Ir_ao_mar - Nº63 - Junho 2019

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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

ARTUR FILIPE SIMร ES | CNH 2019

JUNHO 2019 Nยบ 63


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BOTES BALEEIROS REGATA DE NOSSA SENHORA DAS ANGÚSTIAS

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ealizou-se no passado dia 1 de junho, às 10h00, a Regata de Vela em Bote Baleeiro de Nª Srª da Angustias, que foi a primeira da presente época e é a primeira do Campeonato de Vela em Bote Baleeiro da Ilha do Faial 2019. A Entidade Promotora da Regata foi a Junta de Freguesia das Angustias e a Entidade Organizadora o Clube Naval da Horta. A Regata realizou-se no Canal Faial Pico a partir das 10h00, sendo o percurso definido constituído por duas voltas a um triangulo de boias, constituído por uma boia amarela (boia de bolina) e duas boias vermelhas. A largada dos Botes concorrentes foi dada a reboque da lancha “Walkiria”, numa linha perpendicular à linha do vento de modo a que os Botes, após o sinal de largada e depois de içarem as velas, navegassem para a boia de bolina. A linha de chegada, colocada na entrada da bacia da doca Sul, foi definida por duas boias com bandeira. Inscreveram-se na Regata, no início da Reunião

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de Oficiais realizada uma hora antes da Regata, os oito Botes existentes no Faial. Entretanto um imprevisto impediu que o Bote “Sr.ª de Fátima” comparecesse na linha de partida. O Bote vencedor foi o “Sr.ª do Socorro”, da JF do Salão, tendo como Oficial Pedro Garcia, que cumpriu o percurso em 47m 52s. Em segundo lugar classificou-se o “Capelinhos”, da JF do Capelo, com o Oficial Luís Decq Mota, com o tempo de 49m 11s. O terceiro Bote no pódio foi o “Sr.ª das Angustias”, da Junta Freguesia das Angustias, com o Oficial José Gonçalves e com o tempo de 50m 02s. Classificação completa nesta ligação. De referir ainda que estiveram na largada sete botes, mas que o Bote “Sr.ª da Guia” da JF Feteira, com Rute Matos, não concluiu a Regata por ter tido uma avaria no aparelho vélico. A Comissão de Regata (CR) foi constituída por José Decq Mota, Vitor Mota, Carlos Fontes, José Macedo e José António Prazeres. A Comissão de Protestos (CP) foi constituída por João Duarte

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e Carlos Moniz. A lancha da CR foi a “Walkiria” (Mestre Vitor Mota). O semirrígido “Eric Tabarly” (com Francisco F Rosa e António Fernando) foi o barco de percursos e segurança e o semirrígido “Rui Silveira” (com Carlos Silva) foi o barco complementar de segurança. Terminada a Regata, a Junta de Freguesia das Angustias ofereceu um almoço no Pavilhão das Angustias, onde foram entregues os Prémios e onde os participantes conviveram animadamente.

“Sr.ª do Socorro”, da JF do Salão, foi o bote vencedor desta regata

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CANOAGEM PROVA DE VERÃO CONTOU COM 6 ATLETAS

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oi com bom tempo – uma brisa fresca – que decorreu no sábado, dia 22, na Baía da Horta, a Prova de Verão da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH). Participaram 6 canoístas, que realizaram a Prova de Velocidade (500 metros) e a Prova de Fundo (5.000 mil metros). Terminada a Prova, houve, como habitualmente, um lanche-convívio destinado a todos os envolvidos, momento que é aproveitado para a troca de impressões sobre a competição, a modalidade e a Secção e que todos apreciam sobremaneira. A próxima actividade da Secção de Canoagem do CNH será a participação no Campeonato Regional de Canoagem, que decorrerá nos dias 13 e 14 de Julho, na ilha Terceira. Exactamente a pensar nisso, Hugo Parra, Treinador de Competição do CNH, refere que pretende intensificar a carga semanal de treinos.

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MINI-VELEIROS ANTÓNIO PEREIRA É O CAMPEÃO DO TROFÉU DAS LAGOAS

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ntónio Pereira, João Nunes e Eduardo Pereira, foram os vencedores do Troféu das Lagoas, realizado domingo, dia 02, nas lagoas, na Caldeira, uma iniciativa da Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH). De acordo com João Sequeira, Responsável por esta Secção, “o tempo esteve bom, com sol, mas com muitos saltos de vento”. Embora não tenha sido “o melhor campo de regata, a prova decorreu bem”, tendo contado com 7 velejadores: António Pereira, João Nunes, Eduardo Pereira, Flávio Pereira, Filipe Guerreiro, João Sequeira e José Gonçalves. Terminada a competição, foi tempo de convívio, tendo o churrasco tido como cozinheiro Mário Carlos, que neste dia abdicou de participar pre-

cisamente para se dedicar à preparação do repasto, gesto reconhecido por todos. A próxima prova da Secção de Mini-Veleiros do CNH será em Agosto (dia 07), no decorrer do Festival Náutico. O Calendário de Actividades para 2019 integra, ainda, a Regata de Nossa Senhora de Lourdes, agendada para 20 de Agosto; a Regata do Varadouro, calendarizada para 01 de Setembro; a Regata do 72º Aniversário do CNH, marcada para o dia 22 de Setembro; e o “Troféu Turismar 2019”, que decorrerá de Outubro a Dezembro. O “Troféu Turismar” conta, pelo 5º ano consecutivo, com o patrocínio da Empresa de Actividades Marítimo-Turísticas “Turismar”, de Mário Carlos, praticante desta modalidade.

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NATAÇÃO DIANA NEVES, DO CNH, ALCANÇOU RECORDE REGIONAL NOS JOGOS DAS ILHAS 2019

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pós a divulgação dos resultados oficiais – o que aconteceu esta semana – ficámos a saber que Diana Neves, atleta da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), alcançou um Recorde Regional para os Açores na prova dos 100 Costas, Categoria Infantil A, com a marca de 1’10”25”, revela Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta”, recordando que “o anterior recorde era de 1’10”69”. Diana Neves conquistou esta marca em representação da Selecção dos Açores nos Jogos das Ilhas 2019. “Muitos parabéns pela conquista, pois é resultado do trabalho realizado desde o início da época e do esforço e do empenho demonstrados”, salienta Tiago Henriques, que frisa: “É a primeira

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vez que um atleta da Secção de Natação do CNH consegue um Recorde Regional com o seu nome. Parabéns a todos os envolvidos! É um esforço de todos! Parabéns Diana!”

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NATAÇÃO 3º TORREGRI E FESTIVAL REGIONAL DE CADETES, EM SÃO MIGUEL

Cadetes do CNH alcançaram 6 primeiros lugares, 5 segundos e 6 terceiros

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Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH) – categoria de Cadetes – participou no 3º TORREGRI/Festival Regional de Cadetes, que decorreu sábado, dia 15, na piscina das Laranjeiras, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel. O CNH fez-se representar por 14 atletas que, segundo Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do CNH, “muito dignificaram o nome do Clube Naval da Horta bem como a Ilha do Faial”. Este Técnico faz o balanço ao desempenho dos seus atletas: “Foi o culminar da Época para esta categoria, atingindo, de forma exemplar, os objectivos propostos em todos os aspectos. No

comportamento, em momento competitivo e fora dele, demonstraram sempre um bom sentido de responsabilidade e um grande espírito de equipa. Conseguiram transpôr para a prova o que desenvolvemos durante a Temporada nos treinos, quer tecnicamente e tacticamente e já com níveis de concentração que muito me agradou observar. Tudo isto resultou em excelentes resultados para os nossos atletas e Clube com mais de 90% de recordes pessoais que se traduziram em: - 1º lugar: 6 - 2º lugar: 5 - 3º lugar: 6 De realçar o 2º lugar alcançado na Estafeta de 4x100 Livres Mista e o 1º lugar na Estafeta de 4x100 Estilos Mista. Apesar de não gostar de individualizar, tenho de destacar o atleta Vasco Alexandrino que, nas 4

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Tiago Henriques | CNH 2019

provas em que participou, venceu 3, com uma excelente qualidade técnica. Mais importante do que o resultado nestas idades, foi a forma como foram obtidos, ou seja, a técnica de nado e a abordagem aos diferentes estilos e distâncias de nado. “Não poderia estar mais orgulhoso” Como Treinador, não poderia estar mais orgulhoso dos nossos “pequenos” que foram enormes nesta competição, pela evolução durante a Época, pela forma como se têm esforçado e pelo empenho em seguir as orientações dadas.

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Enquanto Técnico, estou de coração cheio e muito orgulhoso pelo que os nossos meninos conseguiram e evoluíram durante esta Temporada, que resultou numa excelente jornada de Natação a todos os níveis. Terminámos em grande a Época de 2018/2019, esperando, assim, uma grande motivação para a que aí vem. Estamos todos de parabéns: Atletas, Equipa Técnica e Direcção, que tudo tem feito para nos dar as melhores condições de trabalho e pela aposta que tem sido feita na modalidade. Parabéns a nós todos, pois o sucesso é de todos!”

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS VASCO ALEXANDRINO: “A NATAÇÃO É MESMO PARA CONTINUAR, AINDA QUE CUSTE MUITO”

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os 11 anos de idade, Vasco Alexandrino já tem o seu nome gravado na Vela e na Natação do Clube Naval da Horta (CNH), não pondo de parte a hipótese de vir a experimentar Canoagem. Este atleta tinha apenas 4 anos quando começou a nadar, na Piscina Municipal, na companhia do pai. Depois, abraçou também a Vela Ligeira mas quando começou a levar mais sério a Natação, percebeu que não conseguia conciliar dois desportos com a Escola e então abdicou da Vela. As “Férias Desportivas” foram outro marco no CNH, desde os 7 anos, Projecto que trouxe muitas oportunidades e iniciativas diferentes no mundo náutico e não só. Vasco treina 5 dias por semana e confessa que gostava que no Faial houvesse mais um clube que permitisse a competição noutros moldes,

contrariando a actual situação em que os atletas se vêem forçados a competir uns contra os outros, “o que não é muito bom”. “Se houvesse outros colegas haveria mais convívio e competição”, garante. “Não gosto de perder!” Para este nadador, o melhor nisto tudo é “participar em provas fora do Faial e conseguir ficar nos primeiros lugares”. E destaca: “É bom alcançar vitórias! Quando ganho, sinto-me feliz por conseguir mais uma conquista. Não gosto de perder! Estou aqui para ganhar e quando perco fico chateado e tento treinar mais para evoluir melhor”. A Natação trouxe a Vasco Alexandrino mais amigos. “Antes, eu treinava com os mais pequeninos e conhecia os outros mal. Ficava sozinho e triste.

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Vasco Alexandrino a falar do seu Treinador: “Ele diz-nos sempre que se não exigirmos de nós e não fizermos as coisas bem feitas, não chegamos a lado algum”

Não tinha com quem conversar. Agora, o grupo é maior e melhor! Damos apoio uns aos outros e queremos que todos dêem sempre o seu melhor. Puxamos uns pelos outros e também por nós próprios, claro! Somos muito unidos como equipa. E os almoços que acontecem a seguir às provas são bons para convivermos e tirar dúvidas sobre a nossa prestação. Comentamos bastante o que fazemos e o que devemos melhorar”. Tiago Henriques = a Treinador exigente O Treinador – Tiago Henriques – “é exigente e isso é bom, pois, se não fosse assim, a gente não evoluía”, assegura este nadador que também já conheceu outros técnicos: Lúcio Rodrigues, Hélder Gandarez, Sílvia Mendonça e David Castro. Por vezes, o Tiago dá-nos uns exercícios complicados para conseguirmos evoluir, o que faz com que acabemos o treino estafados. Ele puxa por nós mas gosto dele e não gostava que deixasse

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a equipa. Ele diz-nos sempre que se não exigirmos de nós e não fizermos as coisas bem feitas, não chegamos a lado algum e eu levo isto a sério senão não há resultados. E nos dias em que não apetece mesmo nada, digo para mim mesmo: “Vamos pensar positivo e isto vai correr bem. E tento fazer com que isso aconteça, pois a cabeça é que manda”. Quanto às provas fora do Faial, este atleta refere que “se torna mais complicado pelo facto de haver mais pessoas”. E explica: “Ficamos mais nervosos e também são provas mais longas mas a verdade é que, por tudo isso, também aprendemos mais. Aproveitamos para nos divertirmos mas claro que nos focamos na prova e nos resultados”. “Levo a Natação a sério” À conta destas deslocações, Vasco revela que já fez “alguns amigos na Terceira e em São

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Vasco Alexandrino: “Quando ganho, sinto-me feliz por conseguir mais uma conquista”

Miguel”. E, a propósito do desempenho geral, afirma: “Noto que em todas as equipas há uns que se destacam mais tal como acontece no CNH. Nós, no Clube Naval da Horta, já somos bons. Mas claro que ninguém é perfeito”. Matemática e Ciências são as disciplinas preferidas deste “bom aluno” que poderá vir a ser engenheiro informático. “Quero levar a Natação a sério mas também ter a minha profissão. A Natação é mesmo para continuar, ainda que custe muito”. Participar nos Jogos Olímpicos, na modalidade da Natação, é a grande ambição deste atleta, que, aos 11 anos, já tem a consciência de que isso implicará “muito trabalho e sacrifícios. Falei com o David Carreira, ex-atleta Paralímpico do nosso Treinador e percebi que é preciso muito,

muito esforço e dedicação. Basta dizer que ele treinava 7 horas por dia”. O atleta do CNH tem em Michael Phelps o seu ídolo, pois ele “é muito bom”. E prossegue: “Supostamente era o melhor do mundo e vejo vídeos dele para perceber como é que faz. Mas atenção: vejo os vídeos dele mas faço é como o meu professor diz. E penso sempre: “Eu queria era ser melhor do que ele”. O nosso entrevistado é obstinado (o que ele traduz por teimoso) e amigo do amigo. Gosta do CNH e vinca que “é bom ter amigos e conviver com eles”. Quanto a convencer outros a experimentarem a Natação, é uma missão que se torna mais difícil, pois “eles querem é o futebol”, desporto que Vasco também já praticou. “Eles dizem que a Natação é fácil mas querem é ficar no futebol”. E quando se pergunta o porquê de a Natação não ser tão apelativa, responde: “É um desporto mais complicado, porque exige melhor técnica. Se não tivermos técnica, não nadamos bem. Gastamos muita energia a não fazer nada”. Nadar é uma actividade física que provoca “muita fome” mas o nosso atleta não é “muito guloso”, tendo nas almôndegas com esparguete o seu prato favorito. “O Treinador também nos dá umas dicas alimentares, recomendando proteína e alguns chocolates para dar energia”, alerta o entrevistado de hoje da rubrica “Conhecer os Nossos Atletas”.


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PESCA DESPORTIVA DE BARCO “XARK” VENCEU A 1ª PROVA DE CORRICO E CAPTUROU O MAIOR EXEMPLAR

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embarcação “Xark” (de Vicente Barreto) foi duplamente vencedora na 1ª Prova de Pesca de Corrico do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019, decorrida domingo, dia 2, ao arrecadar o 1º lugar do pódio e capturar o maior exemplar: uma bicuda com 2.650 quilos. Em 2º lugar ficou a “Senhora da Guia” (Renato Azevedo), em 3º a embarcação “Zeus” (Jorge Oliveira) e em 4º a “Titou” (João Pereira). Luís Carlos Rosa, Director desta Secção, refere que a Prova contou “com pouco peixe”. Ós resultados obtidos alteram a grelha classificativa, em termos gerais (Pesca de Fundo somada à Pesca de Corrico), pelo que a embarcação “Xark” passou do 3º lugar em que se encontrava para o 2º, trocando com a “Zeus”, que agora é 3ª. A liderar a tabela geral mantém-se a embarcação “Titou”. O convívio e a amena cavaqueira marcaram esta competição, que contou com o habitual lanche oferecido pelo CNH. O Campeonato de Pesca Desportiva de Barco

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do Clube Naval da Horta conta novamente este ano com o patrocínio da empresa “Delfim Vargas, Lda”, sendo composto por 8 Provas: 4 de Pesca de Fundo e 4 de Pesca de Corrico.

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PESCA DESPORTIVA DE COSTA CARLOS MEDEIROS FOI O VENCEDOR DA 2ª PROVA DE PESCA DESPORTIVA DE COSTA

José Silva, José Armando, José Escobar, António Silva e Carlos Medeiros, foram os participantes nesta 2ª Prova

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om tempo razoável, decorreu em Castelo Branco, domingo, dia 02, a 2ª Prova do Campeonato de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019. Carlos Medeiros com 124 unidades; José Silva, com 58 e José Escobar com 49, preencheram o pódio desta 2ª Prova, que se encontrava em atraso. José Escobar foi, também, o pescador que capturou o maior exemplar, uam garoupa com 640 gramas. A liderar o Campeonato de 2019 encontra-se Carlos Medeiros, Director da Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH.

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A pesagem do pescado constituíu, como habitualmente, o ponto alto deste encontro, destinado a pescar mas, também, a conviver. Este Campeonato é composto por 6 Provas, tendo a última Prova sido antecipada para 23 de Junho (inicialmente estava calendarizada para o dia 07 de Julho). A antecipação fica a dever-se ao convite recebido para participar na Semana Cultural das Velas, precisamente no dia 07 de Julho. Na semana seguinte – 14 de Julho – a Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH irá participar na prova organizada pela Secção de Pesca do Clube de Futebol da Calheta, no âmbito do Festival de Julho, também na ilha de São Jorge.

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PESCA DESPORTIVA DE COSTA CARLOS MEDEIROS É O VENCEDOR DO CAMPEONATO DE PESCA DESPORTIVA DE COSTA

Da esquerda para a direita: José Escobar, Carlos Medeiros, José Armando e António Silva: os participantes na última Prova do Campeonato de 2019

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arlos Medeiros ganhou a 6ª e última prova do Campeonato de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019 e simultaneamente o Campeonato. A 6ª Prova decorreu com bom tempo na manhã de domingo, dia 23, na Laginha, tendo contado com 4 pescadores: José Escobar, Carlos Medeiros, José Armando e António Silva. O pódio desta última competição foi, ainda, partilhado por José Escobar (2º lugar) e por José Armando (3º lugar). José Escobar também capturou o maior exemplar: uma veja, com 1,150 quilos.

O Campeonato de Pesca Desportiva de Costa do CNH - Época de 2019 foi composto por 6 provas. O campeão foi Carlos Medeiros, tendo José Silva ficado em 2º lugar e José Escobar arrecadado o 3º lugar. No Campeonato, Moisés Sousa pescou o maior exemplar: um sargo com 1.530 quilos. Carlos Medeiros, Director desta Secção, congratula-se pela forma como decorreu este Campeonato, sempre pautado pela camaradagem e boa disposição. Sinal do espírito de entre-ajudante reinante, é o facto de ter cedido aos colegas de pódio alguma da minhoca que tinha angariado para a sua pescaria. Em termos de actividades, destaque para a participação de alguns elementos desta Secção na prova de pesca de Costa, nas festas das Velas de São Jorge, no próximo dia 07 de Julho.

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VELA DE CRUZEIRO ARC EUROPE 2019: 25 BARCOS SAÍRAM DAS BERMUDAS RUMO AO FAIAL

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‘Rally” ARC Europe 2019 saiu esta quarta-feira, dia 15, das Bermudas em direcção ao Porto da Horta, prevendo-se que os primeiros barcos cheguem entre os dias 25 e 30 deste mês. Destinada a embarcações de cruzeiro, a ARC Europe é um ‘Rally’ do Atlântico Oeste-Leste, navegando do Caribe ou da América do Norte para a Europa, organizado pelo World Cruising Club, que todos os anos tem paragem obrigatória no Faial, visitando, também, outras ilhas dos Açores. A edição deste ano conta com 25 barcos e 88 tripulantes, de diversas nacionalidades, segundo informações cedidas por Suzana Tetlow, envolvida no planeamento deste ‘Rally’. Realizar a travessia em segurança, fazer amizades e explorar novos locais em conjunto, são objectivos deste passeio náutico, embora no íntimo de cada velejador esteja subjacente o factor competitivo. Uma vez mais o Clube Naval da Horta (CNH)

dá o seu apoio à ARC Europe no Faial, o qual passa pela cedência das instalações do Centro de Formação de Desportistas Náuticos, onde é instalado o Secretariado com todo o sistema de comunicações, apoio administrativo e outros serviços. Além disso, o CNH participa, também, no programa de boas-vindas. A largada da Horta está marcada para o dia 5 de Junho.

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VELA DE CRUZEIRO ARC EUROPE 2019: “NO FAIAL, OS VELEJADORES ENCONTRAM TUDO O QUE PRECISAM”

Na fotografia: Manuel Ferreira Lima, Mark Burton e Cecilie Hammersland, da Organização da Prova

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edição de 2019 da ARC Europe conta com 25 barcos e 83 velejadores, com a particularidade de haver uma tripulação portuguesa, que navega no “Attitude”. De Tortola (Ilhas Virgens Britânicas) largaram 26 barcos mas um problema levou a que um tenha sido impedido de prosseguir viagem. A ARC Europe está a comemorar 29 anos de realizações, tendo a prova deste ano a duração de 54 dias. Trata-se de um ‘rally’ do Atlântico Oeste-Leste, navegando do Caribe ou da América do Norte para a Europa, organizado pelo World Cruising Club (WCC), que todos os anos tem paragem

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obrigatória na ilha do Faial. A partir de Nanny Cay Marina, em Tortola, Ilhas Virgens Britânicas, ou Ocean Marine Yacht Center, em Portsmouth, Virgínia, as duas frotas reúnem-se em St. Georges, na Bermuda, antes de cruzar o Atlântico rumo aos Açores. Este ‘rally’ desenrola-se ao longo de três etapas. A primeira compreendeu Tortola/Bermuda, tendo a respectiva Entrega de Prémios sido precisamente na Bermuda. A segunda liga a Bermuda à Horta – em curso – decorrendo, com habitualmente, a Entrega de Prémios no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos; e a terceira será entre Santa Maria e Lagos, com Entrega de Prémios em Lagos. Nesta prova, as embarcações estão divididas em três diferentes classes: A, B e Catamaran’s. Uma vez mais o Clube Naval da Horta (CNH)

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CLUBE NAVAL DA H apoia a ARC Europe no Faial, cedendo as instalações do Centro de Formação de Desportistas Náuticos, onde está instalado o Secretariado com todo o sistema de comunicações, apoio administrativo e outros serviços. Programa no Faial Dia 27 de Maio – segunda-feira: 18h30: Bebidas de boas-vindas no “Peter Café Sport”, um lugar icónico para receber os recém-chegados todos os dias. ‘Vouchers’ oferecidos pelo “Café Sport”. Dia 28 de Maio – terça-feira: 18h30: A partir desta hora, concentração no “Peter Café Sport”. 19h30: Jantar de tripulações no Restaurante “Canto da Doca”. Cozinhe a sua própria comida numa pedra vulcânica quente.

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Dia 29 de Maio – quarta-feira: 17h30: Passeio em Bote Baleeiro – embarcação que era usada na caça à baleia – oferecido pelo Clube Naval da Horta. 18h30: ‘Happy Hour’ no Bar do Clube Naval da Horta. Dia 30 de Maio – quinta-feira: 18h30: A partir desta hora, concentração no “Peter Café Sport”. 19h30: Jantar de tripulações no Restaurante “Canto da Doca”. Cozinhe a sua própria comida numa pedra vulcânica quente. Dia 31 de Maio – sexta-feira: 08h00-20h00: Formalidades a tratar na Marina da Horta. 10h00: ‘Briefing’ na Sala “Peter”, destinado a preparar o Cruzeiro a realizar nas ilhas dos Açores (Faial, Terceira, São Miguel e Santa Maria). 14h00: Volta à Ilha do Faial, com guia turístico, oferecida pela Direcção Regional de Turismo.

Todos os anos, o CNH apoia a ARC Europe na sua passagem pelo Faial

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17h30: Recepção de Boas-Vindas, da responsabilidade da Direcção Regional de Turismo, no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, onde haverá a Entrega de Prémios relativa à 2ª perna da ARC Europe 2019: Bermudas/ Horta. Dia 1 de Junho – sábado: 07h00: Saída do Faial em direcção à Terceira. Velejadores apreciam muito a Organização do WCC O Gabinete de Imprensa do CNH conversou com os elementos da Organização da ARC Europe 2019, que aterraram no Faial na manhã desta quinta-feira, dia 23, e que são Mark Burton, inglês, Director da Prova; Manuel Ferreira Lima, português, e Cecilie Hammersland, norueguesa, ambos Assistentes do Director de Prova. A propósito da frota, Mark Burton explica que o barco que teve de voltar para trás por causa da avaria registada na vela da frente, quando já se encontrava a 500 milhas da Bermuda, poderá ainda vir a juntar-se ao grupo na ilha do Faial ou seguir directamente para Santa Maria, onde se reunirá com os restantes. Este Responsável adiantou que “tem havido pouco vento” e, que, por isso, “os velejadores têm recorrido bastante ao motor”. Mark Burton – velejador profissional, há 4 anos envolvido nas organizações do World Cruising Club – revela que se sente satisfeito “quando os barcos chegam a bom porto”. E relativamente ao WCC, destaca: “Os velejadores gostam muito da nossa Organização. Ao longo dos anos fomos adquirindo um conhecimento muito grande e podemos, como ninguém, garantir aquilo que eles mais precisam e apreciam, que é viajar em segurança – o que é facilitado pela confiança que a viagem em grupo confere – e os eventos sociais que acontecem em cada porto de chegada”. “Eles adoram estes convívios!”, frisa o Director de Prova, acrescentando que alguns se encontram a fazer esta travessia pela primeira vez e que nem todos – mesmo os habituais – conhecem o Arquipélago dos Açores na sua totalidade. É no decorrer desta aventura que alguns já começam a planear outras rotas que o WCC promove para diferentes destinos.

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“O Faial é o ponto preferido dos velejadores” Questionado sobre o porquê de o trajecto nos Açores não contemplar outras ilhas, Mark Burton é peremptório: “Revisitamos os locais que eles mais gostaram no ano anterior. A recepção em Santa Maria foi magnífica e como tal queremos lá voltar e passar mais tempo nesta ilha. Os velejadores conversam muito uns com os outros, seguindo as opiniões e as experiências tidas pelos amigos. Sempre que alguém diz “ali é bom”, todos os outros vão, porque já sabem com o que vão contar. Se eles foram felizes ali, querem regressar a esse sítio. Portanto, alterar o percurso inter-ilhas seria o mesmo que lhes ter dado um Ferrari e depois dar-lhes um Fiat”. O Director de Prova aponta o Faial como sendo o ponto preferido nos Açores, “onde eles encontram tudo o que precisam, tanto em serviços, como segurança e hospitalidade. As pessoas são simpáticas e dão informações. Eles sentem-se à vontade. Segurança e boa recepção é o que eles mais procuram”. “Se eles têm uma ilha fantástica, com uma marina fantástica e uma recepção fantástica, é para lá que vão”, garante. Além de no Faial poderem resolver todos os probemas que possam ter no mar, os velejadores também já sabem que nesta ilha os preços são acessíveis. “Muito mais do que em Tortola ou na Bermuda!” A ARC Europe conta com iates de luxo mas também de nível intermédio. Muitos estiveram a fazer a volta ao mundo, sendo que os europeus se encontram a realizar este ‘rally’ numa viagem de regresso a “casa”. Nos Açores – entre o Faial e Santa Maria – dá-se o chamado “free cruising”, ou seja, durante estes dias o programa é livre não contando em termos classificativos, pelo que os participantes podem seguir directamente da ilha azul até à ilha de Colombo. Muitos ao chegarem ao Faial aproveitam para conhecer o Pico e São Jorge. No Faial, a Cerimónia de Entrega de Prémios, no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, é um ponto alto para os velejadores, que “adoram” este convívio, onde são oferecidos vários produtos regionais, como vinhos, queijos, etc. Caso para dizermos em português: “Equipa que ganha não se mexe” ou então, adaptando a uma versão inglesa de Mark Burton, já traduzida: “Se não está partido não consertes”.

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O gosto pelo mar e pela aventura são o ponto em comum desta equipa

“Preservem este paraíso chamado Açores” Manuel Ferreira Lima – um surfista com 30 anos de histórias para contar e que já trabalhou nas Marinas de Lagos e Cascais e na Expo’98, onde conheceu o patrão da empresa – sublinha que este ‘rally’ conta com barcos “muito competitivos”. E no que concerne à WCC, desvenda: “78 por cento deles já fizeram algum evento connosco, não necessariamente só a ARC Europe mas também outras travessias”. Este Assistente do Director de Prova – que trabalha para a WCC há já 4 anos – depois de ter colaborado na organização da ARC Europe Portugal, ganhou uma amizade que se manteve e

o catapultou para outras aventuras organizativas, conduzindo-o a muitos pontos do globo, como Canárias, Cabo Verde, Santa Lucia, África do Sul, Sabta Helena, Brasil ou Indonésia. É por isso que, paralelamente ao inglês, a língua-mãe tem sido vital no que toca a relações públicas. E abordando a divulgação do que acontece em cada sítio, recorda o que presenciou na viagem de avião até ao Faial: “O voo vinha cheio de gente para a corrida do Trail, que acontece estes dias no Faial, e eles já se conheciam. Parecia que estávamos num bar, em que todos se conheciam e trocavam informações e experiências. Fantástico!” “É importante preservarem este paraíso chamado Açores para não acontecer o que já

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se verifica noutros pontos do globo”, salienta este amante do mar. “Eles gostam dos Açores em geral e do Faial em particular” Instada a partilhar a sua visão sobre este evento desportivo, Cecilie Hammersland – velejadora, que já andou pelo mundo em diferentes circuitos tendo feito a ARC Europe em 2009 e 2011 – afirma que “este é um ‘rally’ muito simpático, em que muitos dos velejadores acabam a época ao virem de outras travessias, aproveitando para conhecer novas culturas. Eles gostam dos Açores em geral e do Faial em particular. Na Horta, temos tudo e somos muito bem recebidos. Penso que todos já ouviram falar do “Peter”, que é um sítio óptimo para verem algo de diferente. Os que atravessam o Atlântico chegam aqui e deparam-se com montanhas, algo que não viam há muito tempo! O clima é diferente assim como a cultura e as pessoas são muito simpáticas e acolhedoras. A comida é muito boa. Eles adoram a comida! E gostam muito dos eventos sociais! É um sítio novo para ser explorado. Dizem-nos sempre que os super-mercados e os restaurantes não são caros comparando com outros sítios, como por exemplo a Bermuda, em que é tudo muito dispendioso. A segurança é algo que a Organização privilegia e os barcos são constantemente monitorizados, pelo que os velejadores podem falar connosco sempre que precisem”. Quanto ao facto de envolver gente com dinheiro,

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Cecilie sustenta que “não é preciso ser rico para fazer a ARC Europe”. E acrescenta: “Se tens muito dinheiro, investe num barco grande, se não tens, compras um mais pequeno. O importante é ter um barco equipado com segurança”. Estrangeiros são vistos como amigos Cecilie, que já organizou outros eventos do WCC, revela que gosta de participar como velejadora mas também como organizadora. E quando lhe perguntamos se foi fácil ser aceite num mundo que era muito dominado pelos homens, recorda uma conversa tida em 2009, quando participou com a prima na ARC Europe. “Houve um velejador que me perguntou: “Onde está o ‘skipper’?” ao que a minha prima respondeu”: “Sou eu”, tendo ele dito: “A sério?” Mas nota-se cada vez mais mulheres nas provas como velejadoras e como ‘skippers’, o que já se tornou normal”. Devido aos compromissos profissionais, é prática habitual muitos velejadores tirarem um ano ou dois para realizarem este tipo de projecto, voltando depois à sua rotina. E a propósito do “Atitude”, esta Assistente do Director de Prova refere que por vezes aparecem tripulações portuguesas, como acontece este ano, sendo “bons velejadores”. Cecilie assinala que “o Faial é a melhor ilha” para os participantes neste ‘rally’ e confessa que já se apercebeu de que na ilha do “Peter” os estrangeiros são vistos como amigos”. “É por causa disso que eles vêm cá”, afiança.

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VELA DE CRUZEIRO ARC EUROPE 2019: “NIKA”, “OCEANIS” E “SEA FLUTE” FORAM OS PRIMEIROS A CHEGAR À HORTA

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“Nika” foi o primeiro barco da ARC Europe 2019 a cortar a linha de chegada na ilha do Faial. Este barco da Eslovénia aportou à Horta às 9h13 desta sexta-feira, dia 24, tendo 3 tripulantes a bordo: o proprietário, a mulher e um ‘skipper’ profissional. Estas foram informações cedidas ao Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH) por Manuel Ferreira Lima, Assistente do Director de Prova (Mark Burton). De acordo com a mesma fonte, das Bermudas até ao Faial o “Nika” demorou 8 dias, 19 horas e 3 minutos, tendo percorrido mais de 1.800 milhas. Pelas 21h42 do mesmo dia (sexta-feira, 24) che-

gava à movimentada Marina da Horta o “Oceanis”, que ganhou a primeira perna (Tortola/Bermuda) deste ‘rally’ náutico. Estamos a falar de um barco búlgaro, cuja nacionalidade é “pouco habitual” na ARC Europe, tendo a bordo 4 tripulantes. Estes “bons velejadores” fizeram a segunda etapa – Bermuda/Horta – em 9 dias, 7 horas e 42 minutos, tendo navegado, também, mais de 1.800 milhas. Eram 23h59 (mesmo a terminar o dia de sexta-feira) quando o “Sea Flute” chegou ao Faial. Este barco inglês tem a bordo 3 tripulantes (dois dos quais são pai e filho), tendo viajado até à Horta ao longo de 9 dias, 9 horas e 59 minutos, numa rota que envolveu 1.800 milhas.

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Manuel Ferreira Lima sublinha que “já chegaram ao Faial os barcos maiores e mais rápidos, e que, por isso, conseguiram escapar à falta de vento com que os restantes estão a deparar-se”. As tripulações vinham “cansadas mas nenhuma embarcação apresentava qualquer problema”. Resolvidas as burocracias, a celebração decorreu no santuário dos navegadores, o “Peter Café Sport”, eleito o Melhor Bar dos Mundo para Marinheiros. “Oyster Blew” e “Carolina” também já chegaram ao Faial Por volta das 7 horas da manhã deste domingo, dia 26, chegou ao Faial o 4º barco: o “Oyster Blew”, inglês, com 4 tripulantes; e pouco depois – 7h40 – o “Carolina”, chileno, também cortava a linha de chegada, igualmente com 4 tripulantes a bordo. Manuel Ferreira Lima relata que “estavam todos

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muito satisfeitos”, lamentando apenas que o “Peter” ainda não estivesse de porta aberta para poderem ir festejar e conviver neste mítico Café, localizado no meio do Atlântico mas conhecido universalmente. A edição de 2019 da ARC Europe conta com 25 barcos e 83 velejadores, com a particularidade de haver uma tripulação portuguesa, que navega no “Attitude”. E é precisamente o “Attitude” que se prevê chegar à Horta pelas 11h20 deste domingo (26). Este ‘rally’ desenrola-se ao longo de três etapas. A primeira compreendeu Tortola/Bermuda, a segunda liga a Bermuda à Horta, e a terceira será entre Santa Maria e Lagos. Uma vez mais o Clube Naval da Horta apoia a ARC Europe no Faial, cedendo as instalações do Centro de Formação de Desportistas Náuticos, onde está instalado o Secretariado com todo o sistema de comunicações, apoio administrativo e outros serviços.

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VELA DE CRUZEIRO ARC EUROPE 2019: DOS 25 BARCOS EM PROVA, 13 JÁ CHEGARAM AO FAIAL

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os 25 barcos em prova na edição de 2019 da ARC Europe, 13 já se encontram no Faial, de acordo com informações prestadas, na tarde desta terça-feira, por Manuel Ferreira Lima, Assistente do Director de Prova. São eles: “Nika”, “Oceanis”, “Sea Flute”, “Oyster Blew”, “Carolina”, “Attitude” (o único português), “Venture”, “Ocean Magic”, “Mad Monkey”, “Chantana”, “Amanda”, “Duale” e “Salamander”. Até a este domingo, dia 26, tinham chegado os primeiros 6. Os restantes 7, que, entretanto, foram aportando à Horta, são todos ingleses, à excepção do “Duale”, que é italino, e do “Amanda”, que é dinamarquês. A ARC Europe está a comemorar 29 anos de realizações, tendo a prova deste ano a duração de 54 dias. Trata-se de um ‘rally’ do Atlântico Oeste-Leste, navegando do Caribe ou da América do Norte para a Europa, organizado pelo World Cruising Club (WCC), que todos os anos tem paragem

obrigatória na ilha do Faial. Este ‘rally’ desenrola-se ao longo de três etapas. A primeira compreendeu Tortola/Bermuda, tendo a respectiva Entrega de Prémios sido precisamente na Bermuda. A segunda liga a Bermuda à Horta – em curso – decorrendo, com habitualmente, a Entrega de Prémios no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos; e a terceira será entre Santa Maria e Lagos, com Entrega de Prémios em Lagos. Nesta prova, as embarcações estão divididas em três diferentes classes: A, B e Catamaran’s. Uma vez mais o Clube Naval da Horta (CNH) apoia a ARC Europe no Faial, cedendo as instalações do Centro de Formação de Desportistas Náuticos, onde está instalado o Secretariado com todo o sistema de comunicações, apoio administrativo e outros serviços.

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VELA DE CRUZEIRO ARC EUROPE 2019 - RUI SIMÕES SILVA, ‘SKIPPER’ DO “ATTITUDE”

“Marina da Horta deveria ser a mais importante do país no sentido de recepção atlântica” Na fotografia: Vanda Silva, Rui Simões Silva, Anton Herbic e João Pedrosa, na comemoração de mais uma vitória

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travessar o Atlântico nos dois sentidos, era um sonho acalentado há anos por Rui Simões Silva, ‘skipper’ do único barco português a fazer a ARC Europe 2019. E conseguiu! O “Attitude” – de cuja tripulação fazem parte João Pedrosa, velejador de Cascais, e Anton Herbic, um amigo (holandês) do ‘skipper’ – chegou à Horta cerca das 21 horas do dia 26 de Maio. Apesar de velejar desde os 12 anos, este portu-

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guês (de Lisboa) revela que esta foi a sua estreia no que toca a travessias atlânticas. Antes desta viagem que o trouxe pela primeira vez de barco até ao Faial – conhece todas as ilhas dos Açores – Rui e o filho (Diogo) tinham feito a outra parte do Atlântico, saindo das Canárias para Santa Lucia. A largada da ARC Europe 2018 aconteceu a 25 de Novembro último e 18 dias depois, a 13 de Dezembro, chegava a Santa Lucia. “Percorremos as Caraíbas todas até à saída para a Bermuda, com a ARC Europe 2018”, memora Rui Simões Silva na entrevista concedida ao Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH). Atendendo aos compromissos profissionais do filho, o ‘skipper’ teve de escolher um novo tripulan-

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Da direita para a esquerda: Diogo Silva, Rui Simões Silva (pai e filho) e dois amigos: Valadez e Felisberto

te para fazer este lado do Atlântico e convidou um ex-colega de trabalho (Anton Herbic). “A nossa chegada – tive de pôr o motor a 2 horas daqui – ao Faial foi brilhante! Estava um fim de tarde lindo, muito bom tempo, com mar calmo e uma bela vista do Pico. Vi golfinhos – que ladeavam divertidamente o barco – e uma baleia. Nunca tinha visto uma baleia assim tão perto de mim, no mar. Nunca vi tanta riqueza marinha como aqui: baleias, golfinhos, alforrecas, a caravela portuguesa e também pássaros. Já fui a muitos lugares mas nenhum tinha tanta diversidade como aqui. Nos Açores, ainda há muito pouca poluição. Seguramente, os Açores ainda estão preservados, ao contrário das Caraíbas, onde vi muito sargaço. Uma coisa horrível!”

“Demorámos 11 dias até aqui” Rui Simões Silva descreve como decorreu esta 2ª etapa da ARC Europeu 2019, que liga a Bermuda ao Faial: “Tivemos duas noites complicadas. Quando saímos da Bermuda havia pouco vento, o que nos obrigou a usar algum motor. A seguir, entrou uma frente e começámos a andar muito bem. Demorámos 11 dias até aqui. Nos dias 6, 7 e 8 houve muito vento e uma vaga desencontrada, o que criou tensão e obrigou a um grande esforço por parte da tripulação, sendo que na segunda noite os ventos mantiveram-se constantes acima dos 30 nós. Pus 3 risos na genoa e o barco caminhava nos 10 nós pelo menos. Mesmo com tão pouca vela, a intensidade era tal, que o

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Rui Simões Silva: “Tínhamos todos alguma experiência mas ficámos surpreendidos com a resistência do barco à adversidade do mar e das ondas”

fazia caminhar, deslizando na onda como se fosse ‘surf’. Nessas duas noites, o barco trepidava e eu pensava: “Agora é que isto se vai partir tudo!” Tínhamos todos alguma experiência mas ficámos surpreendidos com a resistência do barco à adversidade do mar e das ondas. Tirando isso, a viagem foi tranquila”.

cargueiros e muita gente fica mais um ano nas Caraíbas, o que significa que apenas 10% dos barcos sobem com as suas tripulações originais. Isto explica a dificuldade da subida. A bordo fala-se no “Peter” e todos querem ir beber o ‘gin’ tónico, que simboliza a chegada. Todos conhecem este mítico Café”.

“Quem faz Bermuda/Horta faz qualquer travessia”

“Não é uma regata mas a competição está intrínseca”

“Na Bermuda, a conversa entre os velejadores é esta: “Quem faz Bermuda/Horta faz qualquer travessia, pois há aquela percepção de que quando se chega aos Açores já se passou o mais difícil”, explica este velejador, que acrescenta, a propósito: “A verdade é que para baixo vão 300 barcos mas para cima já só vêm 20. Eu acho que isso acontece por causa da dificuldade e do medo de não conseguir chegar até aqui, pois quando se vê na televisão as notícias daquelas ondas de 10/11 metros perto dos Açores, todos pensamos: “Imagina se me toca aquilo!” Muita gente paga a tripulações para trazer o barco, muita gente paga para o barco vir em

A ARC distingue-se por permitir viajar em grupo, o que garante segurança, além de inesquecíveis eventos sociais em cada porto de chegada. “Esse conceito foi criado por Jimmy Cornell, um grande marinheiro que escreve livros sobre a matéria. A ideia dele consistiu sempre em juntar pessoas que queriam atravessar o Atlântico mas em grupo e todos os anos se juntavam em Novembro e 20/25 barco saíam juntos. Não é uma regata, porque podemos usar o motor mas sim uma passagem atlântica. Contudo, o espírito competitivo está presente, tendo em conta que faz parte da natureza humana e do velejador em si. Não é uma regata mas quando

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CLUBE NAVAL DA H um barco à vela vê outro barco à vela quer logo perceber se anda ou não mais depressa do que ele. E assiste-se a uma disputa cerrada à saída e na chegada. A Vela já é, por si só, um desporto competitivo e embora a nossa vela [na ARC Europe] seja uma vela de prazer, de cruzeiro, na genética de toda esta gente – ex-competidores – está esse espírito subjacente, porque foram treinados para isso”. Instado se estaria na disposição de participar em regatas no verdeiro sentido, Rui revela: “Já não estou no espírito de regata, por isso gosto destes passeios que são menos exigentes do que uma regata. Já competi muito e fiz imensos regionais. Nesta fase, não procuro isso mas sim o grupo, jantar com as pessoas, fazer amizades e a ARC proporciona muito isso”. “Muita responsabilidade” Sendo a ARC um ‘rally’ em que os barcos viajam juntos, as experiêncas são múltiplas e diversifica-

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das. “Vimos todos juntos mas ao fim de 24 horas não se vê ninguém ao nosso lado. Nos 11 dias de viagem da Bermuda até ao Faial não vi um único barco. Sabemos que estão ali mas visualmente não se vê quem quer que seja. Só comecei a ver gente a 24 horas do Faial”. Embora a Organização monitorize todas as embarcações participantes e os velejadores disponham da tecnologia necessária, a verdade é que recai sobre cada barco a responsabilidade de controlar os elementos: o estado do mar, o tempo do barco, da tripulação, etc. “O respeito pelo mar é fundamental por parte do velejador. Uma coisa é andar num barco (snipe ou outro) à Vela no Canal, outra é pegar num barco de 25 toneladas, que transporta um equipa e está sujeito a ondas altas, a ventos fortes, a baixas e alta pressões. É preciso estar atento à saúde das pessoas a bordo, à integridade do barco, à sua manutenção. Há um comprometimento constante com a limpeza do barco para não haver contaminações, pois ele está em tra-

João Pedrosa, Anton Herbic e Rui Simões Silva: a tripulação que fez Bermuda/Horta

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balho 24 horas por dia. Não há descanso num barco destes. Se um dorme 3 horas trabalha 3 horas; o outro lava a loiça e o terceiro faz a comida, limpa o chão, etc. Porque se ninguém limpa o barco – permanentemente exposto aos elementos – ao fim de 2/3 dias começa a ser desconfortável. Há uma obrigação de manter o barco com um ambiente saudável. Tudo isto nos deixa ocupados, o que é bom”. E um aspecto ideal para se aprender no mar – onde “não há um dia igual ao outro” – é a “arte de conversar”. “Temos um diário electrónico e um manual, além de um ‘blogue’ diário, onde relatamos o que de mais relevante aconteceu. A ideia é fazer depois um pequeno livro para mais tarde os netos verem que o velhote andou lá nos barcos, contendo também imagens desta passagem atlântica”. As grandes preocupações do ‘skipper’ do “Attitude” são a alteração das condições atmosféricas e a segurança das pessoas, assustando-se só de pensar no cenário mais temido e que é “homem ao mar”. “À noite fecho as capas do barco e é proibido abrir uma capa daquelas sem chamar alguém. O ‘watch’ não vai lá para fora szinho em condição alguma. Se precisar de ir, chama alguém e mesmo assim é perigoso. Os dois, em conjunto, decidem se há algo de muito importante que justifique exporem-se a esse risco”. A Vela esteve sempre presente Rui Simões Silva começou pelos Lusitos (não havia Optimist na altura), seguindo-se os Cadetes, Vauriens, 420 e 4.7. “Era a nossa carreira vélica ali em Algés, na antiga Direcção Regional do Desporto”, recorda, sublinhando: “Velejei muito em criança. Já adulto, comprei um barco de 24 pés e andava com a família. A minha filha com um mês já navegava. Trabalhei 25 anos no estrangeiro a gerir empresas farmacêuticas e quando regressei a Portugal reformei-me e voltei à navegação. Tenho feito sobretudo Canárias, Mediterrâneo, Algarve, zona costeira, e desde criança que tinha o sonho de

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cruzar o Atlântico nos dois sentidos, o que concretizei agora”. O “Attitude” não irá à Terceira e a Santa Maria, zarpando do Faial directamente para Lisboa, atendendo a que compromissos obrigam o ‘skipper’ a estar em casa no dia 7 do próximo mês. Mas está garantida a sua presença em Lagos para a festa final deste ‘rally’. Quando regressar a Lisboa – uma viagem que representa 900 milhas náuticas –completam-se 9 meses navegação, com muitas histórias para contar. “Quando não tenho barco, não durmo bem” A Vela ocupou sempre um lugar de destaque na vida de Rui Simões Silva. “Quando era jovem, encarava-a como um desporto a sério e depois passou a ser o meu ‘hobby’”. Mas assegura que não teria mudado o percurso profissional por causa desta modalidade. “Fui muito realizado na minha vida profissional. E agora que já estou reformado, dedico o meu tempo à Vela. Estou há 9 meses no barco e confesso que gostaria de fazer dele a minha casa mas tenho família e há que respeitar isso. Não me sinto cansado mas pronto para começar uma nova viagem. A minha mulher [Vanda] costuma fazer Caraíbas, Madeira e o Mediterrâneo mas não gosta de fazer passagens atlânticas, porque fica muito receosa quando deixa de avistar terra. Ao longo da minha vida sempre fui tendo barcos. Dizem que o dia mais feliz na vida de um velejador é aquele em que compra o barco e o dia em que o vende mas comigo não funciona assim, pois quando não tenho barco, não durmo bem e estou infeliz. Pode ser pequenino, velho, até pode ser um barco de borracha mas tenho de ter algo que ponha na água, nem que seja um motorzinho para ir pescar. Quando vivi fora, no Brasil, Argentina, Londres, etc, comprei sempre barcos. Para onde fui, tive sempre um barquinho. Acho que é por causa desta ligação genética dos portugueses ao mar”.

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“Aos 60 vou dar a volta ao mundo. Acho que é uma boa idade para isso”

“Vinha aos Açores trimestralmente”

“A atitude é o mais importante na vida”

Rui Simões Silva conhece bem os Açores, tendo estado várias vezes em cada uma das ilhas, tanto em trabalho como em lazer. “Quando comecei a minha carreira, vinha aos Açores todos os trimestres, pelo que conheço bem as ilhas todas, onde tenho amigos. Sinto-me em casa. Ainda em 2018 estive cá de férias. No entanto, com o meu barco, esta é a primeira vez que escalo o Arquipélago. Mas já saí do Faial com a “Sagres”. Fui convidado de honra da “Sagres” e acompanhei-a até Lisboa”.

O “Attitude” está prestes (é já neste mês de Junho) a comemorar o seu 3º aniversário. “Nos últimos 12 anos passei de monocasco para ‘catamaran’ por causa do conforto de navegar em família”. Questionado sobre o nome do barco, o ‘skipper’ revela: “Eu é que escolhi este nome, porque, para mim, a atitude é o mais importante na vida. E tentei ensinar isso aos meus filhos, hoje com 35 (ele) e 29 anos (ela). Atitude é aquele pormenor que faz toda a diferença na vida da pessoa perante as adversidades e as oportunidades. O

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Curchill tem uma frase que diz que “a atitude é uma pequena coisa que faz toda a diferença”. “Falta a volta ao mundo!” E quando se pergunta a este marinheiro o que se segue, já está tudo delineado: “A volta ao mundo! Eu gostava muito!” E adianta: “Queria ver se conseguia largar em 2021. Preciso de encontrar uma tripulação-base, ou seja, pelo menos 3 pessoas que estejam disponíveis por 2 anos. Terá de ser gente reformada”. Atendendo a que Rui Simões Silva já conhece vários países, esta volta ao mundo é encarada como “um desafio pessoal, que permitirá ver as costas, as pessoas e os lugares de outra maneira. Estou quase com 59 anos e penso: “Aos 60 vou dar a volta ao mundo. Acho que é uma boa idade para isso”. Este velejador confessa que por vezes os filhos o acham “um pouco aventureiro demais” mas sempre encontrou na família apoio para todas as suas viagens marítimas. Além da Vela, Rui também gosta de fazer ‘ski’. “Ter no Faial uma Marina com o triplo da capacidade, é algo que valorizava os Açores e Portugal!” Rui Simões Silva sabe e sente que “os Açores são terra que recebe bem” mesmo quando se verifica “alguma arrogância policial”. Se a questão for: “o que falta no Faial”, atira de imediato: “A única coisa que faz falta é uma Marina maior, pois a actual já não é decente para a vida náutica que o Faial tem. Estou no pontão mas levo com 4 barcos e a Marina está toda assim: mais do que esgotada! Já podiam fazer uma Marina maior, pois não há falta de clientes. E depois cobravam às pessoas. Também vamos a França e pagamos. Façam disso um negócio! Não tenham dúvidas de que as pessoas pagam. Mas façam as coisas em condições. Ter no Faial uma Marina com o triplo da capaci-

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dade é algo que valorizava os Açores e Portugal! Do início da cidade para cá, deveria ter um paredão grande. Entendo que deveria ser uma aposta estratégica não só do governo açoriano mas também do governo português anunciar o seguinte: “Vamos fazer da Marina da Horta a mais importante do país no sentido de recepção atlântica, pois o Faial é o ponto de passagem dos barcos que vêm das Caraíbas, da América do Sul, da América do Norte, de todo aquele lado, e mesmo quem vem do Pacífico passa pelos Açores. Além do mais, esta ilha funciona como ponto de escala e de descanso. Quando os velejadores passam por aqui, já levam 11, 12, 13 dias de viagem e sabe bem descansar um dia ou dois. Temos de olhar para os bons exemplos que são as marinas atlânticas espanholas e francesas. La Rochelle suporta 5.500 barcos. La Concepcion tem capacidade para 1.100 barcos e inicialmente jugava-se que era um elefante branco mas está cheia. Se há espaço, os barcos vão. Nas Canárias – um Arquipélago como os Açores – não há falta de marinas e as mesmas são grandes! A marina de Las Palmas é 4 vezes maior do que a da Horta! A ARC Global sai das Canárias e envolve 300 barcos à saída, o que seria impensável acontecer nos Açores e até mesmo em Lisboa, que não tem lugares disponíveis. Por isso é que a Organização da ARC Europe vai para Las Palmas, Lanzarote, etc. A única que em Portugal teria espaço seria a marina de Vilamoura mas implicaria planeamento, porque não tem 300 lugares livres. A Marina da Expo que era a tal marina, foi a vergonha que foi. Foi mal construída! É a vergonha da construção naval portuguesa. Gastaram-se milhões e milhões na Marina da Expo e está assoreada, caso contrário iria resolver muitos problemas”.

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VELA DE CRUZEIRO ARC EUROPE 2019 - ENTREGA DE PRÉMIOS BERMUDA/HORTA

Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos foi o local escolhido para a Entrega de Prémios

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ecorreu na tarde de sexta-feira, dia 31 de Maio, a Cerimónia de Entrega de Prémios relativa à 2ª perna da ARC Europe 2019: Bermuda/Horta. A Cerimónia inseriu-se na Recepção de Boas-Vindas, a cargo da Direcção Regional de Turismo, entidade que patrocina os Prémios. O local escolhido foi, como habitualmente, o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, onde estiveram presentes José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH); Luís Botelho, Vice-Presidente da

Câmara Municipal da Horta; Mark Burton, Director de Prova; Manuel Ferreira Lima e Cecilie Hammersland, ambos Assistentes do Director de Prova; José Henrique Azevedo, proprietário do “Peter - Café Sport”, Hernâni Jorge, Director Regional do Turismo; Representantes da Autoridade Marítima, Militar e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF); velejadores participantes e outros convidados. O Vice-Presidente camarário dirigiu uma saudação a todos e em especial à Organização do evento bem como aos velejadores. Manuel Ferreira Lima, Assistente do Director de Prova, sublinha “a forma entusiástica” como decorreu a Cerimónia de Entrega de Prémios, enaltecendo “a excelente recepção, com comida fan-

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O “Attitude” foi o 1º a cortar a linha de chegada na Classe Catamaran’s

tástica e prémios muito apreciados por todos”. “Foi um convívio maravilhoso, com rasgados elogios e muita diversão”, remata. A ARC Europe está a comemorar 29 anos de realizações, tendo a prova deste ano a duração de 54 dias. O evento conta com 25 barcos e 83 velejadores. Trata-se de um ‘rally’ do Atlântico Oeste-Leste, navegando do Caribe ou da América do Norte para a Europa, organizado pelo World Cruising Club (WCC), que todos os anos tem paragem obrigatória na ilha do Faial. Este ‘rally’ desenrola-se ao longo de três etapas. A primeira compreendeu Tortola/Bermuda, tendo a respectiva Entrega de Prémios sido na Bermuda. A segunda ligou a Bermuda à Horta, com Entrega de Prémios no Faial; e a terceira será entre Santa Maria e Lagos, com Entrega de Prémios em Lagos. Nesta prova, as embarcações estão divididas em três diferentes classes: A, B e Catamaran’s. Uma vez mais o Clube Naval da Horta apoiou a ARC Europe no Faial, cedendo as instalações do Centro de Formação de Desportistas Náuticos, onde esteve instalado o Secretariado com todo o sistema de comunicações, apoio administrativo e outros serviços.

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A partida da Horta rumo à Terceira aconteceu na manhã deste sábado, dia 01 de Junho. Atendendo à chegada tardia em relação aos restantes barcos, o “Leander” – com 2 americanos a bordo – decidiu ficar mais uns dias no Faial, juntando-se ao grupo noutra ilha dos Açores.

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VELA DE CRUZEIRO DEZ VELEIROS PARTICIPARAM NA REGATA PETER CAFÉ SPORT

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ecorreu na tarde de sábado, dia 01 de Junho, a Regata Peter Café Sport, uma iniciativa da Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH). Esta foi a 3ª Prova do Calendário da Secção de Vela de Cruzeiro do CNH e simultaneamente a 3ª competição pontuável para o Campeonato de Ilha 2019. Susana Rosa – Coordenadora desta Secção em conjunto com José Fernandes – descreve como decorreu este evento náutico: “À largada alinharam 10 veleiros, divididos em várias classes, para fazerem um percurso que os levou ao lado Sul da Ilha do Faial. As embarcações da Classe ORC A tiveram de percorrer 9.74 milhas náuticas, rondando uma bóia junto ao porto da Feteira. As restantes – ORC B e OPEN – completaram 8.40 milhas náuticas, rondando uma bóia junto à Ponta Furada. No regresso, todas rondaram uma bóia junto à Espa-

lamaca, antes de cortarem a linha de chegada, entre a Doca Comercial e a Marina da Horta. O vento oscilou entre fraco junto ao Porto e mais forte para o lado Sul. A preparação e realização desta prova contou com os apoios habituais dos elementos da Comissão Técnica da Secção e de vários Voluntários, tendo na largada contado com a colaboração especial do comandante Salema. A Entrega de Prémios decorreu na Sala Peter, num Jantar-Convívio oferecido por José Henrique Azevedo, o patrocinador da Regata. Este foi um excelente momento de confraternização entre tripulações e todos os que colaboraram na Prova, tendo José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, destacado a importância desta parceria, que se vai prolongar até Dezembro, altura em que termina o Campeonato Peter Café Sport.”

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VELA DE CRUZEIRO REGATA DA MARINA

“Aquavit” (Classe ORC) e “Soraya” (Classe OPEN) foram as embarcações vencedoras da Regata da Marina

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Regata do XXXIII Aniversário da Marina da Horta (Volta à Ilha) – uma iniciativa da Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH) – decorreu na tarde de domingo, dia 08. Esta prova contou com a participação de 5 veleiros: 3 na Classe ORC A e 2 na Classe OPEN. Na Classe ORC A, o pódio ficou assim preenchido: “Aquavit” (Carlos Moniz), em 1º lugar; “Majo” (Armando Castro), em 2º; e “Air Mail” (Luís Decq Mota), em 3º. Na Classe OPEN, as embarcações participantes foram “Soraya” (Frederico Rodrigues) que ficou em 1º lugar; e “Maresia” (Fernando Rosa), que

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foi 2º classificado. A partida foi dada pelas 09 horas da manhã, tendo as embarcações contornado a ilha pelo lado Norte. De acordo com Susana Rosa – Coordenadora desta Secção em conjunto com José Fernandes “as condições de vento foram boas, à excepção da zona junto ao aeroporto, onde o vento praticamente desapareceu”. A Cerimónia de Entrega de Prémios ocorreu pelas 19 horas desse mesmo dia, tendo contado com a presença do Chefe de Serviços da Marina da Horta e do Presidente do Clube Naval da Horta, que destacou a importância da parceria entre a Portos dos Açores S.A. e o CNH, realçando todo o apoio dado ao Clube na sua actividade diária.

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VELA DE CRUZEIRO REGATA DA MARINA

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largada da Regata das Sanjoaninas 2019, que liga as cidades da Horta a Angra do Heroísmo, aconteceu na manhã de quinta-feira, dia 20, pelas 9 horas da manhã. Trata-se de uma organização da Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH) em colaboração com o Angra Iate Clube (AIC). Segundo Susana Rosa – Coordenadora desta Secção em conjunto com José Fernandes, “9 embarcações, 8 locais e 1 da Madeira, saíram da Horta rumo a Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, com bom vento, tendo 3 optado por fazer a rota pelo Canal Pico/São Jorge e as restantes pelo Sul do Pico. O primeiro veleiro a chegar ao destino foi o “Boreas”, inscrito na Classe Open, tendo cruzado a linha de chegada pelas 21 horas e 12 minutos.

Entretanto, o vento foi enfraquecendo perto da ilha Terceira, o que levou à desistência de 4 veleiros. Outros optaram por se manter em prova, tendo o último chegado às 5 horas e 44 minutos da madrugada desta sexta-feira, dia 21. A Regata contou com a habitual colaboração da Comissão Técnica de Secção de Vela de Cruzeiro do CNH, tendo como juiz na largada, João Medeiros. As chegadas foram asseguradas por Francisco Ferraz da Rosa, habitual colaborador do Clube Naval da Horta. Na Terceira, os velejadores faialenses interessados participam na 24ª edição da Regata 8 aos Ilhéus/Angra Bay Cup, que se realiza este sábado, dia 22, organizada pelo Angra Iate Clube”. O regresso ao Faial está marcado para domingo, dia 23.

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WINDSURF WINDSURF DO CNH PARTICIPOU NO 40º ANIVERSÁRIO DO CLUBE NAVAL DA MADALENA

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Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta (CNH) foi convidada a participar numa actividade de Windsurf, integrada no 40º aniversário do Clube Naval da Madalena (CNM). O convite partiu de Quim Nené, Director da Secção de Windsurf do Clube Naval da Madalena, tendo o evento – realizado sábado, dia 01 de Junho – decorrido entre o porto da Areia Larga e o porto da Madalena. A Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta foi representada pelo seu Director, Jorge Fontes, e por João Medeiros, elemento do Grupo de Trabalho desta Secção. “Quim Néné e um membro da Secção de Windsurf do CNM, Fábio Sousa, foram os windsurfers anfitriões, que tudo fizeram para nos sentirmos em casa”, sublinha João Medeiros, que sustenta: “Foram 4 velas, muito mar e algum vento, mas vivemos um ambiente de gran-

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de camaradagem e descontracção. A Secção de Windsurf do CNH agradece a Quim Néné, a Fábio Sousa e ao CNM pelo amável convite e hospitalidade”.

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CNH CONTRATO-PROGRAMA PARA 2019

Turismo vê no CNH um “parceiro estratégico” da promoção dos Açores nas actividades relacionadas com o mar Na fotografia: José Fernandes, membro da Direcção do CNH; José Decq Mota, Presidente da Direcção; Marta Guerreiro, Secretária Regional do Turismo e Marlene Medeiros, Directora Regional do Turismo

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Clube Naval da Horta (CNH) já nos habituou a eventos que promovem e divulgam não só o Faial mas, também, os Açores nas actividades relacionadas com o mar. E, de facto, o Governo Regional vê esta instituição náutica como um parceiro estratégico e cuja actividade enobrece a Região neste segmento. Estamos a falar de eventos e iniciativas que têm permitido chegar a mercados prioritários estratégicos e, que, por isso, naturalmente estaremos ao lado do CNH nesta matéria.

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Toda a gente sabe que a Horta é um ponto de paragem obrigatória nas travessias do Atlântico Norte e estamos empenhados em que a imagem da Região continue a beneficiar da actividade do CNH”. Foi desta forma que Marta Isabel Vieira Guerreiro, Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo, justificou o montante atribuído ao Clube Naval da Horta, no âmbito do Contrato-Programa celebrado na manhã desta quinta-feira, dia 6, nas instalações da única instituição náutica faialense. A governante frisou que o Contrato-Programa, no valor de 130 mil euros, se destina “ao desenvolvimento de actividades que o Executivo Açoriano entende que beneficiam a Região no que diz respeito à imagem do Arquipélago e à capacidade que tem de se promover enquanto destino turístico muito associado às actividades de natureza, concretamente às actividades do mar”. E deixou bem claro que “nos Açores não há nenhum clube naval que tenha um apoio tão significativo quan-

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CLUBE NAVAL DA H to este”. Falando em nome do Governo de que faz parte, a titular da pasta do Turismo salientou: “O CNH tem, de facto, um potencial que reconhecemos e, por isso, damos este apoio que é expressivo no âmbito dos apoios concedidos neste tipo de actividades mas acontece precisamente, porque ao longo dos anos o CNH nos habituou a eventos de grande promoção fora de portas”. Por seu turno, José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, especificou que “com este apoio não se pretende equipar o Clube Naval da Horta mas, sim, no quadro da legislação vi-

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gente, ter os meios necessários para poder fazer esse tipo de iniciativas”. E alertou: “Não basta a palavra; é preciso meios concretos”. Este Dirigente foi mais longe na sua explicação, acrescentando que “este CNH, que hoje atravessa algumas dificuldades estruturais na sua capacidade de funcionamento, tem mostrado ao longo dos anos uma grande vontade de continuar um trabalho muito antigo na captação deste fenómeno que é a Náutica Internacional de Recreio, sobretudo as regatas de Alta Competição à Vela”. “Só que a Náutica Internacional de Recreio tem evoluído, tem crescido, e a estrutura que apoia e organiza iniciativas – o CNH – também carece de capacidade para se ir actualizando”. José Decq Mota destacou o facto de o CNH ir receber, no decorrer do Festival Náutico da Semana do Mar 2019, duas regatas francesas (Douarnenez/Horta/Douarnenez), uma das quais é da Classe Fígaro 3. E assinalou: “Dentro da Classe Fígaro, são conhecidas a 1 e a 2, que já vieram à Horta várias vezes, mas em relação à 3, trata-se de um barco oceânico com ‘foilles’ (uma espécie de asas), de alta velocidade à vela. Este barco – que é do ano passado e tem feito regatas na costa francesa – escolheu a Horta para a sua primeira regata oceânica. E essa escolha é extremamente importante, pois significa que fun-

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cionamos como uma rampa de ensaio, digamos assim, para uma classe muito evoluída tecnologicamente”. “Esta regata – evidenciou – demonstra bem a consolidação da ligação existente com a Horta”. Contrato-Programa com o Turismo veio possibilitar novos projectos O mais alto Responsável pelos destinos do CNH realçou que “este Contrato-Programa veio permitir ao Clube Naval da Horta dar passos que antes não eram possíveis”. Um exemplo claro disso é o Concurso de Fotografia Subaquática – cuja 3ª edição se encontra a decorrer – e que tem sido “um sucesso enorme”. Perseguindo essa linha, José Decq Mota notou que este Contrato-Programa assinado com o Turismo é “absolutamente indispensável para que o CNH possa, em conjunto com outras entidades, promover e realizar iniciativas de natureza náutica, que são claramente de promoção dos Açores

e de consolidação deste papel que os Açores têm hoje através da Horta na Vela Oceânica de Alta Competição”. “Sem este Contrato e sem este enquadramento legislativo, que é o Decreto 30/2006, não era possível o CNH trilhar estes caminhos”, asseverou este Dirigente, garantindo que “o Clube Naval da Horta tem cumprido com muito rigor o que é assinado e assim continuará a fazer, obviamente com algumas dificuldades crescentes, na medida em que as verbas libertadas para este Contrato-Programa não têm sido suficientes para satisfazer a evolução de equipamentos que o Clube precisa para poder ter essas actividades”. O Presidente da Direcção do CNH afiançou que irá fazer o que estiver ao seu alcance para que “no futuro este montante venha a ter algum aprimoramento, possibilitando ao Clube cumprir a sua função com qualidade”. José Decq Mota revelou que, ainda assim, este ano o CNH já cumpriu parte das actividades, assegurando que “o restante irá ser cumprido”.

O CNH é o que mais divulga os Açores e o seu potencial é reconhecido pelo Governo

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A FIGURA DO MÊS DELFIM VARGAS: “O CNH É UMA BÚSSOLA NA VIDA DOS MAIS NOVOS”

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uito antes de ser um empresário bem sucedido, Delfim Vargas já era Sócio do Clube Naval da Horta (CNH) e um amante do mar e da

pesca. Este faialense, natural da Feteira, confessa que o mar “sempre foi uma tentação”. E lembra: “Fazia parte de um grupo de amigos – onde se incluiam, também, o José Mário, o Hermínio Freitas, o Luís Gonçalves da Rosa e outros – em que começámos a organizar um jantar e umas brincadeiras, o que depois evoluiu para uma festa realizada num dia certo, em que fazíamos uma caldeirada e grelhávamos peixe. Começámos a convidar os iatistas e todos os anos essa festa foi crescendo e depois o Clube Naval é que tomou as rédeas da organização, a Câmara associou-se e veja-se o que é hoje a Semana do Mar!” Os negócios – é proprietário da empresa “Delfim Vargas Lda” – nunca lhe permitiram corresponder aos convites recebidos para integrar os Corpos Directivos do CNH mas desde muito cedo que

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abraçou a pesca desportiva e adianta que vai voltar ao Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta. Mesmo tendo feito um interregno em termos de competições, este pescador – que já teve vários barcos e que actualmente navega no “Raio Azul” – nunca deixou de patrocinar o Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do CNH. “Eu ia pescar de barco e participava nas provas organizadas pelo Clube. Eu e a minha equipa fizemos provas boas e ganhámos alguns títulos. Chegámos mesmo a ser campeões regionais. Continuo a pescar. Ainda há poucos dias fui às garoupas. Deixei de participar nos Campeonatos mas vou regressar às provas, porque isso “obriga-me” a ir para o mar. Posso dizer que este desporto é um vício, porque quando estamos a pescar, o assunto é a pesca e nada mais. Se vamos fazer um corrico à volta da ilha, levamos vinho, cerveja, comida, vamos brincando, comendo e bebendo uns copinhos. Mas se os carretos cantaram, acabou-se a comida e vamos

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Delfim Vargas: “Estou confiante na capacidade e vontade dos meus filhos em perpetuar o nome e continuar a servir os nossos clientes”

para os carretos. E no meu barco temos feito umas boas pescarias. Digo com orgulho que nunca fui à pesca que não trouxesse peixe para casa. Também gosto de ir ao atum quando ele não está muito longe. Fomos uma vez ao atum fora do Monte da Guia e mesmo com mar muito porcalhão, em hora e meia apanhámos 11 peixes, num total de 950 quilos. Foi rápido!” O prazer e o convívio constituem o mote para as pescarias, já que este homem do mar se assume contra o negócio neste tipo de pesca. “Nunca vou à pesca pelo peixe, pois saía-me mais barato ir comprá-lo. Se for um corrico, é barato, porque o barco tem dois motores de injecção directa, o que representa um baixo consumo. Mas se for para acelerar e ir para longe como já fomos ao “Princesa Alice” ou ao “Condor”, torna-se uma pescaria muito dispendiosa. Isso resolvia-se se eu vendesse peixe mas sou contra isso, porque estamos a falar de pesca desportiva. Tudo o que eu apanho é para a família e amigos. Nunca fiz um euro num peixe que tenha capturado e sou contra quem vai pescar em termos desportivos e faz negócio! Acho que é injusto. Vou à pesca pelo desporto, pelo

convívio e para reinar com os amigos. É uma forma de descontrair um bocadinho, porque tenho uma vida muito cansativa. Na pesca desligo-me totalmente. Funciona como um bom escape”. “A gente amarra-se a ele e presta atenção” É com a fluidez de discurso que lhe é conhecida e sem qualquer questão prévia, que Delfim Vargas expressa a sua opinião sobre o timoneiro deste grandioso “barco” chamado Clube Naval da Horta: “Ultimamente, o Clube tem tido sorte de ter à frente um grande Presidente como o José Decq Mota, um homem que, na minha opinião, mexe com aquilo. Já conheci muitos presidentes naquela “casa” mas defendo muito o Zé neste cargo, porque ele quando discursa vive o que diz, a gente amarra-se a ele e presta atenção. Ele vive aquilo. Gosto muito de toda aquela família, que é gente boa. Inclusivamente o pai dele, que era o médico da minha casa – numa altura em que não havia dinheiro – nunca levou um escudo a minha mãe e a meu pai. Era um homem excepcional. Excepcional mesmo! Gostei muito da homenagem e do busto

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“Defendo muito o Zé neste cargo, porque ele quando discursa vive o que diz. Ele vive aquilo!”

que lhe fizeram mas entendo que o local escolhido deveria ter sido um bocadinho mais amplo e com mais sol”. “A sede do CNH é uma desgraça!” “Em contraponto ao excelente Presidente, temos uma sede que é uma desgraça! Foi um bonito edifício mas sempre pouco funcional para o Clube. É todo em betão, betão esse que foi envernizado e no nosso meio não podemos ter betão sem ser rebocado e pintado, porque se o ar entra, oxida o ferro e rebenta tudo. Por duas vezes já substituí parte das portas da sede mas é imperioso uma grande intervenção. O CNH merece uma sede nova e tenho esperança de que o Governo Regional vai atender a este pedido justo. E digo isto, porque estamos a falar do mais dinâmico Clube Naval dos Açores, com actividade ao longo de todo o ano. E isto também só é possível porque temos um Porto que é muito abrigado. No Faial, contrariamente ao que acontece noutras ilhas, há muitos dias em que os miúdos podem praticar desporto pelo facto de a natureza

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nos ter ajudado bastante, pois o Porto da Horta beneficia do abrigo resultante do Monte da Guia, da Espalamaca, de São Jorge e do Pico. Mesmo com o que está feito em termos de novas obras. Embora eu não seja uma pessoa abalizada para me pronunciar sobre projectos e obras no Porto, considero que podíamos ter sido mais felizes caso o braço de mar tivesse tido outra profundidade, o que implicaria mais 8 ou 9 milhões de investimento. Sempre pensei que aquele braço ia lançar o mar por fora do outro braço. Nunca julguei que tivesse a actual trajectória. Antigamente, precisávamos de um porto muito amplo para manobras mas hoje em dia os navios são muito manobráveis. Sinceramente, gostava de ter a nossa baía limpa e aquilo que fosse para nascer deveria ser no sentido de ir roubar espaço ao mar e não à baía. Já quando fizemos a primeira marina, a obra era para começar lá em baixo mas algumas forças vivas locais não entenderam assim e o resultado foi uma infraestrutura muito reduzida, que não satisfaz a grande procura. Mas estou convencido de que as coisas vão tomar o rumo certo”.

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“Vives numa ilha e não sabes nadar? Isso não se admite”

“Deveríamos ser mais virados para o mar” Este empresário, que tem 3 netos, vê no CNH uma mais-valia para ocupar e formar os mais novos, servindo como bússola nas suas vidas. “O CNH é muito importante para o Faial e até para os Açores, pelo papel que tem no entretenimento e orientação das camadas jovens. A mocidade tem de estar ocupada senão desvia-se e acaba nos vícios. Estou convencido de que as pessoas reconhecem o papel do CNH, embora eu diga sempre que, pelo facto de vivermos numa ilha, deveríamos ser mais virados para o mar. E posso falar da minha experiência, pois quando aprendi a nadar já tinha 38 anos. Minha mãe não me deixava ir para o porto da Feteira nadar com os meus amigos. Havia muito respeito pelo mar. Para ela, o mar era sinónimo de perigo. Não havia hipótese. Os meus filhos foram “obrigados” a ir para o mar desde muito pequenos. Vives numa ilha e não sabes nadar? Isso não se admite. Os pais têm muito respeito pelo mar, receando que possa acontecer alguma fatalidade”.

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o dinheiro que entra naquela colectividade resultante das quotas é muito pouco. E alguns nem pagam! Aquilo que pagamos pela quota é um valor irrisório. Mas quando se fala em aumentar, começam logo a barafustar. Eu adorava que o Bar e a Sala de Convívio fossem só para Sócios mas não é com esta receita que o Clube pode sobreviver. Na minha perspectiva, os jovens ainda não estão preparados para liderar uma instituição como o Clube Naval da Horta. É preciso ter conhecimentos, experiência, traquejo. Acho que o José Decq Mota combina bem com os novos e com os de mais idade. Penso que ele está muito bem ali, pois, além de saber e ter um grande gosto, não o vejo a tratar do quintal. Eu gosto de vê-lo no Clube. É verdade que somos amigos mas é inegável que se trata de uma pessoa dinâmica, que sabe estar e falar. Os outros presidentes do CNH também trabalharam mas este é um homem diferente, pois sabe de mar, sabe navegar e gosta muito do Clube! Também não sou apologista de um presidente pago ou de um gestor. Onde é que o Clube vai buscar dinheiro para isso? E mais! Não basta ter um gestor, pois essa pessoa teria de ser alguém com um conhecimento muito vasto sobre o Clube e tudo o que ele envolve. Não acredito que isso funcione. Não é fácil encontrar um presidente com as qualidades e competências que o cargo exige. Nota-se que há ali indivíduos que percebem de algumas coisas mas não sei se seriam assim tão bons para gerir o CNH. Certamente que irá surgir um sucessor no tempo certo”.

“Eu gosto de ver o José no Clube”

Uma carreira feita de trabalho, visão e pioneirismo

Delfim Vargas não acha possível que qualquer pessoa possa presidir aos destinos da única instituição náutica faialense. E sobre esse assunto, tem ideias bem definidas. “É preciso ter alguns conhecimentos e estar de bem com as forças vivas desta Terra, porque vai ser indispensável pedir apoios e encontrar parceiros. Tudo, porque,

Delfim Alberto Vargas Garcia é natural da Feteira, freguesia onde nasceu há 72 anos (completos na próxima noite de Natal). Oriundo de uma família humilde, é o segundo de 6 irmãos: Manuel Jorge, falecido há 3 anos; Delfim; José Pedro, radicado nos EUA; António Eduíno, que vive em Lisboa e trabalhou muitos anos com o irmão Del-

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Delfim Vargas: “A minha empresa é a única que em Portugal faz caixilharia, tratamento dos alumínios, transformação do vidro simples em vidro duplo, decapagem e metalização”

fim na capital portuguesa, dedicando-se agora à construção civil; Maria de Fátima, também já falecida; e Fernanda Luna, uma empresária do nosso meio. “A nossa casa era muito pobre. Vivíamos com o salário de meu pai. Foi uma vida difícil”. O nosso entrevistado – que se assume como um empresário “sério” – começou muito cedo a trabalhar, tendo sido encarregado geral da antiga SOFACOL - Sociedade Faialense de Construções, Lda., empresa que era do irmão Manuel Jorge e de outros três sócios: Norberto Goulart, Amílcar Vieira e Gilberto Vieira e que se dedicava ao fabrico de caixilharias em PVC e não só. “O primeiro sócio a falecer foi o Amílcar, que não resistiu a uma operação ao coração. Posteriormente, o meu irmão foi para os EUA, viveu uns anos na Califórnia, tendo eu ficado a substituí-lo. Mais tarde, acabou por abandonar a sociedade, assim como o Norberto. Resistiram o Gilberto e eu. Em 1978, decidi deixar a empresa. Atendendo a que tinha sido eu a introduzir as caixilharias em PVC, fiquei com o negócio – mas só depois de

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Prémio atribuído pela Secretaria Regional do Comércio e Indústria, como reconhecimento público pelo concurso dado ao desenvolvimento dos Açores na área da Inovação

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CLUBE NAVAL DA H conversar com o Gilberto – e comecei a trabalhar por conta própria”. “Delfim Vargas Lda”: uma empresa polivalente e única em Portugal “Quando abri a minha empresa – há 40 anos, mais precisamente em Agosto de 1979 – e construí o primeiro edifício, este estava direccionado para o fabrico de caixilharias em PVC. E foi por causa de eu ter introduzido o PVC nos Açores que a empresa foi distinguida pelo Governo Regional, na área da Inovação. Na altura, era director regional o engenheiro Medina. Eu era o único empresário com esta actividade em Portugal. Durante 6 anos fui mesmo o único fabricante português de caixilharias em PVC. Iniciei com o PVC nacional, que depois foi substituído pelo alumínio que vinha de fora, totalmente lacado ou anodizado. Comecei a ter problemas com o alumínio quando passou a ser lacado, porque o lacado é o mundo da cor, são muitas cores, ao contrário do que se verificava com o anodizado, que era de melhor qualidade e mais resistente. A tendência passou a ditar o uso dos lacados mas deparei-me com dificuldades em termos da variedade de cores disponíveis. Perante isso, montámos uma linha de lacagem e fizemos a fábrica nessa altura. Foi, na realidade, um grande investimento! Depois veio a moda do vidro duplo. Tínhamos de aguardar que o vidro viesse de Lisboa e como muitas vezes chegava partido, já nem o descarregávamos. Era preciso ficar à espera do novo vidro e sucedia que à terceira vez ainda chegava partido. Perante todos estes contratempos, lançámo-nos no fabrico do vidro duplo. Seguiu-se a serralharia da parte metálica, para podermos fazer obras em ferro e alumínio. Nesta catadupa de novos serviços, inovámos uma vez mais com a decapagem e a metalização. E a parte comercial foi-se juntando. Foi um nunca mais parar! Actualmente estamos a trabalhar novamente com PVC mas agora a tecnologia é totalmente diferen-

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te. Trabalhamos com PVC alemão, enquanto que o outro PVC era fabricado em Sintra, um fabrico português de muito má qualidade. Exactamente por isso, as pessoas nunca gostaram muito de PVC em portas e janelas mas nos nossos dias é precisamente ao contrário! Tudo porque hoje em dia temos uma caixilharia topo de gama. Nalgumas áreas dominamos o mercado mas a verdade é que é difícil continuar a crescer. É imprescindível acompanhar as novidades e as tendências, por isso é crucial ir às feiras e nós costumamos marcar presença nalgumas das que se realizam em Portugal e em Espanha. Tenho plena consciência de que, nalguns sectores, não tenho concorrentes nos Açores nem mesmo a nível nacional. A minha empresa é a única que em Portugal faz caixilharia, tratamento dos alumínios (lacar, cortar e transformar), transformação do vidro simples em vidro duplo, decapagem e metalização. Por exemplo, o perfil do revestimento utilizado no armazém novo é uma ideia nossa; foi desenvolvido por nós. Só existe em Portugal e a fábrica tem aquela matriz em nosso nome e fabrica exclusivamente para a minha empresa, porque o desenho é nosso e do arquitecto faialense Rui Serpa”. Negócios no Faial, Pico e São Jorge Actualmente, a empresa está dividida em duas áreas principais de negócio: sector comercial, com a venda de materiais de construção civil; e sector industrial, dedicado ao fabrico de caixilharias em alumínio, soldaduras e trabalhos em alumínio, estruturas de metalomecânica e a parte de ferro. A empresa tem vindo a expandir o seu negócio, estando implementada no Triângulo: Faial, Pico e São Jorge mas com presença noutras ilhas. Há 5 anos, foi construído no Faial um armazém de cargas e descargas, que se destina essencialmente à recepção de mercadorias e cargas pesadas. O espaço está equipado com uma ponte rolante de 5 toneladas em que o camião entra e descarrega as mercadorias.

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No Pico, a “Delfim Vargas Lda” dispõe de um armazém e loja de vendas na área dos perfis de alumínio, pretendendo expandir esta área à ilha de São Miguel, onde decorrem negociações nesse sentido. “Abri primeiro no Faial e só depois no Pico, onde tenho um bom mercado. Forneço caixilharias e perfis de almúnio para a empresa “Clímaco Ferreira da Cunha”, na Calheta de São Jorge. Este senhor tem sido fantástico! É o meu melhor cliente de todos os tempos. Também forneço material para a Graciosa e algum para as Flores. São Miguel só agora se afigura como um nicho de mercado devido à péssima política de transportes marítimos que tínhamos até há bem pouco tempo, em que era preciso ficar um mês à espera que o contentor enchesse. Apesar de o Responsável pelos transitários da “Transinsular” me visitar sempre que vem ao Faial, atendendo a que sou um bom cliente, e me questionar sobre

o porquê de eu não mandar carga para São Miguel, só muito recentemente é que se conseguiu alterar esta situação, tendo ele deixado esta garantia: “Se o Vargas quiser abrir um armazém em São Miguel para vender perfis de alumínio, todas as semanas sai um contentor da Horta”. E eu disse: “Basta ser semana sim semana não”. E ele esclareceu: “Ou cheio ou com um par de botas lá dentro”. E agora de 15 em 15 dias sai um contentor. O meu filho já foi a São Miguel para encontrarmos um espaço que satisfaça as necesssidades. Somos os nossos próprios transitários, por isso tenho um armazém em Lisboa por onde passa toda a mercadoria que vem para esta empresa. Temos lá um pórtico, onde os nossos camiões entram, bem como os empilhadores. Toda a mercadoria é carregada por nós. Para tanto, contamos com dois funcionários que dispõem de todas as condições para fazer esse trabalho”.

Roberto (o filho) com o pai (Delfim), tendo ao fundo o tio (Manuel Jorge)

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Nova loja nos Cedros

Um negócio familiar - garantia de continuidade

No decorrer desta entrevista, Delfim Vargas revelou que vai abrir, já em Julho, uma nova loja na capital do Norte, no Faial, que é como quem diz, nos Cedros. “Temos muitos clientes dos Cedros e por insistência deles decidimos abrir uma loja naquela freguesia nortenha. Para tanto, adquirimos um armazém onde funcionou a lavandaria da Santa Casa, na zona do Valverde. Há muito que os clientes cedrenses vinham frisando esta necessidade, referindo sempre esta conversa: “Óh sr. Delfim, temos de andar mais de 40 quilómetros para vir buscar uma lata de diluente, um recorde, etc”. E realmente não se justifica”.

A empresa “Delfim Vargas Lda” caracteriza-se por ser um negócio familiar, que integra os proprietários, o casal Delfim e Ilda, e os dois filhos: Nilda e Roberto. Uma figura de referência ao longo de décadas e que já nos tinha habituado à sua maneira muito própria de lidar com os clientes, era Manuel Jorge (irmão do dono), que faleceu em 2016. “Tanto que eu lhe pedi para ele deixar de fumar!... A morte dele foi uma grande perda para mim, pois éramos muitos unidos! Gerir este negócio é um inferno, com toda a logística que envolve. As pessoas não fazem a mínima ideia das dores de cabeça que isto dá! Provavelmente vou morrer a trabalhar nesta empresa mas os meus filhos – os sucessores – tocam este barco para a frente sem qualquer problema. Eu já não faço falta à empresa! Trabalho porque gosto. O Roberto é o homem dos computadores e tem a empresa toda informatizada. Quando me lembro que eu, juntamente com meu irmão Manuel Jorge e os nossos funcionários fazíamos a caixilharia com as medidas todas riscadas à mão, dando os descontos para o vão da porta, os aros, a folha, o vidro!... Hoje, o meu filho introduz as medidas no computador, carrega na tecla e sai o mapa de corte com tudo certo. A serra corta e pronto! E quando sai, a peça já vai para o serralheiro, para o homem do vidro, etc. Está tudo facilitado! Tenho tanta pena de o meu irmão Manuel Jorge não ter visto isto! Pelo que temos assistido nesta Terra, geralmente

Ilda com a filha Nilda: o presente e o futuro da empresa “Delfim Vargas Lda”

“Este Governo Regional foi o melhor a pagar os apoios a tempo e horas”

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as empresas não chegam à segunda geração mas estou confiante na capacidade e vontade dos meus filhos em perpetuar o nome e continuar a servir os nossos clientes. Gostava que os meus netos se estabilizassem no Faial e nesse contexto já estou a tratar de um empreendimento para eles os 3. Como tal, comprei as antigas oficinas baleeiras, na Rua Nova, e avancei com um projecto para aquele espaço de 1.000 metros quadrados, que passa por implantar um parque para 30 carros e cerca de 20 apartamentos de 4 estrelas. Fui há poucos dias a Lisboa à Queima das Fitas do meu neto, que acabou a Licenciatura em Contabilidade e Administração e agora pretende fazer o Mestrado em Gestão. Deposito grande esperança no futuro dele, assim como nos restantes, pois, a minha neta mais velha está, também, a fazer a sua Licenciatura, e a mais nova concluiu agora o 10º ano de escolaridade. A minha família teve sempre um papel muito importante nesta empresa, com especial destaque para a minha mulher, boa gestora e defensora acérrima deste negócio, que muito tem trabalhado ao meu lado. Claro que também há dias em que é difícil lidar com a família na empresa e por vezes a minha mulher e os meus filhos ouvem coisas que não eram bem para eles mas quando assim é, peço desculpa. Estamos a falar de cerca de 40 funcionários e, portanto, nem sempre é fácil gerir tudo isto mas procuramos sempre dar o sempre o nosso melhor e deixar o cliente satisfeito. Recebo muitos pedidos de apoio e tento sempre corresponder de forma positiva. É para o Futebol, para o Basquetebol, para clubes, fardamentos, etc. Ainda quando é um patrocínio da nossa área torna-se mais fácil, como por exemplo para o Clube Naval da Horta, em que cedo material de pesca: carretos, canas ou umas taças. Mas quando me pedem coisas que eu não tenho, vejo-me forçado a ir comprar, o que se torna complicado”.

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“Comecei na altura em que as pessoas compravam e não perguntavam o preço” “Se voltasse atrás, optava pela mesma vida, pois sinto-me realizado! Comecei na altura em que as pessoas compravam e não perguntavam o preço. Há 40 anos, fazia-se muitas casas-de-banho, porque pouca gente tinha esse luxo! E se um fazia uma casa-de-banho com torneiras douradas e prateadas, o outro vinha atrás e tinha de fazer melhor. Encomendavam sem perguntar o preço. Havia dinheiro! Hoje não! Actualmente não se faz nada sem um orçamento e isso ocupa-nos muito tempo! Por isso, nalguns casos já são pagos, com a condição de depois descontarmos caso optem pela nossa empresa. Tenho um irmão na América – o José Pedro, que é chefe-geral de umas oficinas de automóveis – mas não gostava de ter emigrado para lá. O nível de vida é muito diferente. Sei que poderia ter sido um empresário de sucesso na América mas adoro viver no Faial! Conheço uma parte do mundo – não tanto como o meu filho que já fez várias viagens para a Ásia e não só – mas não quero viajar mais para fora do meu país. Gosto muito de Portugal e quero passear cá dentro. Fora, só iria à Itália, porque é um país que me fascina muito”. “A nossa entrada na União Europeia foi muito boa” “A nossa entrada na União Europeia foi muito boa! As pessoas não se apercebem do dinheiro que entra neste país! Se não fossem os apoios recebidos, como é que eu fazia? Foi com os dinheiros provenientes de candidaturas que o nosso armazém no Pico pôde receber uma cobertura e empilhadores novos e que a fábrica do Faial foi dotada de uma cobertura nova. O tecto novo que eu coloquei recentemente na fábrica do Faial foi a minha maior obra! Significou colocar um tecto por cima de outro. Só em ferro, estão ali 186 toneladas! Estamos a falar de uma área superior a 4 mil metros quadrados.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H Comprámos um camião para transportar os contentores que custou 180 mil euros e um empilhador novo, pois o actual já tinha mais de 30 anos. Sem estes apoios, nada disto seria possível. E, a propósito, tenho de realçar que este Governo Regional foi o melhor a pagar os apoios a tempo e horas. Entretanto, organizámos uma outra candidatura para aquisição de alguns equipamentos, onde se inclui um CNC, que faz muita falta para cortar a chapa de alumínio e permitir que as portas metálicas possam ser fabricadas no Faial. O programa 2020 foi uma ajuda enorme para o desenvolvimento destas regiões mais isoladas como os Açores. Oxalá que a seguir venha outro ainda melhor!” Momentos decisivos “Neste percurso de 40 anos, aconteceram mo-

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mentos que considero marcantes. Cerca de 6 anos após ter iniciado o negócio, com o interesse suscitado pelos alumínios decidi apresentar um projecto ao Instituto de Privatização dos Açores (IPA) e comecei a obra com dinheiro do Banco Comercial do Açores (BCA), com juros a cerca de 30%. Entretanto, o IPA foi extinto e a minha empresa ficou sem apoio e sem dinheiro. Isso provocou uma crise muito grande, que era do conhecimento geral do público. E tive de trabalhar sempre, sempre, para levantar esta empresa, que hoje vive uma situação totalmente diferente. A propalada crise de 2008 foi, ironicamente, um bom momento para a minha empresa, porque eu tinha os armazéns cheios – estão ali 2,5 milhões de mercadorias – e não havia dívidas! A distinção do Governo Regional e da Caixa Geral de Depósitos são, igualmente, momentos marcantes no percurso da empresa. Felizmente, muitas pessoas reconhecem o nosso trabalho”.

O desempenho, o dinamismo e a competitividade levaram a Caixa Geral de Depósitos a distinguir, em 2018, a empresa de Delfim Vargas com o galardão de “Empresa Caixa Top”

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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


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