Ir_ao_mar - Nº51 - Junho 2018

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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

Nยบ 51 JUNHO 2018


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BOTES BALEEIROS “SENHORA DE FÁTIMA”, DO FAIAL, FICOU EM 3º LUGAR NA REGATA TERRA BALEEIRA, NAS LAJES

Vítor Mota, Mestre da “Walkiria”, foi o Responsável pela Comitiva Faialense

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bote “Senhora de Fátima”, da freguesia de Castelo Branco, da ilha do Faial, com o Oficial António Luís, alcançou o 3º lugar do pódio na Regata Terra Baleeira – Vela – do Campeonato de Botes Baleeiros do Pico 2018, que decorreu este sábado, dia 23, nas Lajes. Em 1º lugar ficou o bote “Maria Armanda”, das Lajes; e em 2º o “Maria Pequena”, de São Mateus. A data de realização desta Regata – coincidente com os festejos da noite de São João – impossibilitou que a Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial tenha tido uma participação tão forte como vem sendo habitual. Devido a esse facto, apenas foram três os botes faialenses envolvidos: “Senhora de Fátima”, de Castelo Branco; “Senhora do Socorro”, do Salão (6º) e “Capelinhos”, da freguesia do Capelo (15º). A lancha “Walkiria”, do Clube Naval da Horta (CNH), tripulada pelo (seu) Mestre Vítor Mota, saiu do Faial pelas 6h30 deste sábado, demo-

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rando cerca de 2 horas e 15 minutos até às Lajes do Pico. Além dos 3 botes do Faial, a “Walkiria” parou em São Mateus para rebocar mais 2 até às Lajes. Vítor Mota, Representante e Responsável pela Comitiva do CNH, refere que no total participaram 19 botes baleeiros. Além dos 3 do Faial, veio 1 da Graciosa e 2 de São Jorge (das Velas e do Tôpo), sendo os restantes de várias localidades picoenses. A Regata foi marcada pelo “pouco vento registado”, o que fez com que cada um dos percursos tenha ultrapassado as 2 horas. A 1ª etapa contemplou Lajes/Ribeiras – com almoço nas Ribeiras, em cima do cais – e a 2ª ligou as Ribeiras à Calheta. O Jantar de Entrega de Prémios decorreu no Salão Polivalente da Calheta. Em prova estiveram 4 lanchas, tendo a “Walkiria”, do CNH, sido uma delas. “Correu tudo muito bem. É de realçar o facto de o convívio ter começado mais cedo, possibilitando, assim, a participação das tripulações provenientes de zonas mais distantes, o que foi visto com grande agrado. Já houve regatas em que

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não pudemos estar presentes no convívio devido ao adiantado da hora”, explica Vítor Mota. A saída do Pico para o Faial aconteceu por volta das 19h30. Nesta viagem de regresso, a “Rainha dos Mares dos Açores” rebocou 8 botes baleeiros: 3 ficaram nas Lajes e 2 em São Mateus. Os restantes 3 vieram até casa. A chegada ao Faial deu-se já era noite, ainda a tempo de ir festejar São João. A reportagem fotográfica é da responsabilidade de José Macedo, a quem o Gabinete de Imprensa do CNH agradece o empenhado e profissional trabalho, a que já nos habituou.

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CANOAGEM PROVA DE VERÃO

Foram 8 os canoístas em prova onde todos os atletas melhoraram os seus tempos

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oi com tempo espectacular que decorreu na manhã deste sábado, dia 23, na Baía da Horta, a Prova de Verão da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH). Participaram 8 canoístas na Prova de Velocidade, destinada a todos os Escalões; e na Prova de Fundo, com 3 quilómetros para os Menores e Infantis, e 6 quilómetros para Cadetes, Juniores, Seniores e Veteranos. Hugo Parra, Treinador de Competição do CNH, sublinha o facto de “todos os canoístas terem melhorado os tempos”. Nestas duas semanas até ao Campeonato Regional de Canoagem – que acontecerá no dia 7 de Julho, na ilha Terceira – a palavra de ordem é treinar.

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS MIGUEL PIRES: “A CANOAGEM PERMITE-ME ESTAR NO MAR, ONDE ME SINTO BEM”

A Canoagem ganhou ao ‘Windsurf’

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oi por vontade própria e com um empurrão dado pela divulgação e sensibilização que o Clube Naval da Horta (CNH) faz nas Escolas (Básica Integrada e Secundária da Horta) no início de cada ano lectivo, que Miguel Pires decidiu enveredar pela Canoagem. No entanto, este adolescente confessa que a determinação de um amigo (velejador do CNH) em praticar Canoagem, também pesou quando a indecisão pairava entre esta modalidade e o ‘Windsurf’. Esse incentivo e companhia criaram em Miguel um “grande gosto pela Canoagem”, onde “o mais difícil foi ganhar estabilidade”. Ultrapassada essa fase, “tornou-se interessante e fixe” e o problema de revirar ficou afastado, mas constitui uma boa memória. “No início revirávamos e ríamo-nos disso”. Este canoísta gosta do Treinador, Hugo Parra, e do grupo, destacando os amigos Pedro Costa e

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Gustavo Rodrigues, que são colegas de turma. Este ano (2018) o Gonçalo Rosa (que não é da mesma turma) também entrou para a Secção de Canoagem do CNH, assim como o Jerónimo Remédios, e são todos amigos, o que gera maior confiança neste canoísta. “Eu e o Pedro Costa estamos quase ao mesmo nível”, salienta Miguel Pires, enaltecendo o desempenho do amigo. Ainda sobre Hugo Parra, diz: “O Treinador é bom e puxa por nós. O David Mila (Iniciação) também é bom Treinador e a Directora é acessível”. “Precisamos de caiaques novos para evoluir” Miguel gosta da Canoagem por que se diverte, pode estar com alguns amigos, sendo um meio onde consegue fazer novas amizades e lhe permite conviver e conversar. Mas levando a modalidade a sério, a palavra de ordem é evoluir e, para isso, considera que tanto ele como os com-

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“No início revirávamos e ríamo-nos disso”

panheiros canoístas precisam de caiaques novos, pois, “o actual material está muito cansado”. Tendo em conta que se trata de um investimento avultado para o Clube, atendendo ao número de praticantes e à redução dos apoios existentes, Miguel avança que o pai mostrou disponibilidade em adquirir um ‘surfski’, o que vem no seguimento do que já acontece neste momento com um outro canoísta, que decidiu investir por conta própria. Aliás, esse é o modelo em voga no Continente português, onde cada atleta é que investe na aquisição e manutenção do material necessário à modalidade que pratica. Relativamente ao equipamento, no CNH fica à conta do atleta, que compra o que mais aprecia em termos de conforto. Este canoísta sente-se apoiado pela família e a companhia do pai, também como praticante, poderá ser uma realidade a breve trecho. “Estou a convencê-lo e se ele viesse comigo, tornava-se mais engraçado. Também já convidei alguns amigos e um já garantiu a sua presença. É muito interessante quando os canoístas do Pico vêm ao Faial, pois dá para ver o nível deles e torna as provas mas desafiantes.

Seria bom haver mais atletas no meu escalão – Infantis Masculinos: 4 – permitindo maior competição”. Canoagem é a rainha no meio dos outros desportos Apesar do gosto que nutre pela Canoagem, levando a melhor, por exemplo, em relação ao Ciclismo, este jovem confessa que o frio reduz a vontade de entrar na água, preferindo o Verão e o bom tempo. “Faço parte do Clube de Ciclismo da Feteira mas prefiro a Canoagem por ser mais interessante. Além disso, sempre gostei de estar no mar e de mergulhar. Também pratico karaté, sendo certo que nem sempre consigo ir aos treinos”. O “Cuca” – ‘bulldog’ francês – faz igualmente parte do programa do nosso atleta, indo os dois passear. A juntar ao conjunto, Miguel recorda que também já tocou guitarra no Conservatório da Horta, durante cerca de 5 anos. Porém, o elevado número de alunos dificultou a continuidade das aulas. “Tenho sempre o meu violão e quando me ape-

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Os amigos são uma componente fundamental na Canoagem

tece, toco. Gostava muito de andar em patins, o que acontecia em casa e na Escola. E eu era bom nisto. Em Educação Física podia ter tido esta modalidade, mas a inexistência de um clube na ilha fez com que não tenha havido evolução”. Conciliar tudo isto com as aulas tem sido possível até agora, refere Miguel Pires, que encontra na Matemática e na Geografia as suas disciplinas preferidas. O futuro, revela, poderá passar por Gestão de Empresas. “Gostava de ir ao Regional” Miguel Pires ainda só consegue falar das Provas Locais – onde já alcançou “bons resultados” – uma vez que começou a praticar Canoagem em Novembro de 2017. Ainda assim, já tem a ambição de ir ao Campeonato Regional de Canoagem, que se realiza em Julho próximo, na ilha Terceira. Este canoísta sabe e sente que “a Canoagem cansa”, mas sustenta que “vale a pena”. Vê nos mais velhos um exemplo e uma motivação para ir mais além. “O José Gomes puxa por mim. Vou ao lado dele para evoluir. Ele começa a dizer “bora, bora” e incentiva-me a não parar”.

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Miguel: fazes da Canoagem a tua modalidade de eleição, trabalhando e investindo na evolução. Mais do que um desporto, a Canoagem é, para ti, um espaço para conviver e fazer amizades, permitindo que estejas num ambiente que dominas e gostas: o mar. Estão reunidos os factores que te poderão levar a outros patamares no percurso natural de quem se dedica e investe.

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NATAÇÃO ENCONTRO REGIONAL DE CADETES, EM SÃO MIGUEL

“O Encontro foi exigente mas rico em percursos competitivos”

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Encontro Regional de Cadetes, que decorreu sábado e domingo, dias 9 e 10 do corrente, no Complexo das Laranjeiras, em São Miguel, foi “exigente e cansativo para todos, mas rico em percursos competitivos e repleto de boas experiências”, sublinha a treinadora e coordenadora da Natação do Clube Naval da Horta (CNH). Da Secção de Natação do CNH participaram 21 nadadores que, de acordo com esta Técnica, tiveram um “bom desempenho”. “Destaca-se o desempenho dos atletas Francisco Rodrigues, Cadete A; Vasco Alexandrino e Bernardo Silveira, ambos Cadetes B, pela sua evolução extre-

A Técnica do CNH destaca “o bom desempenho” dos nadadores faialenses

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mamente significativa ao longo de toda a época e pela postura que adquirem nos momentos competitivos”. Esta prova, organizada pela Associação de Natação da Região Açores (ANARA), contou, na totalidade, com cerca de 130 atletas. A componente social é cada vez mais crucial no desenvolvimento dos nossos jovens e estas iniciativas contribuem não só para a sua formação enquanto atleta mas, também, como pessoa. A equipa agradece a todos os que a ajudaram na logística necessária à concretização da prova, assim como o apoio manifestado pelos presentes”. A Treinadora recorda que no sábado, dia 9, o atleta Francisco Colaço Rodrigues completou 12 anos de idade, tendo a data sido festejada no centro comercial, como atesta a fotografia. “Estes Encontros trazem autonomia e responsabilidade aos atletas”


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NATAÇÃO TORNEIO DE PORTO PIM

Foram estabelecidos 11 novos tempos mínimos de participação nos Campeonatos Regionais de Absolutos

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Torneio decorreu dentro das expectativas. Os nadadores obtiveram resultados de acordo com a sua preparação ao

longo da época. Foram estabelecidos 11 novos tempos mínimos de participação nos Campeonatos Regionais de Absolutos”. É este o balanço feito pela Treinadora de Grau II e Coordenadora da Natação do Clube Naval da Horta (CNH) ao Torneio de Porto Pim, que decorreu nos dias 9 e 10 do corrente, na Piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) da Horta. Participaram 17 atletas da Secção de Natação do CNH, dos Escalões Infantis, Juvenis, Júniores

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Maria Rocha, Sofia Pereira Machado e Aurora Nunes fazem parte do grupo de atletas apurados para o Campeonato Regional de Absolutos

André Costa, Diogo Leonardo, Rodrigo Pereira e Gonçalo Oliveira: amigos e atletas da Secção de Natação do CNH

Diana Neves: concentração antes da Prova

Guilherme Nunes e Luna Amor num momento de descontracção, ao lado de Afonso Santimano

e Séniores. Esta Técnica revela que, neste momento, o CNH conta com os seguintes nadadores apurados para os Campeonatos Regionais de Absolutos: Guilherme Nunes, André Costa, Luís Neves, Afonso Santimano, Diogo Vieira, Diogo Leonardo, Tomás Oliveira, Rodrigo Pereira, António Leal, Aurora Nunes, Luna Amor, Maria Rocha, Diana Neves e Sofia Pereira Machado. A treinadora explica que “esta comitiva irá competir num total de 63 provas individuais e 9 estafetas. Trata-se de uma equipa sólida, não só pela quantidade de atletas e mínimos alcançados mas, também, pela qualidade dos resultados que têm melhorado a olhos vistos ao longo da época”. “Esta participação é já uma grande vitória”, frisa. O Torneio de Porto Pim serviu como preparação para o Campeonato Regional de Absolutos, que se realizará nos dias 6, 7 e 8 de Julho, na Praia da Vitória, ilha Terceira. 14

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NATAÇÃO CNH APOIOU TRAINING CAMP DE SWIMRUN NO FAIAL - MODALIDADE ESTREOU-SE NOS AÇORES

Os atletas que participaram no Training Camp de Swimrum, que decorreu no Faial

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oram 13 os atletas que participaram no Training Camp de Swimrun, que decorreu este sábado, dia 23, na ilha do Faial. A iniciativa foi promovida pelo Swimrun de Portugal - Circuito Nacional de Swimrun, e contou com o apoio do Clube Naval da Horta (CNH), tendo constituído a estreia da modalidade nos Açores. De acordo com António João, do Grupo de Águas Abertas do CNH, “esta actividade junta corrida em trilho com natação em águas abertas”. Foram realizados 16 quilómetros com 4 transições água/terra e 4 terra/água, a nadar e a correr, desde Pedro Miguel, passando pela

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Praia do Almoxarife e praia da Conceição, com terminús em Porto Pim e Monte da Guia. O evento realizado este sábado, em treino conjunto, representou a apresentação e a promoção da modalidade nos Açores, tendo-se revelado “uma experiência muito interessante, aliando o prazer de corrida em trilhos à frescura da transição e natação em águas abertas no mar, em todo um ambiente de excelência ”, sublinham os participantes. Além dos locais, participaram três elementos do Continente português, um dos quais é o Representante do Swimrun Portugal - Circuito de Swimrun Nacional, Bruno Safara, que ficou deslumbrado com as excelentes condições naturais. “Os atletas – todos em boa forma física – demonstraram o seu agrado e satisfação, adiantando querer repetir a experiência”. Por isso, a

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CLUBE NAVAL DA H Organização estará a planear o evento para 2019, percebendo-se que “deverá ser promovida no período de Inverno, por forma a captar o público-alvo, que passa muito pelos nórdicos”, explica a Organização, que remata: “O Faial dispõe de todas as condições para acolher o Swimrun no Inverno, e até é favorável em termos de sazonalidade, contrastando, também, com as condições atmosféricas impraticáveis na mesma altura nos países nórdicos”. A colaboração do Clube Naval da Horta – que se revelou decisiva para a realização deste evento de âmbito regional – passou pelo apoio em termos de disponibilização de embarcações, capitaneadas pelo Mestre “Catita” (Armando Oliveira) e Diogo Nunes, no que diz respeito à segurança, área que contou, ainda, com a prevenção feita pelas enfermeiras Simone Martins e Patrícia Lourenço, além do apoio de Conceição Marques, elemento directivo do CNH.

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A participação feminina integrou a experiência da Filipa e a estreia da Margarida e da Andrea

Diogo Picanço, do CNH, leva os atletas até ao mar

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REACTIVADA SECÇÃO DE MOTONÁUTICA DO CNH FAIAL ACOLHE 3ª PROVA DO CAMPEONATO REGIONAL NO DIA 12 DE AGOSTO

Márcio Gomes, Pedro Freitas, Marco Garcia e Tiago Mota, a caminho da 1ª Prova do Regional, na Terceira

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ndo de encontro à vontade manifestada pelos Sócios e numa acção concertada entre a Direcção do Clube Naval da Horta (CNH) e os mais directos Responsáveis pela Motonáutica no Faial, encontra-se oficialmente reactivada a Secção de Motonáutica do CNH. A Conferência de Imprensa destinada a tornar pública a decisão, realizou-se na tarde de quarta-feira, dia 27, na Sala de Reuniões desta instituição náutica. José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, memorou que desde 1999 – altura em que desempenhava precisamente as mesmas funções de hoje – que esta “casa” manteve a Secção de ‘Jet Ski’ e Motos de Água, a qual contou com “o grande empenho” de Luís Prieto, ao tempo Vice-Presidente, tendo registado “elevada adesão”. “E houve 2/3 anos de intensa actividade, o que se revelou bastante interessante, com variadas iniciativas noutras ilhas dos Açores”, destacou este Dirigente.

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“CNH: um Clube sempre aberto a novos projectos” O mais alto Responsável pelos destinos do Clube Naval da Horta lembrou que esta instituição “sempre se dedicou a todas as modalidades náuticas que os seus associados queiram praticar”, mostrando “permanente abertura para a implementação de novos projectos”. E é nesse contexto que surge o reactivar da Secção de Motonáutica, que dispõe de uma recém-criada Comissão, da qual fazem parte Marco Garcia, como Coordenador; Pedro Mendonça, Márcio Gomes e Diogo Bajouco. “O pior desastre que se podia fazer a este Clube era transformá-lo num ‘yatch club’. O CNH prima por ser um Clube aberto e sensível a todas as modalidades náuticas”, sustentou. Esta Secção seguirá a política aplicada às outras e que passa pela apresentação de um Plano de Actividades, em acção articulada com a Direcção do CNH. Será o próprio Presidente a fazer a ponte entre esta Secção e a Direcção, cabendo a esta última a gestão do apoio, a cedência de contactos e outro tipo de entre-ajuda que se afigure necessário.

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“Todas as Secções são igualmente importantes” Respondendo a uma crítica de que, por vezes, é alvo, no sentido de haver Secções preferidas e preteridas ou, numa linguagem popular, que existem “filhas e enteadas”, José Decq Mota defende-se, esclarecendo que “há Secções de natureza e dimensão diferentes. Mas todas são igualmente importantes. As situações é que são diferentes”. Prova do Campeonato Nacional no Faial, em 2019 A vontade de reactivar esta Secção é maior do que toda e qualquer atitude deliberadamente pensada para prejudicar o desporto e a visibilidade da Ilha Azul fora de portas, como foi aquela que aconteceu por parte da transportadora aérea regional “Azores Airlines” (SATA), que inviabilizou a realização da Prova do Campeonato Nacional desta modalidade que há muito estava marcada para o fim-de-semana de 4/5 de Agosto de 2018, no Faial. A falta de lugares (aliada aos preços exorbitantes) foi a causa principal que levou Marco Garcia a cancelar este evento, que traria à ilha do Faial cerca de 100 pessoas, entre atletas e familiares. Para José

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Decq Mota, trata-se de “uma política horrível”, que está descaradamente a prejudicar o desenvolvimento desta ilha. Sempre com o espírito de olhar para a frente e abrir novos caminhos, o Presidente da Direcção do CNH desafiou a recém-criada Comissão da Secção de Motonáutica do Clube Naval da Horta a abalançar-se à organização de um Campeonato Nacional já em 2019, repto que foi de imediato aceite por Marco Garcia. Nesse sentido, o Coordenador desta Secção confirmou a presença do Presidente da Federação Portuguesa de Motonáutica (FPM), Paulo Ferreira, na 1ª Prova do Regional, a realizar este sábado, dia 30, na Terceira, constituindo uma “excelente oportunidade” no sentido de o sensibilizar para o Nacional, que se pretende venha a ter como palco a ilha do Faial já em 2019. A organização de eventos nacionais é um aspecto em que José Decq Mota e o CNH dão cartas, com reconhecimento no plano nacional e internacional. Exemplos disso são o Campeonato Nacional da Classe Hansa (Vela Adaptada) realizado em 2014 e até hoje enaltecido e recordado como tendo sido o melhor de sempre; os

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Campeonatos Nacionais de Apneia; ou o Campeonato Nacional de ‘Windsurf’, que se realizará na primeira semana de Outubro próximo, para só mencionar estes. “O segredo do CNH na organização deste tipo de eventos reside na disponibilidade das pessoas”, frisou o Presidente do Clube Naval mais dinâmico dos Açores: o CNH. O desejo de trabalhar em conjunto manifestou-se no decorrer desta Conferência de Imprensa em que, por um lado, Marco Garcia disponibilizou os elementos da Secção para darem apoio a eventos do CNH e, por outro, o Presidente viu essa nova colaboração como um contributo muito útil e importante nos tempos que se avizinham, em que o volume de iniciativas é cada vez mais exponencial, com particular ênfase para o factor segurança, sempre em primeira linha de atenção no Clube Naval da Horta. No Faial: 3ª Prova do Campeonato Regional já no dia 12 de Agosto A Secção de Motonáutica do CNH mal teve tempo de ser reaberta para já apresentar uma folha de serviço. Assim, no dia 12 de Agosto, em pleno domingo de encerramento do Festival Náutico da Semana do Mar, terá lugar a 3ª Prova do Campeonato Regional de Motonáutica dos Açores, tendo como palco a Baía da Horta. Esta será

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a primeira vez que uma competição regional irá acontecer no Faial, tendo sido convidado a estar presente o Presidente da Federação Portuguesa de Motonáutica. Para a véspera, (dia 11), está marcado um pequeno passeio à volta da ilha. José Decq Mota colocou a possibilidade de, no dia 3 de Agosto, haver uma demonstração de Motonáutica na Baía da Horta, o que foi visto com muito agrado por parte dos elementos desta Comissão. Em termos de competições, foi referido que este sábado, dia 30, terá lugar a 1ª Prova do Campeonato Regional, na Terceira, em que participam 5 pilotos do Faial: Márcio Gomes, Pedro Freitas, Marco Garcia, Tiago Mota e Pedro Mendonça, estando já inscritos 26 atletas; e nos dias 7 e 8 de Julho decorrerá a 2ª Prova do Regional, em São Jorge. Marco Garcia agradeceu todo o apoio dado pelo CNH até agora, realçando que esta Comissão tem como objectivos “sensibilizar e promover a prática da Motonáutica nas vertentes de lazer e de competição”. O Coordenador da reactivada Secção de Motonáutica do CNH adiantou que existem 9 pilotos federados no Faial, explicando que são várias as disciplinas dentro da Motonáutica, das quais se pretende fazer uma demonstração, de forma individual, no Faial, em data a anunciar.

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PESCA DESPORTIVA DE BARCO “ABITO”, “XARK” E “ZEUS” NO PÓDIO DA 1ª PROVA DE CORRICO

O tempo esteve espectacular, como documenta a fotografia tirada às 6 da manhã

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oram 6 os participantes na 1ª Prova de Pesca de Corrico do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2018, realizada na manhã deste domingo, dia 17 (entre as 6 e as 11 horas). “Abito”, “Xark” e “Zeus”, foram as embarcações vencedoras, tendo o maior exemplar, uma serra com 2.470 quilos, sido capturada pela tripulação do “Titou”. De acordo com Luís Carlos Rosa, Director desta Secção, “a prova decorreu bem, marcada pelo bom tempo registado”. A pesagem processou-se com a normalidade habitual, altura em que sobressai o convívio entre os pescadores, que contam com o lanche oferecido pelo CNH. A 2ª Prova de Pesca de Corrico – nocturna – está calendarizada para o dia 28 de Julho próximo. O Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do CNH desta temporada é composto por

8 provas, sendo 4 de Pesca de Fundo e 4 de Pesca de Corrico. Tem como patrocinador habitual a empresa “Delfim Vargas, Lda”. Neste momento e no cômputo geral – somatório das provas de Pesca de Fundo e de Corrico – a embarcação “Titou” ocupa o 1º lugar da tabela, seguida da “Abito” e da “Xark”. A diferença entre as duas primeiras classificadas é inferior a dois pontos, fazendo com que este Campeonato esteja a ser muito renhido na luta pelos lugares cimeiros. Se olharmos para os resultados apurados até agora, constata-se que a 3ª classificada também está, em termos de pontuação, muito próxima das duas primeiras, pelo que o título de campeão encontra-se em permanente discussão.

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PESCA DESPORTIVA DE COSTA XVIII CONVÍVIO DE PESCA DESPORTIVA DE MAR DOS AÇORES

35 pescadores de Peniche no Convívio do Faial, organizado pelo CNH. A chuva marcou a pescaria mas foi a boa disposição que levou a melhor - “As pessoas do CNH são excepcionais, existindo um relacionamento de proximidade”

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êm em comum o gosto pela pesca, que os tem levado a percorrer os Açores de lés a lés, Madeira e Portugal continental. São amigos, colegas profissionais e amantes da natureza. Falamos do Grupo de Pesca Desportiva do Centro Social do Pessoal da Câmara de Peniche, uma comitiva de 40 pessoas – 35 pescadores – que esteve no Faial nos dias 1, 2 e 3 do corrente, a fim de participar no XVIII Convívio de Pesca Desportiva de Mar dos Açores, que decorre até ao dia 11. Na ilha do Faial aconteceu – este domingo, dia 3 – o 1º Convívio dos três programados

para este périplo, cuja organização esteve a cargo da Secção de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH). O segundo terá como palco as Flores, na quarta-feira, dia 6; e o terceiro o Corvo, no dia 8 deste mês. O convívio, a tranquilidade e a abundância de peixe, são, no dizer de Francisco Silva, Organizador desta actividade, as razões que levam o Grupo a vir aos Açores, o que acontece há 23 anos. O primeiro intercâmbio com o Clube Naval da Horta realizou-se no recuado ano de 1995, já depois de Francisco Silva ter visitado o Faial, já lá vão 25 anos. Aliás, foi na sequência desse passeio e do conhecimento travado, que este engenheiro de profissão lançou o desafio que esteve na base desta profícua relação de amizade, sim, porque actualmente os pescadores de Peniche (também há elementos de Torres Vedras, Lisboa e não só) têm amigos em todas as ilhas.


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A zona de lazer da Fajã foi o cenário para a aguardada pesagem do pescado

Podemos dizer que 50 por cento dos pescadores pertencem ao Grupo do Centro Social do Pessoal da Câmara de Peniche – sendo funcionários camarários – e os restantes são convidados. De realçar que este Centro Social desenvolve um variado leque de actividades desportivas e culturais. E a prova de que cada ilha, apesar de pertencer ao mesmo arquipélago, tem as suas especificidades e encanto próprio, reside no facto de as Flores ser, no conjunto das 9, aquela que ganhou o cognome de “especial”, atendendo à sua tranquilidade e à quantidade e variedade de espécies que encerra. É que, apesar de todos dizerem que a questão dominante é o convívio, a verdade é que não nenhum pescador gosta de ficar para trás, reinando a luta pela chegada ao pódio, numa prova em que a pescaria é mista, o mesmo é dizer, que tudo (ou quase tudo) o que vier à cana, é pontuável. O segundo intercâmbio decorreu nas Berlengas, em 1996, e de lá até hoje pesca e turismo con-

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tinuam parceiros. Francisco Silva refere que o convite para pescar nas diferentes zonas do país é feito aos clubes que, internamente organizam a sua participação. Nesse sentido, os pescadores do CNH foram convidados a acompanhar a comitiva de Peniche na deslocação às Flores e ao Corvo, mas questões de ordem financeira impediram essa agradável viagem. E, a propósito de financiamento, este organizador explica que o Grupo realiza várias actividades ao longo do ano com o objectivo de angariar fundos que permitam estas deslocações. Uma delas é a Prova de Pesca Desportiva de âmbito nacional, que reúne cerca de 150 pescadores. Os patrocínios são outro contributo neste contexto. Para o Campeonato Nacional não contam as pescarias realizadas na Madeira e Açores. Contudo, todas as provas são encaradas com o mesmo espírito: ganhar. Questionado sobre a razão que leva este Grupo – que ao longo dos anos tem vindo a sofrer alterações na sua composição – a vir anualmente

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CLUBE NAVAL DA H à Região, Francisco Silva destaca: “Porque os Açores são o ‘ex-líbris’ do País e enquanto se mantiver este turismo de natureza, não podemos pedir mais”. Estes 11 dias de pesca, passeio e muito convívio representam perto de 700 euros por cada pescador. O périplo por várias ilhas foi uma forma de quebrar a monotonia mais tendencial na visita a uma só ilha, o que imprime “um salto qualitativo” a esta viagem, que junta 40 homens. “Pessoas do CNH são excepcionais” Francisco Silva e os companheiros sentem-se em casa no Faial, ilha que teve como cicerone Carlos Medeiros, Director da Secção de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta. “As pessoas do CNH são excepcionais, existindo um relacionamento de proximidade. Aqui, o que se evidencia é a afectividade e não o lado competitivo”, vinca Francisco Silva. Desta Secção participaram 5 pescadores, embora o número de inscritos tenha sido superior. Neste ambiente, marcadamente masculino, faltou Juliana Nóbrega, uma veterana no que à pesca diz respeito e a única presença no feminino no CNH. Carlos Medeiros, que não deixou os seus créditos por mãos alheias, fazendo jus aos desempenhos a que já nos habituou – foi 2º classificado na geral, integrando o 3º lugar do pódio por equipas – congratula-se pela forma como decorreu o evento. Quanto à pescaria, afirma: “Foi boa mas cansativa”. E explica: “O facto de a prova

A pesagem implicou muito tempo, atirando o almoço para as 3 da tarde

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ser realizada num pesqueiro sem limites, obriga a andar muito”. Qualquer actividade implica vocação e ser pescador não é diferente. Calcorrear quilómetros à procura do melhor lugar para pescar, carregando o material e a seguir o pescado, e ainda ter de enfrentar a chuva, que dificulta a mobilidade, tornando-a, por vezes, perigosa, é um quadro que fala por si. Se dissermos que esta prova decorreu na Fajã da Praia do Norte e que muitos optaram por atravessar a praia, movendo-se a custo na pesada areia que dificulta a caminhada já de si penosa atendendo às condições atmosféricas registadas, ficamos com o retrato completo deste panorama. Cumprindo o estabelecido, aos magotes ou de forma individual, todos foram chegando ao local da pesagem, comentando a falta de cooperação de São Pedro, que tinha sido tão amigo nos dois dias anteriores. Mais molhados do que secos e com o estômago a acusar o tardio da hora, o almoço só foi uma realidade já passava das 3 da tarde, mas a ementa compensou, embora só tenha sido uma realidade depois da pesagem, que decorreu debaixo de chuva, mas sempre com grande boa disposição. Foi nesta altura que se confirmaram as expectativas e dissiparam as dúvidas. Uns queriam mais, enquanto outros se manifestavam visivelmente satisfeitos. Foi com grande recepetividade que todos se organizaram para a fotografia de família, tirada debaixo do guarda-chuva. As seguintes seguiram

É preciso contar o número de exemplares de cada pescador e a seguir pesar

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A zona de lazer da Fajã foi o cenário para a aguardada pesagem do pescado

o mesmo modelo, demonstrando o ambiente dominante. Chegados ao “Restaurante Rumar”, foi tempo de retemperar forças e confortar o estômago, que já reclamava, e com razão. Distribuídos por grupos ao longo de várias mesas, os pescadores comentavam os resultados e apreciavam os Prémios, trazidos por Carlos Medeiros e patrocinados pela Câmara Municipal da Horta (CMH). Terminado o almoço, foi tempo de entregar os Prémios (os especiais, diga-se, foram os melhores, onde predominaram exemplares locais, em miniatura, claro, mas bem característicos, como o inhame e a batata). Na sua breve intervenção, Francisco Silva agradeceu a forma como o Clube Naval da Horta recebeu a comitiva de Peniche, agrandecendo ao patrocinador dos Prémios. O agradecimento foi extensivo ao Rui e família pelo “almoço

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divinal”, e ao peixe-porco, que “é amigo do homem” (largamente pescado nesta prova). E rematou, dizendo que tinha sido “um prazer estar com todos”, revelando o facto de o Grupo contar com três novos amigos que vieram pela primeira vez e de um (o Heitor) ter regressado após vários anos de ausência. Este Responsável entregou lembranças (galhardetes e exemplares de troféus) ao CNH e à CMH. Por seu turno, Carlos Medeiros, em nome do Presidente da Direcção do CNH, agradeceu a presença de todos e fez votos para que no próximo ano o peixe-porco não figure na competição (risos!). Este Dirigente desejou que os pescadores de Peniche façam grandes provas nas Flores e Corvo – lamentando o facto de o CNH não poder, também, disputá-las – augurando um bom regresso a casa. Todas as mesas denotaram grande animação,

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Prémios individuais – do 1º ao 10º: 10º - Nuno Almeida (13.140 pontos) 9º - Paulo Sousa (14.120 pontos) 8º - Francisco Silva (17.220 pontos) 7º - Francisco Borges (17.700 pontos) 6º - João Lemos (17.880 pontos) 5º - Carlos Sousa (22.050 pontos) Os Prémios foram patrocinados pela Câmara Municipal da Horta

mas algumas primaram mesmo pelo entretenimento geral, norteado por repertórios bem estudados, recheados de histórias passadas e anedotas misturadas com piadas. O amigo Baptista, Campeão de Papagaios – e grande conhecedor das várias espécies, com quem tem um relacionamento especial – é um animador nato que, por estar habituado a papaguear, foi partilhando peripécias aprontadas pelos colegas que os rodeavam, e outros, disfarçados de “natural pacatez e tranquilidade”, mas sempre prontos e engenhosos na forma de tramar o Baptista que, diga-se de passagem, também se vinga quando pode. Depois, o amigo Carinhas, igualmente chamado Francisco e também engenheiro de profissão, quis entrevistar a jornalista de serviço, mas a verdade é que se revelou um belíssimo entrevistado, contando memórias que o orgulham das suas raízes, enaltecendo a figura da sogra – vejam só! – e disponibilizando os seus préstimos para quando o destino for Peniche ou arredores. Houve ainda um simpático que fez questão de oferecer uma ‘t-shirt’ alusiva ao XVIII Convívio (2018) de Pesca Desportica de Mar dos Açores: Faial/Flores e Corvo, e, no fim, as despedidas com votos de que para o ano nos voltemos a reunir. Sentimos que já fizemos novas amizades! Sob o olhar amigo de Carlos Medeiros, a comitiva partiu na manhã desta segunda-feira, dia 4, rumo às Flores, onde certamente as pescarias os deixarão gloriosos.

4º - José Amâncio (22.150 pontos) 3º - António Mamede (23.380 pontos) 2º - Carlos Medeiros (23.710 pontos) 1º - Paulo Santos (28.920 pontos) Maior Exemplar: Nuno Daniel (1.610 pontos) Maior Número de Exemplares: Paulo Santos: 66 peixes Por Equipas: 3ª Equipa, com 33.550 pontos, composta por: Carlos Medeiros Carlos Russo Orlando 2ª Equipa, com 33.800 pontos, composta por: Hernâni Sousa Carlos Sousa Sebastião 1ª Equipa, com 64.020, composta por: Francisco Silva Paulo Santos João Lemos

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MINI-VELEIROS JOÃO NUNES É O CAMPEÃO DO “TROFÉU OURIVESARIA OLÍMPIO 2018”

João Nunes (em segundo plano), José Gonçalves e João Sequeira: os vencedores do Troféu “Ourivesaria Olímpio 2018”

J

á são conhecidos os resultados do “Troféu Ourivesaria Olímpio 2018” - Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH). O Campeão é o velejador João Nunes, que partilha o pódio da vitória com José Gonçalves (2º lugar) e com João Sequeira (3º lugar), tudo caras bem conhecidas nesta modalidade, com largos anos de prática, muito convívio e sã camaradagem no Clube Naval da Horta. Participaram neste Troféu, composto por 6 Provas e uma vez mais patrocinado pela Ourivesaria Olímpio, 10 velejadores e que foram, além destes três, António Pereira, Flávio Pereira, João Miguel, Filipe Guerreiro, Eduardo Pereira, Ricardo Lacerda e Mário Carlos. O Calendário da Secção de Mini-Veleiros do

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CNH para a temporada de 2018, contempla, ainda, o “Troféu das Lagoas”, já este mês; a Prova da Semana do Mar, a Regata de Nossa Senhora de Lourdes, ambas no mês de Agosto; a Regata do Varadouro, a Regata do 71º Aniversário do Clube Naval da Horta, em Setembro; e o “Troféu Turismar 2018” – de Outubro a Dezembro – composto por 6 Provas.

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Esta é uma modalidade que tem atraído novos adeptos

As Regatas de Mini-Veleiros dão um colorido especial à Baia da Horta

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VELA DE CRUZEIRO REGATA ENTRE MARES CONTOU COM 10 EMBARCAÇÕES

Regata e Convívio juntaram dezenas de marinheiros

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Regata decorreu muito bem, com excelentes condições atmosféricas para a prática da Vela. Teve como palco o Canal Faial-Pico e constou de um percurso de cerca de 12 milhas náuticas. Contou com a participação de 10 embarcações, estando 5 inscritas na Classe ORC e 5 na Classe OPEN. A embarcação “Azul”, tripulada” pelo ‘skipper’ Luís Quintino, foi a grande vencedora da Regata Entre Mares, na Classe ORC, seguida da embarcação “Aquivite” com o ‘skipper’ João Duarte, fechando o pódio a embarcação “Air Mail”, capitaneada por Luís Carlos Decq Mota. Na Classe OPEN, a embarcação “Orion XL”, com o ‘skipper’ Alexandre Rainha, foi a vencedora, seguida da embarcação “Maresia II” com o

‘skipper’ Fernando Rosa, e da embarcação ‘Xizito’, tendo como ‘skipper’ António João. Este foi o relato feito por Luís Costa, Director da Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH), à forma como decorreu, este domingo, dia 10, a Regata Entre Mares, uma organização conjunta do Clube Naval da Horta e da Direcção Regional dos Assuntos do Mar. A Entrega de Prémios decorreu na tarde deste

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domingo, durante um Convívio, no Bar do Clube Naval da Horta. Com esta Regata, o CNH associou-se à Campanha “Açores Entre Mares 2018”, que arrancou no dia 20 de Maio último – Dia Europeu do Mar – e terminou esta sexta-feira, 8 de Junho – Dia Mundial dos Oceanos – com o intuito de promover a “literacia sobre oceanos em todo o Arquipélago dos Açores”, pode ler-se numa Nota enviada ao Gabinete de Imprensa do CNH pela

Direcção Regional dos Assuntos do Mar. Subordinada ao tema “Lixo Zero no Mar dos Açores”, a 9ª edição da Campanha “Açores Entre Mares 2018” pretendeu, uma vez mais, promover “o conhecimento do mar e a sustentabilidade das actividades marítimas”, envolvendo os açorianos “na protecção e valorização do ambiente marinho dos Açores”, refere em Nota de Imprena a Direcção Regional dos Assuntos do Mar.

Luís Quintino e a sua tripulação, a bordo do “Azul”, conquistaram o 1º lugar na Classe ORC

Os marinheiros da “Aquavite”, capitaneados por João Duarte, ficaram no 2º lugar do pódio da Classe ORC

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Luís Carlos Decq Mota, no seu “Air Mail” levou a taça do 3º lugar - Classe ORC

Alexandre Rainha, ‘skipper’ da “Orion XL”, ficou em 1º lugar na Classe OPEN, com o seu companheiro, o comandante José Salema

Luís Costa ao lado de Mariana Rosa, representante do ‘skipper’ da embarcação “Maresia II”: Fernando Rosa, que ficou em 2º lugar - Classe OPEN

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VELA DE CRUZEIRO LARGADA DA REGATA DAS SANJOANINAS 2018 ACONTECEU NA TARDE DESTA QUINTA-FEIRA

O Clube Naval da Horta organiza a Regata das Sanjoaninas, que liga as cidades da Horta e Angra do Heroísmo

A

largada da Regata das Sanjoaninas 2018 aconteceu na tarde desta quinta-feira, dia 21, uma organização da Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH). São 11 as embarcações faialenses que saíram da Horta rumo a Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Uma vez chegados à Terceira, os velejadores faialenses interessados poderão participar na 23ª edição da Regata 8 aos Ilhéus/Angra Bay Cup, que se realiza este sábado, dia 23, organizada pelo Angra Iate Clube (AIC). O regresso ao Faial está marcado para este domingo, 24, dia de São João Baptista, titular destas festas.

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VELA DE CRUZEIRO “SORAYA” (CLASSE OPEN) DO CNH, GANHOU A REGATA “ANGRA BAY CUP - 8 AOS ILHÉUS”

A embarcação “Soraya” ficou no 1º lugar do pódio

A

falta de vento fez com que a Regata das Sanjoaninas – percurso entre Horta e Angra do Heroísmo – cuja largada aconteceu na tarde de quinta-feira, dia 21, se tenha transformado num passeio até à Terceira. Luís Costa, Director da Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH), entidade organizadora deste evento, explica que os velejadores concordaram unanimemente em ligar os motores desistindo, assim, da competição. Das 11 embarcações faialenses que navegaram até à Terceira, algumas participaram na 23ª edição da Regata “Angra Bay Cup - 8 aos Ilhéus”, uma organização do Angra Iate Clube (AIC), que decorreu no dia 23. Na Classe OPEN, a

embarcação “Soraya”, capitaneada por Frederico Rodrigues, da ilha do Faial, alcançou o 1º lugar do pódio. O Troféu destinado a premiar a embarcação cuja tripulação mais contribuiu para o espírito de boa disposição e grande animação, teve novamente este ano como vencedora a “Mariazinha”, de Manuel Gabriel, também do Faial.

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CAMPEONATO DO MUNDO DA CLASSE J80 DE 7 A 14 DE JULHO, NA FRANÇA: EQUIPA DO CNH PARTICIPA NO CAMPEONATO DO MUNDO DE VELA DA CLASSE J80, EM SABLES D’OLONNE

Armando Castro, ‘skipper’, e a sua tripulação: Nuno Santos, José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH); Pedro Rosa e Luís Decq Mota

O

Clube Naval da Horta (CNH), a Ilha do Faial e a Região Açores participam, pela primeira vez, no Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80, que tem como cenário a baía de Les Sables D’Olonne, na França. Serão protagonistas desta enorme responsabilidade “4 experientes velejadores” do Clube Naval da Horta (CNH): Armando Castro, na qualidade de ‘skipper’, com os tripulantes Nuno Santos, Pedro Rosa e Luís Decq Mota. A Apresentação da Equipa e a divulgação do Projecto – baptizado como “Rumo ao Mundial: Os Açores Além Fronteiras” – aconteceu na manhã desta quarta-feira, dia 27, no Hotel Horta, na ilha do Faial, e contou com uma sala cheia,

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onde se encontravam, além das estrelas, as famílias, amigos, patrocinadores, dirigentes actuais e antigos do Clube Naval da Horta (CNH), destacando-se o Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota; o Director Regional da Juventude, Lúcio Rodrigues, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores; os Presidentes da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva; da Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial (CALF), José Agostinho; da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA), Jorge Macedo; a Representante da Direcção Regional de Turismo, Conceição Macedo; e elementos da Comunicação Social, entre outros. A comitiva faialense embarca esta sexta-feira, dia 29 de Junho, regressando a casa no dia 17 de Julho próximo. O Campeonato decorre entre 7 e 14 de Julho, embora os dias de competição propriamente dita sejam de 9 a 13. Para estes 5 dias de prova, estão previstas 15 regatas.

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Organizadores e Velejadores: Luís Prieto, Gabinete de Imprensa; João Morais, Gabinete Logístico; Nuno Santos, Armando Castro, Pedro Rosa, Luís Decq Mota, Velejadores; e João Duarte, Gabinete Desportivo, além de Marc Chopin, do Gabinete Técnico

Esta prova do Campeonato francês é organizada pelo Sports Nautique Sablais, sendo Bernard Davy o Presidente da Comissão Organizadora. Conta com a chancela da Federação Francesa de Vela e da Associação da Classe J80. Convite surge devido à excelente relação com a Horta É no âmbito da parceria que perdura há mais de 10 anos entre a Horta e Les Sables D’Olonne no que concerne à organização de grandes eventos náuticos internacionais, visando o desenvolvimento sustentável da náutica de recreio nestas cidades-irmãs, que a cidade francesa na qualidade de anfitriã da organização do 17º Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80, decidiu endereçar este Convite (muito directo e pessoal) a Armando Castro que, além de ser muito querido entre os franceses, é um velejador com provas dadas, senhor de um extenso currículo desportivo. “É no contexto dessa relação antiga que surge o Convite para participar neste importante evento náutico”, explicou Luís Prieto, Responsável pela

Apresentação do Projecto, que vincou: “É uma honra extraordinária para os velejadores envolvidos, para a Cidade da Horta, a Ilha do Faial e a Região Açores, pois, certamente que não são muitos os que se podem gabar de estar nesta situação”. 5 dias - 15 regatas Nesta Prova do Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80 perspectiva-se a participação de 120 embarcações – o que corresponde a 10% da frota mundial – tripuladas por cerca de 500 velejadores em representação de 15 países. Cada barco comporta 4 a 5 velejadores atendendo a que o peso total não pode exceder os 350 quilos. Daí, Luís Prieto ter referido – a brincar mas muito a sério – que o ‘skipper’ teve de se sujeitar a uma dieta. Trata-se de embarcações monotipo, com 8 metros de cumprimento, 2.50 de largura e 1.50 de calado, sem motor, apenas para navegação costeira. Entre participantes, técnicos, jornalistas e acompanhantes, são esperados milhares de visitantes,

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As 15 regatas previstas desenrolar-se-ão de 9 a 13 de Julho

contribuindo para a animação e promoção do evento. Para tornar viável esta participação e estar ao nível das restantes equipas, foi necessário alugar uma embarcação e seguir um Programa de Treino adaptado às exigências da competição, afirmou Luís Prieto. Uma equipa competente O Projecto “Rumo ao Mundial” é composto por 4 velejadores detentores de “currículos invejáveis” na prática da modalidade. Três deles conquistaram mesmo o título de Campeões de Portugal de Vela de Cruzeiro. Na sua curta mas eloquente intervenção, Armando Castro – Coordenador desta Equipa – começou por agradecer a presença de todos, enaltecendo “a competência” dos seus tripulantes em projectos anteriores, “o que facilitou, e muito, a selecção dos mesmos”.

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O homem do leme realçou que este conjunto de navegadores representa “a única equipa açoriana” que ganhou um Campeonato Nacional de Vela. “O que se pretende – rematou – é dignificar ao mais alto nível o Projecto Desportivo, a Cidade da Horta, a Ilha do Faial e os Açores”, parte integrante de Portugal. “Tenho um orgulho enorme em vocês” Luís Prieto explicou que o Presidente do Conselho de Administração da Portos dos Açores, S.A., Fernando Nascimento, não podendo estar presente, fez questão de deixar uma mensagem, que foi lida pelo apresentador do Projecto. “Armando Castro e restantes velejadores – todos funcionários desta empresa – lamento a minha ausência mas desejo a todos vós muitos sucessos. Quero sublinhar o enorme orgulho que tenho em vocês.

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Armando Castro está consciente da responsabilidade mas conta com velejadores experientes

Garra e muito profissionalismo não faltam. Sorte também faz falta. Bons ventos!” “Senhor “Armandou” em França e Mister Castro nos EUA” Convidado a pronunciar-se sobre o Projecto dos “seus” velejadores, José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, disse ser “fácil e gratificante” falar desta situação. “São velejadores do Clube Naval da Horta, com currículo feito na Vela Ligeira, na Vela de Cruzeiro e na Vela Oceânica. São pessoas que foram, são e continuarão a ser essenciais nos planos e vida do CNH. Só há razões de satisfação por ter havido esta resposta por parte desta belíssima equipa, que irá participar neste Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80. Quero referir-me de forma especial ao Coordenador, Armando Castro, que foi um digníssimo dirigente do CNH. A ele se deveram sempre as

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inovações qualitativas neste Clube e as inovações foram tantas e tão bem feitas, que surpreenderam todos, incluindo a Federação Portuguesa de Vela. De realçar que o Armando foi o organizador do 1º Campeonato da Classe 480, salvo erro realizado em 1999. É Gestor Portuário e Director da Marina da Horta, uma empresa que se projecta para os dois lados do Atlântico e está intimamente ligado ao papel que a Horta tem vindo a ganhar na Náutica de Recreio. Como membro da Comissão Náutica Municipal, é de exaltar a sua acção como captador de regatas internacionais. É graças a todo esse trabalho que se verifia este crescimento, e o Faial, verdade seja dita, tem o condão de atrair. Este campeão da Vela tem assumido a vocação de divulgador, incentivando a que muitos venham até à Horta. Em França é conhecido como o “senhor Armandou” e nos EUA como o Mister Castro”. Não é por acaso que o Presidente da Federação Francesa de Vela possui casa no Faial. E é muito bom que assim seja. O apoio do CNH foi imediato e natural e é um direito que assiste a todos estes velejadores. O facto de estarem nesta sala actuais e antigos dirigentes do CNH é sinal desse apoio, muito merecido. Boa viagem, bons sucessos, bons resultados e... não aumentem de peso!” Embaixadores do Faial, dos Açores e de Portugal O Director Regional da Juventude, Lúcio Rodrigues, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores, sustentou que “o apoio solicitado foi de imediato concedido”, pois “trata-se de um Projecto que vem na linha de promoção do destino Açores, das regatas internacionais e da economia azul”. E prosseguiu: “Quero deixar uma palavra de reconhecimento a estes velejadores que vão ser os verdadeiros embaixadores do Faial, dos Açores e de Portugal. Em Sables D’Olonne vai estar a nata da Vela Mundial e a nata da Vela Portuguesa. Uma referência ao João Morais e ao João Duarte, que há anos fazem parte da equipa do Armando, homens da borda de água; e ao Luís Prieto, que acompanha tudo isto com uma paixão especial. Só com gente de qualidade como

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Tripulação do CNH: Nuno Santos, Armando Castro, Pedro Rosa e Luís Decq Mota

esta esta se pode engrandecer o nome do Faial. São homens do desporto e da Vela, que funcionam como uma referência para os velejadores do CNH e de outros clubes dos Açores. Bons ventos! 15 regatas em 5 dias é quase como um ‘trail’ de 70 quilómetros”. A Horta na rota da Vela Mundial O Presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva, ressaltou a “forte ligação” que existe entre a Horta e Les Sables D’Olonne, referindo que “este Convite é o resultado de muitos anos de investimento, regatas e presenças em França”. “Estamos a marcar presença no Campeonato do Mundo do Futebol e agora também na Vela, embora o Armando não seja um Cristiano. É fundamental fazer da vertente desportiva um veículo de dinamização dos nossos produtos. É assim que se faz promoção no exterior e a preços muito reduzidos. Naturalmente que a Autarquia apoia este Projecto, porque a Horta está na rota da Vela Mundial. É uma Cidade que respira Vela. Bom trabalho a

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toda a equipa – que envolve 8 pessoas e não apenas 4 – e embora ganhar seja sempre bom, o mais importante é participar e promover a nossa Terra e o que ela tem de bom, e que é muito”. Stand promocional da Horta e dos Açores Além da vertente desportiva, esta equipa de velejadores do CNH assume, também, o papel de embaixadora da Ilha do Faial e do Arquipélago, no domínio da promoção dos Açores como um destino de excelência. A captação de turistas é uma aposta subjacente a esta operação de ‘marketing’, se tivermos em conta que 50% da população francesa (67.425.000 habitantes), passa férias fora do país, sendo os destinos mais procurados, por ordem decrescente, Espanha, Grécia, Itália, Portugal, Tunísia e Marrocos. “O ‘stand’ – focou Luís Prieto – terá uma imagem associada à representação faialense. Este conjunto representa um excelente veículo de prestígio dos Açores”. “O Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80 trará à cidade de Les Sables D’Olonne milha-

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O Hotel Horta foi o espaço escolhido para a Apresentação do Projecto “Rumo ao Mundial”

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Familiares, amigos, patrocinadores, actuais e antigos Dirigentes do CNH, todos se associaram a este Projecto, que leva o nome da Horta até França, terra de amigos

res de pessoas essencialmente ligadas ao mundo da Vela de Alta Competição, onde se insere um elevado número de Órgãos de Comunicação Social, que se deslocarão ao local para a cobertura integral do evento”. Neste cenário, a Organização pretende “expôr a embarcação devidamente decorada com os logótipos e bandeiras dos patrocinadores em locais de destaque, bem como exibir filmes promocionais, distribuir ‘flyers’ publicitários e promover a degustação de produtos gastronómicos no ‘stand‘ devidamente preparado para o efeito”. A embarcação usada pela tripulação do CNH vai ostentar as cores dos Açores, com bandeiras do Clube Naval da Horta, do Município hortense e autocolantes dos principais patrocinadores (‘sponsors’) que ajudaram a tornar realidade este Projecto e que são: Clube Naval da Horta, Governo dos Açores, Câmara Municipal da Horta, Portos dos Açores, S.A., Agência de Viagens “Aerohorta”, Hotel Horta, Mutualista, LactoAçores e Espaço X. “Tendo em conta as características muito peculiares deste Projecto, estamos certos de que, para além do prestígio em termos de representação

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desportiva, este será sem dúvida um excelente veículo de promoção para os nossos patrocinadores e entidades associadas”, acentuou Luís Prieto. Sables D’Olonne: Capital da Vela de Alta Competição “Ao longo dos anos, a cidade de Les Sables D’Olonne tem sido palco de largada das mais importantes regatas oceânicas a nível mundial, sobressaindo a “Vendée Globe”, a “Les Sables-Les Açores-Les Sables”, a “Les Sables-Horta-Les Sables”, a “Solo Maître Coque”, a “Solitaire du Figaro” e o “Tour de França à La Voile”, assumindo actualmente o estatuto de Capital Europeia da Vela Oceânica de Alta Competição”, avivou o Apresentador. Na sua apresentação, este Responsável do Gabinete de Imprensa da Prova, lembrou que, em Novembro de 2016, aquando da largada da última “Vendée Globe” – Volta ao Mundo sem escalas e sem assistência – encontravam-se 350 mil pessoas a assistir, o que é “algo de extraordinário”. Este acontecimento foi mesmo considerado como o 3º evento desportivo mais importante

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O Projecto “Rumo ao Mundial” constitui um excelente veículo de promoção do Faial

do mundo, sendo os Jogos Olímpicos o 1º e o 2º o Campeonato da Europa de Futebol. Nas duas semanas que antecederam a largada desta Regata, visitaram a cidade de Les Sables D’Olonne cerca de 1,5 milhões de pessoas, das quais 1.676 eram jornalistas credenciados de todo o mundo – pulverizando todos os recordes de assistência num evento desportivo”. A cidade de Les Sables D’Olonne, sub-prefeitura do Departement de La Vendée, localizada na região do Pays de la Loire, é a principal cidade da “Costa da Luz”. Com uma população permanente que ronda os 60 mil habitantes, tem como principais actividades económicas a indústria, a náutica, o turismo e a pesca. Constituindo um destino turístico por excelência, mais do que duplica a sua população durante a época alta, atingindo entre 120 a 150 mil pessoas em circulação diária. Três regatas em Julho na cidade de Les Sables D’Olonne A apetência para a prática dos desportos náuticos registada por esta cidade francesa – que há anos mantém uma relação especial com a Horta

– fica bem patenteada no número de eventos que ali têm como partida/meta ou realização. Assim, no próximo domingo, 1 de Julho, parte de Les Sables D’Olonne a “Golden Globo Race”, uma Volta ao Mundo sem escalas e sem assistência, que visa assinalar os 50 anos dessa primeira grande competição, que tem em Sir Robin Knox-Johnston, uma referência para todos os velejadores. Tendo em conta este histórico, a Classe Internacional J80 decidiu atribuir à cidade de Les Sables D’Olonne a organização do 17º Campeonato do Mundo desta dinâmica Classe (J80), implantada em 15 países, que conta com cerca de 1.600 associados proprietários de embarcações. No dia 22 de Julho próximo, parte rumo ao Faial a Regata “Les Sables/Les Açores/Les Sables”, cujos barcos se prevê comecem a chegar a partir do dia 3 de Agosto, zarpando rumo a França no dia 7 do mesmo mês. Trata-se de uma Regata destinada a embarcações de Série e Protótipos da Classe Mini 6.50, que vêm habitualmente à Horta, assim como a Regata da Classe 40 pés.

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VELA LIGEIRA CAMPEONATO NACIONAL DA CLASSE HANSA, EM PORTIMÃO

Na Classe 2.3, o pódio foi partilhado por André Bento, da Escola Nacional de Vela Adaptada, 1º lugar; por Rui Dowling, do CNH, 2º lugar; e por Daniel Cunha, de Cascais, 3º lugar Libério Santos foi 5º

A

s expectativas de João Duarte, Treinador da Classe Hansa do Clube Naval da Horta (CNH), e dos velejadores Rui Dowling e Libério Santos (Classe 2.3) em ficar nos 5 primeiros lugar no Campeonato Nacional da Classe, concretizaram-se. Rui Dowling alcançou o 2º lugar do pódio e Libério Santos ficou na 5ª posição, com o mesmo número de pontos que o 4º classificado. O Campeonato decorreu nos dias 1, 2 e 3 de Junho, em Portimão, no continente português, organizado pelo Iate Clube Marina de Portimão. A comitiva faialense partiu no dia 29 de Maio

último e só regressou a casa na manhã desta terça-feira, dia 5, devido a alterações registadas no voo Lisboa/Horta. A recebê-la esteve José Decq Mota, o Presidente da Direcção do CNH. Os velejadores fizeram acompanhar-se pelo Treinador, João Duarte; por Armando Oliveira, funcionário do Clube, que deu apoio em termos logísticos; e por Nilzo Fialho, Terapeuta Ocupacional da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), parceira do CNH no Projecto “Vela para Todos - Faial Sem Limites”. Este Projecto – instituído protocolarmente a 29 de Dezembro de 2011 – visa “a inclusão de todos na prática da Vela, destruindo barreiras e preconceitos que ainda possam existir, dando o seu contributo para a construção de uma sociedade mais justa e aberta à diferença”.

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“Fomos muito bem recebidos em Portimão” João Duarte descreve a forma como decorreu este Campeonato, marcado pela competição, sem dúvida, mas, também, por grande convívio, amizade e inter-acção. “O Clube Naval da Horta foi muito bem recebido pelo Projecto “Vela Solidária”, em termos de conforto e simpatia, tendo sido organizado um vasto programa social. Destaco a forma agradável como fomos acolhidos. Tratou-se de um Campeonato muito intenso, num campo de regata exigente, com vento nos dois primeiros dias (sexta e sábado, 1 e 2 de Junho). “Prestação do Libério foi excelente!” Quanto à prestação do Libério, quero realçar que foi excelente! Velejou muito bem, com boas largadas, rondou as bóias, traduzindo-se em muitos furos acima do que fazia. O facto de o vento ter caído no 3º dia – domingo, 3 – fez com que não se tenha aguentado com o mesmo ritmo, pois, sendo um velejador pesado, é mais talhado para vento e ondulação. Embora o Libério tenha ficado na 5ª posição, teve os mesmos pontos do 4º classificado, mas como foi a desempate, o que estava em jogo era o resultado da última regata. Pela dedicação posta nos treinos, notei uma melhoria muito significativa por parte do Libério. No primeiro dia de prova, ele ficou em 2º lugar

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Rui Dowling na sua versão mais artística

e o Rui em 3º; no 2º dia, as posições inverteram-se: o Libério passou para 3º e o Rui para 2º. No último dia, com a redução do vento, o Libério desceu, ficando na 5ª posição, enquanto o Rui – um velejador que tem um melhor desempenho com vento ligeiro e sem registo de ondulação – manteve o 2º lugar. No último dia, o Rui teve bons resultados e conseguiu um 2º lugar na geral. Atingimos o objectivo de ficar nos primeiros 5 lugares. Saímos daqui com a consciência de dever cumprido. “O Lício fez falta” Naturalmente que gostávamos de ter contado com o nosso velejador, Lício Silva, mas a lesão

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A passagem da comitiva do CNH por Portimão ficou registada, como se pode constatar

sofrida impediu-o de estar connosco neste Campeonato e posso dizer que ele fez falta. O Campeonato Nacional da Classe Hansa 2019 será novamente em Portimão e a garantia é de que o Campeonato Europeu será no mesmo local, uns dias depois. Neste contexto, temos um ano para nos prepararmos para estas competições, sobretudo no que diz respeito ao Europeu, um sonho acalentado há anos e cuja participação está bem mais próxima”. Até lá, outras provas surgirão, como por exemplo as que integram o Festival Náutico da Semana do Mar, em Agosto – o maior de Portugal – organizado pelo Clube Naval da Horta. Libério Santos: “Estava a contar com um 3º lugar” “Estava a contar com um 3º lugar, já que nos dois primeiros dias de prova fiquei em 2º e 3º lugar, respectivamente. Mas no último dia houve menos uma regata e, também, menos vento, o que me atirou para o 5º lugar. Fiz as 8 regatas nos três dias do Campeonato e

nas 6 primeiras – realizadas sexta e sábado – dias 1 e 2 – fiquei bem posicionado, mas no domingo – dia 3 – o vento baixou muito, condição que me é desfavorável. Contudo, no cômputo geral estou satisfeito e posso dizer que correu bem. O convívio, o passeio e a viagem, foi tudo porreiro. Posso mesmo dizer que este ano, a Vela está a correr melhor para mim”. Rui Dowling: “Sinto-me contente por saber que

O Projecto “Vela Solidária” recebeu o CNH de braços abertos, o que será sempre vincado

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A passagem da comitiva do CNH por Portimão ficou registada, como se pode constatar

dei o meu melhor” “O Campeonato decorreu bem, mas foi duro, sobretudo nos dois primeiros dias. Sinto-me cansado, o que é natural. No último dia, as condições foram melhores, porque o vento estava mais calmo, mas só se realizaram duas regatas. Considero esta participação muito positiva e tive uma boa prestação, apesar de ter sido extremamente duro para mim. Sinto-me contente por saber que dei o meu melhor e posso dizer que o resultado até foi um pouco além daquilo que estava à espera. Os adversários eram bons e o André foi um justo vencedor. Só posso reputar a componente social como excelente! Este Campeonato constituiu uma belíssima oportunidade para revermos muita gente conhecida e amiga. Ao longo destes anos, foi-se criando uma relação dentro desta pequena comunidade, o que é muito interessante”. Os velejadores Libério Santos e Rui Dowling representaram não só o Clube Naval da Horta mas, também, os Açores, já que o Faial é a única ilha da Região que tem em marcha este Projecto de Vela Adaptada. A Classe Hansa do CNH já participou em 2 Campeonatos realizados em Viana do Castelo, num em Cascais, sendo este o segundo em Portimão, além daquele que decorreu em 2014, na ilha do Faial, organizado pelo CNH, e que ainda hoje é recordado por todos como tendo sido o melhor em termos organizativos, condições de tempo, de convivência, bom ambiente, camaradagem, etc.

Comitiva do CNH na chegada à Horta, esta terça-feira, dia 5 Atrás, da esquerda para a direita: João Duarte, Treinador; Armando Oliveira, funcionário do CNH, destacado para o apoio logístico; e Nilzo Fialho, Terapeuta Ocupacional da APADIF À frente: Rui Dowling e Libério Santos, as estrelas do CNH neste Campeonato Nacional

Rui Dowling e Libério Santos representaram não só o Clube Naval da Horta, mas também, a Região Açores

No mar navega a competição e em terra a amizade

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Rui Dowling: “Este Campeonato constituiu uma oportunidade para revermos muita gente conhecida e amiga”

Libério Santos: “Este ano, a Vela está a correr melhor para mim”

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VELA LIGEIRA SELECÇÃO DOS AÇORES NOS JOGOS DAS ILHAS

Esta fotografia relativa à “Vela Espactacular do CNH 2017” demonstra bem a adesão e a animação dos participantes

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ermitir o primeiro contacto com a Vela levando os interessados a descobrir os potenciais da modalidade, são objectivos do Programa “Vela Espectacular do Clube Naval da Horta (CNH) 2018”. Por isso, Duarte Araújo, Coordenador da Escola de Vela do CNH, faz um apelo aos pais que tenham filhos entre os 8 e os 13 anos de idade, para que os inscrevam neste Projecto, o qual tem, ainda, como desiderato captar novos atletas para a Secção de Vela Ligeira desta instituição náutica faialense. Embora a “Vela Espectacular” também contemple a vertente de Aperfeiçoamento – dando continuidade ao trabalho de Iniciação feito em anos anteriores – a verdade é que está especialmente vocacionada para dar a conhecer este desporto a novos velejadores, levando-os a explorar capa-

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cidades ocultas. As inscrições encontram-se a decorrer até ao dia 15 deste mês, tendo em conta que o programa arranca no dia 18, terminando a 31 de Julho. No entanto, todos os interessados em fazer da Vela um desporto a seguir, podem sempre contactar com o Clube Naval da Horta. Além da componente desportiva e formativa, a “Vela Espectacular” abrange, ainda, a aprendizagem, a inter-acção, o respeito mútuo, o convívio e o preenchimento dos tempos livres de forma saudável e estimulante, pelo que este desporto é tido como uma escola de formação e desenvolvimento do atleta a todos os níveis. A responsabilidade é outro dos grandes ganhos da Vela, criando nos atletas a auto-estima e a confiança de acreditarem que são capazes de controlar uma embarcação, tomar decisões de improviso e dominarem receios, visando o crescimento como pessoa e como velejador.

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VELA LIGEIRA EDMAR DELGADO, TREINADOR DE VELA LIGEIRA DO CNH

“Trabalhar com crianças implica ter responsabilidade” “O CNH tem um leque de áreas de intervenção muito vasto e diversificado”

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competitivo por natureza e em tudo o que se envolve é para ganhar. Por isso, trocou o futebol pela Vela e hoje é Treinador de Vela Ligeira, Grau I, no Clube Naval da Horta (CNH). Falamos de Edmar Delgado, licenciado em Desporto, com uma pós-graduação em Ciências do Desporto, que se divide entre o Pico e o Faial. A intenção era ser professor de Educação Física, confessa, mas o gosto pela Vela deu-lhe a oportunidade para estagiar e ser Treinador. Após ter realizado o Estágio L no Clube Naval da Madalena – onde fez Vela durante cerca de 8 anos – Edmar passou a dar treinos nesta instituição náutica. Foi na sequência do intercâmbio existente entre o Clube Naval da Horta e o Clube Naval da Madalena – muito fomentado pelo actual Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota – que este Técnico viu a possibilidade de os seus alunos passarem a treinar no Faial, pelo

facto de a Madalena ter ficado com menos um barco de apoio. “Ao mesmo tempo que os velejadores do Clube Naval da Madalena treinavam no CNH eu também dava o meu apoio ao Clube do Faial, ajudando nos treinos da Turma de Iniciação”. Foi graças a essa salutar relação desportiva e de amizade que Edmar passou a ser Treinador de Pré-Competição, e também de Aperfeiçoamento, no CNH. “Gosto de ser Treinador porque vejo evolução. É um trabalho conjunto de quem ensina e de quem aprende, mas sem dúvida que implica ter paciência e saber gerir emoções”. Este Técnico destaca a importância da regularidade tendo em vista a evolução do conjunto. “Se um atleta faltar a um treino implica um atraso relativamente aos colegas, o que significa que na vez seguinte terei de recuar no programa delineado a fim de que ele possa acompanhar os outros”. Edmar enfatiza “a belíssima relação” existente com o CNH – “dou-me bem com toda a gente e todos são simpáticos” – onde tem, sempre que chega, “tudo preparado” para dar os treinos. “Em termos de dimensão, não há comparação

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RTA entre o Clube Naval da Madalena e o Clube Naval da Horta. O CNH está noutro patamar. Tem um volume de actividades largamente superior e um leque de áreas de intervenção muito vasto e diversificado”. Edmar Delgado nasceu em Cabo Verde há mais três décadas, mas reside no Pico desde os 12 anos. Sente-se tanto de lá como de cá, mas aprecia “sobremaneira” a qualidade de vida que temos nos Açores, bem como o tempo, dispensando a humidade. “Infelizmente, há muita gente que não valoriza isto. É preciso que saiam para perceber o muito e bom que têm aqui”. Considera a Vela “um desporto fantástico e caro”, sublinhando “o papel fulcral dos clubes na Região, os quais oferecem tudo ou quase tudo para a prática desta modalidade”. “Os pais não têm percepção dos encargos assumidos pelos clubes, onde se insere o Clube Naval da Horta, e da importância que assumem na formação desportiva e pessoal dos filhos deles”, salienta. Assumindo-se como perfeccionista e exigente consigo próprio, este Técnico sente necessidade de “aprender e saber mais”, reconhecendo que a Vela lhe trouxe responsabilidades. “Traba-

“Gosto de ser Treinador porque vejo evolução”

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lhar com crianças implica ter responsabilidade”, vendo-se como um modelo para os seus alunos. Nesse contexto, sustenta: “O facto de trabalhar num ginásio já trouxe essa cultura, pois, quem estimula os outros a estilos de vida saudáveis tem de funcionar como um exemplo”.

“A Vela é um desporto fantástico”

“É preciso saber ensinar” Como faixas etárias preferidas para trabalhar, elege as crianças – a quem é preciso “saber impôrmo-nos”, havendo alturas para brincar e para trabalhar – e os idosos, que “são curiosos na área do ginásio, onde tudo é novo. Os mais dificeis de trabalhar são os adultos”. “É preciso saber ensinar, sendo imprescindível o planeamento e o ajustamento a cada criança. A Vela não é difícil; as pessoas, sobretudo os adultos, é que complicam. É verdade que não fomos feitos para andar no mar, mas quem tiver vontade, aprende sempre e quem não tiver jeito, tem de ter mais trabalho e disciplina. Sem trabalho não se chega a lado nenhum e o que noto é que estas crianças com 10/11 anos são muito mimadas. Já lidei com terroristas mas não me faltavam ao respeito. Os meus actuais alunos estão numa faixa etária boa para serem trabalhados. Dou-me bem com eles e o grupo já está ambientado”. Quanto a material, este Treinador entende que para a Iniciação “o que existe é bom”. Mas acrescenta: “Claro que se estes atletas continuarem, quando houver provas vão ser necessários mais barcos ou velas. “Gostava de ter o meu próprio ginásio” Paralelamente à função de Treinador, Edmar é ‘personal trainer’ num ginásio da Madalena, o que se torna “cansativo mas dá gosto”. E, a propósito, revela: “Gostava de ter um ginásio meu. Sou adepto da competição mas cada vez me sinto mais realizado na área da saúde. Para mim, ginásio é sinónimo de saúde. Trabalho com problemas de mobilidade, obesidade, diabetes (tem de ser controlada) e outros. Os profissionais de desporto desenvolvem a sua acção com pessoas saudáveis ao passo que os médicos tratam a doença”. Portanto, se ganhar o euromilhões – primeiro é preciso começar a jogar – o dinheiro já tem destino certo. Além disso, Edmar também pretende “fazer a

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“Os meus actuais alunos estão numa faixa etária boa para serem trabalhados”

diferença” na sua terra natal. “O meu objectivo passa por abrir lá uma Escola de Vela proporcionando àquelas crianças a oportunidade de praticarem este desporto. Trata-se de um projecto social, sem qualquer vertente lucrativa, pois não há posses para tal”. Este é um ideal que Edmar não desiste de vir a concretizar em Cabo Verde, afirmando que dar treino é algo que pode fazer “até ser velho”. Outros amores Este jovem jogou futebol na Madalena mas admite que o facto de não saber perder neste desporto o levou a trocá-lo por outro (a Vela) onde é mais fácil dominar individualmente. “No futebol, não dependes só de ti mas de uma equipa. Se me dedico a algo, gosto que os outros também se empenhem na concretização desse objectivo comum, o que nem sempre acontecia”. Treinar no ginásio, fazer caminhadas, trilhos e ioga, são outras vertentes na vida deste amante do desporto, que também já jogou basquetebol. A Marcha da Casa do Povo da Criação Velha – que vai sair à rua este mês, por altura das Fes-

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tas de Santa Maria Madalena – tem ocupado muitas horas deste adepto da boa forma física, que adora viajar. “Gostava de ir ao Japão, pelo fascínio que aquela cultura exerce em mim, mas cá dentro não me importava de conhecer as ilhas dos Açores, de mochila às costas”. Sempre visando a actividade física, Edmar tem predilecção pela dança (ritmos latinos) e é instrutor de zumba, dando aulas no Pico. “Comecei a dar aulas de zumba em 2014, na Guarda, onde estudei, e atendendo ao grande interesse manifestado (pelas mulheres), mantive esse exercício até hoje”. Como caboverdeano que é, Edmar Delgado continua a apreciar uma boa cachupa – que a irmã faz para matar as saudades da terra natal – não havendo um prato local a que dê particular atenção. A pensar na qualidade, este Capricórnio elege os legumes e uma alimentação variada e controlada.

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS ARTHUR MOIMEAUX: “A VELA É UM DESPORTO QUE EXIGE CONCENTRAÇÃO E ESFORÇO FÍSICO E MENTAL”

Arthur Moimeaux está agora a estrear-se na Classe 420

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osto de andar de barco e de estar no mar, onde sinto liberdade e paz”. A frase pertence a Arthur Moimeaux, velejador do Clube Naval da Horta (CNH), e que é o entrevistado de hoje da rubrica “Conhecer os Nossos Atletas”. Arthur começou pela Escola de Verão do CNH, há vários verões, e confessa que aí nasceu o gosto pela modalidade. Também praticou Natação no Clube Naval da Horta, ao longo de alguns anos, mas a Vela levou a melhor e desde 2011 que anda na competição. O Futebol faz igualmente parte da sua vida, vestindo a camisola pelo Atlético e pelo Fayal Sport, consoante a realidade da equipa em cada época. Mudando de registo, o nosso jovem de 14 anos também sabe tocar piano (e talvez falar francês,

atendendo a que nasceu em Paris), frequentando o Conservatório há 4 anos. Ainda assim, garante que consegue conciliar tudo isto com a Escola, sendo um aluno com “boas” notas. Tem como disciplinas preferidas Físico-Química, Geografia e Matemática e no próximo ano lectivo (2018/2019) ingressa no

Arthur destaca a “boa” relação existente com o Treinador e os colegas velejadores

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Sintonia é agora a palavra de ordem entre a dupla Arthur Moimeaux/Pedro Costa

9º ano de escolaridade. Embora não saiba ainda dizer que caminho profissional vai seguir, deixa bem claro que “tem de ser algo relacionado com o mar”, já que gosta “muito deste ambiente desde pequeno”, não havendo lugar para medos. Neste contexto, é natural que ambicione vir a ter o seu próprio iate “para dar a volta ao mundo”. Enquanto isso não acontece, agrada-lhe conquistar o 1º lugar nas provas realizadas – o que se concretiza “às vezes” – divertindo-se e aprendendo com os colegas, onde sobressai uma “boa” relação. “Tenho muitos amigos na Vela, mas algumas destas amizades são anteriores à prática deste desporto”. No dia desta entrevista, Arthur preparava-se para o seu primeiro treino a sério na Classe 420, onde agora faz dupla com Pedro Costa. Tratando-se de uma mudança muito recente, o velejador ainda não pode pronunciar-se sobre as diferenças sentidas, mas já sublinha “a sintonia” que existe com o amigo Pedro. Esperamos que a experiência tenha corrido bem, debaixo daquela chuvinha “boa para refrescar os pensamentos”.

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A competição, revela, não faz parte dos planos futuros. Contudo, este atleta faz questão de que a Vela seja uma presença contínua na vertente recreativa e de lazer, podendo vir a integrar a Secção de Vela de Cruzeiro. Apesar de não ser faialense – nasceu na França – Arthur elege o Faial como um lugar aprazível, onde gosta de viver. O retorno à terra de onde saiu com 2 anos, acontece praticamente todos os anos, no período de férias, aproveitando para visitar familiares. Arthur: a Vela conduz-te a um ambiente preferido, que te traz tranquilidade. No mar gozas de liberdade e em terra da companhia dos amigos, onde se inclui o mano Daniel. Percebe-se que a tua maneira de ser faz com que alcances os objectivos traçados e que, apesar de (naturalmente) saboreares as vitórias, não fazes disso um ideal único. Aprecias tudo o que a Vela te proporciona, fazendo de ti um velejador apto mas, acima de tudo, um amigo, um companheiro e um ser humano mais completo.

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VOLTA AOS AÇORES CONTRA AS DEPENDÊNCIAS JOÃO SILVA: “SINTO NECESSIDADE DE DAR ALGO À SOCIEDADE NA LUTA CONTRA AS DEPENDÊNCIAS”

“A Volta aos Açores Contra as Dependências” começou em Maio e termina em Agosto

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necessidade de dar um testemunho na primeira pessoa sobre a experiência vivida, alertando para os perigos das dependências e incentivar à prática de estilos de vida saudáveis através da Vela, levaram o faialense João Silva a lançar-se ao mar no seu “Twisted”. O Projecto, “Volta aos Açores Contra as Dependências”, começou a tomar forma quando este jovem saiu da Clínica em Vila Real, onde esteve em recuperação, na sequência de um problema de adicção (álcool). “Uma morte, um divórcio, uma dívida. É assim com toda a gente. São situações destas ou similares que levam ao consumo, de que nos tornamos dependentes. A dependência é algo que

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está sempre presente e basta um problema para cairmos”. Depois de ter percorrido esse caminho, obscuro e difícil, João Silva tem uma sensibilidade especial para detectar potenciais danos. “Apercebo-me de que muitos se encontram numa zona de perigo eminente, não tendo noção dessa situação. Quem consome álcool todos os dias, está a um passo de cair. Poderá ainda não ter desgovernado a sua vida, mas encontra-se na faixa amarela, muito próximo de entrar na vermelha”. E é a pensar naqueles que estão à beira do precipício, que João Silva embarcou neste Projecto, relatando a experiência de quem viveu o problema por dentro sabendo, por isso, o que diz. “Se eu conseguir ajudar uma só pessoa, já sinto que este Projecto foi um sucesso”. O “Twisted” foi adquirido no fim de 2017 e após

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O velejador tem já outros projectos na calha, visando dar continuidade a este trabalho de sensibilização e alerta para o consumo, que leva às dependências

alguns trabalhos de preparação em terra e no mar, a viagem começou a ganhar forma, sendo uma realidade graças ao apoio do Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional da Juventude; da Clínica de Recuperação de Alcoólicos Narcóticos (RAN), em Vila Real, no Continente português; e das empresas “BricoVelas”, “N.O.Frayão”; “Surfmilfontes”, “Naturalist” e “Connect Designs”. “Encaro a partilha da minha experiência como uma missão” João Silva começou a ter contacto com o mar ainda criança, tendo praticado Vela no Clube Naval da Horta (CNH). “A minha vida foi influenciada pelo Clube Naval da Horta e na fase de adolescência a Vela esteve muito presente. Eu passava os dias neste Clube, a minha segunda casa”. É por isso com naturalidade que este faialense

acalentou o sonho de vir a ter o seu próprio barco – o que agora é uma realidade – tendo o gosto pela Vela ficado sempre latente. “É devido a este ambiente marítimo e desportista que, como operador de câmera, me especializei em imagens de mar”. A Vela pode ser comparada a um grande amor que, mesmo passado, deixa sempre reminiscências. “Mais do que um desporto, a Vela é uma Escola para a Vida e se repararmos, é elevada a percentagem de pessoas cuja vida é marcada por esta modalidade, em que muitos fizeram e continuam a fazer dela um caminho profissional”. Aproveitando todo este ‘background’, o nosso entrevistado assume: “Encaro a partilha da minha experiência como uma missão. Com este Projecto, que tem como veículo a Vela, não pretendo mudar a vida das pessoas mas, sim, fazer com que procurem mudar mentalidades e comportamentos, sendo certo que há muito consumo

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“A vida no mar assemelha-se à luta contra a adicção”

no mundo náutico, onde prevalecem comportamentos de risco, para os quais é imperiosa a existência de uma preocupação real. Cai-se no exagero em termos de consumo, quase de forma inadvertida, e quem está forte, aguenta-se, mas os fragilizados fracassam. Em Portugal, há a cultura do brinde e quem convida o outro para beber insiste, ficando ofendido quando não se aceita. Já é tempo de as pessoas perceberem que não é preciso consumir álcool para haver diversão e comemoração, mas é claro que, tratando-se de uma questão cultural, não vai mudar de um dia para o outro. Nas camadas mais jovens, o consumo dá-se por uma questão de afirmação, de aceitação por parte dos amigos e para fazer parte de um determinado grupo, levando a que deixem a sua vontade de parte, acabando em aventuras peri-

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gosas”. “Este continua a ser um problema tabu” A primeira etapa da viagem do “Twisted” ligou a cidade da Horta à Vila das Velas, em São Jorge, marcada pelo facto de a mãe de João Silva ser natural desta ilha. A jornada seguinte levou o velejador das Velas para a Calheta e, posteriormente, da Calheta (de São Jorge) para as Lajes do Pico. Daí, o veleiro rumou a casa, pois o dono tem de honrar os compromissos profissionais. “Gostava muito que a viagem fosse feita de forma contínua, mas com o trabalho não é possível”. A etapa seguinte será Horta/Graciosa. Depois virão Angra, no dia 21, e Praia da Vitória, a 24 do corrente, ambas na Terceira, estando a “Volta aos Açores Contra as Dependências” concluída

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A primeira etapa do “Twisted” ligou a Horta às Velas de São Jorge, terra da mãe de João Silva

em Agosto próximo, após passagem por todas as ilhas do Arquipélago. De forma contínua ou faseada, o objectivo está a ser cumprido. “Quando chego a uma ilha, atraco e o“Twisted”, que fica aberto para quem o quer ver e visitar. Estou sempre disponível para abordar esta problemática e a verdade é que algumas pessoas têm visto nesta minha iniciativa uma oportunidade para contar histórias de familiares enredados neste mundo das dependências. Noto que há muita gente próxima de quem vive o problema e que desconhece como lidar com ele. Sinto um apoio muito grande pela coragem que tenho de falar abertamente de um problema que continua a ser tabu e quem me aborda defende que estas situações reais merecem ser faladas. O facto de fazer revelações na primeira pessoa tem um grande impacto nos outros. Nunca pensei que esta minha iniciativa pudesse vir a alcançar tal dimensão. Mesmo dentro das próprias famílias, não é fácil chegar junto de quem consome e dizer: “Estás a exagerar”, pois meter-se na vida do outro é algo que pode não ser bem aceite tanto por quem chama a atenção como para o que está a ser alvo da crítica. E, nesse sentido, recordo a frase habitual de meu pai: “Os amigos dizem sempre

a verdade, mesmo que seja difícil”. “Agradeço à minha família - sinto-me um felizardo!” Dar o primeiro passo no sentido de reconhecer a necessidade de ajuda é o pontapé de saída para a recuperação, processo que acompanha o adicto para o resto da vida. “Se a pessoa não quiser ser ajudada, os outros não podem fazê-lo, porque quem consome tem consciência do estado em que se encontra. O que acontece é que permanece em negação. Pedi ajuda porque tinha consciência de que a minha vida ia acabar se não alterasse o meu trajecto. E esse fim poderia ser ditado por situações directas, como doenças; ou indirectas, de que são exemplos acidentes, tendo já sido vítima, mas com um desfecho feliz. Tenho a sorte de poder contar com uma família estruturada, que foi a minha tábua de salvação e a quem agradeço sempre. Por isso, preocupam-me aqueles que não têm esse porto seguro. Não encontrar trabalho é, por si só, um factor de grande susceptibilidade, levando à adicção. Os comportamentos desviantes ou de risco estão associados a consumos em idades muito precoces e quando a pesssoa se encontra sozinha e vulne-

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Uma história com forte impacto por ser contada na primeira pessoa

rável, facilmente é atirada para a dependência. O álcool é um problema transversal, independentemente do género, idade ou condição social. Sinto-me um felizardo por estar vivo e pelo facto de as pessoas de quem mais gosto – e que mais magoei – me terem aceitado. É muito bom poder voltar a andar no mar – onde me sinto particularmente bem – regressar ao trabalho, ter uma companheira e voltar à companhia de duas filhas lindas”. “A adicção está sempre à espreita” João Silva esteve três meses em recuperação na Clínica RAN e nesse período conheceu “experiências tristes e casos complicados” de pessoas que se tornaram amigas mas, também, de desconhecidos. “Sou um adicto em recuperação permanente. A adicção é uma doença crónica e mortal, que provoca a alteração de comportamentos, pelo que o tratamento não a elimina, ajudando a controlá-la. A minha postura é de salvaguarda, atendendo a que a adicção está sempre à espreita. É uma doença muito matreira, constantemente pronta a levar-te para o consumo. A postura é de permanente alerta. Nesse sentido, faço parte dos Narcóticos Anónimos, que estão em contac-

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to regular uns com os outros. A minha inter-acção com o grupo, que se encontra no Continente português, é feita através da ‘internet’. A acção principal consiste em partilhar as nossas vivências, pois a génese do consumo reside no facto

“Se eu conseguir ajudar uma só pessoa, considero que já valeu a pena”

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João Silva conversa, escuta e aconselha quem o procura, abrindo o seu barco aos visitantes

de guardarmos os problemas só para nós. Não há quem queira pôr a nu os momentos difíceis que atravessa e que levam ao consumo. Como tal, o amigo silencioso em que nos refugiamos é o álcool. A partilha é um grande instrumento em termos de aconselhamento. Cria-se uma relação de amizade com pessoas que têm algo em comum”. “Sinto-me um lutador e quero ajudar quem está em recuperação” João Silva – Sócio e colaborador do Clube Naval da Horta – sente-se “um lutador”. Sair de uma clínica é sinónimo de ter de enfrentar novas batalhas, o que nem sempre se afigura fácil. “Quando estive internado, contei com muitas sessões de psicologia, aconselhamento e prevenção, mas o contacto com o mundo cá fora, pode ser um choque. A sociedade continua igual (alguns nem se aperceberam de que tu foste e já voltaste). Eu é que estou diferente. E é nesse contexto que gostava de desenvolver outros projectos, sempre com o objectivo de ajudar as pessoas a ultrapassar a adicção. O trabalho de acompanhamento na pós-recuperação é fundamental e o mar leva-nos à auto-es-

tima, constituindo um meio propício ao cimentar da confiança nas nossas capacidades. Falo muito com os meus colegas e todos temos a ideia de que, neste período de inadequação (primeiro contacto com o mundo após a recuperação) deve haver um programa que nos ajude”. A Vela como veículo de prevenção Para este faialense, “a vida no mar assemelha-se à luta contra a adicção”. E explica: “Para que o barco não tenha problemas, é necessário fazer a manutenção de forma regular. O mesmo acontece connosco. Há que fazer as opções certas para não cair nas dependências, que podem ser relacionadas com o consumo de álcool ou droga mas, também, com as compras, o jogo ou o sexo. Quero transpôr essa similitude que existe entre a Vela e a nossa vida numa perspectiva de prevenção contra a adicção”. Apesar do caminho tortuoso, João Silva não tem dúvidas em reconhecer que toda esta experiência o ajudou “a crescer muito”. E quando lhe perguntamos se acredita que tinha de ser assim, sorri e atira: “O destino é o acaso das nossas escolhas”.

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CNH ASSEMBLEIA-GERAL APROVA CONTAS E LANÇA NOVA CAMPANHA DE ANGARIAÇÃO DE SÓCIOS

José Decq Mota defende a necessidadade de “um claro reconhecimento da importância do CNH por parte de alguns organismos públicos”

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euniu na tarde desta quarta-feira, 13 de Junho, tendo como espaço o Bar do Clube Naval da Horta (CNH) a Assembleia-Geral do CNH convocada para discutir e votar o Relatório de Actividades, o Relatório de Gestão e as Contas de 2017. A Ordem de Trabalhos incluía, ainda, a discussão e votação de uma proposta para o lançamento de uma nova Campanha de Angariação de Sócios neste ano de 2018. Ao apresentar os documentos em análise, José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, salientou “a intensidade e qualidade da actividade levada a cabo em 2017, sublinhando o facto de “o Clube Naval da Horta continuar com uma situação económica e financeira estável”. Contudo, alertou para “as dificuldades que se têm verificado nos recebimentos, alargando, assim, o

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prazo de pagamento aos fornecedores”. O Presidente da Direcção acentuou ser “importante manter e reforçar o esforço em curso que visa aumentar as receitas próprias do Clube”, vincando “a urgência que há em haver um mais claro reconhecimento da importância do CNH por parte de alguns organismos públicos” e apelou a uma “mais forte abertura do sector privado em patrocinar as muitas iniciativas do CNH”. Luís Carlos Bicudo Decq Mota, Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, leu os Pareceres do Conselho Fiscal e do Conselho-Geral sobre o Relatório e as Contas de 2017, ambos favoráveis à aprovação dos documentos. Realizada a votação, verificou-se que o Relatório e as Contas de 2017 foram aprovados por unanimidade. A proposta para abertura de uma nova Campanha de Angariação de Sócios, “fundamentada na importância que há em aumentar o número de associados, como forma de consolidar a base social e económica de apoio à actividade do

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David Marcos, contabilista do CNH, falou das contas

Clube”, foi, igualmente, aprovada por unanimidade. De salientar, ainda, o facto de o atleta de alto rendimento do CNH, Rui Silveira, velejador da Classe Laser Standard – que se encontra no Faial numa curta visita à família – ter estado presente

nesta Assembleia-Geral. Tal facto mereceu uma saudação por parte do Presidente da Direcção, que se referiu à forma “muito positiva” como o veejador Rui Silveira está a seguir “o exigente programa de preparação” para os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, em 2020.

O Presidente da Direcção do CNH saudou Rui Silveira pela sua presença nesta reunião e pela forma como está a decorrer a preparação para os Jogos Olímpicos de 2020

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CNH CNH PROPORCIONA PASSEIO MARÍTIMO AOS 15 ALUNOS MAIS BEM COMPORTADOS DA ESCOLA BÁSICA INTEGRADA ANTÓNIO JOSÉ D’ÁVILA, DA HORTA

O bom comportamento dos alunos do 5º ano foi distinguido

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Escola Básica Integrada (EB/I) António José de Ávila, da Horta, premiou 15 alunos das várias turmas do 5º ano daquele estabelecimento de ensino, que se destacaram pelo seu bom comportamento ao longo do ano lectivo que agora terminou: 2017/2018. De acordo com José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), nesse sentido, e correspondendo ao pedido feito por esta Escola, o CNH realizou, esta quinta-feira, dia 14, “uma curta mas interessante viagem pela costa Sul da ilha do Faial”, tendo os alunos – que se faziam acompanhar por dois professores – tido a oportunidade de ver golfinhos fora da Lajinha, “o que muito lhes agradou”. Neste passeio, o Clube Naval da Horta disponibilizou os semi-rígidos “Eric Tabarly” – tendo como ‘skipper’ o Treinador Duarte Araújo – e o “Piloto João Lucas – capitaneado pelo mestre Armando Catita.

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CNH JOSÉ DECQ MOTA DÁ AULA SOBRE CAÇA À BALEIA A ALUNOS DO PROJECTO DE AUTONOMIA E FLEXIBILIDADE CURRICULAR DA ESCOLA ANTÓNIO JOSÉ DE ÁVILA, DA HORTA

José Decq Mota deu uma aula sobre baleação a cerca de 40 alunos e professores

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os Açores, a caça à baleia terminou no ano de 1984, mas a temática continua a suscitar interesse e curiosidade. Com o intituito de dar a conhecer aquele que foi um dos mais importantes pilares da economia do Faial, o Projecto de Autonomia e Flexibilidade Curricular (PAFC) da Escola Básica Integrada António José de Ávila, da Horta, passou a manhã desta sexta-feira, dia 15, no Clube Naval da Horta (CNH). O Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, deu as boas-vindas a alunos e professores naquela que foi a última acção deste Projecto: uma aula, com componente teórica e percurso prático sobre a história da caça à baleia. Este Dirigente recordou que o nosso país aderiu, “e bem”, ao acordo internacional que pôs fim à actividade baleeira, explicando que nesta faina havia dois tipos de embarcações: a lancha da baleia, que rebocava os botes, e os botes baleeiros, “uma embarcação excelente” que ficou

sem uso com o fim desta actividade. Portanto, “o destino seria o abate”. Contudo, “foi graças ao empenho de um conjunto de pessoas de várias ilhas que este património foi salvo”. Referindo-se ao bote baleeiro, disse tratar-se de “uma embarcação antiga, tradicional e excelente”. E assegurou: “Dá muito gozo viajar nela”. Tratava-se de uma caça manual, que tinha como arma o arpão. Para tanto, o bote tinha de se aproximar bem do animal, a fim de que o arpão o pudesse trancar. Podia-se trancar à vela e a remos. Uma vez trancadas e mortas, as baleias eram trazidas para terra, depois de amarradas ao bote, que era rebocado pela lancha baleeira. Actualmente, existem no Faial 8 botes baleeiros – sendo 2 do CNH: o “Claudina” e o “Maria da Conceição” – e uma lancha no activo, a “Walkiria”. Todo este património – que no Faial movimenta mais de uma centena de pessoas – é usado em regatas à Vela e a Remo. Estas embarcações são utilizadas para treino, passeios e competição, local e regional. José Decq Mota vincou, além da vertente lúdica, “a intensa actividade desportiva”, tendo como destinatários

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Na rampa, junto aos botes, ouviram-se explicações e fizeram-se perguntas

centenas de pessoas, dos Açores e de diferentes partes do mundo. No domínio competitivo, todos os anos é disputado o Campeonato de Ilha do Faial e o Campeonato Regional. Em 2016, o Campeonato Regional decorreu na ilha das Flores, em 2017 teve como palco a ilha de Santa Maria e este ano será na Terceira.

José Decq Mota apelou a que o embarque fosse feito de forma calma e ordeira

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E sendo a lancha da Comissão de Regatas, a “Walkiria” navegou até às Flores e Santa Maria, garantindo a sua presença na ilha Terceira, em Julho deste ano. Essa é, precisamente, uma das missões da “Rainha dos Mares” dos Açores, “uma boa lancha de mar”, também usada como lancha da Comissão de Regatas no Faial e no apoio às diversas actividades do CNH. No tempo destinado à colocação de questões, o mais alto Responsável pelos destinos do CNH explicou que o conjunto dos apetrechos usado em cada um dos botes, designado como palamenta, é guardado num armazém. No Pico existem 22 botes baleeiros, o que em conjunto com os 8 do Faial, perfaz um total de 30. Ao todo, são 42 os botes que actualmente navegam nos Açores, número que era “muito superior” no tempo da baleação. Antes de passar à etapa seguinte – o passeio a bordo da “Walkiria” e nos semi-rígidos atendendo ao número de alunos – José Decq Mota fez votos para que alguns destes estudantes venham a ser velejadores do CNH. A segurança é um dos aspectos em que o Clube Naval da Horta costuma primar, orgulhando-se da forma como é implementada e levada a sério. Por isso, todos se equiparam com o colete, tendo alguns sido ajudados nessa tarefa. Os alunos foram acompanhados pelos professores intervenientes: Paula Gomes, Coordenadora do Projecto; João Feitor e Maria de Jesus Silva. Nesta aula pedagógica e histórica que teve como mestre um defensor acérrimo de tudo o que possa significar actividade, preservação e divulgação deste património identitário do Faial e dos Açores, José Decq Mota manteve a preocupação de ir anunciando os diferentes momentos e os actores envolvidos. Assim sendo, explicou que um dos semi-rígidos do CNH tinha sido baptizado com o nome de “Éric Tabarly” em homenagem a esse grande navegador francês, que esteve no Faial, onde tem amigos; e que o “Piloto João Lucas” – que dá nome ao outro semi-rígido – foi um dedicado instrutor de Vela. “Foi uma pessoa com grande mérito na minha geração e com quem muito aprendi”. José Decq Mota realçou o “grande gosto” do CNH em associar-se a este Projecto da Escola Básica Integrada António José de Ávila, da Horta – instituição de que é parceiro noutros programas

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O Presidente da Direcção do CNH esteve sempre atento ao conjunto das três embarcações envolvidas neste passeio baleeiro. O Mestre Vítor Mota foi apoiado por Diogo Nunes e Francisco Rosa

– e apresentou a equipa (ali presente) da instituição náutica a que preside: Duarte Araújo, Coordenador da Escola de Vela do CNH; Vítor Mota, Mestre da “Walkiria” e membro da Direcção do CNH; Diogo Nunes, Técnico de Conservação de Embarcações; Mestre “Catita” (Armando Oliveira), Encarregado de Instalações; Francisco Rosa, Colaborador empenhado do CNH, que, sendo terceirense, é um grande defensor do Faial, onde passa grande parte do ano; e a Jornalista do Gabinete de Imprensa do CNH. Acompanhou parte da viagem, Miguel Mendes, professor das duas turmas que dão corpo ao Projecto de Autonomia e Flexibilidade Curricular, com a missão de fazer um vídeo sobre esta actividade tendo, para isso, se socorrido do seu drone. Após a largada do CNH, as três embarcações deram uma pequena volta no sentido da Avenida, rumando ao Monte da Guia, tendo como destino a Fábrica da Baleia (em obras) em Porto Pim. Foi aqui, na Baía de Porto Pim, com as três embarcações reunidas, que Jose Decq Mota

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completou a lição sobre a baleação, recordando que “antigamente este cenário belíssimo não podia ser usufruído. “Esta praia excelente que hoje vemos, no tempo em que eu cresci não era usada. E porquê? Porque aqui tínhamos a fábrica da baleia. Depois de apanhadas e mortas, as baleias eram transportadas até a este local e transformadas nesta indústria. De Maio a Setembro, a praia estava sempre suja de gordura, sangue e restos destes animais. As lanchas que andavam na faina eram varadas na rampa debaixo daquela chaminé e a fábrica primitiva ficava situada onde hoje se encontra o Oceanário”. Durante a viagem, marcada pelo bom tempo e sol ardente que convidava a um mergulho, a professora Paula Gomes referiu que, “ao longo do ano lectivo, os alunos aplicaram os conteúdos leccionados a cada maravilha”. E frisou: “Todas as disciplinas entraram neste Projecto”. Questionada sobre a aceitação dos alunos, atendendo a que foram seleccionados para integrar o PAFC, a Coordenadora responde: “Aceitaram bem. Digo sempre que tiveram muita sorte com este Projecto, através do qual puderam ter acesso a muita informação nova e de grande valor. Cada Escola aderente optou por uma temática própria. Nós escolhemos “As Sete Maravilhas da Horta”, descobrindo-as com finalidade. Pretendeu-se que o que eles aprenderam tivesse implicações práticas, apreendendo a cultura local. A nossa ideia foi: se estes alunos vivem numa ilha, o que é que se afigura importante para eles? O tema escolhido foi uma forma de aprenderem coisas novas e de as porem em prática”. Neste dia, a “Walkiria” – uma lancha histórica

Mestre “Catita”, no “Piloto João Lucas”, fez as delícias da sua tripulação

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RTA Hino do Projecto “Vais conseguir… o projeto” Um ciclo terminou /Mas vou continuar A escola não parou /É vencer e ganhar Vou seguir um projeto/E sei que sou capaz Em frente vou seguir/P´ra ser forte bem audaz Vou ter dificuldades /Barreiras encontrar Eu vou-me empenhar /Pois quero aprender Ninguém me faz mudar /Vou ser eu a escolher

Duarte Araújo conduziu o “Éric Tabarly”, onde seguia o professor Miguel Mendes, que pediu para que todos acenassem à passagem do drone

Refrão: Ser doutora, professor Cientista ou pintor Astronauta, orador Ou até ser o melhor cantor Tu vais conseguir E acreditar Não vais desistir E o projeto terminar Tu vais conseguir Estudar e aprender Não vais desistir Maravilhas eleger A professora: Maria Jesus Silva

Em Porto Pim, José Decq Mota completou a aula sobre a baleação

construída em 1937, que, com o seu potente e moderno motor mostrou que é capaz de navegar a todo o gás – foi testemunha da alegria dos seus tripulantes que, ao perceberem o privilégio que tinham de seguir a bordo da mesma, entoaram canções do seu Projecto, com a ajuda da professora Maria de Jesus Silva:

Se o tempo é dinheiro Eu vou gastá-lo na Horta Até porque o tempo É tudo o que tenho para dar Eu acho que o mundo inteiro Decerto concorda Eu não quero desapontar Ooooooohhhh....

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O passeio, que permitiu observar a cidade de outra perspectiva, olhando o casario, os monumentos, Porto Pim com o seu encanto, as furnas por debaixo do Monte da Guia, as caldeirinhas protegidas, a encosta e a paisagem num retrato sempre belo e sempre único, fez-nos perceber o porquê de tantos de outras paragens adoptarem a nossa Terra como sua, fazendo dela a Capital Oceânica do Iatismo, a Marina mais concorrida de Portugal (a 2ª da Europa e a 4ª do Mundo), numa das Mais Belas Baías do Mundo, dentro da Cidade-Mar, onde acontece o maior Festival Náutico do País: a Horta! O que é o PAFC? A Escola Básica Integrada António José de Ávila, da Horta, foi, em conjunto com outras 5 dos Açores, uma das que abraçou o Projecto de Autonomia e Flexibilidade Curricular, que decorreu ao longo do ano lectivo que agora findou: 2017/2018. Trata-se de um projecto de âmbito nacional, proposto pela Direcção-Geral da Educação, que proporcionou aos alunos a possibilidade de

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Alunos da Turma do 5ยบ B

Alunos da Turma do 5ยบ G

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Os alunos exibem, orgulhosamente, os Diplomas recebidos

aprenderem mais sobre a sua terra. Refira-se que os conteúdos sobre os Açores e em particular sobre a ilha do Faial, não figuram nos manuais escolares, pelo que esta foi uma oportunidade especial e única para estes estudantes poderem sair mais enriquecidos deste percurso lectivo. De acordo com a professora Paula Gomes, Coordenadora do PAFC, foram seleccionadas as Turmas B e G do 5º ano que, “a nível experimental”, desenvolveram as diversas temáticas propostas. Participaram cerca de 42 alunos e 14 professores, sendo o balanço final “muito positivo”. “As Sete Maravilhas da Horta” foi o tema escolhido pelo Projecto, sendo que, no 1º período as turmas desenvolveram as maravilhas “Aquário de Porto Pim” e “Museu Scrimshaw”; no 2º período realizaram actividades sobre as maravilhas “Museu e Matriz da Horta” e, no 3º período, estas duas turmas efectuaram trabalhos sobre as maravilhas “Cedar’s House”, “Casa dos Dabney” e, no final do ano lectivo, a “Baía da Horta”. Paula Gomes explica que “todas as disciplinas estiveram envolvidas e os alunos ao desenvolverem o Projecto foram adquirindo as Aprendizagens Essenciais de cada área disciplinar, o que promoveu não só o trabalho colaborativo entre alunos e professores, como, também, a articulação mul-

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tidisciplinar, o envolvimento dos encarregados de educação e, por conseguinte, o sucesso de todo o processo de ensino e aprendizagem”. A Coordenadora do PAFC salienta que “este Projecto tem como principal objectivo tornar o currículo mais flexível e fazer com que os alunos realizem aprendizagens realmente significativas para que alcancem o Perfil de Saída do Aluno”. E destaca: “Os alunos ao conhecerem melhor a sua ilha, cultura e meio envolvente vão tornar-se cidadãos mais interventivos, mais cooperantes, com mais sentido crítico, mais criativos, mais autónomos e responsáveis”. “Para que o Projecto fosse exequível, contou com a colaboração de vários parceiros, entre os quais o Clube Naval da Horta que proprocionou aos alunos uma experiência muito enriquecedora e inesquecível, através do passeio e das explicações do senhor Presidente do CNH, José Decq Mota, fechando com chave de ouro o Projecto no presente ano lectivo, que, esperamos, tenha continuidade nos anos subsequentes”, salienta Paula Gomes. A aula no CNH encerrou este ano lectivo, tendo os alunos recebido, neste mesmo dia, os Diplomas comprovativos da sua participação no PAFC.

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A FIGURA DO MÊS GENUÍNO MADRUGA: “SER PRESIDENTE DO CNH IMPLICA DISPONIBILIDADE TOTAL, VASTO CONHECIMENTO E GRANDE RESPONSABILIDADE”

“Fico muitíssimo agradado quando vejo todo aquele movimento de crianças e jovens em actividades náuticas no CNH”

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enuíno Alexandre Goulart Madruga, pescador, empresário e navegador, foi o primeiro português que, navegando em solitário à Volta do Mundo, cruzou o Cabo de Horn, a 24 de Janeiro de 2008 navegando do Atlântico para o Pacífico. Passou também a ser o 10º velejador a conseguir tal efeito na história mundial da navegação à vela em solitário. Entre muitos outros cargos, este picoense nascido em São João do Pico, mas residente no Faial desde criança, foi Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH) – mandato de

2003/2005 – numa altura em que “a situação não era muito famosa”. “Conversei com alguns amigos e avancei com uma lista, mas devo confessar que não foi fácil reunir a minha equipa, pois o Clube vivia uma situação difícil a vários níveis”, recorda o antigo Dirigente, que explica: “Existia uma quase paralisia. O alheamento dos Sócios era bem visível e havia algumas Secções encerradas, contrariamente ao que se vive hoje. Actualmente as pessoas participam, envolvem-se muito mais e o número de actividadades é enorme”. “Mar é sinónimo de riqueza e de fixação de jovens” Este pescador de profissão lamenta “a resistência” que encontrou na aproximação das escolas

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ao mar e quando lhe perguntamos o que ficou por fazer, refere que não conseguiu alcançar o desiderato ambicionado: “levar o mar para a Escola e trazer a Escola para o mar”. Contudo, congratula-se por essa ser hoje “uma realidade incontornável”, destacando a projecção que a Natação e a Vela registaram. “É este o caminho a seguir e fico muitíssimo agradado quando vejo todo aquele movimento de crianças e jovens em actividades náuticas no CNH. Nas Ilhas Marquesas, na Polinésia – que são ilhas como as nossas – à sexta-feira vai tudo para o mar fazer Vela mas, sobretudo, Canoagem. Os nossos alunos deviam aprender mais temáticas relacionadas com o meio local. É crucial que haja formação e que os decisores, professores, pais e alunos estejam despertos para o mar. Esta deve ser uma via geradora de riqueza, criação de emprego e, consequentemente, de fixação de jovens. As actividades marítimo-turísticas, os transportes e até mesmo a pesca são sinónimos de trabalho. Ao contrário do que muitos julgam, a pesca de hoje exige profissionais qualificados. Acredito muito na nossa Escola do Mar e no papel decisivo que irá ter na formação relacionada com o mar. Espero que as actividades extractivas também sejam outro segmento de futuro. Seria importante termos um papel na sua gestão e aproveitamento. Fala-se muito no alargamento da nossa ZEE das 200 para as 400 milhas náuticas. Seria fundamental que essa gestão passasse pelos Açores. E se me disserem que não temos capacidade para isso, eu contraponho: façam com que aconteça! Preparem-se. Saiam do marasmo. É preciso que o povo faialense saia da acomodação em que se encontra, estando sempre à espera que as coisas se resolvam. Aquilo que não se faz no Faial é por nossa culpa. As pessoas gostam muito de criticar e eu aceito a crítica desde que também seja apontada uma alternativa. Mas o que a maioria faz é um constante “bota-abaixo”, o que quase sempre vem da parte de quem não é capaz de fazer coisa alguma. O Porto, as pescas, a navegação de recreio, as reparações marítimas, são tudo áreas relacionadas com o mar e que exigem formação e competência, representando um mundo de novas oportunidades para os mais novos e para a eco-

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nomia da ilha”. Genuíno sublinha a “boa relação” mantida com as instituições (Câmara Municipal, Governo Regional e outras) no tempo em que conduziu os destinos do CNH, afirmando que se fez “o possível com as condicionantes da altura”. No que concerne aos funcionários – que eram em menor número do que agora – refere que tentou ser “o melhor possível”, frisando que teve o cuidado de “manter a situação (financeira) controlada”. Em termos de obra feita, lembra que foi levada a cabo uma Campanha de Angariação de Sócios, que “teve frutos”, tendo sido organizadas as Secções de Botes Baleeiros, Pesca Desportiva e ‘Windsurf’. “Quando saí, já eram visíveis algumas diferenças e o caminho iniciado nesse período tem muito a ver com aquilo que o Clube é hoje em dia”, salienta. Por isso, entende que esse foi “o momento de viragem” no que toca ao incremento do ritmo vivido actualmente. “Não precisamos de promessas, mas de uma sede” A sede é outro dos pontos negativos neste balanço que, mesmo feito a uma distância de 15 anos, continua a primar pela actualidade. “Já nesse tempo se falava na necessidade urgente de uma sede para o CNH, mas até hoje o assunto não passou de promessas e ante-projectos. E volvidos todos estes anos, a situação piorou, pois o edifício está cada vez mais degradado. Não precisamos de promessas, mas de uma sede condigna, já que a actual não tem condições tanto para os locais como para receber quem nos visita. E o Clube Naval da Horta funciona como um cartão de visita. Assim sendo, deve ser tratado à medida da imagem que projecta”. Embora não queira falar em culpas ou culpados, este ex-Responsável diz que “as entidades responsáveis tinham de fazer substancialmente diferente”. No prato da balança vem agora o que de positivo marcou estes dois anos de trabalho gracioso. “Já tinha estado à frente de outros organismos de menor e de maior dimensão e neste curto período aprendi várias coisas. Uma delas é que não é bom acreditar em promessas”.

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“Visitei diversos clubes por esse mundo fora e a gestão de todos é bem diferente do que acontece com o CNH. Só aqui é que uns trabalham à borla para uma comunidade inteira”

“O cargo de Presidente deve ser compensado” Este líder de 2003/2005 não tem pejo em admitir que esta foi “uma tarefa difícil”. “É tudo trabalho gracioso e na minha equipa todos demos muito. Muitas vezes tive de deixar o meu barco encostado para atender aos compromissos que o Clube exigia, o que nem sempre foi compreendido pelos meus companheiros da pesca. Quando a questão se relaciona com o perfil de quem se candidata a Presidente desta instituição náutica, o navegador açoriano mais internacional sabe a música de cor: “Ser Presidente do Clube Naval da Horta implica ter disponibilidade total, vasto conhecimento, grande responsabilidade e muito amor à camisola”. Por isso, e no papel de profundo conhecedor do que esta “casa gasta”, Genuíno chegou a propôr e defende na actualidade que “já se impõe ser alguém que esteja a tempo inteiro, recebendo alguma compensação. A dimensão do CNH já não se compadece só com voluntariado e amor à camisola. Quem assume uma responsabilidade desta envergadura merece ser, não digo remunerado, pois não vai ser possível nesta conjunctura, mas ao menos compensado pelo esforço, tempo, trabalho, disponibilidade e entrega. Visitei diversos clubes por esse mundo fora e a gestão de

todos é bem diferente. O que acontece no Clube Naval da Horta não se verifica em nenhum outro sítio, nem mesmo nos Açores, pois o volume de actividade, o número de parcerias e envolvimento em projectos e o papel que desempenha, é incomparável a qualquer outro. Basta ver a quantidade de regatas internacionais que têm como destino o Porto da Horta e a mais- valia que isso representa para a Cidade, para a Ilha e para a Região e o imenso trabalho que isso tudo implica e que está a ser assegurado por voluntários. Isto não se passa em nenhuma outra parte do globo. E por que é que há-de ser aqui? Qual a obrigação que este conjunto de pessoas tem em trabalhar à borla para uma comunidade que nem se digna reconhecer o que é feito? É pertinente trazer à memória a actividade que este Clube sempre tem tido desde a criação da Semana do Mar, em 1974, já para não falar que o CNH é o organizador do Festival Náutico. Sem o CNH não haveria Semana do Mar. Portanto, isto tem de ser encarado de forma mais profissional, sem nunca descurar o mar e valorizando sempre o programa náutico, génese e razão de ser do maior Festival Náutico de Portugal”.

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“Visitei diversos clubes por esse mundo fora e a gestão de todos é bem diferente do que acontece com o CNH. Só aqui é que uns trabalham à borla para uma comunidade inteira”

“O CNH é um emblema do Faial e dos Açores” Para Genuíno Madruga, “o Clube Naval da Horta é um emblema do Faial e dos Açores, com projecção nacional e internacional. Mas, infelizmente, muitas pessoas ainda não estão despertas para esta realidade importantíssima.” Este antigo Presidente sabe, por experiência, a divulgação de que o CNH é alvo por todo o mundo, tendo ele próprio funcionado como embaixador aquando das duas viagens de circum-navegação que fez. “Levei algumas lembranças nestas viagens e da segunda vez que passei por Port Elizabeth, na África do Sul, vi lá a bandeira do CNH oferecida na minha anterior viagem, e enquanto lá estive mantiveram-na sempre hasteada em lugar de destaque. Em Darwin, na Austrália, aconteceu o mesmo. Aliás, também sou sócio deste clube australiano. Foi sempre com um orgulho enorme que fui entregando por aqui e por ali as lembranças de que fui portador e que funcionaram como marcos da minha passagem mas, também, do Clube e da Cidade da Horta. No Clube Náutico Internacional de Hemingway,

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em Cuba, deixei a bandeira dos Açores. A Horta é uma referência a nível internacional na náutica de recreio, sendo imperioso que se olhe para o nosso Porto e Marina no sentido de haver resposta às solicitações que, não sendo atendidas, podem fazer com que os iatistas mudem de preferência. Quem chega aqui depois de uma longa viagem necessita forçosamente de ter condições para atracar e descansar”. Pagar para trabalhar Este velejador considera mesmo “imoral” exigir responsabilidades a quem trabalha “gratuitamente”. E vai mais longe dizendo que “pior do que trabalhar voluntariamente é ter de pagar para dar tudo, que é o que acontece a um Presidente desta “casa”, que dá do seu tempo e do seu dinheiro a uma comunidade que, por vezes, ainda critica. Tem de haver mais envolvimento por parte dos associados, que nem sequer participam de forma expressiva nas assembleias-gerais.” Genuíno entende que “é importante que os jovens se cheguem à frente na medida em que trazem

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CLUBE NAVAL DA H sangue novo e vontade, o que é de enaltecer”, mas chama a atenção para a necessidade de haver “um líder responsável”. “O conhecimento e a experiência são a pedra de toque de um elenco directivo para o CNH”. Questionado sobre a possibilidade de voltar a encabeçar uma lista, este Sócio atira de imediato: “Não tenho disponibilidade para isso”. Mas dispõe-se a ajudar dentro daquilo que puder. Concorda que ser Presidente da Direcção do CNH “não é um cargo aliciante” e mesmo dizendo que “o Clube tem sido marcado por altos e baixos”, sustenta ter havido “bons presidentes”. Instado a apontar o melhor Presidente de sempre, não precisa de pensar para eleger José Decq Mota pelo “trabalho excepcional levado a cabo”. E frisa: “De todos os que conheci, destaco o José Decq Mota pelo que representa e pelo que dá”. “CNH deve ser apoiado” Genuíno não tem conhecimento “de qualquer situação de aproveitamento político relativamente ao cargo de Presidente do CNH” e classifica uma eventual situação dessas como “reprovável”. “É uma instituição que deve ser apoiada e acarinhada, pois sempre que é solicitada responde positivamente. Estamos a falar de uma entidade antiga, que tem tido uma presença fortíssima na capacitação da Horta como Capital Oceânica do Iatismo. Recordo o nascimento da Semana do Mar e do nosso caldo de peixe, em que marquei presença activa. O CNH tem vindo a crescer e a projectar o Município e a Ilha a nível nacional e internacional. É uma grande mais-valia para a nossa Terra. Na formação, é de realçar o papel indispensável que tem assumido e é da mais elementar justiça que os responsáveis pelo ensino e formação dos mais novos, reconheçam o papel importante que está a ser assegurado por esta instituição náutica. Quem viaja, apercebe-se desta referência mas, infelizmente, cá dentro ainda é uma minoria que reconhece e conhece de facto a gigantesca e diversificada acção deste Clube. São poucos os que imaginam as dificuldades vividas por quem está por detrás desta máquina cada vez maior. Por isso, apelo a quem é Sócio para que olhe com mais atenção para o seu Clube e aos outros que se façam associados, o que

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já é uma boa maneira de ajudar”. Salpicos do percurso de um homem do mar Em 1962, com 12 anos, Genuíno fez-se pescador, após construir a sua primeira embarcação a remos: uma “chata” com 2,6 metros. Para tanto, usou tábuas de caixote que ia pedindo aos comerciantes e pregos comprados com o dinheiro que ia ganhando. O serrote e o martelo tinham sido oferta do pai. Tornou-se activista sindical, empenhado na defesa dos direitos dos pescadores. Em 1974 foi eleito presidente da Casa dos Pescadores da Horta. Foi Delegado da Secretaria de Estado das Pescas e dos Serviços de Lotas e Vendagem da Direcção-Geral das Pescas, tendo organizado as Lotas nos Portos do Faial, Pico e Flores. De 1974 a 1976 fez parte da Comissão Administrativa da Junta Central das Casas dos Pescadores, sendo eleito, em 1975, para o elenco directivo da Mútua dos Pescadores, tendo desempenhado funções em diversos órgãos sociais desta instituição. Foi eleito Presidente do Conselho Municipal da Horta e, em 1983, a convite do Secretário Regional da Agricultura e Pescas, Adolfo Lima, deslocou-se a Inglaterra, Espanha e França para conhecer outras técnicas de pesca e escolher as embarcações cabinadas mais apropriadas para a reconversão da frota artesanal dos Açores. No distante ano de 1975 conheceu Marcel Bardiaux, protagonista de incríveis aventuras: foi o 1º navegador a passar o Cabo Horn de Leste para Oeste; construiu o primeiro iate insubmersível em aço inox; deu 4 voltas ao Mundo e duas vezes foi feito prisioneiro pelos alemães na II Grande Guerra. Em 1998 deu-se o reencontro com Marcel Bardiaux, já com 88 anos, navegador que mais influenciou Genuíno Madruga. Ainda no ano de 1975, este picoense de gema conheceu muitos dos “aventureiros” que marcaram a história da Vela no século XX, com reencontros no mais famoso e internacional Café do Mundo: o “Peter Café Sport”. Em 1983/1984 introduziu nos Açores as embarcações de pesca cabinadas em fibra de vidro. Em 1985, concluiu, na Escola Profissional de Pescas, em Lisboa, o Curso de Mestre Pescador, com a classificação de “Excelente”. No ano de 1999 adquiriu, na Alemanha, um

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veleiro em fibra de vidro com 11,1 metros, que batizou de “Hemingway”. Em 2000 – no dia 28 de Outubro – fez-se ao mar para circum-navegar o planeta a bordo do veleiro “Hemingway”, tendo chegado ao Porto da Horta a 18 de Maio de 2002, concretizando, assim, a sua 1ª Volta ao Mundo em Solitário. Em 2002 foi homenageado pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), pelas Câmaras Municipais de vários Concelhos dos Açores (incluindo as do Faial e Pico) e por outras entidades. A 10 de Junho de 2003 foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. A 25 de Agosto de 2007 partiu das Lajes do Pico para sua 2ª Volta ao Mundo, com a difícil tarefa de cruzar, de Leste para Oeste, o temível Cabo Horn, extremo austral do Continente Sul-Americano, o que efectivamente aconteceu a 24 de Janeiro de 2008. Em Agosto de 2008 foi admitido como membro da Confraria dos Capitães do Cabo Horn do Chile. No dia 6 de Junho de 2009 chegou ao Porto das Lajes do Pico, concretizando a sua 2ª Volta ao Mundo em Solitário. No dia 10 de Junho de 2009 viu ser editado o CD “Genuíno”, composto por músicas e poesias alusivas às suas viagens de circum-navegação,

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entre as quais o poema propositadamente escrito por Dias de Melo, pouco antes de falecer. Em 2011 publicou o livro “O Mundo que eu Vi”, apresentado em diversos locais do mundo e também editado em inglês. É sócio de diversos clubes náuticos, entre os quais o Dena Beach Yacht Club (Austrália), o Yacht Club International Hemingway (Cuba) e o Royal Yacht Club (África do Sul). No dia 19 de Janeiro de 2017 foi agraciado pela Marinha Portuguesa, na pessoa do Almirante-Chefe do Estado-Maior da Armada, António Silva Ribeiro, com a Medalha Militar da Cruz Naval de 1ª Classe, que no seu despacho classificou Genuíno Madruga desta forma: “Mestre pescador de profissão, sempre demonstrou o seu espírito sagaz e marinheiro, inconformado por natureza. Concomitantemente, desempenhou relevantes funções sociais e cívicas na Horta, cidade onde viveu desde criança, em prol de quem partilha o mar e dele retira o seu sustento. Homem culto, autêntico embaixador dos Açores e de Portugal por todo o Mundo, Genuíno Madruga tem sido muito mais do que um navegador aventureiro e arrojado, constituindo-se como um símbolo vivo da maritimidade nacional que importa enaltecer. A sua vivência filosófica e sociológica é reflectida num pensamento crítico e reflexivo, predispondo uma atitude moral sobre o Mar, que é comungada pela Marinha”.

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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


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