ARTE & POLÍTICA
Plano Diretor Estratégico
A São Paulo do Futuro Vereadores e músicos revelam suas visões e os desafios para uma cidade melhor
Nesta publicação, a arte e a política se aproximam para oferecer aos paulistanos uma reflexão sobre o que deverá estar escrito no Plano Diretor Estratégico. A interação entre a visão do político e a sensibilidade do artista amplia e potencializa as possibilidades de encontrar soluções para uma vida melhor em nossa cidade.
Vereadores da 16ª Legislatura (2013-2016) Abou Anni (PV) - suplente em exercício, Adilson Amadeu (PTB), Alessandro Guedes (PT) - suplente em exercício, Alfredinho (PT), Andrea Matarazzo (PSDB), Antonio Carlos Rodrigues (PR) - licenciado, Ari Friedenbach (PPS), Arselino Tatto (PT), Atílio Francisco (PRB), Aurelio Miguel (PR), Aurélio Nomura (PSDB), Calvo (PMDB), Celso Jatene (PTB) - licenciado, Claudinho de Souza (PSDB), Conte Lopes (PTB), Coronel Camilo (PSD) - suplente em exercício, Coronel Telhada (PSDB), Dalton Silvano (PV), David Soares (PSD), Donato (PT) - licenciado, Edemilson Chaves (PP), Edir Sales (PSD), Eduardo Tuma (PSDB), Eliseu Gabriel (PSB) - licenciado, Floriano Pesaro (PSDB), George Hato (PMDB), Gilson Barreto (PSDB), Goulart (PSD), Jair Tatto (PT), Jean Madeira (PRB), José Américo (PT), José Police Neto (PSD), Juliana Cardoso (PT), Laércio Benko (PHS), Marco Aurélio Cunha (PSD), Mario Covas Neto (PSDB), Marquito (PTB) - suplente em exercício, Marta Costa (PSD), Milton Leite (Democratas), Nabil Bonduki (PT), Natalini (PV), Nelo Rodolfo (PMDB), Netinho de Paula (PC do B) - licenciado, Noemi Nonato (PSB), Orlando Silva (PC do B) - suplente em exercício, Ota (PSB), Patrícia Bezerra (PSDB), Paulo Fiorilo (PT), Paulo Frange (PTB), Reis (PT), Ricardo Nunes (PMDB), Ricardo Teixeira (PV) - licenciado, Ricardo Young (PPS), Roberto Tripoli (PV), Sandra Tadeu (Democratas), Senival Moura (PT), Souza Santos (PSD), Toninho Paiva (PR), Toninho Vespoli (PSOL), Vavá (PT), Wadih Mutran (PP) - suplente em exercício.
ARTE & POLÍTICA
Plano Diretor Estratégico
A São Paulo do Futuro Vereadores e músicos revelam suas visões e os desafios para uma cidade melhor
Um projeto transmídia. É assim que podemos definir esta Revista que tem seu conteúdo publicado, no todo ou em parte, também no Portal da Câmara e na TV Câmara. Desta forma, o diálogo proposto entre músicos e vereadores alcança um público ainda maior, cumprindo melhor nosso objetivo de promover um amplo debate sobre a revisão do Plano Diretor Estratégico.
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Mesa Diretora
Presidente: José Américo (PT) 1º Vice-Presidente: Marco Aurélio Cunha (PSD) 2º Vice-Presidente: Aurelio Miguel (PR) 1º Secretário: Claudinho de Souza (PSDB) 2º Secretário: Adilson Amadeu (PTB) 1º Suplente: Gilson Barreto (PSDB) 2º Suplente: Dalton Silvano (PV) Corregedor: Calvo (PMDB)
palavra do presidente
Música e política se encontram por uma São Paulo melhor
Expediente Revista Arte e Política - A São Paulo do Futuro é uma publicação da Câmara Municipal de São Paulo, elaborada pela Diretoria de Comunicação Externa com o objetivo de estimular o diálogo e reflexão sobre a revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade.
Apoio Técnico Centro de Comunicação Institucional – CCI Coordenador: José Carlos Teixeira de Camargo Filho Entrevistas: CCI.5 TV Câmara Diretor Executivo: Edmilson Evangelista Neves Produtora: Maria Helena Azevedo Repórter: Marina Paes Editoração: CCI.3 Comunicação Supervisora: Maria Isabel Lopes Corrêa Editor: Rodrigo Garcia Projeto Gráfico: Roger Correa Estagiários: Gustavo Milan, Hugo Ramallo Fotografia: CCI.1 Eventos Supervisor: Benedito Airton dos Santos Fotógrafos: Ângelo Dantas, Imaizumi, Lazzari, M Gomes, Marcelo L.X., Ricardo Ri
Transcrição das entrevistas:
Secretaria de Registro Parlamentar e Revisão - SGP.4 Secretária: Paula de Castro Bello
Assessoria de Imprensa da Presidência Assessor-chefe: Jamir Kinoshita
Impressão: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Capa: Imaizumi
Acesse a versão digital desta publicação no site www.camara.sp.gov.br Revista Arte e Política - A São Paulo do Futuro Viaduto Jacareí, 100 - 13º andar, sala 1313 Bela Vista, São Paulo - SP - CEP 01319-900 E-mail: comunicacaoexterna@camara.sp.gov.br
Vereador
José Américo Presidente da Câmara Municipal de São Paulo
CCI.1 / CMSP
Editor Executivo: Antonio Lucio Rodrigues de Assiz Planejamento: Emílio Ivo Ulrich e Cecília Coutinho Produção: Cecília Coutinho e Waldo Braga Estagiários: Felippe Silva Nascimento, Danielle Rocha Gomes
Para representar efetivamente o que a população almeja, o Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo – ou simplesmente Plano Diretor – tem que ser, necessariamente, o resultado de muitos encontros. Enquanto, de um lado, gestores e planejadores veem a cidade em seus grandes números, de forma ampla, o morador e a moradora vivem a metrópole em seu cotidiano, olhando as coisas de perto. É a vizinhança, as condições da moradia, as questões relativas ao trajeto que se faz da casa para o trabalho e vice-versa, a escola, o posto de saúde do bairro, a possibilidade ou a impossibilidade de um espaço público para o lazer... enfim, o cidadão vê o particular, o problema concreto interferindo em sua vida. Aí está, portanto, o primeiro encontro marcado por este debate democrático: os planos de governo, as propostas de campanha e os projetos urbanísticos do poder público devem se encontrar com as expectativas dos moradores da cidade. As soluções imaginadas pelos governantes são cotejadas com as propostas nascidas das necessidades dos cidadãos que circulam nas redes sociais, ideias e propostas esboçadas em papel de rascunho, situações particulares que motivam conversas entre vizinhos, nas esquinas, nos encontros com os amigos, nos almoços de domingo com a família.
Agosto de 2013 Tiragem: 10.000 exemplares
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palavra do presidente
Arte e política, num sentido amplo, têm mais em comum do que se suspeita. Até porque a música, como forma de manifestação do espírito humano, canta nossas alegrias, tristezas e desejos de mudança
O encontro aqui descrito é o básico, algo que se deve esperar de um governo democrático. As várias plenárias e audiências públicas que a Prefeitura está realizando pela cidade visando identificar as necessidades e interesses dos cidadãos vão nessa direção. Nós, da Câmara Municipal de São Paulo, apoiamos essas iniciativas de um governo democrático. E propomos novas intersecções, novos encontros. Queremos dar nossa contribuição para marcar, ainda de forma mais profunda, este acontecimento que é o de uma cidade inteira que repensa o presente e quer construir um futuro melhor. Por que não promover outros encontros? Por exemplo, entre a música e a política. Se música e política estão aparentemente distantes, a realidade é bem outra. Para começar podemos lembrar da Virada Cultural, este grande evento que há nove anos ocorre na cidade de São Paulo, envolvendo sempre centenas de manifestações artísticas e culturais e milhões de paulistanos. Evento promovido pelo poder público e portanto resultado de uma decisão política do administrador. Se quisermos voltar um pouco atrás, vamos lembrar das canções de protesto e de resistência dos tempos amargos da ditadura militar: Para não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré; Cálice e Construção, de Chico Buarque de Holanda; entre tantas outras. Tivemos depois Cazuza (O Tempo não Para), já na redemo-
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cratização do país pós 1985. E nos nossos tempos temos o movimento Hip-Hop, claramente um movimento de resistência das comunidades pobres e negras da periferia, que em São Paulo alcançou um enorme sucesso, assim como o Funk no Rio de Janeiro. São músicas que provocam a reflexão, que nos impelem a tomar atitudes, seja na luta pela democracia, seja pela justiça social. Aí está. Arte e política, num sentido amplo, têm mais em comum do que se suspeita. Até porque a música, como forma de manifestação do espírito humano, canta nossas alegrias, tristezas e desejos de mudança. Pois como políticos queremos que essas alegrias contagiem mais paulistanos e possam ser curtidas por mais gente; que os desejos por uma vida melhor se realizem no dia a dia dos paulistanos. E, ainda, que as tristezas sejam minoradas. Para isso, convidamos os partidos políticos que têm representação na Câmara e músicos que vivem em São Paulo a se expressarem, mostrando como melhor contribuir para a construção desse futuro que almejamos e para o qual trabalhamos. Estou certo que é possível melhorar. Eu e meus 54 colegas não seríamos vereadores se não acreditássemos nisso. É o que justifica esta publicação. É mais uma iniciativa para ampliar o debate de um Plano Diretor que enfrente os verdadeiros desafios existentes no dia a dia do paulistano. Temos certeza que é possível viver mais e melhor em nossa querida cidade.
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HOMENAGEM
A mais perfeita sintonia entre a ciência e a arte
Paulo
Vanzolini
busca “Como compositor, estava sempre em iração de um tema, uma inspiração. E a insp ndo já surgiu justamente em uma noite, qua ar um de saída do meu turno, parei para tom chope ali pela avenida São João” Para Vanzolini, fazer samba sempre foi um trabalho mais intelectual do que emocional. “Escrever letra dá um trabalhão. Tem que ser bem produzida, com a escolha das palavras perfeitas. Não há coisa mais inteligente que os sambas de Noel Rosa”, dizia Vanzolini.
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Rodolfo Ancona Lopes /
Autor de músicas como “Ronda”, “Volta por cima” e “Praça Clóvis”, Vanzolini declarou que procurava inspiração em fatos do cotidiano. “Como compositor, estava sempre em busca de um tema, uma inspiração. E a inspiração surgiu justamente em uma noite, quando já de saída do meu turno, parei para tomar um chope ali pela avenida São João. Vi uma mulher abrindo a porta do bar e olhando para dentro. A princípio imaginei que ela estava procurando o namorado para fazer as pazes, mas o que ela queria mesmo era passar fogo nele. As pessoas quando escutam a música têm a mesma impressão que tive a princípio.”, lembrou Vanzolini referindo-se a “Ronda”.
Divulgação
Paulo Vanzolini já tinha concordado em conceder entrevista para esta Revista quando uma pneumonia o tirou do nosso convívio. No último dia 28 de abril, aos 89 anos. Paulistano nascido em 1924, o médico e diretor do Museu de Zoologia da USP tinha um olhar especial pela paulicéia revelado em entrevista à Folha de S.Paulo: “A lembrança que eu tenho de São Paulo é de uma cidade meio caipira, mas uma cidade muito mansa, muito pacífica”.
Ao lado de Adoniram Barbosa, Vanzolini é considerado o grande nome do samba paulista. Quando indagado se pretendia voltar a compor, Vanzolini foi taxativo: “A minha última composição foi o samba Quando eu For, eu Vou sem Pena. Já perdi totalmente a vontade de compor. Não haverá mais músicas minhas. Quem viu, viu. Fiz mais de 60 sambas. Já tá bom demais.”, finalizou Vanzolini. Em 2009, ao completar 85 anos, o sambista e cientista Paulo Vanzolini foi homenageado pela Câmara Municipal de São Paulo com o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo e Medalha Anchieta. Em toda a sua vida, Vanzolini sempre esteve ligado às instituições públicas. Estudou em escola pública em todos os níveis, formou-se em medicina pela USP, foi professor e diretor do Museu de Zoologia da USP, por 31 anos. Com as conquistas da música construiu uma biblioteca invejável e única na biologia que doou ao Museu de Zoologia da USP. Nossa homenagem, neste caso, dispensa maior justificativa. Diretoria de Comunicação Externa Agosto de 2013
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Sumário Músicos “Valorização dos artistas paulistanos” Luciana Mello
“Uma rede de comunicação autônoma” Fernando Anitelli
“Mais verde para a cidade” Nasi
“Existe esperança para esta cidade” Ana Claudia
“Somos apaixonados por São Paulo” Serginho Demônios da Garoa
“O hip-hop nos formou” Panikinho
“São Paulo dá mais oportunidade” Alaíde Costa
“Um povo amigo” Zeider
“Não é mais paixão, é amor mesmo” Osvaldinho da Cuíca
“Paulistano solidário e solitário” Edvaldo Santana
“Seu mundo não está preparado para viver no meu” Giovanna Maira
Vereadores
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O Plano Diretor de São Paulo 2013 Partido dos Trabalhadores - PT
Diversão e arte para qualquer parte Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB
Diálogo democrático para elevar o padrão habitacional na cidade de São Paulo Partido Social Democrático - PSD
Legislar rumo a uma cidade ideal e desenvolvimentista, mas nem sempre perfeita Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB
Plano Diretor Estratégico: aprendendo com os erros Partido Trabalhista Brasileiro - PTB
Uma revolução verde para a cidade de São Paulo Partido Verde - PV
São Paulo – Eu escolhi para viver e quero viver com dignidade! Partido Progressista - PP
Por uma cidade mais viva, justa e acolhedora Partido Popular Socialista - PPS
Qualidade de vida do cidadão e enriquecimento cultural das gerações Democratas - DEM / Partido da República - PR
Importante e necessária revisão do Plano Diretor Partido Republicano Brasileiro - PRB
Partido Socialista Brasileiro e a Cidade Partido Socialista Brasileiro - PSB
São Paulo para todos Partido Comunista do Brasil – PCdoB
Uma nova visão de gestão pública para cidade de SP Partido Humanista da Solidariedade - PHS
Plano Diretor: a participação popular que queremos Partido Socialismo e Liberdade - PSOL
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Luciana
Mello Sem esperança Não temos força para viver Em cada criança Mais uma lição pra aprender Por isso deseje Do fundo do seu coração Eu vou vencer! Vida Melhor
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Luciana Mello
“Valorização dos artistas paulistanos” Luciana Mello, filha do cantor Jair Rodrigues, nasceu em São Paulo e adora a cidade e os paulistanos. “Os paulistanos ou as pessoas que adotaram São Paulo como a sua casa têm um tempo diferente, um modo de se comunicar diferente”, elogia. Sobre a política cultural do município, Luciana espera que os artistas da cidade sejam mais valorizados, especialmente nas viradas culturais. Estes são os principais trechos da entrevista:
Qual é a sua relação com a cidade?
O que você riscaria de São Paulo?
Luciana Mello: Eu nasci e me criei em São Paulo. O fato de você morar em São Paulo o faz ficar preparado para o mundo todo. Todo lugar tem seus problemas, mas aqui temos as pessoas. O brasileiro é muito diferente e os paulistanos ou as pessoas que adotaram São Paulo como a sua casa têm um tempo diferente, um modo de se comunicar diferente. O paulistano tem esse modo diferente de lidar com as pessoas e com a vida. Acho que é porque São Paulo recebe muita gente e também porque são brasileiros.
Luciana: Não só eu como todo mundo: a violência, a desorganização. Muitas coisas não funcionam para a grande maioria: transporte, saúde, etc. Por ser uma cidade grande e ter muita gente, o problema é essa falta de educação que muitas vezes as pessoas têm – por exemplo, com a natureza, jogando coisas na rua, não tendo essa consciência de que São Paulo alaga bastante. Isso não é um problema só do governo, é da população também. Então, temos de começar educando esse pessoal. O brasileiro tem de enxergar a cidade como um coletivo. “Se eu jogar o lixo aqui na rua, alguém limpa”, ou “Vou estacionar o carro de qualquer jeito, dane-se quem chegar depois”. Isso é uma coisa coletiva. Precisamos ter a noção da necessidade de se importar com o outro. “Não vou jogar esse lixo na rua, porque a minha casa não alaga, mas a do outro, sim. Então, isso é um problema meu também.”
“O paulistano tem esse modo diferente de lidar com as pessoas e com a vida.”
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Luciana Mello
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“São Paulo tem muitas possibilidades.”
Essa é uma falta de consciência generalizada? Luciana: É um problema geral, mas, como São Paulo é a minha cidade, é dela que eu falo. Se juntar muita gente com falta de educação, acaba com a cidade. Isso é algo que tem de mudar. Precisa haver uma organização. Se você for desordenando as coisas, daqui a pouco vira um caos. A cidade está fazendo a revisão de seu Plano Diretor. Na área da cultura, o que falta e o que deveria ser pensado? Luciana: Um pouco menos de filtro, por exemplo. Sou uma cidadã paulistana. Eu, meu irmão (Jair Oliveira) e vários outros artistas que conheço nunca fizemos a Virada Cultural de São Paulo. Fiz Virada Cultural em tudo quanto é lugar, até no Rio de Janeiro.
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Mas não em São Paulo?
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Luciana: Pois é. Em São Paulo nunca fizemos. Essa valorização é uma coisa a se pensar, pois há muitos artistas aqui. Nessa questão da gestão cultural, São Paulo tem muitas possibilidades. O que vou falar agora não é contra, até porque vou a grandes musicais que vêm de fora, gosto muito. No entanto, acho que a gente deveria ter espaço também para os projetos nacionais, a Prefeitura poderia também bancar esses projetos. Tem muitos shows aqui com artistas brasileiros, que, muitas vezes, não conseguem patrocínio, apoio. Acho que deveria ter um pouco mais de igualdade, vamos dizer assim. Trazer grandes espetáculos é importante para a cidade, culturalmente falando, mesmo porque temos que ver o que está acontecendo no mundo, há muitas pessoas fazendo coisas interessantes artisticamente. Mas acho que também deveria ter essa valorização – já que estamos falando de São Paulo – dos paulistanos que fazem a sua arte aqui.
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O cara que catava papelão pediu Um pingado quente, em maus lençóis, nem voz Nem terno, nem tampouco ternura À margem de toda rua, sem identificação, sei não Um homem de pedra, de pó, de pé no chão De pé na cova, sem vocação, sem convicção Cidadão de Papelão
Fernando Anitelli / Maíra Via na
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Anitelli
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Fernando Anitelli
“Uma rede de comunicação autônoma” Criador do Teatro Mágico, grupo que mistura música, poesia, circo, dança e artes plásticas, Fernando Anitelli lamenta que uma cidade fabulosa como esta tenha tão poucos espaços para apresentações artísticas. São Paulo ao mesmo tempo recebe e expulsa as pessoas, queixa-se ele. Anitelli propõe que o Plano Diretor garanta mais espaço para todos os artistas, incluindo os de rua. Veja os principais pontos da entrevista:
O que é o Teatro Mágico? Fernando Anitelli: O Teatro Mágico busca mesclar diversas linguagens artísticas. Já passamos por circo, teatro, dança, música, poesia, artes plásticas em cima do palco, imagens sendo projetadas em cima de nós. Sempre arriscamos alguma novidade.
Como nasceu a vontade de misturar tanta coisa? Anitelli: Eu frequentava muito sarau e via naquele encontro uma possibilidade de compartilhar verdades mútuas. Um levava uma piada, outro levava uma música, outro uma pedra para quebrar, outro falava uma poesia. A junção disso tudo resultava numa catarse coletiva. Era muito bacana. Aí eu falei: “Por que não levamos esse espírito saraueiro para o palco?”. Foi o que fi z.
“Impressionante como é uma cidade fabulosa, mas que recebe e expulsa ao mesmo tempo.” O que São Paulo representa para o grupo? Anitelli: São Paulo é uma panela de pressão prestes
a explodir. Impressionante como é uma cidade fabulosa, mas que recebe e expulsa ao mesmo tempo. Tem o maior número de lugares para se ir, ao mesmo tempo em que faltam espaços. Um exemplo é que há vários lugares para se tocar em São Paulo. A maioria é de bares pequenos onde a banda é jogada num canto sem um sistema de som apropriado. Não há uma preocupação, uma curadoria para as músicas para fomentar uma
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Fernando Anitelli
“ Precisa-se criar uma rede. Mas não uma rede em que se entra e se é fisgado como um peixe. Deve ser uma rede de comunicação liberta, autônoma.”
constância, festivais, essa rede. É fundamental compormos esses espaços. Através de quê? Se você tem uma Secretaria de Cultura, uma Prefeitura, vamos atrás, vamos buscar políticas públicas para isso. Dentro de universidades, se consegue tocar; as rádios dos municípios já têm tecnologia para tocar artistas locais. Há uma porção de gente fazendo coisa interessante no País, só que não têm acesso à rádio, à TV. Precisa-se criar uma rede. Mas não uma rede em que se entra e se é fisgado como um peixe. Deve ser uma rede de comunicação liberta, autônoma. Muitas vezes, ficamos reféns de edital. O músico ou depende de um Sesc ou depende de edital. Só que o edital sai e aí ele contempla, muitas vezes, as mesmas pessoas que fazem os mesmos festivais, para as mesmas bandas, no País inteiro. É fundamental agregar as pessoas, mas de uma maneira que elas possam vir e ir; que elas possam ter essa autonomia, essa liberdade de poder compor junto, de poder ajudar.
Até os artistas de rua sofreram muita perseguição nos últimos anos. Anitelli: A Virada Cultural são 24 horas de uma porção de
gente se apresentando, onde se gastam milhões de reais e, ainda, no ano seguinte, sempre fica aquela dúvida: como é que foi que gastamos mesmo no ano passado? É interessante? Lógico que é. Porém acho que a Virada Cultural poderia estar dividida durante o ano todo, sei lá, a cada dois meses. O que se vai gastar em 24 horas dá para fomentar festivais, debates, oficinas, com pessoas que, de fato, também estão começando. Os grupos que estão chegando precisam desse oxigênio. Artistas consagrados podem surgir, mas dessa maneira mais espaçada. Isso é importante, senão vamos cair naquela coisa única, de um dia. É como se fosse um carnaval. Gastam-se milhões para um dia e, mesmo esse um dia não contempla tudo, claro, porque é difícil. É muita gente, há mais de 2 mil artistas querendo se apresentar e tudo mais. Mas tem de haver esse debate mais amplificado, essa ideia de poder transformar em doses homeopáticas para que disso se crie uma constância. A Virada Cultural pode melhorar muito mais.
Agora, durante a revisão do Plano Diretor, seria o momento de olhar melhor para os artistas? Anitelli: Sem dúvida. É fundamental termos espaço para
os artistas na rua. Pode-se abrir espaço até dentro das escolas, das universidades, dos próprios CEUs, que têm uma estrutura muito boa.
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Nasi
N達o quero ver mais essa gente feia N達o quero ver mais os ignorantes Eu quero ver gente da minha terra Eu quero ver gente do meu sangue Pobre S達o Paulo, Pobre paulista, Oh, Oh Pobre S達o Paulo, Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre Paulista
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Nasi
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“ Mais verde para a cidade” Nascido e criado na Bela Vista, Nasi também morou em Pinheiros e hoje vive no Morro do Querosene, onde participa das lutas pela preservação da área. Em relação ao Plano Diretor, ele diz: “São Paulo precisa cuidar mais do Centro”. E cita as mudanças na Praça Roosevelt como um bom exemplo. “Recentemente fui lá e pude constatar que naquela praça iluminada, com skatistas e tal abriram bares em sua redondeza porque agora tem um outro aspecto”. A seguir, a entrevista com Nasi: Onde você nasceu? Nasi: Toda a minha família é da Bela Vista. Ela vem de uma família de marceneiros que se tornaram produtores de móveis até a década de 50. Os móveis eram muito requisitados. Nasci na 13 de Maio, onde morava a minha avó, meu avô, meu bisavô e minha bisavó. Eu nasci em 1962 e fiquei na Bela Vista até os meus sete anos. Onde você mora atualmente? Nasi: No Butantã, numa região chamada Morro do Querosene que recentemente através da ação da
Você participa dessa questão? Nasi: Moro no Morro Querosene há quase 10 anos. Desde que estou lá acabei participando e entrando no movimento da comunidade que já existia lá para preservação dessa região que é um ponto da cidade muito peculiar. É legal esse tipo de história. Nasi: Exatamente. Existe uma necessidade da ci-
dade restaurar vários monumentos, edifícios e locais que fizeram parte da história de São Paulo e que podem embelezar e humanizar mais a cidade. É preciso que o paulistano também se mobilize para isso. Uma cidade que apesar dos problemas oferece uma
Ricardo Ri / CMSP
“A noite paulistana é a melhor: os seus restaurantes, os seus teatros, seus festivais.”
nossa comunidade teve áreas tombadas pelo patrimônio histórico e ambiental.
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Nasi
“O que vai ser do Pacaembu? Tem de se pensar isso porque é preciso ser preservado o patrimônio que ele é em arquitetura e história.”
grande variedade de entretenimento. A noite paulistana é a melhor: os seus restaurantes, os seus teatros, seus festivais.
O que você mudaria na cidade neste momento em que se fala da revisão do Plano Diretor? Nasi: São Paulo precisa de mais áreas verdes. E tem de conti-
nuar e expandir a restauração do Centro, principalmente as partes históricas. Quando eu era garoto, a Bela Vista era um bairro boêmio, de teatros, de atores que frequentavam as suas cantinas. Era um clima de boemia no bom sentido, intelectual, que depois foi se degradando. Vi meus avós serem expulsos pelos flanelinhas que tomavam as garagens por conta dos botecos que abriam. Não tinha mais aquela inteligência, aquele circuito universitário, intelectual e artístico que movia as pequenas cantinas, restaurantes e teatros muito importantes da região. Graças a Deus, há mais de uma década conseguiu-se tombar muito da Bela Vista.
Você ainda frequenta a Bela Vista? Nasi: Eventualmente, mas sei que muitos lugares foram
tombados, muito do que sobrou do antigo Bixiga. Espero que isso seja feito em São Paulo, em bairros como a Mooca; precisamos observar a Vila Madalena que teve um processo de degradação muito grande, como o da Bela Vista. Em Pinheiros aconteceu muito isso. E na Liberdade, no Ipiranga, bairros onde ainda têm casarões, que têm de ser preservados e virar pontos turísticos, de lazer, de contato com a cultura.
Que sugestão você tem para o Plano Diretor? Nasi: Espero que essa iluminação, essa reurbanização do
Centro e de suas proximidades possam melhorar um pouquinho a crise de criminalidade, as drogas, as cracolândias, o tráfico. Quando iluminarmos isso vai melhorar. A Praça Roosevelt era um antro. Recentemente fui lá e pude constatar que naquela praça iluminada, com skatistas e tal abriram bares em sua redondeza e agora tem um outro aspecto.
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Rock, o São Paulo, a cidade e futebol têm tudo a ver?
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Nasi: São Paulo é uma cidade fundamental na história do futebol no Brasil. Berço, talvez, do seu primeiro craque, Friendereich. Charles Miller trouxe a bola para a cidade de São Paulo. Temos o Pacaembu, esse monumento. O que vai ser do Pacaembu? Tem de se pensar isso porque é preciso ser preservado o patrimônio que ele é em arquitetura e história.
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Ana
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Claudia “Esse novo governo deixa uma esperança no ar, existe um vento novo chegando e existe uma esperança para esta cidade.”
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Ana Claudia
“Existe esperança para esta cidade” Ana Claudia toca cavaquinho em As Choronas e sente falta de mais espaços para os artistas mostrarem seu trabalho. Para o Plano Diretor, ela sugere que a virada cultural não seja de apenas 24 horas. “Se essas novas políticas públicas tiverem vontade política, com certeza, vai se tornar uma cidade que não vai ter uma virada cultural em 24 horas, mas vai ser um ano inteiro de cultura, vai ser A Virada.” Eis as principais partes da conversa com a instrumentista: Como nasceu As Choronas? Ana Claudia: O grupo nasceu porque eu morava num bairro onde tinha um lugar chamado Clube do Choro, frequentado por chorões e por instrumentistas de choro. Me encantei logo com o cavaquinho e comecei a estudar esse instrumento.
Tem alguma música que vocês executam que é a cara da cidade? Ana: Lógico. Adoniram Barbosa, o samba paulista.
“O grande diferencial da cidade é a quantidade de gente, portanto, a quantidade de coisas acontecendo.”
A gente faz questão de tocar músicas dele exatamente por essa identificação. É o momento inclusive que o público participa com a gente, porque não tem quem não conheça suas obras. Adoniram é a receita de São Paulo, é o jeito de se falar da cidade.
O que você, como artista, espera do Poder Público para melhorar o cenário de cultura? Ana: Sinto que faltam espaços. Tem muita gente que-
rendo mostrar seu trabalho, muito trabalho bom. Mas os espaços ficaram aquém da demanda. Hoje basicamente você tem shows concentrados no SESC. Essa cidade tem que ter uma verba para abrir espaços, para ter artistas ocupando vários espaços. Precisa ter uma política pública que atue sobre esses espaços. Casas de cultura, centros culturais, bibliotecas têm os espaços, então ponha arte nesses lugares, ocupe a cidade.
Ricardo Ri / CMSP
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Ricardo Ri / CMSP
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Ana Claudia
“ Tem muita gente querendo mostrar seu trabalho, muito trabalho bom. Mas os espaços ficaram aquém da demanda.”
Pode espalhar a cultura por São Paulo? Ana: Exatamente. Porque existe uma demanda que não é atendida. Falta política pública para colocar nos espaços que inclusive já existem na cidade. Veja, você tem mais de 40 CEUs. Se todo final de semana tivesse uma agenda cultural a cidade seria mais agitada. Vivemos um momento importante, a revisão do Plano Diretor. É o momento de trazer mais essa preocupação com a cultura para o cidadão paulistano? Ana: Exatamente. Só os CEUs, os centros culturais, as bi-
bliotecas e as casas de cultura, se eles forem ocupados, a gente já vai ter atividade para acolher toda essa demanda.
O que você não mudaria? O que faz você dizer: “São Paulo está legal nesse aspecto”? Ana: Os espaços existem. Isso eu não mudaria, porque a
Prefeitura cuida dos parques, bem como casas de cultura e centros culturais, Centro Cultural São Paulo, cada região tem sua casa de cultura, mais de 40 CEUs, o que ocupa a cidade inteira. Acho que existem os espaços, e essa é a parte boa de São Paulo, existem os espaços para se proporcionar atividades. Falta política pública para colocar essas atividades.
Como você imagina São Paulo daqui a dez anos nesse aspecto? Ana: Tudo depende de políticas públicas. Esse novo governo deixa uma esperança no ar, existe um vento novo chegando e existe uma esperança para esta cidade. O grande diferencial da cidade é a quantidade de gente, portanto, a quantidade de coisas acontecendo. Então é proporcionar para que as questões fluam. Que a questão da educação flua, a questão da arte flua, ou seja, mais cinema, e cinema nas ruas, arte nas ruas, de todas as linguagens. Acho que se de fato esse Plano Diretor que está sendo revisto, se essas novas políticas públicas expressarem vontade política, com certeza vai se tornar uma cidade que não vai ter uma virada cultural em 24 horas, mas vai ser um ano inteiro de cultura, de virada, vai ser A Virada.
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Não posso ficar Nem mais um minuto com voc ê Sinto muito amor Mas não pode ser. Moro em Jaçanã, Se eu perder esse trem, Que sai agora às onze horas, Só amanhã de manhã. Trem das Onze Adoniram Barbosa
Marcelo L.X. / CMSP
Serginho Demônios da Garoa livro-arte-politica-MIOLO.indb 20
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Serginho Demônios da Garoa
“Somos apaixonados por São Paulo” Seginho, do Demônios da Garoa, nasceu na Rua Cassandoca (Mooca) e adora São Paulo,mas teme a violência. “A noite é fantástica, o trabalho noturno em São Paulo é fantástico, mas a gente tem esse receio de sair e a violência tomar conta da gente”, admite. Seu sonho é uma cidade diferente. “A gente gostaria de uma São Paulo mais tranquila, de uma São Paulo mais boêmia”. Estes são os principais trechos da entrevista:
Não dá para conversar com você sem falar do Demônios da Garoa e como tudo isso começou, porque tem tudo a ver com seu pai. Serginho Demônios da Garoa: Com certeza. Eu nasci no berço do Demônios da Garoa, porque o grupo está completando 70 anos de existência, eu vou completar, em maio (2013), 58 anos, então no berço do Demônios da Garoa, que começou lá em 1943, com um grupo de garotos, uns da Mooca, uns do Cambuci, outros do Belém, que se reuniram,
Qual a ligação que Adoniram Barbosa tem com o Demônios da Garoa? Serginho: Ele foi uma das maiores essências do
samba paulistano. O Adoniram foi o compositor que queria retratar São Paulo. Ele foi o compositor paulistano nato, porque ele foi o cara que cantou a maioria dos bairros de São Paulo. Na maioria das composições ele cita algum cantinho de São Paulo, alguma coisa. Então ele tem uma gama de composições que fala da Mooca, do Brás, do Bixiga, da Casa Verde, da Vila Ré, da Vila Esperança.
Marcelo L.X. / CMSP
“Viver em São Paulo, com certeza, é viver bem, sabendo viver.”
começaram a tocar, fazer aquele samba e de repente deu um estalo: “Vamos participar de um programa de calouros”. Fizeram a inscrição, participaram do programa de calouros da Rádio Bandeirantes. O grupo, que na época se chamava Grupo do Luar, ganhou o primeiro lugar.
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Serginho Demônios da Garoa
“O trabalho noturno em São Paulo é fantástico, mas tem esse receio de sair e a violência tomar conta da gente.”
Você é daqueles paulistanos apaixonados por São Paulo? Serginho: Somos apaixonados por São Paulo, porque a
noite em São Paulo é uma coisa sensacional. Para o músico São Paulo a noite é uma coisa espetacular, as casas de espetáculo que temos em São Paulo. Viver em São Paulo, com certeza, é viver bem, sabendo viver.
Como é representar São Paulo em outros países? Serginho: Aí é mais complicado. Complicado porque a res-
ponsabilidade é muito maior, porque a gente tem que mostrar lá fora sempre o que o brasileiro tem de melhor. E não vai aqui crítica nenhuma ao jornalismo e a tudo que se faz, mas é que tudo tem de ser mostrado, tudo tem de ser colocado, agora, não adianta falar de São Paulo e mostrar só o lado ruim, não adianta você falar da Mooca e mostrar só o lado ruim: “A Mooca (ou qualquer outro bairro) tem as ruas todas esburacadas”. Por que não pegam aquele lugar que está bonitinho, onde está tudo no seu devido lugar, onde tem o que você pode mostrar de belo, de bonito que tem dentro de São Paulo, dentro do Brasil, que é uma coisa maravilhosa, veicular o que é de bom do brasileiro, o que temos de bom. Só que, infelizmente, as redes sociais estão aí para mostrar de tudo e mostrar mais o que é ruim do que é bom e a gente procura sempre mostrar aquilo que nós brasileiros, aquilo que nós paulistanos temos de melhor, que é a nossa música, a nossa cultura, tudo aquilo que existe aqui, porque no Brasil tem uma diversidade cultural muito grande, desde o Norte até o Sul. A cultura brasileira é fantástica, cada região do Brasil tem uma cultura diferente. O samba é o samba no Brasil inteiro, só que o baiano interpreta de uma forma, o gaúcho interpreta de outra, o paulista de uma forma, o carioca de outra. Então para nós a música é o coração brasileiro. A principal cultura brasileira, acredito que é o samba.
Você já viu muitas transformações na cidade. O que o incomoda na cidade? Como São Paulo deveria ser?
Marcelo L.X. / CMSP
Serginho: Antigamente, a gente podia sair com violão de-
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baixo do braço de madrugada, tranquilo, que a gente sabia que iria voltar com tranquilidade e segurança. Hoje a gente tem muito medo de toda essa violência. A gente gostaria de uma São Paulo mais tranquila, de uma São Paulo mais boêmia. A noite é fantástica, o trabalho noturno em São Paulo é fantástico, mas a gente tem esse receio de sair e a violência tomar conta da gente.
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Imaizumi / CMSP
Chega mais, chega mais Dê-me os ouvidos meu rapaz Faça sua moral Tente encontrar a paz Auto violação, não Não isso não se faz Tenha orgulho de si Ou mostre sempre ser capaz
Panikinho livro-arte-politica-MIOLO.indb 23
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Panikinho
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“O hip-hop nos formou” Panikinho, cantor de hip-hop, nasceu em São Luís (MA) e veio para cá com 3 anos. Ele se considera mais paulista do que maranhense. São Paulo “ é uma terra onde as pessoas estão focadas em vários objetivos”. Ele espera que o Plano Diretor melhore a mobilidade e ofereça oportunidades para todos. “Tem muita gente que não sai da periferia para vir para o Centro porque não tem condições de acessar um direito delas”, lamenta. Veja os principais pontos da entrevista: Por que você tem paixão por esta cidade? Panikinho: Não tem como não ter. Mesmo com
“O hip-hop foi meu pré-vestibular.”
todas as contradições, com essa dinâmica, a Terra da Garoa, terra da vida louca. É uma terra onde as pessoas estão focadas em vários objetivos; é a terra da oportunidade. O histórico do hip-hop é uma relação muito presente com as metrópoles. Não foi tão difícil me identificar com ela.
essa musicalidade. Curti muito os vídeos dos Jackson Five, do Michel Jackson.
Como o hip-hop entrou na sua vida?
feria e de família negra a identificação era com aquela geração do Michel Jackson. Eu escrevo poesia desde 14, 15 anos. O que me trouxe inspiração foi essa vivência que eu tinha na rua. Conforme fui tendo acesso a outras músicas, a outras poesias e as formas como outros jovens falavam sobre suas comunidades, fomos sentindo a necessidade de falar de coisas além do nosso bairro. Foi a partir daí que quis conhecer o Centro, de
Panikinho: Quando eu tinha uns 12 anos, na Ci-
Panikinho: Sim. Geralmente, para o jovem de peri-
Imaizumi / CMSP
dade Tiradentes. O hip-hop foi chegando como uma das manifestações da cultura negra. No Brasil e em São Paulo o movimento anterior é a soul music, os bailes blacks, que foram eventos que iniciaram o hiphop. Eu já me identificava com a música negra, com
Era isso que você gostava de ouvir quando criança?
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Panikinho
“O que me trouxe inspiração foi essa vivência que eu tinha na rua.” ir ao metrô São Bento. Eu queria ver como era o movimento lá, que foi o berço do hip-hop em São Paulo. A primeira música que fez muito sentido para mim, a música que me deu um nome dentro do hip-hop, o Panikinho, vem da música Pânico na Zona Sul, do Racionais.
Qual o poder dessas músicas? Panikinho: Músicas como essas transformaram mentes de jovens. O hip-hop nos formou. Costumo dizer que o hiphop foi meu pré-vestibular porque essa consciência política, através das letras das músicas, fomos adquirindo conforme fomos nos apropriando dessa linguagem. À medida que fomos discutindo, ouvindo novas músicas, percebemos que as reivindicações das comunidades eram as mesmas. Os jovens que se expressavam com a mesma manifestação e tinham a possibilidade de concordar, discordar sobre algum tema. Isso foi possibilitando que cada jovem fosse se formando. Que sugestão você tem para o Plano Diretor da cidade? Panikinho: Acredito que a cultura nas comunidades deve-
ria ser mais presente. Digo o acesso e não a cultura, porque a cultura nas comunidades já existe. As pessoas se expressam, elas encontram “n” possibilidades de se expressar. Mas acredito que São Paulo tem estrutura, recursos e pode possibilitar o acesso a todos. A cidade pode promover mais cultura hoje do que promovia há 15 anos, mas e o acesso? Para pensar no acesso, na mobilidade, por exemplo, você tem de pensar no transporte, na saúde, em outras dinâmicas que a própria sociedade apresenta.
Imaizumi / CMSP
Como você analisa a questão da mobilidade urbana?
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Panikinho: Como artista, eu percorro esta cidade para fazer apresentações e participar de debates. Percebo que na área dos transportes nessas interligações melhorou muito, mas ainda falta muito. Falta melhorar o transporte em si, a qualidade. Eu fui conhecer muitas coisas, digamos, sofisticadas no mundo da arte vindo para o Centro. Muita coisa de graça e muita coisa boa está no Centro. Mas muitas dessas coisas boas e de graça não vão para as periferias. Tem muita gente que não sai da periferia para vir para o Centro porque não tem condições de acessar um direito delas. Seria extremamente importante que essas possibilidades fossem para esses lugares. Se Maomé não vai à montanha, a montanha tem de ir a Maomé.
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Ricardo Ri / CMSP
Meu samba é a voz do povo Se alguém gostou Eu posso cantar de novo Eu fui pedir aumento ao patrão Fui piorar minha situação O meu nome foi pra lista Na mesma hora Dos que iam ser mandados embora A voz do Povo
Luiz Vieira / João Do Vale
Alaíde
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Alaíde Costa
“São Paulo dá mais oportunidade” Alaíde Costa é uma cantora carioca e paulistana, um pouco dos dois. Do Rio ela veio para cá, fortaleceu a bossa nova, descobriu em São Paulo uma terra nova, que abriu os braços para recebê-la. “São Paulo dá muito mais oportunidade para os cantores que não estão na mídia.” Ela espera que o Plano Diretor também se lembre dos artistas com mais de 60 anos e da questão dos transportes. “Deveriam fazer mais pontes, mais metrôs”, sugere. A seguir, trechos da conversa: Qual é sua relação com esta cidade? Alaíde Costa: Eu adoro São Paulo, não voltaria
para o Rio.
“São Paulo dá muito mais oportunidade para os cantores que não estão na mídia.”
O que São Paulo traz para você? Alaíde: Tudo é uma questão de hábito. Eu me habituei a morar em São Paulo. Tem esse sufoco de trânsito, mas mesmo assim não troco. Para uma artista como você, com anos de estrada, São Paulo é uma cidade que acolhe bem. Os artistas têm espaço aqui? Alaíde: Essas coisas já não acontecem no Rio. Lá ou
Alaíde: O Paulo Gracindo, o Ary Barroso, que tinha um programa de TV, logo que surgiu a televisão. Ele sempre me convidava para participar, mesmo sendo amadora, e o Renato Mursi, que apresentava um programa chamado Papel Carbono. Aí eu fiz o teste, fui aceita e foi o meu primeiro trabalho profissional, em 1956.
Ricardo Ri / CMSP
tem casa para grandes eventos ou não tem nada. E aqui tem mais espaços. Acho que São Paulo dá muito mais oportunidade para os cantores que não estão na mídia.
Quem foi fundamental no início de sua carreira?
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Alaíde Costa
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“Deveriam fazer mais pontes, mais metrôs, porque daqui a um ano vai ser difícil circular na cidade.” E o que chamou a atenção? Alaíde: Acho que tanto pela minha voz, que era diferente, bem diferente das cantoras da época. E também o que eu procurava cantar, cantei coisas que as outras não cantavam. E quando você veio para São Paulo, como foi essa transição? Alaíde: Eu vim em 61, foi exatamente o ano que a bossa
nova começou a ferver por lá. Mas eu vim porque me casei com um paulistano e o amor falou mais forte, aí eu vim. Mas antes de mim tinha vindo a Claudete Soares, que já cantava essas músicas e as pessoas não aceitavam não.
Alaíde: Espaços até existem, mas o que espero é que de repente esses espaços sejam abertos para cantores, músicos, enfim, para a classe artística, os que estão vivos ainda e que conseguem se apresentar muito bem ainda e que, no entanto, estão marginalizados. Eu gostaria que isso mudasse.
Ricardo Ri / CMSP
Como artista, o que você espera do Poder Público aqui em São Paulo?
Você acha que existe uma fase que o artista entra no esquecimento? Existe isso da idade, por exemplo? Alaíde: Exatamente isso. Aí quando se pensa num artista que tem mais de 60 anos, vamos supor, dizem que “fulano já era”, porque não sabem se fulano está cantando bem ou mal, não vão conferir, apenas o colocam de lado. Vivemos um momento importante, a revisão do Plano Diretor. O Legislativo poderia pensar mais nessa questão dos artistas da terceira idade? Alaíde: Com certeza. Eu não vou citar nomes porque é desagradável, mas eu tenho colegas na minha faixa etária que ainda cantam muito bem e de repente têm que ir para barzinho, ganhar o mínimo para sua sobrevivência.
O que você mudaria em São Paulo? Alaíde: Não está legal essa história do trânsito. Tem as marginais. Acho que deveriam fazer mais pontes, mais metrôs, porque daqui a um ano vai ser difícil circular na cidade.
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Imaizumi / CMSP
A melhor coisa é poder viajar E se livrar do stress “de São Paulo” Ficar numa casa ali bem perto do ma r Chegar e ver que as ondas estão rolan do Aquele Lugar
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Zeider
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“Um povo amigo” Zeider, do grupo de reggae Planta & Raiz, foi criado na zona oeste da cidade, no Rio Pequeno, Jardim Bonfiglioli, Vila Gomes. “Foi em São Paulo que eu aprendi a ser o que eu sou.” Como sugestão para a cidade, ele propõe melhorias na mobilidade. “Legal seria melhorar o transporte dos seres humanos para lá e para cá, o metrô, uma parada de bike, mais ciclovias na city.” Veja os principais pontos da entrevista com Zeider:
Como é viver em São Paulo? Zeider: Tudo é inspiração. São Paulo inspira muito, principalmente porque a gente gosta de sair daqui, então tem inspiração tipo “Vamos embora de São Paulo, vamos para a praia, vamos para o sítio”.
Mas o paulistano tem o momento de fuga, não é? Zeider: A gente tem esse momento, mas acho muito
Você tem amor por São Paulo? Zeider: Ô, se tenho. Me amarro em São Paulo. Foi
em São Paulo que eu aprendi a ser o que eu sou, nas ruas ali. Eu cresci aqui na zona Oeste de São Paulo, então nas ruas do Rio Pequeno, Bonfiglioli, Vila Gomes. Hoje em dia tem o CEU Butantã ali, onde
“Acho muito legal a vibe do povo de São Paulo.”
Imaizumi / CMSP
legal a vibe do povo de São Paulo. É um povo amigo. Meus brothers, meus camaradas de São Paulo têm um jeito muito peculiar de ser, de estar pronto para qualquer coisa. É uma parada muito louca esse universo gigante. E até dá para entender um pouco o lance da violência, porque é muita gente. Não tem como conviver com isso, mas a gente vê que é muita gente na cidade, então deve ser realmente difícil organizar tudo isso
e colocar todo mundo para trabalhar, colocar toda essa molecada para estudar. É uma missão árdua, então eu peço que Deus abençoe os governantes e continue dando boa direção para os caras cuidarem do povo.
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“A cultura do Brasil e do mundo está aqui na city.”
Zeider Imaizumi / CMSP
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a molecada anda de skate e tal, está formando vários skatistas aqui na zona Oeste. São Paulo é da hora. São Paulo é a malandragem, mas também, ao mesmo tempo, está no sapatinho. Eu aprendi muita coisa aqui. Aqui que eu cresci e – pô – pretendo ficar aqui em São Paulo; enquanto eu viver acho que vou morar por aqui.
O que você acha da vida cultural de São Paulo? Zeider: A gente tem que aproveitar isso, essa parada da
multicultura, muita gente do mundo inteiro, muita gente do Brasil inteiro. Então acho que esse é o lado bom da city. O paulistano convive bem com as culturas e isso tem que sobressair cada dia mais através da gastronomia, através da música. A cultura do Brasil e do mundo está aqui na city e isso é muito legal.
O que a noite de São Paulo representa pra vocês? Zeider: A gente ficou uns quatro anos fazendo o circuito da
night de Sampa, e foi o que realmente nos sustentou. A oportunidade de já estar aqui, de a gente ter nascido aqui, ter nossa família aqui nos dando suporte. A gente viu muitas bandas de outros Estados vindo para cá tentar a vida com música, e a gente via o perrengue que a galera passava. Era difícil. Como a gente já estava aqui, já tinha base aqui, foi mais fácil se manter. A partir daí a gente começou a tocar nos outros lugares do Brasil. As pessoas diziam: “Pô, os moleques estão estourando em São Paulo, liga para eles virem tocar aqui”.
O que você mudaria em São Paulo? Zeider: Eu mudaria o lance da logística de transporte. As pessoas estão indo para lá e para cá o dia inteiro, todo dia, e vejo que isso tem traumatizado a galera, porque você fica no trânsito, corre risco de ser assaltado. Tem pessoas que têm medo de sair de casa. Legal seria melhorar o transporte dos seres humanos para lá e para cá, o metrô, uma parada de bike, mais ciclovias na city. O grande problema de São Paulo hoje em dia, para a maioria das pessoas, é o transporte. Está muito ruim, os ônibus lotados. Isso tem de ser resolvido, não tem mais jeito. Os caras têm que pegar esses bilhões que são levantados com os impostos da população e meter no transporte público. Tenho certeza de que ia melhorar a qualidade de vida da city.
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Lazzari / CMSP
Osvaldinho
da Cuíca O samba começava nos bairros A gente ia pra Rua Direita, Praça da Sé, Avenida São João, Avenida Paulista e por ai afora Eta! São Paulo da Garoa Não era escola de samba Era um cortejo nos modelos imperiais Com rei, rainha, princesa e rumbeira Era marcante a presença dos balizas como atração Salve! Genésio do Bixiga, Dito Preto, Bajico, Cara torta da Barra Funda Monólogo de um sambista Osvaldinho da Cuíca
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Osvaldinho da Cuíca
“ Não é mais paixão, é amor mesmo” O paulistano (do Bom Retiro) Osvaldinho da Cuíca já foi do Demônios da Garoa. Atualmente, ele é passista, toca pandeiro, cuíca e batuca. Além de ter um grande amor por São Paulo. Mas ele acha que é necessário que haja na cidade um local para cuidar dos artistas idosos, como há no Rio de Janeiro. “Chega de morrerem artistas jogados na sarjeta, sem terem onde ficar”, protesta. A seguir, alguns pontos de destaque da entrevista:
Osvaldinho da Cuíca: Sou do Bom Retiro, fa-
“ Não troco São Paulo por nada.”
Há algum samba que você tenha feito, ou de que você goste muito, que traduza a cidade de São Paulo?
Bossa Nova, ele também era um artesão de instrumentos e foi inspiração para Chico Buarque e Vinícius de Moraes comporem a letra de Gente Humilde e tantas coisas.
Osvaldinho: Há muitos sambas em que falo
Como o samba surgiu?
A cidade de São Paulo é uma grande paixão na sua vida? nático pelo Bixiga, pela Vila Monumento, onde moro e já fiz samba. No Tucuruvi fiz meu primeiro sambaenredo, em 1958. Então, isso já não é mais paixão, é amor mesmo! Não troco São Paulo por nada.
da cidade de São Paulo e há um - Saudade da Garoa - onde menciono vários personagens, dez deles, que quase foram esquecidos, e que tiveram relevante importância no samba paulista. Por exemplo, “Garoto foi um gênio”, um precursor de acordes da
Osvaldinho: É segredo! O samba foi Papai do céu que mandou. Ele falou: “Os brasileiros sofrem muito com esses políticos, vou mandar uma música maravilhosa”. E mandou o samba para nós.
Lazzari / CMSP
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Osvaldinho da Cuíca
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“ Precisamos da Casa do Artista. Chega de morrerem artistas jogados na sarjeta, sem terem onde ficar.”
De onde veio o nome Osvaldinho da Cuíca, essa paixão pela cuíca? Osvaldinho: Desde garoto eu era artesão de instrumen-
tos. A cuíca é de origem oriental, porém ela viajou o mundo antes de chegar ao Brasil. Estive em Cuba, que é a mesma etnia africana do Brasil, mas eles não conhecem a cuíca. Ficaram doidos. Quando eu pegava cuíca, vinha todo mundo querer saber como era, o que tinha dentro. Então, a cuíca foi desenvolvida pelo brasileiro, principalmente no Rio de Janeiro, nos ranchos. Então, o primeiro a colocar no samba a cuíca, que é de origem moura, foi João Alves de Jesus, parceiro de Noel Rosa. A cuíca pode ser considerada brasileira, porque, quando ela veio para o Brasil, não tinha esse formato, a vareta era para fora.
São Paulo é uma cidade rica, como ela trata os artistas? Osvaldinho: Mas é pobre na política. Os políticos po-
deriam fazer mais por São Paulo. O que acontece? Essa tal violência é porque eles têm medo de falar sobre o controle da natalidade da população; têm medo de falar por causa da Igreja ou interessa para eles povo ignorante para poder ser marionete? São muitos problemas com São Paulo em todos os aspectos. Mas a cidade é rica em tudo, na culinária, na cultura, nos teatros. Temos aqui Bibi Ferreira - um beijão para ela e para esse povo maravilhoso.
Osvaldinho: São diversas coisas. Vou focar no que diz respeito à cultura. Mas são muitos problemas que precisam urgentemente ser revisados. Em primeiro lugar, para os vereadores, deputados e senadores, os governantes: São Paulo não tem, como há no Rio de Janeiro, uma iniciativa de se criar um grande espaço para a Casa do Artista. Todo dia, há artistas e compositores morrendo na sarjeta. Então, senhores vereadores, deputados, senadores, por favor, é urgente a Casa do Artista em São Paulo, porque está cheio de empresário aí. Ermírio de Moraes sempre deu e está dando um apoio para essas coisas: precisamos da Casa do Artista. Chega de morrerem artistas jogados na sarjeta, sem terem onde ficar.
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Lazzari / CMSP
Nós vivemos hoje um momento especial, porque é a revisão do Plano Diretor da cidade. Na área da Cultura, o que você acha que deveria mudar?
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Imaizumi / CMSP
Edvaldo
Santana O trem de ferro, se não fosse JK Ia ser bom pra transportar Brasil inteiro Em Trinidad, quando o trem tá pra chegar Do Itaim dá pra ver que já vem cheio Calmon Viana, variante de Itaquá Oh, seu Goulart, Aracaré com Mané Feio Samba de Trem Edvaldo Santana / Mauro Paes / Artenio Fonseca
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Edvaldo Santana
“ Paulistano solidário e solitário” Edvaldo Santana é conhecido por misturar blues com a música urbana. Ele, criado em São Miguel Paulista, na Vila Nitro Operária, em uma casa com muita música, adora São Paulo. “É uma cidade maravilhosa, forte e tem esse lado da motivação.” Edvaldo defende mais apoio para as atividades culturais. “São Paulo é uma capital cosmopolita, com vários povos e costumes; essas manifestações têm de aflorar”, conclama. Veja os principais pontos da entrevista: O que São Paulo representa para a sua música?
“ Não se deve construir mais nada que não interessa a São Paulo”
Edvaldo Santana: Eu sou paulistano mesmo. A
cidade é a base da minha vida. As referências que tenho da vida passam por São Paulo. Valorizo muito a relação humana. É legal quando você vê as pessoas sorrindo, respeitando as outras. Eu aprendi solidariedade em São Paulo. Esse sentimento de solidariedade, carinho, respeito.
O paulistano tem fama de ser solitário. Você concorda? Edvaldo: Sim, ao mesmo tempo em que ele é solidá-
Para um artista que gosta de falar de pessoas, é uma fonte incrível, não é? Edvaldo: Uma das maiores fontes do mundo. Os
personagens estão lá. Essas diferenças que São Paulo tem é que motivam.
Fotógrafo / CMSP
Imaizumi / CMSP
rio, é solitário. É uma cidade solitária, principalmente para quem vem de fora, a cidade isola muito, é difícil para quem chega. É uma cidade do trabalho, que cobra muito das pessoas. O cara que vive em São Paulo vive em qualquer parte do planeta, porque em São Paulo
você tem de se virar. É uma cidade maravilhosa, forte e todo mundo é louco pela cidade porque ela tem esse lado da motivação. Eu preciso passar em São Paulo para poder me concentrar no mundo, além de ter a diversidade cultural que tem, com uma mistura do samba, do hip-hop, do forró, do baião, do xote, do rock, de tudo.
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Edvaldo Santana
Imaizumi / CMSP
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“É preciso levar o artista aonde tem gente.”
O que você melhoraria na cidade? Edvaldo: Primeiro, seria valorizar o ser humano. Tem de parar essa especulação imobiliária horrorosa que não traz nada de novo e plantar árvores, por exemplo. Os campinhos de futebol se acabaram todos. Cinema de rua também acabou. Tem de ter cinema e teatro perto de casa. Não se deve construir mais nada que não interessa a São Paulo. O que interessa? Melhorar a qualidade de vida das pessoas. Precisa ter árvores, oxigênio para respirar, água, limpeza. As pessoas têm de aprender a lidar com a cidade, cuidar dela. Quais os projetos que deveriam estar no Plano Diretor em relação à cultura? Edvaldo: São Paulo é uma capital cosmopolita, com vários povos e costumes. Essas manifestações têm de aflorar. Lembro-me de um Movimento Popular de Arte (MPA), nos anos 70 e 80, em que colocávamos as pessoas na praça. Falávamos que a pessoa poderia trazer aquela poesia que estava na gaveta e expor na praça. Então, as pessoas traziam o violão. Primeiro, é não deixar o cara trancado, é tirá-lo de frente da televisão, que é um bicho que deixa a pessoa isolada. O cara não se relaciona com mais ninguém. Para isso, precisa batalhar, ter força, recursos, pessoas interessadas e tal. Essa ideia de levar os artistas a determinados lugares. Às vezes, programa-se um show, com um artista legal, num local onde as pessoas não frequentam. É preciso levar o artista aonde tem gente. Onde tem gente é no calçadão? A arte tem de ser feita lá. No calçadão onde tem gente, onde o povo pode ouvir você cantar, recitar um poema ou assistir a uma performance de teatro. Se for feito num lugar aonde ninguém vai, como pode ser feito? É para o povo. Não existe aquele velho ditado: “O artista tem de ir aonde o povo está”? Isso é antigo, depois o Milton Nascimento cantou.
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Giovanna
Maira Dentro de nós existe Uma força que move os corações Que reanima a alma Quando tudo parece ilusão Olhe pra dentro de você Encontrará a harmonia Necessária para o amor brotar Enfim, a paz Reinar
M Gomes / CMSP
Acreditando em você Giovanna Maira
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Giovanna Maira
“Seu mundo não está preparado para viver no meu” Cega desde um ano de idade por causa de um câncer, Giovanna Maira é uma cantora que adora São Paulo, mas também reclama dos problemas de locomoção para as pessoas com deficiência: Calçadas mal conservadas, orelhões, lixeira em portão, degrau, carro parado em cima de calçada, ponto de ônibus sem sinalização. “Sabemos dos problemas e gostaríamos de pensar com os governantes sobre uma maneira de melhorar essa situação”, diz Giovanna. Eis os principais pontos da entrevista: Como seus pais reagiram ao saber de sua deficiência visual? Giovanna Maira: Para eles, tinha acabado o mun-
do. Minha mãe achou que passaria o resto da vida dela e da minha dentro de um quarto escuro comigo. O que eu ia fazer? Ia vender espanador na rua? Pedir esmola? Qual era o meu futuro? O médico, vendo todo aquele desespero, natural dos pais que passam por aquela situação, aconselhou-os a me colocar na música, a me
A arte quebra as barreiras da deficiência? Giovanna: Exato, embora eu ainda veja que você
enfrenta preconceitos, sim, pela deficiência. As pessoas ainda acham, na televisão, na mídia, que o deficiente não vai atrair venda de CD. O cara do Paralamas, por exemplo, era um supersucesso. Sofreu um acidente, ficou paraplégico, onde está agora? Você o vê muito raramente na televisão. Pessoas como o Marcelo Yuka, que tomou um tiro, onde está? Está sobrevivendo de música, mas paralelamente à mídia. Então, a mídia
M Gomes / CMSP
“ Não sou eu que não sei comprar, é a pessoa que fabrica que não sabe me vender.”
dar um piano, porque isso ampliaria o mundo de um deficiente visual. Depois de muita luta, porque, até para estudar música as pessoas achavam que eu não tinha condição, encontrei um lugar que me aceitou, um colégio de freiras, onde comecei a ter aulas de piano aos 3 anos de idade. Daí para frente eu não parei mais.
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Giovanna Maira
“A mídia não acredita em mim, não acredita nas pessoas com deficiência.”
ainda é aquela coisa de ter o corpo perfeito, de ser bonitona, de ter todos os sentidos, de dançar. Não que eu não possa fazer tudo isso, mas acho que a mídia não acredita em mim, não acredita nas pessoas com deficiência.
O que você acha que deveria ser mudado? Giovanna: As pessoas precisam começar a pensar no ou-
tro. Acho que, talvez até pela nossa excessiva tecnologia, temos nos tornado cada vez mais egocêntricos, presos no nosso mundinho, no nosso telefone, no nosso computador, e temos nos esquecido de olhar para o lado. Precisamos retomar esses valores, porque digo sempre: Não sou eu que não consigo viver no seu mundo, é o seu mundo que não está preparado para viver no meu. Consigo muito bem ir ao mercado fazer minha compra, sei o que quero, tenho meu dinheiro e posso pagar. O problema é que não consigo chegar ao mercado e identificar o produto que quero comprar porque não está em Braille. Então, desculpem, não sou eu que não sei comprar, é a pessoa que fabrica que não sabe me vender.
Você mora em Osasco, mas está em São Paulo direto. É apaixonada pela cidade? Giovanna: Eu amo São Paulo. Não saberia morar em um
lugar menos movimentado que São Paulo. Eu nasci em Santa Cruz do Rio Pardo e tenho grande parte da minha família ainda estabelecida lá. E vou para lá, fico um final de semana e já pergunto: Cadê o barulho, a fumaça?. Acho São Paulo incrível, sua vida noturna incrível. Mas, como toda cidade grande, tem problemas, principalmente para os deficientes.
O que é mais grave para as pessoas com deficiência em São Paulo? lhões. Aquela coisa do orelhão, o cego deixa seu chifre ali todo dia, é impressionante. Não tem como. Por que não substituir por uma cabine? Lixeira em portão, degrau, carro parado em cima de calçada, ponto de ônibus sem sinalização. Custava colocar um dispositivo que avisasse o ônibus ou ter alguém das companhias treinado para ajudar? Sabemos os problemas e gostaríamos de pensar com os governantes sobre uma maneira de melhorar essa situação.
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M Gomes / CMSP
Giovanna: Locomoção. Calçadas mal conservadas, ore-
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ARTE & POLÍTICA
Reflexões
dos Partidos
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arte e política
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RenattodSousa
O Plano Diretor de São Paulo 2013
Vereador
Alessandro Guedes pelo Líder do Partido dos Trabalhadores
Com dimensões enormes e um dinamismo próprio, São Paulo traz para seu habitante o desafio de bem viver. Continuamente, a mudança que está no seu DNA perpetua a necessidade de criar, aperfeiçoar, modificar todos os conceitos da metrópole. O Plano Diretor Estratégico segue nesse caminho. Incentivo na redução de impostos a fim de que empresas invistam em áreas carentes de emprego é uma necessidade que, por anos a fio, o cidadão tem solicitado. Morar perto do trabalho permite que se tenha qualidade de vida. O acesso a serviços essenciais é primordial. O Projeto de Lei 358/2013, que trará melhoria para o dia a dia do cidadão dispõe sobre o corte de água e luz nas vésperas de finais de semana e feriados - é um passo grande rumo a esta nova fase da cidade. Ao contribuir para que o deslocamento seja menor e mais rápido (olha aí, as melhorias no transporte público e na engenharia de trânsito!) outras alternativas de
Outros pontos serão atingidos com as novas obras e restauro. Entre eles estão a ocupação do solo e a legislação do entorno, o incentivo do transporte público, mais áreas asfaltadas, postes, conserto de calçadas. Setores prioritários como a Saúde, Educação, Meio Ambiente, Saneamento Básico, Segurança também receberão a devida atenção
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arte e política
comércio, lazer e esporte estarão neste novo Plano, uma vez que o trabalhador colocará na sua agenda diária não só o ganha-pão, mas também uma variedade de opções culturais que permeiam São Paulo. Da cidade também fazem parte prédios abandonados, os quais irão contemplar aqueles que precisam de moradia. População numerosa, os moradores em situação de rua protagonizam o PL 13/2013 de minha autoria - com isso, haverá uma melhor utilização desses espaços e eles poderão receber um teto. O Arco do Futuro atingindo a avenida Cupecê (localizada na zona Sul), as marginais do Pinheiros e do Tietê, JacuPêssego (zona Leste), os municípios de Osasco e Guarulhos (Grande São Paulo) até a divisa com Mauá (região do ABC) também promete revolucionar a vida de quem vive aqui, criando polos empresariais que vão gerar emprego e renda. Outros pontos serão atingidos com as novas obras e restauro. Entre eles estão a ocupação do solo e a legislação do
Informação:
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Apesar do concreto, da sua dureza, dos problemas que sempre aparecem não há como negar a beleza da metrópole entorno, o incentivo do transporte público, mais áreas asfaltadas, postes, conserto de calçadas. Setores prioritários como a Saúde, Educação, Meio Ambiente, Saneamento Básico, Segurança também receberão a devida atenção. Apesar do concreto, da sua dureza, dos problemas que sempre aparecem não há como negar a beleza da metrópole. Todo extremo torna-se difícil, mas o amor incondicional que tenho por essa cidade faz com que eu queira cada vez mais trabalhar. Desistir não faz parte do meu vocabulário e, acredito, de ninguém que viva em São Paulo.
Bancada TEL (11) 3396-4475
1
Vereador
Vereador
Vereador
Vereador
Vereador
Vereador
Vereador
Vereador
Vereador
Vereador
Alessandro Guedes
Nabil Bonduki
Fotos:
1
Alfredinho
Paulo Fiorilo
Arselino Tatto
Reis
Jair Tatto
Senival Moura
José Américo
Vereadora
Juliana Cardoso
Vavá
RenattodSouza | Demais: CCI.1 / CMSP
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arte e política
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RenattodSousa
Diversão e arte para qualquer parte
Vereador
Floriano Pesaro Líder do Partido da Social Democracia Brasileira
A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte. (Música Comida, dos Titãs) Diversão e arte deveriam ser tão essenciais na vida das pessoas quanto comida. É por meio da arte que conhecemos melhor nossa cultura, a cultura dos outros povos e de outros tempos. E a arte é também uma forma de expressão. O tema desta revista é Política e Arte, dois assuntos que influenciam diretamente na vida de todos. Talvez, nos dias atuais, em que vivemos em uma democracia, as pessoas não sintam essa influência. Ela era mais evidente nos anos 60, 70 e 80, quando o Brasil estava sob a sombra da ditadura e a juventude que era contra a repressão usava a arte para expressar seu descontentamento com a política. O PDE é a lei que dá as diretrizes para atender as necessidades dos cidadãos em todas as áreas, desde habitação, transporte, até desenvolvimento de atividades econômicas e inclusão social. É a lei que o Prefeito e os vereadores DEVEM ter como norte para suas ações. Uma das diretrizes do PDE é a construção dos Planos Regionais e de Bairro, com a participação das comunidades locais. Nestes planos os moradores devem indicar quais as necessidades do lugar onde vivem: vaga em creche, no posto de saúde, ciclovias no próprio bairro, ônibus e equipamentos de cultura. O Plano Diretor em vigor foi aprovado em 2002 e lá já estava prevista a construção dos CEUs (Centros de Educação Unificados), que entre outras funções estava a de levar cultura para a periferia da cidade. Infelizmente poucas atividades cul-
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Uma das diretrizes do PDE é a construção dos Planos Regionais e de Bairro, com a participação das comunidades locais. Nestes planos os moradores devem indicar quais as necessidades do lugar onde vivem
Os bairros escolhidos para a construção das Fábricas de Cultura foram Jardim São Luís, Itaim Paulista, Parque Belém, Sapopemba, Vila Curuçá, Vila Nova Cachoeirinha, Cidade Tiradentes, Brasilândia, Jaçanã e Capão Redondo. Destas dez, oito já foram entregues e estão em pleno funcionamento.
turais são oferecidas nestas escolas, que contam com boas estruturas físicas, como teatro, auditório, biblioteca.
Além das diretrizes do PDE, outra iniciativa que vai garantir recursos para a área de cultura de forma mais organizada e, ainda, vai funcionar como uma ferramenta estruturante, para ajudar a pensar a cultura na cidade de forma mais democrática é o projeto (PLO 02/2010) de minha autoria, que cria o Plano Plurianual de Cultura.
Um exemplo de sucesso criado pelo Governador Geraldo Alckmin é a Fábrica de Cultura, que produz inclusão social, diversão, arte, lazer e cidadania. É um espaço criado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Um dos critérios para escolher os locais para instalação de uma Fábrica é o Índice de Vulnerabilidade Juvenil da região, que foi criado especialmente para o projeto pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), que tem como indicadores: frequência escolar, gravidez na adolescência e violência entre jovens.
Informação:
Jovens e crianças destas regiões desfavorecidas têm a oportunidade de frequentar aulas de iniciação artística de música, teatro, circo, dança, multimeios e artes plásticas. As Fábricas também fazem difusão cultural, abrigando espetáculos que podem ser vistos por toda a comunidade.
Com esta lei, a política cultural da cidade passará a ser elaborada em conjunto, e de forma planejada, com os diversos movimentos culturais urbanos. Um avanço e tanto para uma metrópole tão diversificada como a nossa. Só assim poderemos oferecer diversão e arte para qualquer parte.
Bancada TEL (11) 3396-4583 1
Vereador
Vereador
Vereador
Vereador
Vereador
Vereadora
Andrea Matarazzo
Gilson Barreto
Fotos:
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Aurélio Nomura
Mario Covas Neto
Claudinho de Souza
Vereador
Coronel Telhada
Vereador
Eduardo Tuma
Vereador
Floriano Pesaro
Patrícia Bezerra
RenattodSouza | Demais: CCI.1 / CMSP
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M Gomes / CMSP
Diálogo democrático para elevar o padrão habitacional na cidade de São Paulo
Vereadora
Edir Sales Líder do Partido Social Democrático
Diálogo democrático para elevar o padrão habitacional na cidade de São Paulo o Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade de São Paulo que é o instrumento básico do processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, será um dos temas que a Câmara Municipal de São Paulo enfrentará nos próximos meses. Como líder do PSD na Casa, acredito ser de extrema importância a revisão do Plano para atualizá-Io de acordo com as reais necessidades do município, promovendo mudanças que venham ao encontro dos interesses da população, atualmente estimada em 11 milhões de habitantes, o que faz de São Paulo uma das maiores cidades do mundo e a maior do Hemisfério Sul. Por se tratar de um projeto complexo, que vai nortear a ação dos agentes públicos e privados pela próxima década, é imprescindível fazer uma avaliação minuciosa desses derradeiros 10 anos do Plano, para aí então, propor as alterações cabíveis, como por exemplo, substitutivos ao texto original, enviado à CMSP pelo executivo. Um dos principais objetivos do próximo Plano Diretor, para nós do PSD, no tocante habitacional, é melhorar a qualidade de vida, com elevação dos padrões de habitabilidade da população, mantendo equilíbrio nos aspectos social, econômico, ambiental e institucional. Segundo dados do censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), da fundação SEADE (Sistema Estadual de Análise de Dados) e de pesquisas feitas pela prefeitura de São Paulo no período 2000-2004, o município apresentava, até aquele momento, um déficit de aproximadamente 800 mil unidades habitacionais. Isto equivaleria, segundo tais pesquisas, há aproximadamente três milhões de cidadãos sem acesso à habitação formal ou em habitações precárias: nestes números constam a população de loteamentos clandestinos e irregulares, a população moradora de favelas e a população moradora de cortiços. De
O desafio é elaborar uma minuta de lei que confira moradias dignas nas regiões destinadas ao adensamento populacional, onde haja também áreas verdes, transporte coletivo e espaço cultural para que as famílias possam ter qualidade de vida e acesso ao lazer, sem precisar se deslocar para outras regiões
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É importante a participação de diversos setores da nossa sociedade; estimular os munícipes a emitirem suas opiniões, promover debates e trazer novas propostas durante o processo de avaliação do PDE, para que o plano corresponda com a realidade e os anseios para o futuro
a população total da maioria das capitais e dos maiores municípios paulistas.
acordo com dados da Prefeitura de São Paulo, há o registro da existência de 1.613 favelas em todo o município.
São Paulo é uma megalópole dinâmica com as principais características de uma cidade superlativa. É natural haver objetivos conflitantes e, por isso mesmo, discutir sobre os objetivos pode auxiliar a encontrar soluções que contemplem mais de um ponto de vista. Enquanto aguardamos o posicionamento do atual prefeito, vamos estudando uma maneira de dialogar democraticamente e chegar a um resultado favorável cuja população seja a maior beneficiada. É importante a participação de diversos setores da nossa sociedade; estimular os munícipes a emitirem suas opiniões, promover debates e trazer novas propostas durante o processo de avaliação do PDE, para que o plano corresponda com a realidade e os anseios para o futuro. Desse modo, será possível alcançar uma melhor qualidade de vida para todos os habitantes.
O desafio é elaborar uma minuta de lei que confira moradias dignas nas regiões destinadas ao adensamento populacional, onde haja também áreas verdes, transporte coletivo e espaço cultural para que as famílias possam ter qualidade de vida e acesso ao lazer, sem precisar se deslocar para outras regiões. O direito à moradia digna é garantido pelo artigo 6 da Constituição da República Federativa do Brasil. No artigo 79, parágrafo único, do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, vigente, tratando dos objetivos da política municipal de habitação, define o seu significado: “moradia digna é aquela que dispõe de instalações sanitárias adequadas que. garantam as condições de habitabilidade, e que seja atendida por serviços públicos essenciais, entre eles: água, esgoto, energia elétrica, iluminação pública, coleta de lixo, pavimentação e transporte coletivo, com acesso aos equipamentos sociais básicos”. No entanto, é alarmante o número de moradores em habitação precária na cidade de São Paulo. Essa concentração da precariedade é significativa, tanto que, numa escala demográfica, essa massa populacional seria o décimo terceiro município do Brasil. É uma massa que supera
Informação:
Uma das ações que a CMSP está analisando para mitigar o problema habitacional, especificamente localizado na região do Heliópolis, é a solicitação da população pela área que tem mais de 420 mil quadrados, localizada no Distrito do Ipiranga. O Projeto de Lei, em trâmite, dispõe sobre a concessão ao Programa de Habitação Social do Conjunto Heliópolis da Secretaria Municipal de Habitação da cidade. O referido terreno será utilizado para construir unidades habitacionais populares para atender a população de baixa renda.
Buscamos, através do PDE, instrumentalizar a cidade a fim de que possamos equacionar possíveis soluções para muitos dos problemas do município. Já foram realizadas diversas audiências públicas na gestão anterior, e agora, na atual legislatura também vem acontecendo as reuniões. Mas é importante avançar com o processo da análise, conclamando a população para ampliar o debate, contribuindo assim, para a consolidação de um plano que vise uma ocupação mais ordenada e sustentável.
Bancada TEL (11) 3396-4163
Vereador
Vereador
Vereadora
Vereador
Coronel Camilo
Marta Costa
David Soares
Vereadora
Edir Sales
Vereador
Goulart
Vereador
José Police Neto
Vereador
Marco Aurélio Cunha
Souza Santos
Fotos: CCI.1 / CMSP
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Legislar rumo a uma cidade ideal e desenvolvimentista, mas nem sempre perfeita
M Gomes / CMSP
Vereador
Ricardo Nunes Líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro
A cidade ideal, ao contrário do que se pensa, nem sempre é a cidade perfeita, mas sim uma cidade adequada para se viver de acordo com a realidade da população. Imbuídos desse espírito de transformação é que nós vereadores da bancada do PMDB estamos legislando com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da cidade de São Paulo sem restringir ou agredir o direito de todos. Repensar o desenvolvimento da cidade é, essencialmente, se voltar nesse momento para a discussão da Revisão do Plano Diretor, que teve início em abril, com audiências públicas e a participação de líderes da sociedade civil que são atuantes em suas regiões. Esta é uma grande oportunidade de interagir com a sociedade sobre a real situação para que possamos debater juntos nossas ideias e anseios de uma cidade viva, melhor estruturada e mais humanizada. A mobilidade urbana é um dos grandes desafios desse Plano Diretor, e é, sem dúvida, a mais urgente de todas as discussões que demanda intervenções imediatas. Por este motivo nós vereadores do PMDB protocolamos em 2013 o Projeto de Nº 1 da Câmara Municipal de São Paulo (PL 001/2013). E sua proposta pretende garantir melhorias para trânsito e transporte público da cidade com a criação do Fundo Municipal de Transportes Sobre Trilhos. Hidrovias Outro projeto de Lei, de minha autoria, que pretende revolucionar o transporte público com a criação de Transporte Público Hidroviário é o PL 54/2013. Utilizando-se da estrutura de hidrovias que a cidade oferece, por meio dos rios
A mobilidade urbana é um dos grandes desafios desse Plano Diretor, e é, sem dúvida, a mais urgente de todas as discussões que demanda intervenções imediatas
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e represas, transportar passageiros. Além de ser mais econômico atenderá as necessidades de locomoção para o trabalho e lazer sendo articulado com terminais de ônibus e estações de metrô. O bilhete único poderá ser utilizado para que as pessoas possam pegar o transporte hidroviário, ônibus, trem e metrô. O projeto já foi aprovado em primeira votação na Câmara de São Paulo e já teve o aval do prefeito Fernando Haddad que pretende implementar na cidade. O próximo passo será a realização de audiências públicas para complementação do Projeto de Lei, com sugestões, caso seja necessário, para novamente ir a votação na Câmara e depois seguir para sansão do prefeito, regulamentação e implantação da Lei.
2,5 milhões de pessoas saem dos subúrbios para trabalhar nas regiões. Sessenta e cinco por cento desses empregos estão na área de serviços, concentrados no setor de escritórios da zona sul, gerando grandes congestionamentos
Pensar em mobilidade urbana é também discutir sobre moradia e trabalho. Buscar a aproximação e a geração de emprego e renda, principalmente nas periferias, onde se concentra a população que mais sofre com a falta de mobilidade e infraestrutura.
sa ser revista. Minha sugestão, já apresentada na Câmara Municipal por meio do Projeto de Lei (PL 238/2013) propõe mais que a simplificação para obtenção da Licença de Funcionamento, sugere trazer para realidade uma situação que as pessoas parecem não querer enxergar.
De acordo com o diretor de Urbanismo da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Kazuo Nakano, 2,5 milhões de pessoas saem dos subúrbios para trabalhar nas regiões. Sessenta e cinco por cento desses empregos estão na área de serviços, concentrados no setor de escritórios da zona sul, gerando grandes congestionamentos.
A proposta de desvincular o Habite-se da Licença de Funcionamento, como já existe em tantos outros municípios é essencial para sairmos da “Cidade Ilegal”. Não podemos admitir que 80% do comércio não tenha Licença de Funcionamento e não simplifiquemos o processo para que combatamos essa infeliz realidade. Vamos legislar para a Cidade Real e não para a Cidade Ilegal.
Pensar em estratégias e garantir a realização dessas ações de maneira efetiva é um dos grandes desafios. Para isso, o comércio também precisa estar preparado, inserido na visão de futuro da cidade. Se oitenta por cento do comércio vive de forma irregular (sem Licença de Funcionamento) é obvio que a Lei preci-
Informação:
Repensar no desenvolvimento da cidade de São Paulo é a nossa missão, enquanto PMDB. Trabalhamos com foco na realidade e em parceria com a população para assim melhor traduzir as verdadeiras necessidades rumo a uma cidade desenvolvimentista e que funcione cada vez melhor.
Bancada TEL (11) 3396-4063
Vereador
Calvo
Vereador
George Hato
Vereador
Nelo Rodolfo
Vereador
Ricardo Nunes
Fotos: CCI.1 / CMSP
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Claudia Martins
Plano Diretor Estratégico: Aprendendo com os erros
Vereador
Paulo Frange Líder do Partido Trabalhista Brasileiro
O Plano Diretor Estratégico passa agora por uma nova revisão. Está clara a necessidade de rever conceitos, e assumir os erros do passado. A cidade não pode mais continuar crescendo sobre o que sobrou do nosso verde. Há no Plano Diretor, as macrozonas de proteção ambiental, que foram o maior avanço na proteção ao meio ambiente que ainda resiste à insanidade e agressividade humana. Aqui, não foi melhor porque faltou responsabilidade com fiscalização eficiente. A cidade avançou sobre os mananciais ao sul e sobre a Serra da Cantareira ao norte. Pior ainda é não ter resolvido a questão da transferência do direito de construir, que seguramente teria garantido mais áreas verdes e mais parques lineares, vencendo o desafio ambiental da metrópole. Assim foi também a produção de habitações de Interesse Social, que trouxe com as ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social, muita esperança, logo frustrada pois, quase nada saiu do papel. Mesmo com áreas delimitadas, só fez parte de discursos, faltando coragem e vontade política para encarar o tema de frente. A verticalização foi epidêmica e selvagem em toda a cidade, sem respeitar as tradições dos bairros, e seus moradores. Verticalizações de unidades comerciais e residenciais se espalharam. Houve descaracterização da Cidade de São Paulo! O PDE de 2002 foi para a época um grande avanço, mas sem as regulamentações, atendeu apenas aos interesses imobiliários. Escrevemos nesse plano, sobre as ZPI - Zonas Predominantemente Industriais, e nessas regiões não melhoramos o sistema viário e muito menos a infraestrutura como: energia elétrica compatível com a atividade industrial, fibra ótica, largura das ruas e acessibilidade para os trabalhadores. Tudo ficou só no papel, e as indústrias foram embora, em grande parte para municípios vizinhos. Fomos além, criamos as ZEPAG - Zona Especial de Proteção Agrícola e Extração Mineral. Nada foi feito. Agricultores foram invadidos por movimentos por moradia e sem terra, e nenhum incentivo à agricultura urbana e agroecologia aconteceu. Estavam novamente apenas no papel e nos desenhos. Isso sem contar as terras inférteis e o empobrecimento de colônias rurais, hoje expulsas de seus territórios.
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Esquecemos no plano anterior da mobilidade urbana, e também muito pouco se fez ao longo desses anos. No Plano Diretor Regional, onde poderíamos contemplar problemas locais, também falhamos. Deixamos a desejar e temos muitas reclamações. Muito confl ito Urbano sem solução até o momento. Não atendemos a ansiedade da população e tampouco levamos em consideração as Audiências Públicas. Agora, à luz de um conceito de Arco do Futuro, parece ficar mais fácil e mais racional materializar a máxima do “trabalhador próximo do local de trabalho”. Ocupar os vazios da cidade, ao longo dos rios, e buscar com os incentivos fiscais, levar as empresas para os bairros, onde moram os trabalhadores. Já temos em andamento o processo seletivo para o Arco Tietê, que vai da Lapa ao Tatuapé. Uma esperança! E, um projeto de lei para tratar dos incentivos fiscais em áreas cuidadosamente estudadas. As Operações Urbanas, ferramentas modernas e avançadas, mostraram seus defeitos, por falta de projeto urbanístico e de melhor avaliação da capacidade de suporte de cada uma dessas intervenções. A Operação Urbana Água Branca, em revisão depois de 18 anos, é a primeira com
Informação:
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À luz de um conceito de Arco do Futuro, parece ficar mais fácil e mais racional materializar a máxima do “trabalhador próximo do local de trabalho”
projeto urbanístico detalhado, e já nos ensina que é hora de rever as demais. Agora, queremos mais eficiência na política de mobilidade urbana. Hoje temos pouco mais que 20% da extensão dos corredores que deveríamos ter. O transporte público viaja a 13 km/hora. Vamos buscar conceitos claros e aplicáveis. Definição das áreas estritamente residenciais, para protegê-las. Implementar uma política clara e segura para habitações de interesse sociais e moradia popular. Modernizar as Operações Urbanas. O novo Plano Diretor Estratégico deverá tratar entre tantos outros temas, o Arco do Futuro com responsabilidade e prioridade.
Bancada TEL (11) 3396-4495 1
Vereador
Adilson Amadeu
Fotos:
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Vereador
Conte Lopes
Vereador
Marquito
Vereador
Paulo Frange
Claudia Martins | Demais: CCI.1 / CMSP
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arte e política
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Ângelo Dantas / CMSP
Uma revolução verde para a cidade de São Paulo
Vereador
Dalton Silvano Líder do Partido Verde
Quatro vereadores integram a bancada do Partido Verde na Câmara de Vereadores de São Paulo: Abou Anni, Dalton Silvano, Gilberto Natalini e Roberto Trípoli. A atuação desses parlamentares é marcada por propostas, projetos de leis e debates que visam a preservação do meio ambiente, o respeito à vida. Esse trabalho está calcado em 11 valores básicos que norteiam a política ambientalista do partido para a cidade de São Paulo:
1. Meio Ambiente | O aquecimento global existe. A crise climática é real. Este é o problema social, econômico e ambiental mais grave que a humanidade enfrentará no século XXI. Isto exige uma atitude de cada um de nós. E a cidade de São Paulo deve ser uma cidade líder deste processo de mudança, necessária à nossa sobrevivência enquanto espécie e necessária à sobrevivência das outras espécies de seres vivos. 2. Transportes | Transporte sustentável é transporte público de qualidade, limpo, não poluente e em quantidade adequada. É fundamental: Apoiar o governo estadual na expansão do metrô e modernização dos trens da CMTC. Substituir o diesel poluente por combustíveis limpos na frota de ônibus municipais. 3. Urbanismo e Acessibilidade | Viver bem em São Paulo. Acolher novas famílias e trabalhadores que venham enriquecer com seu trabalho uma economia que quer continuar vibrante, forte e de vanguarda. O conceito de cidade compacta deve comportar a revitalização e humanização do centro tradicional e uma constelação de centros satélites e periféricos, ligados por transporte público limpo e eficiente.
Gastar no mínimo 30% do orçamento com a manutenção e expansão da rede de educação no município. Exigência na formação, no concurso, na dedicação com a contrapartida de segurança econômica, seguridade justa, condições de trabalho adequadas, oportunidade de acesso na carreira
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arte e política 4. Saúde e Saneamento | Gastar no mínimo 20% do orçamento com a manutenção e expansão do Sistema Único de Saúde em São Paulo. Prioridade para Promoção da Saúde, Prevenção e Atenção Primária da Saúde. O Programa Saúde da Família é o programa chave para humanização e organização do sistema de racionalidade financeira dos gastos. Manter os 100% de água potável, atualmente distribuída e reduzir as perdas do sistema. 5. Educação | Gastar no mínimo 30% do orçamento com a manutenção e expansão da rede de educação no município. A prioridade número um é a qualidade da professora e do professor que devemos ter para as nossas crianças e não os prédios, equipamentos e estruturas físicas. 6. Habitação | A cidade tem cerca de 100 000 famílias morando em áreas de risco geológico. Ainda um número maior morando em áreas de várzeas e APP’s, em favelas e ocupações irregulares onde também correm risco de vida e doenças, além de impedir as funções naturais dessas áreas para a drenagem das águas da cidade. 7. Resíduos Sólidos | É a segunda causa de emissões de gases de efeito estufa na cidade. São Paulo tem importante programa de captação de Biogás dos seus Aterros Sanitários (Bandeirantes e São João) que gera energia elétrica para cerca de 500.000 habitantes e neutraliza cerca de 10% de nossas emissões. Isto foi reconhecido pelos órgãos auditores da ONU como uma contribuição da cidade para o combate ao aquecimento global e tem gerado créditos de carbono. 8. Economia Criativa e Cultura | São Paulo é a cidade nacional. Nada acontece aqui que não repercuta no Brasil e vice-versa. Tudo que acontece no Brasil nos atinge, mas São Paulo é muito mais. E uma síntese do mundo. E poderá ser a cidade mundial mais importante do hemisfério sul do planeta. Para atingir este objetivo, além dos seus atributos econômicos, financeiros, de comunicação e estrutura, o mais importante para São Paulo é preservar, desenvolver e incorporar novos atributos culturais e humanos. 9. Pobreza e Miséria | O Brasil chegou à 6a colocação no ranking mundial das potências econômicas, mas continua
Informação:
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Poderá ser a cidade mundial mais importante do hemisfério sul do planeta. Para atingir este objetivo, além dos seus atributos econômicos, financeiros, de comunicação e estrutura, o mais importante para São Paulo é preservar, desenvolver e incorporar novos atributos culturais e humanos
sendo um dos primeiros lugares no ranking da desigualdade social, da opressão, da distancia entre a extrema riqueza e a extrema pobreza. São Paulo, como cidade nacional, não pôde fugir desta herança história de nosso desenvolvimento capitalista. Na verdade, com a crescente integração da economianacional e mundial, não há salvação ou resolução isolada ou mesmo nacional para esta injustiça da forma como a humanidade vive na Terra.
10. Cultura de Paz | A sociedade humana viveu sempre sob a hegemonia da cultura da violência. Desde a antigüidade até a época moderna de capitalismo e socialismo esta foi a realidade. A lei da selva, a lei do mais forte tem se sobreposto à solidariedade e à fraternidade. As justificativas para as “guerras justas”, para as revoluções violentas em nome do progresso e da justiça social se enraizaram ao dia a dia, na competição sem limites entre as pessoas, e alimentadas pelos meios de comunicação em busca de um consumo e prazer infinitos e absolutos. 11. Gestão democrática e descentralizada | A subsidiariedade, conceito de governança usado pela comunidade européia, nos diz que tudo que puder ser feito/ decidido no nível local seguindo princípios gerais, construídos por consenso dá frutos melhores e mais duradouros. No caso de uma cidade país e diversa como a nossa, isto cai como uma luva, É claro que deve haver um planejamento global e tarefas globais para o governo da cidade nas várias políticas públicas.
Bancada TEL (11) 3396-4516
Vereador
Abou Anni
Vereador
Dalton Silvano
Vereador
Natalini
Vereador
Roberto Tripoli
Fotos: CCI.1 / CMSP
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São Paulo – Eu escolhi para viver e quero viver com dignidade!
Divulgação
Vereador
Wadih Mutran Líder do Partido Progressista
Falar da cidade que abraçou e recebeu o maior numero de imigrantes do Brasil não é uma tarefa fácil. Falar de São Paulo é o mesmo que falar do mundo todo, de pessoas de todas as raças, de todas as religiões, de todas as culturas, nacionalidades e de todos os costumes. A “terra da garoa”, construída com empenho e determinação pelos povos vindos de todos os cantos do Brasil e do mundo, carrega em cada pedaço de seu solo o orgulho e o suor de todos aqueles que emprestaram suas habilidades para transformá-la no que ela é hoje. E como cantou Tom Jobim: “São Paulo. Na tarde tão fria. Busquei teu calor e teu amor”. O verso da música reflete muito bem o sentimento de todos os moradores da cidade, que no meio do transito caótico, transportes superlotado, longas distancias a percorrer entre o trabalho e a casa, desequilíbrio econômico, falta de emprego e moradia, com tudo isso, ainda assim declara o seu amor à cidade. E é em nome deste amor que aceita suas qualidades, seus defeitos, vantagens e desvantagens. São Paulo é responsável por tantas fantasias, surpresas e saudades. Esta cidade multicultural dá o seu calor sem preconceito aos que chegam. Consegue transformar todos os costumes em sabores, cheiros, sotaques, improvisos, contradições e ousadia.
“São Paulo. Na tarde tão fria. Busquei teu calor e teu amor”. O verso da música reflete muito bem o sentimento de todos os moradores da cidade
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partidos - pp
E quem disse um dia que a cidade é cinza, fria, de muita correria, das luzes, das cores, das desigualdades, das oportunidades, desencontros, dos arranhas céus e dos contrastes?
A expansão das linhas de metrô, dos corredores de ônibus e a ampliação do transporte coletivo em geral, se fazem necessárias... e com urgência em nome da saúde da população.
Quem disse não sabe que em meio a toda essa confusão encontramos sempre tempo para a nossa diversão.
Quem mora aqui não passa a vida olhando para o céu ou para os arranhas céus e sim para as calçadas que são em grande parte irregulares e cheias de buracos, verdadeiros desafios.
Que bom que fosse tudo tão lindo assim! Esta é a visão romântica e dos poetas, onde se encontram palavras para descrever e falar com maestria sobre todos os monumentos, arquitetura, arte, avenidas exuberantes e parques esplendidos e sobre o cotidiano do paulistano. Mas a realidade é outra e bem diferente. Com o número de pessoas que chegaram e ainda chegam de todas as partes do mundo, mais seus descendentes, a cidade literalmente encolheu, ficou apertada e precisa de várias reformas urgentes. Quem mora aqui vive só correndo, trabalhando em nome do desenvolvimento da cidade, ou melhor, do tal “cartão postal”, mas não recebe de volta o mesmo crescimento para seu uso pessoal e coletivo, ou de sua comunidade ou de seu bairro. Quem mora aqui, tem vida, e quer que essa vida seja digna. A cidade deve isso a sua população. Não temos escolas e creches suficientes, as comunidades vão crescendo desordenadamente nas margens de córregos, com isso, vem junto o problema do saneamento básico e da saúde. A falta de transporte coletivo, que atenda toda a população, é um capítulo à parte. O morador de São Paulo trabalha 8h por dia e leva outras tantas para se locomover.
Informação:
E se a vida já é difícil para quem enxerga, imagine para quem vive na escuridão ou é cadeirante? Para esse grupo de pessoas muitas coisas foram feitas só para inglês ver, ou melhor, passar. Calçadas ganharam guias rebaixadas, elevadores tem acesso a cadeirantes e rampas em prédios públicos, mas e no bairro dele tem tudo isso? Os deficientes visuais continuam com dificuldades, o ensino de Braille cresceu, mas eles continuam presos em sua escuridão. Falta quem lhes acenda a luz para que sejam cidadãos comuns, falta sinalização adequada adaptada às suas necessidades, semáforos sonoros que os avisem que e se podem prosseguir, pontos de ônibus que os informe que seu coletivo chegou e muito mais. São centenas de problemas que a cidade vive e não podemos resolver todos ao mesmo tempo, aos poucos vamos atendendo os apelos do cidadão que grita por melhorias. No momento estamos nos empenhando para tentar amenizar a vida do paulistano com projetos que vão desde o social, passando pela melhoria da qualidade de vida e alcançando o desenvolvimento tecnológico. São muitas as frentes para serem atacadas e só uma força tarefa honesta, sem preconceitos, apartidária e unida poderá solucionar a vida daqueles que escolheram a terceira metrópole do mundo para viver.
Bancada TEL (11) 3396-4701 1
Vereador
Edemilson Chaves
Fotos:
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Vereador
Wadih Mutran
Divulgação | Demais: CCI.1 / CMSP
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arte e política
partidos - pps
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Lazzari / CMSP
Por uma cidade mais viva, justa e acolhedora
Vereador
Ari Friedenbach Líder do Partido Popular Socialista
O compromisso do PPS e de seus dois vereadores com a população de São Paulo é ajudar a debater e aprovar um Plano Diretor que promova o desenvolvimento sustentável e garanta uma cidade mais feliz e acolhedora, sem perder de vista os ideais democráticos, da cidadania plena e da justiça social. Esse compromisso tem como referência o “Programa Cidades Sustentáveis”, iniciativa proposta pela Rede Nossa São Paulo, pela Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e pelo Instituto Ethos, com o objetivo de que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável. A capital de São Paulo sempre foi generosa com sua população, tanto com os nascidos aqui quanto com os que a escolheram para viver. Durante dezenas de anos, São Paulo foi um polo de atração de migrantes de várias partes do Brasil, que buscavam aqui a prosperidade, oportunidades e qualidade de vida. Por isso, é difícil crer que 56% dos moradores se mudariam da cidade se tivessem possibilidade de fazê-lo, conforme apontou uma pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo no início desse ano. Esse dado importante nos leva a refletir o porquê desse desejo. O que levou a cidade a perder sua magia e encanto. Uma das respostas vem da própria pesquisa: para 91% dos paulistanos, a violência é a principal preocupação dos moradores, que consideram São Paulo um lugar pouco ou nada seguro para se viver. Violência em geral, assaltos/roubos, tráfico de drogas e sair à noite são as situações que geram mais medo no dia a dia na cidade. Nosso partido tem como bandeira a qualidade de vida. Segurança é componente fundamental para garantir o bem estar. Como o combate à violência é
Para 91% dos paulistanos, a violência é a principal preocupação dos moradores, que consideram São Paulo um lugar pouco ou nada seguro para se viver
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arte e política
função do estado e não do município, a ajuda, no âmbito municipal, é mais de prevenção e monitoramento. A cidade pode colaborar, por exemplo, dando a importância merecida a Guarda Civil Metropolitana, cujo efetivo está defasado. Dos cerca de 6 mil colaboradores, apenas 1,5 mil estão realmente nas ruas fazendo o trabalho de prevenção. Por isso, tirar do papel o concurso público, que não acontece desde 2004, é fundamental. Além disso, precisamos melhorar as condições de trabalho, com mais treinamento, equipamentos modernos, melhores salários para o efetivo da corporação. A cidade também pode colaborar com a melhoria na prestação de serviço de iluminação pública. Hoje, esse serviço, que é terceirizado para uma concessionária, privilegia a iluminação de vias por onde passam carros. No entanto, as calçadas, muitas vezes estão mal iluminadas, facilitando ações de criminoso. Nos bairros de periferia o problema ainda é mais grave, já que ainda há muitos locais que não contam com iluminação pública. A cidade também deve enfrentar a questão da educação de qualidade. A pesquisa da Rede Nossa São Paulo também afirma que na educação, a falta de vagas em creches/ pré-escolas e a falta de respeito e valorização dos profissionais da educação destacam-se entre os pontos mais críticos na percepção dos paulistanos. As escolas municipais, que atendem principalmente os alunos do ensino fundamental, devem ter o foco na capacitação de professores, na formação cidadã das crianças e na educação em período integral. As cidades são o destino de tudo que é produzido no planeta. Porém, não devolvem quaisquer benefícios para o ambiente; apenas o sugam. São buracos negros. Para evitar que esses buracos drenem com cada vez mais intensidade as matérias-primas que sustentam a Vida, precisamos garantir uma reviravolta na urbanização. E São Paulo, a grande consumidora dos recursos naturais do país, pode ser um exemplo de reversão desse processo. O Plano Diretor só será capaz de reverter essa fórmula da insustentabilidade se equilibrar os pilares econômico,
Informação:
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partidos - pps
O Plano Diretor só será capaz de reverter essa fórmula da insustentabilidade se equilibrar os pilares econômico, social e ambiental no cerne de sua lógica. O desafio dos vereadores agora é exercitar, até o final do ano, um olhar sistêmico sobre a cidade, com ouvidos atentos à sociedade civil paulistana
social e ambiental no cerne de sua lógica. A versão elaborada em 2002 trata os problemas ambientais em itens periféricos e desarticulados de outras propostas. O desafio dos vereadores agora é exercitar, até o final do ano, um olhar sistêmico sobre a cidade, com ouvidos atentos à sociedade civil paulistana. Diversas organizações formularam o plano “São Pa ulo 2022”. A publicação reúne diretrizes e metas, com base no sucesso de grandes cidades pelo mundo, para que a São Paulo dos próximos dez anos seja mais democrática - com o poder descentralizado - e saudável - com rios despoluídos e descanalizados, 100% dos resíduos sólidos reciclados, expansão das áreas verdes como alívio para o clima, entre outros. A proposta ainda mostra a viabilidade da mobilidade urbana, economia criativa e inclusão digital. Sua maior contribuição, no entanto, é expor a fórmula, que se equaciona quando retornamos para o ambiente os benefícios que retiramos. Desinventar o lixo e fazer com que a vida útil dos produtos também seja circular, como todos os processos naturais, é um dos exemplos de como devem funcionar as políticas para uma cidade sustentável. Nela, o ser humano troca o papel de “sujeito de direitos infinitos” pelo de Guardião da Vida.
Bancada TEL (11) 3396-4566
Vereador
Ari Friedenbach
Vereador
Ricardo Young
Fotos: CCI.1 / CMSP
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arte e política
partidos - dem/pr
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Marcelo L.X. / CMSP
Qualidade de vida do cidadão e enriquecimento cultural das gerações
Vereador
Toninho Paiva Líder do Partido da República pelo Bloco Parlamentar DEM/PR
Há alguns anos faço parte da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente. Em nome do PR, eu, vereador Toninho Paiva digo que muito nos preocupa o fato da população passar horas dentro do transporte coletivo para se deslocar da sua residência ao trabalho e vice-versa. Com o novo Plano Diretor Estratégico pretendemos estreitar essa distância para que as pessoas não tenham mais esse desgaste físico e mental presente em sua rotina. Neste momento vou abordar a zona Leste, meu maior reduto eleitoral. Vamos trabalhar para que a região possa se desenvolver e oferecer uma estrutura ideal para morar, estudar e trabalhar. É de extrema importância deixar o mercado atrativo para que as empresas e as construtoras queiram investir nessa região, o que vai aumentar o índice de empregabilidade e consequentemente a qualidade de vida dos habitantes, fatores estes que são nossa obrigação. Entendo também que devemos dialogar com a Prefeitura, Estado e até mesmo com o Governo Federal para que se sensibilizem com esses investidores, a fi m de conceder a isenção do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU por alguns anos e até mesmo reduções na contribuição da Previdência Social. Outra questão que deve ser incluída no novo projeto do Plano Diretor que será entregue pelo prefeito Fernando Haddad a Câmara Municipal de São Paulo no segundo semestre deste ano, é o aumento do potencial construtivo, ou seja, queremos que seja permitido um aproveitamento da área quatro vezes maior para gerar mais moradia. Além disso, colocar em prática a ideia de edificar imóveis mistos (residência e comércio). Dados apresentados no Jornal Folha de São Paulo nos mostram que 65% dos empregos na cidade de São Paulo, se concentram em seis distritos próximos a Sé. São eles: Sé (centro), Lapa e Pinheiros (zona Oeste), Vila Mariana e
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arte e política
Santo Amaro (zona Sul) e Mooca (zona Leste). Com isso, é relevante que prédios ociosos na região central de São Paulo sejam ocupados. Na área da cultura, devido à importância da obra do cantor e compositor Adoniran Barbosa, que retratou em sua arte o cotidiano desta cidade, a diversidade étnica e cultural, tive a oportunidade de perpetuar seu nome na Passarela do Samba, palco do desfi le de carnaval de São Paulo, situada no Anhembi. Ele foi uma fi gura ilustre que de maneira genial criou e consagrou o samba paulistano. Tenho outro projeto que declara a obra de Adoniran Barbosa como patrimônio histórico cultural de São Paulo.
partidos - dem/pr
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Nossa cidade tem a cara deste grande artista que deixou sua marca com canções como Saudosa Maloca, Trem das Onze, Viaduto Santa Efigênia, Iracema, entre tantos outros sucessos
Mais recentemente, em meados dos anos 70, 80, a banda Premeditando o Breque também enriqueceu o nosso campo cultural com composições que descreveram São Paulo. Cito a melodia São Paulo, São Paulo que menciona os bairros: Tatuapé, Belém, Mooca, Freguesia do Ó, entre outros, além de retratar situações, o clima etc. Para este grupo ainda não tive a chance de prestar uma homenagem, mas quero resgatar essas memórias e eternizar para aqueles que ainda virão ou que são muito novos.
Informação:
Bancada TEL (11) 3396-4790
Vereador
Milton Leite
Vereadora
Sandra Tadeu
Bancada TEL (11) 3396-4790
Vereador
Aurelio Miguel
Vereador
Toninho Paiva
Fotos: CCI.1 / CMSP
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partidos - prb
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M Gomes / CMSP
Importante e necessária revisão do Plano Diretor
Vereador
Atílio Francisco Líder do Partido Republicano Brasileiro
A Revisão do Plano Diretor Estratégico é o principal instrumento para o planejamento da cidade. A cidade de São Paulo cresceu muito e de maneira desordenada, com isso muitos problemas surgiram e os cidadãos de uma metrópole de 11 milhões de habitantes enfrentam problemas com a precária mobilidade urbana (engarrafamentos e ônibus lotados), falta de oportunidades, má destinação dos resíduos, falta de atenção à sustentabilidade, entre outros. A necessidade do Plano Diretor da cidade de São Paulo adotar um ritmo maior do que o crescimento da cidade é inegável, pois estamos falando da maior cidade do país onde juntamente com seus progressos crescem aceleradamente suas responsabilidades. A mobilidade urbana é um dos maiores impasses, pois a escolha pelo automóvel levou à paralisia do trânsito que ocasiona diariamente um tremendo desperdício de tempo e combustível, além de problemas ambientais de poluição e de ocupação do espaço público. O tema abrange também a implantação de projetos visando à mobilidade urbana a pé, de bicicletas, de pessoas com mobilidade reduzida, a requalificação do transporte público, adoção de calçadas confortáveis e niveladas.
A necessidade do plano diretor da cidade de São Paulo adotar um ritmo maior do que o crescimento da cidade é inegável, pois estamos falando da maior cidade do país que juntamente com seus progressos crescem aceleradamente suas responsabilidades
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Segundo o Estatuto da Cidade, o Plano Diretor é uma lei que estabelece diretrizes para o atendimento às necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas. Ele é um projeto de futuro, onde princípios devem nortear a legislação e ação do Executivo. Muitas tentativas já foram feitas, porém teremos que transformar o Município em um espaço coerente de convivência, com lógica de habitação e utilização, mesmo contendo tantas diversidades sociais. Em 2002 a Câmara Municipal aprovou a Lei 13.430, que institui o Plano Diretor Estratégico (PDE) do município São Paulo, com um amplo processo de participação popular, incluindo mais de 100 audiências públicas. Neste momento da revisão do Plano Diretor, entendemos que, em conjunto com as comunidades, algumas intervenções urbanísticas são necessárias, contemplando parques lineares, áreas de intervenção urbana, planos de bairro, operações urbanas consorciadas, novas linhas e estações de transporte coletivo, dentre outras.
Informação:
partidos - prb
Para que possamos obter um resultado coerente é necessário, mais do que nunca, uma participação administrativa complexa, entrosada entre o executivo e o legislativo municipal, proporcionando vários benefícios diretos aos administrados, dentre eles a fixação do número de vagas em estacionamentos, levando em conta o equilíbrio da oferta de transporte coletivo nas vizinhanças e terminais de transporte público, deixando assim de valorizar o uso do transporte individual. É certo que não poderemos propor legislação para a cidade de São Paulo que não tenha que lidar com um passivo existente, como edificações abandonadas, infraestrutura saturada, assentamentos irregulares, falta de mobilidade urbana, dentre todos os outros tão salientes e evidentes problemas que afetam a todos. Temos que propor um desenvolvimento lógico, contemplativo da sociedade e seus problemas já existentes, com ferramentas legais que proporcionem o crescimento consciente, incluindo compromissos envolvendo entes públicos e privados, contemplando a sustentabilidade, a mobilidade urbana, a reurbanização da infraestrutura existente, a readequação dos equipamentos públicos , a justiça social e etc.
Bancada TEL (11) 3396-4705
Vereador
Atílio Francisco
Vereador
Jean Madeira
Fotos: CCI.1 / CMSP
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partidos - psb
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M Gomes / CMSP
Partido Socialista Brasileiro e a Cidade
Vereadora
Noemi Nonato Líder do Partido Socialista Brasileiro
O PSB conta atualmente com uma bancada de dois vereadores na Câmara Municipal, Vereador OTA (Primeiro Mandato) e Vereadora Noemi Nonato (Terceiro Mandato). Historicamente o PSB luta por igualdade de oportunidades, acesso à moradia, aos próprios Municipais, a programas sociais e políticas públicas que atenuem a desigualdade social e proporcionem uma sociedade mais justa. Vemos esta oportunidade de revisão do Plano Diretor da cidade de São Paulo, como uma excepcional oportunidade de elaborarmos mecanismos que facilitarão atingir objetivos que são objeto de nossas lutas históricas. Para tanto, o PSB apoia políticas de reserva de terrenos para moradia social, aproveitamento de áreas degradadas da cidade para moradia de pessoas com baixa renda, descentralização de empregos, levando desenvolvimento e oportunidades para a periferia da cidade e polos culturais e esportivos espalhados por todos os recantos da maior cidade da América do Sul. Esta revisão é necessária para minimizar os efeitos de décadas de esquecimento e crescimento desordenado que a cidade tem sofrido através do êxodo rural da população que buscou novos horizontes no meio urbano. Este fenômeno proporcionou uma lógica cruel de exclusão social e cultural, pois as pessoas de baixa renda foram se instalando cada vez mais longe do centro em
Este fenômeno proporcionou uma lógica cruel de exclusão social e cultural, pois as pessoas de baixa renda foram se instalando cada vez mais longe do centro em áreas desprovidas de infraestrutura urbana e com acesso muito restrito ao esporte, lazer e cultura
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arte e política
áreas desprovidas de infraestrutura urbana e com acesso muito restrito ao esporte, lazer e cultura. Ao longo das últimas décadas, reconhecemos o esforço do poder público em suprir essas carências, mas a revisão do plano diretor é uma ferramenta para dar celeridade e fazer ajustes nesse processo. Para tanto, o desafio da sociedade é ter uma ampla participação democrática nesta revisão, buscando conciliar desenvolvimento econômico com justiça social. O foco precisa ser o combate da exclusão social de maneira ampla, englobando o lado econômico e também o cultural. Pois o desenvolvimento econômico deve ser melhor distribuído pela cidade, mas precisa ser acompanhado de universidades, teatros, cinemas, parques e outros centros produtores de cultura. A cultura não pode ficar longe da periferia, sob a pena de ser mais um instrumento de exclusão social. O PSB não se furtará em contribuir para que se construa uma sociedade mais humanizada, mais equilibrada, mais acessível e mais justa. Para isso conta com a participação ativa de sua militância e seus parlamentares. A vereadora Noemi Nonato já possui projetos como o PL 154 que visa adequar o mobiliário urbano aos deficientes visuais e o PL 403/10 que cria o “banheiro família” e visa proporcionar um ambiente adequado para famílias que frequentam lugares de grande circulação de pessoas, com espaços nos quais as pessoas possam levar seus fi lhos menores de 10 anos ao banheiro com segurança e sem constrangimento.
Informação:
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partidos - psb
A revisão do plano diretor é um instrumento de transformação na cidade e deve ser debatida, pensada e construída com maior participação popular possível, pois apenas desse modo todos se sentirão participantes atuantes e responsáveis por ela
A revisão do plano diretor é um instrumento de transformação na cidade e deve ser debatida, pensada e construída com maior participação popular possível, pois apenas desse modo todos se sentirão participantes atuantes e responsáveis por ela. O Partido Socialista Brasileiro é um partido marcado pela luta por ideais libertários e igualitários, buscando transformações na sociedade que proporcionem melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. O PSB se orgulha de ser um instrumento transformador que sempre marcou e marcará a história, estando sempre presente em todos os momentos de transformação e evolução do país.
Bancada TEL (11) 3396-4403
Vereadora
Noemi Nonato
Vereador
Ota
Fotos: CCI.1 / CMSP
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arte e política
partidos - pcdob
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M Gomes / CMSP
São Paulo para todos
Vereador
Orlando Silva Líder do Partido Comunista do Brasil
A cidade de São Paulo é a maior e mais diversificada metrópole composta por pessoas de todos os lugares faz com que se transforme na alma do brasileiro: receptivo, alegre, batalhador, gentil e de luta. Aqui temos manifestações, atividades, movimentos vivos da sociedade e convivências que demonstram como somos capazes de viver com as diferenças. Grupos religiosos, étnicos, culturaits, ideológicos, de opções sexuais e de gênero que fazem esta cidade a mais democrática. Por ser a maior e mais importante, a cidade de São Paulo é também a mais complexa e com problemas históricos que dificultam a vida de nosso povo. O centro das atenções deste ano passa a ser a questão da organização da cidade, com a revisão do plano diretor que deve ser discutido e votado na Câmara Municipal. Preocupação central da nossa atuação é a educação. Por todos os lugares que visito na cidade encontro problemas ligados à falta de vagas e meu mandato tem ajudado a encontrar saídas com a regularização creches conveniadas com a prefeitura, localização de terrenos para construção e debate sobre os investimentos públicos. Estamos empenhados em abrir o debate sobre o Plano Municipal de Educação e envolver os paulistanos para se construir as políticas públicas necessárias para elevar a qualidade de ensino. São Paulo tem o desafio de oferecer a melhor educação do Brasil. A cultura é uma vocação para a cidade, atuamos em várias frentes que buscam ampliar espaços e reconhecer as atividades daqueles que constroem a nossa identidade. Fui coautor do projeto que regulariza o trabalho dos artistas de rua, como meio de reconhecer as atividades que alegram e conscientizam o nosso dia a dia.
Por ser a maior e mais importante, a cidade de São Paulo é também a mais complexa e com problemas históricos que dificultam a vida de nosso povo
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arte e política
Realizamos audiência pública para suprir uma dificuldade ligada à produção audiovisual, incentivando a desburocratização e à produção do setor como meio de mostrar a cidade, valorizar a cultura e aquecer a economia. O carnaval é um dos maiores patrimônios de nosso povo e a cidade de São Paulo é um centro de tradição e inovação da maior festa popular do Brasil. Nosso mandato realiza atividades frequentes, homenagens à personagens do samba, como Pé Rachado, audiência pública sobre carnaval de rua e atuação constante na estruturação das escolas de samba. Apresentamos o projeto de lei de incentivo ao esporte, para valorizar o apoio à prática e ao desenvolvimento do esporte na cidade de São Paulo, baseado no projeto bem sucedido no âmbito federal que construí quando fui ministro. Por iniciativa do vereador Jamil Murad e incorporado pelo meu mandato aprovamos uma lei que possibilita a alteração do nome de ruas cujos nomes tenham envolvimento com crimes de direitos humanos e a partir disso apresentei a proposta da mudança do nome da rua Sérgio Fleury (torturador na ditadura militar) por rua Frei Tito (dominicano, defensor da democracia), como forma de reparação histórica para a cidade de São Paulo. Nosso mandato apoia a luta dos homossexuais que cada vez mais se organizam em movimentos legítimos e buscam o reconhecimento de seus direitos. O combate à homofobia é de responsabilidade de todos. Dados do CCH – centro de referência dos direitos humanos da prefeitura de São Paulo mostra que 72% dos casos registrados de violência física são realizados nas ruas, ou seja, ações de intolerância que não correspondem à nossa formação cultural e social. Vivemos um momento de grandes manifestações populares, as maiores dos últimos 20 anos. Liderei o movimento “Fora Collor” quando fui da UNE e sei que sem povo na rua não há conquista social. As manifestações contra o
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partidos - pcdob
Vivemos um momento de grandes manifestações populares, as maiores dos últimos 20 anos. Liderei o movimento “Fora Collor” quando fui da UNE e sei que sem povo na rua não há conquista social. As manifestações contra o aumento da tarifa demonstram uma insatisfação com o preço praticado e a qualidade do serviço
aumento da tarifa demonstram uma insatisfação com o preço praticado e a qualidade do serviço. O PCdoB, meu partido, defende um transporte público eficiente, de qualidade e mais barato. Para consegui-lo é preciso investimentos contínuos na expansão das linhas ramais de metrô e trens, construção de corredores de ônibus, integração entre modais, a implantação do bilhete único mensal, desoneração de impostos e outras medidas que possibilitam um transporte público mais acessível. A democracia se constrói não apenas com o embate de ideias, mas através de uma verdadeira participação do povo inclusive na distribuição da riqueza e do desenvolvimento. Uma cidade democrática é a que melhor oferece condições de vida para o seu povo. A cidade de São Paulo é tão bela quanto o seu povo, diversificada, democrática e de lutas! O PCdoB e o nosso mandato é parte da construção de uma sociedade mais justa e digna para todos. Uma cidade de São Paulo para todos os paulistanos.
Bancada TEL (11) 3396-4501
Vereador
Orlando Silva
Fotos: CCI.1 / CMSP
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arte e política
partidos - phs
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M Gomes / CMSP
Uma nova visão de gestão pública para cidade de SP
Vereador
Laércio Benko Líder do Partido Humanista da Solidariedade
Uma visão inovadora de gestão pública para garantir mais qualidade de vida à nossa população é o que o PHS (Partido Humanista da Solidariedade) pretende implantar em nossa Cidade, no Estado e no País. Por este motivo, apresentamos neste espaço os desafios que acreditamos fazer a diferença na revisão do Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo. Elaboradas a partir de debates com diversas Comunidades da grande metrópole, Organizações não Governamentais, Empresários, Comerciantes, Profissionais liberais, em fim, ainda há muito a fazer. Entretanto, sabemos também que na vida pública o melhor caminho é ouvir o cidadão antes de qualquer propositura. Essas propostas refletem nosso vínculo com a mudança na história política da cidade ‘ O novo de verdade ‘ e é este o nosso compromisso com a população da qual estendeu o voto de confiança ao PHS na cidade de São Paulo. A ideia é a garantia ao cidadão paulistano, de uma qualidade de vida com segurança. E para isso é fundamental a implantação de políticas públicas mantenedoras por meio de ações sólidas e confiáveis. E quando falamos de qualidade de vida, falamos de saúde, educação, cultura, esporte, laser e é claro emprego e renda, estas são ferramentas essenciais para o desenvolvimento humano e social. Há muitos anos, o PHS tem conduzido a bandeira do ‘O novo de verdade’. Mas não um novo qualquer. E ela tem sido assumida por vários outros grupos, o que permitiu a construção da base que me apoia na Cidade de São Paulo como vereador e no Estado como presidente deste partido humanista e solidário.
A ideia é a garantia ao cidadão paulistano, de uma qualidade de vida com segurança. E para isso é fundamental a implantação de políticas públicas mantenedoras por meio de ações sólidas e confiáveis
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arte e política
Queremos uma cidade onde todos possam participar das decisões sobre os investimentos públicos e fiscalizar os serviços prestados pela Prefeitura. Uma cidade onde esses serviços sejam suficientes e eficientes, geridos de forma moderna e transparente. Iniciamos há três meses, 2013, o mandato da primeira cadeira de vereança do PHS na grande metrópole e trabalhamos para construção de uma cidade mais agradável, justa e com inclusão social, pois ela é nosso núcleo mais forte, além da família. É na cidade que as pessoas nascem, moram, estudam, trabalham e se divertem. Nela tudo o que o poder público faz afeta diretamente nossas vidas, daí a responsabilidade dos governantes, que na minha visão de homem público, deve gerir o município de forma planejada e articulada com a sociedade civil organizada, estabelecendo parcerias com diferentes atores da comunidade e com os governos estadual e federal. Na visão do PHS, as expectativas para cidade de São Paulo centram em cinco importantes pontos. O primeiro é ser uma cidade ainda mais acolhedora, inclusiva e de oportunidades. A segunda é tratar com eficácia o tema qualidade de vida para todos. A terceira é acelerar o crescimento econômico em todos os cantos, principalmente para o cidadão de baixo poder aquisitivo. A quarta é ser uma cidade ainda mais democrática, com gestão participativa, transparente e eficiência e a quinta é o fortalecimento de ações regionais que valorizem o cidadão, lhe proporcionando dignidade. Entendemos que toda propositura deva exigir um diálogo permanente entre Executivo e a Câmara Municipal, onde
Informação:
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partidos - phs
É na cidade que as pessoas nascem, moram, estudam, trabalham e se divertem. Nela tudo o que o poder público faz afeta diretamente nossas vidas, daí a responsabilidade dos governantes, que devem gerir o município de forma planejada e articulada com a sociedade civil organizada, estabelecendo parcerias com diferentes atores da comunidade e com os governos estadual e federal
todos devam se mobilizar pela ética política, pelo respeito mútuo e pela capacidade de estabelecer convergências em projetos de interesse coletivo. E na oportunidade relato em tão breves palavras para esta obra que nos ajuda a firmar o compromisso do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), em particular com a Cidade de São Paulo.
Bancada TEL (11) 3396-4213
Vereador
Laércio Benko
Fotos: CCI.1 / CMSP
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arte e política
partidos - psol
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Lazzari / CMSP
Plano Diretor: a participação popular que queremos
Vereador
Toninho Vespoli Líder do Partido Socialismo e Liberdade
A cidade é o berço da política, bem como o da democracia¹ . É o poder local que está mais próximo à população e por isto mais permeável à participação popular direta na definição das políticas e das intervenções do poder público. Entretanto, e ao que tudo indica, esta concepção é desmentida pela percepção comum de qualquer cidadão sobre sua cidade, quando a democracia e a participação política parecem se restringir ao voto nas eleições de seus representantes nos poderes legislativo e executivo. A discussão em torno do Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo, que definirá normas e parâmetros para o desenvolvimento do município, deveria ser ocasião para debatermos e avançarmos sobre esta perspectiva de ampliação da participação popular. Entretanto, não é isso o que se vê. As audiências públicas realizadas são verdadeiras apresentações de projetos já concebidos, não por acaso com conteúdo excessivamente técnico. Isso impede que a população compreenda o que está sendo proposto de fato e limita sua capacidade de interferência e alteração. Essas sessões assumem um caráter puramente consultivo, mas não assumem compromissos de atender às reivindicações quando apresentadas. Além disso, seria essencial que se formalizasse e divulgasse o procedimento para participação da população, possibilitando que os munícipes chegassem preparados e cientes da atuação a ser empreendida. Por fim, mas não menos importante, é a necessidade de se garantir condições reais de controle social e fiscalização da política urbana.
É preciso por em prática os instrumentos de indução do uso social da propriedade e fazer com que sejam efetivamente aplicados, estimulando, dessa forma, a construção de habitações nas ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social)
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Há uma “mão leve” do Estado viabilizada pelas parcerias, permissões, baixos impostos urbanos e outros mecanismos e instrumentos legislativos usados ou suspensos de acordo com a necessidade do mercado imobiliário. A “mão forte” do Estado, por outro lado, atua nas remoções das populações pobres, apoiando despejos e produzindo conjuntos habitacionais nas periferias. As classes sociais são permanentemente postas no “seu lugar”, segregadas umas das outras, num verdadeiro apartheid social.
A participação popular é garantia para uma real inversão de lógica de construção da cidade, retirando o poder de mando que hoje a especulação imobiliária exerce sobre a cidade que capitaliza e privatiza imensas manchas do espaço urbano e comanda o processo de apropriação privada da cidade
Também é preciso por em prática os instrumentos de indução do uso social da propriedade e fazer com que sejam efetivamente aplicados, estimulando, dessa forma, a construção de habitações nas ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social), a partir dos instrumentos urbanísticos previstos do Estatuto da Cidade que devem compor o Plano Diretor, visando desenvolver certas regiões do município, descentralizar os postos de trabalho, levar infraestrutura e equipamentos públicos para as áreas onde não existem e, por outro lado, trazer o povo para morar no centro.
mando que hoje a especulação imobiliária exerce sobre a cidade que capitaliza e privatiza imensas manchas do espaço urbano e comanda o processo de apropriação privada da cidade. É preciso resgatar, portanto, o caráter coletivo e público da cidade, invertendo a lógica segregacionista e privatizante instalada em São Paulo.
A participação popular é garantia para uma real inversão de lógica de construção da cidade, retirando o poder de
¹ Não por acaso, em grego, cidade se diz pólis, da qual se origina a palavra “política”, que trata das questões relativas à cidade e ao bem comum, de todos os cidadãos.
Sem isto, a cidade se desenvolve aparentemente de maneira caótica, mas obedecendo a interesses estranhos às aspirações do povo, em que prevalece a especulação imobiliária, com muitas modificações e variadas excepcionalidades à legislação vigente.
Informação:
Bancada TEL (11) 3396-4284
Vereador
Toninho Vespoli
Fotos: CCI.1 / CMSP
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A produção desta revista envolveu a Diretoria de Comunicação Externa, que planejou e coordenou as etapas, a TV Câmara, que realizou as entrevistas com os músicos, o CCI.1-Eventos que disponibilizou os fotógrafos para registrar os artistas durante as entrevistas, “making off”, o setor de transcrição (SGP.4) que transformou as entrevistas da TV em textos, o CCI.3 que editou jornalisticamente as transcrições, elaborou o projeto gráfico e editorou a publicação e a equipe do Portal que adaptou o conteúdo para a linguagem web. Agradecemos a todos que participaram do projeto, aos artistas que concederam as entrevistas e aos partidos com representação nesta Casa que produziram os artigos. Parabéns! Diretoria de Comunicação Externa – agosto/2013
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