Ir_ao_mar - Nº47 - Fevereiro 2018

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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

© ARTUR FILIPE SIMÕES | CNH 2017

Nº 47 Fevereiro 2018


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CANOAGEM SECÇÃO DE CANOAGEM DO CNH: PROVA DE CARNAVAL CONTOU COM 13 ATLETAS

Para os Canoístas do CNH, a Prova de Carnaval foi a primeira competição de 2018

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Prova de Carnaval da Secção de Canoagem, realizada na manhã deste sábado, dia 10, decorreu muito bem, sem vento e em condições espectaculares. Estava um dia muito bom e os canoístas esforçaram-se. Estamos todos satisfeitos”. É assim que Hugo Parra, Treinador de Competição do Clube Naval da Horta (CNH) descreve a forma como decorreu a primeira prova deste ano da Secção de Canoagem, que contou com a participação de 13 atletas, incluindo uma estreia. Foi realizada uma Prova de Fundo, em que os canoístas dos Escalões Menor e Infantil competiram em 2 mil metros, tendo os Cadetes, Juniores e Veteranos competido em 5 mil metros. Depois da Prova de Carnaval, houve um almoço-convívio, que juntou Canoístas, Pais, Treinadores, Dirigentes e o Presidente da Direcção do

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CNH, José Decq Mota. Este momento de retemperar forças, que decorreu no Pavilhão Multiusos do Clube Naval da Horta, contou, ainda, com a Secção de Vela Ligeira, que também saíu para o mar na manhã deste dia.

“Estava um dia espectacular e os canoístas esforçaram-se”

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O almoço-convívio juntou as Secções de Canoagem e de Vela Ligeira

No CNH, a quadra carnavalesca constitui um belíssimo pretexto para mais convívio e animação

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“CONHECER OS NOSSOS ATLETAS” MIGUEL LOURENÇO: “NA CANOAGEM DIVIRTO-ME E FAÇO AMIGOS”

“Para aprender, temos de revirar”

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osto muito do mar e acho engraçado estar sentado no mar, de forma equilibrada, sem cair, pois agora já reviro pouco”. É assim que Miguel Lourenço explica a sua adesão à Canoagem, o que aconteceu quando tinha 8 anos de idade. Hoje – já com 9 – refere que está a gostar deste desporto e que pretende continuar, apesar de confessar que ainda tem “algum receio do mar”. O que mais custa é enfrentar a água gelada, mas como fazem sempre aquecimento prévio, “para não ter dores nos ombros”, quando entram no mar o choque já não é tão violento. “Já estou habituado àquelas águas geladas, mas apanho muito frio”, admite Miguel Lourenço que, nesse sentido, defende que o Clube deveria ter equipamento mais preparado para o mar. “Não era para dar mas, sim, para vender”, alerta.

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“Como o meu Treinador é o David Mila [espanhol], quando fazemos o aquecimento das mãos dizemos que são as “munhacas” para brincar com ele”, diz, divertido. Quando se fala em Canoagem, Miguel associa logo a troféus, e tudo porque, pertencendo ao Escalão Menor – o que é raro no Clube e nos Açores – recebe sempre prémios, atendendo a que os adversários são praticamente inexistentes. Mas, mesmo assim, afirma que “era mais engraçado” haver um maior número de canoístas neste Escalão. Classifica os convívios como “bons” e “gostosos” e a Canoagem permite-lhe divertir-se e fazer amigos. Aliás, é por causa deles que se contraria a si próprio. “Quando o mar mexe muito, não quero ir, mas vou, para estar com os amigos”, sublinha este caranguejo de signo. “Quando o mar se encontra agitado, apetece-me ir arrumar o caiaque, pois se o vento está forte, o caiaque puxa e é difícil. Ficamos muito can-

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Miguel gostava que houvesse mais canoístas no seu Escalão

sados, mas vale a pena”, garante este pequeno grande canoísta do Clube Naval da Horta (CNH), que prefere águas mansinhas. As provas feitas com os vizinhos da ilha montanha figuram nos momentos positivos. “Gostamos de ir ao Pico, onde temos amigos”. Miguel Lourenço frequenta o 4º ano da Escola e tem na Ginástica, no Estudo do Meio e na Música as disciplinas preferidas. Além da Canoagem – primeiro experimentou Vela no CNH, mas rendeu-se ao caique – é jogador de Andebol no Sporting da Horta e foi Escuteiro, até 2017. Quando lhe perguntamos o que mais gosta de fazer, responde: “Gosto de fazer festas no meu cão, o Óscar”. Ver vídeos, fazer caminhadas e participar em Campeonatos de Andebol, são aspectos que preenchem o tempo livre. E no que diz respeito

a este desporto, realça: “Apoio a minha equipa, que é o Sporting da Horta. Fora do Faial, posso dizer que a França tem uma boa equipa de Andebol”. Miguel: percebe-se que a Canoagem é o teu mundo, onde vences medos, te divertes e vais crescendo. Certamente que essa postura te levará a agarrar outros desafios fazendo de ti um atleta vitorioso e um ser humano bem-disposto!

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Miguel Lourenço é um canoísta sempre vencedor no seu Escalão Fotografia de: Clube Naval de São Roque do Pico

“Quando o mar mexe muito, não quero ir, mas vou, para estar com os amigos”

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“CONHECER OS NOSSOS ATLETAS” LUNA AMOR: “A SÍLVIA FEZ DESPERTAR EM MIM O GOSTO PELA NATAÇÃO”

“A professora Sílvia é a melhor Treinadora de sempre!”

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sua dedicação à Natação tornou-se única, assim como unico é o nome que lhe deram – Luna (ou lua em espanhol) Amor (herança do avô materno) – embora tenha deixado escapulir que se pudesse teria escolhido outro (nome). Tem 15 anos – em Março completa 16 – e começou na Natação aos 6, porque os avós achavam que tinha de aprender a nadar e, simultaneamente, praticar algum desporto. É adepta de praia e no âmbito do Projecto “Férias Desportivas”, do Clube Naval da Horta (CNH) experimentou Vela e gostou. Mas confessa: “Prefiro a Natação, pois gosto mais de nadar do que andar dentro de um barco”.

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Admite que muitas vezes se sente “cansada após os treinos”, mas garante que “há recompensa” pelo esforço despendido. É da turma dos que aderiram aos treinos das 7 horas da manhã e dá a conhecer as vantagens: “Faz-me bem, porque vou para dentro da água. Fico mais desperta e com energia para o resto do dia. Sei que algumas pessoas não percebem esta sensação e o que posso dizer é que é inexplicável, porque gosto de nadar!” “A Sílvia é maravilhosa!” Naturalmente que na base desta vontade está “o permanente desejo de melhorar os tempos”. E obviamente que essa mentalização foi trabalhada pela Treinadora Sílvia Mendonça. Aliás é por culpa desta líder determinada que Luna

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CLUBE NAVAL DA H se agarrou à Natação, passando a encará-la como uma paixão. “Só comecei a treinar a sério na Época de 2016/2017, graças à professora Sílvia pois, na verdade, nem gostava tanto assim. Mas posso assegurar que foi a melhor experiência da minha vida. Ela é que fez despertar em mim esse gosto”. Até hoje, esta jovem já conheceu vários treinadores. Contudo, o olhar brilha quando fala da actual Técnica. “A Sílvia é a melhor Treinadora de sempre. Gostaria que, equanto eu estiver no Clube, ela fosse sempre a Treinadora, não havendo mais mudanças. É maravilhosa! Ajuda-nos não só na Natação como, também, na Escola. Se precisamos de ajuda para resolver alguma questão, está disponível e atenta. É verdade que é exigente, mas no fim do treino há sempre um tempo para a brincadeira. Tem de ser assim, pois a treinar é que os resultados aparecem”. Mas esta relação começou de forma pouco amorosa, já que as visões não eram condicentes. “No início não nos davamos muito bem pelo facto de eu não estar acostumada a treinar e ela querer puxar por mim. Mas depressa percebi que nada se consegue sem trabalho e hoje posso dizer que é uma das minhas melhores amigas. Damo-nos muito bem. Eu gosto mesmo muito, muito, muito dela e não quero que se vá embora”. Isso ficou bem provado quando, inicialmente, a Treinadora ficou, no presente ano lectivo, colocada numa escola fora do Faial. “Chorei muito, mas quando soube que ela tinha voltado, fiz uma festa em casa!” A relação de ambas é tão próxima, que muitos já pensaram que Luna era filha da Treinadora ou, a sombra desta. “No 1º Regional em que participei, como era a única rapariga, andava sempre atrás da Sílvia e, por isso, começaram a

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Diana Neves, Sílvia Mendonça e Luna Amor, com os pandas, que fazem parte da Secção Fotografia cedida por: Luna Amor

dizer essas coisas”. Os pandas (peluches) que existem na Secção de Natação fazem parte desta ligação entre a Treinadora e os atletas, com uma história por detrás. “Foram uma prenda dos pais da Sílvia, pessoas excelentes, a quem tratamos por avós”. Sílvia Mendonça veio criar bom ambiente dentro e fora da água. “Antes não havia muita comunicação. Acabava o treino e cada um ia para seu lado. Agora, quando terminam as provas, por vezes temos um convívio com todos, o que é bom. E quando vamos jantar fora e conviver, convidamos sempre a professora Sílvia. Como esta Treinadora praticou Natação quando tinha a nossa idade, compreende-nos e isso é muito importante. Ela puxa muito por nós nas provas e quando temos de enfrentar algum clube que nos intimida mais, incentiva-nos a dar o nosso melhor. O facto de participarmos em provas noutras ilhas, levou a que tenha feito amigas em São Miguel e posso dizer que isso só aconteceu por causa da Natação, que mudou muita coisa. Amadureci mais. A Natação ajudou-me a melhorar a timidez. A Natação e a Treinadora, claro!”

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“Não troco a minha equipa por nada” Tal como outros atletas – desta ou de outras modalidades – Luna Amor (atleta Junior) sente que “no Faial há pouca competição”, o que “mudaria totalmente se houvesse pelo menos mais um clube” na corrida aos títulos. Ainda assim, avisa: “Mas não troco a minha equipa por nada. Apoiamo-nos uns aos outros”. Para esta nadadora, a verdadeira competição dá-se contra o relógio, neste caso, o cronómetro. Revela que já fez alguns convites na tentativa de alargar a turma, mas não obteve sucesso. “Dizem-me que a Natação é um desporto exigente”. E Luna sabe disso por experiência própria. “Às vezes fico chateada com os tempos que faço e apetece-me desistir, mas não se pode desistir à primeira”. Quando lhe perguntamos se acha que as pessoas conhecem o CNH, responde: “Algumas co-

nhecem mais é o Bar do Clube e outras sabem que existem desportos mas não os conhecem”. Luna nota grandes diferenças na Secção de Natação, subinhando que “cresceu muito”. Há uma diferença enorme desde que a Sílvia está cá”, observa. O avô materno desta nadadora ficou “muito admirado” com os resultados da neta e já expressou à Treinadora o seu “grande agradecimento”. “A Sílvia merece e muito, todos estes louvores”, garante. “A Natação é a minha vida!” Matemática e Ciências são as únicas disciplinas (do 9º ano) que chamam a atenção desta jovem, que se pudesse “estava só na Natação”, apesar de reconhecer que “a Escola é muito importante para construir o futuro”. E nesse sentido, usa os dias livres para estudar. Embora já tenha sido Escuteira, andado no Ballet, no Voleibol e na Equitação – “adoro andar a cavalo” – não tem dúvidas sobre o que representa a modalidade de eleição: “A Natação é a minha vida!” Por isso, refere que “gostaria de ter treino ao sábado”, não se importando de levantar cedo. Com a Natação no topo da dedicação, Luna formula desejos: alcançar melhores mínimos e ir ao Nacional, vincando a “grande importância dos Regionais”. “A Natação ensinou-me a ver a vida de outra maneira. Antes, eu ficava à espera que as coisas caíssem do céu. Agora, estou mais ciente de que só acontecem com o meu esforço”, realça. Assim sendo, aproveita para nadar nas férias a fim de não perder o ritmo, mas “nadar na praia não é a mesma coisa”. Capitã da Equipa Feminina

Luna Amor com a Treinadora e o colega Luís Neves

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Luna Rafaela Amor é, desde o início desta Época, a Capitã da Equipa Feminina, o que aconteceu por escolha tanto das raparigas como dos rapazes. “Tento ajudar as minhas colegas e escuto-as sempre que vêm desabafar comigo, além de apoiá-las. Também tenho ajudado alguns rapazes”. Esta nadadora diz que ensinou a prima a nadar, salientando que “é preciso ter muita confiança

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“Apoiamo-nos uns aos outros”

“Se pudesse, estava só na Natação”

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quando se está na água”. A quem tem medo, aconselha “a ir aos poucos”, por forma a perdê-lo. Já quis ser Pediatra e agora está mais inclinada para a Fisioterapia, mas não põe de parte poder, também, vir a ser Treinadora, mas só de alunos em determinadas faixas etárias: “Ou até aos 5 anos ou a partir dos 12, em termos de Competição”. Costas é o estilo preferido desta atleta, sendo Mariposa “o mais difícil”, o que a leva a treinar intensamente para “tentar melhorar”. Luna tem em Michael Phelps o seu ídolo, por ser um exemplo a seguir. “Gosto muito de vê-lo nadar, porque só conseguiu ser quem é e ganhar todas aquelas medalhas graças a um grande esforço”. Mais equipamento Esta nadadora considera que “faz falta equipamento para estar no recinto de prova” e refere-se concretamente a calção e pólo. “Os fatos de banho também mereciam ser substituídos. Já os fatos de treino ainda se aguentam”.

Luna também gostava de ver mais gente nas bancadas, mas confessa que quando a mãe se encontra na assistência, sente “uma grande responsabilidade”. Confidencia que um dos seus maiores medos é “vir a desiludir a professora Sílvia”. E prossegue: “Já vi a Sílvia chateada e não quero repetir essa experiência. Isso aconteceu porque não demos o nosso melhor. Ela tem de ser assim – dura – caso contrário não íamos a lado nenhum. Ela é amiga nos bons e nos maus momentos”. Luna: podes ter a certeza de que, se não te desiludires também não irás desiludir a Treinadora do teu coração. É a tua força de vontade e grande dedicação que farão de ti aquele exemplo que tentas ser como Capitã de Equipa. Acredita no teu trabalho contínuo como caminho para vencer a barreira diária, rumo à excelência. Sendo detentora da receita do sucesso – trabalho aturado – nada poderá destruir o teu sonho, partilhado por uma Família em quem confias, por uma Treinadora que veneras e por um Clube que te apoia pois, afinal, tu és uma das estrelas desta companhia: o Clube Naval da Horta!

“Tento ajudar as minhas colegas e escuto-as sempre que vêm desabafar comigo”

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NATAÇÃO CAMPEONATO DE NATAÇÃO DA ILHA DO FAIAL

Atletas do CNH conseguiram estabelecer 20 novos tempos mínimos. “Nesta Prova, os atletas mostraram-se concentrados, motivados e bem dispostos”

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ecorreu nos dias 3 e 4 do corrente (sábado e domingo), o Campeonato de Natação da Ilha do Faial, em que participaram 15 atletas (9 Masculinos e 5 Femininos) da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH). Esta foi uma Prova organizada pela Associação de Natação da Região Açores (ANARA), que decorreu na Piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) da Horta. Sílvia Mendonça, Treinadora de Grau II e Coordenadora da Natação do CNH, faz o balanço a este Campeonato: “Difícil será não destacar nenhum atleta” “Os objectivos desta Prova foram cumpridos. Conseguimos estabelecer 20 novos tempos mínimos de acesso aos campeonatos, em que irão

competir 12 Atletas (8 Masculinos e 4 Femininos). Difícil será, desta vez, não destacar nenhum atleta. Guilherme Nunes, atleta e pessoa exemplar, conseguiu voltar a baixar o tempo aos 100 livres, para o número 58. André Costa tem dado o seu máximo e, desta forma, melhorado as suas marcas pessoais. É o nosso apoiante com maior poder vocal e que não se cansa de puxar por todos. Luís Neves nadou especialmente bem a prova de 50m bruços e é um cavalheiro a carregar senhoras ao colo. Diogo Vieira consegui alcançar 4 novos tempos mínimos durante este fim-de-semana, com particular destaque para a prova de 200m livres, especialmente bem concretizada. Afonso Santimano nadou uns preciosos 1500m livres seguidos de 200m costas de forma assertiva e confiante. Tomás Oliveira é nosso atleta (empatado com o Luís Neves) que mais mínimos tem e nadou confiante a prova de 100m costas, obtendo um tempo inesperado!

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RTA Diogo Leonardo conta já com 5 tempos de admissão ao Campeonato Regional e é o nosso assobio de serviço. Rodrigo Pereira obteve mais um mínimo, agora na prova de 200m mariposa. Faz parte da Equipa há pouco tempo, mas já se nota o seu empenho, trabalho e força de vontade. E o António Leal conta com 6 e denota-se neste jovem atleta uma larga capacidade para provas de fundo e não só. Avaliação das princesas Relativamente às nossas princesas, destaco o empenho e força de vontade da atleta Aurora Nunes, que se tem superado a si mesma, dia após dia. A atleta Luna Amor, que alcançou 3 novas marcas de acesso, e começa a demonstrar-se mais confiante em cada prova que compete. Maria Rocha que irá competir em 2 provas no Campeonato Regional, brincalhona, competitiva e fervorosa apoiante dos seus companheiros de equipa. Diana Neves em quem todos temos o maior orgulho de cada vez que desliza sobre a água, e a nossa princesa Sofia, que alcançou 3 mínimos de acesso ao Campeonato e, deste modo, conseguiu juntar-se à comitiva que irá deslocar-se a São Miguel. Orgulho e realização

“Estou orgulhosa da nossa Equipa e realizada com os resultados obtidos”

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Estes resultados revelam o árduo treino desta Equipa de amigos, que se apoia mutuamente e não deixa ninguém para atrás. Nesta Prova, os atletas mostraram-se concentrados, motivados e bem dispostos. Estou orgulhosa da nossa Equipa e realizada com os resultados obtidos. A Prova culminou, uma vez mais, com a Treinadora a ser carregada para dentro de água, vestida. O nosso agradecimento à Equipa de Arbitragem por este fim-de-semana duro, que incluiu as três sessões de provas. Sem ela, tal não teria sido possível.Obrigada, também, aos Pais, Irmãos e Amigos que nos apoiam nestes momentos e em tudo que fazemos. De realçar que, no final da primeira sessão, cantámos os Parabéns ao António, no nosso ritual habitual para estes momentos”.

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“Estes resultados revelam o árduo treino desta Equipa de amigos”

Todos cantaram os Parabéns ao colega António Leal

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NATAÇÃO CAMPEONATO REGIONAL DE CATEGORIAS

12 nadadores do CNH alcançaram 35 lugares no pódio em São Miguel

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Campeonato correu bem e batemos o recorde do número de pódios obtidos: 35!!! Os nossos atletas realizaram percursos que me surpreenderam mesmo muito. Aplicaram-se e obtiveram o resultado de todo o seu esforço. A Equipa mostrou-se mais confiante e menos receosa do que no Campeonato Regional da época passada”. É este o balanço feito por Sílvia Mendonça, Treinadora de Grau II e Coordenadora da Natação do Clube Naval da Horta (CNH) ao Campeonato Regional de Categorias de Natação, que decorreu em São Miguel, de 23 a 25 de Fevereiro último (sexta, sábado e domingo). Nesta competição, que contou com mais de 100 nadadores – e que teve como local de realização a Piscina Municipal das Laranjeiras, em Ponta Delgada – participaram 12 atletas da Secção de Natação do Clube Naval da Horta. Foram

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eles: Guilherme Nunes, Luís Neves, Diogo Vieira, Afonso Santimano, Tomás Oliveira, Diogo Leonardo, Luna Amor, e os caloiros, Rodrigo Pereira, António Leal, Maria Rocha, Sofia Machado e Diana Neves. “Tivemos 4 estreantes: Rodrigo, António, Maria, Diana e Sofia”, recorda esta Técnica, que observa: “A primeira vez que se participa num Campeonato, há sempre uma ansiedade acrescida. No entanto, ainda assim, três deles conseguiram obter o tempo mínimo necessário para competir no Campeonato Regional de Absolutos. Estamos confiantes de que até lá, os outros também conseguirão”. De realçar que o Campeonato Regional de Categorias representou o culminar da primeira etapa da época desportiva regional, e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para os atletas do CNH competirem com todos os nadadores das equipas açorianas que obtiveram os tempos mínimos para participar nesta competição. Esta Prova permitiu, ainda, obter marcas de acesso aos Campeonatos Zonais e/ou Nacionais. Sílvia Mendonça deixa um comentário individual

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ao desempenho dos seus nadadores. “As Estafetas de 4 x 50m são constituídas apenas por nadadores dos Escalões Junior e Sénior. A nossa Estafeta contou com os atletas: Luís Neves, Afonso Santimano, Diogo Vieira e Guilherme Nunes. Guilherme Nunes: Atleta do Escalão Sénior e Capitão da Equipa, arrecadou 7 primeiros lugares e um 2º. Nas Provas Individuais, obteve os seguintes resultados: 100m Livres: 1º lugar 50m Mariposa: 1º lugar 50m Costas:1º lugar 100m Mariposa: 1º lugar 50m Livres: 1º lugar 100m Costas: 1º lugar Durante o Campeonato, demostrou a atitude que lhe é característica: exigente consigo próprio e com a Equipa, responsável, sereno, concentrado e com toda a garra para fazer sempre melhor. Melhorou todas as suas marcas pessoais.

Guilherme Nunes em 1º lugar

Luís Neves: Atleta do Escalão Júnior, obteve 2 primeiros lugares e 5 segundos lugares. Durante o Campeonato, mostrou-se preocupado com a responsabilidade de nadar as Estafetas em que tínhamos hipótese de ganhar. É um jovem sempre atento aos horários e à sua Equipa. 50m Bruços: 1º lugar 100m Bruços: 2º lugar 50m Mariposa: 2º lugar 50m Costas: 2º lugar 50m Livres: 2º lugar 200m Estilos: 2º lugar

1º lugar na Prova de Estafeta 4 x 50m Livres e 2º na Estafeta 4 x 50m Livres

Luís Neves em 2º lugar

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Diogo Vieira: Atleta do Escalão Júnior, obteve 4 lugares no pódio em Provas Individuais. É um atleta concentrado, com garra e reservado, que mostrou à vontade durante a realização deste Campeonato. Concretizou as Provas de 1500m Livres e 50m Livres, batendo o seu melhor tempo pessoal. 400m Estilos: 4º lugar 1500m Livres: 3º lugar 200m Livres: 2º lugar 100m Mariposa: 5º lugar 400m Livres: 2º lugar 200m Estilos: 4º lugar

Diogo Vieira em 3º no pódio

Afonso Santimano: Atleta do Escalão Júnior, esteve doente durante o Campeonato, mas, mesmo assim, deu o seu melhor. 1500m Livres: 5º lugar 200m Costas: 5º lugar 50m Costas: 4º lugar 100m Costas: 4º lugar 200m Estilos: 6º lugar

Afonso Santimano numa fotografia de arquivo

Tomás Oliveira: Atleta juvenil A, obteve 5 lugares no pódio em Provas Individuais. No percurso de 200m Mariposa foi capaz de bater o seu recorde pessoal, assim como nas passagens aos 50m e 100m. Mostrou-se confiante em alguns dos percursos nadados, sendo esforçado e lutador. 200m Mariposa: 2º lugar 1500m Livres: 3º lugar 50m Costas: 1º lugar 100m Mariposa: 6º lugar 100m Costas: 2º lugar 200m Estilos: 3º lugar

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Tomás Oliveira, o 2º classificado

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Diogo Leonardo: Atleta do Escalão Juvenil A, obteve 4 lugares no pódio em Provas Individuais. A Prova de 50m Mariposa foi nadada com garra a confiança, tendo obtido um resultado inesperado. 50m Bruços: 1º lugar 100m Bruços:1º lugar 200m Bruços: 1º lugar 50m Mariposa: 3º lugar

Diogo Leonardo em 3º lugar

Rodrigo Pereira: Atleta Juvenil B, foi um dos caloiros deste Campeonato. Iniciou a Competição na época passada e conseguiu agora competir no seu primeiro Regional, tendo alcançado um lugar no pódio. É bem disposto, descontraído e, simultaneamente, concentrado. Melhorou significativamente os percursos nadados em Estafeta. 200m Mariposa: 2º lugar 100m Mariposa: 5º lugar Rodrigo Pereira no 2º lugar do pódio

António Leal: Atleta Infantil B, também caloiro. Obteve um lugar no pódio aos 200m Costas, prova em que também conseguiu obter o mínimo de acesso ao Campeonato Regional de Absolutos. Mostrou-se atento e preocupado dentro da piscina e descontraído e brincalhão fora. 200m Costas: 3º lugar 100m Costas 4º lugar 200m Estilos: 5º lugar

António Leal: Atleta Infantil B

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Luna Amor: Atleta Júnior superou inesperadamente as suas marcas pessoais. Mostrou-se segura relativamente à época anterior e sem receios. Obteve 3 lugares no pódio. 50m Costas: 2º lugar 100m Costas: 3º lugar 200m Costas: 3º lugar 200m Estilos: 5º lugar

Luna Amor em 3º lugar

Maria Rocha: Juvenil B, caloira neste Regional. Sempre sorridente e bem disposta, revelou-se irreconhecível dentro de água. Melhorou as suas marcas pessoais e alcançou mínimos para competir nos Campeonatos Regionais de Categorias.

Maria Rocha, à frente ao centro na imagem: Juvenil B, caloira neste Regional.

Diana Neves: Atleta Infantil B, obteve 4 lugares no pódio. Nível de concentração e foco da atleta terão de ser melhorados. Foi também a primeira vez que participou neste Campeonato. 100m Mariposa: 2º lugar 400m Livres: 2º lugar 100m Livres: 2º lugar 200m Costas: 1º lugar Sofia Pereira: Infantil B, participou pela primeira vez neste Campeonato. Melhorou as suas marcas pessoais nas provas em que conseguiu focar-se e dominar a ansiedade.

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Diana Neves é a 1ª no pódio

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A Atleta Sofia Pereira, Infantil B, participou pela primeira vez neste Campeonato

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Sofia e Diana: ambas caloiras

Momentos de descontração Paralelamente às Provas, houve, também, um programa social. Como tal, sexta-feira (23), pela manhã, a Equipa do CNH visitou a Escola Secundária Antero de Quental. Domingo à tarde (25 de Fevereiro), foi tempo para relaxar, com uma visita ao Parque Terra Nostra e às Furnas.

Equipa do CNH na Escola Secundária Antero de Quental

Diana, Luna, Sofia e Maria no corredor da Escola Secundária Antero de Quental

Equipa do CNH na Escola Secundária Antero de Quental

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PESCA DE COSTA JOSÉ SILVA, JOSÉ ESCOBAR E CARLOS MEDEIROS NO PÓDIO DA 2ª PROVA DO CAMPEONATO DE 2018

A amena cavaqueira, após as Provas, caracteriza o Grupo da Pesca Desportiva de Costa do CNH

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osé Silva (34 unidades e 13,960 kgs), José Escobar (26 unidades e 13,840 kgs) e Carlos Medeiros (25 unidades e 11,510 kgs), foram os vencedores da 2ª Prova de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH) referente ao Campeonato de 2018, realizada na manhã deste domingo, dia 18, na Fajã. O maior exemplar foi capturado por José Escobar: um sargo com 1,250 kgs. Carlos Medeiros, Director desta Secção, refere que a Prova – que contou com 8 pescadores – “correu bem, com sol e tempo espectacular”. O Campeonato de Pesca Desportiva de Costa do CNH - Época de 2018, é composto por 6 Provas, estando a 3ª Prova calendarizada para o dia 17 de Março próximo. O lanche, oferecido pelo CNH, acompanha o momento da pesagem, onde são tiradas as dúvidas e apurados os vencedores. Carlos Medeiros | CNH 2018

Carlos Medeiros | CNH 2018

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MINI-VELEIROS JOÃO NUNES, FILIPE GUERREIRO E JOSÉ GONÇALVES VENCERAM O CAMPEONATO DE 2017

Atrás, da esquerda para a direita: Neri Goulart; Luís Alves; Mário Carlos; Luís Costa (Vice-Presidente do CNH); Emanuel Silva; Ricardo Lacerda, João Sequeira e José Gonçalves À frente, pela mesma ordem: António Pereira; Flávio Pereira; Filipe Guerreiro e João Nunes

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oi num ambiente de amizade – caracterizador da Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH) – que decorreu, na tarde de sexta-feira, dia 23, a Entrega de Prémios do Campeonato de 2017 desta Secção. Na Sessão, que teve como espaço o Bar do CNH, Luís Costa, Vice-Presidente da Direcção do CNH, disse ser “uma honra para o Clube poder contar com esta Secção, que se tem revelado dinâmica e com um número crescente de adeptos”. Este Dirigente agradeceu aos Patrocinadores dos

Troféus – “Turismar” e “Ourivesaria Olímpio” – o apoio dado ano após ano. O Vice-Presidente do CNH revelou que, no âmbito da reestruturação em curso, será nomeado um novo Director para esta Secção, a qual tem vindo a ser coordenada por Bruno Rosa. A terminar a sua breve intervenção, Luís Costa sublinhou a disponibilidade do Clube para aquilo que os Mini-Veleiros necessitarem. O Campeonato de 2017 é o somatório de todas as provas realizadas ao longo do ano transacto e que foram: “Troféu Semana do Mar”, “Regata Nossa Senhora de Lourdes”, “Regata do 70º Aniversário do CNH”, “Troféu Ourivesaria Olímpio” e “Troféu Turismar”. Feitas as contas, a Classificação do Campeonato de 2017 da Secção de Mini-Veleiros do CNH ficou assim ordenada:

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1º - João Nunes 2º - Filipe Guerreiro 3º - José Gonçalves 4º - João Sequeira 5º - António Pereira 6º - Luís Alves 7º - Ricardo Lacerda 8º - Hedi Costa 9º - Eduardo Pereira 10º - Flávio Pereira 11º - Mário Carlos 12º - Neri Goulart 13º - Emanuel Silva De realçar que a assiduidade é um dos critérios que pesa decisivamente nos resultados, pelo que o bom desempenho, sozinho, não é sinónimo de vitórias. “Patrocino o “Troféu Turismar” por gosto e camaradagem” Mário Carlos encontra-se, há anos, num duplo papel pois, além de praticante desta modalidade, é, também patrocinador, sendo proprietário da Empresa de Actividades Marítimo-Turísticas “Turismar”, nome atribuído a um Troféu. Neste ano de 2018, será a quarta vez consecutiva que patrocinará o “Troféu Turismar”, composto, como habitualmente, por 6 Provas, e que arrancará em Outubro.

Mário Carlos: “Trata-se de um patrocínio simbólico, portanto, o que me move é o convívio que existe”

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No próximo mês – dia 11 – terá início a Época de 2018 dos Mini-Veleiros, com o “Troféu Ourivesaria Olímpio”, igualmente constituído por 6 Provas. Questionado sobre as razões que o levam a, uma vez mais, embarcar no patrocínio deste Troféu, Mário Carlos refere que o faz “por gosto e camaradagem”. E acrescenta: “Trata-se de um patrocínio simbólico, portanto, o que me move é o convívio que existe”. Os prémios do “Troféu Turismar” 2017 primaram pela inovação, tendo sido executados no Faial. Ostentam o símbolo da Empresa de Mário Carlos simbolizando, ao mesmo tempo, um barco. A base em pedra pretendeu dar “um ar mais natural”, numa alusão à rocha existente no mar, meio onde decorrem as regatas. Mário Carlos manifesta a sua satisfação pelo crescimento da Secção dos Mini-Veleiros, pois, “um maior número de participantes torna as regatas mais engraçadas”. “Conseguir conciliar as muitas actividades existentes com a vida pessoal, significa nem sempre poder estar em todas as provas”, refere este amante do desporto, que há 25 anos integra a Secção de Botes Baleeiros do CNH.

Vencedores do “Troféu Turismar” 2017: 1º - António Pereira, 2º - João Nunes, 3º - João Sequeira

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CLUBE NAVAL DA H João Nunes: 16 anos a praticar João Nunes, 1º classificado na “Regata Senhora de Lourdes”, “Troféu Ourivesaria Olímpio” e Campeonato de 2017, anda nos Mini-Veleiros há cerca de 16 anos, tendo comprado o barco em 2002. “Vi a malta a praticar, achei piada e comprei o barco. Foi uma boa decisão, pois o grupo é engraçado. O núcleo duro, desde esses tempos, é José Gonçalves, João Sequeira e Neri Goulart”. Este vencedor de inúmeros prémios, considera que “o mais difícil é o investimento inicial” – aquisição do barco – embora não represente mais do que 200 euros, se estivermos a falar de um mini-veleiro novo. A avaliar pelo número crescente de adeptos – em 2017 houve mais 3 e reservam-se surpresas para a nova temporada – esse não parece ser um entrave. “Temos muito interesse em novos participantes e o desafio é melhorar continuamente. Estamos sempre disponíveis para dar todo o apoio necessário”, realça João Nunes, que vê nos Mini-Veleiros “um escape de fim-de-semana”. Filipe Guerreiro: um velejador recente, mas vitorioso Filipe Guerreiro ainda não pratica há 2 anos, sendo considerado uma revelação, que privilegia a participação regular. É olhado como um caso de sucesso, que rapidamente dominou a modalidade, alcançando bons resultados. O facto de gostar “de coisas telecomandadas” foi o grande mote para aderir a esta Equipa, cujo “convívio impulsiona e motiva”, revela, frisando que “o convívio é muito importante, havendo ajuda e amizade”. Instado a partilhar como tudo começou, recorda: “O João Nunes desafiou-me a vir ver provas e como fiquei intrigado, resolvi ver e gostei”. Daí à compra do barco foi uma questão de (pouco) tempo. “O Zé Gonçalves vendeu-me o barco que era da filha e iniciei-me. Eu sabia a teoria mas faltava-me a prática. O Zé e o João ajudaram-me

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muito na afinação e noutros aspectos”. Filipe chegou, viu e venceu. Por isso, quando questionado sobre este lugar no pódio, responde: “Embora tenha trabalhado para este resultado, acho que também tive alguma sorte”. Para este velejador, o segredo está no início: “Considero que a largada é um aspecto muito importante. Aliás, é dos mais importantes”. Mas também há outros contributos: “O trabalho de casa é igualmente determinante, pois, após cada prova, é fundamental desmontar, limpar, olear, ou seja, fazer a manutenção do barco, preparando-o para a prova seguinte. Nesta Secção, também ajuda ser um pouco engenhocas, no sentido de irmos fazendo testes e experiências com vista ao melhoramento do barco”. E porque estamos a falar de uma Secção onde o testemunho funciona como elemento catalizador, Filipe Guerreiro avança: “Já incentivei alguns amigos e espero que possam aderir, embora reconheça que, tal como acontece noutras actividades, esta também implica algum tempo livre. Contudo, vale a pena, pois sentimos que estamos mesmo numa regata, onde levamos tudo a sério, com regras a cumprir”. “Entendo que é bom termos assistência o que atrai novos participantes. Já reparei que os turistas ficam curiosos a olhar e a comentar”, afirma Filipe Guerreiro, que destaca o papel do CNH, sentindo “ligação e apoio” por parte desta instituição.

João Sequeira, Responsável interno pela Secção; e os três vencedores do Campeonato de de 2017: José Gonçalves (3º); João Nunes (1º) e Filipe Guerreiro (2º)

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José Gonçalves: “Sempre gostei de barcos à vela” “Sempre gostei de vela e de barcos à vela e meu avô – Manuel Emídio Gonçalves Júnior – tinha um barco, sem radio-controle, com que fazia regatas, há 100 anos. Era uma chalupa baptizada como “Sea Bird”, que tinha pertencido a um estrangeiro, que depois a ofereceu a meu avô. Meu pai também participava em regatas com esse barco e eu, que devia ter uns 15 anos, ia com ele. Brincava sozinho na Marina, quando ainda só havia as estacas, numa altura em que meu primo – João Sequeira – estava a construir o seu mini-veleiro. Depois, fazíamos regatas um contra o outro”. Relato de José Gonçalves quando convidado a fazer um exercício de memória sobre um passado recente, revelando que a chalupa – uma autêntica relíquia centenária – foi recuperada. A fotografia cedida pelo “pai” dos Mini-Veleiros, pelo menos nas últimas gerações, demonstra isso mesmo. A estes dois velejadores juntaram-se Pedro Azevedo, António João e Jorge Oliveira, passando a ser organizadas provas. O gosto pela modalidade levou este aficcionado a comprar o seu mini-veleiro em 1999, numa viagem à Madeira. “Ao passar por uma montra vi o barco. E fui-me embora, mas sempre a pensar nele. A Guida apercebeu-se e disse: “Vai lá comprá-lo”. E eu assim fiz. Foi o primeiro “Vitória” (modelo) por estes lados. Neste momento, tenho três iguais além do de meu avô. E estou a construir uma réplica da chalupa, mas com controlo à distância. Contudo, a lista era ainda maior, atendendo a que vendeu o que era da filha, que não chegou a praticar. Quando se lhe pergunta o porquê de ter tantos mini-veleiros iguais, responde a sorrir: “É o vício”. José Gonçalves gosta de ajudar e revela mesmo que a maior parte dos barcos – vêm todos desmontados – são montados na sua oficina. Sabe que, por vezes, é prejudicado nos resultados, tendo em conta que é o responsável pelas afinações de alguns que atingem belíssimos desempenhos, mas continua a manter a vontade e disponibilidade em colaborar, realçando que “não há rancor”. Apesar do ‘fairplay’, admite que “todos os que competem é para fazer boa figura”. Por isso, a amizade sobressai mais quando acabam as regatas. Com muitas ou poucas vitórias, o saldo é sempre positivo e o convívio garantido, já que boa disposição e camaradagem são indissociáveis da Secção de Mini-Veleiros do CNH.

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O número de praticantes tem vindo a crescer e podia ser ainda superior, pois “há muita gente com barco que não participa nas provas”. João Sequeira: um velejador que gosta de construir os seus barcos João Sequeira é um veterano nesta modalidade e o actual Responsável interno da Secção. Recorda que antes de estarem organizados em Secção, esta actividade começou com Sócios, no ano de 2000, num tempo em que a Marina Sul ainda não era uma realidade. “Construí o meu barco – e agora já há um segundo – e vinha com o Zé fazer umas brincadeiras junto às estacas da Marina. Só quando o Nuno Lima integrou a Direcção do Clube Naval da Horta é que fizemos as regras para uma Classe e foi organizada a Secção. Éramos 5: eu, o José Gonçalves, o Eduardo Sarmento, o António João e o Pedro Azevedo. Vários compraram barco e as provas contavam com 7/ 9 participantes. A Secção foi crescendo aos poucos com o aparecimento de novos praticantes”, memora. Os convívios são um marco desta Secção. “Chegámos a fazer na “Lusa”, no Bar do Clube e desde há muito que é na “70”, do Mário Carlos”. João Sequeira sustenta que “o modelismo atrai pela dimensão” (podendo ser barcos, carros, aviões, etc) e apesar do número oscilar em cada época, lembra que, “no total, já passaram pela Secção de Mini-Veleiros do CNH mais de 50 pessoas”. Atendendo ao número de provas realizadas, foram criados uns quadros em madeira onde cada praticante pode afixar as placas referentes às suas participações, ao longo dos anos. Um arquivo inovador e prático, capaz de narrar o percurso de cada velejador, fazendo história e memória.

Chalupa “Sea Bird”, com 100 anos, que pertenceu ao avô de José Gonçalves

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VELA DE CRUZEIRO CONVÍVIO DE CARNAVAL

Foram “2 Horas de Vela” no Canal com excelentes condições de mar e de diversão, todos corresponderam com adereços alusivos à quadra carnavalesca Fotografias de: Luís Costa e Susana Rosa

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convívio decorreu muito bem com todos os participantes a aderirem ao desafio de trazer um adereço alusivo ao Carnaval. Quanto ao passeio em si, as condições de vento estavam excelentes, tendo permitido bons momentos de Vela no Canal Faial/Pico”. É este o balanço feito por Luís Costa, Director da Secção de Vela de Cruzeiro do CNH, ao Convívio de Carnaval intitulado “2 Horas de Vela”, que decorreu na tarde de sábado, dia 3. Participaram 7 embarcações, com cerca de 30 pessoas envolvidas.

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“Mais uma vez os participantes demonstraram o seu agrado relativamente a este evento organizado pela Secção de Vela de Cruzeiro do CNH, denotando que estão preparados para aderir a mais iniciativas desta natureza”, realça este Dirigente, que, questionado sobre o cumprimento dos objectivos traçados, responde: “Pode dizer-se que sim, tendo em conta o mês em que estamos e que alguns proprietários já vararam ou se prepararam para varar as suas embarcações. Posso mesmo adiantar que esta será uma iniciativa a repetir no futuro”. Luís Costa aproveitou esta oportunidade par frisar “o magnífico ar que se respira na Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta, estando todos interessados em realizar excelentes momentos de divulgação da modalidade da Vela e empenhados em que tudo corra em sã confraternização”. O próximo evento será a Regata da Primavera, que se realiza no próximo dia 24 de Março.

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O Convívio de Carnaval da Vela de Cruzeiro incluiu amizade, boa disposição e confraternização

As indicações da Organização foram levadas a sério

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ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA REGATA DINAMIZOU A VELA DE CRUZEIRO E PROJECTOU OS AÇORES

A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” 2018 foi apresentada pelo Presidente da Direcção, José Decq Mota, e pelo Director de Prova, Jorge Macedo

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Atlantis Cup é o reflexo da evolução que a Vela de Cruzeiro teve nos Açores e contribuiu muito, em variados aspectos, para essa evolução”. Palavras proferidas pelo Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), José Decq Mota, na Sessão de Apresentação Pública da 30ª Edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, que aconteceu na tarde desta sexta-feira, 16 de Fevereiro, no Bar do CNH. A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, a principal regata de Vela de Cruzeiro realizada no mar dos Açores e uma das mais importantes de Portugal, é organizada pelo Clube Naval da Horta. José Decq Mota – que tinha ao seu lado o Vice-Presidente do CNH, Luís Costa, e o Director de Prova, Jorge Macedo – agradeceu a presença

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de todos, dirigindo uma saudação especial à Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Ana Luís; ao Secretário Regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores; ao Capitão do Porto da Horta, Rafael Silva; ao Vereador Filipe Menezes, em representação do Presidente da Câmara Municipal da Horta; ao Presidente da Portos dos Açores, S.A., Fernando Nascimento; ao Representante do Director Regional do Turismo; e ao Presidente da Assembleia-Geral do CNH, Luís Carlos Decq Mota. A Sessão de Apresentação da 30ª Edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” contou, também, com a presença de outras Entidades Locais e Regionais; Dirigentes Desportivos; Praticantes de Vela de Cruzeiro; Sócios do Clube Naval da Horta; Representantes de outros Clubes intervenientes; e Órgãos de Comunicação Social (OCS). José Decq Mota – que participou, como con-

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CLUBE NAVAL DA H corrente, na Atlantis Cup ao longo de 7 anos – lembra que “a frota desses anos recuados tinha muito pouco a ver com a que realiza a Regata actualmente”. E realça: “A Atlantis Cup – que mais tarde foi baptizada com o nome de Regata da Autonomia – ganhou projecção e tem sido um veículo de divulgação dos Açores nos meios náuticos nacionais e internacionais. Essa popularidade foi bem visível junto da Associação Nacional de Cruzeiros (ANC), que tem vindo, por várias vezes, a integrar-se em edições desta Regata”. O mais alto Dirigente do Clube Naval da Horta sublinha que “esta Prova tem contado com concorrentes do Norte, Centro e Sul do País – que se inscrevem muito cedo a fim de poderem organizar a sua vida – e com outros de diferentes nacionalidades”, deixando o repto para que “alguém tenha a iniciativa de fazer o levantamento sobre as origens dos diferentes participantes ao longo de três décadas, o que seria muito interessante”. Desafio concretizado entre 2016 e 2018 Outro ponto destacado por José Decq Mota é o facto de esta 30ª Edição completar a passagem por todas as Ilhas dos Açores. E recordou que esse desafio foi lançado pela Presidente da AL-

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RAA, em 2013, naquele mesmo espaço: o Bar do CNH. “A Direcção do Clube Naval da Horta encaixou o desafio, mas posso revelar que não foi fácil, em termos logísticos, organizar uma Regata que tocasse em todas as Ilhas. Daí termos decidido fazê-lo de forma faseada”, vincou este Responsável. O cumprimento deste propósito decorre entre os 40 Anos da institucionalização da Autonomia Regional dos Açores – assinalados em 2016 – e o 30º Aniversário da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, que se comemora neste ano de 2018. Em 2016, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, privilegiou o Grupo Ocidental: Flores e Corvo, tendo tocado em São Jorge. Nas Flores, o porto da largada foi o das Lajes; no Corvo a escala foi feita no Porto da Casa da Vila Nova; e, em São Jorge, na Marina das Velas. No ano de 2017, esta Regata largou de Ponta Delgada, realizando a 1ª etapa rumo a Vila do Porto (em Santa Maria); a 2ª etapa ligou Vila do Porto a Vila Franca do Campo (São Miguel), com a particularidade de ter incluído mais este concelho; e a 3ª etapa, iniciada em Vila Franca do Campo, terminou na cidade da Horta. Em 2018, esta Regata terá como foco as Ilhas do Grupo Central, nomeadamente Faial, Pico,

A Sessão de Apresentação da maior Regata de Vela de Cruzeiro dos Açores e uma das mais importantes de Portugal, contou com uma sala cheia

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Terceira e Graciosa, envolvendo os Portos da Madalena (Pico), Angra do Heroísmo e Praia da Vitória (Terceira), Praia da Graciosa, e Horta (Faial). No ano em que termina o seu mandato (o 3º consecutivo desde 2013, embora já tenha desempenhado estas funções na década de 90, durante vários anos), José Decq Mota sublinha a importância do desafio lançado pela Presidente da ALRAA – que se reveste “de natureza político-institucional, estratégica e prática” – salientando que “esta foi a maneira de a frota de recreio açoriana ter um campo de regata maior, que vai de Noroeste (Flores) a Sudeste (Santa Maria)”. E acrescenta: “Soubemos corresponder, mas a principal resposta é dos velejadores, a quem quero agradecer a participação”. A maturidade da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” – realizada pela primeira vez em 1988 – e o facto de completar 30 Anos, levam a Organização a pensar que a Edição de 2018 vai ter “um elevado número de concorrentes”. Uma Regata oceânica aliciante Preparando o terreno para o futuro, o actual Presidente da Direcção do CNH disse que, “quem vier a seguir, só tem de se lembrar que este desafio foi feito, tendo imaginação para jogar com circuitos entre as 9 ilhas”. Referindo-se concretamente à Atlantis Cup, a Prova Raínha da Vela de Cruzeiro nos Açores, este líder referiu que “é uma regata costeira, mas de natureza oceânica”, classificando-a como “aliciante”. “É uma Regata que dá vida ao Clube Naval da Horta e à Náutica de Recreio nos Açores. O nosso objectivo primordial é o de realizar sempre uma Regata Oceânica, que atraia participantes, que promova a Região e que dignifique a Autonomia”, enfatizou. A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” 2018 conta, como habitualmente, com o Alto Patrocínio da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e com os seguintes clubes como co-organizadores: Clube Naval da Madalena, do Pico; Angra Iate Clube e Clube Naval da Praia da Vitória, da Terceira; e Clube Naval da Graciosa. José Decq Mota evidenciou a colaboração dos Clubes Navais co-organizadores e das Câmaras

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Municipais por onde a Regata passa, enaltecendo o “enorme apoio” que é dado pela Portos dos Açores, S.A., sem esquecer a preciosa cooperação de todos os outros patrocinadores e apoiantes. O Dirigente máximo do CNH aproveitou esta oportunidade para, publicamente, reconhecer e agradecer algumas pessoas que, pelo seu trabalho dedicado e voluntário, sobressairam neste percurso de 30 anos: José Victor Alves, que foi o primeiro Presidente da Comissão da Atlantis Cup, tendo desempenhado essas funções durante vários anos; o comandante José Salema; Alzira Luís, Vitor Mota, Rogério Feio, António João e Jorge Macedo, que “é Director de Prova já há tantos anos, que é quase um cargo vitalício”, gracejou José Decq Mota, salientando que, “sem estas e outras colaborações não teria sido possível fazer todo este trabalho. “Conseguimos fazer coisas rigorosas e difíceis e “do arco da velha”, porque temos gente com muita capacidade e generosidade”, rematou. Tal como em edições anteriores, este ano a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” terá a cobertura de canais televisivos nacionais e da imprensa especializada em Desporto, apoiados pelo Gabinete de Imprensa do CNH, que disponibilizará toda a informação. Indissociável desta Regata é a edição da Revista “Atlantis Cup” – da reponsabilidade do Clube Naval da Horta – uma publicação bilingue (em Português e Inglês), a cores, com uma tiragem de 500 exemplares, distribuída nos mais importantes Centros do Iatismo Nacional e Internacional, e que serve de veículo promocional desta Regata de Vela de Cruzeiro de reconhecido prestígio Regional e Nacional. Novo percurso = grande desafio Jorge Macedo, Director de Prova da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” 2018 – a quem coube a Apresentação da Regata – referiu que aceitou com “muito gosto” o convite desta Direcção para mais um ano de missão, tendo de conciliá-la com outro cargo que também lhe dá que fazer e que é a Presidência da Direcção da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA). Contudo, “a bem de fazer com que os Açores cheguem cada vez mais longe”, certamente que

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CLUBE NAVAL DA H o esforço compensa. Habituado a estas lides, este Dirigente vaticinou que, tendo em conta o ‘feedback’ recebido dos continentais e até mesmo dos açorianos, “esta vai ser uma Regata complicada”. Tudo, porque, o circuito deste ano contempla um sítio novo que não tem estacionamento: a ilha Graciosa, que ainda não dispõe de Marina. “Com embarcações de 40 pés e a maioria de 35 para cima, vai ser difícil”, garante o Director de Prova, referindo que terá de ser à moda antiga. Jorge Macedo destacou “o apoio incondicional” da Portos dos Açores, S.A., que, 3 dias antes da chegada da Regata a um porto e 3 dias após a partida, disponibiliza estacionamento gratuito às embarcações em Prova, em todas as Marinas. No que concerne às embarcações, a novidade deste ano prende-se com a selagem dos motores. Como as etapas são mais curtas, a Organização decidiu testar um novo modelo. Assim sendo, no ‘Briefing’ que antecede a Prova, será demonstrada a forma de selagem dos motores. Consequentemente, antes do início da Regata, um membro da tripulação de cada barco ou outra pessoa designada para o efeito, fará a selagem, enviando a fotografia comprovativa para a Organização, que é quem fará a des-selagem à chegada.

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Com um percurso que se prevê que comece, a 29 de Julho, na Madalena do Pico, com escalas em Angra do Heroísmo, Praia da Vitória e Praia da Graciosa, e terminús no Faial, no dia 5 de Agosto, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” 2018 completa, assim, o objectivo de tocar em todas as Ilhas, afirmando-se como a Regata da Autonomia, presente nas 9 parcelas açóricas. De realçar que, independentemente do percurso realizado em cada ano, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” tem sempre como ponto de chegada a Cidade da Horta, na Ilha do Faial, coincidindo com a Abertura Oficial da Semana do Mar e do seu intenso, variado e qualificado Festival Náutico, o maior de Portugal, organizado pelo CNH. A 1ª etapa, liga a Madalena do Pico a Angra do Heroísmo, num percurso de 72 milhas. Na 2ª etapa, haverá uma centralização das embarcações em Angra do Heroísmo, mas o percurso até à Praia da Vitória será neutralizado, ou seja, não conta em termos competitivos. Ao largarem da Praia da Vitória, os velejadores terão forçosamente de contornar a ilha Terceira pelo Sul em direcção à Praia da Graciosa, numa distância de 56 milhas. A 3ª e última etapa contempla Praia da Graciosa (pelo Norte da ilha) – Horta, tendo os partici-

Jorge Macedo abordou os meandros da Regata

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pantes de contornar o Faial quase todo, o que significa percorrer 70 milhas. Refira-se que em cada concelho por onde a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” 2018 passar, haverá uma recepção antes da largada. “Estes eventos sociais são muito importantes, permitindo o convívio entre todos, a troca de impressões e de experiências, pelo que o papel das Câmaras Municipais é fundamental”, vincou o Director de Prova. Homenagem e apoio Jorge Macedo chamou a atenção para o facto de o ‘flyer’ de divulgação da Regata deste ano ostentar uma “belíssima” fotografia do “Mariazinha”. E explicou: “Noutras edições já foram evidenciados barcos como o “Xcape”, o “Air Mail”, o “Soraya”, e outros, funcionando como uma forma de homenagear aqueles que mais participam neste evento náutico”. Em termos de comunicações, o canal disponível será o 9. Este Responsável referiu que as inscrições continuam abertas e lembrou a parceria existente, há vários anos, com a estação costeira da “Cooperativa Porto de Abrigo”, no âmbito da qual todas as embarcações poderão recorrer em caso de necessidade, sem qualquer custo

Momento marcante para o CNH e para os Açores Na sua intervenção, o Secretário Regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, começou por referir o “especial gosto” que sentia por estar nesta Sessão, lembrando que se encontrava em representação do chefe do governo açoriano. Este governante sublinhou que a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” 2018 é um momento marcante para o Clube Naval da Horta e para os Açores e um evento notável com 30 Anos de existência, cuja continuidade se deve ao sucesso e interesse suscitado”. E prosseguiu: “A edição deste ano tem um simbolismo acrescido na missão de unir os Açores e os Açorianos. Saúdo a senhora Presidente da ALRAA pelo desafio lançado em boa hora – que eu desconhecia – e o facto de o CNH o ter sabido agarrar. O mar faz estrada, sobretudo no Triângulo, e sendo continuidade do território, é motivo de união. Por isso, o Governo volta a dizer presente e apoia a Regata da Autonomia, que sendo um dos maiores patrimónios da Região, cabe a todos nós cimentar e preservar”. Para João Ponte, “o mar dos Açores não é apenas uma fonte de riqueza e potencial, constituindo, também, um local de lazer, de que é exemplo esta Regata”. Por tudo isto, dirigiu palavras de “apreço e reconhecimento” ao CNH pelo trabalho levado a

João Ponte enalteceu o trabalho do CNH na divulgação dos Açores

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CLUBE NAVAL DA H cabo em conjunto com os seus parceiros. E rematou desejando “uma boa prova a todos os velejadores, nos quais sobrevive o espírito marinheiro dos nossos antepassados”. Ana Luís lança novo desafio Fazendo jus à maxima de que os primeiros são os últimos, a Presidente da Casa da Autonomia – sedeada na ilha do Faial – endereçou um cumprimento “muito especial” ao CNH, seus associados e colaboradores e a todos aqueles que participam neste singular evento náutico. Ana Luís memorou que a Atlantis Cup não assumiu o cognome de Regata da Autonomia desde o início, e, que, “esta Regata não é somente um evento desportivo, representando um marco na união e hospitalidade que caracteriza a Região, além de ser um contributo na divulgação dos Açores”. Para esta figura política, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” representa “o papel fundamental que a Cidade da Horta tem na centralidade oceânica, constituindo o símbolo da nossa Autonomia na construção de pontes entre estas 9 ilhas”. Ana Luís referiu que “mais importante do que lançar desafios” – o que aconteceu por sua autoria em 2013 – “é saber vencê-los”. Todo este trajecto foi pensado em 2013, ano em que a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”

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completou 25 Anos de realizações, englobando 2016 (em que se assinalaram os 40 Anos da Autonomia), encontrando-nos agora (em 2018) na última etapa, com a concretização do objectivo de tocar todas as parcelas do Arquipélago. “O desígnio de passar por todas as Ilhas ficará na História Autonómica e cimentou a Vela de Cruzeiro no panorama nacional”, frisou. A Presidente da ALRAA revelou que recebeu contactos de diferentes Presidentes de Câmara a felicitar pela iniciativa de esta Regata tocar todas as Ilhas. E uma vez que o seu primeiro desafio foi agarrado e posto em marcha, aproveitou para lançar outro, mas “mais fácil”: “que utilizem esta Regata como forma de proteger o mar dos Açores, evitando a poluição”. O objectivo passa por pedir aos velejadores que dêem o seu contributo na valorização do mar, tomando consciência do uso responsável dos recursos existentes. Na prática, o que se pretende é que os participantes sensibilizem as pessoas para a realidade da contaminação dos plásticos nos oceanos e para a necessidade de todos assumirem a sua quota de responsabilidade, evitando que o ecossistema se degrade e permitindo que a Mãe Terra possa continuar a ser um lugar aprazível. Ana Luís acredita que “pequenos gestos atingem resultados grandiosos”. E concluiu: “É de coragem e resiliência que se faz a história dos Açores. É deste material que também é feita a génese dos velejadores açorianos”.

A Presidente da ALRAA gostava que os velejadores sensibilizassem as pessoas para evitar a poluição no mar

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VELA LIGEIRA PAIS DOS ATLETAS FICARAM A CONHECER NOVO TREINADOR E OS ACERTOS PARA O RESTO DA ÉPOCA

Olga Marques, Directora da Secção de Vela Ligeira do CNH; Edmar Delgado, novo Treinador de Pré-Competição; Susana Garcia, Treinadora de Aperfeiçoamento; José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH; Duarte Araújo, Treinador de Competição

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uma altura em que a Época de Vela Ligeira se encontra a meio, a comparência dos Pais na reunião realizada ao início da noite desta quarta-feira, 31 de Janeiro, no Centro de Formação de Desportistas Náuticos do Clube Naval da Horta (CFDNCNH), teve como objectivo fazer o balanço da actividade em curso e discutir acertos no enquadramento dos treinos, turmas e horários. Além disso, o Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, apresentou o novo Treinador de Pré-Competição: Edmar Delgado, Treinador de Grau I, que já vinha trabalhando, pontualmente, com o Clube Naval da Horta. “A partir de agora – explicou este Dirigente –

passamos a ter três treinadores. Já contávamos com a Susana Garcia, Treinadora de Grau I, dedicada ao Aperfeiçoamento; e com o Duarte Araújo, Treinador de Grau II, que é da Competição. Contudo, o único que está a tempo inteiro é o Duarte. O Edmar surge agora como Treinador do Clube pelo facto de haver necessidade de fazer uma redistribuição dos alunos pelas diferentes turmas no sentido de potenciar a evolução de cada um da melhor forma”. O que se pretende é perceber o nível de cada um e capacitá-los, porque “antes havia os que andavam à Vela e os que competiam”, frisou José Decq Mota, revelando que “as turmas estão a ser orientadas para uma evolução de conjunto”. Daí, ter destacado “o resultado homogéneo” saído desta 2ª Prova do Campeonato Regional de Vela Ligeira, realizado em Vila Franca do Campo (dias 27 e 28 de Janeiro último). Pela experiência que tem, este Dirigente diz que se nota “uma maior procura pelas aulas de Vela Ligeira com o aproximar do Verão”. Porém, e

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dentro da rotatividade habitual que se verifica, não só com a mudança de escalões como com a saída de alguns velejadores para a universidade (Juniores e Juvenis), há uma oscilação no número de velejadores, que neste momento ronda os 40. Neste cenário, “uma das preocupações desta Direcção é trabalhar no sentido de ir estabilizando as nossas Escolas de Formação – Vela Ligeira, Canoagem e Natação – e, como tal, o quadro técnico tem de ser estável e competente, o que já é uma realidade”, salientou José Decq Mota. “Vou dar o meu máximo” Duarte Araújo recordou que o Treinador Edmar jé é uma figura conhecida no Clube Naval da Horta, não só pelas participações que fazia nas regatas com a equipa do Clube Naval da Madalena – onde fez o Estagiar L – como, também, porque já dava algum apoio em termos de aulas. Embora seja, a partir de agora, Treinador de Pré-Competição – atendendo a que há níveis distintos no Aperfeiçoamento – Edmar Delgado vai dar treinos em conjunto com a Treinadora Susana Garcia e substitui-la sempre que se afigurar necessário. Nas ausências de Duarte Araújo será também ele o responsável pelos treinos. Duarte Araújo acrescentou, ainda, que Edmar Delgado vai continuar a ministrar a disciplina de Vela no âmbito do Projecto que existe com a Es-

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cola Básica José d’Ávila, e as Aulas de Vela para Adultos. Por seu turno, o novo Treinador garantiu que vai dar o seu máximo e fazer aquilo que sabe e gosta. Em termos de actividades, Duarte Araújo revelou que a Regata de Carnaval (CarnaVela) – em que os velejadores vêm mascarados – será novamente uma realidade este ano, estando marcada para o dia 10 do corrente. “Trata-se de uma iniciativa da Treinadora Susana”, advertiu, lembrando que acontece desde 2015, e se traduz “numa festa com muito sucesso”. De 30 de Junho a 1 de Julho, decorrerá o Campeonato Regional de Escolas de Vela, em Ponta Delgada. Uma das questões apontadas por uma das mães presentes nesta Reunião de Pais teve a ver com os atestados médicos, congratulando-se com o facto de o Clube Naval da Horta dispôr de médico próprio para realizar esses exames. Com esta “boa ajuda” por parte do CNH, ficou sanada essa questão, que se coloca em todas as épocas desportivas, e que representa centenas de consultas. Essa colaboração está a ser prestada pelo médico Luís Carlos Decq Mota que, é, simultaneamente, Presidente da Assembleia-Geral do Clube Naval da Horta.

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VELA LIGEIRA 20 ATLETAS PARTICIPARAM NA CARNAVELA 2018

Tal como em anos anteriores, a CarnaVela de 2018 voltou a ser um sucesso

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oram 20 os Atletas da Escola de Vela do Clube Naval da Horta (CNH) que participaram na CarnaVela – Treino de Carnaval – que decorreu na Baía da Horta, na manhã de sábado, dia 10. Segundo a Treinadora de Vela (Turma de Aperfeiçoamento) do CNH, Susana Garcia, “os vele-

jadores vieram fantasiados e divertiram-se muito, sendo este um dos treinos mais animados, atendendo à quadra em que acontece”. Apesar de o vento não ter colaborado na realização da regata, houve inter-acção e muita diversão, tendo o almoço-convívio contado com a colaboração e presença dos Pais, Dirigentes, Treinadores e do próprio Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota.

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VELA LIGEIRA 44º TORNEIO INTERNACIONAL DE VELA DO CARNAVAL 2018 - VILAMOURA: AVARIAS E LESÃO ATIRAM DAVID ABECASIS/MIGUEL GUIMARÃES PARA O 7º LUGAR e a lesão do Miguel. - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): O resultado ficou aquém das vossas expectativas? - David Abecasis: Nos dois primeiros dias ficámos até surpreendidos. Apesar de algumas avarias no barco, falta de treino e pouca condição física, estávamos em 3º lugar, tendo, inclusivamente, ganho uma regata.

David Abecasis e Miguel Guimarães não têm tido tempo para treinar tanto quanto desejariam no seu novo barco, adquirido em 2014 Fotografia de arquivo de: Ângelo Teixeira

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dupla de velejadores da Classe Snipe do Clube Naval da Horta (CNH), David Abecasis/Miguel Guimarães, alcançou a 7ª posição – num universo de 19 participantes – no 44º Torneio Internacional de Vela do Carnaval 2018 - Vilamoura, que decorreu de 10 a 12 do corrente, no Algarve. Este Torneio foi promovido pelo Clube Internacional da Marina de Vilamoura (CIMAV), tendo contado com o apoio da Federação Portuguesa de Vela (FPV). A prova, disputada no Campo de Regatas de Vilamoura/Quarteira, foi aberta aos barcos das Classes Optimist, Laser 4.7, Laser Radial, Laser Standard, Moth, Dart 18, 420, Flying Dutchman e Snipe. David Abecasis faz o balanço a esta competição, um dos Torneios de Vela mais conceituados do País e a primeira prova do ano/época desta dupla de velejadores. - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Como decorreu este Torneio? - David Abecasis: De um modo geral, correu bem. Foi pena as avarias que tivemos no barco

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- Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): A que se deveram as dificuldades sentidas? - David Abecasis: As avarias no barco prejudicaram-nos bastante. A falta de treino também leva a uma menor preparação e atenção ao barco. Quando treinamos, estamos, simultaneamente, a avaliar as condições do barco e a melhorar/ reparar o que é necessário. A preparação física deixou a desejar e isso sentiu-se nas regatas com mais vento e, também, com o acumular de regatas realizadas. No último dia não conseguimos defender o 3º lugar. O Miguel ressentiu-se de uma lesão anterior e uma nova avaria no barco foi determinante para acharmos que não valia a pena arriscar um agravamento da lesão. A avaria não era solucionável de forma eficaz e, dadas as condições de muito vento, as probabilidades de o Miguel ficar ainda pior, eram elevadas. Por essa razão, optámos por desistir do dia, tendo perdido as 3 regatas. Baixámos de 3º para 7º na tabela classificativa. Embora o resultado final tenha ficado aquém do desejado, a verdade é que gostámos das sensações dos primeiros dias, e, apesar da evidente falta de treino, conseguimos andar na frente e estar nos 3 primeiros lugares. - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Qual a prova que se segue? - David Abecasis: A 1ª Prova de Apuramento Nacional (PAN), a ter lugar em Cascais, já em Março próximo.

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VELA LIGEIRA RUI SILVEIRA FOI 9º NO 44º TORNEIO INTERNACIONAL DE VELA DO CARNAVAL 2018 - VILAMOURA

Mesmo sem competir há mais de 3 meses, Rui Silveira teve um bom desempenho

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pesar de não competir desde Outubro de 2017, o velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta, (CNH) Rui Silveira, conseguiu alcançar a 9ª posição – num conjunto superior a 20 atletas nacionais e estrangeiros – no 44º Torneio Internacional de Vela do Carnaval 2018 - Vilamoura, que decorreu de 10 a 12 do corrente, no Algarve. Esta foi a primeira prova do velejador faialense

desde que foi operado ao joelho, há mais de 3 meses, e, embora ainda se encontre longe do seu ritmo habitual, Rui Silveira classifica este resultado como “razoável”. O Atleta de Alta Competição do CNH permanece em Vilamoura, onde irá treinar ao longo de mais uma semana. A próxima competição deverá ser o Troféu Princesa Sofia, em Espanha, no mês de Abril. Até lá, os treinos são a palavra de ordem na vida deste velejador, que se encontra a trabalhar no Projecto Olímpico que visa os Jogos de 2020, em Tóquio, no Japão.

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VELA LIGEIRA TOMÁS PÓ, JORGE PIRES E LEONOR PORTEIRO PARTICIPARAM NO 44º TORNEIO INTERNACIONAL DE VELA DO CARNAVAL 2018 - VILAMOURA

Os velejadores do CNH, Leonor Porteiro, Tomás Pó e Jorge Pires fizeram-se acompanhar pelo Treinador, Duarte Araújo

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ários velejadores do Clube Naval da Horta (CNH) participaram no 44º Torneio Internacional de Vela do Carnaval 2018 - Vilamoura, que decorreu de 10 a 12 do corrente, no Algarve. Depois da divulgação referente à dupla da Classe Snipe, David Abecasis/Miguel Guimarães, e ao desempenho de Rui Silveira, hoje as estrelas são Tomás Pó, Jorge Krug Pires e Leonor Porteiro, que se fizeram acompanhar pelo Treinador de Competição da Escola de Vela do CNH, Duarte Araújo. Em Laser 4.7, Tomás Pó alcançou o 8º lugar – na geral, tendo sido o 7º português – e Jorge Pires, o 11º (num grupo de cerca de 50 velejadores). Em Optimist, Leonor Porteiro ficou na 91ª posição (numa frota com mais de 140 atletas). Todos consideram que a participação foi boa, constituindo uma excelente oportunidade para crescerem enquanto velejadores.

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Recorde-se que este Torneio, um dos mais conceituados de Portugal, foi promovido pelo Clube Internacional da Marina de Vilamoura (CIMAV), tendo contado com o apoio da Federação Portuguesa de Vela (FPV). A prova, disputada no Campo de Regatas de Vilamoura/Quarteira, foi aberta aos barcos das Classes Optimist, Laser 4.7, Laser Radial, Laser Standard, Moth, Dart 18, 420, Flying Dutchman e Snipe. Duarte Araújo foi convidado a reportar o que se passou em Vilamoura durante estes três dias e a revelar as repercussões dessa importante competição na evolução dos velejadores faialenses. - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Como classificas o desempenho dos velejadores do CNH? - Duarte Araújo: Já sabia que ia ser muito difícil para a Leonor encontrar um espaço confortável na frota. O que aconteceu é que ela foi ganhar experiência e aprender com uma frota muito competitiva. No caso dos Lasers 4.7, o Jorge e o Tomás já têm

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Tomás Pó, da Classe Laser 4.7, ficou em 8º lugar na geral, tendo sido o 7º português

conhecimento da frota e pretendiam comparar a sua evolução com a dos outros velejadores em prova. Deram boas indicações e retiraram desta experiência importantes conhecimentos para os ajudar a melhorar. - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Os objectivos foram alcançados? - Duarte Araújo: No caso da Leonor, a sua inexperiência não lhe deixou fazer o que consegue e é capaz. As condições específicas de Vilamoura também contribuiram para que o resultado tenha sido este. Espero que ela veja neste resultado aquilo que tem de trabalhar e melhorar. O Jorge e o Tomás têm velocidade e experiência para fazer boas regatas nos 10 primeiros da frota e o objectivo de ambos era esse mesmo: fazer resultados perto e dentro dos 10 primeiros, o que conseguiram. - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Que balanço fazes? - Duarte Araújo: Estas provas importantes, a nível nacional e internacional, servem para mostrar

aos velejadores qual o empenho que devem colocar nos treinos e na sua condução desportiva. Sem serem definitivos, estes resultados preparam-nos para o Campeonato Nacional e para os Campeonatos Regionais. Penso que correu bem para os dois – Tomás e Jorge – pois, conseguiram fazer regatas muito boas e perceberam que erros não podem cometer para continuar no grupo da frente. - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Eles gostaram? - Duarte Araújo: Penso que sim. Foram 3 dias de Campeonato, muitas horas no mar e de trabalho em terra, com muitos velejadores e classes diferentes, o que não deixa tempo para se aperceberem do lugar onde estão, já que se encontram focados apenas no Campeonato. Mas toda essa experiência perdura na memória deles para o resto da vida.

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- Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Competições destas são fundamentais para a evolução dos velejadores do Faial? - Duarte Araújo: Sem dúvida! Quebram o isolamento a que estamos destinados. Um Campeonato destes permite-lhes evoluir mais do que em 3 meses a treinar sozinhos, no Faial. Naturalmente que competições desta natureza também possibilitam um conhecimento de diferentes campos de regata e formas de navegar, assim como da frota em que competem. Sem a participação nestes campeonatos, os velejadores do CNH não seriam competitivos.

Jorge Pires, também velejador da Classe Laser 4.7, foi 11º

Leonor Porteiro, velejadora da Classe Optimist, ficou na 91ª posição

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VELA LIGEIRA REGATA DO CARNAVAL DECORREU NUM DIA FANTÁSTICO

Os velejadores conseguiram um dia de Vela maravilhoso

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steve o melhor dia do ano para a Vela. Foi fantástico!”, descreve o Treinador de Competição da Escola de Vela do Clube Naval da Horta (CNH), Duarte Araújo, a propósito da Regata do Carnaval da Secção de Vela Ligeira, que decorreu na manhã de sábado, dia 17. A Prova, que teve como palco a Baía da Horta, contou com cerca de 20 atletas (do Faial e da Madalena do Pico) das Classes Laser, Optimist e Hansa. No que concerne ao desempenho dos velejadores, este Técnico afirma: “Para um dia fabuloso, os atletas estiveram à altura, dedicando-se e procurando melhorar”. Os objectivos foram cumpridos, com a realização de 3 regatas para cada Classe. A próxima competição será a Regata da Primavera – uma prova local – no dia 3 de Março, e, até lá, a palavra de ordem é treinar. “Temos muitos pontos a melhorar e vamos esforçar-nos para conseguir atingir os nossos objectivos”, assevera

Duarte Araújo. João Duarte, Treinador da Classe Hansa, também destaca as belíssimas condições climatéricas deste sábado: “Esteve um dia de Vela maravilhoso, com toda a frota na água. De manhã não havia vento, mas depois entrou e foi crescendo. O tempo manteve-se estável, com alguma ondulação, tendo-se realizado 2 regatas”. Este Técnico sublinha a necessidade de criar “uma maior dinâmica de treino”, a fim de os velejadores se prepararem para o Campeonato Nacional da Classe Hansa, no próximo mês de Junho. As provas locais que terão lugar até lá ser-

Velejadores e segurança: uma dupla inseparável no CNH

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Toda a frota da Classe Hansa disputou a Regata do Carnaval (Vela Ligeira)

virão, também, como treino para essa importante competição, no Continente, onde os velejadores do CNH têm alcançado excelentes resultados. Recorde-se que Rui Dowling foi Campeão Nacional em 2016 e que outros atletas do CNH alcançaram, igualmente, lugares no pódio. Na Regata do Carnaval deste sábado, João Duarte destaca, ainda, a colaboração do Sócio, Disidério Machado, que, pela primeira vez, fez dupla com Jorge Costa, na Classe Hansa 303. O Gabinete de Imprensa do CNH convidou Disidério Machado a deixar o seu comentário relativamente a esta estreia como velejador da Classe Hansa, já que, na Vela de Cruzeiro é uma presença habitual. “Tinha curiosidade em perceber um pouco mais sobre este Projeto “Vela Para Todos - Faial Sem Limites” – implementado em parceria com o Clube Naval da Horta e a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), no final de 2011 – e participei a convite do João Duarte. Embora tenha sido a minha estreia nesta Classe e o meu parceiro também não seja muito experimentado, posso dizer que foi uma experiência muito interessante e é para repetir, se o Treinador assim o entender, pois gosto muito de colaborar e de andar à Vela. O tempo esteve bom e o vento foi crescendo, tornando esta participação engraçada, num barco seguro. 56

Foi um prazer poder fazer parte deste Projecto e é sempre bom podermos contribuir. O João Duarte merece toda a ajuda que os Sócios e Amigos puderem dar. Ele desenvolve um trabalho fantástico com estes velejadores, que têm na Vela um desporto inclusivo e uma oportunidade para conviver, distrair e contrariar a rotina de quem tem mobilidade reduzida. É de louvar o trabalho levado a cabo por esta equipa do Clube Naval da Horta, liderada por um Técnico capaz, competente e muito humano, que conduz um grupo que se esforça e diverte, demonstrando que tanto na vida como no desporto não há barreiras e que juntos somos capazes de soltar amarras e realizar os nossos sonhos, na construção de uma sociedade mais justa e aberta à diferença”.

“Foi uma experiência muito interessante e é para repetir, pois gosto muito de colaborar e de andar à Vela” Fotografia de: Disidério Machado

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VELA LIGEIRA INICIAÇÃO À VELA COMO CADEIRA CURRICULAR DA ÁREA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO DA ESCOLA BÁSICA INTEGRADA ANTÓNIO JOSÉ D’ÁVILA, DA HORTA

Duarte Araújo, Miguel Mendes, Maria José Morais Gomes e José Decq Mota acertaram agulhas quanto à nova matéria a leccionar

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ltimar a preparação, iniciada há meses, relativa à introdução, ainda no decorrer deste ano lectivo, da Iniciação à Vela como cadeira curricular da Área de Educação Física e Desporto da Escola Básica Integrada António José D’Ávila, da Horta, foi o objectivo do encontro de trabalho realizado na tarde desta terça-feira, dia 20, na Sala de Reuniões do Clube Naval da Horta (CNH). Presentes estiveram o Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota; o Coordenador da Escola de Vela do CNH, Duarte Araújo; a Presidente do Conselho Executivo da Escola Básica Integra-

da António José D’Ávila, da Horta; e o professor Miguel Mendes, Coordenador da Área de Educação Física e Desporto deste estabelecimento de ensino. Nesta reunião ficou estabelecido divulgar na próxima semana – em dia e hora a divulgar oportunamente – a Carta de Compromisso entre esta Escola e o CNH, com vista à execução deste Projecto. De realçar que a Escola Básica Integrada António José D’Ávila, da Horta, e o Clube Naval da Horta foram parceiros, em 2017, no Projecto “Horizonte em Movimento”, que teve precisamente como missão levar a Vela à Escola, funcionando como preparação na implementação do arranque deste conteúdo curricular.

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS MARIANA LUÍS: “A VELA TROUXE-ME DISCIPLINA”

Com apenas 3 anos, Mariana Luís já andava no mar em regatas

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facto de com apenas 3 anos já acompanhar o pai (António Luís) em regatas – as histórias que a mãe conta, passadas no Canal, confirmam isso mesmo – despertou em Mariana Luís o gosto pelo mar. Embora a Vela seja uma realidade na vida desta jovem de 17 anos – a caminho dos 18 (em Maio) – tal aconteceu por incentivo dos pais, e nesse campo justiça seja feita à mãe (Conceição Matos), que sempre lutou para que a filha praticasse desporto. Paralelamente à Vela Ligeira – que começou aos 4/5 anos de idade – Mariana também se iniciou na Natação, uma vez mais por sugestão da mãe. A participação no Projecto “Férias Desportivas”, do Clube Naval da Horta (CNH), que decorre em cada ano no mês de Julho, foi outra

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realidade na vida desta atleta. Mariana encarou a Vela a sério, aos 11 anos, quando o Treinador da altura, Pedro Cipriano, lhe propôs participar num Campeonato Regional. “Com 11 anos fui para Santa Maria – onde fiquei em 1º lugar na geral e ganhei tudo nesse ano”, recorda a velejadora (Junior - Classe Laser 4.7) do CNH, que desvenda: “Foi assim que convenci meu pai a aceitar definitivamente a minha vocação enquanto velejadora”. A acrescentar a essa catadupa de vitórias esteve ainda outro grande feito, com um sabor especialíssimo para Mariana Luís: ter conseguido “roubar” a liderança aos rapazes! Esse 1º lugar do pódio foi arrebatado por esta adolescente e a sua equipa, de que também faziam parte Tomás Oliveira e Tiago Serpa, ainda hoje atletas do Clube Naval da Horta. “E a seguir fomos os 3 para o Nacional, no meu último ano de Escola de Vela, antes de começar no Escalão de Optimist. Foi a nossa primeira ex-

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Mariana com o pai, António Luís, no “Rajada”

periência, numa grande frota, em Sesimbra, mas correu bem”. Mariana confessa que inicialmente começou na Vela “um pouco contrariada”, pois a idade também não ajudava muito, mas hoje o discurso é completamente diferente: “Agradeço, sobretudo à minha mãe, por me ter incentivado tanto!” “Só nos Nacionais é que temos contacto com a realidade” Volvidos vários anos e experiências em largadas, esta velejadora admite que “ainda hoje continua a ser difícil andar em grandes frotas”, mas “só assim é que se cresce”. “Só com diferentes atletas e em diferentes mares se pode evoluir”, garante. Refere que “os Regionais ajudam a que os velejadores se situem e percebam como está o seu andamento, mas só nos Nacionais é possível ter contacto com a realidade”. Quando lhe perguntamos se uma boa largada pode fazer a diferença entre ganhar e perder, responde: “A largada é muito significativa, mas

a verdade é que não há duas regatas iguais. Podem ser parecidas, mas nunca iguais, por três factores: as decisões que tomamos em cada uma, o meio onde estamos e as decisões de cada um dos outros velejadores. Portanto, é preciso ter muita técnica e jogo intelectual, para vencer a pressão, que é grande”. Um toque de outro barco numa largada pode ser fatal, já que “segundos podem fazer com que o lugar que um atleta pretendia ocupar já esteja preenchido por outro”. Por isso, “coordenação e condução são aspectos decisivos, embora dependa de pessoa para pessoa e de lugar para lugar”. A mudança da direcção do vento é outro factor a ter em conta e a desatenção de algum atleta pode jogar a favor do adversário directo. Sempre a subir Aos 12 anos, Mariana Luís realizou os Estágios para os Jogos das Ilhas, onde estiveram representados os 3 melhores velejadores Femininos e os

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Mariana no Nacional, em Portimão - “Aqui, sim, tive um choque enorme com a realidade absoluta”

3 melhores Masculinos dos Açores. “Fui, durante todos os fins-de-semana, ao longo de um mês, fazer Estágios no Porto, com os melhores dos Açores e um dos melhores da Região Norte. Nesse mês, além de me divertir, também conheci pessoas novas e tive o grande choque de velejar numa frota grande!”, memora. Por integrar o lote dos 8 melhores dos Açores, Mariana tinha acesso garantido ao Nacional, em Portimão, o que aconteceu nos seus 14 anos. “Aqui, sim, tive um enorme choque com a realidade absoluta e deu para perceber a minha situação: no Regional estava bem, mas no Nacional nem por isso”. Já na época seguinte – 2014/2015 – esta atleta ficou a meio da tabela no Nacional, que decorreu na Cidade da Horta. Ir aos Jogos das Ilhas era uma missão de tudo ou nada e muito desejada, atendendo a que este era o último ano em que ainda poderia participar por se encontrar no Escalão de Optimist (a partir daí já não é possível por determinação do Regulamento).

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E o desiderato foi alcançado, mas não como havia sido planeado, já que os Jogos decorreram na ilha Terceira, muito perto de casa. “Nos anos anteriores, tinha sido sempre em países estrangeiros, que eu não conhecia, e logo no meu último

Rita Branco, Mariana Luís, Tomás Pó e Nuno Câmara, nos Jogos das Ilhas, em 2015

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CLUBE NAVAL DA H ano foi na Terceira, mas adorei a experiência e foi fantástico, com gente excelente. A minha equipa ganhou e acabei nos Optimist de forma optimista!” Rita Branco foi 1ª Feminina; Nuno Câmara, 1º Masculino e Tomás Pó, 2º Masculino. “Fiquei muito feliz por eles, pois estes resultados permitiram que os próximos conseguissem ir no ano seguinte (2016) aos Jogos das Ilhas”. “Os rapazes consideram que a Vela é um desporto masculino” Mariana lembra que fazer Vela com outra pessoa – neste caso Rita Branco, Classe 420 – foi “difícil no início”. “Eu ia como timoneira e ela à proa. Vencida a adaptação, acabámos por ter bons resultados na frota regional, que é pequena. Éramos caloiras, mas demos luta aos rapazes. Eles acham que a Vela é um desporto masculino e que elas são fraquitas, mas não concordo nada com essa visão. Graças ao meu carácter e postura, consegui impôr-me e tenho a certeza de que me respeitam. Da Vela levo bons amigos (rapazes) e amigos para a vida”.

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Esta velejadora viu sempre nos mais velhos um exemplo a seguir e na sua opinião, no tempo em que pertencia aos Optimist, “as raparigas eram mais determinadas, não havendo distinção entre géneros”. “No CNH, actualmente há mais raparigas do que rapazes na Vela, o que faz com que elas sobressaiam naturalmente”, afirma. Para esse aumento, poderá ter contribuído como factor de atracção, a criação do Ranking Feminino. “Estou a ocupar um lugar por mérito” Mariana pode ser tida como a mulher dos 7 desportos. Fez Equitação (dos 3 aos 9 anos) e um dia quer voltar ao ritmo; jogou Ténis (mas não era o seu forte); Basquetebol (no Atlético); praticou Natação (dos 3 aos 10); e mantém o Karaté desde os 8 anos. Além de tudo isto, ainda frequentou o Conservatório até ao 9º ano (tocava guitarra). Do conjunto, resistiram a Vela e o Karaté, que a acompanham até ao presente, já que no Secundário as aulas começaram a pesar e houve que fazer opções.

“Fazer Vela com outra pessoa foi difícil no início”

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“Da Vela levo bons amigos (rapazes) e amigos para a vida”

“O Karaté – explica – é um desporto parecido com a Vela. É um complemento pessoal, mas a Vela tem um destaque maior”. Esta jovem entende que se estivesse no Continente português não teria começado na Vela da mesma maneira, tendo em conta que o Faial é a terra do pai. “O nome dele está em muitas paredes do CNH, mas o facto de ser filha dele nunca me facilitou a vida em nada. Pelo menos, nunca senti isso. O que me faz mover é ter o meu nome lá em cima e estou a ocupar um lugar que é meu por mérito, porque o conquistei. Naturalmente que nessa caminhada contei com a ajuda dos meus Treinadores e de Amigos, alguns de outras ilhas”. No capítulo das referências, Mariana aponta o nome de João Costa – de São Miguel – que acompanhou “grande parte” do seu percurso. “Queria estar onde ele estava. Era bom líder e velejador e uma excelente pessoa. Para mim, representava tudo o que a Vela traz de bom a uma pessoa”, vinca. No CNH, Mariana destaca Tomás Pó, “uma

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criatura muito dona de si”. E frisa: “É um atleta de ouro para o Clube Naval da Horta e um bom exemplo para os mais novos, sinal de que se quiserem lá chegar, conseguem”. Ascensão do CNH = boa formação Esta jovem entende que a ascensão do CNH na Vela – e não só – “fez com que os velejadores faialenses estejam mais equiparados a outros da Região”. E vinca: “Todos os clubes têm os seus meninos de ouro, havendo mais fortes e mais fracos. Nos Regionais assiste-se a um colorido de clubes no pódio. Quando eu comecei a ter resultados a sério – aos 11/12 anos – estávamos muito atrás. Há 6 anos, o CNH encontrava-se a meio da tabela. Neste momento, já lidera”. Mariana sustenta que “sem uma boa formação não há um bom reflexo”. E prossegue: “As saídas são importantíssimas, trazem novas experiências e novas histórias, que levam os outros – que ainda não atingiram esse patamar – a querer tam-

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CLUBE NAVAL DA H bém lá chegar. Sem dúvida que desde que o Duarte Araújo é Treinador, temos conseguido sair mais da ilha. O Pedro Cipriano deu formação quando o CNH estava a ascender. Eu tinha 13 anos e os mais velhos 15. Apanhei a transição do Pedro para o Duarte. Mas antes disso, ainda tive a Lina Cipriano como Treinadora, que foi quem me deu as bases. Portanto, considero que o Pedro me incentivou e que o Duarte aperfeiçoou. Foram três treinadores noutras tantas fases diferentes: criança, adolescente e jovem, não sendo, por isso, possível estabelecer comparações. Os que agora estão a conseguir ter resultados, também apanharam um pouco dessa transição. Só esta época é que a frota é fruto quase exclusivo do trabalho do Duarte. Tal como eu, o Tomás Pó também foi apanhado nessa transição. Mas o Tomás encara a competição de um modo diferente”.

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“O Duarte consegue ter uma boa cumplicidade com os seus atletas” Instada a pronunciar-se sobre o actual Treinador, Mariana sorri e atira: “O Duarte é uma pessoa difícil e ao mesmo tempo uma excelente pessoa. Sabe quando é para brincar e quando é para trabalhar. Consegue ter uma boa cumplicidade com os seus atletas e perceber quando é que estamos em baixo, incentivando-nos a vir para cima. É uma criança autêntica e um bom treinador. Como veio de um meio de profissionais, tem conhecimentos diferentes e outros contactos. Vamos a um Nacional e ele conhece aquela gente toda. Como tal, ajuda os atletas a ficarem à vontade e apresenta-nos os treinadores”. Quando se pergunta de quem é o mérito dos resultados obtidos, Mariana pensa e diz: “São fruto do nosso trabalho com um bocadinho de açúcar dos treinadores”. E acrescenta: “Um atleta sem treinador não cresce, mas treina, e um treinador também precisa dos atletas para cres-

A peróla feminina do grupo: Mariana Luís com o Treinador, Duarte Araújo, e os colegas Tiago Serpa, Jorge Pires e Tomás Pó

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cer. Portanto, o mérito é 90% nosso e 10% dele”. Esta velejadora reconhece que, quando Duarte Araújo chegou ao Clube Naval da Horta, há 4 anos – fez em Janeiro passado – “o ritmo de treinos era diferente” (menor), pelo que “quis logo que fossem diários”. “Ele fez com que crescêssemos”, salienta. “Não vou fazer da Vela uma carreira como atleta” A finalizar o ensino secundário (12º ano de escolaridade), Mariana é fã das Ciências Tecnológicas e pretende entrar na Marinha, podendo vir a ser engenheira mecânica. Por isso, avisa que não vai fazer da Vela uma carreira enquanto atleta, mas como treinadora já não põe o assunto de lado. “Desde há 2 anos que tenho dado treinos no Projecto do CNH “Vela Espectacular”, em conjunto com o Tomás Pó, o Ricardo Silveira (que já está a estudar no Continente), Tiago Serpa e o Jorge Pires, e tem corrido bem. É sempre turmas de 12 alunos, entre os 8 e os 12 anos, com a particula-

ridade de não terem qualquer noção sobre Vela. Aí é que a pessoa começa a saber ter responsabilidades e a delinear planos de acção”. Questionada sobre a sua preferência entre praticar e ensinar, responde peremptoriamente: “É mais fácil praticar, mas gosto de ensinar”. Mariana considera que “ter 16 anos e dar treinos, implica muita responsabilidade”. Por isso agradece ao Duarte “ter tido confiança em três putos para dar treinos, no mar, a crianças de 8 anos”. Convidada a revelar o que é preciso para fazer um velejador, indica: primeiro do que tudo, gostar do que faz e depois contar com apoio e incentivos. “Falta o CNH investir mais nos atletas na altura certa” Enquanto atleta do CNH, Mariana Luís está a despedir-se, já que em Setembro os estudos superiores a levarão para outras paragens. Para já, temos a 3ª Prova do Campeonato Regional (PCR), que irá decorrer no Faial, nos dias 10

“Todas as pessoas deviam passar um ano pelo CNH para perceberem o que é esta casa”

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“O Clube Naval da Horta é uma Escola que me fez crescer e levo tudo isto para a vida”

e 11 de Março próximo. Mariana espera poder ir ainda ao Nacional (de Laser), por altura da Páscoa, que decorrerá em Sesimbra, uma terra que já lhe é familiar. Depois, virão algumas Provas Locais e, a encerrar, as competições do Festival Náutico. Questionada sobre o que faz falta, enumera: “É sempre preciso velas, barcos, mastreações e outro equipamento, mas sublinho que o CNH devia investir mais nos atletas quando estes estão no seu melhor e precisam de dar o salto qualitativo. Por exemplo: só no meu último ano de Optimist é que foi feito um investimento em termos de embarcações. Se tivesse sido um ano antes... E recordo que a dupla Ricardo Silveira/Tiago Serpa podia ter tido melhores resultados se não tivesse usado, durante tanto tempo, uma vela que tinha quase a idade deles. O que se nota é que o apoio aparece esporadicamente e quase sempre no último ano de cada escalão, o que já não vem a tempo de impulsionar quem trabalhou tanto. É uma frustração! Também seria importante os atletas terem conhecimento das condições de acesso aos diversos

apoios existentes, como é o caso do “Jovem Talento”. O Tomás Pó conseguiu e outros também poderiam ter alcançado esse estatuto”. “Encaro a vida de maneira diferente” Ao fim de quase uma década como velejadora de competição – aqui não contam os anos em que fez mais a vontade à mãe do que a si própria – Mariana encara a vida de maneira diferente, tanto a nível desportivo como pessoal. “Passei a inter-agir mais com os outros, a discutir os meus pontos de vista, a ter perspectivas diferentes e a perceber com quem estou a lidar. A Vela trouxe-me disciplina. Minha mãe acha que sou uma líder, mas entendo que tento ser a sucessora do líder. Fui Capitã de Equipa e isso significa que tinha de saber respeitar os outros, ajudá-los e também ter de perceber quando era preciso dar-lhes na cabeça”. Quando se lhe pede que diga aquilo que o Clube representa, a resposta está estudada: “O Clube Naval da Horta é uma Escola que me fez crescer

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e levo tudo isto para a vida. Foi a base mais importante do meu crescimento pessoal, que nada tem a ver com coisas empíricas. Todas as pessoas deviam passar um ano pelo CNH para perceberem o que é esta casa, para terem amigos e saber desenrascar-se. Sem dúvida, que o Clube mudou a minha vida. Se não tivesse passado por aqui não seria a mesma pessoa que sou agora. Seria uma pessoa pior, pois foi o espírito da Vela que me fez amiga, companheira, responsável, a precisar de lutar por mim e a ter garra. Os meus Amigos estão na Vela. As minhas Amigas têm familiares ligados à Vela. Sinto que na Vela, somos uma família. Costumo falar na Escola do meu Grupo da Vela. Muita gente sabe o que é o Clube, enquanto estrutura social, mas desconhece o que realmente aqui se vive e se passa. Graças ao CNH, a Vela no Faial é barata, porque é o Clube que assume as despesas, mas a Vela é um desporto difícil e caro”. Mariana: noto que tu cresceste tão rapidamente e ambas concordamos que o tempo passou demasiado depressa! Ainda ontem eras uma velejadora de pequena estatura e hoje estás uma mulher feita que que

sabe o que quer e que fala da Vela com mestria. Tenho a certeza de que sendo engenheira ou seguindo outra via profissional, nunca deixarás de ser velejadora e de ter o CNH no teu coração, assim como os amigos que fizeste em terra e no mar. Espero que a Vela nos volte a fazer cruzar – talvez quando já fores Treinadora, quem sabe – nem que seja para confirmar que a tua garra e vontade de tocar o infinito, superando as dificuldades (e a fasquia do mundo masculino) continuam a fazer parte do teu ADN. Duarte Araújo: “A Mariana abriu caminho para uma maior participação feminina na Vela no CNH e nos Açores” Atendendo a que esta é a última época de Mariana Luís como velejadora do CNH, o Treinador Duarte Araújo demonstrou vontade em deixar um comentário sobre a adolescente que encontrou quando chegou ao Faial e ao CNH, e a evolução que esta atleta registou. “Quando cheguei ao CNH havia alguns velejadores que se destacavam tecnicamente e tinham a mentalidade certa para a competição. A Mariana estava nesse grupo.

“A Mariana é uma amiga!”

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“Ela ganhava regatas aos rapazes e provou que a Vela é um desporto para as meninas também”

Nos últimos 4 anos tive o privilégio de assistir, de muito perto, à consolidação da Mariana como pessoa e atleta. É a velejadora das Equipas de Vela com mais anos de CNH. Começou muito cedo e tenho a certeza de que a vida dela, de uma forma ou de outra, vai estar sempre ligada ao Clube Naval da Horta. O que destaco como velejadora é o mesmo que destaco como pessoa! A Vela é um desporto muito duro e traz imensos benefícios, mas só são alcançáveis pelo trabalho árduo e esforço. A Mariana Luís assumiu isso desde o início, nunca recusando procurar mais força onde já não existia. Sempre bem-disposta e com uma atitude harmonizadora, ela é a âncora segura no meio da tempestade, onde os colegas se resguardam para protecção. É uma líder pelo comportamento e atitudes. Sempre respeitada pelos colegas, foi nomeada Capitã de Equipa pelas suas qualidades. A sua partida para o Continente português, já

em Setembro próximo, significa uma baixa enorme. Custa-me sempre ver sair os velejadores que formamos no Clube, mas o orgulho no que se tornam é mais forte e a falta que ela faz é largamente compensada pelo que os vemos fazer e no que se tornam. “Foi sendo capaz de tomar as decisões certas nas alturas erradas” Podemos pensar que fazia sentido ela continuar a representar o CNH, mas tudo é diferente lá fora e ainda é difícil criar essa mecânica para os velejadores que se mudam. Garantidamente que a Vela na vida dela é para sempre. Nunca mais desaparece. Por isso, podemos contar com ela no mar, sempre que voltar. A descontinuidade dos atletas é um problema grande para o CNH, principalmente porque os mais velhos são um exemplo para os mais novos. Não se cria uma equipa e um clube forte

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só mudando o tipo de treino; são precisos vários anos e o amadurecimento dos atletas para criar uma mentalidade que se vive no dia-a-dia, feita pelas atitudes que os mais velhos exemplificam. Quando sai uma atleta como a Mariana, o Clube fica mais fraco e o futuro também, no entanto, procuramos criar alternativas e promover outros exemplos. Para que um velejador consiga apresentar resultados, são necessários, no mínimo, 3 anos, com muita rodagem, muito trabalho e uma grande equipa à sua volta. A Vela precisa de corpos fortes e rijos e só o tempo e muito trabalho é que podem criar isso. Depois, há a parte técnica, que em alguns é mais rápida do que noutros, mas sem muitas horas de mar, os corpos não estão preparados para as dificuldades. Infelizmente, a Vela ainda é um desporto maioritariamente masculino. Contudo, os valores que existem neste desporto implicam que qualquer sexo, credo ou raça assim que os atingem se tornem numa pequena família, espalhada pelo

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mundo inteiro. As regatas são competições que não têm sub-grupos. São todos atletas e têm todos de ultrapassar as mesmas dificuldades. A Mariana foi fundamental no CNH no sentido de abrir caminho para uma maior participação feminina neste desporto, no Clube Naval da Horta e nos Açores. Ela ganhava regatas aos rapazes e provou que a Vela é um desporto para as meninas também. O que mais me marcou em relação a ela, foi a sua autonomia e equilíbrio, sendo capaz de tomar as decisões certas nas alturas erradas, assim como a boa disposição e perseverança. É uma amiga! Quem me dera que ela voltasse um dia como Treinadora. Recordo que a Mariana ajudou, nos últimos dois verões, a dar aulas de Vela. Notei que sabe lidar com as crianças e que conhece bem as técnicas de ensino. A inexperiência que (ainda) tem, é compensada com a dedicação e empenho. Espero que um dia possa dar o seu contributo ao Clube, devolvendo o que lhe foi passado.

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“Quem me dera que ela voltasse um dia como Treinadora” Em termos de conselhos, digo-lhe que só tem que se manter assim: trabalhar cada dificuldade como sempre o fez, procurando identificar os problemas e pacientemente resolver cada um. A maior lição que o desporto dá, é que o falhanço faz parte do processo de aprendizagem. A Vela serve, também, para ajudar a formar consciências e orientar caminhos futuros. São-lhes in-

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cutidos valores como o respeito, a integridade, a responsabilidade e a coragem, que dão autonomia e ferramentas para o sucesso e realização pessoal. A vivência no meio natural e a necessidade de sensibilidade para aquilo que os rodeia, leva a que naturalmente percebam algumas coisas que estão erradas e procurem proteger o meio onde vivem. É natural, a meio de um treino, um velejador me trazer um balde ou um saco plástico que encontrou no seu caminho”.

“Notei que ela sabe lidar com as crianças e que conhece bem as técnicas de ensino”

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WINDSURF SECÇÃO DÁ A CONHECER CALENDÁRIO DE EVENTOS PARA 2018

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Grupo de Trabalho da Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta (CNH) – composto por Jorge Fontes, Rute Matos, João Medeiros e Flávio Pereira – organizou um Calendário de Eventos para os próximos 12 meses (de Fevereiro de 2018 a Janeiro de 2019). Assim, a actividade deste mês é o Treino do Carnaval, a realizar no próximo dia 10.

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WINDSURF AULAS DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO FORAM RETOMADAS

Hugo Duarte (formando), António Pinto João (Monitor convidado) e Luís Machado (formando)

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ecomeçaram no passado fim-de-semana (dias 27 e 28 de Janeiro) as aulas do Curso de Aperfeiçoamento de Windsurf. Esta iniciativa surge no seguimento do Curso de Iniciação – realizado em Agosto e Setembro passados com excelentes resultados – e é da responsabilidade do Grupo de Trabalho da Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta (CNH), de que fazem parte Jorge Fontes, Rute Matos, João Medeiros e Flávio Pereira. João Medeiros refere que o Curso de Aperfeiçomento foi iniciado ainda em 2017, mas “as desfavoráveis condições climatéricas estiveram na origem de sucessivos cancelamentos de aulas”. Por essa razão, não há data prevista para a conclusão das mesmas. Contudo, “já existem bons indicadores de que as aulas vão começar a ser mais periódicas e o Grupo de Trabalho da Secção de Windsurf do CNH está desejoso que tal aconteça”. Este amante da modalidade explica que, “o Cur-

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so de Iniciação é um curso básico em que se aprende diversas aspectos, tais como: estar em cima da prancha, içar a vela, controlar a mesma e dirigir a prancha para a direcção pretendida. Só depois dessa base é que o Curso de Aperfeiçoamento tem um factor muito importante para o desenvolvimento do windsurfista, que o irá ajudar a chegar ao patamar pretendido e apreciar totalmente o Windsurf, quer nos aspectos dinâmicos, quer nos momentos de muito divertimento e na capacidade de atingir grandes velocidades à superfície da água! É uma formação mais técnica e mais avançada, em que se desenvolve a apetência para melhor dinâmica na prancha com a vela, o uso do arnês com os cabos do mesmo, a colocação dos pés nos ‘footstraps’, e a iniciação a planar!” No dia 27 de Janeiro (sábado), o Monitor foi Belchior Neves – que já tinha ministrado a Iniciação – com os formandos Vera Goulart e Luís Machado. Já no domingo (dia 28), António Pinto João assumiu as funções de Monitor convidado (atendendo à indisponibilidade de Belchior Neves) com os formandos Luís Machado e Hugo Duarte.

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“Cursos são grande objectivo da Secção de Windsurf do CNH” Questionado sobre a importância destas actividades na revitalização da Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta – modalidade em que o Faial foi pioneiro nos Açores – João Medeiros sublinha que “estes Cursos foram sempre um grande objectivo desde que a Secção foi reaberta”. E vinca: “As Comissões desta Secção e Directores que estiveram à frente da nova Secção já tinham transmitido o desejo de serem realizados Cursos destes. Neste aspecto, naturalmente que muito pesou o interesse manifestado por grande parte de Sócios e não sócios do Clube que, ao mostrarem desejo em aprender, foi mais um incentivo à organização destas formações”. Em jeito de balanço ao que até agora foi realizado, este windsurfista diz que “tem havido bom ‘feedback’ por parte dos formandos”. E realça: “É bom ver a reacção e a alegria deles quando conseguem dar mais um passo na aprendizagem e no desenvolvimento pessoal dentro da modalidade!”

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CNH QUOTAS 2018 ESTÃO A PAGAMENTO

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Clube Naval da Horta informa os seus associados que estão a pagamento as quotas de 2018 no valor de 36 euros. O pagamento pode ser feito nos locais habituais ou através da nossa conta PT50 0018 000806142458020 26. Lembramos os sócios que ainda não efectuaram o pagamento das quotas 2017 que o façam o mais breve possível, no sentido de se encerrar o ano de 2017. O pagamento da quotização do CNH é um importantíssimo contributo para a normalidade da vida associativa!


A FIGURA DO MÊS ALTINO GOULART: “O CNH TEM POTENCIAL PARA IR MAIS ALÉM, MAS FALTAM INSTALAÇÕES E ORÇAMENTO”

Responsabilidade e brio, definem o carácter deste marinheiro

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ltino Goulart é uma figura sobejamente conhecida no meio náutico, tanto cá dentro como lá fora. Além de Sócio do Clube Naval da Horta (CNH), foi Treinador de Remo, Velejador/Skipper, Navegador, integrou algumas Comissões de Regata na área das comunicações, e, como Radioamador há quase 50 anos, tem tido um importantíssimo papel no apoio a navegadores pelo mundo todo (“Roda dos Navegantes”). Começou a sua colaboração no CNH com Aurélio de Freitas Melo, então Presidente da Direcção, o que aconteceu entre 1990-1992.

“Gostei muito de trabalhar com o senhor Melo, pois, não sendo homem muito ligado ao mar, como dirigente tinha um grande sentido de gestão. Sabia ouvir e pedir, mas era exigente”, recorda. Altino foi um dos impulsionadores da Secção de Remo Federado no Clube Naval da Horta e, por intermédio desta casa, fez o Curso de Treinador de Remo, o que o obrigou a algumas deslocações ao Continente português. Como Treinador, passou a trabalhar nesta Secção com vários escalões etários, tendo sido construída no Faial uma prancha adaptada, à semelhança das que eram utilizadas na Federação Portuguesa de Remo (FPR).


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Aurélio de Freitas Melo, Rui Corvelo, Altino Goulart, Marco Rosa, Pedro Gonçalves, Miguel Camões e Víctor Frazão

Foi na Direcção seguinte – presidida por Manuel Fernando Vargas, que fez dois mandatos: de 1992 a 1996 – que se dá o ‘boom’ da Secção de Remo do CNH. “De semana, eu dava treinos entre 15 a 20 atletas, número que atingia os 30 ao sábado (Iniciados, Infantis, Juvenis, Juniores de 1º e 2º ano e Seniores). Os não federados eram mais de meia centena”, sublinha este antigo Treinador, que ainda tinha a seu cargo as funções administrativas desta área. “Nos dias em que não era possível realizar treinos na água, devido às condições climatéricas, fazíamos preparação física, treino em ergómetro (máquina de remo ‘indoor’) e acções de sensibilização. Havia, também, os Animadores, Rui Corvelo e Marco Dutra, que colaboravam com o Treinador. “Nessa altura, eram mais de 100 pessoas a praticar Remo no CNH, com a particularidade de nunca ter havido qualquer remuneração, sobressaindo “o gosto pela modalidade”. Além de tudo isso, Altino fazia, ainda, algumas reparações nos barcos, convidando os atletas a colaborar, “como forma de responsabilizá-los”.

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CNH atingiu resultado histórico no Remo, a nível nacional Com a pujança adquirida, a Equipa de Remo Mista do Clube Naval da Horta passou a figurar nas competições no Continente. A primeira foi no Encontro Nacional, em Coimbra, há 26 anos. “Como o número de ligações da TAP entre a Horta e Lisboa era reduzido, tornava-se difícil sair da ilha. Por isso, algumas vezes tivemos de recorrer a outras alternativas, nomeadamente à Capitania do Porto da Horta, para viajarmos até à Terceira ou São Miguel na corveta, a fim de embarcar para Lisboa”. Altino recorda que “a Ana Marisa – com 16/17 anos – realizou provas e entrou na Equipa Nacional, em Coimbra, tendo adquirido o Estatuto de Atleta de Alta Competição nos Açores, o que lhe trazia benefícios na vida académica. Nessa altura, o Clube Naval da Horta atingiu um resultado histórico no Remo, com belíssimos desempenhos a nível Nacional. As primeiras vezes que fomos a Coimbra participar em provas, os piores barcos eram sempre para nós, até que um dia um senhor que tinha feito o Curso de Treinador comigo e era meu amigo, disse à Organização: “Vocês só dão os pio-

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Prancha de Windsurf adaptada para treino de Remo - Iniciados

res barcos ao pessoal do Faial”, tendo a resposta sido esta: “Não faz mal, pois lá nos Açores é remo selvagem”. “Através do trabalho desenvolvido pela Equipa

de Remadores, Animadores e Treinador demonstrámos que não era assim”, realça Altino, que avança: “Volvido algum tempo, os campeões a nível nacional (3 Femininos e 3 Maculinos) foram

Altino era um pedagogo, dentro e fora da água

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Vera Goulart, Patrícia Oliveira e Tânia Gonçalves com o Treinador Altino, de partida para o Encontro Nacional de Remo, em Coimbra

convidados a vir ao Faial realizar provas, mas o facto é que 3 deles não conseguiram brilhar, tendo 3 primeiros lugares sido alcançados por atletas do CNH, deixando, assim, 3 dos campeões nacionais pelo caminho. Com esta prova, perceberam, por experiência, que tipo de Remo se praticava no Faial e que não era selvagem como havia sido apelidado”.

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Além dos atletas da Classe ‘Skife’, também outros do CNH se destacaram a nível nacional, nesta modalidade, com o barco ‘Doble Schul’. Intregrava essa comitiva do Continente, o engenheiro Dabernard, Presidente da Federação Portuguesa de Remo, entidade que, no Continente, assumia as despesas das equipas do CNH nas provas realizadas a nível nacional (transportes

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Nuno Henriques, Rui Corvelo, Altino Goulart, Ana Marisa, Vânia Félix, Sara Porto e Pedro Terra (em baixo) numa Prova realizada em Coimbra, na década de 90 do século XX

terrestres e alojamento). A prestação do Clube Naval da Horta foi de tal forma destacada, que, em 1994, mereceu uma carta (enviada por fax) elogiosa por parte da Federação. “Se tívessemos mantido esta linha evolutiva, certamente que as vitórias teriam sido muitas, mas os Dirigentes da altura assim não o entenderam, lamentavelmente. Em virtude do sucesso alcançado pelo Clube Naval da Horta, outros da Região manifestaram vontade de implementar esta modalidade, tendo sido colocada a hipótese de realizar estágios nas Lagoas de São Miguel”, lembra Altino. Posteriormente, “a Equipa Masculina de Remo do CNH ainda chegou a ir à Madeira e o resultado foi muito bom, ganhando todas as provas à excepção de uma. O grupo juntava-se depois das provas e ia passear e conviver. Havia bom ambiente e todos tinham preparação para alcançar lugares honrosos”. Os critérios de selecção dos atletas nas competições fora do Faial eram: assiduidade, aplicação, resultados das provas locais e o aspecto

comportamental em equipa. Os atletas do CNH participaram em competições em vários pontos do país, de que são exemplos Coimbra, Lisboa, Porto, Vila Franca de Xira e Madeira. Altino trabalhou sempre para que o Remo estivesse em alta no CNH. “Os barcos inicialmente

Equipa de campeões a nível nacional, que veio ao Faial e não conseguiu manter a liderança nas provas locais. O primeiro da esquerda para a direita, é o engenheiro Dabernard

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Primeira página da carta elogiosa da Federação Portuguesa de Remo ao Clube Naval da Horta, datada de 13 de Maio de 1994

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Miguel Camões, Marco Rosa, Atino Goulart, Rui Corvelo e Pedro Gonçalves, na Madeira

Equipa de Seniores numa competição, no Rio Tejo, com o carismático barco “Yolle” António Gaspar, Mário Carlos, Emanuel Rosa, Altino Goulart, Marco Dutra e Isidro Medeiros

“Fazíamos travessias a Remo do Faial para o Pico, em passeio”

adquiridos para a prática desta modalidade tinham pouca qualidade. Com o evoluir do Remo, foi possível adquirir um barco ‘Skife’, topo de gama, que custava na altura 800 contos, e dois pares de remos ‘big blade’, (grande lâmina) em carbono, custando 200 contos cada par. Como se pode imaginar, era um valor extremamente elevado para o orçamento do Clube. Assim, recorreu-se à Secretaria Regional dos Transportes e Turismo, de que era Director o Dr. Eugénio Leal. Recordo-me que esse equipamento era a coqueluche da Secção de Remo do CNH”. O empenho era tal, que chegaram a ser feitas travessias do Faial para o Pico, em Remo, em regime de passeio. “E quando chegávamos à Madalena, deixávamos os barcos lá e subíamos a montanha do Pico. Havia vontade e energia para tudo isto, com a colaboração dos Pais e o apoio da Direcção”. Algum tempo depois, esta dinâmica foi bastante refreada, “provavelmente devido à conjuntura económica e à linha de posicionamento directiva em relação a esta modalidade”, situação que Altino lamenta. Perduram as experiências (“muito positivas”) e as

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amizades destes mais de 6 anos como Treinador. “Foram tempos muito bons, sempre com disciplina e respeito, numa altura em que não havia telemóveis e os pais tinham hora certa para falar com os filhos, que se encontravam em provas, fora do Faial. Prevaleceu sempre o bom relacionamento e a camaradagem e orgulho-me das amizades feitas, que ainda hoje se mantêm”. “Atlantis Cup”, “Horta/Velas/Horta, “Ceuta/ Horta/Ceuta”

A “Horta/Velas/Horta” registava um elevado número de participantes

Ainda no tempo do Presidente Melo, este Sócio deu o seu contributo noutras áreas, designadamente em Comissões de Regata, como por exemplo na “Atlantis Cup” (quando ainda não era Regata da Autonomia), na “Vannes/Horta/ Vannes”, na “Horta/Velas/Horta” e noutras. Mas aqui também revelou a sua faceta de Velejador/ Skipper. “Fiz a minha primeira “Atlantis Cup” há mais de 20 anos, no “Navir”, ao que se sucederam outras em barcos de amigos e ainda nos meus próprios barcos (“Virgínia II”/“Paganini”). Em relação à “Horta/Velas/Horta”, lembro-me de irmos na corveta até São Jorge. Havia um entusiasmo enorme e a prova disso era o grande número de barcos participantes, em contraste com o que acontece hoje. Outra regata que deu início à internacionalização

A ponta da doca ficava apinhada de gente para ver a largada e chegada das regatas, de que é exemplo a “Vannes/Horta/Vannes”

Aurélio de Freitas Melo, Altino Goulart, Jorge Macedo e o comandante José Salema a bordo da corveta, com São Jorge ao fundo

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da náutica de recreio no Faial, foi a “Vannes/ Horta/Vannes”, cuja assistência na ponta da doca demonstrava bem o grande entusiasmo e ambiente que se vivia no Clube Naval da Horta”. Altino continua a colaborar no apoio às Regatas durante o Festival Náutico da Semana do Mar e noutras actividades do CNH. Como radioamador – desde a década de 70 – e membro da “Roda dos Navegantes”, este experiente navegador integrou comitivas faialenses do CNH em missões de captação e projecção do Faial na rota das travessias transoceânicas. De realçar que foi Altino Goulart quem trouxe para o Faial a primeira (e única) Regata “Ceuta/ Horta/Ceuta”, realizada em Julho de 2009, num tempo que o Clube Naval da Horta era dirigido por João Pedro Garcia. “A falta de continuidade deveu-se, simplesmente, à postura de quem ignorou os que tinham o ‘know-how’ da regata”,

garante Altino Goulart, que viu cair por terra todo o esforço e trabalho de anos.

Altino a sair de Ceuta no seu “Paganini”

Alberto Xisto, Carlos Pulo, Altino Goulart, Rei Juan Carlos e Rafael Castilo

Homenagem do Rei A “Roda dos Navegantes” foi criada há mais de 40 anos, integrando um conjunto de radioamadores, cujo núcleo duro é composto por Rafael Castilo (Canárias), Altino Goulart (Faial-Açores), Alberto Xisto (Argentina) e Carlos Pulo (Cabo Verde). Como reconhecimento pelos serviços prestados no auxílio aos que andam no mar, em 1999 foram homenageados pelo Rei Espanhol, Juan Carlos, numa cerimónia que decorreu em Palma de Maiorca. Ainda neste mesmo âmbito, a Câmara Municipal da Horta prestou igualmente homenagem a Altino Goulart, em Julho de 2003.

A aventura do australiano Jesse Martin

Comitiva que se deslocou a Ceuta Eduardo Santos, Paula Dias, Hélio Dias, Lurdes Costa, Altino Goulart, Cláudia Castro, João Castro, Pedro Moura e António Luís

Um exemplo concreto desse apoio foi precisamente o que aconteceu com o jovem australiano, Jesse Martin, que, na sua viagem solitária de circum-navegação, sem escalas, à volta do mundo, contou com a grande colaboração deste radioamador faialense, que lhe ia dando informações sobre o tempo e fazendo a ponte com a família. Na sua passagem pelo Faial, Altino acompanhou-o à distância, numa embarcação, assim como a Comunicação Social (não podia haver contacto com terra nem com outras embarcações, caso contrário perdia o recorde que pretendia estabelecer) tendo recolhido o lixo que se encontrava a bordo e acolhido a família que

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Jesse Martin conseguiu alcançar o recorde que pretendia tendo contado, também, com o apoio do radioamador Altino Goulart

veio até cá. Como forma de agradecimento, os Responsáveis pelo Projecto de Jesse Martin enviaram uma carta a Altino Goulart, recordando a aventura e expressando gratidão a todos os que contribuiram para esse sucesso. Navegador de David Yudovin

Carta de agradecimento enviada a Altino pelo Projecto de Jesse Martin

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Altino viveu uma experiência inédita e “muito interessante” como Navegador do nadador norte-americano, David Yudovin, um veterano no que a travessias dizia respeito. David visitou o Faial pela primeira vez em 2008, acompanhado pela mulher, Beth – sua treinadora – determinado a conquistar os canais açorianos, assinalando, assim, a sua estreia em Portugal. Realizados alguns treinos, David convidou Altino para seu Navegador, o que foi aceite. “A primeira travessia em que o acompanhei, numa embarcação do Clube Naval da Horta, foi a 20 de Agosto de 2008, dia em que ele fez a nado o Canal Faial/Pico (uma distância de cerca de 5 milhas náuticas) em 2 horas e 20 minutos. Saíu de entre Montes (Guia e Queimado), junto ao Monte da Guia, e chegou à rampa

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David é reconhecido internacionalmente por ser o Número 1 no Mundo, como nadador de águas abertas

do porto da Areia Larga, na Madalena do Pico. O objectivo era fazer a travessia em menos de 3 horas, o que foi conseguido com facilidade, atendendo às boas condições do atleta e do tempo”. Na semana seguinte, este nadador californiano fez a travessia do Canal Pico/São Jorge, o que aconteceu a 26 de Agosto de 2008, percurso realizado em 7 horas e 20 minutos, (distância entre pontos: 11 milhas) e novamente acompan-

Equipa da Travessia Flores/Corvo: Altino Goulart, Paulo Sérgio, Susana Martins (Vice-Presidente do CNH), Beth e David Yudovin num brinde a mais um sucesso

hado por Altino Goulart, numa embarcação do CNH. A 5 de Setembro (de 2008) David ligou as Flores ao Corvo, em 7 horas e 10 minutos, num total de 11 milhas. Madeira, Cabo Verde e São Tomé A aventura seguinte deu-se no dia 1 de Setembro de 2010, entre a Ilha da Madeira e as Desertas, uma distância superior a 11 milhas náuticas, tendo demorado 7 horas e 3 minutos. Na entrevista concedida ao “Diário de Notícias”, no Reid’s Palace, onde esteve hospedado na Madeira, David disse o seguinte sobre o seu Navegador, Altino Goulart: “É um homem que sabe muito de mar, que foi um óptimo auxiliar, pois nestas travessias é preciso navegador, ou seja, alguém que conheça e nos indique o melhor percurso. Depois é uma questão de concentração para cumprir o objectivo”. A seguir veio Cabo Verde, tendo David atravessado a nado os canais que ligam Santo Antão a São Vicente, no dia 26 de Junho de 2012. Foram 10,5 milhas em 5 horas e 44 minutos. A 8 de Julho desse ano, seguiu-se Fogo/Bravo, um

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RTA Na situação de reformado – e sem filhos – tinha todo o tempo do mundo para se dedicar ao seu ‘hobby’, interrompido em 2015 (28 de Março) com a morte súbita, quando treinava na sua residência, em Cambria, no Sul da Califórnia, para a próxima travessia nas ilhas Maldivas. Homenagem a David Yudovin

Uma multidão aguardava David Yudovin na chegada à ilha do Bravo

percurso que envolveu 12 milhas, tendo sido percorrido em 6 horas e 38 minutos. A 30 de Junho de 2013, David Yudovin nadou entre Maio e Santiago, uma distância de 15 milhas náuticas, totalizando 11 horas e 37 minutos. Em São Tomé, realizou ainda duas travessias, sempre acompanhado por Altino, que revela o ritual de David antes de cada nova etapa: “Fazia meditação durante cerca de 30 minutos”. Treino, concentração e persistência eram os segredos de David Yudovin, que se tornou conhecido em diversas partes do mundo como nadador de canais. Conseguiu atravessar com sucesso diversos mares, em vários continentes. No seu currículo, contam-se as travessias do Canal da Mancha, o Estreito de Gibraltar, o Estreito de Cook, na Nova Zelândia; o Estreito de Sunda, na Indonésia; e o Estreito de Tsugaru, no Japão, entre outros.

David, que contava 63 anos de idade quando faleceu, “é reconhecido internacionalmente por ser o Número 1 no Mundo, como nadador de águas abertas”, salienta o seu antigo Navegador, que vinca: “Além de excelente nadador, foi e continua a ser uma referência para muitos nadadores de águas abertas, pelo seu entusiasmo, espírito de aventura, carácter, bondade e generosidade. Este norte-americano dedicou-se à Natação durante cerca de 40 anos, tornando-se no primeiro atleta a nadar em mais de três dezenas de canais de águas abertas em todo o mundo, inclusivamente nos Açores. Nestas ilhas fez algumas amizades, granjeou a simpatia de muitos e incentivou outros à prática desta modalidade. A próxima vinda do David aos Açores estava planeada para meados do mês de Agosto de 2015, altura em que tinha programado fazer a Travessia do Canal, desta vez no sentido inverso: Pico/Faial. Durante a sua estada nos Açores, seriam realizadas algumas conferências”. Depois, Altino seguiria com ele e a mulher para as Canárias, onde já estava preparada a travessia entre as ilhas Tenerife e La Gomera. Para homenagear este amigo e nadador singular, Altino Goulart propôs, junto da Direcção do CNH e do Grupo de Natação de Águas Abertas da Ilha do Faial, que fosse instituída uma Prova de Natação no Canal Faial/Pico com o nome de David Yudovin, o que veio acontecer a 31 de Julho de 2015.

Altino com os amigos Beth e David Yudovin

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o último desejo dele. Antes de morrer, David manifestou vontade de que as suas cinzas fossem espalhadas pelos vários locais do mundo onde nadou. E é isso que vamos fazer em conjunto com a Direcção do CNH, cujo assunto já foi abordado. Juntos faremos um funeral com o respeito e a dignidade que o David merece”. “O CNH está a cumprir a sua missão”

David tocava guitarra e tinha na Natação um ‘hobby’

“Um dia hei-de nadar neste Canal” Altino tornou-se amigo deste casal norte-americano e realça que ter sido Navegador de David Yudovin foi “uma vivência única e muito marcante”. Recorda que “ele e a mulher passaram ao largo do Faial, num cruzeiro de Alicante para os Estados Unidos, tendo dito à Beth que um dia ainda haveria de nadar neste Canal. E 15 anos depois estava cá a nadar! Ele era uma excelente pessoa, muito simpático e que gostava de música: tocava guitarra havaiana e clássica. Mantenho contacto com a Beth, sua mulher, que tem viagem marcada para o Faial no início de Abril próximo, a fim de concretizar

A finalizar esta longa conversa – em que nenhum dos dois se apercebeu de que os ponteiros haviam dado tantas voltas – o nosso entrevistado foi convidado a fazer um retrato do Clube Naval da Horta. Conhecedor desta casa, Altino não tem dificuldades em pronunciar-se: “Apesar dos altos e baixos, o CNH sempre teve um papel fundamental na ilha do Faial, quer em termos desportivos, quer sociais, quer mesmo no que respeita à formação. Para aquilo que estava preparado, posso dizer que antigamente desempenhou bem a sua função e no presente continua a fazê-lo. A verdade é que o Clube Naval da Horta não pode fazer muito mais do que aquilo que já faz, por falta de instalações adequadas e de orçamento, apesar de ter potencial para ir mais além. Existe um grande ‘know-how’ em termos humanos, que permitiria uma maior expansão, mas esse crescimento está limitado pelas restrições acima referidas. A vocação desta instituição na organização e recepção a regatas internacionais, é notória e sabida. Nos últimos anos tem havido um incremento de modalidades como Vela Ligeira, Remo, Canoagem, Natação e um grande entusiasmo à volta dos Botes Baleeiros, cujo dinamismo tem sido revelador do grande trabalho feito, tanto no Faial e Pico, como em New Bedford, com a realização de Regatas Internacionais, geradoras de importantes intercâmbios e o garante de que a baleação permanece viva e será preservada. Perante este enorme potencial, esperemos que se faça justiça, cumprindo o que há muito é prometido e que tarda em ser uma realidade. A bem de todos!” Fotografias cedidas por: Altino Goulart

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SCHOOL AT SEA “THALASSA” SAI DE CUBA EM DIRECÇÃO ÀS BERMUDAS

A inscrição na t-shirt de Mariana Rosa conduz-nos até “Habana”

O

navio-escola “Thalassa” – Projecto “School at Sea” – chegou a Cuba no dia 10 do corrente e deverá partir esta quarta-feira, 21, com destino às

Bermudas. Mariana Rosa – velejadora do Clube Naval da Horta (CNH), que se encontra a fazer a viagem no âmbito deste Projecto educativo holandês, que reúne alunos de todo o mundo, do ensino secundário, com idades entre os 14 e os 17 anos – descreve-nos mais uma etapa da jornada. Esta faialense e Miriam Pinto (algarvia) – ambas alunas da Escola Secundária Manuel de Arriaga

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(ESMA), da Horta – são as únicas portuguesas na temporada 2017/2018. Na conversa mantida com a mãe (Susana Rosa) na tarde desta segunda-feira, dia 19, a velejadora do CNH demonstrou-se “muito satisfeita” com a expedição feita em Cuba e confidenciou que adorou o país e principalmente as pessoas. Diário da Expedição a Cuba Os grupos foram alterados. Desta vez no meu está a Floor, a Minke W, a Kiki, a Caya, a Jasmijn, o Floris, o Quinten e o professor Sander. Tivemos por dia 30€ por pessoa para gastar em transportes, comida e dormida.

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CLUBE NAVAL DA H 1° Dia: O primeiro dia começou com uma despedida. O Jelle, o cozinheiro, voltou para a Holanda e agora o serviço de cozinha vai estar todo por nossa conta. Não foi nada fácil dizer adeus, depois de quase 4 meses de convivência a bordo. Feitas as despedidas, o meu grupo foi o primeiro a sair do barco, em Cienfuegos, por volta das 9h. Quando chegámos a terra, fomos logo trocar o dinheiro por Cuc, o peso cubano. Depois disso, tivemos de andar pela cidade até chegar aos autocarros, onde fomos num táxi até Havana, 233 km a norte. A meio do caminho, o taxista parou para fazer uma pausa, onde o Sander nos comprou gelados muito bons e refrescantes. Depois de 4h de viagem, chegámos à cidade de Havana. Começámos logo por procurar um sítio para dormir e conseguimos arranjar uma “casa” (hostel) por 100 Cuc, para duas noites. Descansámos um pouco e fomos passear. Mal chegámos ao centro, fomos comprar churros por 0.50 Cuc e depois já era quase hora de jantar e seguimos até a um bar/restaurante e apercebemo-nos que a comida era muito barata. Eu partilhei com o Sander, o professor, massa com chouriço e uma omelete mista com bacon, chouriço queijo e cebola e ainda trazia arroz, batata frita e salada. Antes da comida chegar, uns senhores no restaurante estavam a tocar música e eu, a Caya, o Floris e o Quinten, fomos dançar. Foi muito engraçado e divertido. Quando acabámos de comer, fomos passear pela cidade e arranjar um lugar para comer sobremesa e depois de muita procura, lá encontrámos um restaurante e pedimos smothies e bolos, porque tínhamos de aproveitar, já que no barco não há. Fomos a algumas lojas de lembranças e ao voltar para trás ficámos meios perdidos, mas como todas as ruas têm o nome de uma cidade e nós tínhamos um mapa, resolvemos o assunto. 2° Dia: Acordámos, preparámo-nos e fomos à procura de pão. Tínhamos trazido nutela do barco, por

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isso comprámos bananas para a Floor (ela não pode comer glúten) e queijo e sentámo-nos no parque a comer. Depois comprámos internet e tivemos 1h a falar com os nossos pais e amigos. Tentámos ir ao Museu do Chocolate mas tínhamos de ficar muito tempo à espera. Então decidimos ir ao Museu da Cidade, que conta a história de Cuba e que é muito interessante. Depois do Museu, ao passear pelas ruas, encontrámos um restaurante barato e decidimos comer lá. À tarde tivemos a passear. Fomos até à Catedral de Havana, comemos gelados, conversámos e por volta das 7h fomos arranjar sítio para jantar. Ao início íamos jantar num bar muito barato, mas 2 pessoas não queriam e então fomos ver um restaurante, mas começou a ficar uma confusão porque não estávamos a decidir nada e então sentámo-nos no meio da Plaza Vieja e conversámos sobre o que se estava a passar e depois de tudo resolvido, fomos a um restaurante. Após o jantar, voltámos para “casa” e decidimos o que íamos fazer no dia seguinte e depois fomos dormir. 3° Dia: Como já tínhamos comprado o pequeno-almoço no dia anterior, por volta das 9h pegámos nas nossas malas e fomos à procura de um táxi para Santa Clara. Fomos parar ao centro de Havana, onde encontrámos o Capitólio e a parte mais recente da cidade de Havana Ao chegarmos à praça de táxis, um senhor ajudou-nos a arranjar um táxi e conseguimos um jipe. A viagem até Santa Clara – cidade onde está sepultado Che Guevara – demorou 3h. Ao chegarmos lá, encontrámos, pela primeira vez, um bom supermercado onde comprámos manteiga de amendoim, bolachas e cereais e sentámo-nos na praça a comer. Depois de comermos, começámos a andar em direção ao centro da cidade e decidimos ir num cavalo-táxi e, como o senhor era muito simpático, ajudou-nos a arranjar lugar para dormir. Ele levou-nos a uma casa que tinha piscina, 2

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quartos e um mini-restaurante e então decidimos ficar lá. Tivemos 2 horas para descansar e eu, a Caya e a Kiki fomos para a piscina beber Pinacolada. 4° Dia: Tomámos o nosso pequeno-almoço na casa e por 3 Cuc tivemos ovos, pão, 6 tipos de fruta, chá, café... Durante a manhã tivemos a trocar dinheiro e a falar com os nossos pais. Fomos almoçar a um restaurante ainda mais barato do que na noite anterior e num cavalo-táxi fomos para o zoo. Ter ido ao zoo até foi engraçado, mas ao mesmo tempo triste, porque os animais não têm muito espaço. Quando saímos, fomos outra vez num cavalo-táxi para uma fábrica de tabaco, mas, para nosso azar, as visitas eram só até às 13h e por isso só conseguimos ver pela janela. Mesmo

“Ter ido ao zoo até foi engraçado, mas ao mesmo tempo triste, porque os animais não têm muito espaço”

assim, valeu a pena. Depois disso, andámos pela cidade à procura de um cabeleireiro. Algumas pessoas estiveram a cortar o cabelo e eu estive novamente a fazer tranças.

“Fomos parar ao centro de Havana, onde encontrámos o Capitólio”

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tos, e decidimos ficar lá. Eu perguntei se ela sabia onde podíamos andar de cavalo e ela tratou de tudo. Quando voltámos do almoço, eles já estavam à nossa espera e fomos até o Parque Nacional, onde pudemos também nadar numa cascata. Andámos de cavalo por cerca de 4h e foi uma das melhores experiências. Depois de um dia cansativo, jantámos e fomos logo dormir. 6° Dia: Acordámos, tomámos o pequeno-almoço e depois fomos às lojas comprar presentes. Almoçámos, preparámos tudo e fomos para a praia de Ancon. Uma bela praia com areia branca e água clara. Tivemos lá cerca de 2h e às 5h apanhámos o autocarro para casa. Tomámos banho e fomos jantar. Apesar de ter sido a noite em que tínhamos mais dinheiro para gastar, foi quando jantámos mais barato, com bebida e sobremesa incluídas. Como chegámos a casa cedo, fiquei com as raparigas do quarto a falar até 22h e depois fomos dormir.

“Fomos outra vez num cavalo-táxi para uma fábrica de tabaco”

5° Dia: Acordei às 5h da manhã para falar com os meus amigos da Vela, do Clube Naval da Horta, porque eles iam ter uma prova local [Regata do Carnaval] e fui dormir outra vez. Acordei por volta das 8h para ir tomar o pequeno-almoço, muito bom outra vez. Ao sairmos de casa, o senhor ofereceu-nos um colar para nos dar sorte no caminho e também nos deu a morada de uma casa em Trinidade para ficarmos e disse que uma senhora ia estar à nossa espera no terminal. Preparámos tudo, fomos à procura de um táxi para Trinidade, que fica a cerca de 100 kms de Santa Clara, no sul do País. Quando chegámos, a senhora estava à nossa espera e levou-nos a uma casa muito bonita, com 2 quar-

7° Dia: Depois de uma boa noite de sono, acordámos, tomámos o pequeno-almoço, preparámos as malas e fomos para a cidade. Uma parte do grupo ficou a usar a internet e a outra foi ao banco trocar dinheiro. Apanhámos o táxi para Cienfuegos, onde o “Thalassa” nos esperava. Almoçámos e ficámos até às 17h a passear pela cidade, porque a essa hora fomos para o barco. Foi outra viagem inesquecível, num país muito diferente, com muito calor, música e também muita cultura. Encontrámos pessoas espetaculares, sempre dispostas a ajudar, o que tornou a nossa Expedição um sucesso! No nosso grupo tivemos algumas divergências de opiniões sobre as decisões a tomar, mas depois de conversarmos bem, tudo se resolvia. Vamos ficar em Cienfuegos mais dois dias, para reorganizarmos as tarefas a bordo, trocar de quartos e de turnos. Próxima paragem: Bermudas”.

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“Andámos de cavalo por cerca de 4 h e foi uma das melhores experiências”

“Obrigada a todos os que me apoiam” Susana Rosa explica que a Fundadora e Directora do “School at Sea”, Monique Touw, sugeriu que os alunos escrevessem cartas à Família e Amigos, o que aconteceu aquando da sua visita entre Curaçao e San Blas. Como tal, Mariana decidiu escrever aos Pais – Susana e Fernando Rosa – aos Avós (grandes apoiantes da neta a todos os níveis), aos colegas velejadores do CNH e ao próprio CNH. As cartas foram colocadas nos CTT quando Monique Touw chegou à Holanda, o que explica que só a semana passada os pais da velejadora do CNH tenham recebido esta missiva. De sublinhar que a carta de Mariana já foi lida em reunião de Direcção, realizada esta semana, e todos se congratularam com a iniciativa e conteúdo da mesma. A mãe da velejadora refere que “ela aprecia muito o apoio recebido e não se cansa de agradecer a todos”.

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Naturalmente que as pessoas que pesaram decisivamente na concretização do sonho de Mariana Rosa foram a Família, Patrocinadores e Amigos, sempre lembrados. O apoio dado pelo Clube Naval da Horta, em termos de incentivo e acompanhamento da viagem – além da lembrança recebida antes da própria viagem: um casaco do CNH – são aspectos importantíssimos para esta velejadora da casa, que regista tudo na cabeça e no coração. Carta dirigida ao Clube Naval da Horta 13-01-2018 San Blas Querido Clube Naval da Horta, Obrigada por todo o apoio que me estão a dar, não podia estar mais grata! A viagem está a ser incrível! Todos os dias acontece algo de novo, como por exemplo, há uns dias atrás, quando estávamos a vir para o Panamá, apareceu uma tromba de água a uns

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metros de nós. A minha parte favorita da viagem até agora foi sem dúvida, o Boiling Lake em Dominica! Já estou a quase metade da viagem, daqui a 3 meses estou de volta a casa! O tempo passou tão rápido. Não há muito mais a dizer. Obrigada por tudo. Beijinhos, Mariana Itinerário da viagem: De 21 a 26 de Outubro de 2017: Amsterdão De 27 de Outubro a 16 de Novembro de 2017: Navegação De 17 a 23 de Novembro de 2017: Santa Cruz, Tenerife

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De 7 a 12 de Janeiro de 2018: Navegação De 13 a 18 de Janeiro de 2018: San Blas Eilanden (Panamá) De 19 a 20 de Janeiro de 2018: Navegação De 21 de Janeiro a 1 de Fevereiro de 2018: Costa Rica De 2 a 12 de Fevereiro de 2018: Navegação De 13 a 24 de Fevereiro de 2018: Cuba De 25 de Fevereiro a 4 de Março de 2018: Navegação De 5 a 10 de Março de 2018: Bermuda

De 24 a 30 de Novembro de 2017: Navegação

De 11 a 24 de Março de 2018: Navegação

De 1 a 3 de Dezembro de 2017: Cabo Verde

De 25 de Março a 1 de Abril de 2018: Açores (Ilha do Faial)

De 4 a 19 de Dezembro de 2017: Navegação De 20 a 24 de Dezembro de 2017: Dominica De 25 a 29 de Dezembro de 2017: Navegação De 30 de Dezembro a 6 de Janeiro de 2018: Curaçao

De 2 a 17 de Abril de 2018: Navegação De 18 a 21 de Abril de 2018: Ijmuiden (Holanda) Fotografias cedidas por: Susana Rosa

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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


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