Ir_ao_mar - Nº61 - Abril 2019

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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

Fred Buyle 2019

ABRIL 2019 Nยบ 61


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APNEIA NOVO RECORDE NACIONAL FEMININO ALCANÇADO NO MEETING INDOOR AIDA, NO FAIAL

Momento em que Cátia Machado comemora o Recorde alcançado, sob a supervisão de Simone Martins e Paulo Nóbrega, juízes oficiais da AIDA

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o Meeting Indoor Apneia 2019 – uma competição oficial da Associação Internacional para o Desenvolvimento da Apneia (AIDA) – que decorreu na ilha do Faial, sexta e sábado passados (dias 26 e 27 do corrente), foi alcançado um novo Recorde Nacional Feminino pela atleta do Clube Naval de Rabo de Peixe (São Miguel), Cátia Machado, que nadou 107 metros debaixo de água na disciplina de Apneia sem Barbatanas. A prova teve como juízes Paulo Nóbrega e Simone Martins, que desde o ano passado são juízes oficiais da AIDA Internacional e, como tal, estão habilitados a validar as ‘performances’ dos atletas em provas oficiais AIDA.

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Paulo Nóbrega e Simone Martins foram, também, os organizadores deste Meeting Indoor Apneia 2019 – tendo contado com a participação fundamental do Clube Naval da Horta (CNH) – os quais partilham com todos nós os resultados deste evento, muito elogiado pelos atletas. “Todos os atletas manifestaram a sua satisfação pela forma como decorreu a competição” - Gabinete de Imprensa do CNH: Como decorreu esta competição? - Simone Martins: A prova decorreu muito bem, com um espírito muito competitivo, mas sempre numa atmosfera de entre-ajuda entre os atletas. Tivemos uma equipa que conseguiu gerir todas as etapas da prova e que contribuiu para o sucesso destes dois dias de competição. Sendo esta uma competição AIDA, os resultados contaram para o ‘Ranking’ Oficial desta Associação.

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CLUBE NAVAL DA H - Gabinete de Imprensa do CNH: Houve representantes de diferentes países... - Paulo Nóbrega: Estavam inscritos 21 atletas entre residentes no Faial, São Miguel e Continente português. Nos dois dias anteriores à prova tivemos algumas desistências, acabando por serem 17 os atletas que participaram. Além de Portugal, estiveram representados mais três países: França, Espanha e Itália. - Gabinete de Imprensa do CNH: Qual o ‘feedback’ dos participantes? - Paulo Nóbrega: Tivemos, por parte dos atletas, reacções muito positivas. Todos manifestaram a sua satisfação pela forma como decorreu a competição. Os que participaram pela primeira vez adoraram a experiência e querem repetir. No dia a seguir ao Meeting, recebemos mensagens de vários atletas e de outros intervenientes a agradecer a oportunidade de terem participado nesta prova e de terem desenvolvido as suas capacidades na Apneia. - Gabinete de Imprensa do CNH: Como classificam o desempenho dos atletas locais? - Simone Martins: Para muitos dos atletas locais

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foi a sua primeira vez numa competição de Apneia desportiva. No entanto, quase todos melhoraram em muito as suas melhores marcas pessoais realizadas nos treinos. Notou-se, por parte deles, um maior interesse no final da competição devido às marcas conseguidas e um desejo de melhorar ainda mais. Mesmo alguns, que inicialmente não demonstraram muito interesse em participar em competições, reconheceram que estes eventos são fundamentais para progredir neste desporto. Destaca-se, também, a excelente ‘performance’ realizada por Paulo Decq Motta na disciplina de Apneia Estática. O atleta realizou uma ‘performance’ superior ao actual recorde nacional nesta disciplina, mas, infelizmente não conseguiu completar com êxito o protocolo exigido no final, pelo que a marca de 6 minutos e 25 segundos não pôde ser homologada. - Gabinete de Imprensa do CNH: A Organização sente-se satisfeita? - Simone Martins: A Organização não podia estar mais satisfeita pela forma como se desenrolou esta competição! Todos os participantes – atletas e ‘staff’ da Organização – cumpriram as funções

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RTA - Gabinete de Imprensa do CNH: Qual a prova que se segue? - Paulo Nóbrega: Para já, não há data marcada para a próxima competição aqui no Faial, tirando a prova de Apneia que decorre na Semana do Mar. No entanto, devido ao interesse de vários atletas em repetir a experiência, é de prever que se realize ainda este ano outra competição de Apneia, na piscina.

planeadas e não se registaram contratempos. E gostaríamos de agradecer em primeiro lugar a todos os atletas que participaram, por terem cumprido as regras de boa conduta e pelo entusiasmo demonstrado durante toda a prova. Além de toda a ajuda por parte da Direcção do CNH, representada por Jorge Fontes e Olga Marques, gostaríamos de deixar um agradecimento especial aos que, voluntariamente, participaram na Organização, nomeadamente o João Nascimento, a Joana Bulcão e a Alexandra Rosa. Fundamental foi, também, o papel do Décio Leal, responsável pela segurança dentro de água, e do Paulo Sérgio, que o auxiliou durante a prova. Um obrigado à Enfermeira Patrícia Lourenço, pela sua disponibilidade enquanto equipa de segurança fora de água. Tivemos, ainda, a participação da Raquel Martins, que realizou alongamentos de relaxamento aos atletas durante os dias da prova, tão importantes para este desporto. Um agradecimento à empresa “Norberto Diver” pelo ‘Kit’ de oxigénio. Gostaríamos de agradecer ao apneísta recordista mundial e fotógrafo subaquático, Frederic Buyle, pelas excelentes fotos que foi tirando ao longo da competição e pela oferta de um fato de mergulho, em nome da “Mares”, que foi sorteado entre os atletas. Agradecemos, igualmente, a presença de Hugo Damásio, em representação da Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas (FPAS), que teve um papel de observador para possíveis colaborações entre a AIDA - Secção Portugal e a FPAS. E claro, um agradecimento especial ao Serviço de Desportos, pela cedência do espaço da piscina.

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- Gabinete de Imprensa do CNH: Os treinos na piscina vão manter-se até quando? - Paulo Nóbrega: Pelo menos até Junho, altura em que poderão iniciar-se treinos no mar, dependendo do número de interessados. - Gabinete de Imprensa do CNH: O Jantar de Entrega de Prémios foi uma festa! - Simone Martins: Sim! Decorreu na sede do “SOS Conceição”, tendo sido um convívio entre todos, com excelente ambiente. Além do aspecto competitivo, estes momentos de confraternização são fundamentais para o desenvolvimento da modalidade. Os atletas vão-se conhecendo, trocando experiências e ajudando-se mutuamente. Para os que se deslocaram ao Faial, esta prova constituiu uma oportunidade para conhecer um pouco da ilha, fora da piscina. Os prémios foram patrocinados pelo Clube Naval da Horta, tendo a Cerimónia de Entrega de Prémios contado com a presença de Olga Marques, Vice-Presidente da Direcção do CNH; Jorge Fontes, Director da Secção de Apneia e Actividades Subaquáticas do Clube Naval da Horta que é, também, Vice-Presidente da Direcção do Clube; e Gilberto Carreira, Dirigente do CNH, a quem agradecemos a colaboração.

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CANOAGEM 7 ATLETAS REALIZARAM A PROVA DE CONTROLO

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os 14 atletas convocados, 7 realizaram a Prova de Controle da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH), que decorreu sábado, dia 6. As adversas condições atmosféricas levaram a sucessivos adiamentos desta Prova, que estava inicialmente calendarizada para o dia 16 de Março, tendo sido adiada para o dia 30 desse mesmo mês e finalmente realizada sábado. Francisco Garcia, Juiz Árbitro de Canoagem, deixa esta análise ao desempenho dos canoístas do CNH: “Em comparação com o ano passado, denota-se uma descida de forma por parte dos atletas nos exercícios de abdominais, flexões e paralelas. No entanto, na água melhoraram muito os tempos, o que poderá estar directamente relacionado com o plano de água e vento, que este ano estavam mais favoráveis. Porém, as diferenças são de apenas alguns segundos nos exercícios em terra, o que não é mau”.

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Os resultados alcançados já foram remetidos à Associação Regional de Canoagem dos Açores (ARCA), sedada na ilha Terceira, e presidida pelo professor Antas de Barros.

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CANOAGEM TORNEIO DA PRIMAVERA CONTOU COM 9 ATLETAS

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ecorreu na manhã de sábado, dia 27, o Torneio da Primavera da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH), em que participaram 9 atletas. Tratou-se de uma Prova de Velocidade, em que os canoístas dos Escalões Menor e Infantil percorreram uma distância de 500 metros, enquanto que os Cadetes, Juniores e Veteranos fizeram 1.000 metros. De acordo com Susana Rosa – Responsável por esta Secção juntamente com José Fernandes – “havia um pouco de vento, o que dificultou a progressão dos atletas”. Terminada a prova, decorreu o habitual lanche-convívio, em que todos partilharam o que trouxeram de casa e trocaram impressões.

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS CARLA MARTINS: “PARA MIM, A SECÇÃO DE CANOAGEM É OUTRA FAMÍLIA”

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oi o filho (Lucas) que a convenceu a experimentar a Canoagem já lá vão perto de 4 anos. O “bichinho” ficou e hoje é uma das atletas que mais leva este desporto a sério no Clube Naval da Horta (CNH). Na Entrevista concedida no âmbito da rubrica “Conhecer os Nossos Atletas”, Carla Martins fala dos seus receios pessoais e das necessidades com que se debate a Canoagem no Faial, que, no seu entender, é “o parente pobre do Clube”. - Gabinete de Imprensa do CNH: Quando começou esta aventura saudável? - Carla Martins: No fim de 2015, porque o Lucas já fazia Canoagem e o Carlos Pedro, que era o treinador na altura, perguntou-me se eu não queria vir também. Experimentei e gostei! Mas foi difícil! Eu já tinha uma noção do que era o Clube Naval, pois vinha sempre deixar o Lucas no Verão, nas “Férias Desportivas”.

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“Agora, sou a Maria dos Desportos” - Gabinete de Imprensa do CNH: O desporto já era uma realidade? - Carla Martins: Fazia ginásio e corria. Com o nascimento do Lucas fiquei mais parada e agora sou a “Maria dos Desportos”. Faço, ainda, crossfit, zumba e umas caminhadas mas gosto muito da Canoagem. - Gabinete de Imprensa do CNH: Qual é a parte mais difícil na Canoagem? - Carla Martins: O mais difícil é ganhar o equilíbrio e treinar nos dias de mau tempo e frio. Houve um treino – que foi dos piores – em que apanhámos chuva torrencial e granizo. Queria remar e não conseguia. Ainda por cima revirei! O que me valeu foi que cá fora fazia tanto frio, que a água estava quentinha. Mas para saltar depois para o caiaque e voltar a remar, foi dificil! - Gabinete de Imprensa do CNH: E o maior receio é...?

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CLUBE NAVAL DA H - Carla Martins: Revirar! Se tivessemos todos ‘surfski’ aí, mesmo que revirássemos, conseguíamos, por nós próprios, entrar de novo no caiaque. Num ‘surfski’ a água entra e sai, permitindo que o atleta consiga por si mesmo voltar a entrar no caiaque. Mas nestes caiaques que temos – antigos e pesados – a água entra e não sai, podendo mesmo afundarem-se. E sempre que entra água, temos de chamar alguém para nos ajudar. Tive um treino em 2018, no Inverno, em que o caiaque voou e começou a encher de água. Fiquei assustada e engoli uns pirolitos. O que é preciso é ganhar o equilíbrio no caiaque para não revirar. - Gabinete de Imprensa do CNH: Mas há uns mais estáveis do que outros... - Carla Martins: Mudei para um caiaque mais estável, o que fez com que tenha passado para um de classe mais baixa mas é mais seguro do que o anterior. Comecei a treinar num Katabatic e agora voltei a um Millennium. Andei para trás em termos de caiaque mas não em termos de evolução da modalidade.

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Com esta mudança, consigo tirar mais partido, ou seja, remar a técnica da pagaiada. Consigo remar e avançar e no outro, por causa da falta de equilíbrio e de revirar, não conseguia pagaiar como deve ser, e revirava. Tive um Inverno inteiro a revirar constantemente. “Não há material para todos e o que existe já não oferece segurança” - Gabinete de Imprensa do CNH: A falta de material é muito notória? - Carla Martins: Estamos a falar de caiaques mesmo muito antigos! A maior parte tem fita adesiva por todo o lado e metem água. Vamos treinando e pondo e tirando fita adesiva permanentemente! No fim de cada treino, é preciso estar ali a tirar a água que é para no treino seguinte os caiaques poderem estar operacionais. Se eles fossem antigos e seguros, tudo bem. Mas neste momento o que está em causa é a segurança. Estão mesmo todos em mau estado! Não têm ponta por onde se lhes pegue. Também temos algumas pagaias partidas e não

“O que é preciso é ganhar o equilíbrio no caiaque para não revirar”

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há coletes para todos e, tal como os caiaques, alguns apresentam-se com fita adesiva por todo o lado. Se vierem todos os canoístas aos treinos – cerca de 20 – não há caiaques nem coletes em número suficiente. Resumindo: não há material para todos e o que existe já não oferece segurança.

co que temos. Imaginem então se tivessemos condições como os das outras ilhas!... Na Terceira e em São Miguel há muita diferença em termos de material e naturalmente de resultados, pois uma coisa está relacionada com a outra. Nem sei como é que conseguimos resultados tão bons!

- Gabinete de Imprensa do CNH: É possível evoluir nessas condições? - Carla Martins: Claro que não! Os nossos caiaques parece que saíram da sucata! São os piores de todos a nível Açores. E isso fica bem patente quando vamos a provas regionais em que o material de todos os clubes está exposto lado a lado. Os nossos caiaques são horríveis. Chegamos a ter vergonha, porque está mesmo tudo em mau estado! Os colegas das outras ilhas dizem-nos frontalmente que temos condições muito fracas e que não sabem como é que ainda conseguimos andar nestes caiaques.

- Gabinete de Imprensa do CNH: O que faz suportar esta falta de condições? - Carla Martins: O gosto, mas não é facil! Não é a falta de condições que vai fazer-me desistir. Mas pode acontecer com outros... Se há um dia em que não posso vir, fico a pensar: “Como será que correu hoje o treino? Será que correu bem?” Eu gosto e o convívio que temos após as provas – em que cada um partilha o que traz – é bom para nos juntarmos e conversarmos em vez de cada um ir para o seu lado. Convivemos um bocadinho e falamos sobre a prestação de cada um. Somos mesmo unidos como equipa e como amigos, caso contrário já tinha desistido. Não estou na Canoagem só pelo desporto em si mas porque

- Gabinete de Imprensa do CNH: Mas os resultados são bons! - Carla Martins: Muito fazemos nós com o pou-

Carla Martins: “Nem sei como é que conseguimos resultados tão bons!”

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“Somos mesmo unidos como equipa e como amigos”

somos um grupo amigo, brincamos e convivemos todos. Ali há um carinho e uma amizade que se sente. Sou a “velha” do grupo. Chamam-me “velha” no sentido carinhoso. A Júlia e o Miguel Lourenço são os mais novos. Aliás, o Faial é a única ilha que tem canoístas assim tão novinhos. Pelo menos era assim até ao ano passado. É engraçado chegarmos aos Regionais com eles os dois. Eu gosto e temos atletas de várias idades e em todos os escalões. - Gabinete de Imprensa do CNH: Material novo ou semi-novo poderia funcionar como um estímulo? - Carla Martins: É claro que se os atletas tivessem caiaques diferentes (melhores), talvez isso pudesse funcionar como uma motivação. Mas o Clube tem de investir, porque já não há condições para treinar. Estamos a falar de uma questão de segurança. Aliás, foi publicada uma lei em que já só são permitidos ‘surfski’ em prova. E o CNH só tem um, que é aquele que é usado pelo Clésio. Por tudo isto, naturalmente que não tenho dúvidas em afirmar que a Canoagem é a Secção mais pobrezinha do CNH. E se isso não for suficiente,

basta olhar para o nosso contentor (sede da Secção): está velho e tornou-se demasiado pequeno. Já nem cabemos todos lá dentro! Nem sequer o equipamento cabe todo lá, quanto mais material e atletas! - Gabinete de Imprensa do CNH: Mas é nesse contentor que funciona o mini-ginásio... - Carla Martins: Tem lá algum material para treinarmos mas não conseguimos por falta de espaço! Cheguei a vir treinar em 2018 com o Clésio mas tinha de esperar que ele acabasse ou, então, que encolhesse as pernas para eu poder usar outro aparelho. Se o Zé [José Gomes] aparecesse também, já não dava! Não temos equipamento nem condições. Podemos ver há quantos anos não se faz um investimento na Canoagem. O último caiaque que compraram há quantos anos era aguardado!? E quanto tempo já passou desde isso? - Gabinete de Imprensa do CNH: Esta situação vergonhosa é do conhecimento de todos no Clube...

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Entrega de Prémios referente ao Campeonato Regional de Canoagem de Mar 2018, realizado no Faial, no decorrer do Festival Náutico, organizado pelo CNH Da esquerda para a direita: Susana Rosa (Directora da Secção); Ester Pereira (Vereadora camarária); José Decq Mota (Presidente da Direcção do CNH); Carla Martins (ostentando o Prémio conquistado) e Antas de Barros (Presidente da ARCA)

- Carla Martins: Obviamente que sim, pois já se arrasta há imenso tempo! Todos vêem este quadro mais do que precário e queixamo-nos sempre. Já falámos com o Treinador [Hugo Parra] e a Directora da Secção [Susana Rosa] sabe de tudo! (É uma pessoa muito presente e interessa-se mas sabemos que, por si só, não vai conseguir alterar esta situação). Portanto, há muito tempo que a Direcção tem conhecimento do que se passa. “ARCA devia ajudar o CNH com novos caiaques” - Gabinete de Imprensa do CNH: Não havia a intenção de realizar umas iniciativas para angariar fundos? - Carla Martins: Tínhamos pensado fazer um jantar mas na data agendada não foi possível para todos. Penso que talvez pudessemos ter conseguido comprar um ou dois caiaques em segunda mão. Um novo custa cerca de 2 mil euros e um em segunda mão pode rondar os 800 euros. E

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depois esse material ia rodando por todos. Mas nunca mais se falou nisso. E se for através do Clube, acho que nunca mais se resolve este problema. Também já pensámos pedir patrocínios. O professor Antas de Barros, Presidente da Associação Regional de Canoagem dos Açores (ARCA), diz que temos de arranjar fundos mas na minha opinião a ARCA também deveria ajudar, pois é o organismo que tutela esta modalidade na Região. E penso que também poderia ter a sua Página actualizada com os resultados dos atletas de cada ilha, tendo em conta que gostamos de consultar essas tabelas. Até seria bom para percebermos aquilo em que poderíamos melhorar. - Gabinete de Imprensa do CNH: Fisicamente, a Canoagem puxa! - Carla Martins: Puxa muito pelos ombros e a posição das pernas também, pois temos de fazer força e esse movimento que se faz é igualmente

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CLUBE NAVAL DA H bastante cansativo! É preciso ter resistência. Fazemos aquecimento antes dos treinos e das provas. - Gabinete de Imprensa do CNH: O Hugo é o segundo Treinador que a Carla conheceu no Clube. Que opinião tem sobre ele? - Carla Martins: O Hugo percebe e quer que façamos sempre o melhor. O facto de vir da competição também ajuda nesse sentido. Ele gostava que em certos treinos deixássemos um pouco a brincadeira. Há dias em que ele próprio concorda que seja mais leve mas noutros é necessário treino mais intensivo para evoluirmos. Este Inverno foi terrível devido ao mau tempo. O vento é o nosso principal inimigo. Com chuva e mesmo com o mar mais alteroso conseguimos treinar mas com mar alteroso e vento, nem pensar! Eu tenho medo; sou medrosa em certas situações. E quando assim é, o Hugo diz-me logo: “Tu não penses! Rema e não penses!” - Gabinete de Imprensa do CNH: O que interessa é ir evoluindo sempre! - Carla Martins: Tentamos ir sempre dando o nosso máximo e melhorando em cada prova. É essa

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a linha de pensamento do Treinador. Por isso, em cada treino temos de trabalhar ainda mais. De Inverno, quando o sol se põe não podemos estar no mar. E fazer um treino de meia-hora (entre as 17h30 e as 18h00) não dá! A essa hora já está escuro! Também já chegámos a fazer o treino em terra mas de Inverno aparecem poucos. As condições atmosféricas são complicadas e não temos condições materiais para fazer treinos no nosso contentor. Agora, com os dias maiores, já podemos fazer mais treinos durante a semana e ao sábado. - Gabinete de Imprensa do CNH: O apoio dos colegas é muito importante. - Carla Martins: Vamos juntos e damos apoio uns aos outros. Sempre que não conseguimos pôr o colega de novo no caiaque, ficamos ali à espera que o Hugo chegue. Quando vemos um colega nosso revirado, alguém está cansado, com uma câimbra ou outra coisa qualquer, chegamos junto dele, ele agarra-se ao nosso caiaque e ficamos ali até a situação estar controlada. Claro que há rivalidade entre os miúdos para ver quem chega primeiro ou faz um bom treino mas quando é necessária ajuda, todos são pres-

“O vento é o nosso principal inimigo”

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RTA mais e dói! Eu noto que a minha técnica está muito melhor, porque dantes eu remava, remava e quase que não saía do mesmo sítio. Para já, não tinha grande força de braços e depois não punha a pagaia totalmente dentro da água. Ficava sempre um bocadinho fora. Ou seja: a quantidade de água que eu punha para trás era mínima. Por isso, remava, remava, remava e ficava quase sempre no mesmo sítio. Agora está muito melhor!

Hugo Parra, Treinador (Competição) de Canoagem do CNH e os atletas Carla Martins - Veterana Femininos: 1º lugar; Clésio Pereira - Júnior: 1º lugar; e José Gomes - Veterano B: 2º lugar, na Entrega de Prémios referente ao Campeonato Regional de Canoagem de Mar 2018, realizado no Faial no decorrer do Festival Náutico, organizado pelo CNH

táveis. E é disso que eu gosto! - Gabinete de Imprensa do CNH: Era bom a Canoagem ter sido uma realidade há mais tempo? - Carla Martins: Para mim, foi a altura ideal. Antes nem pensava nisso mas depois fui atrás do Lucas. Claro que quanto mais cedo uma pessoa começar, mais anos de técnica e de resistência adquire e mais isto e mais aquilo. É como em tudo! - Gabinete de Imprensa do CNH: Quem é o ás do grupo? - Carla Martins: O Clésio! Mas o Zé, que é da minha idade [faixa etária dos 40], fica à frente de muitos rapazes novos. O Miguel Pires também é bom. Acho que dá para investir em todos, se eles quiserem, claro. - Gabinete de Imprensa do CNH: Então, o que importa é treinar! - Carla Martins: Treinar e ter a técnica! - Gabinete de Imprensa do CNH: Em que consiste a técnica? - Carla Martins: A técnica é saber a pagaiada, saber virar o corpo para ajudar a impulsionar a pagaiada. E aqui a perna também ajuda. São várias coisas juntas. Não é só meter a pagaia na água. É saber pôr a pagaia à frente para virar a água para trás, que é o que faz o caiaque andar. É o virar o corpo e ajudar com a força de ombros a pagaiada. Se for só com a mão, custa

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- Gabinete de Imprensa do CNH: Há poucos elementos femininos na Canoagem, mesmo a nível regional e até nacional. Porquê? - Carla Martins: O Hugo diz que não há muita competição feminina. E no CNH somos apenas duas atletas. Por isso, tento trazer mais meninas para a Canoagem. Mas não se afigura uma tarefa muito fácil. Algumas pessoas têm medo do mar e dizem que eu sou maluca por estar na Canoagem. Pensam que vou num barco com mais alguém e quando explico que ando sozinha, dizem-me num tom assustado: “Naqueles barquinhos pequeninos? Sozinha!?!” E chamam-me maluca. Eu incentivo sempre amigos meus a virem experimentar nem que seja só no Verão mas nem isso querem, porque estão envolvidos noutros desportos ou porque simplesmente têm receio. - Gabinete de Imprensa do CNH: Noutros ambientes o Clube é tema de conversa? - Carla Martins: Sim. As pessoas com quem eu falo sabem que o Clube existe e o que faz. Mesmo quem anda pelo Clube não sabe tudo o que se passa aqui, pois a actividade é muito vasta mas através da Página, vou acompanhando o agendamento das actividades, os resultados e consigo fica inteirada. Naturalmente que temos especial interesse quando são assuntos relacionados com a nossa Secção, em que vamos ler o que cada um disse e depois gozamos uns com os outros. - Gabinete de Imprensa do CNH: Era bom haver mais clubes no Faial? - Carla Martins: Acho que não! Se houvesse mais clubes talvez o número de atletas fosse maior mas também podia provocar divisões. São Miguel e Terceira têm vários clubes e muitos atletas mas no Faial o ambiente é bom e somos

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Carla Martins: “Quando é necessária ajuda, todos são prestáveis. E é disso que eu gosto!”

todos amigos no CNH. Para mim, a Secção de Canogem é outra família. Sentimos a falta uns dos outros. - Gabinete de Imprensa do CNH: A aquisição de caiaque próprio é algo a ponderar? - Carla Martins: Ainda pensei comprar um caiaque mas como não sei o meu futuro na modalidade, deixou de ser uma prioridade. Temos um colega – o José Gomes – que investiu na Canoagem e comprou dois ‘surfski’. - Gabinete de Imprensa do CNH: O Clube tem um papel importante na formação? - Carla Martins: Sim, tem muitas actividades e muitas crianças inscritas. Em vez de estarem em casa sem fazer nada ou a ver televisão, é muito importante que venham para o Clube praticar um desporto, pois tudo o que seja actividade física é fundamental para a saúde física e mental! Sou muito apologista disso. Os miúdos têm de ter actividade física, o que também lhes ensina regras e aprendem a desenrascar-se. Essa é outra das mais valias da prática do desporto. Na Canoagem percebo que os miúdos estão

muito bem integrados e que esta modalidade os ajuda a crescer como atletas e como pessoas. Dou o exemplo do Jerónimo, que é um miúdo que cativa. Gosto muito dele! E ele adora pescar, o que também é muito saudável. Ele e o Rafael andam sempre muito juntos na pesca. O outro lado de Carla Martins - Prato preferido: Gosto de praticamente tudo! - Clube: Benfica mas não sou doente. - Signo: Leão. - Filme marcante: O “Piano”. Já o vi 5 ou 6 vezes e choro sempre... - Género televisivo peferido: Gosto de aventura, de romances, de policiais, de tudo! Gosto de chorar baba e ranho, de me rir à fartazana e de pregar sustos! - Qualidade: O meu marido diz que eu gosto muito de ser certinha. - Defeito: Sou refilona o que pode ser mau mas também pode ser bom. - Desportos de mar ou de terra: Ambos. - Tempos livres: Tenho poucos mas por vezes à noite fico um bocadinho no tablet.

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MINI-VELEIROS JOÃO NUNES VENCEDOR DO CAMPEONATO DE 2018

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entro dos velejadores que costumam participar nas Provas dos Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH), 2018 foi o ano que registou o maior número, com um total de 15 atletas. Isso mesmo foi destacado com gosto por João Sequeira, o Responsável por esta Secção, no decorrer da Entrega de Prémios do Campeonato de 2018, que aconteceu na tarde desta sexta-feira, dia 5, no Bar do CNH. O facto de as eleições para os Corpos Sociais do CNH terem sido adiadas para Janeiro deste ano também contribuiu para que estes Prémios só agora tenham sido entregues. José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, sublinhou “a regularidade e o empenho dos velejadores na organização desta Secção e na realização do Calendário estipulado”, preparando-se para arrancar com as actividades relativas a 2019.

“Esta é uma Secção que desperta interesse, na medida em que há pessoas que perguntam quando são as Provas, exactamente porque gostam de ir ver”, realçou este Dirigente, acrescentando: “Há mesmo quem seja adepto de uns (velejadores) e adversário de outros”. José Decq Mota garantiu que “a Direcção do CNH tem todo o interesse na manutenção da Secção dos Mini-Veleiros” e que “apoiará a mesma em tudo o que estiver ao seu alcance como, aliás, tem sido feito até aqui”. O Campeonato de 2018 da Secção de Mini-Veleiros integrou 6 momentos competitivos (podendo os resultados ser todos consultados na Página do CNH): “Troféu Ourivesaria Olímpio”, composto por 6 etapas; Prova da Semana do Mar; Regata Senhora de Lourdes (Feteira); Regata do Varadouro; Regata do 71º Aniversário do CNH e “Troféu Turismar”, composto por 6 Provas.

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João Nunes, António Pereira e João Sequeira, foram os vencedores da Época de 2018, com destaque para João Nunes, um veterano da modalidade e dos pódios, tendo mesmo já sido Director e Responsável por esta Secção. Uma das particularidades da Secção de Mini-Veleiros do CNH é o facto de dar primazia à assiduidade, sendo um aspecto determinante no apuramento dos finalistas. De realçar que 2018 foi o 4º ano consecutivo em que o “Troféu Turismar” foi patrocinado pela Empresa de Actividades Marítimo-Turísticas “Turismar”, de Mário Carlos, praticante desta modalidade. Os vencedores foram António Pereira, Eduardo Pereira e João Sequeira. E, a propósito, o Patrocinador refere que dá apoio “por gosto” e “pelo prazer” que sente em conviver com o grupo, que tem como ponto de encontro, após cada prova, a “70” – quiosque de Mário Carlos – onde os velejadores demonstram que a amizade é tão ou mais importante do que a competição. António Pereira, campeão do “Troféu Turismar”

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2018 enaltece a postura de Mário Carlos pelo facto de “estar sempre disponível para colaborar, o que ajuda a Secção” mas, também, “por ser sempre inventivo e criativo, apresentando todos os anos prémios diferentes e apelativos”. Mais do que ganhar prémios ou troféus, Mário Carlos privilegia a participação e o convívio.

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NATAÇÃO TORNEIO ZONAL DE INFANTIS - ZONA SUL, EM SETÚBAL

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ealizou-se no passado fim-de-semana, em Pinhal Novo, o Torneio Zonal de Infantis Zona Sul, com o Clube Naval da Horta (CNH) a fazer-se representar por 2 atletas. E que representação...! Em 7 provas realizadas pelos nadadores do CNH houve 6 recordes pessoais que representaram subidas na classificação. A atleta Diana Neves ficou em 16° aos 200 Costas, 16° aos 200 Estilos, 13° nos 200 Livres, 11° nos 100 Livres e 9° nos 100 Costas. O Francisco Rodrigues ficou em 6° aos 200 Bruços e 5° aos 100 Bruços. Foram excelentes resultados, representando, assim, de forma muito competente o Clube Naval Horta, subindo, assim, mais um degrau na formação como atletas e como cidadãos, pois é com este tipo de competição que ganham experiên-

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cia e traquejo. Não podia estar mais orgulhoso da representação dos nossos atletas e Clube nesta competição de cariz nacional, sendo um excelente factor de motivação para todos continuarmos a trabalhar cada vez mais e melhor. Penso estarmos todos de parabéns e orgulhosos da participação destes jovens atletas. Parabéns Diana e Francisco pelos resultados e pela postura que tiveram durante todo o fim-de-semana!!” Balanço feito por Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta à prestação de Diana Neves e Francisco Rodrigues no Torneio Zonal de Infantis - Zona Sul, que decorreu sexta, sábado e domingo últimos (dias 29, 30 e 31 de Março), em Setúbal.

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NATAÇÃO FESTIVAL DA ESCOLA DE NATAÇÃO DO CNH

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erca de 30 crianças participaram no Festival da Escola de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), que decorreu na tarde deste sábado, dia 6, na Piscina Municipal da Horta. Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta, refere que esta foi uma tarde de “muita alegria e brincadeira”, em que “os alunos mostraram aos pais, de forma divertida, a sua evolução nesta modalidade, com circuitos aquáticos e jogos à mistura, durante uma hora e meia de muita diversão e sorrisos nos rostos dos pequenos nadadores”. “Esperamos criar mais momentos destes para que a Natação tenha cada vez mais visibilidade e possa continuar a crescer”, destaca este Treinador, que remata, salientando: “Esta actividade

não teria sido uma realidade sem o apoio de todos os técnicos envolvidos na nossa Escola. Por isso, proveito para agradecer ao Davide Castro, à Alexandra Gonçalves, à Joana Leonardo e ao Vitório pela disponibilidade e ajuda na realização desta iniciativa. Obrigado a todos!”

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS MARIA INÊS FONTES: “A NATAÇÃO É DIFÍCIL MAS EU GOSTO”

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omecei quando era pequenina e andava na Natação da professora Joana Leonardo. E gostava muito de nadar. Pensava que era isso a Natação mas quando passei para uma fase mais séria fiquei um bocadinho triste por ser mais exigente mas depois fui evoluindo e estou a gostar. Tenho muitas amigas na Natação, algumas também da Escola”. É assim que a atleta da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), Maria Inês Fontes, hoje com 10 anos de idade, nos descreve a iniciação nesta modalidade, a qual pratica há 5 anos. Este desporto tem sido igualmente uma realidade na vida desta atleta ao longo dos verões, no âmbito das “Férias Desportivas”, Projecto que o Clube Naval da Horta põe em prática há vários anos e que regista sempre elevada participação. Instada a falar sobre o Treinador, diz: “O Tiago é bom e sabe ensinar. Às vezes puxa um bocadinho por nós, porque quer ver a nossa evolução e que sejamos bons nadadores, o que é muito positivo. Fico orgulhosa de mim quando consigo bons resultados e ele também! A Natação é difícil mas eu gosto!

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Os colegas puxam por mim e eu também puxo por eles. Na Natação somos todos amigos e quando acaba o treino e vamos tomar banho, também conversamos”. Se o desafio for convidar outros amigos para esta Secção responde: “Todos eles já têm algum desporto. Uns fazem Vela e outros andam no Basquetebol. Os meus pais também querem que eu experimente outros desportos”. Para Maria Inês Fontes, “o CNH é importante e a Natação é para continuar”. “Quando está bom tempo, por vezes vou para o mar com o pai [Jorge Fontes] no barco. Outras vezes fico em casa a brincar com a minha irmã, que tem 6 anos. Ela gosta de Basquetebol mas talvez possa vir também para a Natação do Clube. Como agora já sabe nadar melhor, este Verão vai vir comigo para as “Férias Desportivas”, onde também nadamos”. A nossa entrevistada anda no 5º ano de escolaridade e tem como disciplinas preferidas Educação Física, Educação Visual e Tecnológica e Ciências. Quanto ao futuro, nada está definido, embora diga que talvez possa vir a ser cabeleireira, pois

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“Fico orgulhosa de mim quando consigo bons resultados e o Tiago também!”

gosta “muito de mexer nos cabelos e de fazer penteados”. E quando se fala em prato favorito, são vários, admitindo que é gulosa. Além da Escola e da Natação, esta atleta também toca Flauta Transversal (no Conservatório e encontra-se no 5º ano), anda no Ballet (desde o 6 anos) e no Hipop. “Do que gosto mais é da Natação. Segue-se o Hipop, o Ballet e por último a Flauta. Os professores do Conservatório são um bocadinho maus, quer dizer, exigentes. Mas a minha professora não é das piores”. Nos (poucos) tempos livres, Maria Inês ainda lê, vê televisão e anda de bicicleta com o pai e a irmã. E, a propósito, revela: “A minha irmã vai ficar com a minha bicicleta e os pais vão comprar uma nova para mim”.

“O CNH é importante e a Natação é para continuar”

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS RITA GONÇALVES: “A NATAÇÃO TEM-ME AJUDADO BASTANTE EM TERMOS DE CONCENTRAÇÃO”

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ita Gonçalves – hoje com 14 anos – começou na Natação aos 5 e manteve-se até aos 11. Após uma paragem de 2 anos, em 2018 regressou à modalidade e à Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH) e sente-se realizada, como explica nesta entrevista concedida no âmbito da rubrica “Conhecer os Nossos Atletas”. - Gabinete de Imprensa do CNH: Porquê a Natação e não outro desporto? Estamos a falar de uma modalidade cansativa, exigente... - Rita Gonçalves: Enveredei pela Natação, porque gosto mas sem dúvida que é uma modalidade cansativa como muitas outras. Decidi fazer uma paragem pelo facto de todos os meus amigos da altura terem deixado de praticar. Fiquei sozinha e isso desmotivou-me. Após esse intervalo temporal regressei o ano passado, altura em que alguns colegas fizeram o mesmo e este ano tenho uma equipa que é quase como uma segunda família. O grupo dá-me muito apoio! Aliás, apoiamo-nos uns aos outros. Pratiquei Basquetebol fora da Escola e este ano lectivo pensei em entrar para o Voleibol mas não

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se concretizou. O problema não foi tanto o desporto em si mas o comportamento das jogadoras. Senti que não eram tão unidas quanto eu acho que uma equipa de desporto deve ser. - Gabinete de Imprensa do CNH: Ao longo destes anos houve diferentes treinadores. - Rita Gonçalves: Inicialmente era o David Castro e eu gostava, embora por vezes tivesse medo dele. E do Lúcio [Rodrigues] também! Aliás, todos tínhamos medo dele. Quando regressei à Natação, a Treinadora era a Sílvia Mendonça. - Gabinete de Imprensa do CNH: Mas ninguém tem medo do actual... - Rita Gonçalves: O actual Treinador [Tiago Henriques] é o melhor que já tive. Gosto muito dele! E é uma pessoa que também admiro, porque trabalha e esforça-se muito por nós. Embora por vezes não consigamos demonstrar que estamos gratos por esse trabalho e até damos a impressão oposta – de que não ligamos – a verdade é que ligamos e muito! Gostamos mas por vezes parece que não conseguimos demonstrar o quanto o apreciamos. Ele é exigente mas é com base

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CLUBE NAVAL DA H nisso que estamos todos a ter resultados melhores do que nos anos anteriores. Vejo isso também pelos tempos dos meus colegas. Noto que estão a ter muitas melhorias. E eu também! E sem dúvida que isso se deve a este Treinador. A maioria dos treinadores nacionais e até internacionais prefere trabalhar com volume ou seja, com muitos metros, enquanto que o Tiago dá primazia à qualidade e eu também sou defensora desse método, pois ele pode dar-nos metade dos metros que temos de nadar mas fazemos esses percursos com mais qualidade. Indica tarefas específicas em que temos de estar muito concentrados, o que melhora muito mais as nossas capacidades. - Gabinete de Imprensa do CNH: A unidade da equipa é fundamental. - Rita Gonçalves: Todos nós quando fazemos tarefas mais puxadas e que sabemos que vão mexer mais com o nosso psicológico, damos apoio uns aos outros e nas provas também estamos sempre a apoiar-nos mutuamente. Acho que isso é importante. Gostamos muito uns dos outros

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mas quando estamos na água é para competir! Contudo, sentimos uma unidade de grupo o que também é importante para os resultados. “Estou a fazer da Natação a minha vida!” - Gabinete de Imprensa do CNH: Percebe-se que a Rita está a dar uma grande prioridade à Natação. - Rita Gonçalves: Neste momento estou a fazer da Natação “a minha vida” e a centrar-me muito naquilo que faço neste desporto. E antes de seguir estudos para a universidade ou seja para onde for, quero continuar com a Natação. Quando acabar o 12º ano ou me inscrevo num clube com Natação “mais profissional” ou vou para o Exército. Para entrar no Exército há uma idade limite, que são os 26 anos. Por isso, vai depender do tempo que eu quiser continuar na Natação ou se ainda quiser ir para a Natação. Encontro-me no 9º ano de escolaridade, pelo que ainda tenho 3 anos para decidir o que irá acontecer. Se o caminho a seguir for a universidade – pois

“Apoiamo-nos uns aos outros”

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pretendo ter um Plano B – quero ser cirurgiã. Gostava de experimentar o Exército durante um ano pela experiência em si. E depois ficar na reserva ou algo do género. Mas se eu gostar mesmo e decidir fazer uma carreira, a minha ambição é vir a ser Sargento ou Major. Gosto de disciplina! Não aprecio nada quando alguém dá uma tarefa e toda a gente começa a reclamar sabendo que é para benefício próprio. Na Natação vejo isso, porque quando o Tiago nos dá uma tarefa podemos dizer: “Oh, fogo!”, mas é mais a brincar, porque sabemos que aquilo nos vai ajudar e empenhamo-nos naquela tarefa. Mas já nas aulas se um professor diz para passarmos um texto, todos barafustam. Isto é algo que me deixa uma comichãozinha! - Gabinete de Imprensa do CNH: Estamos, portanto, perante uma pessoa obstinada... - Rita Gonçalves: Sou muito focada nas coisas que quero e de que gosto. Também sou teimosa [signo Touro] o que considero ser simultaneamente um defeito e uma qualidade. Mas o que

entendo ser uma qualidade minha é o facto de nunca desistir! Mesmo que uma coisa pareça muito difícil, se eu quiser mesmo muito, não vou desistir. Por exemplo: na Natação quero fazer mais mínimos regionais e até conseguir isso vou treinar a sério. Bruços e Mariposa são os meus estilos preferidos. “O Tiago dá-nos muita força e puxa por nós” - Gabinete de Imprensa do CNH: A Natação mudou a vida da Rita? - Rita Gonçalves: Completamente! Antes, como não fazíamos nada de muito intenso, não tinha grande noção do que era desporto a sério. Já ponderei seguir, futuramente, cursos de desporto podendo vir a ser Treinadora de Natação e tudo também por causa do Tiago e daquilo que estamos a conseguir conquistar. Ele incentiva-nos sempre a nunca desistir, mesmo que não fique cá. Há treinos em que o Tiago não está. Os treinos que temos com o David Castro são muito diferentes! Sempre que o Tiago está presente e quando pensamos que já estamos no

Rita Gonçalves: “Sentimos uma unidade de grupo o que também é importante para os resultados”

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um bocadinho para trás. Vendo os resultados da equipa dos Bombeiros de Ponta Delgada – que são melhores do que nóos – e a sua forma física, percebemos que treinam mais do que nós. Mas é preciso também nos habituarmos, pois passei de um ano em que fazia muito pouco desporto a um em que estou a fazer quase 80% da minha semana. - Gabinete de Imprensa do CNH: Podemos dizer que a Natação do CNH está ao nível do que acontece nos restantes clubes regionais? - Rita Gonçalves: Certos clubes são melhores do que nós e outros não. Mas cada vez mais sentimos um pouco menos isso, porque estamos a ficar praticamente ao nível dos outros. O clube que acho que está um pouco à nossa frente é, como já referi, o dos Bombeiros de Ponta Delgada. Mesmo que agora ainda não seja uma realidade, espero que na próxima época ou daqui a alguns meses comecem a sentir que somos adversários à sua altura. Paralelamente às competições, também temos amigos em São Miguel e na Terceira (Clube Naval de Ponta Delgada e Praia da Vitória).

“Gosto de disciplina!”

nosso limite, ele puxa por nós e conseguimos dar ainda mais! Ele dá-nos muita força e puxa por nós. Quando ele não está, “dá vontade de aldrabar”, como dizem os meus colegas. Nunca achei isso mas sinto que não vou passar dos meus 95 por cento, por exemplo, mas com ele é sempre possível mais e mais! Se o Tiago não continuar para o ano, vou ter que me habituar muito bem a treinar sem aquela presença! Por vezes sentimos que o desiludimos mas também nos desiludimos a nós próprios. Fica um mau-estar para connosco e para com ele. Tentamos nunca deixá-lo ficar mal assim como a nós mesmos. - Gabinete de Imprensa do CNH: Estamos a falar de quantas horas de treino por semana? - Rita Gonçalves: Treino 13/14 horas por semana a contar com ginásio. E mesmo assim, comparando com equipas a nível nacional, ficamo-nos pela metade dos treinos deles. Acho que ainda podíamos dar mais. Por agora, está bem assim. Para o ano talvez seja possível aumentar a duração dos treinos, caso contrário ficamos

- Gabinete de Imprensa do CNH: Os nadadores do CNH sentem a falta de competição a nível local? - Rita Gonçalves: Sentimos um pouco a falta dessa competição. Como somos o único clube no Faial só podemos competir uns contra os outros e acho que nos faz falta ter adversários. - Gabinete de Imprensa do CNH: Mas a existência de outro clube não poderia provocar divisões? - Rita Gonçalves: Se houvesse mais um clube acredito que também mais pessoas aderissem a este desporto. Quando saímos em provas sentimo-nos bem, porque temos essa competição de que sentimos falta no Faial. E dá-nos também mais “pica” para competir. Como o Tiago diz, dá-nos mais “veneno” para puxarmos até ao nosso limite. Fora do Faial conseguimos coisas que às vezes cá não conseguimos. Mas talvez se não fosse pelo tal espírito de equipa não tínhamos chegado tão longe! - Gabinete de Imprensa do CNH: Há expectativas sobre a participação em provas nacionais?

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“Sempre que o Tiago está presente (...) conseguimos dar ainda mais!”

- Rita Gonçalves: Seria muito bom! O Tiago já falou nisso. Iríamos aprender muito com outros atletas que estão em níveis superiores e poderíamos perceber onde estamos a falhar e onde devemos melhorar. Não se pode parar! Já disse ao Tiago que um dia ele me levaria aos Nacionais e vou trabalhar muito para esse objectivo, por isso espero que ele fique para me ajudar a concretizar este desejo! - Gabinete de Imprensa do CNH: Quais são os objectivos na Natação? - Rita Gonçalves: O que eu mais gostava se prosseguisse com a Natação profissional era de participar nuns Jogos Olímpicos. Não estou a falar de ganhar ou de ficar no ‘top’ 3 mas participar já era uma boa experiência. Saber que estou ao nível de competir com os melhores do mundo é uma sensação muito boa! Mas tenho consciência de que uma carreira na Natação consome quase todo o tempo do atleta. Implica muito tempo e muito esforço. Não é algo para se levar como segunda opção.

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- Gabinete de Imprensa do CNH: Além da Natação, já houve outras experiências em termos desportivos? - Rita Gonçalves: Também andei na Vela quando era mais nova mas apenas no Verão. Sempre gostei de actividades relacionadas com o mar e com a água, tal como o meu pai. E ele sempre me apoiou. E a minha mãe a mesma coisa. Mas como eu já praticava Natação desde pequenina e os meus pais sempre me incentivaram a isso, ganhei um gosto especial pela Natação, que ficou até hoje. E agora levo a Natação muito a sério. No ano passado ainda não andava na Competição e os meus colegas faltavam metade da época, o que também não me dava grande vontade de prosseguir. Mas este ano as tarefas são diferentes, os treinos são muito mais exigentes e tenho uma equipa que está sempre a puxar por mim. Também gostaria muito de aprender a surfar! Acho que isso poderá ser uma realidade, tendo em conta que o Clube Naval tem Secção de Windsurf.

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CLUBE NAVAL DA H - Gabinete de Imprensa do CNH: A Natação é um desporto individual em que se sente a importância do grupo. - Rita Gonçalves: Quando tentei, este ano lectivo, entrar para o Voleibol vi que a equipa não era unida. Assim que os elementos saíam do campo falavam mal uns dos outros. E o que mais me chocou é que estamos a falar de um desporto de equipa, enquanto que na Natação, mesmo sendo um desporto individual, a equipa é muito unida. Quando saímos do treino, temos 5 minutos para nos prepararmos para o ginásio. E eu gosto de ir todos os dias. Fazemos ginásio a seguir ao treino, que acaba às 19h30. Pelas 19h35 vamos para o Pavilhão e fazemos treino físico até cerca das 20 horas. Os exercícios de ginásio servem para complementar o treino na água. - Gabinete de Imprensa do CNH: Isso é uma estafa! - Rita Gonçalves: É um bocadinho... Por isso, é que a Natação é só para quem gosta muito, caso contrário não conseguiria aguentar! Como o Tiago nos dá sempre uma tarefa especí-

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fica, tentamos concentrar-nos nesse objectivo, o que torna tudo muito menos “secante”. Se fosse outro treinador que nos mandasse, por exemplo, nadar 800 metros, aí sim seria uma estafa, porque seria só ver azulejos a passar. Mas com o Tiago temos sempre alguma coisa em que pensar. “A Natação é especial” - Gabinete de Imprensa do CNH: A Rita faz parte do grupo dos treinos das 7 da manhã? - Rita Gonçalves: Sim e vou a todos! O que custa mais é acordar. A partir daí e depois de entrar na água – que é a segunda coisa que custa mais, porque está sempre fria – o resto do treino é fixe! É bom, bonito e relaxante estar a nadar e ver o sol nascer! É uma sensação boa e depois sair da piscina e já estar de dia é mesmo bom! E como o Tiago diz, estamos “fresquinhos e fofinhos” para começar o dia. - Gabinete de Imprensa do CNH: Os colegas acham que vocês são uns malucos? (Risos). - Rita Gonçalves: Com certeza! Sempre que di-

“Sempre gostei de actividades relacionadas com o mar e com a água”

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“Posso dizer que neste ano lectivo tenho as melhores notas desde que entrei para a Escola Secundária! E isso é devido à Natação”

zemos algo do género: “Hoje estou cansada, porque acordei às 6 da manhã para ir treinar, ouvimos logo: “6 da manhã?!? Fogo, não era eu!!!” É o que mais nos dizem. Por isso, a Natação é especial! E tem muitos aspectos positivos, já que está directamente relacionada com o nosso sucesso e desempenho na Escola. No ano passado eu só tinha dois treinos por semana e não tinha tempo para quase nada! Mas posso dizer que neste ano lectivo tenho as melhores notas desde que entrei para a Escola Secundária! Aprendemos a gerir muito melhor o tempo e aproveitamos todo o tempo livre que nos sobra. A Natação tem-me ajudado bastante em termos de concentração. E com a ajuda do Tiago tento concentrar-me ainda mais, o que também me está a ajudar nas aulas. O Tiago está ao corrente das nossas notas, porque no fim de cada período pede-nos para mandarmos para ele ter uma ideia. E se as notas não tiverem boas, dá-nos um puxão de orelhas! O nosso trabalho é a Escola e não a Natação. Portanto, além da Natação, temos de nos focar nos estudos. Enquanto que um atleta profissional pode focar-se a 100% na Natação, nós temos que nos dividir. “A Natação não é um desporto para todos” - Gabinete de Imprensa do CNH: Ainda há tempo para fazer alguma coisa fora da Natação? - Rita Gonçalves: Fora da Natação há tempo para pouca coisa mas ao fim-de-semana gosto de ler e de sair e estar com os amigos. Também aproveito para estudar, porque não tenho outra opção. Mas há sempre tempo para tudo, temos é de aprender a geri-lo!

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- Gabinete de Imprensa do CNH: É fácil cativar novos atletas para a Natação? - Rita Gonçalves: Tento! Na minha turma tenho o Jerónimo [Remédios] da Canoagem e já tentei levá-lo para a Natação mas ele diz-me que é muito cansativo! Sem dúvida que a Natação não é um desporto para todos. Não é simplesmente pelo facto de uma pessoa gostar de nadar que vai entrar para a Natação. A Natação é um desporto que implica muito empenho, muito tempo e dedicação! Um dia sem treinar, sem entrar na água, equivale a três dias para recuperar a sensibilidade que temos na água, porque como o ser humano não está habituado à água mas sim a terra, não é um desporto como o Atletismo, em que a pessoa dá uma corrida aqui e ali e no dia seguinte já conseguiu recuperar. Nós temos que treinar sempre! - Gabinete de Imprensa do CNH: Então, as férias de Verão terão de ser mais curtas para evitar ficar tanto tempo sem treinar! - Rita Gonçalves: Pelo que ouvi, serão só em Agosto. Como o ser humano não foi feito para andar na água, cada dia sem treinar torna-se complicado para recuperar a tal sensibilidade e 3 meses sem treinar é agressivo para um nadador. Os velocistas (mais focados em velocidade) são os que, cujo corpo demora mais a entrar em forma depois do período de férias: 2 a 3 meses para voltar ao ritmo em que estavam. Acho que a maioria dos atletas profissionais tem muito poucas férias e é se tiverem de todo. “O Tiago é um Treinador muito presente e um bom amigo” - Gabinete de Imprensa do CNH: O que representa o Tiago para além de Treinador? - Rita Gonçalves: Ele é mesmo um amigo, porque fora da Natação não é daqueles treinadores que diz: “Aqui dentro somos amigos mas fora daqui não quero saber de vocês”. Ele não é assim. Mesmo fora da Natação brinca connosco e está connosco. Criamos um pouco o hábito de sempre que temos provas e competições irmos todos almoçar ou jantar fora. Temos esse convívio fora das provas. Ele deixa bem claro, que sempre que precisarmos de um “psicólogo”, ele está para nós. Vemos nele esse amigo disponível. Mesmo que

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seja para falarmos de algo pessoal. Quando chegamos ao treino carrancudos, pergunta-nos logo o que aconteceu. É um Treinador muito presente e um bom amigo! Ainda assim, temos de saber reconhecer os momentos. Ele é nosso amigo mas acima de tudo é nosso Treinador e nos treinos temos de respeitá-lo como tal. Dentro da piscina, é nosso superior. É muito empenhado em nós, o que ajuda muito! Todos gostamos muito dele apesar de termos algumas discussões, o que acho que é normal. Há atletas ainda muito ligados a treinadores antigos. E por vezes a adaptação ao actual treinador não é muito fácil. Um atleta que desenvolva muito afecto por um treinador e depois quando chega outro e sempre assim, pode até criar alguma resistência para futuros treinadores. A pessoa não quer criar aquele afecto pelo treinador com medo da altura em que ele se for embora. - Gabinete de Imprensa do CNH: O Tiago também vos dá conselhos alimentares? - Rita Gonçalves: Sim. Temos de ter muito cuidado com a alimentação. Aquilo que comemos condiciona muito o nosso desempenho dentro da água. O Tiago aconselha sempre a não comermos alimentos com açúcares adicionados ou com muita gordura, porque isso vai afectar o nosso desempenho. Ele recomenda essencialmente proteínas e diz-nos o que devemos comer antes dos treinos e das provas. Os nossos colegas da Escola acham que a Natação é complicada. Todos os desportos de Alta Competição e Rendimento são um pouco assim. Mas a Natação ainda é mais! É fundamental ter cuidado com a alimentação e com as horas de sono. Tenho vários pratos preferidos mas acho que nunca trocaria nada por um bitoque. Como é um prato que tem proteínas, por causa do bife e do ovo, é bom. O problema é a carne, que é vermelha, e as batatas fritas. O Tiago privilegia as carnes brancas por serem melhores e terem menos gordura. Mas o bitoque é um prato com hidratos de carbono e salada. Tem proteína. A solução é trocar a carne vermelha por carne branca, tirar as batatas e passa a ser ideal! (Risos). - Gabinete de Imprensa do CNH: Se não houvesse Natação, o que poderia constituir uma alternativa?

“A Natação requer muita atenção, muita técnica, muito tempo para treinar essa técnica e aperfeiçoá-la”

- Rita Gonçalves: Já tive uma paixão pelo futebol durante um ano em que estive parada na Natação e pensei em praticar mas como não havia equipas femininas e eu não sou tão boa assim para entrar na equipa de rapazes, não avancei. E devo confessar, que agora já nem gosto muito. Além da Natação, são poucos os desportos que me cativam. Só mesmo Boxe, Ginástica (quer de solo quer de aparelhos/saltos) ou Voleibol. São os únicos de que gosto mesmo além da Natação. Mas neste momento não me vejo a fazer outro desporto que não seja a Natação. - Gabinete de Imprensa do CNH: Treinando na piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), a Rita e os colegas da Natação sentem-se ligados ao Clube? - Rita Gonçalves: Em todas as provas damos o nosso grito pelo CNH e competimos a pensar no Clube, nos nossos tempos e na equipa. Temos uma noção do que é o Clube e conhecemos o Presidente. - Gabinete de Imprensa do CNH: O que faz falta?

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RTA perfeitas condições, com 8 pistas! Como fazemos competição, a água não pode ser quente, que é para nós aquecermos por nós próprios, ao contrário do que acontece na Piscina Municipal, em que é muito mais quente e quando treinamos lá, sentimos essa diferença. Como estamos a falar de uma piscina para todas as idades – crianças e pessoas idosas – a água deve estar quente para os utilizadores não fazerem muito esforço. Por isso, gosto muito mais da nossa piscina, em que a água é fria. “A Natação é um desporto de detalhes”

“A Natação e as pessoas que estão lá dão-me todo o tipo de emoções”

- Rita Gonçalves: A existência de outro clube para competir. Temos muito boas condições na piscina da ESMA, embora haja falta de algum material para certas tarefas. Comparando com outras dos Açores, acho que a nossa piscina é a melhor! Temos um sistema de som que dá perfeitamente para narrar as provas e uma piscina em

- Gabinete de Imprensa do CNH: As pessoas têm ideia da exigência da vossa Natação? - Rita Gonçalves: Acho que muitas pessoas não fazem bem ideia do que se passa no Clube, tanto na Natação como noutros desportos que envolvam o mar. Sabem que existem diversas actividades mas não percebem a exigência das diferentes modalidades. Já ouvi coisas do género: “Vela? Ah, é fácil, basta deixar o barco


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“Já tive uma paixão pelo futebol”

andar!” Mas não é! Ou: “Canoagem é só dar umas remadas”. Mas não é! Ao contrário do que muitas pessoas pensam, que Natação é só dar umas braçadas, contar azulejos e andar para a frente e para trás, não é! Requer muita atenção, muita técnica, muito tempo para treinar essa técnica e aperfeiçoá-la. Todos os desportos têm a sua “magia” e a Natação não é diferente. A Natação é um desporto muito difícil, porque requer muito mais tempo e dedicação do que os outros desportos. A Natação que fazemos com o Tiago requer muita técnica para alcançarmos os nossos objectivos. Muito tempo e muito empenho. Muito esforço. E não é qualquer pessoa que conseguiria esforçar-se ao ponto, de como alguns de nós, vomitarem e terem baixas de açúcar e coisas do género devido ao grande esforço. A Natação é um desporto de detalhes e qualquer detalhe pode fazer a diferença mais tarde, mesmo que seja em milésimas de segundo, que, acumuladas, vão dar segundos. E vão fazer diferença! - Gabinete de Imprensa do CNH: Então, não é qualquer pessoa que consegue ser nadador

nesses moldes? - Rita Gonçalves: Qualquer um poderia ser nadador mas precisaria de ter muita força de vontade. É preciso gostar disto, porque se a pessoa não gostar e criar alguma resistência é muito fácil desistir. Quem estiver ali por obrigação, será muito difícil seguir este plano de treinos. Rita Gonçalves: “Se não tivesse Natação este ano (...) não estaria tão feliz!” - Gabinete de Imprensa do CNH: Apesar desta grande exigência, vocês sentem falta da Natação? - Rita Gonçalves: Quando nós não treinamos sentimos falta, principalmente ao fim-de-semana mas também é bom termos aquele descanso senão seria muito esgotante mentalmente. No entanto, à segunda-feira de manhã sentimos a diferença quando entramos na água. Parece que não “agarramos tão bem a água” como na sexta-feira à tarde. Cada dia que estamos sem nadar faz diferença! - Gabinete de Imprensa do CNH: O Clube faz parte das vossas conversas? - Rita Gonçalves: Falamos sempre do Clube e

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não só da Natação mas também das outras modalidades. Mais de 70% das pessoas que eu conheço está relacionada com o Clube Naval da Horta, seja pela Vela, Canoagem ou outros projectos e Secções. Todas as pessoas com quem me relaciono têm muito boa impressão do CNH! E gostam! E quanto mais evoluirmos em cada uma das modalidades, melhor será a imagem que o Clube dará para fora. - Gabinete de Imprensa do CNH: Há um conhecimento dos altetas de outras Secções do Clube? - Rita Gonçalves: Quase todos os que estão na Natação já experimentaram outras modalidades. Também se vão criando ligações e conhecendo atletas das outras Secções. Eu e o Jerónimo já fizemos várias apostas no sentido de ele vir para a Natação e de eu entrar para a Canoagem. Já lhe disse que ia experimentar a

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Canoagem mas é a tal coisa, como tenho pouco tempo, só sobram os sábados e os domingos em que preciso de aproveitar para estudar. Mas gostava de experimentar a Canoagem, pois sempre que ia viajar e frequentava praias que tinham Canoagem, gostava. Gosto de quase tudo o que é relacionado com o mar. - Gabinete de Imprensa do CNH: Então, a Natação representa quase tudo? - Rita Gonçalves: Se não tivesse Natação este ano, provavelmente as minhas notas não seriam tão boas e não estaria tão feliz! A Natação e as pessoas que estão lá dão-me todo o tipo de emoções, desde zangas com o Tiago, que nos deitam abaixo, até treinos bons e provas que correm bem e ficamos no topo. - Gabinete de Imprensa do CNH: Os pais apoiam esta dedicação incondicional? - Rita Gonçalves: Às vezes os meus pais cha-

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“A Natação e as pessoas que estão lá dão-me todo o tipo de emoções”

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teiam-se, porque dizem: “Tu também não podes faltar a um só treino, nunca tens tempo para nada e não pões os pés em casa!” Às terças e quintas saio de casa às 8h30 para a Escola e só regresso depois das 9 da noite. Tudo isto, porque saio do treino às 8 e ainda espero que acabe o treino da minha mãe, que anda na Classe Masters de Natação do CNH. Às segundas e sextas, saio de casa às 6h30 da manhã e só chego às 8 da noite. Exactamente por isso, o Tiago diligenciou no sentido de termos uma sala disponível no pavilhão para podermos estudar, com o intuito de não perdermos tempo a ir a casa e voltar. Assim, podemos aproveitar aquele intervalo de tempo. “Talento não é tudo” - Gabinete de Imprensa do CNH: Quem são os colegas que a Rita admira? - Rita Gonçalves: A Diana Neves e a Luna Amor. São as colegas que mais quero bater daqui a algum tempo. O ex-atleta olímpico David Carreira – que esteve no Faial no ano passado – e que foi treinado pelo Tiago, é um grande exemplo e uma grande inspiração! Admiro o Tiago pelos atletas que já treinou, onde se inclui o David Carreira, que gostei muito de conhecer bem como o seu percurso. Em Portugal não tenho assim muitos nadadores que admire mas, tal como a maioria dos atletas, também tenho grande admiração pelo Michael Phelps, Cody Miller e Michael Angels, quase todos nadadores americanos. - Gabinete de Imprensa do CNH: O que é um atleta? - Rita Gonçalves: É o resultado de trabalho, muita dedicação e algum talento mas o talento não é tudo, embora represente uma grande vantagem para um nadador. É algo que nasce com a pessoa ou aparece com o tempo derivado ao seu trabalho. É uma vantagem mas nada que outro atleta não consiga com trabalho. Talento não é tudo e gosto muito desta frase, que retrata bem isso: “O trabalho duro supera o talento quando o talento não trabalha duro”.

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PESCA DESPORTIVA DE BARCO “ZEUS” FOI A EMBARCAÇÃO VENCEDORA DA 1ª PROVA DE FUNDO DE 2019

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tempo acabou por ajudar e proporcionou uma agradável noite de pesca costeira”, revela Luís Carlos Rosa, Director da Secção de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH), a propósito da 1ª Prova do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do CNH - Época de 2019, que decorreu sábado, dia 13. No pódio ficaram as embarcações “Zeus”, “Ex. Libris” e “Titou”. Recorde-se que esta competição estava inicialmente calendarizada para o dia 30 de Março, tendo sido remarcada para o dia 6 de Abril e uma vez mais adiada, sempre devido às desfavoráveis condições climatéricas registadas nos dias em causa. Este Dirigente explica que participaram três embarcações e que outras duas manifestaram vontade de o fazer, o que não foi possível de acontecer pelo facto de esta nova data da Prova ter coincidido com compromissos previamente esta-

belecidos por parte de elementos dessas embarcações. Atendendo aos sucessivos adiamentos da 1ª Prova, que finalmente se realizou com sucesso na noite deste sábado, a 2ª Prova de Pesca de Fundo, que estava agendada para este domingo, dia 14, foi remarcada para o dia 25 do corrente mês. O Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta - Época de 2019, é, uma vez mais patrocinado pela empresa “Delfim Vargas, Lda”, sendo composto por 8 Provas: 4 de Pesca de Fundo e 4 de Pesca de Corrico.

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PESCA DESPORTIVA DE BARCO 2ª PROVA DE FUNDO TEVE COMO VENCEDOR A EMBARCAÇÃO “TITOU”

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prova decorreu muito bem , com bom tempo e boas capturas, tendo participado 6 embarcações”, revela Luís Carlos Rosa, Director da Secção de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH), a propósito da 2ª Prova de Pesca de Fundo do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do CNH - Época de 2019, realizada na manhã de quinta-feira, dia 25. Em 1º lugar ficou a embarcação “Titou”, com 79 garoupas, 8 bodiões e 37 sargos que totalizaram 46.510 quilos de pescado e em 2º lugar a embarcação “Xark”, com 60 garoupas, 1 bodião, 29 sargos, 2 pargos e 3 gaios, que totalizaram 36.140 quilos. Na 3ª posição ficou a embarcação “Rosana”, com 53 garoupas, 18 sargos e 5 pargos num total de 35.410 quilos. O maior exemplar, um gaio com 3.700 quilos, foi capturado pela embarcação “Zeus”. A classificação geral, após a realização das

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duas primeiras Provas de Pesca de Fundo, é a seguinte: “Titou” em 1º lugar; “Zeus” em 2º e “Ex.Líbris” em 3º. Este Dirigente refere que após a pesagem, seguiu-se “um delicioso caldo de peixe”, com pescado acabado de capturar, confeccionado por Francisco Melo (“Bate-Chão”) que “todos fizeram questão de elogiar”. “E, a propósito, gostaria de aproveitar esta oportunidade para, em nome do Clube Naval da Horta, agradecer publicamente todo o empenho deste amigo, que merece o nosso reconhecimento pela sua grande disponibilidade em colaborar”, salienta Luís Carlos Rosa, que sublinha e enaltece “a preciosa ajuda que João Silva deu a arranjar o peixe, tendo também colaborado na confecção do caldo”.

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PESCA DESPORTIVA DE COSTA 4ª PROVA DE PESCA DESPORTIVA DE COSTA DO CNH 2019

Hernâni, José Escobar, António Silva, José Armando, José Silva, Moisés Sousa, José Alberto e Carlos Medeiros foram os participantes nesta Prova. José Silva, Carlos Medeiros e José Armando ocuparam o pódio

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oram 7 os pescadores que participaram na 4ª Prova do Campeonato de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019, que decorreu na manhã deste domingo, dia 7, na Lajinha. Os vencedores foram José Silva, Carlos Medeiros e José Armando, tendo o maior exemplar, uma veja com 910 gramas, sido capturada pelo pescador Hernâni.

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A pesagem do pescado constituíu, como habitualmente, o ponto alto deste encontro, destinado a pescar mas, também, a conviver. Recorde-se que a 2ª Prova, que estava calendarizada para o dia 24 de Fevereiro último, teve de ser adiada devido ao mau tempo e será realizada em data a marcar oportunamente. Este Campeonato é composto por 6 Provas, estando a 5ª competição calendarizada para o dia 12 de Maio.

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VELA DE CRUZEIRO BOLSA DE TRIPULANTES

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Clube Naval da Horta no sentido de publicitar e promover a oferta/procura de sócios e interessados na prática da Vela de Cruzeiro criou uma BOLSA DE TRIPULANTES. Para os Skippers é uma oportunidade para encontrarem pessoas dispostas em integrar a tripulação do seu barco e para os tripulantes uma forma de experienciar a vela de cruzeiro quer em passeio, quer em regatas. Para se inscreverem na BOLSA, deverão os interessados efectuar a sua inscrição mediante formulário online ou por email enviando os seguintes dados: Especificar - Bolsa de Tripulantes Nome completo Data de Nascimento Foto (não obrigatório) Experiência/ habilitações náuticas Disponibilidade oferta/procura Telefone / Email

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O CNH irá apenas disponibilizar no site na secção de Vela de Cruzeiro, a BOLSA de TRIPULANTES com o nome e a experiência/habilitações náuticas e os restantes elementos, tais como o endereço de correio eletrónico ou telefone, serão facultados, no horário de funcionamento normal da secretaria, apenas a quem solicitar entrar em contacto com os candidatos. Nota: O CNH declina qualquer responsabilidade nas ofertas/procuras inseridas na Bolsa de Tripulantes.

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VELA DE CRUZEIRO REGATA DA LIBERDADE

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quavit”, com o ‘skipper’ Carlos Moniz; “Air Mail”, capitaneado por Luís Carlos Decq Mota e “No Stress”, com o ‘skipper’ António Pedro Oliveira, preencheram o pódio da Classe ORC B, da Regata da Liberdade, que decorreu na Baía da Horta, na tarde desta quinta-feira, dia 25. Na Classe OPEN, os vencedores foram “Majo”, com o ‘skipper’ Armando Castro, e “Soraya”, capitaneado por Frederico Rodrigues. Nesta iniciativa da Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH) inscreveram-se 9 embarcações, das quais apenas uma não finalizou a competição. Susana Rosa – Responsável por esta Secção conjuntamente com José Fernandes – refere que “apesar de fraco, o vento permitiu a realização da prova”. A Comissão de Regata foi presidida por Jorge

Macedo – Presidente da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA) e antigo Director desta Secção – que contou com o apoio de Bruno Rosa, ex-Dirigente desta “casa” e que presta colaboração regular ao CNH. Terminada a Regata – que teve início pelas 15 horas – seguiu-se um beberete no Centro de Formação de Desportistas Náuticos do CNH, em que todas as tripulações – incluindo as famílias – conviveram e partilharam as iguarias trazidas de casa, regadas pelas bebidas oferecidas pelo CNH. Susana Rosa congratula-se com os comentários recebidos ao novo modelo instituído no arranque da presente temporada da Secção de Vela de Cruzeiro do CNH, não só no que respeita ao convívio, que permite a troca de experiências mas, também, ao facto de ter sido criado um Campeonato de Ilha, o que motiva a participa-

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Tripulação do “Aquavit”, embarcação vencedora da Classe ORC B, juntamente com Jorge Macedo (Comissão de Regata), Susana Rosa e José Fernandes (Organização da Prova)

Armando Castro, ‘skipper’ da embarcação “Majo”, 1ª classificada da Classe OPEN, ostenta o Prémio pela vitória alcançada

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ção entusiástica dos velejadores. Neste sentido, espera-se que a próxima Regata – da Marinha, calendarizada para o dia 19 de Maio – possa ainda contar com um número superior de embarcações, atendendo a que algumas se encontram actualmente varadas em trabalhos de manutenção. De realçar que a Regata da Liberdade foi a primeira prova da Época 2019 da Secção de Vela de Cruzeiro do CNH e simultaneamente também a primeira do Campeonato de Ilha 2019 - Peter Café Sport. Do Calendário desta Secção para a temporada de 2019 fazem parte 16 regatas e um rali, sendo que deste conjunto 8 regatas integram o Campeonato de Ilha 2019 - Peter Café Sport, designadamente: Regata da Liberdade, Regata da Marinha, Regata Peter Café Sport, Regata do Canal, Regata do Varadouro, Regata de Aniversário do CNH, Regata da República e Regata de São Martinho.

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DÉFI ATLANTIQUE VENCEDOR DA PRIMEIRA ETAPA DA REGATA INTERNACIONAL “DÉFI ATLANTIQUE”

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skipper Aymeric Chappellier venceu na madrugada desta terça-feira, na Horta, a primeira etapa da nova regata transatlântica “DÉFI ATLANTIQUE”, prova de alta competição para veleiros da Classe 40 e navegadores profissionais e semi-profissionais. Os vencedores das 2230 milhas iniciais desta competição quadrienal apresentam na equipa, ainda, Eric Quesnel e Rodrigue Cabaz, no veleiro “Aïna Enfance & Avenir”. A tripulação francesa, que dominou todo o percurso entre a ilha de Guadalupe, nas Antilhas Francesas, e os Açores, arribou à illha do Faial às 05:46 da manhã de terça-feira, 2 de abril, com o tempo de 9 dias, 15 horas, 46 minutos e 19 segundos, percorrendo, na realidade, considerando os bordos efetuados, 2507 milhas náuticas, com uma média muito apreciável, em

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face das difíceis condições de vento e mar, de 9,63 nós. Entretanto, já durante a tarde a navegadora gaulesa Catherine Pourre, de 62 anos, conquistaria o segundo lugar desta “DÉFI ATLANTIQUE”, com a embarcação ‘Eärendil’, perfazendo o tempo de 10 dias, 00 horas, 44 minutos e 41 segundos, com uma média de 9,24 nós. Desta equipa fazem, ainda, parte o francês Antoine Carpentier e os italianos Pietro Luciani e Ambrogio Beccaria (vencedor da Les Sables > Les Açores > Les Sables 2018, para embarcações Mini, no segmento de Série). A “DÉFI ATLANTIQUE” é uma regata destinada exclusivamente a embarcações de 40 pés de comprimento (12 metros), agregadas na ‘Classe 40’, que se destina a trazer de volta das Caraíbas para a Europa as embarcações que, no final de 2018, estiveram envolvidas na famosa

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“Rota do Rum”, destacada competição do panorama náutico internacional, que ocorre a cada quatro anos. A prova envolve, este ano, um total de 51 velejadores, distribuídos por 12 veleiros, dois dos quais já se viram confrontados com sérios problemas – um com mastro quebrado, que regressou ao porto de largada, e um segundo afetado com os lemes partidos, o que o fez divergir para a Bermuda, onde efetuou reparações, dali partindo, de volta à competição, já ao final da tarde de ontem, segunda-feira, 1 de abril. A “DÉFI ATLANTIQUE” é a primeira regata de alto desempenho a escalar os Açores no âmbito de travessias completas do Atlântico Norte e abre um novo ciclo neste tipo de eventos que todos os anos escalam o arquipélago açoriano e que apresentam, repetidamente, a chancela oficial da Federação Francesa de Vela. A regata é organizada, conjuntamente, pela Grand Pavois Organisation (GPO) e pela Classe 40, com a colaboração da ‘Região Guadeloupe’, da cidade e dos portos de La Rochelle (França), e tendo como parceiros, nos Açores, a Câmara Municipal da Horta, o Clube Naval da Horta, a Portos dos Açores, S.A. e a Associação Regional de Vela dos Açores, entidades agregadas na Comissão Náutica Municipal da Horta. HORTA Nautic

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VELA LIGEIRA REGATA DA PRIMAVERA DO CNH

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Regata da Primavera trouxe uma sobra das nuvens de Inverno, com a promessa de muita chuva e zero vento, mas a manhã esteve muito boa, com vento e sem chuva, em que se realizaram 3 regatas para os Optimist, 420 e Laser. Os velejadores que ganharam as 3 regatas mostram-se em forma para o final de época”. É assim que Duarte Araújo, Treinador de Grau II e

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Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta, descreve a forma como decorreu este evento da Secção de Vela Ligeira do CNH, que teve lugar na manhã deste sábado, dia 30, na Baía da Horta. “As próximas regatas são a Prova de Apuramento Nacional (PAN) de Optimist e o Campeonato de Portugal de Júniores, já com outra dificuldade”, remata este Técnico.

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VELA LIGEIRA “TROFEO S.A.R. PRINCESA SOFIA”, EM ESPANHA: RUI SILVEIRA, DO CNH, FICOU EM 38º LUGAR

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velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta (CNH), Rui Silveira, foi 38º classificado num universo de 187 velejadores, que disputaram a 50ª edição do “Trofeo S. A.R. Princesa Sofia”, decorrido em Palma de Maiorca, na Espanha, de 29 de Março a 6 deste mês. A “grande instabilidade do vento” – ora fraco ora muito intenso – fez com que os atletas tenham estado muitas horas dentro de água, provocando um cansaço que se foi acumulando ao longo de 5 dias de prova.

Terminada esta competição do calendário espanhol, o atleta faialense segue na próxima semana para o Porto, onde irá disputar o Campeonato de Portugal, que decorrerá de 15 a 18 do corrente. Rui Silveira, Atleta de Alta Competição do Clube Naval da Horta, encontra-se a trabalhar no Projecto Olímpico que visa os Jogos de 2020, em Tóquio, no Japão.

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VELA LIGEIRA PROVA DE APURAMENTO NACIONAL (PAN) DE JUVENIS

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stava à espera de muito mais mas as condições não ajudaram. O vento esteve quase sempre de terra, o que era sinónimo de saltos constantes e não dava para controlar. No dia em que o vento esteve de mar, foi bem melhor. Eu até estava bem classificada mas com vento assim inconstante não foi possível fazer melhor”. É este o balanço que Maísa Silva, velejadora do Clube Naval da Horta (CNH), faz à sua participação na 1ª Prova de Apuramento Nacional (PAN) de Juvenis, que decorreu em Tavira, de 8 a 12 do corrente. Ao longo dos 4 dias de Prova foram realizadas

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10 regatas, tal como estava previsto. Participaram 85 velejadores, onde se inclui a Equipa dos Açores, composta por Maísa Silva, do CNH; Inês Pavão, Inês Ramos, Diogo Santos, Martim Mendes, Miguel Mendes e André Âmbar, do Clube Naval de Ponta Delgada (São Miguel), e, ainda, Duarte Barcelos, da Praia da Vitória (ilha Terceira), que se fizeram acompanhar pelo seleccionador regional, António Valério, de Ponta Delgada. E a propósito deste grupo, a velejadora faialense sente que “é como uma família”. “Já nos conhecemos há 4 anos”, recorda. Naturalmente que Maísa gostaria mais que ti-

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CLUBE NAVAL DA H vesse sido novamente o “seu” Treinador, Duarte Araújo, a acompanhar a Equipa dos Açores, devido à relação de proximidade que tem com ele e ao conhecimento mútuo mas afirma sentir-se “bem” neste grupo. A atleta do CNH tinha grande vontade que os colegas do seu Clube, David João e Manuel Bettencourt, também fizessem parte desta representação açoriana, o que ainda não foi uma realidade desta vez. Maísa Silva, que participou pela terceira vez nas Provas de Apuramento Nacional, refere que está habituada a frotas grandes, tendo mesmo já competido num grupo com 120 barcos. Quanto ao desempenho geral, nota que “a frota está cada vez melhor” e que “todos têm evoluído”. No entanto, reconhece que no Faial a evolução não é a desejada atendendo à falta de competições locais. Para a velejadora do Clube Naval da Horta, esta PAN funcionou como um estágio para a 23ª edição dos Jogos das Ilhas, que se realiza de 20 a 25 de Maio, na ilha de Elba, em Itália. Nos Jogos das Ilhas, a representação da Vela Açoriana estará a cargo de Maísa Silva, Inês Pavão, Miguel Mendes e Duarte Barcelos.

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Mas ainda antes dessa competição, a atleta faialense participa na 2ª PAN, que terá lugar de 1 a 5 de Maio, em Leixões. A partida do Faial está marcada para o dia 31 deste mês e o regresso deverá acontecer no dia 6 de Maio. Questionada sobre os aspectos positivos retirados desta presença em Tavira, Maísa Silva responde que representou mais uma experiência em campo fora dos Açores, tendo tido a oportunidade de fazer regatas com o triplo dos velejadores a que está habituada. Além de tudo isso, esta PAN também contribuíu para perceber o comportamento do mar e do vento fora da Região. Paralelamente à competição, estes eventos náuticos trazem, também, momentos de convívio, como aconteceu com a Equipa dos Açores que jantou com os atletas e amigos nortenhos do Clube de Vela do Atlântico e do Clube de Vela de Viana do Castelo, uma vez que “já é tudo malta conhecida”. Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta, classifica Maísa Silva como “uma atleta de elite nos Açores”, realçando que nas PAN competem “os 80 melhores velejadores do país”, representando as suas regiões.

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VELA LIGEIRA RUI SILVEIRA CAMPEÃO NACIONAL 2019

Na foto estão, para além do Rui Silveira, o Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Vela, Eng.º António Roquete, e os velejadores do CNH da classe Laser que participaram neste Campeonato de Portugal

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oram quatro dias de regatas difíceis num Campeonato bem disputado”, afirma o velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta (CNH), Rui Silveira, que se sagrou Campeão Nacional de Vela no XXX Campeonato de Portugal de Juniores e Absolutos, que decorreu de 15 a 18 do corrente, no Porto, uma organização conjunta do clube BBDouro e da Federação Portuguesa de Vela (FPV). Em declarações ao Gabinete de Imprensa do CNH, o atleta faialense sublinha que “o mais relevante é o facto de o título nacional ter vindo para a Região Autónoma dos Açores”. O velejador do CNH já está no Porto em estágio de preparação para o Campeonato Europeu da Classe Laser, que decorrerá de 18 a 25 de Maio, naquela cidade nortenha. Rui Silveira, Atleta de Alta Competição do Clube Naval da Horta, encontra-se a trabalhar no Projecto Olímpico que visa os Jogos de 2020, em Tóquio, no Japão.

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Felicitações O Presidente do Governo felicitou o atleta Rui Silveira pela conquista do título nacional de Vela, na Classe de Laser Standard, uma “importante conquista que prestigia o desporto na Região Autónoma dos Açores”. “Este título colocou, uma vez mais, o nome dos Açores no topo do panorama nacional da Vela de Competição, provando que, na Região se consegue, com notório sucesso, ombrear com os melhores atletas nacionais nas mais variadas modalidades desportivas”, salientou Vasco Cordeiro. O Presidente da Câmara Municipal da Horta também felicitou Rui Silveira pela conquista do título nacional de Vela, na Classe de Laser Standard. Trata-se, no entender de José Leonardo Silva, de uma importante conquista que prestigia o desporto na Região Autónoma dos Açores. Este título colocou, uma vez mais, a Cidade da Horta, a Ilha do Faial e os Açores no topo do panorama nacional da Vela de Competição. Esta conquista do título Campeão Nacional de Laser Standard é uma motivação para Rui Silveira enfrentar os grandes desafios desportivos que tem pela frente”.

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VELA LIGEIRA XXX CAMPEONATO DE PORTUGAL DE JUNIORES E ABSOLUTOS

Duarte Araújo | CNH 2019

Na fotografia: Jorge Krug Pires, Tomás Pó, Alexandre Madruga e José Maria Silva

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omás Pó e Jorge Krug Pires, do Clube Naval da Horta (CNH) – ambos Jovens Talento da Vela dos Açores – Alexandre Madruga, do Clube Naval da Madalena do Pico, e José Maria Silva, do Clube Naval de Ponta Delgada (São Miguel), foram os Velejadores que representaram os Açores no XXX Campeonato de Portugal de Juniores e Absolutos, que decorreu de 15 a 18 do corrente, no Porto, uma organização conjunta do clube BBDouro e da Federação Portuguesa de Vela (FPV). Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do CNH, acompanhou a Equipa Açoriana. O Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta conversou com estes atletas – que partilham as experiências vivenciadas ao longo destes dias de prova – e com o Treinador, que fala sobre o desempenho da Representação Açoriana. Tomás Pó, CNH, Classe Laser 4.7 “O Campeonato correu bem. Fui o 7º classificado na geral e o 6º português. Estes resultados permitiram-me revalidar o estatuto de Jovem Talento Regional, o que é muito bom. Esta é a

terceira vez que consigo este estatuto. A primeira foi quando andava nos Optimist; a segunda na Época passada e agora novamente. Mesmo que não tivesse conseguido esta revalidação, ia com o intuito de dar o meu máximo mas claro que estou muito satisfeito com a minha prestação. Para revalidar o estatuto de Jovem Talento tinha de ficar no primeiro terço da frota, o que foi alcançado. Deparei-me com pouco vento e ondas muito grandes, o que provocou grande cansaço. Foram dias com condições muito difíceis. Por causa do tempo, fiz 7 das 10 regatas previstas. Num dia apenas fizemos uma regata e noutro (dia 17)

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nem houve prova, porque as ondas fechavam a Barra. Naturalmente que este tipo de prova possibilita sempre uma grande aprendizagem e o facto de já nos conhecermos todos na Equipa Açoriana também é muito positivo. Agora é continuar a treinar para as competições locais”. Jorge Krug Pires, CNH, Classe Laser 4.7 “Correu bem, pois fiquei em 9º lugar e revalidei o estatuto de Jovem Talento Regional, mas gostava de ter feito melhor. Cometi alguns erros simples em várias regatas, o que deveria ter evitado, mas as condições também não ajudaram. Havia pouco vento e corrente muito forte. Realizei 7 regatas e no dia em que foram canceladas – 17 – tinha sido um dia bom para mim, atendendo a que a onda era parecida com a que temos cá. Esta foi uma semana em que tivemos de ser independentes, com oportunidade para aprender mais. Sem dúvida que o panorama nacional é muito superior ao que se verifica nos Açores. No entanto, a verdade é que a nível regional actualmente a Vela está muito melhor do que há alguns anos. Este Campeonato possibilitou o encontro com amigos da frota nacional e relativamente à Equipa dos Açores somos todos conhecidos e amigos. É bom ir com um grupo maior, como aconteceu desta vez, em que éramos quatro velejadores, acompanhados pelo nosso Treinador. Esta foi a minha despedida da Classe Laser 4.7 tendo em conta que já atingi a idade limite. Como tal, a partir de agora vou começar na Classe Radial. Esta é também a minha última temporada no

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CNH, pois em Setembro irei estudar para Continente português, onde pretendo continuar a fazer Vela e a participar nos Nacionais. Pratico Vela há 7 anos (completos este ano) e podiam ser mais, caso tivesse começado mais cedo, o que gostava que tivesse acontecido mas na altura não tinha a mesma visão de agora. Gosto muito da Vela embora tenha consciência de que é um desporto de sofrimento devido à sua exigência”. José Maria Silva, CNPDL, Classe Laser 4.7 “Dentro dos possíveis, correu bem. Fiquei em 15º lugar mas ia com o objectivo de ser um dos 10 primeiros. A falta de vento e o cansaço fizeram notar-se. Sinto falta de rodagem em campeonatos nacionais. Competir em frotas maiores faz muita diferença. O facto de haver mais velejadores em prova e de serem pessoas diferentes daquelas a que estou habituado faz com que eu me esforce mais. Noto que aprendo sempre que participo em provas de âmbito nacional. Nos Açores, o nível é mais baixo mas ainda assim a frota regional já está mais competitiva. Era excelente se eu pudesse dedicar-me só à Vela mas a verdade é que não treino tanto quanto gostava por falta de tempo. Fiz 7 regatas e no dia em que a Barra esteve fechada (a saída estava complicada), por haver mais vento e mar grande, infelizmente não houve regatas. Sei que teria sido um dia excelente para mim e que teria recuperado, pois estou habituado àquelas condições. O facto de já conhecer o grupo dos Açores foi muito positivo, pois damo-nos todos bem e o Duarte é um bom Treinador.

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CLUBE NAVAL DA H Faço Vela há cerca de 8 anos e espero ter sempre a oportunidade de velejar, atendendo a que pretendo seguir Medicina, o que me levará até ao Continente, onde não sei se terei possibilidade de continuar a praticar”. Alexandre Madruga, CNMP, Classe Laser Radial “A parte táctica não correu bem devido às ondas grandes e à falta de vento, o que tornou o Campeonato exigente. Terminei na 21ª posição mas ia com a expectativa de ficar nos primeiros 15 lugares. Em vez de quatro dias de regata tivemos três – no dia 17 não houve regatas – pelo facto de a Barra ter estado fechada. Já conhecia os colegas dos Açores – incluindo o Treinador Duarte – uma vez que já partipei noutras provas nacionais com eles e dou-me bem com todos. Embora já esteja habituado a frotas grandes – que neste caso era composta por 48 velejadores – a verdade é que no dia-a-dia sinto a falta de competição, pois no Pico, sobretudo de Inverno, é complicado para treinar por causa do mar e também os velejadores são poucos. Estas competições nacionais permitem sempre aprender com os melhores e cada vez mais percebo que as provas regionais não têm nada a ver com o que se passa a nível nacional. Para mim, a Vela representa uma paixão, que já pratico há 8 anos e gostava de fazer Vela enquanto for possível. Acho que herdei este gosto do meu avô Genuíno Madruga. A próxima competição em que irei participar será o Campeonato Europeu, no Porto, que se realizará de 18 a 25 de Maio. Além de mim, os outros dois açorianos em prova serão o Rui Silveira e o

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Gonçalo Lucas, ambos do CNH”. Duarte Araújo: “Estou muito satisfeito com o desempenho dos velejadores” Mesmo hospitalizado – mas bem disposto e a quem reiteramos votos de rápidas melhoras – Duarte Araújo fez questão de partilhar connosco o balanço que faz a este Campeonato. O Técnico do CNH enaltece o trabalho da Equipa Açoriana, que já se conhece de anteriores momentos competitivos, e destaca que “a adaptação foi melhorando de dia para dia”. O vento fraco e a ondulação larga dificultaram o desempenho dos velejadores dos Açores – com marés vivas no terceiro dia de prova, que impediram a saída do Douro para o campo de regatas – mas o Treinador congratula-se com os resultados alcançados. “Os velejadores do CNH conseguiram cumprir os objectivos traçados e que eram revalidar o estatuto de Jovem Talento Regional e melhorar as condições relativamente ao ano transacto. Conseguiram aguentar-se muito bem. Estou muito satisfeito. Se eles tivessem acesso às mesmas condições e oportunidades que os colegas do Continente certamente atingiriam outros resultados, pois qualidade têm. Só com a participação em provas nacionais com a mesma regularidade que os outros poderiam manter este nível competitivo. Só espero que os apoios se mantenham para podermos melhorar e demonstrar que nos Açores também há bons velejadores. Quero aproveitar esta portunidade para agradecer o empenho dos Velejadores, dos Pais, do Clube Naval da Horta e da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA)”.

Duarte Araújo, Treinador, acompanhado dos velejadores açorianos que participaram nesta competição nacional: Alexandre Madruga, Rui Silveira, Tomás Pó, Jorge Krug Pires, Gonçalo Lucas e José Maria Silva

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VELA LIGEIRA XXX CAMPEONATO DE PORTUGAL DE JUNIORES E ABSOLUTOS - SOLITÁRIO, NO PORTO

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onçalo Lucas, velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta (CNH), participou no XXX Campeonato de Portugal de Juniores e Absoluto - Solitário, que decorreu na Afurada, no Porto. Aqui fica o balanço feito pelo atleta a esta competição, que foi organizada pelo clube BBDouro e pela Federação Portuguesa de Vela (FPV): “Não correu muito bem de uma maneira geral pelo facto de ter uma lesão nas costas, o que me impediu de pranchar ou fazer movimentos mais bruscos, pelo que não consegui ter o desempenho desejado. As bolinas e manobras correram menos bem por causa da lesão, pois estavam vagas grandes que exigiam muito trabalho de corpo, que eu não consegui fazer. Fiquei feliz com a minha velocidade à popa e notei algumas melhorias nas largadas mas acho que o dia que me senti a andar melhor foi o dia de treino antes do início do Campeonato, infelizmente... Apenas participaram 8 atletas, que constituem toda a frota nacional desta Classe mas ainda assim posso dizer que foram “poucos mas bons”. Tendo em conta que o meu objectivo era compa-

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rar e aprender, acho que isso foi cumprido, pelo que já tenho em mente o que preciso de trabalhar mais intensamente até ao Campeonato Europeu. Como tal, considero que foi uma excelente prova de preparação. Agora treino sempre no rio, que não tem ondas e muito menos vagas, como estava habituado nos Açores, e que existem no Porto, pelo que foi bom voltar a recordar a técnica naquelas condições. O vento não esteve da direcção que deverá estar em Maio no Norte de Portugal mas não é impossível ter a direcção de vento do Nacional, pelo que foi, também, uma oportunidade para conhecer o campo de regatas. É sempre óptimo andar com toda a frota, pois permite ver e aprender com os outros, para treinar tudo aquilo que não se pode treinar sozinho, e, claro, corrigir erros. Tenho muita falta de experiência de regata, pelo que para mim é essencial fazer o máximo de regatas que consiga antes dos campeonatos em que vou para obter resultados”. A próxima competição será o Campeonato Europeu de Sénior, de 18 a 25 de Maio, no Porto.

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS GUILHERME FURTADO: “NO MAR, O DESPORTO DE QUE GOSTO MESMO É DA VELA”

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inguém me tinha dito é fixe, podes experimentar. Eu é que estava a ver e achei que era fixe, porque reparei que estavam a comandar o próprio barco e eu também queria fazer isso! Isto foi há uns 4 anos. Eu vim um ano para as “Férias Desportivas” do Clube Naval em que fazia aquelas actividades todas e comecei a ver e a gostar da Vela. E depois iniciei as aulas. Nas “Férias Desportivas” era a Marilu [Mariana Luís] quem nos dava as aulas mas depois já na Vela a sério a Treinadora era a Susana e agora que estou na Pré-Competição, a Monitora é a Marilu. Ela sabe ensinar e às vezes dá um berro quando estamos na brincadeira e não prestamos atenção. Foi dificil aprender algumas coisas, pois é preciso estarmos com muita atenção no mar para não revirarmos. Não tenho medo do barco revirar. Quer dizer, se tiver assim muito vento e a vela rasgar, aí tenho medo se bem que revirar também faz parte e até gostamos da brincadeira.

Aprecio particularmente quando está vento, porque o barco anda rápido e eu gosto de aventura. Claro que quando está muito vento pode tornar-se muito difícil controlar o barco e acontecer ficarmos numa grande alhada. Aí, temos de ir chamar a Marilu ou se for o preciso o Duarte [Araújo], que está em terra ocupado. Quando a Marilu não pode, quem dá os treinos é o Duarte, que treina os escalões mais avançados e a Marilu dá treinos aos atletas da Iniciação e Pré-Competição”. Começa assim a conversa com Guilherme Furtado, atleta da Escola de Vela do Clube Naval da Horta (CNH), que, conhecendo a rubrica “Conhecer os Nossos Atletas”, fez questão de ser entrevistado. Aproveitando essa grande vontade e total disponibilidade, o Gabinete de Imprensa do CNH conheceu um pouco melhor este velejador de 10 anos, que fala com entusiasmo e desassombro sobre a modalidade.

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“Quero ter a minha profissão e também fazer Vela” “Já fiz regatas à séria e fiquei em 3º e 2º lugar. O que é bom é fazer Vela e como se diz: “o importante é participar!” Vais com o objectivo de ganhar mas o que interessa é participar. Sem dúvida que a Vela é para continuar. Quero ter a minha profissão e também fazer Vela. Gostava de ser Biólogo Marinho mas é preciso estudar muito. Gosto muito do mar! Aliás, fui para a Vela, porque gosto do mar mas, também, porque gosto de ver as velas e de montar aquelas estruturas. No mar, o desporto de que gosto mesmo é da Vela. Gosto do grupo e aqui somos todos amigos”. Também fiz parte da “Vela Espectacular” do Clube Naval e foi bom. Quando está a chover ficarmos em terra a praticar, a fazer exercícios, nós, tácticas para as regatas. Na Vela, aprende-se primeiro em terra para depois ir para o mar. Toda a gente diz que a Vela é só no mar mas não é. Em terra há muita preparação. Para mim, o CNH é importante, pois se não existisse este Clube não havia Vela no Faial. Às vezes também venho ao Bar do Clube almoçar com os meus amigos e ficamos por aqui a ver provas e o movimento. Eu costumo falar do Clube Naval aos meus amigos e a outras pessoas”. Guilherme Furtado frequenta o 5º ano de escolaridade e diz que as suas disciplinas preferidas são Ciências e História. Este desportista ainda encontra tempo para os jogos com os amigos na televisão e para se dedicar ao BTT. “Sou bom em BTT. Ando no Clube da Feteira. Mas como também jogo futebol na Escola, para o ano estou a pensar entrar neste desporto à séria!”

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A FIGURA DO MÊS FERNANDO MENEZES: “A ESCOLA DE VELA CONTINUA A SER O ESCOPO FUNDAMENTAL DO CNH”

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ernando Manuel Machado Menezes tinha 18 anos quando se inscreveu como Sócio do Clube Naval da Horta (CNH), estando registado com o número 48. Muito cedo começou a frequentar esta “casa”, tendo integrado os Corpos Gerentes, pela primeira vez, em 1984, ano em que foi Vice-Presidente da Direcção. Era então Presidente nesse mandato (1984/1986), Luís Carlos Decq Mota. De 1988 a 1989, foi Presidente da Assembleia-Geral, sendo o Clube novamente gerido por Luís Carlos Decq Mota. Nos cinco mandatos seguintes, Fernando Menezes foi sempre Presidente do Conselho Fiscal: de 1990 a 1992 (Presidente: Aurélio Melo); de 1992 a 1996 (dois mandatos - Presidente: Manuel Fernando Vargas) e de 1996 a 2001 (dois mandatos - Presidente: José Decq Mota).

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Em Outubro de 2010 foi eleito Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta para o mandato que vigorou até 2012. De lá até hoje figura como membro do Conselho Geral, órgão que foi criado na revisão estatutária de 1997. Na entrevista concedida ao Gabinete de Imprensa do CNH, Fernando Menezes não afasta a hipótese de voltar a encabeçar uma lista para presidir aos destinos da única instituição náutica faialense e a mais dinâmica dos Açores. “Comecei a andar à Vela na Mocidade Portuguesa” “Comecei a andar à Vela na Mocidade Portuguesa – como acontecia com toda a gente, incluindo os meus amigos – nos Lusitos, nos Vougas e nos Snipes. Depois dessa fase, muitos

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CLUBE NAVAL DA H passaram para o CNH, como foi o meu caso, em que me inscrevi como Sócio. Ausentei-me do Faial durante 14 anos, tendo regressado em 1983. E no ano seguinte, 1984, integrei pela primeira vez uma Direcção do CNH, como Vice-Presidente. Foi nessa altura que se lançou a “Atlantis Cup” e a Regata Horta/Velas/Horta, que tinha muitíssima participação e a grande colaboração da Câmara das Velas e do seu Presidente, Frederico Maciel. Foi uma época muito interessante! A sede era na casa dos Remadores da Alfândega [actual Centro de Formação de Desportistas Náuticos do CNH]. Fazíamos as nossas reuniões num quartinho e à frente organizámos um bar-restaurante, que foi explorado pelo Vittório. Era um espaço muito agradável, com esplanada, e onde se juntava muita gente, em grande animação! Era um sítio de convívio extraordinário! A minha mulher e a Graça, mulher do Luís Carlos Decq Mota, fartaram-se de trabalhar lá, a fazer cortinados, decorações para as mesas e não só. O arquitecto Carlos Garcia fez o desenho do mobiliário e viveram-se ali momentos interessantes de preparação e recepção de regatas. Foram anos muito bons! O Clube Naval da Horta tem múltiplas Secções e uma actividade enorme, o que dá um trabalho tremendo e implica muito tempo disponível! Por

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isso, enquanto estive na política activa interrompi a minha colaboração, tendo voltado em 2010, altura em que fui eleito Presidente da Direcção. Foi um mandato interessante! A nível internacional fui a Douarnenez, ao Salão Náutico de Paris e a Les Sables d’Olonne. Também fui a Lisboa fazer a divulgação da “Atlantis Cup” na BTL, e todas as outras acções previstas no nosso programa. Foi nesse meu mandato que se lançou a Classe Access [Vela Adaptada, hoje designada Classe Hansa] e se comprou o “Bacalhau” [barco para a Classe Access] com o apoio da “Academia do Bacalhau”, de que sou membro. Foi também nessa altura que foi lançado o “Prémio de Excelência Desportiva 2011” tendo sido o CNH o primeiro clube dos Açores a ganhar essa distinção. Sem dúvida que foram 2 anos trabalhosos, em que destaco a colaboração de toda a minha equipa. Sede e financiamento Não quis recandidatar-me naquela altura mas actualmente estou disponível para voltar a encabeçar uma lista. Entendo que no presente o CNH não está muito diferente do tempo em que fui Presidente da Direcção. No entanto, reconheço que tem alguns

Fernando Menezes à Vela, num Lusito, em 1964

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desafios importantes pela frente. É claro que a Direcção actual saberá isso melhor do que ninguém mas do meu ponto de vista a sede é fundamental assim como o financiamento. A questão da sede já se colocava no meu tempo. Levei membros do Governo a visitar as instalações e fiz trinta por uma linha mas o que é facto é que não há interesse nem vontade política. Sempre me garantiram que a obra ia avançar e todos reconheciam e continuam a reconhecer a actividade do Clube e a sua importância para o Faial e para os Açores. É inconcebível pensar no Faial sem o CNH. Absolutamente! Este é um Clube que funciona regularmente e sempre com as contas em dia! Houve sempre diálogo e comunicação com vista à resolução deste problema. A “Portos dos Açores” – que é proprietária do edifícío-sede do CNH – foi sempre fundamental e continua a ser no apoio que dá ao Clube Naval em termos das regatas internacionais, facilidades na Marina e tudo o mais. Mas a sede é uma questão que depende essencialmente do Governo dos Açores. Falta, de facto, maior compreensão por parte do executivo para a questão da sede e dos apoios ao funcionamento, porque é fundamental o desporto na formação da juventude e estamos a fa-

De acordo com o Auto de Posse, Fernando Menezes foi empossado como Presidente da Direcção do CNH a 20 de Outubro de 2010 Cópia cedida por: Orlanda Moniz

“A esplanada do bar-restaurante do CNH era um sítio de convívio extraordinário”

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“Prémio de Excelência Desportiva 2011” - “O CNH foi o primeiro dos Açores a ganhar essa distinção”

lar até de pessoas com deficiência e problemas de mobilidade. Tenho esperança de que esta situação vai ser desbloqueada, pois não estamos a falar de uma sede nova mas de obras de recuperação, com um alargamento daquilo que já existe, o que não representa um montante significativo. E tudo o que for investido ali será seguramente bem gasto. Pela actividade que tem, o CNH é uma instituição que merece uma sede condigna e adequada. O CNH vê-se aflito para resolver todos os problemas com que se depara, porque tem uma activi-

Direcção do CNH, no mandato 2010/2012 De pé: Nuno Santos (Vogal Suplente); Manuel José Lemos (Vice-Presidente); Renée Amaral (Vogal Suplente); Luís Paulo Moniz (Secretário); e Fernando Menezes (Presidente) Sentados: Joana Rosa (Vogal); Juliana Nóbrega (Vogal); Vicente Barreto (Vice-Presidente) e Albertina Medeiros (Tesoureira)

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dade intensíssima. As instalações são absolutamente insuficientes e os recursos muito escassos. Estou a falar de recursos humanos mas sobretudo financeiros, porque se houver recursos financeiros arranjam-se recursos humanos. Persiste o problema da falta de armazéns para guardar o material, que continua disperso por aqui e por ali. Quando estive na Direcção – com o Dr. Luís Decq Mota e outras pessoas nos anos 80 – não tínhamos lugar para arrumar os nossos barcos, que, por isso, ficavam à chuva e espalhados por aí, nuns armazéns, o que ainda hoje se mantém. Nesse sentido, foi com satisfação que vimos ser concluído o Pavilhão Náutico. Porém, era Secretário Regional do Turismo na altura, o Dr. Tomaz Duarte, que decidiu não nos entregar esse espaço pelo facto de a Direcção ser “gente da oposição”. Permitiu-nos, apenas, o acesso ao armazém do lado Norte. Perante isso, a Direcção demitiu-se em bloco mas de forma consciente. Provocámos eleições. Foi eleito o Renato Azevedo e passados uns dias foi-lhe entregue o Pavilhão. Fizemos isto para que o CNH pudesse ter acesso pleno àquele Pavilhão. No aspecto político, acho que já não há con-

Inauguração não oficial do Pavilhão Náutico, em 1987

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fusões destas. Actualmente há capacidade para separar a figura do Presidente do cidadão que está ali a trabalhar de forma voluntária, independentemente da sua ideologia.

Barco e de Costa – e para os Botes Baleeiros, que incluem gente de toda a ilha. As pessoas acabam por aperceber-se de que o Clube Naval é fundamental e que tem uma actividade muito vasta e intensa. Mas nas actuais condições é muito difícil manter este ritmo. Aliás, acho que o Clube já faz muito com o que tem. Naturalmente que isso se deve a quem está na Direcção, que tem de fazer um grande esforço para dar continuidade a tudo o que está criado. Quando fui Presidente não senti dificuldade em mobilizar os Voluntários e acho que continua a ser fácil, porque o que move esta gente é o gosto pelo mar e a simpatia pelo Clube Naval. Nem todos têm barco ou vão para o mar mas a verdade é que se envolvem a fazer caldos de peixe, a integrar júris, a pôr mesas, etc, o que representa muitas horas de trabalho gratuito. E esta envolvência é curiosa. Não sei se faz parte da nossa cultura ou da nossa formação mas o que é certo é que, entre os faialenses, se vê uma grande entre-ajuda nas sopas do Espírito Santo ou quando é preciso fazer um jantar para a filarmónica, angariar fundos para uma equipa de futebol ir à América, ou outras iniciativas. Somos acusados de comodismo mas tenho visto coisas extraordinárias! Até nas campanhas a favor dos animais há disponibilidade e colaboração! Somos uma comunidade mais viva do que possa parecer. O problema é que somos poucos e muitas vezes são sempre os mesmos. Se chegássemos aos 20 mil já era diferente!

A importância dos Voluntários numa actividade gigantesca

CNH goza de prestígio a nível regional e nacional

O Clube Naval da Horta conta com a colaboração graciosa de muita gente, o que é muito importante. Aliás, é este Voluntariado que torna possível o gigantesco número de actividades que acontecem ao longo de todo o ano. Eu por vezes também sou voluntário com o meu barco, o que nos faz estar sempre à volta do Clube, o que é bom. Penso que a população tem noção daquilo que o CNH faz. Esta “casa” tem tantas modalidades que envolvem tanta gente e essa gente tem amigos e conhecidos, que eu acredito plenamente que a actividade seja do conhecimento geral. Basta olharmos para a Pesca Desportiva – de

O CNH é tema de conversa em vários lugares. As pessoas sabem que o Clube continua com uma actividade muito grande e está envolvido em variadíssimos projectos, além de fazer parte da Comissão Náutica Municipal. É um parceiro de imensas iniciativas a nível autárquico e regional. Em termos náuticos, provalvemente o Clube Naval da Horta é o mais dinâmico dos Açores. Sem dúvida, que é o que tem mais Secções a funcionar. É uma coisa absolutamente louca! E tudo isto paralelamente às Regatas Internacionais de Vela e de Botes Baleeiros que recebe e organiza, o que é crucial em termos de Turismo e da divulga-

Semana do Mar: Fernando Menezes numa “Regata dos Velhotes”, nos anos 90

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“Quem pensar ser Presidente do CNH deve ser, primeiro do que tudo, alguém que goste do Clube”

ção que é feita do Faial e dos Açores. O CNH é, efectivamente, reconhecido a nível internacional. Quando vamos a Sables D’Olonne, a Douarnenez ou a outro lado, sabem quem somos. É uma instituição que goza de imenso prestígio a nível regional e nacional. Senti isso enquanto tive responsabilidades políticas e andei por aí. E nos Açores o CNH é muito reconhecido! Quantas vezes em São Miguel e na Terceira as pessoas se referem ao CNH com muito apreço? Isto é verdade! O Clube Naval da Horta tem uma grande história e uma actividade que são merecedoras de crédito por parte de todos os açorianos. O Clube dá cada vez mais trabalho! Acho que o Clube dá mais trabalho do que prestígio e então nos últimos tempos quem está lá é para trabalhar com grande sacrifício! Claro que não sou ingénuo ao ponto de pensar que este cargo não possa ser visto por alguns como uma forma de ganhar prestígio. Mas quem vai para o Clube a pensar nisso talvez fique surpreendido, porque aquela “casa” dá muito trabalho. Cada vez dá mais trabalho! Por isso, quem aceita este cargo só pode encarar isso como uma prestação de serviço à comunidade, aos despor-

“Tenho muita confiança na juventude”

tos náuticos e à juventude. Estamos a falar de um serviço público útil e gratuito e não são muitos os que fazem isso com total disponibilidade. O Presidente do CNH tem de se relacionar com toda a gente Neste contexto e na minha opinião, quem pensar ser Presidente do CNH deve ser, primeiro do que tudo, alguém que goste do Clube, de mar e de pertencer a uma associação desportiva. Depois, terá de ser uma pessoa que se relacione bem e seja de bom trato, porque o Presidente do

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CNH tem de falar com toda a gente, desde as Freguesias, à Câmara Municipal, passando pelo Turismo, pelo Desporto até ao Governo Regional. Como em qualquer agrupamento humano, há conflitos e é preciso saber dirimi-los e isso as vezes não é fácil. Se um tipo não tem bom feitio, é um problema. Envolver os mais novos na Direcção e passar a haver um gestor Penso que está a chegar a altura de gente mais nova “agarrar” a Direcção do CNH, com uma rectaguarda de gente mais velha e com experiência mas só ao nível do aconselhamento, porque tenho muita confiança na juventude e acho que quem aceitar o desafio há-de dar umas cabeçadas mas depois seguirá em frente, pois os mais novos têm uma criatividade que as pessoas com mais idade já não têm. Acho que a situação assusta um bocadinho, tendo em conta que é um barco muito grande. E aquando das últimas eleições notou-se isso. As pessoas têm algum receio, porque, para o Clube funcionar bem, precisa de mais recursos. Pela dimensão que o Clube tem e por aquilo que já atingiu, fazia sentido haver um gestor, pago, a trabalhar no CNH sob a Direcção dos Corpos Gerentes. Acho que isto já começa a ficar muito pesado sempre para os mesmos. Na minha opinião é esse o caminho, o que até poderá facilitar em termos de disponibilidade de pessoas para integrar os Corpos Gerentes do CNH, que devem continuar a ser compostos por gente voluntária. Já senti isso quando estive como Presidente da Direcção, pois é preciso ter muito tempo disponível. É de manhã e à noite e é preciso ir ao Clube

todos os dias e depois vive-se um período em que a actividade é permanente e muito intensa, em que não há fins-de-semana nem férias para ninguém! É sempre, sempre a trabalhar e a resolver problemas! Isto causa um desgaste enorme! Os últimos Presidentes – eu e o actual – já estávamos numa situação de reformados mas nem sempre é assim. A primeira assinatura no diploma para a recuperação do Património Baleeiro foi minha A recuperação do Património Baleeiro foi das coisas mais interessantes que se fez nos Açores. A primeira assinatura da proposta para se recuperar este Patrimonio, depois de ter acabado a caça à baleia em 87/88, foi minha. Foi das leis mais marcantes em que colaborei enquanto estive na política. Conseguiu-se passar de uma situação de caça para uma situação de observação, de realização de regatas e de convívio, profundamente extraordinária! Foi uma forma muitíssimo inteligente de se manter este Património. E do ponto de vista social nem houve grandes conflitos. Muitos baleeiros continuaram a andar nos botes e nas gasolinas, a ver as regatas e a comentá-las. Quantas regatas de Botes Baleeiros e de Vela de Cruzeiro eu organizei e participei! Até cheguei a ir para a ponta da doca de espingarda em punho dar a largada! E esta nova vida que demos aos Botes é algo que está disseminado pelo Faial, Pico e quase todas as ilhas dos Açores. Alguns baleeiros antigos passaram a vigias e embora já haja cada vez menos, porque infelizmente pela lei da vida vão desaparecendo, a verdade é que os mais novos agarraram isto e estão a dar continuidade a esta nossa tradição. Outro aspecto muito interessante relacionado com os Botes Baleeiros é a realização das Regatas Internacionais, o que fomenta a ligação com os nossos emigrantes e entre as cidades-irmãs da Horta e de New Bedford. E eles levam isto mesmo a sério! Quando estive lá – como Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA) – senti isso, sendo visível o grande trabalho feito pelo João Cardoso Pinheiro e o filho, Vítor Pinheiro, e por outros, na “Azorean Maritime Heritage Society”. A Escola de Vela é fundamental

“Até ia para a ponta da doca de espingarda em punho dar a largada!”

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São os desportistas do CNH, que andaram na

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CLUBE NAVAL DA H Escola de Vela do Clube, os actuais Oficiais dos Botes, o que é algo verdadeiramente extraodinário! E são disputados como o Cristiano Ronaldo, pois todos os querem para o seu bote. A rivalidade a que assistimos entre o Faial e o Pico no decorrer das Regatas de Botes é tremenda mas é boa! Já presenciei cenas engraçadíssimas, pois ninguém gosta de perder. Mas há regras e às vezes passa-se por cima delas. A Escola de Vela do CNH continua a ser o escopo fundamental do CNH. É preciso fazer um grande esforço de reapetrechamento, atendendo a que é a coluna dorsal do CNH, desde sempre. Todas as Secções devem ser acarinhadas mas a Escola de Vela deve ter uma atenção especial. Em 1997 – era eu Presidente do Conselho Fiscal e José Decq Mota o Presidente da Direcção – fiz uns estatutos para o CNH, altura em que foram criadas as Secções com alguma autonomia administrativa e que se criou também o Conselho Geral, uma espécie de senado, digamos assim, de antigos presidentes e pessoas convidadas, que emitem pareceres não vinculativos. É curioso que na altura houve receio de as Secções passarem a ter alguma autonomia mas o Clube tem de ser estruturado assim, com Secções, com autonomia organizativa e sob a superintendência dos Corpos Gerentes. Lembro-me de que o Clube já teve uma Secção de Escafandria – e eu fiz o curso de escafandro

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autónomo – mas hoje as condições e os meios são outros. É também muito importante a formação de desportistas náuticos e o CNH está hoje apetrechado e credenciado nesse sentido. Foi através do Clube Naval que tirei a carta de Patrão de Costa, já lá vão muitos anos. “Atlantis Cup” vai continuar, porque é muito importante! Recordo, com algum orgulho, o facto de ter sido no tempo em que fui Presidente da Assembleia Legislativa dos Açores que a “Atlantis Cup” passou a “Regata da Autonomia”, o que se verificou em 2001 por ocasião da celebração de 25 Anos de Autonomia Constitucional. Foi importante no sentido de qualificar melhor a Regata, elevando-a a um âmbito oficial regional e ao reforço do conceito de Autonomia por estas ilhas. Considero que o desafio lançado por Ana Luís (Presidente da ALRAA), em 2014, para que a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” tocasse em todas as ilhas – ciclo que se completou em 2018 – foi muito interessante e acho que esta Regata vai continuar com certeza, porque é muito importante! Participei em 4 regatas “Atlantis Cup”, como membro das tripulações, e fui ainda, por diversas vezes, membro do Júri e da Organização”.

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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


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