Ir_ao_mar - Nº59 - Fevereiro 2019

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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

FEVEREIRO 2019 Nยบ 59


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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS JERÓNIMO REMÉDIOS: “NA CANOAGEM APRENDI O SIGNIFICADO DA UNIDADE DE GRUPO”

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erónimo Remédios engatou tão bem na Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH) que os resultados apareceram de imediato e a ligação criada é sólida. “Pratico desde a Páscoa de 2017. O Miguel [filho do Salvador] que já andava na Canoagem, convidou-me, pois somos amigos na Escola. Vim experimentar e gostei! Não é difícil. O mais complicado foi ganhar o equilíbrio no caiaque o que até conseguir, me fazia revirar mais no início”. Este canoísta convicto assegura que “subir de nível é o mais difícil!” Mas com o interesse e o gosto que nutre pela modalidade, nada o fará parar nesse sentido.

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“Precisamos de uma casa nova e de material” Tal como os colegas, Jerónimo sente as dificuldades latentes. “Precisamos de uma casa nova e de material”. E garante: “Se houvesse mais material, aparecia mais gente, pois temos muitos canoístas e o equipamento é insuficiente”. Paralelamente à Canoagem, este jovem também se dedica ao Ciclismo. “Comecei em 2018 e o meu pai ofereceu-me uma bicicleta”. E foi nela que Jerónimo se deslocou até ao CNH no dia em que decorreu esta Entrevista. Este aluno da Secundária Manuel de Arriaga – frequenta o 9º ano de escolaridade sendo a Educação Física e a Educação Visual as suas

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CLUBE NAVAL DA H disciplinas preferidas – também pratica outros desportos em contexto escolar. “Temos Futebol, Andebol, Natação e outros. A Natação cansa muito! Vejo isso pelas aulas que tenho na Escola. Na Canoagem também nos cansamos mas é divertido. O que é preciso é ter força e resistência!” A Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta tem-se deparado com um crescimento exponencial. Para isso, tem sido decisiva a postura reiterada de alguns atletas. “Já convidei amigos meus e eles vieram. Nos intervalos estamos quase sempre juntos e sei que fruto das nossas conversas a Secção vai crescer mais. Ah, vai!” Neste conjunto, Hugo Parra também pesa na balança. “O Treinador é bom, porque ensina bem e é divertido. Às vezes puxa mais por nós mas é para irmos melhorando e sinto que estamos a evoluir!” Por isso, Jerónimo gostava de “treinar mais, o que seria “ainda melhor”. No grupo “todos são amigos” mas este canoísta sente a falta de concorrência. “Gostava que houvesse outro clube no Faial, o que permitiria mais rivalidade uns contra os outros”. E sobre o que se passa no panorama açoriano, o atleta do CNH é peremptório: “Já parti-

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cipei num Regional, na Terceira, e posso dizer que somos bons! E a prova disso é que todos os canoístas foram ao pódio. Estava há pouco tempo na Secção mas correu bem. Sentimos que o esforço compensou. É sempre isso que o Treinador diz quando ganhamos. Ganhar prémios é uma sensação boa e algo que se vai conquistando a pouco e pouco. O que os outros têm de melhor em relação a nós é o material e as instalações. Mas mesmo assim, conseguimos bater tudo isso nestas condições. Então se estivessemos nas mesmas circunstâncias e com mais treinos semanais, dominávamos tudo! Já conversámos com o Treinador sobre estas carências e ele explicou que não havia dinheiro para colmatá-las”. “Gostava de seguir uma profissão relacionada com o mar” Jerónimo Remédios prefere a prática à teoria, pelo que os livros não são bem a sua praia. “Gostava de seguir uma profissão relacionada com o mar. Sempre tive essa ideia mas agora ainda mais, pois estou a aprender umas coisas no Clube Naval”.

A Canoagem implica “força e resistência”

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“Somos todos amigos e o Treinador é bom!”

A Escola Profissional deverá ser uma realidade já no próximo ano lectivo, embora uma carreira desportiva não esteja descartada. Pouco dado a escritas e as papéis, Jerónimo acentua: “Gosto da Escola Profissional, porque as aulas são mais práticas”. Este atleta está enamorado pela Canoagem e sustenta que quer continuar “sempre” com ela, apesar de as dúvidas pairarem no seu horizonte: “Não sei se vou conseguir fazer vida disto mas seria muito bom! Gosto disto! E se surgisse uma oportunidade que me permitisse prosseguir, seria ideal, já que a Canoagem também está relacionada com o mar”. Claro que conseguir o melhor dos dois mundos “é que era bom”: ter uma profissão relacionada com o mar e continuar na Canoagem. Até lá, o caminho faz-se remando, com os olhos postos naqueles que já constituem um exemplo, como é o caso do colega Clésio. “Ele é um ás! Tem muita resistência!” E quando confrontamos o nosso entrevistado com um desafiante “ tu também tens”, ele sorri, visivelmente agradado, atirando de imediato: “Mas o Clésio consegue ter mais!” Naturalmente que os 6 anos de prática de Clésio Pereira e a grande vontade e determinação lhe têm

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trazido glórias e muita admiração por parte de todos no CNH. No grupo dos “bons”, Jerónimo também elege o amigo Miguel Pires, com quem pratica Ciclismo. Aliás, andar de bicicleta é uma actividade que preenche parte do tempo deste atleta. Quando pedimos a Jerónimo para definir a Canoagem, diz que “é um desporto bom”. E destaca: “Aprendemos uns com os outros e quando sei algo, tento transmitir. Gosto de ensinar! Divertimo-nos bastante e às vezes reviramos de propósito para a brincadeira. Somos muito unidos nesta Secção. Na Canoagem aprendi o significado da unidade de grupo”. “Se tivesse que desistir era do Ciclismo” Nada detém este atleta quando o assunto é Canoagem. “Vir para os treinos com mau tempo depois compensa, pois é assim que evoluímos. Sinto-me bem na Canoagem, porque posso apanhar umas ondas com o caiaque. Gosto daquela emoção e adrenalina! Quando era mais pequeno jogava futebol nos Flamengos mas agora só ando nestes dois desportos e do que gosto mais é da Canoagem.

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Por isso, se tivesse que desistir de algum era do Ciclismo. Os convívios que temos a seguir às Provas de Canoagem são bons. E não digo isto por causa do lanche mas mesmo pelo convívio em si. Aquilo é bom! Estamos todos juntos e conversamos mais sobre a modalidade”. Fazendo parte da grande família que é o CNH, Jerónimo sabe quem é o Presidente e conhece os colegas da Vela, tendo alguns da Natação na sua turma. “Nos tempos livres vou pescar” Este jovem não investe o seu tempo seguindo a tendência da actualidade, dominada pela tecnologia. E o exemplo mais corriqueiro disso é o facto de andar quase sempre desligado do seu telemóvel, sendo, por isso, difícil de contactar. Rapidamente se percebe que o seu foco não são os jogos de computador nem o mundo virtual. “Nos tempos livres vou pescar”, diz a sorrir, sendo mesmo viciado no mar, tendo no marisco a sua preferência gastronómica. “Sempre que posso vou à pesca. Porque gosto! Vou com amigos. É pesca de pedra e quando temos sorte apanhamos alguma coisa. O que vier é bom mas quando não apanho nada não fico chateado nem considero que foi tempo perdido. Penso sempre que para a próxima há-de ser melhor. Vou mais pelo convívio e pela diversão”. Após esta conversa, Jerónimo pondera mesmo vir a integrar a Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH, cuja existência confessa que desconhecia. “Antes de vir para a Canoagem já conhecia o Clube mas era raro vir cá. Apenas vínhamos ao Bar comprar alguma coisa para beber pelo caminho quando íamos para a pesca. Não sabia que o CNH tinha estas Secções todas (12!) e tantas actividades! E sei que se passa o mesmo com outras pessoas, que apesar de saberem que existe o CNH desconhecem o que se passa aqui. Eu quando falo do Clube explico mais é a parte da Canoagem”. O nosso entrevistado, que até no signo está relacionado com o mar – Peixes – diz que é “teimoso”. “Sou cismado também”, acrescenta. Em contraponto é “divertido” e tem “muitos amigos”. Jerónimo: o teu estilo de vida é peculiar, pois privilegias as pessoas e a natureza em detrimento das coisas materiais. Encontraste na Canoagem um bom ponto de equilíbrio, que te permite ter contacto com o mar – área de eleição – ao mesmo tempo que funciona com um pólo aglutinador de amigos, que tiram o máximo partido do desporto e das brincadeiras que ele proporciona. A remar, percebeste a força que juntos podem ter e agora só queres que o grupo cresça e evolua, para que a corrente seja ainda mais forte.

“Sinto-me bem na Canoagem”

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NATAÇÃO TORNEIO GOLFINHO: “PARABÉNS A TODOS! AGORA É CONTINUAR A TRABALHAR!”

Os nadadores do CNH têm vindo a aumentar os seus níveis de auto-confiança e de auto-estima

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piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), da Horta, foi o espaço de mais uma actividade da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), desta feita o Torneio Golfinho, que decorreu sábado, dia 2. De acordo com Tiago Henriques, Treinador e Coordenador desta Secção, “os atletas do CNH voltaram a ter uma excelente prestação”. Esta Prova Local “era mais uma competição de preparação em que os atletas Juvenis, Júniores e Séniores tinham de realizar os 50m nas 4 técnicas de nado, e os Infantis os 200m também nas 4 técnicas”, explica este Técnico, que prossegue: “Os objectivos passavam por dar continuidade ao que temos vindo a trabalhar a nível técnico, táctico e à concentração e foco na abordagem das provas onde os atletas foram realmente muito competentes em tudo o que foi pedido, demonstrando, assim, que os conhecimentos estão a ficar cada vez mais consolidados. Prova disso são os resultados alcançados, pois em 64 provas realizadas os atletas conseguiram 48 recordes pessoais. E o mais importante foi a forma como o conseguiram, dando uma boa resposta ao solicitado e aumentando, assim, os seus níveis de auto-confiança e de auto-estima”.

Estreias nos Infantis com resultados interessantes Tiago Henriques revela que esta foi uma competição em que houve, também, várias estreias nos Infantis, onde “todos os atletas nadaram pela primeira vez os 200 Mariposa, prova que causa alguma ansiedade e nervosismo mas todos cumpriram e com dois ou três resultados interessantes”. Diana Neves consegue mais mínimos “Foi mais uma excelente jornada de natação para o Clube Naval da Horta com a realização de mais mínimos para os Campeonatos Regionais e com a atleta Diana Neves a realizar mais dois mínimos Zonais nos 200C e 200L e um mínimo nacional aos 200 Bruços”, destaca o Treinador, que salienta: “Sentimos todos que estamos no caminho certo para que a evolução possa ser contínua e que os objectivos individuais e colectivos sejam alcançados”. Espírito de equipa tem vindo a crescer! “Para terminar, gostava de realçar o espírito de equipa, que tem vindo a crescer a olhos vistos e que a mim, pessoalmente, muito me agrada ver...”, frisa Tiago Henriques, que remata desta forma: “Muitos parabéns a todos! Agora é continuar a trabalhar!...”

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NATAÇÃO II TORREGRI E FESTIVAL DAS TÉCNICAS SIMULTÂNEAS

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ábado, dia 16, aquando do II TORREGRI, os Cadetes da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH) voltaram a conseguir colocar em prática o que tem sido treinado quer a nível técnico, quer a nível táctico. Uns com mais pormenor do que outros mas faz parte destas idade. Foi mais um momento competitivo com excelentes indicadores de que estamos a trabalhar no caminho certo, principalmente na evolução técnica que é o mais importante nestas idades. Inerente a esta evolução acabam por estar os resultados, que foram muito bons, com mais de 90% de recordes pessoais”. É este o balanço feito por Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta, ao II TORREGRI, que decorreu na piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), da Horta.

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Quanto ao Festival das Técnicas Simultâneas, também realizado este sábado, no mesmo local e destinado aos Grupos de Formação Desportiva, este Técnico afirma que foi “mais um momento para mostrar aos pais a evolução dos nadadores nesta época desportiva, os quais tiveram a oportunidade de presenciar o escalão mais jovem em competição”. “Foi mais um momento de convívio entre os vários escalões, pois uma grande parte da equipa dos escalões mais velhos esteve presente para ajudar e auxiliar os mais novos torcendo por eles, contribuindo, assim, para mais uma jornada desportiva saudável e com boa disposição”, remata Tiago Henriques. Sábado e domingo próximos, dias 23 e 24, decorrerá o Campeonato de Ilha do Faial, actividade que é direccionada para os Infantis, Juvenis, Juniores e Seniores.

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NATAÇÃO CAMPEONATO DE ILHA DO FAIAL

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ecorreu sábado e domingo, dias 23 e 24, mais uma prova local para os atletas da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH) e que foi o Campeonato de Ilha do Faial, realizado na piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), da Horta. “Foi uma competição de preparação para o próximo Regional de Categorias, com o intuito de estabilizar comportamentos, formas de agir, formas de competir e observar o estado físico dos atletas”, explica Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta, que acrescenta, a propósito: “Os objectivos foram, uma vez mais, cumpridos com sucesso, havendo já uma boa consolidação de conhecimentos com os atletas a demonstrarem um grande espírito de equipa e entreajuda”. “Também me agradou observar o nível físico dos

atletas que, mesmo com alguma carga, tiveram a capacidade de fazer recordes pessoais ou realizar marcas semelhantes”, realça este Técnico, que remata: “Outro bom indicador da evolução da equipa é o facto de neste momento todos os atletas terem mínimos de acesso ao Regional de Categorias. Estão todos de parabéns!!” E o Campeonato Regional de Categorias, a realizar de 15 a 17 de Março, na Terceira, é precisamente a próxima actividade destinada aos nadadores do CNH.

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NATAÇÃO QUARTA TRAVESSIA DO CANAL, ORGANIZADA PELO CNH, REALIZA-SE A 2 DE AGOSTO

Travessia do Canal: a superação dos atletas em Prova 2019 é o quarto ano consecutivo em que o Clube Naval da Horta (CNH) organiza a Travessia do Canal Faial/Pico, calendarizada para o dia 2 de Agosto (sexta-feira). Nesta Prova – homologada pela Federação Portuguesa de Natação (FPN) e arbitrada pela Associação de Natação da Região Açores (ANARA) – podem participar interessados que até à data (2 de Agosto de 2019) tenham completado 16 anos. As inscrições estão abertas e devem dar entrada no CNH até às 20 horas do dia 1 de Julho próximo, sendo a taxa de inscrição no valor de 25 euros. Desde 2015 que esta instituição náutica faialense se abalizou à organização e promoção deste evento que, ano após ano, tem vindo a captar um número crescendo de adeptos – locais, regionais, nacionais e estrangeiros residentes no Faial – e que já contou com a participação do prestigiado atleta nacional, Miguel Arrobas, com títulos alcançados a nível internacional. Em 2016 as adversas condições climatéricas impediram a realização desta Travessia, tendo sido feito um percurso alternativo entre Porto Pim e a

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Feteira. A Travessia do Canal 2019 realiza-se no âmbito do Festival Náutico (da 42ª edição da Semana do Mar), o maior de Portugal, com a chancela do Clube Naval da Horta. Trata-se de uma Prova Aberta destinada a todos os nadadores filiados e não filiados em águas abertas na Federação Portuguesa de Natação. Esta Prova será disputada no Canal, entre as ilhas Faial/Pico, numa distância de aproximadamente 5 milhas. A classificação individual será feita de forma absoluta e mista (primeira: sem fato isotérmico; segunda: com fato isotérmico). Para que o nadador seja classificado, terá de completar a distância da Prova dentro do tempo limite: 5 horas. Serão atribuídos prémios aos três primeiros classificados, bem como ao 1º classificado feminino, excepto aos nadadores que usarem fato isotérmico. Todos os nadadores em Prova receberão Medalhas de Participação. A Cerimónia de Entrega de Prémios decorrerá pelas 19h30 do dia 3 de Agosto (sábado), nas instalações do Clube organizador. Na realização desta Travessia, o CNH conta com os seguintes apoios institucionais: Capitania do Porto da Horta, Portos dos Açores, Câmara Municipal da Horta e Associação de Natação da Região Açores.

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PESCA DESPORTIVA DE COSTA 1ª PROVA DO CAMPEONATO DE 2019

Foram 10 os pescadores participantes nesta 1ª Prova do Campeonato de 2019. José Escobar, Carlos Medeiros e José Silva ocuparam o pódio

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1ª Prova do Campeonato de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019, realizada domingo, dia 10, ficou marcada pela abundância de peixe e pela participação de dois novos pescadores: Tiago e Elias. O estado do mar não permitiu que esta competição decorresse na Fajã, como estava previsto, tendo sido realizada na Lajinha. Participaram 10 pescadores, tendo o pódio sido preenchido por José Escobar (1º lugar); Carlos Medeiros (2º lugar); e José Silva (3º lugar). Moisés Sousa capturou o maior exemplar: um sargo com 1.530 quilos. Segundo Carlos Medeiros, Director da Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH, foi “uma boa prova”, marcada pelo habitual convívio. Este Campeonato é composto por 6 Provas, decorrendo até Julho próximo. A 2ª Prova deverá realizar-se no dia 24 deste mês.

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VELA LIGEIRA 2ª PAN, EM LEIXÕES: JORGE PIRES, DO CNH, FICOU EM 7º LUGAR

José Maria Silva, do Clube Naval de Ponta Delgada; Duarte Araújo, Treinador e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta (CNH); Jorge Krug Pires, do CNH; e Alexandre Madruga, do Clube Naval da Madalena do Pico, representaram os Açores no Continente

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orge Krug Pires, velejador do Clube Naval da Horta (CNH), que participou na 2ª Prova de Apuramento Nacional (PAN), que decorreu este sábado e domingo, dias 2 e 3, em Leixões, ficou em 7º lugar na geral. Além do atleta e do Treinador do CNH, Duarte Araújo, a comitiva açoriana era composta pelos velejadores José Maria Silva, do Clube Naval de Ponta Delgada (São Miguel); e Alexandre Madruga, do Clube Naval da Madalena do Pico. Recorde-se que esta competição foi organizada pelo Clube de Vela Atlântico, Associação Regional de Vela do Norte e Federação Portuguesa de Vela, tendo participado cerca de 90 velejadores da Classe Laser.

Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta, faz o balanço a esta participação: “Hoje [domingo, dia 3] acordamos com 2 graus, sol e muito pouco vento. Depois de várias chamadas gerais, apenas se conseguiu realizar uma regata para os Lasers 4.7. Infelizmente, os propósitos desta deslocação não se cumpriram. Era suposto conhecer melhor este campo de regata e fazer várias regatas com as frotas”.

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VELA LIGEIRA DE 20 A 22 DE FEVEREIRO: RUI SILVEIRA PARTICIPOU NA “VILAMOURA COACH REGATTA”

Esta foi uma Regata de preparação de atletas olímpicos

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ui Silveira, velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta (CNH), foi 21º classificado na “Vilamoura Coach Regatta”, que decorreu de 20 a 22 do corrente, no Algarve. Nesta Regata participaram embarcações das Classes Laser Standard, Laser Radial e RS:X, depois de 15 dias de treino e estágio, realizados no Centro de Vela de Vilamoura. Na disputa pelos melhores resultados esteve uma verdadeira frota de luxo, composta por equipas que há vários meses escolheram Vilamoura para treinar arduamente, a maioria de olhos postos nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a realizar no próximo ano. O velejador faialense diz, a propósito do resul-

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tado alcançado, que “foi o normal” para a época em que estamos, realçando que se tratou de “uma competição dura pelo cansaço provocado ao longo de três dias”. Este campeonato, embora de treino e preparação, contou com alguns dos melhores velejadores de Laser do Mundo. Além de Rui Silveira, o Clube Naval da Horta também esteve representado por Gonçalo Lucas, que ficou na 40ª posição. Recorde-se que Rui Silveira alcançou o pódio (3º lugar) da “Portugal Vilamoura Coach Regatta”, que decorreu de 17 a 19 de Dezembro de 2018, também em Vilamoura. Rui Silveira no Torneio Internacional de Vela do Carnaval E neste processo de treino continuado, Rui Silveira vai participar no 45º Torneio Internacional

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de Vela do Carnaval, que começa já sábado, dia 2 de Março, terminando na segunda, dia 4, também no Algarve. Esta competição de Vela é organizada pelo Clube Internacional da Marina de Vilamoura (CIMAV), disputando-se no Campo de Regatas de Vilamoura - Quarteira, sendo um

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dos cartazes desportivos de maior referência daquela região nesta altura do ano. Este Atleta de Alta Competição do CNH encontra-se a trabalhar no Projecto Olímpico que visa os Jogos de 2020, em Tóquio, no Japão.

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS DAVID JOÃO: “SINTO-ME DIFERENTE COM A VELA, PORQUE GANHO NOVAS APTIDÕES”

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entendimento de David João com a Vela teve altos e baixos até chegar ao ponto firme em que se encontra actualmente. “Comecei em 2011, desisti e voltei a praticar. Desisti novamente e uma vez mais voltei a praticar e agora estou a sério neste desporto”. Quando se pergunta o porquê dessa relação atribulada, a resposta é esta: “Porque às vezes simplesmente fartava-me, não tinha coragem nem paciência para andar à Vela e de outras vezes desisti por causa de traumas relacionados com muito vento e revirar”. A idade – 6 anitos – também contribuiu para esse início intermitente, pois nesse tempo David era muito mais pequeno. Os 13 anos de agora trouxeram-lhe maturidade e força para suportar os sacrifícios que a modalidade implica. Mas o

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exemplo que este velejador tem em casa, foi decisivo para o encontro permanente com a Vela. “O meu pai também anda à Vela e foi ele quem me incentivou. Aprender foi difícil, porque exige muita afinação e muita teoria mas depois é tudo muito fixe! Quando se sabe o que temos de fazer é facil coordenar tudo. No entanto, temos sempre alguma coisa a aprender no mar, porque ele muda constantemente. Contamos sempre com vento e ondulação diferentes”. David já conheceu três Treinadores e sobre o actual diz que “é exigente mas fixe”. “O Duarte é bastante exigente e também é um amigo! Os colegas são fixes! Na Vela também fazemos amigos. Mas não é fácil cativar novos velejadores, pois estamos a falar de uma modalidade que é difícil e complexa”.

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“O Duarte é bastante exigente e também é um amigo!

“O mais difícil é quando está muito vento” Há mais de 2 anos que David anda na Vela de forma contínua, vendo esta modalidade como um desporto para relaxar ou para competir. Neste caso, “é mesmo para competir”. Este atleta afirma que está a gostar da Vela, sustentando que “o mais difícil é quando está muito vento”. “Os treinos implicam aprender sempre algo de novo”, sublinha. Coordenar os treinos com a Escola “não tem sido fácil”, além de que David também anda no Conservatório (a aprender Piano há 8 anos consecutivos) e ainda pratica Ténis (desde há uns meses). “Estou no 8º ano e não sei que rumo profissional irei seguir. Matemática e Ciências são as minhas disciplinas preferidas. Gostava de continuar com a Vela e, como tal, quando for estudar para o Continente quero ir para um sítio que me permita isso”. “Temos o material necessário” Esta modalidade tem ajudado David a crescer. “Sinto-me diferente com a Vela, porque ganho novas aptidões. E o apoio do Clube Naval da Horta (CNH) é importante para mim. Quanto a material, acho que temos o necessário. Na minha opinião, há bastantes provas: as locais e as regionais. Não sinto falta de competição mas claro que era bom ter outras pessoas

contra quem competir. Por vezes os Clubes do Pico vêm competir connosco, o que é fantástico! Em todos os clubes há atletas que são melhores do que outros, situação que também acontece no CNH, mas o importante é evoluir sempre”. “Também venho conviver para o Clube” David é do signo Peixes e confidencia que a francesinha é o seu prato preferido. Nos tempos livres estuda (pois, é um “bom alu-

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“Na Vela também fazemos amigos”, sustenta David João, aqui ao lado de Mariana Rosa

no”), lê, joga no computador e vê televisão. “Venho para o CNH quando há treinos mas também venho almoçar e conviver, pois este é um espaço onde encontro os meus amigos. O facto de o meu pai frequentar o Clube e de praticar desportos é igualmente importante para mim! Aliás, ele tem-me ensinado umas coisas e puxa por mim. Tenho um irmão na Vela [Manuel João] que me faz perguntas sobre este desporto. Funciono como um incentivo para ele, que tem 10 anos”. E quanto a outros desportos, David revela: “A Canoagem não é um desporto que me cative mas gostava de experimentar a Natação, porque trabalha todos os músculos do corpo. Um dia ainda vou experimentar!” David: A tua persistência e o exemplo de outros estão a fazer de ti um velejador convicto e um

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atleta que está a conseguir superar barreiras pessoais e desportivas. Agora que tu próprio descobriste o segredo do sucesso, está nas tuas mãos continuar a rasgar horizontes, de vela enfunada e com rumo certo!

David João: “O apoio do Clube Naval da Horta é importante para mim”

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CNH NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS TOMARAM POSSE

José Decq Mota: “O que fez e faz muita gente recuar tem a ver com a natureza desta instituição”

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osé Decq Mota é não só o Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH) que mais vezes desempenhou este cargo como, também, o Dirigente que ocupou esta cadeira durante o maior número de mandatos consecutivos. Com a Tomada de Posse da nova Direcção do CNH e restantes Órgãos Sociais, eleitos para o biénio de 2018/2020 – o que aconteceu na Sala de Reuniões da Direcção, na tarde desta segunda-feira, dia 04 – o Sócio número 28 inicia agora o quarto mandato consecutivo à frente dos destinos da única instituição náutica faialense, totalizando, em 2020, 8 anos seguidos como Presidente desta “casa”. Recorde-se que José Decq Mota já tinha sido Presidente da Direcção do CNH de 1996 a 2001, tendo desempenhado outros cargos em diferen-

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tes elencos diretivos desta instituição, tais como membro da Direcção em 1979/1980 e membro do Conselho-Geral de 1986 a 1996 e de 2003 a 2012. Uma vez que na Assembleia-Geral Eleitoral de 19 de Dezembro de 2018 não foram apresentadas listas candidatas, foi proposta a indigitação do anterior Presidente da Direcção no sentido de apresentar uma lista, que seria submetida a sufrágio a 23 de Janeiro de 2019, dia que foi estipulado para a realização da reunião de continuação da Assembleia-Geral de 19 de Dezembro de 2018. Uns dias antes dessa reunião de continuidade (a realizar a 23 de Janeiro), o Presidente da Direcção anterior (José Decq Mota) solicitou ao Presidente da Mesa da Assembleia-Geral (Luís Carlos Decq Mota) que a mesma fosse adiada para o dia 30 de Janeiro último, a fim de ter mais tempo para organizar a lista de que tinha sido encarregado. Desse conjunto de 12 pessoas indicadas para

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CLUBE NAVAL DA H a Direcção, apenas quatro não transitaram do mandato anterior, designadamente, Conceição Marques, Patrícia Lourenço, Luís Alves e Bruno Rosa. Integram pela primeira vez esta equipa, Nuno Azevedo, Gilberto Carreira, José Fernandes e Marco Garcia. “Temos aspectos muito urgentes para serem definidos” No acto da Tomada de Posse, o novo (e antigo) Presidente da Direcção do CNH disse, como proponente desta lista, que começa agora um novo mandato de 2 anos de trabalho, “com objectivos traçados e aspectos muito urgentes para serem definidos”, de que é exemplo a “Atlantis Cup”, que em 2018 completou 30 Anos de realizações. “Vamos analisar e ver o que podemos fazer para reequilíbrio de algumas situações e solução de outras”, avançou José Decq Mota, sublinhando que “há duas questões essenciais para a vida do Clube, que têm de ter prioridade: a reabilitação da sede e o acesso ao mar” (acesso por parte dos atletas e em termos de realização de iniciativas). Este Dirigente manifestou a sua confiança nos sinais que começaram a manifestar-se em termos de mudança. Recordando a Moção que foi aprovada na Assembleia-Geral de 19 de Dezembro de 2018 – intitulada “Pela Resolução dos Problemas da Requalificação da Sede do CNH e do Acesso ao Mar” – o actual Presidente da Direcção do CNH garantiu que estas questões “vão ter uma evolução rápida”. E prosseguiu: “E temos a nossa prática e o nosso saber fazer para nos orientar nas outras questões”. José Decq Mota defende que “a Direcção tem de ter noção do funcionamento dos Serviços Administrativos, da articulação que é necessária entre os Serviços Administrativos e os Desportivos e das percas que acontecem por falta dessa articulação”. “Nos últimos tempos tenho sentido, assim como outros, a falta de um apurado controlo de gestão, o que é indispensável para melhorar a actual situação e podermos ter capacidade para continuar”, vincou o Presidente da Direcção do CNH.

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“Este é mesmo o meu último mandato na Direcção do CNH” Embora José Decq Mota viesse assegurando que não voltava a recandidatar-se, não foi com surpresa que todos os que andam activamente envolvidos na vida do CNH o viram encabeçar mais uma lista, no sentido de levar por diante outro mandato, que ele caracteriza como sendo “de continuidade”. Mas a explicação para mais um “bis” vem da boca do próprio Presidente: “A partir de meados de 2018 não tinha efectivamente intenção de me recandidatar. Como tal, fiz diligências empenhadas com o intuito de mobilizar pessoas para constituirem uma lista. Constatei, ao longo de alguns meses, que era difícil e embora reconheça, como ouço frequentemente, que se trata de um barco grande, não foi por isso que não apareceram interessados em assumir os destinos desta “casa”. Aliás, todas as pessoas que contactei – e podia referir aqui mais de 40 nomes – me disseram estar disponíveis para colaborar. “Eu ajudo em tudo o que quiseres, mas da Direcção não quero ser”, foi o que mais escutei. O que fez e faz muita gente recuar tem a ver com a natureza desta instituição, pois o Presidente e a Direcção do CNH têm de se relacionar com muitas instituições, o que por vezes obriga a ter de abdicar da sua posição pessoal a favor dos entendimentos que ajudem e promovam o Clube. Quando aceitei a indigitação para organizar uma lista candidata, a questão possível era um elenco de continuidade. Esta é uma lista de continuidade e temos de saber fazer a continuidade. É fundamental saber o que fazer e como fazer, atendendo a que há coisas que não estão bem. Mas posso garantir que este é mesmo o meu último mandato na Direcção do Clube Naval da Horta”. José Decq Mota agradeceu aos que transitaram para a nova Direcção e aos que não manifestaram disponibilidade para continuar a trabalhar nesta equipa. Esta terça-feira, dia 5, realiza-se a primeira reunião da nova Direcção, altura em que serão atribuídos os “pelouros” (Secções de trabalho) a cada um dos membros do actual elenco directivo do CNH para os anos de 2019 e 2020.

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CNH O CNH APOIOU A 2ª EDIÇÃO DO “SWAG - STRONG WOMEN ACTION GAMES”

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Clube Naval da Horta (CNH) associou-se à 2ª edição do “SWAG Strong Women Action Games”, que decorreu este sábado, dia 16, uma iniciativa do “2Fit2You”. Esta prova de natação em águas abertas – seguida de exercícios em terra – contou com o apoio do CNH no mar, através das embarcações disponibilizadas para o efeito, bem como em terra, uma vez que foram cedidos os balneários para os atletas se mudarem de roupa e tomarem duche. O “2Fit2You” é um ginásio de crossfit, situado na Variante, Horta, gerido por Carla e Júlio Sequeira.

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A FIGURA DO MÊS JORGE MACEDO: “SEMPRE ESTIVE MAIS VIRADO PARA A VERTENTE ORGANIZATIVA E GOSTO!”

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ão tem barco nem se assume como velejador mas o seu gosto pela Vela – nascido em 1989 – e em especial por organizar e dirigir eventos, faz com que seja uma cara conhecida neste ambiente. Como tal, já esteve à frente da Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH) cerca de 15 anos (ao longo de vários mandatos); é o actual Presidente da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA) e há mais de 10 anos que assume as funções de Director de Prova da “Atlantis Cup” (na qual está envolvido há mais de 20 anos) que em 2018 completou 30 Anos de realizações e o desafio lançado pela actual Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), a faialense Ana Luís, de passar por todas as ilhas do Arquipélago, reforçando a unidade autonómica.

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Falamos de Jorge Macedo, que partilha a sua opinião sobre a principal Regata de Vela de Cruzeiro realizada no mar dos Açores e uma das mais importantes de Portugal – organizada pelo Clube Naval da Horta – e sobre diversos aspectos relacionados com a Vela e o mundo náutico. “Quando assumo um compromisso levo-o a sério” - Gabinete de Imprensa do CNH: Alguma vez pensou em ter barco? - Jorge Macedo: Nos anos 90 ponderei seriamente em adquirir um barco mas como tive de fazer opções, tal não foi possível. Agora já não penso nisso. Se tivesse acontecido, teria sido bom mas não me sinto nada frustrado nesse sentido. Sinto-me bem com o que faço, porque sempre estive mais virado para a vertente organizativa e

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CLUBE NAVAL DA H faço-o com gosto! Eu só faço com vontade aquilo de que gosto e quando assumo um compromisso levo-o a sério. Não é para passar tempo. Sou metódico: gosto das coisas bem organizadas, no seu lugar certo, a tempo e horas. Mas às vezes não acontece bem como nós pretendemos... - Gabinete de Imprensa do CNH: Não gosta de estar dependente de outros? - Jorge Macedo: Quando estamos dependentes de terceiros ficamos um bocado ‘stressados’ e tem-me acontecido ao longo do tempo, tanto enquanto dirigente do CNH como agora na ARVA, situações que não são bem resolvidas como se pretendia. No entanto, considero que as coisas vão funcionando minimamente, porque quando achar que já não é assim, salto fora. - Gabinete de Imprensa do CNH: O Jorge tem uma grande ligação à Vela... - Jorge Macedo: Não sou velejador. Nunca fui! Claro que se pode ter um barco para dar uns passeios mas também para fazer umas regatas. Noto que há muita gente com barco que apenas sai da Marina quando há regatas. De resto, não se vê andarem de barco. Alguns, claro. - Gabinete de Imprensa do CNH: O gosto por organizar e dirigir faz de si um Voluntário com muitos anos de experiência. - Jorge Macedo: Dei e continuo a dar à sociedade muitas horas da minha vida pessoal e familiar. Costumo dizer com frequência que já servi muito mais de borla os Açores do que muitos políticos que ganham vencimentos simpáticos! Atiro sempre isso quando falo com conhecidos meus que andam na política. Pelo facto de serem directores regionais ou de desempenharem outra função, não mudo o discurso sempre que estamos numa amena cavaqueira. E verdade seja dita que não tenho sido muito criticado por isso. Aliás, esse é um aspecto de que me admiro no mundo da Vela - Gabinete de Imprensa do CNH: Organizar uma “Atlantis Cup” (AC) não é o mesmo que dirigir a Secção de Vela de Cruzeiro do CNH. Certo? - Jorge Macedo: Claro que organizar uma “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” não é a mesma coisa que organizar uma regata local. A logística

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é completamente diferente; muito mais complexa se estivermos a falar na “AC”. Basta envolver mais gente na organização e andar de avião de ilha para ilha a dar largadas e a fazer chegadas dos barcos em cada etapa. A complexidade está em coordenar e conjugar todos esses factores. Depois é preciso alinhar as viagens aéreas a tempo e horas de cada etapa para que cheguemos antes dos velejadores, tratar e tentar negociar os alojamentos, a alimentação, etc. Encontrar argumentos para cativar os armadores a participarem também faz parte deste trabalho. É preciso jogar com uma série de factores que são fundamentais para as coisas funcionarem. Porém, o princípio organizativo de uma Regata desta natureza e de uma regata local é semelhante. - Gabinete de Imprensa do CNH: Mas as coisas têm funcionado bem e sinal disso é que vai ser de novo o Director de Prova em 2019! - Jorge Macedo: Sim, as coisas têm funcionado bem! Fui convidado pelo actual Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, para ser novamente este ano o Director de Prova da “AC”, um sinal inequívoco da confiança no nosso trabalho. - Gabinete de Imprensa do CNH: Como estão a decorrer os preparativos para aquela que será a 31ª edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”? - Jorge Macedo: Bom, se pensarmos em tentar arranjar patrocinadores vai ser muito difícil, pois já estamos em Fevereiro! Um patrocinador de prova não se arranja quatro meses antes. Aliás, na minha opinião, essa tem sido uma lacuna. Estamos a falar num patrocinador global da “AC”, o que significa que tem de ser um projecto conversado e bem elaborado. Não me refiro ao Alto Patrocínio da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, o que já vem acontecendo desde 2003, altura em que a “Atlantis Cup” foi rebaptizada como “Regata da Autonomia”. Gostava que este ano pudessemos contar com mais patrocinadores, pois seriam menos verbas que sairiam do Clube. Era muito importante voltar ao patrocínio da SATA nas viagens inter-ilhas.

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Jorge Macedo: “Já servi muito mais de borla os Açores do que muitos políticos que ganham vencimentos simpáticos!”

“Este ano vamos voltar ao figurino antigo (2003)” - Gabinete de Imprensa do CNH: Na sua opinião, acha que o facto de as eleições do CNH terem sido adiadas de Dezembro de 2018 para Janeiro de 2019 também atrasou a preparação da “Atlantis Cup”? - Jorge Macedo: Claramente! Essa questão contribuiu para este atraso, pois é fundamental que a preparação comece no ano anterior. Quando eu estava na Secção de Cruzeiro do CNH acabava a “AC”, a Semana do Mar e depois de um período de férias, em Outubro princípio de Novembro o mais tardar, começávamos a trabalhar na preparação da Regata. Este ano estamos um bocadinho atrasados, se bem que em 2018 aconteceu o mesmo e ainda assim correu tudo bem nos 30 Anos da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”. Contudo, houve aspectos que se decidiram muito em cima da hora.

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- Gabinete de Imprensa do CNH: Qual vai ser o figurino dos 31 anos da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”? Em 2018 muitos defendiam que era importante voltar ao percurso inicial. - Jorge Macedo: Este ano a ideia do Clube Organizador – Clube Naval da Horta – é voltar ao figurino antigo, neste caso de 2003. Assim sendo, será Vila do Porto/Ponta Delgada; Ponta Delgada/Angra e Angra/Horta. - Gabinete de Imprensa do CNH: Mas esse não foi o trajecto inicial. - Jorge Macedo: A 1ª edição da “Atlantis Cup”, realizada em 1988, envolveu apenas três ilhas: São Miguel, Terceira e Faial. A intenção é voltar ao figurino inicial mais recente e que envolve Santa Maria, iniciado em 2003. E assim dá menos dias de Regata, se bem que todos os anos anda à volta dos 10 dias. Santa Maria entrou pela primeira vez no roteiro da Regata em 2003 e esse foi o primeiro e único ano em que fiz a “AC” como velejador, com o

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CLUBE NAVAL DA H Dr. Tomás Azevedo, no “Trillemus” e com o António Luís. Quando se tem disponibilidade e um amigo com barco, está tudo reunido para fazer a Regata. “Tenho ainda em mente um dia fazer a travessia Açores/Madeira/Canárias” - Gabinete de Imprensa do CNH: Foi a única vez que deixou de ser organizador para ser velejador. São papéis completamente diferentes! Qual o melhor? - Jorge Macedo: A primeira “AC” em que estive na organização foi em 1989, ou seja, a 2ª edição desta Regata. É completamente diferente ser velejador e ser organizador. É muito mais cómodo ser velejador! Estava a pensar que este ano ia fazer a Regata novamente como velejador mas isso já está adiado, novamente. No entanto, está pensado num futuro próximo fazer, com amigos, uma Açores/ Madeira/Canárias. Em 2018 o Alexandre Rainha veio cá fazer a “AC” com o seu barco e eu era para ter ido com ele no regresso, até Olhão. Mas depois não foi possível por razões profissionais. Fiquei triste por ter perdido essa oportunidade. Gostava ainda de fazer uma viagem maior! Independentemente de não ser velejador, tenho sem-

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pre aquele desejo de um dia fazer mais umas milhas do que aquelas que fiz até hoje: 220mn, sensivelmente. “Um rali é muito diferente de uma regata” - Gabinete de Imprensa do CNH: A “Atlantis Cup” mudou muito em 30 Anos! - Jorge Macedo: Mudou muito a todos os níveis! O número de barcos tem vindo a aumentar e a qualidade dos barcos melhorou substancialmente assim como o número de velejadores mais novos. No início da “AC” participaram alguns estrangeiros. Depois houve um período mais ameno e em 2018 a participação foi boa, com 22 barcos. Inicialmente o número de estrangeiros era maior do que os locais. Isso verificava-se mais na Horta/Velas/Horta. A partir de certa altura eles deixaram mesmo de participar. Talvez por terem menos tempo ou por estarem de passagem e necessitarem de repouso para continuar a sua viagem. No entanto, há aqui uma questão que pode estar directamente relacionada com a diminuição da participação de estrangeiros e que tem a ver com o facto de estarmos a falar de uma regata. Lembro-me perfeitamente que a determinada altura se começou a chamar ralis às nossas regatas locais no sentido de afastar esse estigma. Uma

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“É completamente diferente ser velejador e ser organizador. É muito mais cómodo ser velejador!”

regata envolve uma série de requisitos, tais como regras oficiais, bóias, etc, ao passo que um rali é um passeio, em que nem sequer é obrigatório a existência de classificação. O ser humano é um bicho de competição. Independentemente de ser uma prova mais ou menos a sério, até aos 5 minutos do tiro da largada estão todos a brincar mas depois disso acabou! A maior parte gosta de chegar à frente. Claro que uns têm mais possibilidades do que outros, consoante as embarcações e as tripulações que

“O número de barcos tem vindo a aumentar, assim como o número de velejadores mais novos”

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têm. Mas mesmo sabendo que não vão ganhar nada, ao menos há o gosto de dizer: “Fui o primeiro a largar!” - Gabinete de Imprensa do CNH: Recordo-me de que em 2018 a questão do ‘Rating’ também foi muito apontada como sendo um factor de injustiça em termos classificativos. Vai haver alterações nesse sentido? - Jorge Macedo: Há muita gente que opina sem conhecimentos suficientes. O ‘Rating’ ORC é um sistema internacional. Para o ‘Rating’ funcionar correctamente, é fundamental dispormos de uma frota menos díspar do que aquela que temos. Caso contrário não há ‘Rating’ que funcione. E o que se verifica é que temos barcos muito diferentes uns dos outros. Num patamar intermédio há apenas um ou dois e com esse número de barcos não se faz regatas, porque são insuficientes. Para haver a tal equidade no ‘Rating’, o mesmo tem de ser bem dividido e não temos frota para dividir dessa maneira. Os ‘ratings’ só funcionam bem se as embarcações forem semelhantes. Não quer dizer que sejam iguais, porque se for tudo

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ARQUIVO CNH

‘Briefing’ da Regata Horta/Velas/Horta de 2008. Da esquerda para a direita: Luís Serpa, Armando Castro, Comandante José Salema e Jorge Macedo

igual nos resultados não é preciso haver ‘Rating’ mas devem ser o mais aproximadas possível em termos de comprimento e áreas vélicas. A frota existente no Faial é boa e recente, havendo barcos mesmo de regata, concebidos para isso. A nível regional há muitos barcos e bons. Na actualidade, nesta Prova aparecem barcos muito bons, que nos Açores são mais de 20, divididos pelas ilhas Faial, Terceira e São Miguel. Recordo que o sistema de ‘Rating’ também foi alvo de alterações. Durante muitos anos vigorou

o ‘Rating’ Oficial do CNH (inspirado num ‘Rating’ dinamarquês – ‘Rating’ é o cálculo matemático adequado às características de cada embarcação) que foi reajustado por gente local e que funcionou muito bem durante largas edições. Como remate final sobre esta questão, refiro o exemplo muito recente que tivemos na “AC” de 2018, em que o vencedor da Regata foi um barco relativamente pequeno, o “Quinas”, da Terceira, que nunca tinha feito esta Regata.

“Inicialmente o número de estrangeiros era maior do que os locais. Isso verificava-se muito na regata Horta/Velas/Horta”

“Os concorrentes do Continente têm mesmo de tirar férias se quiserem fazer a “AC”

CRISTINA SILVEIRA | CNH 2018

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“Temos um leque mais vasto de hipóteses de percursos” - Gabinete de Imprensa do CNH: Os 30 Anos da “Atlantis Cup” são sinónimo de consolidação e simultaneamente de um maior número de participantes? - Jorge Macedo: Não sei se vai haver mais concorrentes este ano. A questão da participação não tem uma razão específica mas a verdade é que este figurino, que contemplou as ilhas todas, abriu um leque mais vasto de hipóteses de percursos. O que inicialmente parecia um “papão” em termos de Organização, quando a senhora Presidente da ALRAA fez essa proposta na apresentação da Regata, em 2013, foi muito bem contornado e com muito sucesso, para além de termos envolvido novos clubes na história da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”. A nossa principal dificuldade prendia-se com a duração da Regata, que não pode ultrapassar os 10 dias. A Regata larga sempre no fim de Julho coincidindo a chegada com o início oficial da Semana do Mar (primeiro domingo de Agosto), uma questão determinante para a participação.

Existe um decreto na Admnistração Pública Regional que prevê as dispensas para a participação em Provas Desportivas. Mas a mudança operada nalgumas instituições veio pôr fim a isso. Os Hospitais, por exemplo, passaram a E.P.E. (Entidade Pública Empresarial) e, como tal, os funcionários deixaram de estar abrangidos pelo decreto. Se quiserem fazer a Regata, têm de tirar férias. É claro que isso veio dificultar a participação, porque existem alguns médicos e enfermeiros com embarcações que costumavam participar e agora já nem todos o fazem. Os concorrentes do Continente têm mesmo de tirar férias se quiserem fazer a “AC”, pois estamos a falar de um mês, pelo que as férias de família acabaram! É por esse motivo que a participação não é muito expressiva, já que são necessários 6 a 8 dias para fazer a travessia até ao Faial, mais 10 dias de Prova no mínimo e novamente 6 a 8 dias para regressar a casa. Ainda assim, a delegação nacional tem estado presente através de barcos que têm representado Portugal no plano internacional, como é o caso do “Giullieta”, que já participou, por exemplo, na “Giraglia Rolex Cup”, em Saint-Tropez, ou na “Copa del Rey”, em Palma de Maiorca.

“Vila Franca do Campo foi excepcional em termos de receptividade e das condições que nos proporcionaram”, realça Jorge Macedo, aqui acompanhado por Paulo Pacheco Costa, Presidente do Clube Naval de Vila Franca do Campo e por Alexandre Rainha, Presidente da Comissão de Regata

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Vítor Mota, Alexandre Rainha, Comandante José Salema e Jorge Macedo, Director de Prova, nas Flores, em 2016

A verdade é que estamos muito longe dos continentes! Estamos no meio de tudo e do nada. - Gabinete de Imprensa do CNH: Já há interessados na edição deste ano? - Jorge Macedo: Já recebi três contactos de pessoas interessadas em fazer a Regata. Um deles é precisamente aquela equipa de Hong Kong, que estando muito longe de nós vem de novo fazer a “AC” pela terceira vez. Já confirmaram a sua presença este ano e inclusivamente já alugaram barco por cá. A última vez que vieram foi em 2016, ano em que a Regata foi às Flores e ao Corvo. - Gabinete de Imprensa do CNH: Nota-se mais entusiasmo por parte das ilhas pequenas em receber a “Atlantis Cup” em comparação com as maiores. - Jorge Macedo: Estamos a falar de uma Regata que já fez 30 anos e que se calhar já tocou 25 vezes em Ponta Delgada e em Angra (sendo a Horta sempre o ponto de chegada) e claro que as coisas vão mudando. - Gabinete de Imprensa do CNH: Quer partilhar alguns dos momentos marcantes deste percurso de décadas? - Jorge Macedo: O figurino inicial da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” – que se manteve ao longo de vários anos – apenas contemplava Horta/Angra/Ponta Delgada. O ano de 1989 contou com uma largada presidencial, dada por Mário Soares na Horta (que se encontrava em Presidência Aberta nos Açores) a bordo do navio “Creoula” da Marinha Portuguesa, naquela que

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foi a 2ª edição deste evento náutico. No ano de 1989 – que marca a cedência das actuais instalações ao Clube Naval da Horta – ocorreu uma peripécia, que podia ter sido desastrosa. A Regata estava associada à Direcção Regional do Turismo (DRT), que designava um funcionário para integrar a equipa organizativa. Na chegada a Angra do Heroísmo, esse elemento da DRT segurava a folha de registo de chegadas da etapa quando a mesma repentinamente caiu ao mar, deixando em pânico a colaboradora, que ainda se sentiu tentada a atirar-se à água em busca da folha, não fosse a densa concentração de águas-vivas na zona em questão. Valeu a rápida intervenção de um mergulhador que se encontrava nas imediações equipado com fato de mergulho e que resgatou a folha, onde figuravam os tempos de chegada dos barcos. Posta a secar e tratada com desvelo, a mesma foi recuperada para total alívio da Organização. “As ilhas mais pequenas agarram estas iniciativas de maneira completamente diferente!” Para a história fica a famosa tábua destinada a ajudar nas medições no sistema de abono CNH. Foi a tábua mais viajada de sempre! Pintada de branco, indignando o pessoal nos aeroportos, andava connosco para todo o lado. Servia para tirar as medidas destinadas ao cálculo do comprimento da linha de água. Era assim que funcionavam as medições até aparecer o ORC, sistema internacional adoptado em todo o mundo, reconhecido pela Autoridade Nacional: a Federação Portuguesa de Vela (FPV) e que veio tirar muito trabalho a quem tinha de tirar as medidas de casco a todos os barcos em prova. No primeiro ano que veio aos Açores um cruzeiro da Associação Nacional de Cruzeiros (ANC) penso que eram cerca de 20 embarcações e a maior parte foi medida com este sistema. Imagine-se a azáfama que foi e claro que a nossa famosa tábua fartou-se de trabalhar! O ano de 2013 foi marcante, altura em que se celebrou as Bodas de Prata da Regata. Registou-se a maior participação de sempre, com cerca de 40 barcos. Nestes últimos três anos tive surpresas muito agradáveis, que foram situações novas. Vila Franca do Campo foi excepcional em termos de recep-

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de equipa. Há muitos anos que desta equipa fazem parte eu, o Comandante Salema e a Alzira Luís. A Alzira Luís, prestável e sempre disponível, tem sido o rosto do Secretariado da Prova e o Comandante José Salema funciona sempre como um elemento fundamental na Comissão de Regata e no aconselhamento. Mais recentemente, o grupo alargou-se com a participação de Vítor Mota, que é o Selador oficial da Prova; de António João, o homem das Classificações (‘scorer’) e Medidor da Prova; e de Alexandre Rainha, um algarvio também sempre disponível, que desde há alguns anos tem desempenhado funções variadas dentro do ‘staff’. Em 2018, a equipa contou com dois elementos novos: o Tomás Duarte e o José Menezes. O Bruno Rosa também já tinha feito parte no ano anterior mas é um elemento novo. Este ano vou falar com ele uma vez mais, para presidir à Comissão de Regatas. O pessoal gosta desta experiência. E se perguntarmos a qualquer um deles se quer ir novamente este ano, a resposta vai ser “sim!” Os novos engrenam logo no espírito da Regata. Em 2018, o Comandante Salema não integrou este grupo por razões de saúde mas eu gostava que ele voltasse, pois ele aprecia muito este tipo de actividade e convívio. Além do mais, ele sempre foi uma pessoa ligada a este Clube e é um homem que já deu muito a esta “casa”! Basta recordar que foi o o primeiro Coordenador Pedagógico dos Cursos de Navegador de Recreio do Centro de Formação de Desportistas Náuticos do Clube Naval da Horta, responsabilidade que manteve a partir de 1997 e ao longo de vários anos, sempre de forma graciosa. Penso que o facto de ele voltar a fazer parte da equipa pode ser visto como uma espécie de homenagem. Todos gostamos desta envolvência, que obviamente dá trabalho. Mas tentamos levar isto na desportiva! O cansativo é termos de estar à espera dos velejadores, de noite, mas temos uma escala e por vezes vamos revezando-nos. Além dos que já foram acima mencionados e receando esquecer-me de alguém, recordo estes elementos que integraram parte da equipa de Organização da “Atlantis Cup”: Eduardo Sarmento, Jorge Rosa, Rogério Feio, Manuel Soares, Benedita, Fernando Medeiros, Jorge Oliveira,

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RTA mais e ir a outros pontos. Um dos sítios que nunca se foi e que não era descabido, era ir ao Algarve. Vamos sempre a Lisboa mas no Algarve temos o Alexandre Rainha que poderia ser uma peça importante nessa engrenagem. Ele já fez várias “AC” e funciona como um bom embaixador do CNH no Continente.

“Todos gostamos desta envolvência, que obviamente dá trabalho mas também permite convívio e conhecimento”

Viegas, Clotilde, Carlos Fontes, Rui Silva, Steffani, Luís Costa, Paulo Martins, Hildeberto Luís, António Oliveira, Pedro Garcia, Nuno Lima e Vítor Medeiros. Se deixei alguém de fora, que me desculpem os visados. “Não era descabido ir fazer a promoção da Regata ao Algarve” - Gabinete de Imprensa do CNH: Acha que era necessário fazer uma maior divulgação da Regata? - Jorge Macedo: A divulgação é crucial! É fundamental continuar o trabalho de promoção que se tem vindo a fazer na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). No entanto, entendo que se deve apostar

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- Gabinete de Imprensa do CNH: O Jorge fez muitos amigos pelas ilhas ao longo destes anos. - Jorge Macedo: Fiz alguns amigos e muitos conhecidos. Somos todos muito rodeados por mar mas, na minha opinião, a Vela é pouco divulgada. É um casulo tipo ouriço-caixeiro e esta gente dos barcos é pouco expansiva. Nas ilhas mais pequenas achei curioso, porque eram as pessoas mais idosas que nos abordavam e colocavam questões quando estávamos na ponta da doca à espera dos barcos. A Regata constituia um movimento diferente para eles. Para a ilha Graciosa ter tido, em 2018, pela primeira vez aqueles barcos todos dentro do porto de pescas, foi algo de muito diferente. E proporcionou fotos espectaculares! “No Faial há bastante actividade náutica” - Gabinete de Imprensa do CNH: A Regata também permitiu conhecer as ilhas de maneira diferente.

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- Jorge Macedo: É sempre gratificante ir para um sítio e demonstrar que há uma actividade nova que pode ser agarrada por outras pessoas. Não quer dizer que seja só para aquelas pessoas que estão ligadas à Vela. Seria mais uma actividade que poderia existir. No Faial, contrariamente ao que se verifica na maioria das restantes ilhas, há bastante actividade náutica. E o Festival Náutico da Semana do Mar é um pólo universal nesse sentido, proporcionando e fomentando actividade náutica ao longo de todo o dia, durante 10 dias. É uma realidade constantemente presente.

panhamento por vezes também não é o mais indicado, porque eles merecem ter um carinho especial, diferente de uma equipa de pavilhão.

“Nunca me desliguei do CNH”

- Gabinete de Imprensa do CNH: Pondera voltar a integrar um elenco directivo do Clube Naval da Horta? - Jorge Macedo: (Silêncio).

- Gabinete de Imprensa do CNH: O que distingue a Vela das outras modalidades? - Jorge Macedo: A Vela é um desporto completamente diferente dos outros. É preciso gostar mesmo muito, pois é praticada em ambientes muitas vezes agressivos, como é o caso da chuva e do frio, estando os atletas sempre molhados. Para além de ser um desporto individual e exigente. Os miúdos nem sempre são cativados e o acom-

- Gabinete de Imprensa do CNH: O Jorge deixou de pertencer à Direcção do CNH mas continuou ligado ao Clube pela Vela. - Jorge Macedo: Nunca me desliguei completamente da Vela e por só existir um Clube na minha ilha é com esse que me identifico. Deixei de ser Director da Secção de Vela de Cruzeiro do CNH mas continuo na “AC”, porque entendo que não há incompatibilidade.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Mas na actualidade já foi convidado nesse sentido... - Jorge Macedo: Não fui convidado mas fui falado. Neste momento sou Presidente da Associação Regional de Vela dos Açores e é nisso que quero estar focado e dar o meu contributo para

Jorge Macedo, Bruno Rosa e José Menezes: os novos fazem a ligação com os mais experientes na Organização

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o desenvolvimento da modalidade (VELA) na Região Açores, em conjunto com os Clubes e todos os agentes ligados à ARVA. - Gabinete de Imprensa do CNH: Voltar a ser Dirigente do CNH é algo que está fora de questão? - Jorge Macedo: A ARVA dá que fazer. Ainda só cumpri dois anos de um mandato de quatro. Mas está tudo a correr bem e para isso tem contribuído o apoio do restante elenco directivo e dos clubes associados. - Gabinete de Imprensa do CNH: E se daqui a dois anos surgir um convite para mais um mandato à frente da ARVA, aceita? - Jorge Macedo: Neste momento diria que talvez, mas dependerá dos clubes da Região Açores. - Gabinete de Imprensa do CNH: A transição do CNH para a ARVA ajudou muito! - Jorge Macedo: Posso dizer que sim, embora na ARVA seja um pouco diferente atendendo a que no CNH nunca estive ligado à Vela Ligeira mas sim à Vela de Cruzeiro. É uma situação com

“A Alzira Luís, prestável e sempre disponível, tem sido o rosto do Secretariado da Prova”

algumas diferenças, porque estamos a falar de competição mas as bases são as mesmas. “Gosto muito de trabalhar com o José Decq Mota” - Gabinete de Imprensa do CNH: Embora tenha experiência como Director de Prova da “AC” e goste particularmente da vertente organizativa, o facto de ser este o Presidente do CNH

“Ao longo destes mais de 20 anos em que estive envolvido na “AC”, fiz alguns amigos e muitos conhecidos”

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Para Jorge Macedo (aqui ao lado de Jorge Krug Pires, velejador do CNH), “a Vela é um desporto completamente diferente dos outros”

foi decisivo para aceitar uma vez mais ser o coordenador da Regata? - Jorge Macedo: Claro que fez diferença ser Presidente do CNH quem é! Gosto muito de trabalhar com o José Decq Mota, o que já acontece desde há bastantes anos. O facto de ter pertencido a algumas das direcções presididas por ele, também contribuiu para este conhecimento antigo. Recordo-me que estava na Direcção com ele em 1997 e em Julho de 1998 vi-me forçado a abandonar, porque deixei de ter disponibilidade para tal devido ao sismo. A verdade é que ao longo destes vários anos como Director de Prova da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” já trabalhei com muitos Presidentes do CNH, pois o que está em causa é a Vela, embora as pessoas ajudem muito. - Gabinete de Imprensa do CNH: Isso quer dizer que está na disposição de acompanhar o mandato do actual Presidente do CNH enquanto Director de Prova da “AC”? - Jorge Macedo: Enquanto eu tiver disponibilidade e alguma vitalidade, faço com gosto. A primeira vez que colaborei com o Clube Naval da Horta foi nos anos 80, quando Aurélio Melo era Presidente da Direcção. Eu não integrava o elenco directivo mas ajudava por “culpa” do meu vizinho, o Carlos Lacerda, que me pediu colaboração. Depois trabalhei com o Manuel Fernando Vargas e mais tarde com o João Garcia, durante dois mandatos. No tempo em que o Renato Azevedo foi Presi-

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dente, também dei apoio à “AC”. Na Direcção do Hugo Pacheco só não dei apoio no primeiro ano do mandato. Trabalhei integrado em direcções cerca de 15 anos, tendo sido simultaneamente, durante alguns anos, Director da Secção de Vela de Cruzeiro deste Clube e Director de Prova da Regata, um cargo que na prática significa coordenar tudo o que esteja relacionado com a Regata nos diversos sectores. Por isso, era bem mais fácil levar a cabo esta tarefa quando integrava a Direcção do Clube Naval da Horta. Relativamente à “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” – que acompanho garantidamente há mais de 20 anos – primeiro fui Oficial da Comissão de Regata, uma espécie de árbitro da competição, e depois colaborei como Medidor Oficial (sendo também Medidor Oficial da Federação Portuguesa de Vela (FPV), com o nº 13, no sistema ORC) que abrange a segurança e a fiscalização de medições das embarcações. Estive igualmente envolvido, ao longo de várias edições deste evento, na Selagem de Motores. “Acho que o CNH já faz demais!” - Gabinete de Imprensa do CNH: Atendendo ao conhecimento acumulado e à vasta experiência, podemos dizer que o actual Presidente é o melhor que esta “casa” poderia ter? - Jorge Macedo: Estamos bem com este Presidente. Para já, é uma pessoa que sabe de Vela e conhece a “casa”. Tudo o que apareça não é novidade para ele em termos de Clube Naval. As coisas já fluem normalmente. Não há atropelos. Mas é preciso que ele tenha à sua volta alguém que o ajude, pois não pode tratar de tudo sozinho. Mesmo sendo reformado. - Gabinete de Imprensa do CNH: Considera que o CNH pode fazer mais nas actuais circunstâncias? - Jorge Macedo: Acho que já faz demais! É um Clube com muita actividade e variadas Secções. Se formos a outros clubes navais do país – já nem falo a nível regional – não é fácil haver tanta actividade como aquela que o CNH realiza ao longo de todo o ano. Mesmo em termos de apoio, quando há uma regata numa prova regional há clubes do Continente que têm de pagar a pessoas para irem

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colocar e levantar as bóias. Não sei se aqui vamos chegar a esse ponto. O Clube Naval da Horta tem de ter algum cuidado para não correr esse risco num futuro próximo. Quem integra as Comissões de Regata e Segurança, passa muitas horas no mar! “O CNH tem capacidade organizativa e moldura humana para mais” - Gabinete de Imprensa do CNH: Mesmo sem as condições ideais, a ambição é ir sempre mais além... - Jorge Macedo: Penso que o Clube tem capacidade organizativa e moldura humana para isso mas é preciso ter cuidado para não haver atropelos. O problema do CNH é não dispôr de verbas próprias para acompanhar este ritmo frenético de actividade, porque tudo isso custa muito dinheiro!

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- Gabinete de Imprensa do CNH: Uma sede neste estado pode condicionar o ritmo? - Jorge Macedo: Neste momento a sede começa a ser um pesadelo, na medida em que, por exemplo, é triste estar numa reunião de Direcção ou outra e ser necessário desviar a mesa, porque está a chover em cima. Isto não abona em nada o Clube! O CNH tem uns balneários que são uma vergonha! Para além de servir os seus velejadores, também serviu sempre as empresas marítimo-turísticas desde o seu início. De cada lado existem dois duches: dois masculinos e dois femininos. Humanamente esta é uma situação muito precária! Deveria ter pelo menos uma bateria de quatro a cinco duches por balneário. Em muitos aspectos, o CNH está a ficar sem as condições mínimas. Foi pena os proprietários deste edifício terem deixado chegar a sede do CNH a este estado de degradação.

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“A Vela é um desporto individual e exigente”, sustenta Jorge Macedo, aqui ao lado da velejadora do CNH, Maísa Silva

- Gabinete de Imprensa do CNH: Qual a razão para as obras nunca terem avançado? - Jorge Macedo: É melhor perguntar isso ao poder político! Ao longo dos anos, a Portos dos Açores – na altura Junta Autónoma dos Portos – nunca fez as manutenções normais necessárias no edifício. Isso deveria ter acontecido antes mesmo de se pensar nestas intervenções. E é preciso deixar claro que este edifício não sofreu nada com o sismo de 98. Todas as degradações já lá estavam, só que em menor escala. A impermeabilização das paredes exteriores deste edifício, todo em betão armado, era verniz de betão. Em alternativa poderia ter sido usada tinta. Mas se nunca mais foi aplicado qualquer material impermeabilizante, era inevitável que a degradação ia ser galopante! O betão normal é um material muito absorvente. Portanto, tudo o que bate naquelas paredes é absorvido e chega rapidamente ao ferro, começando este a aumentar de diâmetro e a rebentar com a sua envolvência. E já há algum ferro a aparecer, inevitavelmente. Podiam ter debelado tudo isso com um simples envernizamento a verniz de betão, evitando que se tivesse chegado a este ponto.

Jorge Macedo, Director de Prova da “AC” e José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, na apresentação de cumprimentos ao Presidente da Associação Nacional de Cruzeiros de Lisboa, Ruy Ribeiro, em Março de 2014

- Jorge Macedo: Penso que te referes a pessoas com responsabilidades públicas. Os políticos todos sabem muito bem como é que isto está! E em relação aos Sócios e demais pessoas, só não sabem da actividade do Clube se não quiserem, pois basta aceder ao ‘site’ do CNH, sempre com conteúdos sobre as suas acções. - Gabinete de Imprensa do CNH: Apesar da falta de condições, a verdade é que a actividade aumentou no CNH. Como é que se explica isso? - Jorge Macedo: O aumento da actividade revela a força de vontade dos Dirigentes do Clube, que têm tornado possível tudo isto! Uma Direcção deve trabalhar em conjunto. E as do CNH trabalham! As coisas não caem do céu. Quem anda à volta deste Presidente tem de acompanhá-lo e a verdade é que ele consegue mobilizar quem o rodeia. Embora eu considere que o Clube já foi um pou-

“O aumento da actividade revela a força de vontade dos Dirigentes” - Gabinete de Imprensa do CNH: Há alguém que desconheça o que se passa no Clube Naval da Horta?

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O CNH é um embaixador do Faial no Mundo. Mauro Olmedo Alonso, Presidente do Club Maritimo de Canido, na Galiza, troca lembranças com José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, em Maio de 2014

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Jorge Macedo com uma equipa representativa dos Açores, numa Prova de Vela Nacional em Viana do Castelo

co melhor em termos de organização de eventos, mesmo assim continua acima da média, porque a Direcção funciona como uma equipa. Há muitos clubes que não funcionam tão bem, somente porque os dirigentes não se aplicam o suficiente. O CNH precisava de um patrocinador forte, porque tem gastos brutais devido ao grande volume de actividade que desenvolve. Ninguém imagina! Só quem segue de perto, com alguma curiosidade e sabe das contas, é que poderá ter uma noção do que se passa nesta “casa”! - Gabinete de Imprensa do CNH: A maioria das pessoas não tem essa percepção... - Jorge Macedo: Só os que têm interesse em saber, ou seja, os Sócios que participam nas Assembleias-Gerais. E muitos outros sabem, porque a informação chega. Há pessoas que não têm nada a ver com o Clube e dizem-me: “Ah, vocês fizeram isto e aquilo...” Vão-me perguntando aqui no Faial e até mesmo quando saio da ilha. Nota-se que a informação circula e chega a muitos lados.

“A ideia que passa é de que o CNH é um Clube cheio de movimento e vitalidade!” - Gabinete de Imprensa do CNH: Sente isso? - Jorge Macedo: A informação existe e acho que a comunicação do Clube para o exterior é uma realidade! Se as pessoas não lêem, é porque não querem. Para se ter a noção do volume da actividade do CNH é preciso fazer o acompanhamento ao longo de todo o ano e não apenas por altura do Festival Náutico da Semana do Mar, no Verão. - Gabinete de Imprensa do CNH: E qual é a ideia que passa para fora sobre este Clube? - Jorge Macedo: É de um Clube cheio de movimento e vitalidade! E é! Até mesmo no Continente é essa a ideia que passa. Aquela malta da Associação Nacional de Cruzeiros, com grande actividade ao nível de regatas de cruzeiro, já ouviu falar do CNH. Não somos assim tão pequenos! No contexto nacional, acho que o CNH é bem cotado no que concerne ao conhecimento que têm desta instituição. A boa organização, com sabedoria e experiência, é um marco desta “CASA”.

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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


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