmara e nas redes sociais, com dicas, sugestões e curiosidades como forma de assinalar a importância desta temática. Os mais jovens poderão, ainda, descarregar a nova aplicação PeddyApp, um projeto da S.Energia. De uma forma original e inovadora, a aplicação incentiva os alunos a deslocarem-se a pé desde a sua casa até à escola, através de um registo dos trajetos efetuados, competindo pela atribuição de prémios.

A

Câmara Municipal do Montijo deu início a dois projetos sociais que vão reforçar as respostas concelhias de apoio a situações de emergência social: o “(C) Asas - Projeto de Capacitação de Grupos Vulneráveis” e o Centro de Acolhimento para Pessoas em Situação de Emergência Social. No primeiro caso, o município viu aprovada a candidatura submetida em 2019 ao POR Lisboa 2020. O projeto tem como principal objetivo o apoio a pessoas em situação de sem abrigo e de risco de virem a ficar nessa condição. Será desenvolvido em três anos, perspetivando-se a realização de três grandes ações e respetivas atividades. Em termos de recursos financeiros, prevê um investimento global de cerca de 360 mil euros, financiados a 50 por cento. Ao nível dos recursos humanos serão contratados três técnicos superiores. A autarquia arrancou, também, com a criação do Centro de Acolhimento para Pessoas em Situação de Emergência Social, a sediar num fogo de habitação social e cuja gestão estará a cargos do Centro de Convívio de Reformados, Pensionistas e Idosos do Montijo. “A nossa estratégia para pessoas em situação de emergência social passará assim por dois eixos, que devem trabalhar articuladamente: o de proporcionar abrigo, imediato e urgente a quem dele possa precisar, e o de trabalhar as condições de autonomização para libertar as pessoas da situação de dependência e vulnerabilidade”, afirmou Ricardo Bernardes, vereador com o pelouro da Ação Social.


AGOSTO 2020

CULTURA

CTJA reabre com O2 A

temporada 2020/2021 do Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida inica no dia 12 de setembro, pelas 21h30, com o espetáculo multidisciplinar “O2”, uma nova produção da Companhia PIA – Projectos de Intervenção Artística. A performance vai decorrer no Largo do Cinema e é de entrada gratuita. “Num futuro frágil e incerto, emerge um mundo entorpecido pela desenfreada modernização, suspenso pelas poucas memórias que ainda ecoam em corpos resilientes na procura incessante do elemento vital que lhes suporta a vida.” O2 trata-se da nova produção da Companhia PIA, uma performance que, através das linguagens do teatro físico e das formas animadas, convida o espectador a uma reflexão sobre como poderia sobreviver uma sociedade, onde a tecnologia desvanece as relações humanas e o acesso ao oxigénio se torna um luxo. Um projeto de arte pública intercultural, que nasce na cidade de Macau, onde registos de níveis alarmantes de partículas poluentes começam a ser recorrentes. Um cenário idílico, mas por razões inapropriadas, para a criação de uma obra que surge com o intuito de sensibilizar os demais a uma, cada vez maior, necessidade de se encontrar práticas sustentáveis como forma de superar as adversas alterações ambientais que se tornaram, hoje em dia, transversais a todos.

CTJA

Lições de Voo O

Teatro de Marionetas do Porto vai aterrar no próximo dia 19 de setembro, a partir das 16h30, no Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida para “Lições de Voo”. Um espetáculo de marionetas para maiores de três anos e com entrada gratuita. “Lições de voo” é o nome de uma série de ilustrações de João Vaz de Carvalho, as quais serão usadas para a criação do espetáculo com o mesmo nome. Esta ideia dá sequência a uma experiência de colaboração realizada em 2013 em “Pelos Cabelos”, a qual se revelou muito estimulante. Espetáculo para dois atores, com marionetas e semi marionetas, cujo conceito é o desejo de

voo, o secreto desejo humano de realizar o irrealizável. É uma criação para maiores de três anos sobre a poética do ar, dos sonhos e do voo, num lugar especial onde cada um pode experimentar a leveza do corpo, a suspensão e a emoção de descolagem. “Lições de voo é a nossa viagem com o público até lá, onde todos somos pessoas/pássaros do vento. Aqui o Tempo mostra que também pode ser um lugar, um lugar cheio de encanto onde as histórias viajam, de lá para cá e de cá para lá! Será que estes lugares existem? Será que queres que eles existam? Só depende de ti e dos teus sonhos, da tua imaginação…Vem descobrir connosco!”

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AGOSTO 2020

SMAS MONTIJO

Requalificação do reservatório de Pegões Velhos O

s Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS Montijo) procederam à reabilitação do Polo de Abastecimento de Água de Pegões Velhos, num investimento de 90 mil euros. Numa primeira fase os trabalhos incluíram a reparação e proteção das superfícies exteriores do reservatório elevado, incluindo tratamento de armaduras corroídas, caseta de apoio e vedação, serralharias e a substituição da vedação exterior do recinto. Numa segunda fase, também já concluída, procedeu-se à reparação e impermeabilização de superfícies interiores da cuba do reservatório que apresentava elevada degradação, incluindo a substituição de tubagem interior. Dadas as características do sistema de abastecimento de Pegões Velhos, onde não existe redun-

dância de abastecimento, houve necessidade de recorrer a um sistema alternativo e amovível de reserva e distribuição de água durante os trabalhos. A obra integra o Plano de Manutenção dos Reservatórios de Abastecimento Público dos SMAS Montijo, que se iniciou com a reabilitação dos reservatórios das Taipadas e dos Afonsos, representando um investimento total de 350 mil euros. A reabilitação dos reservatórios de água municipais é fundamental na proteção da saúde pública por forma a garantir a qualidade da água distribuída às populações, pelo que os SMAS Montijo continuam a desenvolver este trabalho na convicção que é um contributo para a qualidade de vida de todos os montijenses.

Espaço Oposição

BE

Milhões O nosso país prepara-se para receber, num prazo de 9 anos, quase 60 mil milhões de € em transferências da Europa, conforme acordado entre os governos europeus. Estes fundos milionários serão repartidos pelos vários países da Europa. Das várias designações e nomes dos fundos importa sim saber que tipo de acordo irá ser feito e que contrapartidas irão ser pedidas. Importa saber como se irá efetuar o investimento e quais as regras e fiscalizações que o Estado Português irá implementar. O nosso Governo aceitou um acordo milionário com o objetivo de trazer muito dinheiro, sendo que ele é necessário essencialmente para desenvolver a economia

portuguesa e contribuir decisivamente para inverter a dependência que temos do estrangeiro. A questão que também se coloca é que valores serão a fundo perdido ou de empréstimo. Se forem de empréstimo, como na época da Troika, uma certeza existe, o empobrecimento das famílias e empresas será asfixiante. Esta é a altura em que o Governo/Estado português será posto à prova pela capacidade, ou não, da definição estratégica de desenvolvimento do nosso país. Uma certeza sai também desta pandemia, o turismo e os serviços, embora catalisadores e multiplicadores de atividades económicas, não podem ser o principal pilar

da economia portuguesa. A atual ausência de turistas está a aniquilar milhares de empregos e de micro e pequenas empresas e a empobrecer o país. Quanto melhor Portugal gerir esta fase mais justo e rico será. Terá de ser edificada uma estratégia de crescimento do país que impeça os despedimentos e o empobrecimento das populações. Os portugueses merecem viver melhor e com perspetivas de trabalho e estabilidade. Caso contrário será mais uma oportunidade perdida. Ricardo Caçoila Bloco Esquerda Montijo

PSD

A insustentável leveza do ser... No mandato de 2013/2017, Nuno Canta inebriou-se da síndroma do Calimero, e foi vê-lo desculpar-se frequentemente da sua inépcia na gestão do município. A culpa era sempre dos outros, demonizando assim a oposição, aliás a sua desculpa favorita, visto que para ele, responsabilidade é um conceito estranho neste modelo de gestão anacrónica e sem rumo. Fruto desta síndroma e desfrutando grandemente dos ventos do efeito António Costa, Nuno Canta alcança nas eleições uma maioria absoluta para o mandato de 2017/2021. Ora,

pensávamos nós, que era agora, que as coisas iam melhorar, livre do embaraço da oposição, a sua gestão ia finalmente fluir demonstrando o seu grande valor político e governativo. Puro engano, este, para mal de todos nós, as coisas não melhoraram, porque aquilo que não foi feito em minoria, por causa supostamente da oposição, em maioria continua a não ser feito, só por isto já dá para ver o alcance de quem nos governa escondido atrás de falácias. Este modelo de gestão completamente falida, basta ver a maneira atabalhoada como

reagiu ao impacto do COVID-19 sempre a reboque de outros, e que já não consegue assegurar os serviços essenciais, arrasta-se pesarosamente socorrendo-se da subsidiodependência para alimentar uma certa clientela e perpetuar-se no poder, que, cada vez mais lhe vai fugindo, fruto da sua inépcia governativa. Durante anos induziram-nos em erro afirmando que o município era gerido por um homem de génio, seria melhor que num futuro próximo fosse gerido por um homem como os outros, mas com coragem, determinação e ambição.


AGOSTO 2020

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CONTAS 2019

SMAS Montijo com resultado líquido de 467 mil euros A

prestação de contas dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento do Montijo (SMAS Montijo) foi aprovada na reunião de câmara de 27 de maio, com os votos a favor do PS e as abstenções da CDU e do PSD. O resultado do exercício de 2019 é positivo em mais de 467 mil euros (mais 178 mil 745 euros que em 2018) e o saldo de execução orçamental é superior a 1 milhão 228 mil euros. O saldo orçamental será aplicado no pagamento do encargo com a Simarsul, mas também para o reforço de investimento em 2020, nomeadamente na rede de saneamento na zona do Seixalinho, na ampliação da rede de água em Santo Isidro de Pegões, na reabilitação do reservatório R1 do Montijo, na remodelação de rede de saneamento e de coletores no Bairro Serrano e na rede de abastecimento de água na Rua Joaquim de Almeida. De realçar, ainda, a obra de ampliação da rede de água do Pau Queimado e da Atalaia, que vai permitir minimizar problemas de coloração de água, que se verificam em zonas do Alto das Vinhas Grandes, na União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro. Quanto aos números, a taxa de realização orçamental atingiu os 105 por cento na receita e os 86 por cento na despesa, o que se traduz em valores absolutos de 7 158 611,82 euros, no lado da receita, e 5 930 583,48 euros, no lado da despesa. Os encargos com a Simarsul, num valor superior a 2 milhões de euros, continuaram a influenciar as contas dos SMAS Montijo em 2019. As despesas de capital alcançaram uma execução de 476 889,48 euros. Entre os investimentos realizados no sistema de saneamento, destacam-se o melhoramento da drenagem em Sarilhos Grandes, na Rua do Cemitério, e a instalação de ramais e respetiva ligação à rede pública de saneamento na Rua Ferreira de Castro, no Montijo. Foi, também, em 2019 que, através da Simarsul, foi construída a ETAR de Canha, que fecha o ciclo de investimentos no sistema de tratamento de águas residuais no concelho do Montijo. No que se refere à distribuição de água, evidencia-se a obra realizada na Circular Externa, entre a rotunda da Estrada Nacional 4 e a Rua da Atalaia, assim como a reabilitação estrutural dos polos de abastecimento de água dos sistemas de Pegões Cruzamento e Santo Isidro de Pegões.

AMBIENTE

Execução do Jardim das Nascentes obra de construção do Jardim das Nascentes, no Alto das Vinhas Grandes, continua em A curso, num investimento global de 1 milhão e 291

mil euros, com financiamento FEDER (50 por cento) de 645 861,64 euros, ao abrigo de candidatura municipal ao POR Lisboa 2020. Os trabalhos em execução incluem a conclusão da rede de rega, de elementos construídos em betão e de pavimentos. Falta, ainda, a colocação de revestimentos, do mobiliário urbano e a plantação de espécies arbóreas. A requalificação paisagística abrange toda a pro-

HIGIENE URBANA

priedade, integralmente inserida em área da Reserva Ecológica Nacional e com uma área natural de 3,7 hectares, procurando preservar as suas características biofísicas e hidrológicas. Pretende-se que o Jardim das Nascentes funcione como uma área natural propícia à fruição como espaço de natureza e de lazer, adequada para práticas culturais e de caráter recreativo. Para este efeito, a câmara vai adjudicar a recuperação da casa senhorial ali existente através do projeto da Casa da Música Jorge Peixinho.

Reforço de viaturas A

Câmara Municipal do Montijo aumentou a frota automóvel ao serviço do Sector de Higiene Urbana, que passou a contar com duas novas viaturas de recolha de resíduos sólidos urbanos. Um investimento na ordem dos 400 mil euros, que reforça os equipamentos ao dispor dos serviços municipais de higiene urbana e permite servir melhor o Montijo e os montijenses.


©Levi Martins

2020

HÁ DOIS ANOS QUE EU NÃO COMO PARGO 25,26 e 27 set.

INTERPRETAÇÃO:

ANDRÉ ALVES INÊS DIAS JOÃO JACINTO LEVI MARTINS MIGUEL BRANCO PEDRO NUNES TEXTO:

MIGUEL BRANCO ENCENAÇÃO E PRODUÇÃO:

LEVI MARTINS

sex. ,sáb. 21h30 | dom. 16h30

TEATRO // M/14 // 7,50€ 5€ Apoios:

Neste espetáculo fuma-se em cena

jovens até 30 anos,estudantes de artes e profissionais do espetáculo

Apoio à divulgação:

HORÁRIO DA

BILHETEIRA

terça a sábado 16h30 - 21h30

bilheteira1@mun-montijo.pt

www.mun-montijo.pt Informações 21 232 78 82

@ctjamontijo


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