Ir_ao_mar - Nº58 - Janeiro 2019

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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

JANEIRO 2019 Nยบ 58


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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS PEDRO COSTA: “NA CANOAGEM SINTO QUE TENHO UMA EQUIPA”

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á 1 ano que Pedro Costa anda na Canoagem no Clube Naval da Horta (CNH) e tudo começou por causa de um amigo. “O Lucas dizia-me sempre que era fixe e que eu devia experimentar. Eu já o via praticar assim como o restante grupo e decidi seguir o conselho. Comecei no Inverno e também passei a achar que é um desporto fixe! Ao início custava levantar-me cedo ao sábado de manhã para vir aos treinos mas agora já não”. Além da Canoagem, Pedro também pratica Vela no CNH há 4 anos mas estamos a falar de modalidades bem diferentes. “Para mim, a Canoagem é mais difícil, pois requer mais força. Mas a Vela obriga-me a pensar mais, porque tenho de ver de que lado está o vento e qual é o mais favorável. É preciso conjugar várias coisas ao mesmo tempo. No início era difícil mas agora já vai melhor. Estou na Classe 420 desde o início do Verão de 2018 e tenho como parceiro o Arthur

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Moimeaux. Aqui, ao contrário do que se passa na Classe Optimist, é necessário mais força pelo facto de as velas serem maiores. O Duarte é um bom Treinador, tirando aquelas partes em que às vezes se chateia. Enquanto puder, quero manter estes dois desportos no Clube Naval da Horta mas se fosse para desistir de algum seria da Vela, pois não convivemos tanto. Nos Regionais, por exemplo, nunca estamos todos juntos. Tenho treinado muito mais na Canoagem do que na Vela. De Inverno treinamos com vento e chuva na Canoagem. Durante o último treino caía granizo. Estas condições são boas para testarmos a nossa capacidade. A Canoagem é o meu desporto favorito. Já convidei várias pessoas para virem experimentar a Canoagem e elas aderiram. Aliás, todos estes últimos atletas foram convidados por mim. E vou convidar mais!

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CLUBE NAVAL DA H Em relação à Vela já é mais difícil. Às vezes na Escola falamos sobre a Vela e os meus colegas dizem que querem experimentar mas é em dias bons”. Pedro tem 14 anos e frequenta o 9º ano de escolaridade. Confessa que é graças ao CNH que decidiu o seu rumo profissional. “Quero ser Marinheiro e trabalhar no Canal! Tenho esta ideia desde que ando no CNH e o Clube está a dar uma grande ajuda. Antes, não sabia o que queria ser. No próximo ano lectivo vou para a Escola Profissional ou para a Escola do Mar. Passo muito bem no mar. Acho que herdei isto dos meus tios paternos. “Precisamos de caiaques e de um espaço para a Secção” O mar é algo de muito bom para mim. Os meus pais sempre me apoiaram em relação a praticar desportos no CNH. Moro na Praia do Almoxarife, o que significa estar perto do Clube. Os meus amigos da Canoagem são fixes! Também conheço alguns atletas de outras Secções assim como o sr. José Decq Mota. Acho que é

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um bom Presidente. Gosto do CNH, porque é um bom Clube mas a verdade é que na Canoagem precisamos de mais condições, como por exemplo caiaques e um espaço para a Secção. Já somos muitos e estamos bastante apertados naquele velho contentor. Este é um assunto sobre o qual costumamos conversar com o Treinador. Na Vela, as condições já são um pouco melhores. Se tivesse um caiaque novo ajudava muito mais. Teria mais vontade de treinar. Seria um bom incentivo. Fico sempre em 2º lugar. Sei que para ficar em 1º falta muito! O melhor de todos nós é o Clésio, porque tem mais táctica. Também já pratica há vários anos. Além do Clésio, destaque para o Miguel Pires e para o Jerónimo Remédios, com os melhores resultados. Quando treinamos, aprendemos uns com os outros. Revirar faz parte. Não tenho medo disso. É claro que de Inverno, como está frio, não é tão agradável como no Verão. Se tivessemos caiaques mais leves e fininhos como são os ‘surfski’ quando reviramos não tí-

Pedro Costa com o parceiro da Classe 420 de Vela Ligeira do CNH, Arthur Moimeaux

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“Se tivesse um caiaque novo ajudava muito mais”

nhamos de esperar pelo Treinador que nos ajuda a retirar a água de dentro do caiaque para voltar a ficar operacional. Mas como temos caiaques pesados e antigos, a tarefa fica dificultada. Em relação a remos e coletes, estamos melhor do que em termos de caiaques. Participei num Regional na Terceira e notei que têm condições superiores às nossas mas sem dúvida de que os canoístas do CNH são melhores! Quando temos a possibilidade de estar num grupo maior é melhor, porque permite mais convívio e aprendizagem mas ter outro clube no Faial não seria bom, pois iria causar divisões. No CNH

competimos uns contra os outros. Somos adversários mas continuamos amigos. Nesta modalidade, com o Treinador [Hugo Parra] é sempre tudo bom. Ele puxa mais por nós quando há competições. E distribui bem o material por todos, fazendo uma gestão equilibrada, atendendo à falta de condições do mesmo. Os convívios que realizamos no fim das Provas de Canoagem são bons. Ficamos a conversar sobre a modalidade e também sobre outras coisas, o que é positivo”. Pedro Costa (em pé, o segundo da esquerda para a direita) vitorioso com a equipa do CNH pelos resultados alcançados no último Regional, na Terceira

“Os meus amigos da Canoagem são fixes!”

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“Na Canoagem há um bom ambiente” Na Canoagem há um bom ambiente. Somos todos amigos. Sinto que tenho uma equipa e que se surgir um problema posso contar com os amigos mais próximos. Nesta Secção também aprendi outras coisas. Minha mãe diz que estou mais adulto. Antes de ser atleta do CNH conhecia o Clube mais ou menos. Acho que as pessoas sabem o que representa este Clube. O CNH é importante para quem gosta de desportos náuticos, constituindo uma oportunidade para praticar muitas modalidades. Os meus pais gostaram de eu ter vindo para o CNH, pois é uma forma de eu sair de casa e de praticar desporto. Na Escola pratico várias modalidades desportivas mas nada relacionado com o mar. As minhas disciplinas preferidas são Ciências e Educação Física. Nos tempos livres jogo no computador”. Pedro: encontraste no CNH uma referência para a tua vida, em termos de desportos náuticos, de novas amizades e até mesmo profissionais! És um sinal eloquente da importância que esta instituição tem enquanto Escola de Formação para os mais novos, fazendo deles cidadãos plenos, no mar e em terra.

“O mar é algo de muito bom para mim”

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS GONÇALO ROSA: “NA CANOAGEM HÁ UM ESPÍRITO DE FAMÍLIA”

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oram os amigos da Escola que o convidaram a experimentar a Canoagem no Clube Naval da Horta (CNH) e Gonçalo Rosa aceitou o desafio. “Queria praticar um desporto e como tinha muita gente que eu conhecia na Canoagem, decidi fazer o teste. Gostei e continuei. Nunca tinha experimentado antes e posso dizer que não achei difícil”. Esta é a segunda época que o canoísta defende as cores do CNH e garante que é para continuar, deixando a receita do que considera fundamental: “É preciso equilíbrio para nos aguentarmos em cima do caiaque, força e mentalidade, ou seja, mentalização para não desistir. Nos dias de frio em que só apetece voltar para o quentinho e não enfrentar a água gelada, o que importa é nunca desistir”. E quanto ao Treinador [Hugo Parra], define-o as-

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sim: “É um grande amigo meu. Gosto muito dele! Incentiva-me sempre e puxa por mim. É exigente no sentido de fazermos e darmos sempre o nosso melhor”. Gonçalo não é adepto de concorrência no Faial porque, diz, “se calhar íamos dividir-nos”. “Assim está bem! Gostamos de competir uns contra os outros. Somos todos amigos e não nos chateamos com nada. E se for para competir mesmo, temos os clubes das outras ilhas”. “Se tivessemos equipamento mais moderno, havia outra motivação” Este atleta do CNH encara a Canoagem como um desporto para praticar e ao mesmo tempo uma oportunidade para se divertir e fazer novas amizades. Mas como ninguém gosta de perder, elenca os aspectos que, no seu entender, deve-

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“Fazendo uma comparação com os canoístas de outras ilhas, estamos todos no mesmo nível”

riam ser melhorados. “Temos falta de equipamento, concretamente caiaques, pois os nossos estão cheios de buracos, além de serem muito antigos e pesados. Sempre que alguém revira, tem de esperar pela ajuda do Treinador. Por isso, se tivessemos equipamento mais moderno havia outra motivação e talvez até outros resultados. Ainda assim conseguimos evoluir mas ficamos a pensar que os outros têm equipamento melhor e psicologicamente isso pesa...” Para Gonçalo Rosa, “quem está fora do Clube tem uma ideia mas não sabe o que é a Canoagem!” “Levo isto a sério”, salienta, afirmando que “a Secção tem vindo a crescer muito”. E é precisamente por isso que se nota “a falta de equipamento e de condições” no espaço que serve de sede a esta Secção. “Aquele espaço está cheio de caiaques e já não cabemos todos lá dentro, pois já somos mais de 14! A Directora falou em organizar jantares para angariação de fundos com vista à aquisição de material para a Canoagem mas essa ideia não avançou. Precisamos de instalações e de equipamento mas o equipamento é fundamental para darmos o sal-

to! Fazendo uma comparação com os canoístas de outras ilhas, estamos todos no mesmo nível, tirando a questão de terem caiaques muito superiores aos nossos. Participei em 2018 num Campeonato Regional na Terceira e foi engraçado. O CNH evidenciou-se bastante ao ter alcançado a maioria dos prémios. Por isso, não tenho dúvidas de que se tivessemos equipamento melhor teríamos ganho tudo! Acho que podíamos treinar mais, embora as provas fora do Faial sejam uma grande oportunidade para crescermos. Evoluimos mais quando saímos. Puxa mais por nós! Se tivessemos competições a nível nacional seria extremamente positivo apesar de eu ver a Canoagem como um desporto para praticar e não uma modalidade em que queira apostar futuramente em termos de carreira”. Antes da Canoagem, este atleta praticou futebol no Atlético e Andebol na Escola. “Mas agora só estou na Canoagem, pois como gostei mais deste desporto, deixei tudo o resto”. Vela e Natação não fazem parte das suas preferências.

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“Na nossa Secção, o pessoal é muito unido“

Quando se pergunta se a Canoagem cansa, responde: “Depende muito do dia. Se tiver muita ondulação, puxa mais por nós e acabamos cansados”. “Para mim, o maior problema é a resistência” Gonçalo refere que o colega que mais sobressai no grupo é Clésio Pereira, porque “tem bastante técnica”, fruto dos vários anos de prática. “Aprendemos com ele. Às vezes ele ensina umas coisas mas se quisermos aprender com ele é a ver. Grande parte da minha técnica adquiri-a a olhar para ele. Treinamos juntos e aprendemos. Para mim, o maior problema é a resistência, pois não tenho muita”. Além de Clésio Pereira, Gonçalo destaca igualmente os colegas Miguel Pires, Jerónimo Remédios e José Gomes. Ciências e Matemática constituem as disciplinas preferidas deste desportista que frequenta o 9º ano de escolaridade. “No próximo ano lectivo vou optar por Ciências mas futuramente não sei que rumo seguirei. Como não pretendo investir na Canoagem quando sair do Faial, se calhar

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nas férias da Universidade até venho ao Clube reviver estes tempos”. Além desta actividade no CNH, Gonçalo tem, ainda, Educação Física na Escola, disciplina que engloba Atletismo, Futebol, Andebol, Basquetebol e Natação. “O Clube Naval é muito importante para o Faial” A Canoagem aproximou Gonçalo Rosa do Clube Naval da Horta, permitindo-lhe praticar um desporto e simultaneamente estar com “muitos amigos” mas a verdade é que este jovem já conhecia a “casa”. “Os meus pais já me tinham dito que no CNH se praticava Vela, Natação e outros desportos. E quando era criança também estive inscrito nas “Férias Fixes”, no período do Verão, em que íamos à praia e fazíamos muitas outras actividades. Vou poucas vezes ao Bar, pois para mim o Clube funciona mesmo como o local onde venho praticar desporto mas conheço bastantes atletas da Vela que são meus colegas na Escola”. Sendo um adepto confesso da Canoagem, Gonçalo refere que já convidou alguns amigos para

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CLUBE NAVAL DA H “Na Canoagem consigo demonstrar a minha persistência”

CRISTINA SILVEIRA | CNH 2018

virem experimentar a modalidade. “Um grande amigo meu já veio duas vezes mas não ficou muito entusiasmado, porque não gosta do ambiente marinho. É preciso gostar do mar, algo que me acontece desde pequeno. Quanto aos meus amigos que não frequentam o CNH, claro que conhecem o Clube mas não sabem verdadeiramente o que se passa aqui. O Clube Naval é muito importante para o Faial pois sem esta instituição náutica não teríamos a oportunidade de praticar todos estes desportos”. Questionado sobre a hipótese de o irmão (8 anos de idade) poder também vir a praticar algum desporto no CNH, Gonçalo afirma: “Ele diz que tem medo do mar e além disso já anda no Ténis. É claro que pode-se sempre mudar de desporto e isso aconteceu precisamente comigo. Se não fossem os meus amigos, eu não conhecia o CNH e depois de me terem convidado eu também já convidei várias pessoas (rapazes e raparigas)”. Numa conversa dominada pelo optimismo, este atleta do Clube Naval da Horta explicou o que o leva a ter na Canoagem o seu desporto de eleição: “Na nossa Secção, o pessoal é muito

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unido e há um espírito de família. A gente gosta muito de ir remar lá para fora uns com os outros. Somos todos amigos – não há divisões – mas isso não impede que tenhamos espírito competitivo. Damos o nosso melhor e sabemos ganhar e perder. Sinto-me diferente desde que estou na Canoagem do CNH e tenho mais amigos”. O outro lado de Gonçalo Rosa Este jovem de 14 anos tem ainda outras ocupações, como revelou ao Gabinete de Imprensa do CNH: “Nos tempos livres jogo no computador, ando de bicicleta e toco guitarra. Andei 4 anos no Conservatório e gostava muito do meu professor de guitarra, de quem continuo a gostar muito. O problema era a pessoa que dava Formação Musical. Não gostava nada dela! Aliás, foi por causa dela que desisti. E a seguir ao Conservatório ainda tinha explicação e chegava a casa sempre depois das 8 da noite!” Gonçalo admite que come com prazer – não é guloso nem tem prato preferido – e sendo ligado ao mar não é de admirar que goste “bastante” de goraz e de atum. “Meu pai [Marco Rosa] tem um barco e às vezes vou com ele pescar e também em passeio com a família”. Lá em casa vê-se futebol mas este atleta não sofre por isso. “Minha mãe é do Benfica e eu gosto de ver jogos de futebol mas de qualquer clube. Aliás, gosto mais de ver do que de jogar”. Instado a enumerar uma qualidade, sustenta que é a persistência. E justifica: “Na Canoagem consigo demonstrar isso!” Quanto ao reverso da medalha, que é como quem diz, um defeito, não tem dúvidas em afirmar que é a preguiça. “Nos dias de frio é mais forte do que eu”. Gonçalo: para ti, a Canoagem representa muito mais do que um desporto, pois divertes-te, ganhaste um novo círculo de amizades, convives e encaras o mundo com outra perspectiva. Com o CNH cresceste e criaste raízes que te hão-de prender para sempre, porque esta “casa” ajuda a formar atletas mas, também, homens que jamais esquecem o que ali aprenderam!

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NATAÇÃO FESTIVAL DAS TÉCNICAS DO FAIAL: EM 110 PROVAS HOUVE 85 NOVOS RECORDES PESSOAIS

Tiago Henriques: “Os objectivos foram cumpridos de forma exemplar por todos os que estiveram a competir”

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ábado, dia 19, os atletas das categorias Cadetes, Infantis, Juvenis, Juniores e Seniores estiveram em competição no Torneio das Técnicas do Faial e fizeram-no de forma muito competente contribuindo, assim, para mais uma excelente jornada de natação na piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), da Horta”, sublinha Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), a propósito desta actividade. Perceber o nível de condição física em que os atletas se encontravam e focar nos objectivos de cada prova e na sua abordagem táctica, eram

os desiderados desta prova, os quais foram cumpridos “de forma exemplar por todos os que estiveram a competir”. “Conseguimos perceber que o Estágio de Natal teve o efeito desejado e que juntamente com estas duas semanas e meia de treino em Janeiro deu para os atletas não baixarem os níveis de condição fisica”, sustenta este Técnico, que salienta: “Mais importante do que a questão física, e o que mais agradou, foram as melhorias técnicas apresentadas por todos os atletas, desde as técnicas de nado, as partidas e viragens passando pelos percursos subaquáticos. A juntar a isto vem a questão táctica, em que os nadadores abordaram cada distância da forma pedida, focando, assim, a atenção nos pormenores, e no “como” competir. E fizeram-no com boa disposição e entusiasmo, dando um passo muito impor-

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RTA Diana Neves alcançou objectivos para entrar no Programa Jovem Talento

“Mais importante do que a questão física, e o que mais agradou, foram as melhorias técnicas apresentadas por todos os atletas”, destaca o Treinador

tante na sua evolução como atletas e no sentido de ultrapassar algumas ansiedades do momento competitivo. Tudo junto contribuiu para um dia cheio de bons resultados, em que num total de 110 provas por todos realizadas houve 85 novos recordes pessoais e muitos mínimos para os Campeonatos Regionais de Categorias”.

“Nos resultados, é de realçar a atleta Diana Neves da categoria Infantil A que conseguiu alcançar os objectivos para entrar no programa de Jovem Talento Regional dos Açores, marco importante para o Clube Naval da Horta, visto ser a primeira vez que um atleta da Natação consegue entrar neste programa. A mesma atleta conta já com 7 mínimos para os Campeonatos Zonais e 3 para os Campeonatos Nacionais da categoria. Estes resultados deixam-nos a todos bastante satisfeitos, felizes e com mais certezas de que estamos no caminho certo e a trabalhar para atingir os objectivos traçados. Muitos parabéns a todos! Espero que estejam orgulhosos do vosso trabalho”. A próxima actividade da Secção de Natação do CNH é o Torneio Golfinho, calendarizado para 2 de Fevereiro.

Diana Neves (de azul, com a amiga Sofia Pereira Machado) conta já com 7 mínimos para os Campeonatos Zonais e 3 para os Campeonatos Nacionais da categoria

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NATAÇÃO SELECÇÃO DOS AÇORES: DIANA NEVES, DO CNH, PARTICIPOU NA TAÇA VALE DO TEJO

A atleta do CNH integrou a Selecção Açores que ficou em 7º lugar na Taça Vale do Tejo

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Selecção Açores de Natação estreou-se ao participar na XXVII edição da Taça Vale do Tejo, realizada no dia 26 do corrente, nas Piscinas Municipais de Abrantes, no Continente português, tendo alcançado o 7.º lugar na classificação geral. A Taça Vale do Tejo é a única prova nacional de selecções nas categorias de Infantis e Juvenis. A nadadora Diana Neves, do Clube Naval da Horta (CNH), integrou a comitiva, composta por 16 nadadores, Infantis e Juvenis: Afonso Medeiros Sousa, Afonso Coelho Sousa, Diogo Machado, Raúl Anselmo, Maria Isabel Gomes, Laura Barbeito, Marta Brites, Gustavo Silva, João Costa, João Santos, Francisco Silva, Ana Carolina Silva, Margarida Silva, Inês Monteiro e Sara Rosa. Os nadadores fizeram-se acompanhar pela Directora Técnica da Associação de Natação da Região Açores (ANARA), Carolina Costa Matos,

e pelos Treinadores convidados, Carolina Raposo e Nuno Leite. “O balanço da participação dos Açores nesta Taça foi muito positivo, registando-se diversos recordes pessoais, um recorde da Taça Vale do Tejo e 8 lugares no pódio, bem como a melhor ‘performance’ por pontos em Infantis Femininos”, pode ler-se na Nota de Imprensa da ANARA a que o Gabinete de Imprensa do CNH teve acesso. Assim, o nadador Afonso Medeiros Sousa alcançou o 1º lugar nos 100m Mariposa e o 2º lugar nos 50m Livres; Afonso Coelho Sousa conquistou o 2º lugar nos 100m Livres; Gustavo Silva ficou no 3º lugar nos 100m Livres e 100m Costas; Marta Brites alcançou o 1º lugar nos 50m Livres e o 2º lugar nos 100m Livres; a Estafeta Infantil Feminina arrecadou o 3º lugar nos 4x100m Livres, sendo a mesma composta por Laura Barbeito, Isabel Gomes, Diana Neves e Marta Brites. A nadadora Marta Brites bateu o Recorde da Taça Vale do Tejo nos 50m Livres, alcançando com a marca obtida a melhor ‘performance’ por pontos

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RTA “O Torneio Inter-Associações, Taça Vale do Tejo, tem por objectivo o contacto entre as várias realidades Distritais/Regionais. Pretende-se, assim, promover uma competição, capaz de galvanizar o desenvolvimento desportivo das Associações através da inter-actividade que um torneio com estas características pode proporcionar, em ambiente de festividade desportiva”, sublinha a ANDS. Esta prova foi organizada pela Associação de Natação do Distrito de Santarém, tendo contado com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes e da Federação Portuguesa de Natação.

Pela primeira vez estiveram representadas as 13 Associações de Natação filiadas na Federação Portuguesa de Natação

no seu escalão. “Considerando a experiência competitiva adquirida, o convívio e o desempenho desportivo demonstrado, todos os participantes estão de parabéns”, sublinha a ANARA no referido comunicado. Na XXVII Taça Vale do Tejo estiveram presentes 287 jovens nadadores (143 Masculinos e 144 Femininos), em representação – pela primeira vez – das selecções das 13 Associações de Natação filiadas na Federação Portuguesa de Natação (FPN): Nordeste, Minho, Norte de Portugal, Centro Norte de Portugal, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Interior Centro, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores. Esta prova contou, ainda, com a presença da selecção da Federación Andaluza Natación (Espanha). A participação é feita a nível de Seleções Distritais ou estrangeiras convidadas. Cada Associação faz-se representar em todas as provas do programa. Essa representatividade é feita através de um nadador Infantil e de um Juvenil por cada prova individual e de uma equipa de Estafetas Infantil e uma Juvenil nas colectivas. Cada nadador só pode participar em duas provas por Sessão entre individuais e colectivas, podendo a Associação de Natação do Distrito de Santarém (ANDS) participar com nadadores nas pistas vagas, como extra prova.

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“A nossa atleta está de parabéns pela sua evolução desportiva e pessoal” Convidado a comentar a prestação da sua nadadora, Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta, faz a seguinte apreciação: “A nossa atleta Diana Neves esteve presente na Taça do Vale do Tejo em representação da Selecção Açores e em grande forma, alcançando o 4º lugar nos 100 Costas, retirando 4 segundos à sua anterior marca. Participou, também, nas Estafetas de 4x100 Livres onde a Selecção dos Açores alcançou o 3º lugar e 4x100E, onde repetiu os 100 Costas conseguindo, ainda, retirar tempo à marca alcançada na prova individual. Está de parabéns pela sua evolução desportiva e pessoal que esperemos manter, para que possa continuar a ter sucesso e a evoluir durante a sua carreira”.

Tiago Henriques deseja que Diana Neves possa continuar a ter sucesso e a evoluir

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS MARIA ROCHA: “SINTO QUE A NATAÇÃO ME FEZ CRESCER!”

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aria Cleto Rocha tem 14 anos e anda na Natação desde os 3. “O meu pai inscreveu-me, porque achava que eu devia saber nadar. Comecei na Piscina Municipal e aí estive até aos 5 anos. Experimentei outros desportos mas não me interessaram. Ao longo destes anos conheci vários treinadores no Clube Naval da Horta (CNH) mas os últimos foram aqueles de que gostei mais: Sílvia Mendonça (anterior) e Tiago Henriques (actual). São muito especiais para mim e gosto imenso do trabalho de ambos. Admiro-os muito, porque foi com eles que comecei a perceber o que era a Natação, a ter mínimos, a esforçar-me e a alcançar os meus objectivos. Antes não tinha tanta motivação. Esta nova fase teve início com a Sílvia e mantém-se com o Tiago. Têm diferentes maneiras de ensinar mas na questão de puxar por nós são iguais. Sinto-me motivada!

Por vezes saio cansada da Piscina [da Escola Secundária Manuel de Arriaga, ESMA] e nem consigo estudar. Chego a casa e caio logo no sono. No início, os meus pais não ficaram muito satisfeitos com esta situação mas agora já faz parte da rotina. Pertenço ao grupo que treina às 7 da manhã e posso dizer que sou das pessoas mais despertas. Parece que o treino nos desperta. E depois do treino vamos mais atentos para as aulas e vemos os outros cheios de sono! A Natação não é só um desporto mas uma forma de conviver Para mim, a Natação não é só um desporto mas uma forma de conviver com os outros. Os meus melhores amigos estão na Natação do CNH. Quando estou a nadar desligo-me do resto. Estou só ali! É algo de muito bom para me “esquecer” dos estudos.

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“Os meus melhores amigos estão na Natação do CNH”

Maria Rocha: “Estou satisfeita com este Treinador. Acho que ele está a fazer um bom trabalho”

Espero continuar sempre a praticar. Já pensei que vou ter de encontrar uma solução quando for para a universidade mas ainda não tenho resposta para o futuro. No entanto, sei que a Natação é um ‘hobby’. Actualmente frequento o 9º ano de escolaridade e tenho como disciplinas preferidas Matemática e Físico-Química mas estou dividida entre Ciências e Tecnologias e Economia em termos de área profissional.

temos uma relação bem próxima. A ligação entre equipa e Treinador e vice-versa é boa. Quando saímos do Faial para participar em provas nota-se isso. Sair é muito importante! Nas deslocações que fazemos convivemos e não falamos só da Natação mas também do nosso dia-a-dia, das nossas vidas. Aprendemos muito! Acho interessante estarmos juntos e passarmos 24 horas tão unidos! Fazemos as refeições juntos e convivemos bastante. Apoiamo-nos muito nas competições e puxamos uns pelos outros quando estamos a nadar e acho que isso é importante para uma boa ligação da equipa.

Vejo o Tiago como um amigo Sinto que a Natação me fez crescer! Trabalhamos em equipa e vejo o Tiago como um amigo. Já

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CLUBE NAVAL DA H Sinto que alguns atletas de outros clubes são melhores do que nós mas outros não. Neste último Regional de Clubes ficámos num bom lugar. Estamos bem e a evoluir e acho que ainda vamos evoluir mais! Este Treinador é bom e estamos motivados. Queremos dar o nosso melhor e isso faz toda a diferença. Era bom que houvesse mais um clube na ilha O facto de termos poucas competições por época, atendendo a que no Faial só há o CNH, faz com que não tenhamos aquele espírito competitivo tão aceso. Competimos contra o relógio e outras vezes contra colegas da pista ou da piscina. Era bom que houvesse mais um clube na ilha para competirmos de outra forma. Temos população suficiente para isso. Estou satisfeita com este Treinador. Acho que ele está a fazer um bom trabalho. Aprendemos com ele que o nervosismo é bom mas a ansiedade não. Gosto muito dos meus colegas e adorava que viessem novas pessoas para a Natação! A Natação é um desporto bonito de se ver Mesmo com a Natação e a Escola tenho tempo livre para mim. Antes também andava no ‘Hipop’ mas desisti, porque estou a focar-me mais na Natação. Prefiro assim. Inicialmente foi um pouco

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difícil conciliar com as aulas mas agora já estou habituada e consigo gerir o tempo. Já disse ao meu pai que se eventualmente desistisse da Natação – espero que não aconteça – não quero praticar nenhum outro desporto, pois nunca tive tanto interesse noutro como tenho neste. Também gosto imenso de ver e sempre tive muito interesse pela Natação. É um desporto bonito de se ver! É cansativo, claro que é, mas é um cansaço bom, que vale a pena. Não troco a Natação por outra modalidade! As pessoas desvalorizam um bocado a Natação e não acham que seja assim tão importante. Podem pensar que se trata de um desporto complicado por causa de ser praticado dentro de água e há quem me pergunte se eu não tenho sono ou frio ao entrar na água de manhã. E eu respondo que não e que é uma questão de hábito. E depois ainda me dizem: “Isso não era para mim, não era para mim!” Confesso que inicialmente era difícil mas com o tempo adaptei-me. A Natação é importante para mim e é isso que eu respondo a quem me questiona mas nem sempre percebem o meu ponto de vista. Era preciso eles experimentarem para perceberem!

“A ligação entre equipa e Treinador e vice-versa é boa”

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RTA O CNH é importante para mim! Nesta modalidade fiz amigos desde os 5 anos. Somos todos muito unidos mas nem sempre foi assim. Isso começou a ser mais visível com a professora Sílvia em que nos juntámos mais como equipa e como amigos. Apesar de treinarmos na Piscina da ESMA sentimo-nos ligados ao Clube e sabemos que fazemos parte desta grande “família”, que é o Clube Naval da Horta. O CNH é importante para mim! Falo desta “casa” a outros colegas e até pergunto se alguém quer experimentar a Natação. O que me dizem é que vão falar com os pais mas não passa disso”. Maria: redescobriste o teu desporto de eleição e através dele fizeste mais amigos, percebeste o verdadeiro significado da palavra equipa, consegues sentir unidade de grupo, ganhaste confiança em ti e motivação para evoluires, dando o teu melhor. Persegue o sonho apoiada pelo teu Treinador e por aqueles que, na sua compreensão, amizade e carinho, te dão asas. Desde os 5 anos que sempre fui muito chegada só a uma pessoa. Mas com a anterior Treinadora a nossa união aumentou! Somos mais unidos e colegas, tanto na Natação como fora. “Não troco a Natação por outra modalidade!”

Gosto muito dos meus colegas e adorava que viessem novas pessoas para a Natação!

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VELA LIGEIRA 2ª PCR DE JUVENIS E JUNIORES - VENTO E MUITO MAR MARCARAM O PRIMEIRO DIA

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om vento aceitável e mar muito curto e alterado”, decorreu este primeiro dia – sábado, 12 – da 2ª Prova do Campeonato Regional (PCR) de Juvenis e Juniores 2019 (Vela Ligeira) na ilha do Faial, tendo como Organizador o Clube Naval da Horta (CNH). João Duarte (Treinador do CNH) elemento que integra a Segurança da Prova – que termina este domingo, dia 13 – refere que “ao meio-dia os velejadores das Classes Laser e 420 fizeram-se ao mar, tendo realizado quatro regatas muito exigentes”. Depois de um compasso de espera e “com as condições de tempo a melhorarem”, foi a vez dos Optimist largarem, o que aconteceu por volta das 14 horas, tendo feito três regatas. “Ao longo do dia muitos barcos foram vindo para dentro, atendendo às condições de vento e mar”, sublinha João Duarte, realçando que “a competição decorreu dentro das normas de segurança”. “O Clube Naval da Horta prima sempre pela segurança mas no dia de hoje havia muitos barcos de apoio. A logística correu muito bem e o ambiente predominante era excelente. O tempo de espera ocorrido nas largadas fez

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com que se tenham gerado belíssimos momentos de confraternização no Bar do CNH, bem como na esplanada, havendo muita gente a assistir a este evento”, frisa. Tendo em conta que bastava apenas uma regata por Classe para que esta 2ª PCR fosse validada, isso já aconteceu. Contudo, “o nosso objectivo é realizar o maior número possível de regatas”, garante este Técnico. Para este domingo – segundo e útimo dia de Prova – está previsto menos vento, estando o Jantar de Entrega de Prémios marcado para as 19h30, no Restaurante “Barão Palace”. Recorde-se que a 2ª Prova do Campeonato Regional (PCR) de Juvenis e Juniores 2019 tem como Entidade Promotora a Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA), estando inscritos cerca de 80 velejadores, que representam nove clubes açorianos: Clube Naval da Horta (anfitrião); Clubes Navais da Madalena, São Roque e Lajes do Pico; Angra Iate Clube e Clube Naval da Praia da Vitória, ambos da Terceira; Clube Naval de Santa Maria; e Clubes Navais de Ponta Delgada e Vila Franca do Campo, da ilha de São Miguel. Envolvidos estão cerca de 40 Voluntários e 13 embarcações de apoio/segurança.

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VELA LIGEIRA 2ª PCR DE JUVENIS E JUNIORES

Na foto: Olga Marques, Vice-Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH); José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH; Ester Pereira, Vereadora da Câmara Municipal da Horta (CMH) em representação do Presidente da CMH; Bruno Leonardo, Director do Serviço de Desporto da Ilha do Faial; Jorge Macedo, Presidente da Direcção da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA); José Mendonça, Presidente da Comissão de Regata; e Sargento Cordeiro, Ajudante na Classe Condutor de Máquinas na Capitania do Porto da Horta, em representação do Capitão do Porto da Horta, na Cerimónia da Entrega de Prémios da 2ª Prova do Campeonato Regional (PCR) de Juvenis e Juniores 2018/2019

“O

Clube Naval da Horta (CNH) procurou fazer o melhor possível para que esta 2ª Prova do Campeonato Regional (PCR) de Juvenis e Juniores 2018/2019 (Vela Ligeira) corresse bem do ponto de vista desportivo e do ponto de vista da segurança. Porém, há um factor que ninguém consegue controlar e que se chama me-

teorologia, o qual tantas vezes nos condiciona e esta Prova foi muito condicionada pelo tempo. De qualquer forma, fez-se o possível para que as coisas pudessem correr bem”. Palavras de José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, proferidas no Jantar de Entrega de Prémios, que decorreu na noite deste domingo, dia 13, no Restaurante “Barão Palace”, na cidade da Horta. De registar que foram precisamente as adversas condições climatéricas que ditaram o adiamento deste evento desportivo, que inicialmente estava calendarizado para os dias 15 e 16 de Dezembro último. O Presidente do Clube Organizador desta competição do calendário de Vela dos Açores (CNH) explicou que “por razões de saúde” não pôde acompanhar muito de perto esta PCR tendo, no entanto, “acompanhado o suficiente para perceber que a meteorologia não ajudou”, impossibilitando a concretização das regatas pré-determinadas. Ainda assim, “foram realizadas em número suficiente para que a Prova fosse validada, contando como peça importante no calendário regional da Vela Ligeira”. “Agradeço a vinda de todos os representantes dos Clubes participantes bem como aos Patroci-

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nadores que nos ajudaram a realizar esta Prova, e que são vários. Agradeço, também, as facilidades que todas as entidades oficiais – desde a “Portos dos Açores S.A.” à Câmara Municipal da Horta – nos concederam, ajudando-nos directamente a organizar este evento desportivo. Uma palavra de apreço a todos os Treinadores e Dirigentes dos Clubes envolvidos e uma palavra muito especial à Entidade Promotora desta Prova do Campeonato Regional, que é a Associaçao Regional de Vela dos Açores (ARVA)”, sublinhou José Decq Mota, vincando que “o CNH, enquanto Clube Organizador, fez o que estava ao seu alcance para que no essencial tudo tenha sido assegurado”. E rematou: “A todos, todos, agradecemos a vossa boa cooperação e até à próxima”. Em termos de Patrocinadores, o CNH contou com o apoio do “Continente”, na oferta de águas para os lanches de mar; “Fayal Kompra”, em fruta também para os lanches de mar; das empresas “Dive Azores” (Tiago Castro) que cedeu o barco “Princesa Alice” que esteve envolvido

“A todos, todos, agradecemos a vossa boa cooperação e até à próxima”

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na Segurança; “Portos dos Açores, S.A.” na cedência da embarcação “Cagarro” destinada à Comissão de Protestos da Prova; Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP), que emprestou um barco para a Segurança; empresário Carlos Morais na cedência da embarcação “Capejo”, que esteve igualmente envolvida na Segurança; Câmara Municipal da Horta, que cedeu os Ecopontos; e “Bensaúde”, que disponibilizou um contentor para os Clubes do Pico guardarem o seu material. O Presidente da Direcção do CNH também dirigiu palavras de agradecimento a todos os Voluntários que trabalharam no Apoio/Segurança: Hugo Parente, Bruno Gonçalves, Pedro Porteiro, António Luís, José Fraga, Desidério Machado, António Pedro Oliveira, Tiago Reis, Tiago Henriques, Carlos Moniz, João Duarte, Armando Castro, Belchior Neves, Luís Paulo Moniz, João Medeiros e Carlos Silva. O agradecimento é extensivo à ARVA e a Bruno Rosa por terem disponibilizado material para a Comissão de Regata, e a todos os elementos da Direcção pela colaboração e empenho demonstrados. José Decq Mota fez questão de lembrar que esta 2ª PCR foi a última que a presente Direcção do CNH organizou, atendendo a que o mandato terminou em Dezembro de 2018 e que há eleições marcadas para o dia 23 deste mês. Os velejadores participantes representavam nove clubes açorianos: Clube Naval da Horta (anfitrião); Clubes Navais da Madalena, São Roque e Lajes do Pico; Angra Iate Clube e Clube Naval da Praia da Vitória, ambos da Terceira; Clube Naval de Santa Maria; e Clubes Navais de Ponta Delgada e Vila Franca do Campo, da ilha de São Miguel. “Estou muito satisfeito” Em jeito de balanço a esta Prova, Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do CNH, refere: “No segundo dia [domingo, 13] os velejadores não conseguiram realizar qualquer regata, porque o vento não colaborou. Estava sempre a mudar de direcção e de intensidade. Por isso, prevalecem os resultados do primeiro dia [sábado, 12], em que esteve muito vento e muito mar. Estávamos esperançados de que muitos dos ve-

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José Decq Mota: “O CNH, enquanto Clube Organizador, fez o que estava ao seu alcance para que no essencial tudo tenha sido assegurado”

Duarte Araújo: “Todos os velejadores se esforçaram”

lajadores mais novos se iniciassem nas Provas Regionais mas não conseguiram. Ainda assim, fizeram uma regata. Os velejadores estão satisfeitos e eu estou muito satisfeito! Todos se esforçaram muito e os mais novos também melhoraram”. “Esta Prova não foi muito fácil” Na sua intervenção, José Mendonça, Presidente da Comissão de Regata desta 2ª PCR, admitiu que esta Prova “não foi muito fácil”. E prosseguiu: “Já fiz algumas mais difíceis e outras mais fáceis. Houve três ou quatro decisões que tiveram de ser tomadas mas fizemo-lo de consciên-

José Mendonça (de camisola verde), Presidente da Comissão de Regata desta PCR: “Dadas as condições gerais da meteorologia, ainda se conseguiu muito”

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Carlos Borges, Treinador do Clube Naval da Praia da Vitória (ilha Terceira), e Frederico Pereira, Treinador do Clube Naval de Santa Maria, elogiaram a Organização do CNH

cia muito limpinha. No sábado (12) optámos por começar pelas Classes Laser e 420 e depois disse: “Vamos arriscar e mandar para fora os Optimist”. Acho que fizemos bem. Claro que há muitos que não foram, o que era de esperar. O mar não estava com grandes previsões mas o dia de sábado correu bastante bem. Não se podia esperar melhor para as condições que estavam. O dia de domingo era complicado. Logo de manhã quando fui ao mar ver o que se passa, percebi que a coisa não ia ser muito simples. Depois ainda esperei uma hora e fui uma outra vez lá fora. Mandei todos para a água (Optimist, Laser e 420). Quero pedir desculpa por isso, se calhar na altura já podia ter decidido que não ia ninguém para a água tentar fazer alguma coisa. Logo à partida parecia-me que não ia correr mal mas as viragens de vento eram estúpidas! As provas estavam a durar entre 35 a 40 minutos e as mudanças de vento eram muito grandes, tanto a baixar como a rondar e estavam a rondar à volta dos 15 minutos, não dava para acabar prova alguma. As duas que se realizaram foram anula-

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das a meu ver e de acordo com os que estavam comigo. Foram anuladas na hora certa. Foi o Campeonato possível. Já se fez bem piores e bem melhores. Dadas as condições gerais da meteorologia, ainda se conseguiu muito. Obrigada a todos e desculpem pelo dia de hoje [domingo, 13]”. “Foi uma prova dura com vento extremamente difícil” Por sugestão de Duarte Araújo, o Gabinete de Imprensa do CNH convidou Carlos Borges, Treinador do Clube Naval da Praia da Vitória, da ilha Terceira, e Frederico Pereira, Treinador do Clube Naval de Santa Maria, a darem o seu testemunho sobre esta competição, tendo os mesmos simpaticamente acedido. Carlos Borges: “Sou apologista de mais Provas Regionais” “A Prova correu bem. Tivemos um vento extremamente difícil aqui no Faial. Foi exactamente da pior direcção que pode soprar mas atenden-

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CLUBE NAVAL DA H do às circunstâncias acabámos por fazer quatro regatas nos Laser e 420 e três nos Optimist, o que deu para validar o Campeonato. É pena que não se tenha conseguido fazer mais mas não podemos controlar os elementos da natureza. Sábado tivemos um dia extremamente difícil, com vento um bocadito forte, o que se revelou mais complicado para os mais novos, sobretudo para aqueles atletas que transitaram das Escolas de Vela para o escalão Juvenil. Estes tiveram maiores dificuldades mas são factores inerentes à própria modalidade. Estou muito satisfeito com o desempenho dos meus velejadores! Acho que houve sensatez por parte da Comissão de Regata no facto de ter falado com os Treinadores, tendo experimentado primeiro com os velejadores mais experientes – Laser e 420 – de forma a avaliar as condições e depois terem enviado os Optimist para a água. Como sempre, o Clube Naval da Horta está de parabéns! Foi uma Organização excelente com destaque para a segurança, com embarcações suficientes para garantir toda e qualquer eventualidade. Mais uma vez, o CNH esteve ao seu melhor nível!

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A realização de mais Provas Regionais que agora me coloca é abordada com frequência e devo dizer que sou apologista de que deveriam ser em maior número. Contudo, sabemos que estamos condicionados por um orçamento regional que acaba também por ser limitativo à organização de mais provas destas. Quanto mais competição houver entre os velejadores mais hipóteses temos de melhorar o nível da Vela nos Açores. Se falarmos em provas locais na ilha Terceira, garanto que é muito mais fácil deslocar embarcações do Faial para o Pico do que fazer transportar as embarcações de Angra para a Praia. Existem vários obstáculos a que isso possa acontecer: primeiro é a questão do transporte das embarcações em atrelados, que não temos. A maior parte das vezes temos de recorrer a empresas que façam o transporte das embarcações entre as duas cidades, o que torna de certa forma dispendiosa a organização de provas locais. Defendo a realização de mais Provas Regionais, pois sabemos que o nível é diferente entre as várias ilhas que têm Vela e estas competições são sempre uma forma de aferir o nível dos velejadores”.

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Frederico Pereira: “É sempre uma experiência que nos enriquece” “O balanço é sempre positivo. Mesmo quando há alguns reveses é sempre uma experiência que nos enriquece. Foi uma prova dura, com bastante vento no primeiro dia, o que afectou logo alguns dos meus alunos. Havia miúdos muito diferentes: uns são pesados dentro da sua Classe de competição, sendo por isso favoráveis ventos mais fortes. Pelo contrário, também havia atletas muito levinhos, que preferiam ventos fracos. As condições eram boas para uns e más para outros. Houve dois miúdos que aproveitaram bem e obtiveram resultados muito bons. Foi muito positivo para eles! Mas três sofreram um bocado. Um até nem fez regatas, pois era a primeira vez que vinha a uma Prova Regional e já sabia que se o vento estivesse um bocadinho mais maduro não iria ter hipóteses mas foi bom para quebrar o gelo. Os Treinadores conhecem os limites dos velejadores. Ao longo dos treinos já sabemos que um determinado miúdo aguenta 15 nós havendo um outro que aguenta 19 nós. Conheço-os bem e se as condições estão acima dos limites deles já nem sequer vão à água, que é para evitar contratempos. Logo à partida sabemos se vai correr bem ou não. Por vezes há ali uma decisão difícil quando percebemos que está perto daquilo que o miúdo consegue fazer, da sua capacidade, e aí é uma decisão dificil. Pode chegar lá fora e ter um bocado mais de dificuldades mas depende de como se prepara o miúdo e de como se fala dos objectivos dele. Se os objectivos tiverem bem definidos um mau resultado pode não ser negativo desde que ele saiba aquilo que o espera.

A mesa redonda dos Treinadores

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Jorge Pires, atleta do CNH (Laser) recebeu o 1º Prémio entregue pela Vereadora camarária, Ester Pereira

Os atletas podem tirar aspectos positivos de uma situação negativa. Obviamente que sim. Nesta Prova eram mais de 40 os inscritos na Classe Optimist e só 23 é que foram à água. Houve uma grande parte do pelotão de Optimist que não foi e um desses que não foi à água levei-o comigo no barco e estivemos a acompanhar a Prova e a conversar. Mostrei-lhe tácticas de largada e ia conversando com ele sob o meu ponto de vista de Trienador relativamente ao que ia observando e para ele foi uma experiência interessante! Era a primeira vez que ele vinha e isto fez com que tenha quebrado o gelo e da próxima ele já sabe o que é que espera e não vem nervoso. Há sempre aspectos positivos nas competições. O convívio que se gera entre todos os velejadores é super-importante! Permite-lhes crescer em relação ao sentimento de grupo, integrando-se e convivendo com os outros. É excelente! Às vezes acontecem imprevistos! Um dos meus velejadores magoou-se no lábio logo na primeira regata e já não fez as outras. Estava mais desanimado e tive de ter ali uma conversa pedagógica para dar a volta à situação. A Organização foi cinco estrelas! A organização foi cinco estrelas! Sempre que a Horta se candidata às Provas Regionais Santa Maria vem. Vamos aos Regionais todos. A Organização foi excelente em termos de segurança – com a enfermeira no mar – as comunicações estavam boas, com grande disponibilidade por parte de todos. Acho que foi muito bom! O tempo não colaborou mas não mandamos nis-

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CLUBE NAVAL DA H so. Faz parte da nossa modalidade. É claro que é difícil mas há contentores, há transportes, há tanta coisa! Estamos no Inverno e às vezes as decisões vão no sentido de avançar com a Prova. Temos de ir para a frente. Já sabemos como é. Inevitavelmente, numa perspectiva nacional, os Açores precisavam de mais provas, porque quem está no Continente português pega no carro e vai a várias competições. Os atletas de lá têm uma rodagem completamente diferente dos nossos. Do ponto de vista meramente regional, as três Provas do Campeonato Regional servem muito bem mas os melhores dos Açores que vão aos Nacionais apanham um choque! Lembro-me dos meus tempos de estudante em que se verificava o mesmo. Quem frequentava o Ensino Secundário nos Açores e chegava à universidade, apanhava um choque brutal! O mesmo se passa no desporto. Três PCR’s é muito pouco e para quem vive nestas ilhas, as coisas custam muito dinheiro. Não tem havido muita abertura em investimento no mar. Devia haver um bocado mais atendendo a que estamos rodeados de mar. Só com um clube em Santa Maria a competição na Vela torna-se difícil! No Faial também só há um Clube mas o CNH era dos clubes com mais miúdos a nível nacional. Isso compensa um bocadinho a insularidade. Santa Maria até não está mal em termos de quantidade, pois temos mais de 20 em todas as classes, o problema é que não são todos de competição encontrando-se em escalões diferentes. Na competição temos 6/7. A experiência é diferente e as provas também! Acontece que um miúdo já está a chegar e o outro ainda está a meio. As provas têm de ser curtas para as coisas serem interessantes. Há diferentes condicionantes para as ilhas que têm de trabalhar em conjunto. São Miguel tem vários clubes; Faial e Pico estão próximos (São Jorge agora não está na Vela); Terceira tem dois clubes. Estas mecânicas devem ser aproveitadas por estes clubes. Em Santa Maria estamos um bocadinho limitados. Podíamos era aproveitar o navio no Verão e dar uns pulos a São Miguel no sentido de trabalharmos em conjunto. Essa é a nossa melhor hipótese. De resto, há que trabalhar com o que temos. Em Santa Maria os Treinadores são voluntários e aumentar os treinos para ficarmos semelhantes ao que se faz noutras ilhas, implica dispender de

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mais tempo, estar menos com a família e ter mais trabalho aos fins-de-semana. É preciso ver que além disto temos o nosso emprego. Mas se assim não for, a verdade é que depois chegamos aos Regionais e entramos em choque. Temos de compensar um pouco para que não afecte a moral e entusiasmo dos miúdos e tentar ser competitivo com aquilo que temos. É um desafio. Sinto-me satisfeito com o desempenho deles. Para o atleta que veio pela primeira vez era um teste e o vento forte não permitiu que ele beneficiasse

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O velejador do CNH, Tomás Pó (Laser - 3º lugar) vitorioso ao lado de José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH

José Mendonça, Presidente da Comissão de Regata, entregou o Prémio a Mariana Rosa, do CNH (Laser)

mais. Também veio um que já tinha ido à Terceira e a Prova correu-lhe muito bem! Foi 13º, o que se revelou muito positivo. Só treinamos uma vez por semana e mesmo assim por vezes é limitado, porque o fazemos com os atletas todos e temos consciência do que podemos esperar deles. Se queremos que eles melhorem também temos de sair mais. Este grupo de atletas é impecável! São audazes, bem dispostos e brincalhões”.

e como o vento entretanto tinha acalmado ligeiramente com a mudança de maré, mandámos os miúdos pra o mar. Estávamos completamente seguros, porque o CNH implementou um sistema de segurança com várias embarcações (penso que eram 7) só para a parte de Segurança e aí tanto a Comissão de Regata como eu enquanto Presidente da ARVA sentimos que estavam reunidas as condições para se fazer a Prova. Independentemente do mar que estava, não podemos esquecer que isto é um Campeonato Regional. Os Treinadores devem ter algum cuidado e discernimento a fim de perceber que os miúdos que têm menos tempo de Vela ou que estão no sector da aprendizagem, não podem ser incentivados a irem para o mar fazer regatas com tempo como aquele sob pena de assustá-los e afastá-los da modalidade. Tem de haver cuidado. Chamei a atenção de alguns Treinadores nesse sentido. As condições não eram as ideais para os miúdos que não sabem andar à Vela, pois esta modalidade faz-se com vento. Sem vento não é fácil. Não tinha demasiado vento para quem sabe andar à Vela mas para quem não sabe ou estava menos à vontade, não estavam reunidas as condições. Sabíamos que o dia de domingo ia ser mais complicado, porque o vento quando é do quadrante Leste temos a nossa montanha (bonita) que baralha um bocado as contas, porque de vez em quando sopra de um lado, acelera, depois muda de direcção e temos que estar a mudar o percurso constantemente e durante a Prova não se pode fazer isso. No domingo largámos duas vezes e tivemos de anular a regata, tendo em conta que o vento che-

Jorge Macedo: “O problema não foi o vento mas sim a direcção do vento” “Correu bem mas não foi fácil. O problema não foi o vento mas sim a direcção do vento. O balanço acaba por ser positivo. Esta Prova já tinha sido adiada. Estamos muito próximos dos Campeonatos Nacionais de algumas classes. Se esta competição fosse porventura adiada, iria complicar um bocadinho a distância entre a 2ª e a 3ª PCR. Já sabíamos que ia haver algum vento. As previsõoes de certos ‘sites’ de meteorologia apontavam para ventos de 14 a 17/18 nós com rajadas a 20 no dia 12 [sábado] e no dia 13 [domingo] baixava um bocadinho. Isto eram previsões de terça e quarta. A ARVA tinha de resolver se os miúdos viajavam ou não e eles como têm aulas implica pedir dispensa, etc. Todo esse circuito de logística é complicado e arriscámos sabendo de antemão que o vento ia estar com alguma intensidade e o mar também não era o mais desejado para se fazer Vela. Arriscámos e no dia de sábado fomos para o mar um pouco mais tarde. Primeiro avançámos com as classes de miúdos mais crescidinhos – Laser e 420 – tendo sido feitas duas regatas em cada Classe. Antes da terceira regata, chamou-se os Optimist

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CLUBE NAVAL DA H gava a rodar mais de 90 graus. Tentámos, não conseguimos e mandámos a frota para terra. Assim, os das outras ilhas tiveram mais tempo para arrumar todo o seu equipamento para depois os contentores serem fechados e transportados para as diferentes ilhas. Alteração das datas das Provas Alterar as datas de realização das PCR’ é complicado. À semelhança do ano passado, a ARVA reuniu agora com os Treinadores – o que segundo eles não acontecia anteriormente – pois são a peça fundamental desta mecânica. Os Treinadores é que sabem o que se passa em casa dos clubes, o que cada atleta vale, como podem gerir a actividade dos miúdos e a actividade da Vela. Eles são essencialmente o motor de toda esta actividade e a actual Direcção da ARVA teve o cuidado de reunir com eles e auscultá-los no sentido de receber algumas opiniões deles. No sábado tivemos essa reunião e uma das questões que foi abordada prende-se com a frota. Também falámos sobre os ‘timings’ das provas, só que estamos sempre um bocadinho limitados pelas Provas Nacionais que a Federação marca. Fazer as PCR’s no Verão era mais simpático mas os Treinadores têm dificuldades em reunir os atletas nessa altura já que muitos deles vão de férias com os pais, saindo de Junho até Setembro. Contacto com frotas maiores permite evoluir O que foi alvitrado e acho que é pacífico é a Prova que se faz em Novembro passar a fazer-se um bocadinho mais cedo. Vamos equacionar essa possibilidade mas também não pode ser muito mais cedo, porque depois faltam os dias de treino. Ter só um mês de treino e depois

Maísa Silva, do CNH (Optimist – 2º lugar) recebeu o Prémio das mãos de Jorge Macedo, Presidente da ARVA

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fazer um Campeonato não dá. Eles apontaram para meados de Novembro. A primeira PCR esteve para ser nessa altura mas foi alterada. A ARVA registou as preocupações dos Treinadores e com os recursos de que dispõe – os quais não são ilimitados – vai dar um apoio extremamente importante. Fazemos a gestão do dinheiro que vem da Direcção Regional do Desporto (DRD) de forma a que vá sobrando sempre algum. Esta Direcção já percebeu que o contacto com frotas maiores permite que os atletas consigam evoluir bastante mais rápido. Tanto é que no ano passado tivemos três “Jovens-Talento” no CNH. Isso não aconteceu por acaso. Vem na sequência do trabalho feito no Clube e no contacto que têm com outras frotas. Apostar mais nas Provas Locais e nos Nacionais Esta Direcção da ARVA pretende incentivar as Provas Locais e há ilhas que podem realizá-las entre vários clubes: a Terceira e São Miguel pode fazer e o Pico também. Claro que há outras ilhas que não conseguem. Naturalmente que isso envolve custos, os quais a ARVA não está a suportar pelo facto de não ter capacidade para isso e de nem haver comparticipação da DRD nesse sentido. Na próxima cimeira penso que é uma questão que temos de colocar, porque as Provas Locais são extremamente importantes e ao fim e ao cabo é um treino mais a sério em que envolve mais embarcações ao mesmo tempo. As Provas Nacionais são muito importantes para aqueles atletas que estão a chegar ao ‘top’. Em vez de fazerem uma largada com 30 barcos, fazem com 150/200, o que é completamente diferente. Nota-se que eles se sentem muito inibidos nas Provas Nacionais. É um salto muito grande. Fazer uma largada com 150 barcos é assustador! Mas mesmo assim houve velejadores que ficaram nos primeiros 30/40 em frotas de 150, o que é muito bom para a realidade da Vela Açoriana. Temos de apostar mais nas Provas Locais e nos Nacionais pensando naqueles atletas que estão a chegar a um patamar completamente diferente. A Organização do CNH estava muito bem. Não se pode apontar nada. As questões que foram acontecendo evoluiram sem qualquer percalço, quer no mar quer em terra. No mundo da Vela Açoriana estamos todos satisfeitos”.

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VELA LIGEIRA REGATA DOS REIS: “O CNH ESTÁ MUITO ACTIVO E EM FORMA!”

“Nos Optimist B, os velejadores conseguiram fazer 4 regatas, “um recorde!”

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orreu super-bem a Prova. Fizeram-se 4 regatas, com vento do quadrante nordeste de 8 a 12 nós e tivemos muitos barcos na água, divididos entre Laser 4.7, Optimist A, Optimist B e 420. Nesta prova participaram 3 Optimist e 2 Laser do Clube Naval da Madalena (CNM)”. É assim que Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta, classifica a Regata dos Reis, que decorreu na manhã deste sábado, dia 19, no Canal Faial/Pico. Depois da 2ª Prova do Campeonato Regional (PCR) de Juvenis e Juniores 2018/2019, realizada no Faial nos dias 12 e 13 do corrente e organizada pelo Clube Naval da Horta, em que os velejadores faialenses dominaram o pódio, este sábado (dia 19), “as regatas foram bem animadas na luta pela primeira posição na Classe Op-

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timist A, com os 2 primeiros a desempatar pela classificação na última regata”, destaca Duarte Araújo, que prossegue na sua análise: “Em Laser 4.7, o Jorge Pires deu continuidade às classificações do fim-de-semana passado, dominando todas as regatas. Houve grande luta pelos lugares imediatos”. Nos Optimist A, a luta era pelo lugar mais alto do pódio, o que apenas foi decidido na última regata. Nos Optimist B, os velejadores conseguiram fazer 4 regatas, “um recorde! Os 5 elementos têm pouca experiência fora da doca, por isso foi uma grande vitória para todos!” “Em 420, a dupla Leonor Porteiro/António Ramos atingiu novos máximos e dominou por completo todas as regatas! A Comissão de Regata, os balizadores e a segurança estiveram muito bem, ajudando no sucesso da Regata dos Reis. O Clube Naval da Horta está muito activo e em forma!”, frisa Duarte Araújo.

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VELA LIGEIRA JORGE PIRES, DO CNH, PARTICIPA NA 2ª PAN, EM LEIXÕES

Além de Jorge Pires, velejador do CNH, a comitiva açoriana é composta por José Maria Silva, de Ponta Delgada; e por Alexandre Madruga, da Madalena do Pico

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velejador do Clube Naval da Horta (CNH), Jorge Pires, já se encontra no Continente português a fim de participar na 2ª Prova de Apuramento Nacional (PAN), que se realiza sábado e domingo próximos, dias 2 e 3 de Fevereiro, em Leixões. Nesta competição, organizada pelo Clube de Vela Atlântico, Associação Regional de Vela do Norte e Federação Portuguesa de Vela, são esperados cerca de 90 velejadores da Classe Laser. Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta, explica que, “uma vez que o Campeonato Nacional e o Europeu de Séniores decorrem nas águas de Leixões, esta deslocação foi aproveitada para fazer dois dias de estágio, antes do Campeonato, com o objectivo de conhecer melhor o campo de regatas, não só para este, mas principalmente para os campeonatos importantes que aí vêm”. Além do atleta e do Treinador do CNH, a comitiva açoriana é composta pelos velejadores José Maria Silva, do Clube Naval de Ponta Delgada; e Alexandre Madruga, do Clube Naval da Madalena. “Estes três velejadores juntam-se para for-

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mar uma equipa dos Açores, para bem comum representando os seus clubes, mas, também, representando todos nós”, salienta este Técnico. E para aqueles que possam estar a pensar que Duarte Araújo vai dar mais atenção ao “seu” velejador (Jorge Pires), o Treinador deixa esta mensagem, bem esclarecedora: “Nenhum dos Treinadores destes atletas ou Clubes a que pertencem, pensa dessa forma; muito pelo contrário, pois já acompanhei o Zé Maria aos “Jogos das Ilhas”, em Maiorca, e correu muito bem! E o Alexandre treinou muitas vezes com a nossa equipa (CNH) de Lasers no ano passado, quando não havia actividade na Madalena. Estamos a falar de velejadores muito trabalhadores e com muita qualidade, pelo que considero um privilégio poder ajudá-los em campeonatos. Tenho a certeza de que vão dar o seu melhor. Por isso, tenho também de dar o meu melhor a favor deles”. De acordo com Duarte Araújo, “os objectivos do Alexandre passam por ficar nos 10 primeiros Júniores a fim de se apurar para o Campeonato da Europa e do Mundo de Laser Radial. Quanto ao Zé Maria, pretende ficar nos 5 primeiros da frota 4.7., ao passo que o Jorge Krug Pires, tem como objectivo ficar nos 5 primeiros lugares da frota 4.7. O espírito da equipa está óptimo, ainda que se espere a chegada da tempestade “Helena”, já esta sexta-feira” (1 de Fevereiro).

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS LIBÉRIO SANTOS: “A VELA TROUXE MELHORIAS À MINHA VIDA”

“Quero continuar na Vela”

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convite feito por João Duarte – Treinador de Vela da Classe Hansa (Vela Adaptada) do Clube Naval da Horta (CNH) – fez com que o desporto náutico tenha entrado na vida de Libério Santos, no ano de 2011. Este velejador do CNH era pedreiro de profissão mas um “grande” acidente de moto, ocorrido em 1983, deixou-o paraplégico. “Já tinha sofrido outros acidentes mas este foi o maior. Inicialmente ainda tinha alguma expectativa de que não fosse este o desfecho mas com o tempo essa esperança foi morrendo. Nos primeiros 5 anos foi complicado aceitar o que me havia acontecido. Depois fui adaptando-me. A minha filha já não me conheceu a andar. Só o meu filho. Ambos me ajudam mas a minha mulher é que é a barra central. Não me sinto inferior aos outros por andar numa cadeira de rodas. No princípio não foi fácil e

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ouvia muito a frase do “coitadinho para aqui coitadinho para ali”. Também por isso não gostava de sair de casa. APADIF tem ajudado muita gente Considero que a cidade da Horta não está preparada para cadeiras de rodas. Há poucas rampas e muitos acessos dificultados. Por essa razão, sozinho não consigo tratar das minhas coisas como ir ao banco, aos correios, etc. Espero que com o novo edifício o próprio Clube Naval fique mais acessível. A Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF) tem ajudado muita gente na nossa ilha. O Sr. Fialho [Presidente desta instituição há 18 anos] tem sido das pessoas mais importantes na luta pela defesa dos direitos dos portadores de deficiência. É verdade que a situação dele também contribuiu para este interesse mas não é qualquer um que trabalha como ele. Por isso há que enaltecer o seu dinamismo e empenho.

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CLUBE NAVAL DA H Recordo-me que há 2 anos fui ao espectáculo da APADIF, no Teatro Faialense, dançar tango e tenho de destacar a paciência que o Paulo teve com a gente. Conhecia mal a APADIF e foi numa festa desta instituição, realizada no Teatro Faialense, que me cruzei com o João Duarte, que me perguntou se eu queria fazer Vela. Respondi que nunca tinha andado de barco e ele convidou-me a experimentar. Gostei e de lá até hoje continuo a praticar. No CNH são todos incansáveis! No início foi um pouco difícil mas depois encarreirou. Sem dúvida, que a Vela trouxe melhorias à minha vida, pois a gente distrai aí fora, no mar. Quero continuar a velejar se os braços me deixarem. A minha tendinite ressente-se com o esforço que faço, para a qual a Vela também deve ter contribuído. O João Duarte é Treinador e Amigo. Quando precisamos dele, está sempre lá. Ele é bom nisso: é calmo e sabe como lidar com o feitio de cada um, evitando choques. Sabe bem levar os seus atletas. Sinto a colaboração do Clube Naval da Hor-

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ta. São todos incansáveis e dão-nos um grande apoio. Para mim, o CNH é a segunda família e isso sente-se bem quando vamos em deslocações. É como se fôssemos todos uma família. Primeiro andei em diferentes barcos mas passado algum tempo cada velejador ficou com o seu. Estas embarcações são seguras e nunca sinto medo. Quando estou no mar não penso em mais nada. O mar traz-me liberdade! Quando estamos no mar, em treino ou em prova, somos todos iguais. Ganhar é sempre bom mas mesmo quando isso não acontece, prevalece a amizade. Somos todos amigos! Costumo dizer que somos amigos em terra e no mar é cada um por si mas na verdade perder e ganhar faz parte do jogo. Acho que o que está a fazer falta é mais treinos. A Vela também trouxe novas amizades A Vela também trouxe essa parte da amizade, do companheirismo, de conviver com outras pessoas. Anteriormente eu já conhecia esta gente mas não tinha confiança com eles. Tenho mais amigos e mais convívio na minha vida desde que estou no CNH. É sempre bom treinar, porque caso contrário o

“O mar traz-me liberdade!”

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corpo não se sente preparado e perdemos o ritmo. A idade também vai pesando. Quando o mar está mais mexido fazemos mais força. E sempre que há uma ondulaçãozinha também gosto pela adrenalina que nos permite sentir. Temos de saber que estamos no mar! É bom participar em Campeonatos Nacionais, o que possibilita conhecermos outras pessoas e outros lugares. Exactamente por isso já fiz amigos no Continente e eles também já vieram ao Faial

“Tenho mais amigos e convívio na minha vida desde que estou no CNH”, sustenta Libério Santos, aqui ao lado do velejador Carlos Cardoso

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participar em provas. No Continente é diferente, pois há mais atletas, mais inter-acção e disputa. Gostava que no CNH também pudessemos contar com mais velejadores. Na minha Classe actualmente somos apenas três. Se o número fosse superior dava mais pica! Já convidei outras pessoas para virem experimentar a Vela mas alguns preferem ficar na cama de manhã. Treinar implica levantar cedo! A Travessia do Canal é para não esquecer A Travessia do Canal, feita em 2014, foi boa. Essa não esquece mais! O mar não estava grandes coisas mas fui o primeiro a fazer esta travessia. Tenho orgulho nisso! Nunca fui pessoa de ir para o mar. Nem mesmo pescar! Aborrecia-me estar ali a secar em cima de uma pedra, mas a concretização deste desafio significou muito para mim! Receber prémios – já conquistei vários – é bom e para mim funcionam como recordações”. “Arranjo sapatos” Além da Vela, Libério Santos tem muitas outras ocupações no seu dia-a-dia, como nos explica: “Tenho uns bichos (galinhas, porcos, cabras) e

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CRISTINA SILVEIRA | CNH 2018

Libério Santos: “O João Duarte é Treinador e Amigo”

tomo conta deles. Faço fisioterapia em casa. Tenho uma bicicleta mas sou um pouco preguiçoso. Também gosto de ver filmes. E como conduzo, saio de casa para dar uma volta. Estou sempre entretido. Além disso, ainda arranjo sapatos. Aprendi com o Sr. Travassos (pai), que era sapateiro. Fui à oficina dele umas vezes, explicou-me como se fazia e foi o bastante. Ponho solas, tacões, cozo, colo, faço tudo! Já faço este traba-

lho há mais de 20 anos. Actualmente, aparece pouco serviço. Tinha muitos clientes mas também muitos calotes. Algumas pessoas deixavam os sapatos para arranjar e esqueciam-se deles. Diziam que vinham pagar amanhã mas não apareciam mais!” Sr. Libério: o lugar que o Clube Naval da Horta ocupa na sua vida é insubstituível e sinal de que o desporto, e neste caso concreto a Vela Inclusiva, pode fazer toda a diferença não só no per-

No decorrer da Festa do 71º Aniversário do CH, realizada em Outubro de 2018, Libério Santos também foi premiado

“Tenho orgulho no recorde que consegui bater no Canal”

CRISTINA SILVEIRA | CNH 2018

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curso de um atleta como na força renovada para encarar o dia-a-dia. Os amigos que fez, o convívio gerado, os prémios alcançados e a certeza de que é capaz de superar novos desafios constituem mais-valias para si e para aqueles que o rodeiam, em especial a sua Família. É com essa garantia e a motivação para novas conquistas que iniciamos este novo ano. A propósito do feito alcançado por Libério Santos, recordemos o que o Gabinete de Imprensa do CNH noticiou no dia 17 de Dezembro de 2014: “Libério Santos, do CNH, foi o primeiro atleta dos Açores a realizar o Horta-Madalena-Horta – Sprint na Classe Access A partir de hoje (17 de Dezembro de 2014), os atletas açorianos da Classe Access (Vela para pessoas com mobilidade reduzida) – [que agora tem a designação de Classe Hansa] – podem inscrever-se para bater recordes no que respeita a esta Classe. O pontapé de saída foi dado na manhã do dia de hoje pelo velejador do CNH, Libério Santos, que fez o Horta-Madalena-Horta – Sprint em 2 horas, 34 minutos e 21 segundos.

No CNH o dia é de festa e ficará para a história com o recorde pessoal conseguido pelo velejador Libério Santos, da Classe Access 2.3. O atleta do Clube Naval da Horta propunha-se fazer o Horta-Madalena-Horta – Sprint no menor tempo possível. Mesmo sem as condições ideais, a proeza foi alcançada em 2 horas, 34 minutos e 21 segundos. “Correu bem e estou satisfeito. Apesar de a viagem Madalena/Horta ter sido mais difícil, com mais vento o que fez com que entrasse água no barco obrigando-me a parar para retirá-la, pensava que no total ia levar mais tempo. Foi rápido”. É assim que o velejador define este desafio que considera como “um recorde”, sublinhando que está pronto para repetir a iniciativa. Libério Santos, visivelmente orgulhoso de si próprio, fez questão de agradecer o apoio do seu Treinador, João Duarte, bem como de todos os Dirigentes e membros do Clube Naval da Horta que o acompanharam e motivaram neste desafio. À chegada, o Treinador da Classe Access do Clube Naval da Horta, João Duarte, caracterizava este desafio como tendo sido “uma maravilha, num dia com sol”. Apesar de considerar que se

“Correu bem e estou satisfeito”

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“Este Sprint tem um significado muito especial para este tipo de atleta, representando a superação, a coragem, a afirmação e a inclusão”, sublinha João Duarte

tratou de “uma prova durinha”, João Duarte realça que “o estado de espírito do velejador foi sempre muito bom e que o percurso não podia ter corrido melhor”. A 1ª perna (Horta/Madalena) foi feita numa hora, 20 minutos e 21 segundos e a 2ª (Madalena/Horta) numa hora e 14 minutos. Até ao Pico o vento soprou com a intensidade de 12/13 nós, ao passo que no regresso ao Faial aumentou de intensidade, com rajadas de cerca de 18 nós. “Na viagem do Pico para o Faial apanhámos vento por trás e muita ondulação, o que fez com que o Libério tenha parado por diversas vezes para retirar água da embarcação”, explica o Treinador. Recorde-se que esta iniciativa do CNH visou comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que se assinalou no dia 3 deste mês. No entanto, as desfavoráveis condições climatéricas não permitiram que o Sprint tivesse sido realizado nessa data, pelo que se concretizou hoje. Relativamente à importância deste evento, João Duarte salienta que “representa claramente a superação da pessoa com deficiência, que revela coragem e determinação, sendo sinal de inclu-

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são e afirmação da pessoa em si”. “É a prova de que todos são capazes de ir mais longe, testando os seus limites”, frisa este Técnico em Educação Especial e Reabilitação. O Treinador de Vela da Classe Access do CNH explica que esta iniciativa foi o cumprimento de uma promessa feita aquando da realização do Campeonato Nacional da Classe Access em Viana do Castelo, no ano de 2013, em que foi acordado que o melhor velejador em prova seria o primeiro a enfrentar este desafio. No entender do Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, que fez questão de acompanhar o atleta, “o Sprint correu bem”. Quanto ao tempo, afirma que “as condições no Canal estavam no limite” e que “a ondulação, com vento e maré, intensificou-se na viagem de regresso, o que fez com que o Libério se tenha molhado”. O facto de o vento ter crescido entre a Madalena e a Horta provocou diversas paragens. Por isso, José Decq Mota não tem dúvidas em afirmar que “o tempo realizado poderia ter sido menor, em cerca de 20 minutos”. O Presidente da Direcção do CNH congratula-se com “a vontade e desempenho deste atleta” e diz que “ainda bem que não se desistiu de fazer o Sprint, apesar das condições, onde o frio foi uma constante”. De realçar que nos Açores, Libério Santos foi o primeiro atleta da Classe Access a conseguir realizar uma iniciativa deste género. “O objectivo agora é ir tentando bater o tempo que este velejador alcançou. Por isso, dentro das regras existentes, quem quiser pode inscrever-se para tentar bater recordes”, salienta este Dirigente. De realçar que atletas de diversas Classes do Clube Naval da Horta já realizaram Sprints em anos anteriores, seguindo este recorde uma linha de continuidade nesta instituição. O percurso, que teve o seu início por volta das 08h45, contou com o apoio da lancha “Walkiria” em termos de segurança e onde seguia o Presidente da Direcção; e dos semi-rígidos “Piloto João Lucas” onde ia o Treinador João Duarte, figura central de motivação e confiança do velejador; e “Tabarly”, onde seguia o Júri do Sprint, Luís Paulo Moniz, e o terapeuta ocupacional da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial, Nilzo Fialho”.

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS LEONOR PORTEIRO: “A VELA DESENVOLVE-NOS BASTANTE”

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Vela traz-nos novas amizades, capacidade para resolver problemas e oportunidades para nos desafiarmos a nós próprios”. É assim que Leonor Porteiro responde à questão: “O que é para ti a Vela?” colocada no decorrer da entrevista feita no âmbito da rubrica “Conhecer os Nossos Atletas”, criada precisamente com o intuito de conhecermos um pouco melhor todos aqueles que defendem as cores do Clube Naval da Horta (CNH) nas modalidades da Vela Ligeira, Natação e Canoagem. Esta jovem de 15 anos pratica Vela há 4. Antes disso dedicou-se ao Atletismo durante 3 anos e após um interregno voltou a este desporto. “Dá para conciliar os dois e decidi voltar ao Atletismo, porque sentia que só a Vela era pouco por vezes. Também já pratiquei Natação no CNH mas não aprecio muito”. Quanto ao facto de ter optado pela Vela, a resposta é pronta: “Porque sempre gostei do mar.

Da Vela nem sempre gostei mas formei gosto e quando sair do Faial para ir prosseguir estudos, quero continuar a velejar. Não sei o que será o futuro profissional mas gostava de ser bióloga marinha”. Leonor, ou Nonô como é carinhosamente tratada, frequenta o 10º ano de escolaridade na área de Ciências e Tecnologias, tendo como disciplinas preferidas Ciências e Biologia. Nos tempos livres, este caranguejo de signo, que é do Benfica, ouve música e sai com os amigos. No que toca a preferências gastronómicas, a aposta vai para a massa à bolonhosa e lasanha, o que representa “energia para a Vela”. “A Classe 420 implica coordenação e mais responsabilidade” Esta velejadora começou a presente temporada com uma nova experiência ao ter mudado da Classe Optimist para a 420. “É um bocado diferente, porque se trata de uma dupla, o que é

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RTA ções surgem depois mas também são importantes, pois permitem evoluirmos com novas frotas, ver como é que os outros andam e com isso aprender. Estamos atrás dos velejadores do Continente português mas em termos regionais o nível está mais equilibrado. Trabalhamos para nos aproximarmos dos outros”.

Os prémios são a coroa de glória da exigência das provas

sinónimo de outra responsabilidade e também é mais exigente fisicamente. Gostava mais do Optimist não por ser mais fácil mas por não ter que depender de outra pessoa. Agora, faço dupla com um parceiro – o António Ramos – o que implica muita coordenação em terra e no mar. Temos uma diferença de peso muito grande e qualquer movimento mexe logo com o barco, o que exige muito trabalho”. Leonor fala do Treinador [Duarte Araújo] como uma figura imprescindível. “Ajuda-nos a fazer melhor e a superarmo-nos. Puxa por nós mas também há alturas para brincarmos”. E no que respeita a deslocações, garante: “O mais importante é nós trabalharmos; as desloca-

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“No Verão, passei mais tempo no CNH do que em casa” Para esta atleta, por vezes o CNH representa “uma segunda casa”. “No Verão, passei mais tempo aqui do que provavelmente em casa. O Clube é importante para mim e esta gente que por aqui anda é toda amiga”. É por isso que Leonor aconselha os amigos a virem praticar Vela para o CNH mas os convites têm tido pouco ‘feedback’. “Nesta fase toda a gente já escolheu o desporto que quer praticar. Claro que depende do desporto e não é obrigatório todos começarem em criança mas acho que é mais fácil iniciar em pequeno. Embora haja também a vertente de lazer ou meramente desportiva, competir faz parte”. E desafiada a partilhar o que seria uma mensagem convicente para alguém começar a praticar Vela, Leonor atira: “A Vela é importante, porque desenvolve algumas capacidades que outros desportos não desenvolvem, pois temos a parte

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“Agora, faço dupla com o António Ramos, o que implica muita coordenação em terra e no mar”

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física mas também a cognitiva. A Vela desenvolve-nos bastante e quando levada a sério é um bocado cansativa”. A falta de atletas na Escola de Vela do CNH é precisamente uma das maiores queixas desta velejadora. “Temos falta de gente na Vela. Em Laser e 420 temos poucas pessoas. É importante termos uma Escola com muitos miúdos para depois se irem formando com o objectivo de terem um percurso evolutivo ao longo das várias Classes. O equipamento é igualmente importante mas esta modalidade parte muito de nós, pois podemos ter um barco XPTO e não fazermos nada. Estou ainda no início da Classe 420 e por isso não sei andar muito bem mas garantidamente que se os Optimist tivessem velas melhores podiam ter um desempenho superior. Contudo, agora o Clube está muito melhor; temos muito mais velas do que tínhamos há 2 anos. As coisas estão a melhorar!” Paralelamente ao capital humano – o mais importante, sem dúvida – e a algumas lacunas no material, Leonor mostra cartão amarelo às instalações. “Os balneários têm poucas condições”.

“Em Laser e 420 temos poucas pessoas”

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Monitora da “Vela Espectacular” Tendo já um percurso cimentado nesta modalidade, Leonor foi Monitora do Progrrama “Vela Espectacular” do CNH, durante o Verão passado. “Como já tenho algum conhecimento em relação aos Optimist, posso agora ajudar outros a terem esse conhecimento também”. Recordemos o seu testemunho, dado em Agosto de 2018: “Na minha opinião enquanto Monitora, a “Vela Espectacular do CNH 2018” correu bastante bem. Tínhamos um ambiente divertido em que as crianças podiam aproveitar os dias de Verão para aprender a velejar. Gostei desta experiência, pois tive o meu primeiro contacto com a Vela através deste Projecto, há já alguns anos como aluna, e foi bom estar agora do outro lado a ensinar o que sei e a aprender o que os Treinadores têm para nos ensinar. Adorei passar os dias no mar e ter contacto com as crianças que vinham para o Clube todos os dias com energia e vontade para andar à Vela! Acabo agora nesta Semana do Mar a minha segunda e última época de Optimist e começo a

“Na Vela temos a parte física mas também a cognitiva”

competir na Classe 420. Daqui a 3 anos concluo o Secundário e pretendo continuar a praticar Vela no Continente”. Leonor: cultiva as tuas ambições, dentro e fora da Vela, sendo certo que esta outra Família que tu escolheste te ajudará a crescer e a tomar decisões importantes na tua vida, marcada pelo mar, pela aprendizagem e pelas amizades feitas no mundo náutico.

“Adorei passar os dias no mar e ter contacto com as crianças que vinham para o Clube com energia e vontade para andar à Vela!”

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EM PORTO PIM MAIS DE 150 BANHISTAS ADERIRAM AO 1º BANHO DO ANO DE 2019

Esta tradição, com décadas, junta cada vez mais adeptos no Faial

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á mais de 30 anos que os Faialenses dão as boas-vindas ao Ano Novo com um banho de mar. A tradição voltou a cumprir-se na manhã de terça-feira, dia 1 de Janeiro de 2019. Foram mais de 200 as pessoas que acorreram até à Praia de Porto Pim, entre banhistas – muitos ligados ao Clube Naval da Horta (CNH) – acompanhantes, fotógrafos e pessoal da Comunicação Social. Esta iniciativa, que nos últimos anos decorre no âmbito do Programa “Natal com Tradição” 2018 da Câmara Municipal da Horta, contou, como habitualmente, com a parceria do Clube Naval da Horta. Convidado a revelar as suas motivações relativamente a este evento com história na ilha do Faial, Carlos Pedro – antigo Treinador de Canoagem do CNH e actual Treinador de um grupo de atle-

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tas que participa em provas do ‘Trail Run’ – refere que começou em 2017. “A primeira vez que eu e o meu grupo participámos no 1º Banho do Ano foi no ano passado. Começámos com a tradição de fazer um Treino de Despedida no dia 31 de Dezembro e um Treino de Início de Ano, no dia 1 de Janeiro, e a seguir aos treinos mais longos temos por hábito ir molhar as pernas em água salgada, no Comprido, na praia da Conceição e noutros locais, por causa das articulações, inflamações, etc. Por isso, em 2017 começámos a participar neste banho em Porto Pim e este ano repetimos a experiência. Correu bem e a temperatura da água estava boa! Sem dúvida que eu e as minhas atletas queremos continuar em 2020. Aliás, eu tinha um ritual em que todos os domingos, de manhã, ia dar um mergulho e ironicamente não fazia isso no primeiro dia do ano. Depois comecei a dar treinos e com a adesão em 2017 agora é para manter. Este é um banho revigorante e que ajuda a manter

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CLUBE NAVAL DA H Carlos Pedro acompanhado pela sua atleta, Margarida Pereira

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a forma além de nos fazer sentir bem espiritualmente. Digamos que é um bom presságio para o Ano Novo. Sentimo-nos rejuvenescidos! Além de tudo isto, esta iniciativa é um excelente momento para o convívio entre os banhistas e todos aqueles que se associam, em que trocamos experiências, formulamos os nossos votos de um ano cheio de Saúde e Prosperidade, terminando com um brinde. Todos os que participam se sentem bem e satisfeitos e a prova de que se trata de um excelente evento é o facto de vermos cada vez mais pessoas a aderirem a esta tradição. E o local não poderia ser mais propício atendendo à segurança da Praia de Porto Pim. É preciso ver que participaram neste mergulho banhistas de todas as faixas etárias: crianças, jovens, adultos e séniores! Este é um local belíssimo, com uma vista magnífica, grande segurança, muita história e o tempo ajudou imenso. Apesar de ter estado um pouco de vento foi muito agradável!” A concentração aconteceu pelas 11 horas junto ao Quartel da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Faialenses (AHBVF) estando o mergulho marcado para as 12 horas, com Almoço/Convívio pelas 13 horas. Este Convívio

O bom tempo ajudou ao sucesso desta iniciativa dentro e fora da água

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Amigo do Ambiente – em que foram utilizados ecocopos e ecotigelas – decorreu no Bar de Porto Pim, tendo os banhistas sido presenteados com um reconfortante Caldo de Peixe quente acompanhado por iguarias próprias da quadra natalícia. Além do Clube Naval da Horta, o 1º Banho do Ano de 2019 na ilha do Faial teve, ainda, como parceiras as seguintes entidades/empresas: Fayal Kompra, Fernando Guerra, Multiópticas, Padaria Popular, Bico Doce, Carlos Goulart, Nova Era Avenida, Los, Imofaial, Mais 18, Marques e Silva e Juntas de Freguesia das Angústias, Capelo, Conceição, Matriz, Pedro Miguel e Praia do Almoxarife. O Gabinete de Imprensa do CNH agradece a prestimosa colaboração dos simpáticos fotógrafos, José Macedo e António Fraga, que amavelmente uma vez mais acederam partilhar as suas espectaculares e profissionais fotografias. No testemunho dado em 2018, António Fraga, mentor desta iniciativa nos moldes actuais, explicou como tudo começou. Recordemos essas memórias: “O 1º Banho do Ano começou há mais de 30 anos, na praia da Conceição. O João Ribeiro e o João Ângelo Lopes eram os mentores oficiais,

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os angariadores de rua, que andavam a convidar as pessoas para esta iniciativa. Cada um levava uma garrafinha de bebida (licor, Porto, etc) e no fim todos se brindavam e acabava assim o mergulho. Inicialmente, como eles iam sozinhos, vinham pedir apoio aos Bombeiros e lá íamos com a ambulância e a ‘Chevrolet’. Eles mudavam de roupa no próprio Quartel. Quando comecei como Comandante dos Bombeiros Voluntários Faialenses, em 1987, decidimos transferir o 1º Banho do Ano para Porto Pim, por uma questão de segurança. Tendo em conta que senhoras e crianças começaram a aderir, entendemos que era melhor assim, por ser uma praia mais segura. Uma das primeiras banhistas deste evento foi a senhora Teresinha Constantino, casada com o Carlos Silveira. Nos primeiros tempos, íamos até à Bombardeira e era ali que o irmão do Belmiro montava a tasca. Também se chegou a fazer isso junto aos Balneários. Com o tempo, este evento foi-se alargando e hoje são centenas os envolvidos no 1º Banho do Ano, na ilha do Faial. Lembro-me muito bem disto e das primeiras animações de rua, em que nós, os Bombeiros Faialenses, íamos pela cidade com as crianças e o Pai Natal na ‘Chevrolet’”.

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A FIGURA DO MÊS JULIANA NÓBREGA: “O CNH TEM SIDO UMA PEDRA BASILAR NA FORMAÇÃO DOS NOSSOS JOVENS”

ARQUIVO CNH

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da Madeira (cresceu no Funchal) mas foi nos Açores que aprendeu a pescar. O gosto ganhou-o à custa do marido, Fernando Pereira Nóbrega, que esteve ligado ao Clube Naval da Horta (CNH) durante vários anos como Responsável pela Pesca de Costa. Falamos de Juliana Nóbrega, que não só herdou essa liderança do marido como colaborou activamente na Secção de Vela Ligeira, tendo trabalhado com vários Presidentes no CNH ao longo de mais de 30 anos. É esta mulher – dirigente, pescadora, activa, dinâmica, amiga e defensora do Clube Naval da Horta – a primeira “Figura do Mês” deste novo ano de 2019. “Consegui adaptar-me a isto e fiz grandes pescarias” “Cheguei ao Faial em 1973. O meu marido veio à frente preparar a abertura do Centro de Emprego – o meu trabalho na Madeira – que ainda não existia no Faial. Isto ainda no tempo do Fas-

cismo. A abertura do Centro de Emprego foi uma exigência do meu marido ao Ministro da altura, atendendo a que, apesar de haver concurso, ninguém queria vir para as ilhas. Primeiramente fomos para São Miguel, porque também éramos ilhéus e porque pediram muito a meu marido – que era assistente da abertura das Casas do Povo – que aceitasse esta colocação. Morei 6 anos em São Miguel e gosto sempre muito desta ilha. Os Açores têm belezas que o resto do país não tem! Os primeiros tempos no Faial foram passados num hotel até que houvesse uma casa onde pudessemos instalar-nos com os nossos móveis, o que não foi fácil, tendo em conta que era tudo edifícios velhos e com poucas condições. Mais tarde lá arranjámos uma casa na Ladeira de Santo António, pois já estávamos cansados de hotel. Com a abertura do Centro de Emprego, o Ministro exigiu que o Dr. Mesquita cedesse um dos seus gabinetes, já que ele tinha dois: um como

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Delegado do Inatel e outro como Delegado de Trabalho, e então ele ficou na parte de Delegado de Trabalho e eu fiquei no gabinete dele do Inatel. Apesar de todos estes anos no Faial, continuo a preferir a minha terra, como é normal, mas os filhos e os netos suplantam a vontade de regressar ao torrão natal. Naturalmente que vou sempre à Madeira, pois preciso de ir “lavar o cérebro!” A Madeira tem muito Turismo e está vocacionada e preparada para receber. Penso que esse é um aspecto em que os Açores ainda têm de crescer. É preciso haver formação para que a mentalidade seja outra, no sentido de uma maior abertura e disponibilidade para acolher com simpatia, profissionalismo e disponibilidade, fazendo com que os visitantes se sintam em casa. Tenho espírito de negócio, pois sou filha de comerciante e aprecio muito as tabernas, as tascas, as barraquinhas, onde se encontram pessoas genuínas e os verdadeiros petiscos, dando dois dedos de conversa aos naturais da terra. Com a mornaça que grassava por aqui, tínhamos de arranjar uma actividade para dar vida aos tempos livres. Perto dos anos 80 comecei a pescar com meu marido, tendo em conta que ele era o Director da Secção de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta. Por vezes ele também pescava. Quem incutiu este vício a meu marido foi o pai do Carlos Fontes e eu ficava doida, porque ele não gostava de ir sozinho e pedia-me sempre para o acompanhar. Verdade seja dita que eu também nunca apreciei pescar sozinha. Gosto sempre de ir para onde está gente, pois vejo a

ARQUIVO CNH

“Eu ia para a doca esperar dentro do carro por meu marido e ele para me entusiasmar, comprou-me uma caninha”

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Uma mulher entre homens - Juliana Nóbrega: “Gosto sempre de ir para onde está gente, pois vejo a pesca como um convívio”

pesca como um convívio. Eu ia para a doca esperar dentro do carro por meu marido e ele para me entusiasmar, comprou-me uma caninha para eu entreter-me em baixo enquanto ele pescava em cima, no redondo. E em baixo eu apanhava e em cima ele não. Era cada peixe que eu pescava! Besugos e sargos. E comecei a entusiasmar-me por esta actividade! Curiosamente não tenho ninguém na minha família que perceba sequer de um anzol! Eu não sabia estorvar anzol, engodo ou iscas. O meu marido é que preparava tudo. Entretanto ele morre e eu pensei: “E agora?” E estive um ano sem pescar. Mas a malta tirou-me o juízo e eu disse: “Vou voltar a pescar!” O que é certo é que tive de aprender a estorvar anzóis, fazer engodo, preparar iscas. Nunca mais foi como dantes mas lá fui aos poucos e comecei a ganhar prémios. Confesso que é um bocadinho difícil preparar isto tudo, porque é preciso perceber e ter muita paciência! Consegui adaptar-me a isto e fiz grandes pescarias. Na altura, andava mesmo nos primeiros lugares. Aplicava-me, não era como agora em que ponho o carro ali perto para quando estou farta vir sentar-me. Eu fazia frente a eles Nesses tempos, os grandes pescadores eram o José Macedo, o Carlos Medeiros, o José Alberto Rosa e outros. E eu fazia frente a eles. Houve mesmo um campeonato em que a discussão do título estava entre mim e o José Macedo. Eu ainda guardo o jornal com essa notícia. Quando se

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JOSÉ MACEDO | CNH

“Na altura, andava mesmo nos primeiros lugares”

deu essa situação, pensei: “Ainda vou gozar o José Macedo”. Ele era dos bons! Sabia pescar! Para fazer frente a ele não era qualquer um. Ao contrário de agora, havia três ou quatro mulheres a participar nas provas. Uma delas era a Anália Silveira, que está na América, e uma outra trabalha no Hospital, que é a mulher do Frias. Embora não se distinguissem pelos resultados, a verdade é que esta actividade entusiasmava bastante o sector feminino! A malta de São Miguel era muito amiga da do Faial Eu cheguei a ir a Ponta Delgada como pescadora do CNH, integrada numa equipa de quatro mulheres, participar numa prova a convite do Clube de lá. E deu-se o caso de termos ido dois anos consecutivos com uma equipa feminina a São Miguel. Isto nos anos 80. Nunca mais aconteceu essa proeza. Na altura, o José Macedo também ia. Lembro-me de que estávamos a pescar na Lagoa do Fogo, em São Miguel, e de repente quando dou por mim – a gente subia aquilo tudo e descia para chegar à Lagoa do Fogo e

ir às trutas – assustei-me, porque deixei de o ver. E pensei: “Será que aconteceu alguma coisa?” E a páginas tantas dei com ele lá à frente só com a cabeça fora da água! A pesca às trutas faz-se dentro da água. Eles emprestavam-nos os fatos próprios, arranjavam-nos a isca, as canas (usávamos umas caninhas pequeninas para corricar as trutas), tudo! Proporcionavam-nos todas as condições. Ficávamos hospedados numa residencial em que pagavam a comida, a estadia. A malta de São Miguel era muito amiga da do Faial. Era giro e eu gostava daquilo! Mas dava muito trabalho e era cansativo subir e descer todo aquele percurso. Era um convívio muito grande e muito bom! Gostei muito dessa altura! No pódio entre mais de 400 pescadores Também pesquei no Inatel mas organizávamos os calendários por forma a que as provas não coincidissem tendo em conta que algumas pessoas pescavam no Inatel e no CNH. E houve um ano em que fiquei nos primeiros lugares do Campeonato do Inatel tendo sido apurada para ir ao Continente português. Os pescadores eram divi-

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CARLOS MEDEIROS | CNH

Carlos Medeiros, Moisés Sousa, José Escobar, José Silva, António Silva, José Armando, José Alberto e Juliana Nóbrega

didos por grupos, sendo que cada grupo tinha mais de 200 pessoas. No meu grupo tinha também do Faial o Carlos Medeiros e o José Silva mas como o José Silva era melhor pescador do que a gente, íamos atrás dele e ele fugia sempre, até que eu disse: “Carlos, vamos ficar por aqui. Não vale a pena correr, porque o José Silva não quer a gente com ele”. Pois olha, ele não apanhou nada, o Carlos ficou em 2º lugar e eu em 3º num universo de mais de 400 pescadores. Lá fora, eles disseram que quando viram uma mulher pensaram que era alguém do Inatel que tinha ido dar o passeio. Nunca deram nada por mim”.

CNH mas nunca aceitei e quem me pediu muito, muito, foi o João Garcia e lá aceitei. Depois, também trabalhei com o Hugo Pacheco e eu dizia sempre que era o último mandato em que colaborava, pois não tinha tempo para os meus netos. A seguir vem o Fernando Menezes, que também me pediu, e como somos muito amigos não pude dizer que não mas já quando foi o José Decq Mota eu disse: “Vai desculpar-me mas não continuo à frente da Pesca de Costa”. E fiquei na Assembleia-Geral. Mas estou sempre ligada ao Clube. O meu afastamento de cargos teve a ver com problemas de saúde. Há 3 anos estive internada com (quase) uma pneumonia por causa de uma constipação valente que apanhei e que nunca havia sido curada. Depois disso, fiquei com medo do frio e agora quando o tempo não está bom já não vou pescar. Vou uma vez por outra. O facto de a doca ter fechado também ajuda a que eu vá muito menos vezes à pesca. Participei na Prova de Aniversário do CNH do ano passado e fiquei em 2º lugar à frente de tantos que sabem pescar melhor do que eu, pois são novos e têm muitas ideias.

Directora da Secção de Pesca de Costa por vários mandatos “Fui muitas vezes convidada para ser a Directora da Secção de Pesca Desportiva de Costa do

ARQUIVO CNH

“O facto de a doca ter fechado também ajuda a que eu vá muito menos vezes à pesca”

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“Quando viram uma mulher, pensaram que era alguém que tinha ido dar o passeio. Nunca deram nada por mim”

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JOSÉ MACEDO | CNH

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ARQUIVO CNH

Fernando Menezes, Juliana Nóbrega e Fernando Nascimento: uma amizade dentro e fora do CNH

“Quando se sente o primeiro toque, está instalado o vício e nunca mais sai”

Para pescar é preciso gostar Para pescar, a primeira coisa que é preciso é gostar. É bom ter um amigo que convide e tire o juízo e quando se sente o primeiro toque, está instalado o vício e nunca mais sai. Para pescar tenho de ter companhia, folia! Vejo a pesca como um convívio. Nem sequer levo para casa o peixe que pesco. Normalmente é mesmo só para dar. Os meus dois netos gostam da pesca mas o mais novo, o Miguel, quer é andar debaixo de água. Eu levava o João muita vez para pescar comigo e ainda hoje ele gosta de ir de cana com os amigos pescar o seu chicharro. Mas também aprecia muito a pesca submarina. Estão mais virados para a pesca submarina do que para a de costa.

ças na Prova. Deixei de fazer isso por falta de tempo. Depois, a Prova de Pesca Infantil passou a coincidir com a Prova de Apneia, também na Semana do Mar, e como quero ver o meu filho [Paulo Nóbrega], o meu neto [Miguel Nóbrega] e a minha nora [Simone Martins] raramente consigo estar disponível para acompanhar a Pesca dos miúdos. Em consequência disso, há pais que me dizem: “Ah, a senhora não vai, o meu miúdo também não, pois temos medo que ele possa cair ao mar ou acontecer alguma coisa”. Eu era a Directora da Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH mas tinha muito trabalho na Direcção. Muito trabalho! Muitas vezes não havia pessoal para ir fora acompanhar as crianças da Vela Ligeira e eu ia sempre que me pediam. Fui várias vezes à Terceira e a São Miguel, porque eram muitos atletas e precisavam de apoio. Ajudei muito na Vela, pois alguém tinha de avançar. Isto no mandato do Fernando Menezes, em que era Treinador o Pedro Cipriano. O Clube prende muito as pessoas, principalmente no Verão. Isso acontecia comigo e por causa do CNH não conseguia tirar férias na altura do bom tempo.

Comecei com a Pesca Infantil na Semana do Mar A Prova de Pesca Infantil, que se realiza no decorrer do Festival Náutico da Semana do Mar, organizado pelo CNH, tem sempre uma grande adesão por ser no período em que muita gente está no Faial de férias. E muitos desses miúdos nunca sequer viram o mar. Essa iniciativa partiu de mim há uns 15 anos. Ao princípio eu é que preparava tudo para as crianças. Ia para o campo apanhar e preparar as caninhas para os caniços, punha o ‘nylon’, o anzol, o chumbinho, fazia isto tudo para eles. Era muito trabalho e de ano para ano cada vez apareciam mais crian-

O desporto desvia os jovens de maus caminhos Na minha opinião, é muito importante eles começarem de pequeninos, porque o começo de tudo se não for enquanto são crianças/adolescentes, depois é muito difícil entrarem num determinado

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PAULO NÓBREGA

Juliana Nóbrega e o neto Miguel exibem uns belos exemplares

desporto. O CNH tem muita criançada e comunica imenso com as Escolas. Antigamente nem tanto mas ultimamente isso acontece bastante. É a altura certa para chamar as crianças ao Clube e dar-lhes a oportunidade de praticar um desporto. E eles gostam! O meu neto Miguel está todo entusiasmado com o Xadrez. Já se inscreveu para frequentar as aulas no CNH. Podemos pensar que o Xadrez e outras actividades não têm ligação ao Clube mas tudo é importante para motivar os mais novos e iniciá-los no desporto. Penso que no Clube Naval da Horta até podia funcionar uma Escola de Línguas. Acho muito giro! Na Madeira há. É muito interessante haver outras opções. O Clube é virado para o mar mas não faz mal proporcionar outras actividades, o que poderia ser uma boa aposta para captar pessoas com outros interesses e para preencher os tempos livres dos mais novos. É verdade que os jovens já têm muitas actividades mas são todas diferentes. É possível conciliar a Escola com a Natação, a Vela ou outro desporto. Se o tempo for bem gerido chega para tudo e eles sentem-se realizados na vertente desportiva.

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Falo pelo meu neto mais novo, o Miguel, que está na Apneia, no Ténis e no Futebol e na Escola tem também a parte desportiva e não é por aí, pois ele só tem quatros e cincos. Aliás, ele só teve um quatro e o resto foi tudo cincos. Ele gosta de estar ocupado. Na minha maneira de ver, o desporto é essencial para os jovens de hoje em dia, desviando-os de maus caminhos. Temos exemplos de miúdos a quem demos a mão e hoje em dia são grandes homens! Com muita cabeça, porque tiveram a mão amiga do Clube. O CNH é uma grande Escola e como tal devia ser olhado de outra forma por quem tem responsabilidades governativas. O Clube Naval da Horta não é só para ganhar provas e títulos. Nesta instituição náutica não se aprende apenas desportos mas todo um conjunto de aspectos que podem passar despercebidos a

ARQUIVO CNH

Juliana Nóbrega era um elemento polivalente no CNH. A foto representa a viagem em que acompanhou os velejadores faialenses à Terceira, em 2011

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CLUBE NAVAL DA H muita gente mas ficam para sempre registados na vida de cada jovem que passa por aqui. Não estamos a falar só do desporto e dos recordes mas de tudo o que está por trás. O CNH tem sido uma pedra basilar na formação dos nossos jovens nas mais diversas modalidades, representando uma caminhada de aprendizagem para a vida. Acho que muitos mais podiam frequentar o Clube. É verdade que a maioria sai para prosseguir estudos universitários mas garantidamente fica lá dentro a semente e o tempo que eles aproveitaram nesta “casa” mais tarde vai ser muito valorizado! Vão sentir que valeu a pena e vão orientar a sua futura família no mesmo sentido. O CNH vai ter muito futuro com estes jovens! Os principais elementos da Direcção têm de ser compensados Penso que cada vez mais vai ser difícil encontrar Direcções para o CNH, porque o amor à camisola é muito bonito mas já passou o tempo disso! Na minha opinião – e já o afirmei várias vezes

PAULO NÓBREGA

“O CNH não representa só desporto, títulos e recordes mas tudo o que está por trás”

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publicamente havendo muita gente que concorda comigo – os principais elementos da Direcção têm de ser remunerados, como acontece em qualquer outra instituição. São muitas horas dadas à causa pública! Tudo à borla não pode ser. Sei de muitos que trabalharam bastante neste Clube e nunca sequer ouviram uma palavra de apreço. Todos os que passaram por esta “casa”, dando o seu melhor gratuitamente, merecem o nosso carinho, assim como os Sócios, sobretudo os que trabalham afincadamente como é o caso daqueles que integram Direcções e levam a sério os seus encargos. As pessoas que andam mais próximas do Clube vêem, de facto, o trabalho que isto dá. No CNH, a Direcção trabalha, trabalha, trabalha e não tem direito a nada mas todos os outros sectores de apoio ganham, como é o caso dos Treinadores, dos Monitores, etc. O Governo tem de olhar para isto de outra forma e ajudar financeiramente um pouco mais o CNH. Sou defensora de que haja um administrador que possa gerir esta “casa”, ganhando para isso, e os outros elementos devem ter uma recompensa. Sempre achei isto. É que é muito trabalho. E cada vez vai ser mais! Felizmente que agora há um grande número de Voluntários para colaborar na preparação dos lanches de mar e sua distribuição, pois no meu tempo a gente é que fazia isso tudo quase sozinhos. Havia Voluntários mas eram poucos. A gente trabalhava aí muito e muito! No CNH, a Semana do Mar é muito, muito desgastante! Muita gente pensa que isto dá pouco trabalho mas não é assim. Quem anda por fora não tem noção. Por acaso a Câmara Municipal da Horta tem, pois o actual Presidente passava aí muita vez e via-me a trabalhar tanto que chegou à Câmara e propôs logo que eu fosse homenageada pelo trabalho levado a cabo no Clube. Quando fui contactada por eles pedi para terem cuidado, pois podia haver quem tivesse trabalhado mais do que eu e que nunca tivesse recebido um louvor mas a resposta que me deram foi de que todos tinham sido unânimes nessa decisão. Isto aconteceu há uns 4 ou 5 anos.

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CRISTINA SILVEIRA | CNH

“As pessoas que andam mais próximas do Clube vêem, de facto, o trabalho que isto dá”

Pelo que ouço, há muita gente que dá valor ao que se faz no Clube Naval e que diz: “Ainda bem que o José [Decq Mota] vai aguentando isto”. Isto desgasta muito quem está à frente, porque enquanto os outros clubes têm uma Secção, o CNH tem 12! Não se pode comparar o que acontece nos outros clubes dos Açores – mesmo em ilhas grandes e com mais do que um clube – com o que se verifica no CNH, em que as actividades são uma constante ao longo de todo o ano! Estamos em Janeiro e acabou de se realizar uma Prova do Campeonato Regional (PCR) de Vela Ligeira no Faial! Claro que se o cargo de Presidente desse dinheiro era fácil haver mais candidatos mas atenção que não é qualquer pessoa que pode ser Presidente do CNH. Tem de ser alguém que perceba de mar, que fale um bocadinho de inglês e francês (ou tenha quem o ajude nessa área) e não seja conflituoso.

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Conheci vários Presidentes, gostei de todos e trabalhei muito bem com todos eles. É fundamental que a Direcção seja uma equipa que se dê bem a trabalhar. O CNH é um cartaz turístico do Faial O Clube pode continuar com este ritmo e até aumentar mas tem de haver pessoas para tudo isso. Não é só com os elementos da Direcção que é possível fazer este trabalho todo. Tem de haver mais gente envolvida. Sabemos que há muitos Voluntários dispostos a colaborar, o que é extremamente positivo, mas é preciso que sejam seguros, ou seja, que dêem andamento àquilo que se propõem fazer. Se não houver mais apoio financeiro não dá para continuar a trabalhar nos moldes actuais. As instalações então nem se fala! É uma situação que vem de longa data. Sempre conheci o CNH com problemas de instalações e acho que a solu-

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“Não se pode comparar o que acontece nos outros clubes dos Açores com o que se verifica no CNH, em que as actividades são uma constante ao longo de todo o ano!”

ção não vai ser para breve. Compreendo que não se pode fazer tudo ao mesmo tempo; no entanto há que olhar para o CNH com outra atenção na medida em que é uma porta aberta para quem chega, um cartaz turístico do Faial! Muita gente passa pelo CNH, principalmente de Verão! Desde os locais até aos internacionais (iatistas, turistas, barcos-escola, etc). É urgente apresentar algo mais dignificante. As Direcções têm de reivindicar sempre e exigir do Governo uma ajuda. O que o Clube tem não chega para o dia-a-dia quanto mais para obras! Toda esta situação também contribui para a dificuldade em encontrar quem queira encabeçar uma lista, pois uma pessoa que se candidate a Presidente do CNH pensa logo: “Que condições tenho ali para trabalhar?” Acho que o CNH faz muito com o pouco que tem. Tenho amor a este Clube! Eu nunca deixaria o CNH, porque tenho amor a este Clube. Sempre gostei disto e não há quem possa afastar-me da amizade que sinto pelo Clube Naval da Horta. Apesar de os meus filhos não terem inclinação pelo CNH – o meu filho ainda ganhou uns prémios na Vela mas não teve continuidade; noutros desportos sim, como é o caso da Apneia – eu e o meu marido sempre adorámos isto. Este Clube contribuiu para que a minha vida fosse diferente na envolvência que tive em actividades desportivas. Valeu a pena!

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Faço um apelo às pessoas para que se façam Sócias do Clube Naval no sentido de ajudar esta instituição. A quota mensal – são apenas 3 euros – não é nada que uma pessoa não possa pagar e com esse gesto podem ter a certeza de que estão a colaborar com uma instituição muito importante para a nossa Terra, para os nossos filhos e para os nossos netos! A ideia que tenho é que fora da cidade o Clube é pouco conhecido, porque não há transportes que permitam às crianças deslocarem-se ao fim-de-semana e em horários mais tardios. Quem não conhece o CNH não sabe o que perde, pois é um mundo de oportunidades formativas e de crescimento a todos os níveis. Durante o Festival Náutico da Semana do Mar nota-se uma grande afluência de pessoas. Sabemos que nem todos vêm para o Clube mas a verdade é que muitos gostam de ficar na avenida a ver as provas, as regatas e a beleza que é este Canal cheio de barcos e de actividades! Mas seria interessante haver uma maior aproximação no sentido de mais pais perceberem que os seus filhos também são capazes de fazer aquilo que os filhos dos outros estão a realizar no mar. Espero que o CNH vá sempre progredindo a bem dos nossos atletas, da ilha e dos Açores, pois a missão que esta instituição desempenha é crucial para o desenvolvimento desportivo, social e turístico do Faial!”

CRISTINA SILVEIRA | CNH

“Quem não conhece o CNH não sabe o que perde, pois é um mundo de oportunidades formativas e de crescimento a todos os níveis”

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CNH NOVA DIRECÇÃO ELEITA

José Decq Mota: “Esta é, claramente, nos vários Órgãos, uma lista de continuidade”

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ealizou-se no dia 30/1, a reunião conclusiva da Assembleia Geral Eleitoral do CNH. A Mesa, presidida por Luís Carlos Decq Mota, abriu os trabalhos pouco depois das 21h00, tendo, de imediato, lido e mandado distribuir a Lista apresentada pelo sócio nº 28, José Decq Mota, que tinha sido indigitado pela AG, a 19/12/19, para elaborar a candidatura. Recorde-se que na Assembleia Geral de 19/12 não foram apresentadas quaisquer listas, pelo que, após debate, foi proposta, aprovada e aceite a referida indigitação. Usou da palavra José Decq Mota, proponente da Lista, que começou por afirmar ser esta claramente, nos vários Órgãos, uma lista de

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continuidade. Quanto à Direcção, constituída por 12 sócios, transitam da Direcção Cessante 8 elementos e integram de novo o órgão 4 elementos. José Decq Mota agradeceu a todos os que integraram a Direcção Cessante, quer os que continuam, quer os que cessaram funções, o esforço desenvolvido e o belo espírito de equipe que souberam construir. José Decq Mota, agora na qualidade de candidato a Presidente da Direcção, apresentou os principais objetivos definidos, tendo enfatizado a necessidade de dar continuidade às principais orientações que vêm sendo seguidas e de se fazer um esforço sério para assegurar uma gestão associativa capaz de manter a mobilização dos sócios, seguir a linha da melhoria da qualidade desportiva, continuar com os esforços de promoção do Faial e dos Açores no Mundo Náutico, assegurar uma cla-

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ra eficiência na recolha das receitas próprias. O Presidente indigitado deu muita atenção aos projetos especiais, com relevo para o projecto olímpico do Rui Silveira em Laser Standard, assegurando que continuará a ser dada toda a atenção e apoio ao excelente trabalho que esse velejador de alta competição do CNH está a desenvolver. A terminar, José Decq Mota agradeceu a todos os que cessaram funções na Direcção e manifestou o seu reconhecimento aos que agora vão, pela primeira vez, integrar a Direcção. De seguida procedeu-se à votação, por voto secreto nos termos estatutários, tendo-se registado a eleição da Lista Candidata com um voto em branco, um voto contra e os restantes a favor. Antes de encerrar os trabalhos, o Presidente da Mesa informou que a tomada de posse dos novos Órgãos Sociais do Clube se realizaria na 2ª feira, dia 4/2, pelas 18h00, na Sede do Clube.

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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


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