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RUA VENDASNOVENSE TEM NOVO TOPÓNIMO DEDICADO AO

Cante Alentejano

local onde assentaram arraiais e entre um petisco e outro, se canta o Alentejo e toda uma cultura, continuam a conquistar os seus públicos a cada atuação.

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Quanto à Casa do Cante, espaço aberto ao público, é uma opção para quem nos visita melhor conhecer as raízes que nos ligam a este território. Atualmente, o grupo conta com cerca de 20 elementos e têm vindo a cimentar a sua posição na defesa das raízes alentejanas e enquanto associação de proximidade à comunidade.

“Vendas Novas é cidade, a princesa alentejana! Todos dizem com vaidade, Terra da melhor Bifana!”… esta é a letra de uma das modas do grupo Vendasnovense “Era uma vez… o Cante”. Certamente já os ouviram defender esta nossa tradição, nas festas e outros eventos, mas poderão não saber a sua história. E é o que passaremos a desvendar.

Quatro amigos tinham uma ideia em comum e uma paixão que os aproximava – todos gostavam de cante alentejano. No dia 17 de novembro de

2017 (sim, a data é precisa, porque a marcaram na memória), resolveram encontrar-se para entenderem se o desígnio podia passar do papel para a realidade, e assim foi. Todos foram unânimes: queriam formar um grupo de cante. Seguiram-se contactos com outras potenciais vozes que viessem a acrescentar, fizeram-se os primeiros ensaios, até que se apresentaram formalmente na 1ª Feira da Bifana, em maio de 2018. Depois de muitas atuações, da entrada de mais integrantes e até da abertura da Casa do Cante,

Ii Encontro Anual Reuniu Grupos

O Município de Vendas Novas, ciente de que este património cultural imaterial da humanidade tem vindo a ser preservado e tão bem valorizado e que urge mantê-lo vivo, decidiu inaugurar um novo topónimo, a “Rua do Cante Alentejano”, atribuído a um arruamento entre a Rua José Pinto Ferreira e a Av. 25 de Abril, cujo descerramento da placa aconteceu no passado dia 29 de abril. O simbólico momento contou com a presença dos autarcas locais. Em representação da Câmara Municipal esteve o Vice-Presidente, Valentino Salgado Cunha e o representante do grupo “Era uma vez… o Cante”, Eduardo Dias que muito se congratulou com este reconhecimento.

Certos de que este grupo continuará a dignificar esta forma de estar e de cantar, considera este Município que, e nas palavras de Valentino Salgado Cunha «é uma justa homenagem para quem se dedica à preservação desta arte e para quem vê no associativismo uma forma de estar presente na comunidade.»

Curiosidades Sobre Cante

- Apesar da origem ser incerta, pode ter sido proveniente do canto gregoriano ou do canto árabe;

- A tradição do cante foi passada nos campos alentejanos, ao longo de gerações. Quer fosse a trabalhar, ou nos momentos de descontração, no café ou noutra qualquer pausa, o cante fazia parte da rotina;

- É composto por duas vozes solistas – ponto e alto, que alternam com um coro, no qual estas vozes também têm participação;

- É a monotonia que dá “corpo” ao cante, cujo andamento lento e pausas tornam esta forma de cantar tão especial;

- Apesar da melancolia da maior parte das modas, o cante também pode ser alegre. Há muito humor e ironia nalgumas músicas;

Dia 29 de abril, pelas 17h30 no Anfiteatro do Jardim Público de Vendas Novas, teve lugar o 2º. Encontro Anual de Cante Alentejano, uma organização do Grupo local “Era uma vez o Cante!”, por ocasião do seu 5º. aniversário.

Neste final de tarde foi possível assistir às atuações dos seguintes grupos convidados: Grupo Coral “Lírio Roxo”, Grupo Coral “Os Boinas”, Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa e Gaiteiros da Bardoada, para além do grupo anfi- trião.

Interatividade, animação, companheirismo entre grupos e defesa deste património imaterial da humanidade que é o Cante Alentejano não faltaram a este momento que encantou os presentes, que não se deixaram abalar pelo frio que se começou a fazer sentir.

Deixamos os parabéns ao Grupo “Era uma vez o Cante!” pelo desenvolvimento desta iniciativa e por continuarem a elevar esta arte.

- Em 2014, dá-se o reconhecimento do Cante Alentejano como Património Mundial Imaterial da UNESCO, distinção essa que não honrou só o Alentejo, mas também o país inteiro;

- Tem mesmo algo de apaixonante. Só assim se justifica a transmissão geracional tão eficaz, fazendo com que ainda hoje existam cada vez mais jovens a integrar grupos de cante e a defender o que é nosso.

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