Educar para Transformar o contributo da Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude
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José Filipe Sousa Presidente Direcção CNJ 2010-2012
mensagem da Direcção Quando a Bolsa de Formadores em Educação Não Formal do CNJ propôs elaborar uma publicação que pudesse compilar o seu trabalho ao longo dos anos, a Direcção não pensou duas vezes quanto à oportunidade e conveniência da empreitada. Desde a sua formação, a Bolsa de Formadores do CNJ tem-se consolidado no tempo como um instrumento fundamental da acção do CNJ no cumprimento da sua missão, e sobretudo no reconhecimento da Educação Não Formal e do papel das Organizações de Juventude na sua aplicação, como forma de aprofundamento da cidadania e da participação juvenil. Há que destacar o papel que a Bolsa tem tido em projectos de incidência nacional do CNJ, com especial menção para o Encontro Nacional de Juventude. A Bolsa de Formadores do CNJ tem sido sinónimo de Boa Prática e de exemplo para outros Conselhos Nacionais de Juventude. Não são raras as vezes que os membros da Bolsa participam em eventos nacionais e internacionais, seja enquanto formadores, seja enquanto facilitadores, seja enquanto peritos que ajudam às propostas de definição de políticas para um maior reconhecimento do valor da Educação Não Formal, assim como no contributo para a melhoria da qualidade da Educação Não Formal que é praticada. A Bolsa continua a ser também um instrumento à disposição das Organizações membro. É pois, de registar com apreço, que os membros da Bolsa se tenham disponibilizado levar a cabo de forma voluntária este trabalho que se resume nestas linhas, e é para a Bolsa que vão todos os créditos desta publicação. Esta publicação passa por todos os momentos da vida da Bolsa, e relembra a importância do contributo de todos aqueles que foram actores da sua história. Desde a Assembleia Geral onde se decidiu criar a Bolsa, até aos dias de hoje, foram anos de pura construção e consolidação. O nosso desejo é que esse caminho continue!
Andreia Henriques Coordenadora da Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude
EDITORIAL “Educar para Transformar – o contributo da Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude” pretende promover a memória colectiva e a valorização do contributo do Conselho Nacional da Juventude na área da Educação Não Formal. Esta publicação, é reflexo da sistematização das nossas experiências, elemento fundamental para uma contínua aprendizagem e melhoria da nossa abordagem pedagógica nas actividades e processos que desenvolvemos. A publicação foi desenvolvida voluntariamente por diversos membros do actual mandato e contou com contributos de antigos membros, parceiros internacionais, Direcção, membros do Secretariado e antigos Presidentes do Conselho Nacional da Juventude. A realização desta publicação, permitiu-nos reorganizar registos escritos, audiovisuais e visualizar de forma mais estruturada o nosso processo de evolução, enquanto comunidade de práticas e o impacto do nosso trabalho não só dentro do Conselho Nacional da Juventude mas também com outros parceiros e entidades. Esperamos que seja uma ferramenta útil para conhecer o nosso percurso, ajudar a perspectivar sinergias e criar uma estratégia para o nosso futuro. Um futuro no qual o reconhecimento e valorização de uma abordagem pedagógica crítica e baseada em valores, seja a base do nosso trabalho.
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Agradecimentos Um especial agradecimento a toda a equipa que contribuiu activa e voluntariamente para a realização desta publicação: Amália Martins, Bruno Soares Pereira, Cláudia Meireles, Dídia Duarte, Javier Santos, Joana Pereira, Joana Pinto, Madalena Sousa e Mariana Barbosa; Aos antigos Presidentes e a todos cujo contributo foi fulcral para a criação e consolidação da Bolsa, e que permitem manter viva a memória colectiva da sua história. Uma especial nota para a Carla Mouro, para o Ricardo Araújo e para o Tiago Soares; Ao Nuno da Silva, antigo coordenador, pelo papel inspirador e fundamental que teve no desenvolvimento da Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude; A todos os actuais e antigos membros da Bolsa que contribuíram com o seu testemunho para que esta publicação seja um retracto fiel das nossas experiências e aprendizagens; Aos parceiros nacionais e internacionais que contribuíram com a sua experiência no desenvolvimento de Bolsas de Formadores e que continuam a servir-nos de inspiração para melhorarmos a nossa prática; Enfim, a todos os que passaram pela história da Bolsa e do CNJ, e que permitiram esta construção de memória colectiva que agora se apresenta.
Acrónimos ANGPJA » Agência Nacional para a Gestão do Programa Juventude em Acção BFCNJ » Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude CNJ » Conselho Nacional de Juventude CNS-CoE » Centro Norte Sul do Conselho da Europa CoE » Conselho da Europa EDJ » Escola de Desenvolvimento Juvenil ENF » Educação Não Formal FFEDH » Formação de Formadores em Educação para os Direitos Humanos FFENF » Formação de Formadores em Educação Não Formal FJCPLP » Fórum de Juventude da Comunidade de Países de Língua Portuguesa IPDJ » Instituto Português do Desporto e Juventude, IP UE » União Europeia YFJ » Fórum Europeu da Juventude
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MensageM DE Ex-Presidente CNJ Tiago Soares Presidente do CNJ 2008-2010
Quando falo da bolsa, falo do braço armado da transformação. A contribuição da bolsa de formadores foi inestimável na construção da estratégia de fortalecimento e de transformação do CNJ, das organizações e acima de tudo das pessoas. Um grupo de 20 activistas da causa da liberdade, formaram, deram força à voz das pessoas e foram capazes de ser agentes transformadores. Destaco neste particular o projecto de cooperação Europa África que garantiu, já em 2010 o prémio "Global education aware award" do Conselho da Europa pelo processo Euro-Africano de CNJ´s da CPLP e dos SYC. Este processo permitiu institucionalizar a Universidade Africana de Juventude e Desenvolvimento que este ano completará a sua 3ª . edição. Além deste legado, um merece particular atenção, a bolsa garantiu que nenhuma pessoa que tivesse participado em encontros regionais, nacionais ou internacionais, saísse da mesma forma que entrou. Os meus agradecimentos a todos/as que também tiveram na bolsa o seu processo de afirmação de cidadania e de aprendizagem.
Para mim a educação é um processo de criação de autonomias e de cidadania. O fortalecimento das aprendizagens não formais é hoje um reconhecido meio de criação de ferramentas de empregabilidade, de liberdade e essencialmente de empatias. Com isto quero dizer que saber ser o outro é essencial na construção de sociedades mais coesas e mais justas. A alegria, amizade e determinação na obtenção de um mundo melhor, foram sem dúvida o legado individual e a força motriz colectiva que permitiu que todos os eventos facilitados pela bolsa constituíssem uma afirmação de cidadania e um serviço à causa do reconhecimento das competências daqueles que em actividades regulares contribuem para a criação de capital humano e de capital social. Essas competências são sem dúvidas reconhecidas pela sociedade e a bolsa é sem dúvida esse braço armado da transformação. Ligar pessoas, conecta-las em propósitos e visualizar a mudança são as chaves do exercício filantrópico de estar com o outro, partilhar a sua visão e transformar a sua realidade. Esta foi a contribuição da bolsa para o meu mandato. Por ultimo não podia deixar de agradecer a todos/as os facilitadores da bolsa, em especial ao seu coordenador Nuno da Silva que contribuíram sem dúvida melhores para termos pessoas melhores.
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contactos
ficha técnica
Conselho Nacional de Juventude Rua dos Douradores n.º106-118, 4.º andar 1000-207 Lisboa
Título: «Educar para Transformar – o contributo da Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude»
Tel: +351 21 880 21 30 Fax +351 21 880 21 39
Edição: Conselho Nacional de Juventude
geral@cnj.pt | BFCNJ bolsa@cnj.pt www.cnj.pt
Design: Bruno Ferreira Impressão: GraficAmares, Lda. Amares - Portugal Tiragem: 230 exemplares Depósito Legal:
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Índice 10
O Conselho Nacional de Juventude
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Era uma vez a Bolsa…
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A Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude
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Outras Bolsas, lá fora...
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A Bolsa e a ENF
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A Bolsa em números
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5 anos a promover Educação Não Formal e Participação Juvenil
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Cronologia – 2006-2011
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Aprendizagens pessoais e organizacionais
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Reflexões para o Futuro
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Hiperligações úteis
O Conselho Nacional de Juventude O Conselho Nacional de Juventude (CNJ), criado em 1985, com estatuto jurídico aprovado pela Assembleia da República, através da Lei 1/2006, é a Plataforma representativa das organizações de juventude de âmbito nacional, abrangendo as mais diversas expressões do associativismo juvenil (culturais, ambientais, escutistas, partidárias, estudantis, sindicalistas e confessionais).
O CNJ é composto pela Assembleia Geral, uma Direcção, um Conselho Fiscal e um Secretariado, sendo o seu trabalho acompanhado por Comissões. Para a prossecução da sua missão, o CNJ tem também representações externas no Conselho Consultivo da Juventude; Conselho Consultivo do Instituto Português do Desporto e da Juventude; Conselho de Opinião da RTP; Comité de Selecção da Agência Nacional para a Gestão do Programa Juventude em Acção (ANGPJA); Conselho Nacional da Droga e Toxicodependência (Instituto da Droga e da Toxicodependência); Conselho Nacional de Educação. Estas representações são maioritariamente asseguradas por membros eleitos em Assembleia Geral, órgão máximo de deliberação.
A missão do CNJ é: Constituir uma plataforma de diálogo e um espaço de intercâmbio de posições e pontos de vista entre as organizações e conselhos de juventude; Reflectir sobre as aspirações dos jovens, promovendo, designadamente, o debate e a discussão sobre a sua situação e problemática; Contribuir para o incentivo e desenvolvimento do associativismo juvenil; Assumir-se como interlocutor perante os poderes constituídos e reivindicar o direito à consulta sobre todos os assuntos que respeitem à juventude portuguesa em geral; Colaborar com os organismos da Administração Pública através da realização de estudos, emissão de pareceres e informações relacionados com problemática e interesses juvenis, por sua própria iniciativa, ou por solicitação; Promover o diálogo entre as organizações juvenis; Apoiar técnica e cientificamente as organizações de juventude e os conselhos regionais de juventude aderentes; Promover o diálogo e intercâmbio com organizações estrangeiras congéneres; Publicar e apoiar a divulgação de trabalhos sobre a Juventude.
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O CNJ trabalha em prol dos interesses de todos os jovens portugueses, sendo reconhecido pelo Estado enquanto parceiro em matéria de políticas e Juventude.
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O que fazemos? O CNJ desenvolve o seu trabalho em torno de 5 áreas: Ambiente e Qualidade de Vida; Associativismo e Participação Juvenil; Emprego e Assuntos Sociais; Educação; e Relações Internacionais e Cooperação.
Ambiente e Qualidade de Vida A promoção de um desenvolvimento sustentável é a garantia da qualidade de vida, de hoje e amanhã. Perante o panorama que se observa à escala global, o CNJ é activo na sensibilização e consciencialização dos jovens, e demais cidadãos, para um consumo responsável e sustentável dos recursos e a salvaguarda do nosso planeta. Neste sentido estamos a trabalhar para a criação de um instrumento de contabilização da pegada ecológica para organizações de juventude, em parceria com a Quercus. Consideramos que a qualidade de vida diz também respeito à adopção de estilos de vida saudáveis, sendo que destacamos o projecto “ComSUMOS ACADÉMICOS”. Uma parceria entre o CNJ e oito organizações (membro) académicas, em parceria com a AlcoholPolicyYouth Network e Instituto da Droga e da Toxicodependência, que visa: promover, capacitar e empoderar as associações de estudantes e organismos representantes de estudantes do ensino superior para a implementação de estratégias na prevenção do consumo nocivo de álcool durante o ano lectivo e nas festividades; promover o desporto no ensino superior e o exercício e actividade física como veículos para um estilo de vida saudável. Também as questões relacionadas com a saúde sexual e reprodutiva dos jovens têm sido reflectidas, nomeadamente através da parceria com a Associação para o Planeamento da Família, no projecto de advocacy “SAFE II”.
Associativismo e Participação Juvenil A participação dos jovens na definição das políticas que lhes dizem directamente respeito é um princípio caro ao CNJ e suas organizações membro, devendo estas basearem-se em estudos e consultas alargadas. Neste sentido há um importante trabalho que se desenvolve nas relações com quem de direito decide sobre estas matérias e nos espaços onde o CNJ, reconhecido como parceiro, é chamado a intervir. É o caso da Comissão Consultiva do IPDJ e do Conselho Consultivo de Juventude, e numa vertente europeia, do Diálogo Estruturado. O conceito de diálogo estruturado, desenvolvido a partir de 2005, é um marco fundamental nas políticas europeias de juventude e através do qual, a juventude europeia é chamada a participar no debate alargado sobre os temas prioritários da União. Este diálogo estruturado supõe que os governos e as administrações, inclusive as da União Europeia (UE), fomentem o debate com os jovens sobre determinados temas e cujos resultados devem ser úteis para a decisão política. Esse debate é estruturado quer em termos dos temas escolhidos quer nos ritmos e métodos de trabalho. O presente ciclo de Diálogo Estruturado (1 de Julho de 2011 a 31 de Dezembro de 2012) visa aferir as percepções e atitudes dos jovens sobre a Participação, nas vertentes da Cooperação Internacional, Criatividade e Inovação e Inclusão Social.
Emprego e Assuntos Sociais
Educação
O Emprego é uma realidade que diz respeito a todos os jovens cidadãos e é intrínseco à questão da integração social. Assim, constituem objecto de reflexão do CNJ questões como o acesso dos jovens ao emprego, a adequação entre sistemas de ensino e mercado de trabalho, a criação de postos de trabalho, enfim, o emprego de qualidade e com direitos para todos. É uma temática muito importante para a emancipação dos jovens e a sua integração social. Paralelamente, também o acesso à Habitação é crucial para a conquista da autonomia, pelo que, o CNJ reserva um espaço para a reflexão sobre as políticas de habitação, análise de dificuldades, aspirações e potenciais soluções ou medidas políticas que contribuam para um mais fácil acesso dos jovens à habitação.
Educação é reconhecida como factor fundamental para o desenvolvimento e democratização das sociedades. O CNJ preocupa-se com cada nível de ensino – do Pré-escolar ao Superior – e cada tipo de formação – do ensino mais técnico àquele que tem maior pendor científico. Deste modo, seguindo a lógica da participação, o CNJ pretende estar envolvido no debate e nas mudanças que vão ocorrendo no sistema de ensino. Uma educação de qualidade e para todos, que promova a participação dos estudantes na resolução dos problemas que os afectam directamente é um dos principais objectivos do CNJ nesta área. Entendemos a Educação enquanto processo ao longo da vida e nem sempre associada ao sistema de ensino, de transmissão formal de conhecimentos. Assim, reconhecemos a Educação Não Formal (ENF) enquanto um instrumento fundamental no trabalho socioeducativo com os jovens, e nas organizações de juventude encontramos um dos seus principais agentes. ·
As preocupações do CNJ incidem também sobre a situação daqueles que, jovens ou não, por razões diversas são colocados à margem da sociedade. Inclui-se, assim, no trabalho desta área temática uma especial preocupação com aquilo a que chamamos “Convivência e Diversidade”. Aqui, tem lugar a discussão sobre a discriminação de que são alvo grupos de pessoas que pelo seu sexo, orientação ou identidade sexual, incapacidade física ou psíquica ou por se constituírem como minorias étnicas têm um tratamento diferente. A Igualdade de Oportunidades entre homens e mulheres é um assunto que, pela transversalidade do grupo em questão, nos diz obrigatoriamente respeito. 12
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Relações Internacionais e Cooperação O CNJ integra várias plataformas, entre as quais o Fórum de Juventude da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (FJCPLP), o Fórum Europeu de Juventude (YFJ), o Espaço Ibero Americano de Juventude. Estas “pertenças” constituem uma inegável mais-valia para o CNJ, pois permitem-nos acompanhar o debate em matéria de juventude ao nível global. O acompanhamento da política europeia de juventude constitui uma dimensão importante do trabalho do CNJ, visando contribuir para a sua concepção, execução e avaliação, a par do desenvolvimento de acções para a sua divulgação e da participação dos jovens portugueses no processo de cooperação europeia. O aprofundamento da cooperação lusófona em matéria de juventude é uma prioridade para o CNJ, pelo que tem sido levado a cabo um trabalho conjunto com outros Conselhos Nacionais de Juventude lusófonos no sentido de se implementar um Plano para a Juventude da CPLP. Aqui importa referir o trabalho de liderança na parceria entre Conselhos Nacionais da CPLP e do Sul da Europa para o aprofundamento da Cooperação África-Europa em matéria de juventude, nomeadamente através de projectos para a definição de estratégias de educação global e cooperação global. Importa ainda relevar o esforço no estreitamento de laços com as organizações de juventude da América Latina, que tem permitido a partilha de experiências, o trabalho conjunto e a definição de prioridades comuns, como a emancipação juvenil e a participação dos jovens na vida democrática.
Era uma vez a Bolsa… As associações juvenis sempre foram agentes importantíssimos na promoção de processos baseados na ENF e tornava-se importante o CNJ assumir uma liderança na criação de uma comunidade de práticas, na produção de conhecimento e no reconhecimento político e social da ENF. O Conselho da Europa (CoE) e a UE têm vindo a investir nestas áreas, em parceria com o associativismo juvenil, nomeadamente através da criação do “Portfolio for Youth Leaders andYouthWorkers”, do desenvolvimento de cursos avançados para formadores juvenis (como o Trainers for Active Learning in Europe), bem como através do desenvolvimento de certificados que permitam identificar a variedade de competências desenvolvidas em tais processos pedagógicos, como o exemplo do YouthPass do Programa Juventude em Acção. Na Assembleia Geral do CNJ, de 11 de Março de 2006 foi apresentada, no âmbito do Plano de Actividades, a vontade de “criar a nível nacional uma Bolsa de Formadores à semelhança da que o Fórum Europeu da Juventude tem à escala europeia. Este projecto incluirá ainda a organização de uma Formação de Formadores e o 1º Encontro de Formadores da Bolsa”1. A aprovação do plano de actividades desse ano deu início a um longo caminho de aprendizagens e de crescimento, que teve como inspiração a Bolsa de Formadores do Fórum Europeu da Juventude mas que desde cedo também criou procedimentos e identidade própria. 14
Existia o entendimento que a criação de uma comunidade de práticas em ENF exigia primeiro que tudo, preencher o vazio de oferta formativa nesta área. Em 2006, o CNJ lançou as duas primeiras formações de formadores (FF) em Educação Não Formal (FFENF) e Educação para os Direitos Humanos (FFEDH), que foram o primeiro passo para criação e a divulgação da Bolsa de Formadores do CNJ (BFCNJ) e para identificação de jovens formadores motivados para juntos construírem este projecto. Foi no final de 2006, foi lançada a primeira convocatória para formar a equipa do primeiro mandato. Posteriormente, decorreu o primeiro encontro da Bolsa que viria a consagrar a sustentabilidade do projecto. Estes dois elementos, que acompanharam a criação da Bolsa (as FF e o encontro da Bolsa) revelaram-se fundamentais na dinâmica de renovação, crescimento e sustentabilidade da comunidade. Desde então, continuam a ser dois pontos presentes nas estratégias da Bolsa. O percurso da Bolsa já conta com quatro mandatos e mais de 5 anos de actividades e aprendizagens desenvolvidas. Podemos afirmar que é actualmente reconhecida como uma boa prática por diversos parceiros e que tem contribuído para a produção de conhecimento na área. Por exemplo, a boa prática foi apresentada no “The Sunshine Report on Non Formal Education”2 e na publicação “Build your Pool of Trainers”3, ambas promovidas pelo YFJ. O projecto de cooperação entre CNJs do Sul da Europa e da África lusófona permitiu também multiplicar esta prática e inspirar vários Conselhos a desenvolverem as suas Bolsas de Formadores (como Angola, Itália, Catalunha entre outros). De qualquer modo, no que toca a comunidade de práticas e promoção de conhecimento na área, ainda somos todos juniores, mas ao longo destes anos temos avançado bastante na promoção de processos pedagógicos mais coerentes e com maior qualidade, na sistematização de experiências e claro, temos aprendido imenso. 1 Plano de Actividades do CNJ de 2006, p. 21. 2 The Sunshine Report on Non Formal Education, 2008, pp. 50-53 3
Buildyour Pool ofTrainers, 2010, por exemplo, p. 43 (partilha dos objectives de um Encontro da Bolsa de Formadores do CNJ)
A Bolsa de Formadores do Conselho Nacional de Juventude
Como funciona? A equipa da BFCNJ é composta por 20 formadores e uma pessoa responsável pela Coordenação. Ao nível do Secretariado existe uma técnica da área da ENF e o membro da Direcção responsável pela área da Educação assume também a pasta da Bolsa.
O que é a BFCNJ? A BFCNJ é uma ferramenta de implementação de processos educativos do CNJ e um serviço disponível para as suas organizações membro, outras associações juvenis e Instituições que trabalhem com e/ou para a Juventude. A Bolsa consiste num grupo de formadores, facilitadores, animadores e especialistas em diversas áreas relacionadas com a Juventude e Educação Não Formal. Os membros vêm de diferentes regiões de Portugal, abrangem uma diversidade de experiências juvenis e competências, têm menos de 35 anos de idade e participam activamente numa organização juvenil em Portugal.
O que faz a Bolsa de Formadores? Desenvolve processos educativos em tópicos relacionados com a Juventude, através da Educação Não Formal; Facilita eventos juvenis como o Encontro Nacional de Juventude, consultas no âmbito do Diálogo Estruturado ou outros processos de auscultação da opinião dos jovens em relação a diversos temas e políticas juvenis; Acompanha de perto e contribui para o desenvolvimento de programas e políticas de formação Juvenil em Educação Não Formal em Portugal e além fronteiras; Contribui para o reconhecimento da Educação Não Formal em Portugal, a nível Europeu e internacional.
Quais as áreas de formação da Bolsa de Formadores? O CNJ promove Formações de Formadores em Educação Não Formal e Educação para os Direitos Humanos; Em 2011, a Bolsa desenvolveu um caderno de formação com propostas para várias oficinas nos temas: Participação Juvenil em processos de tomada de decisão, Gestão Associativa, Formação em Gestão de Voluntários, Educação Global e Estilos de Vida Saudáveis; Outras áreas de formação têm sido desenvolvidas através das iniciativas do CNJ e de colaboração com entidades que solicitam os nossos serviços nomeadamente: Emprego Jovem, Cidadania Europeia, Diálogo Inter-geracional, Igualdade de Oportunidades, Educação Intercultural, Cooperação Internacional, entre outros temas.
Para que o trabalho da BFCNJ seja desenvolvido, estruturado e partilhado entre todos os membros, foram criadas várias ferramentas e espaços para que hoje este seja um grupo cujo trabalho seja baseado na cooperação e partilha de informação, conhecimentos e experiências e no consequente apoio ao trabalho que desenvolvem. Neste sentido, todos os anos a BFCNJ organiza um encontro anual (e, por vezes, um encontro intermédio) para fortalecer laços, partilhar boas práticas e materiais, avaliar o trabalho desse mandato e reflectir acerca da Bolsa e visão de futuro. Sempre numa perspectiva de aprendizagem, projecção e enriquecimento do trabalho da equipa e enquadrando a sua acção nas prioridades do CNJ.A Bolsa também construiu um espaço online onde partilha todos os documentos, relatórios, chamadas para formadores/facilitadores, materiais pedagógicos, planos de sessão, etc., para que se proporcione um acompanhamento constante, acessível e ao mesmo tempo dê apoio à implementação de actividades a todos os membros.
“A Bolsa de Formadores e o CNJ, na minha opinião, são recursos fundamentais para o desenvolvimento e reconhecimento da ENF enquanto metodologia e enquanto processo educativo e político, que caminham juntos.” Madalena Sousa (membro desde 2008 até 2010)
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Outras Bolsas, lá fora... A BFCNJ embora pioneira, não é uma prática solitária no mundo do associativismo juvenil. Existem vários Conselhos Nacionais de Juventude e outras organizações (como as internacionais) que também elas reconheceram o potencial destas comunidades e decidiram investir no seu desenvolvimento, ajustando às suas necessidades e âmbito de trabalho. Decidimos contactar algumas e recolher os seus contributos, com base em perguntaschave. Recebemos respostas das Bolsas de Formadores dos CNJs da Catalunha, Eslovénia, Chipre e Itália bem como de uma organização de juventude internacional: Youth for Exchange and Understanding. As respostas vieram de jovens com diferentes responsabilidades na sua organização (Presidente, membro da Direcção, formadores). O que apresentamos é um resumo geral do que foi partilhado.
“Ser membro de uma Bolsa traz reconhecimento, uma forma mais estruturada e coordenada de trabalhar e a possibilidade de ser parte de um grupo com outros formadores com quem podemos partilhar e trabalhar em conjunto.” Tea Jarc (Mladisnki svet Slovenije – CNJ Eslovénia)
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És membro de alguma Bolsa de Formadores? De que forma contribui para o teu desenvolvimento pessoal e profissional? A participação em Bolsas de Formadores é uma possibilidade para desenvolvimento pessoal e profissional. Estas comunidades permitem-nos desenvolver novas competências e aprender com os pares, pois atravessamos um processo comum de aprendizagem. A ENF contribui também para o autoconhecimento e conhecimento do outro. A participação numa Bolsa permite ter contacto com outras culturas e ganharmos sensibilidade na escolha das técnicas que utilizamos nos processos educativos. Estar envolvido numa Bolsa também permite estar perto da realidade e das necessidades dos jovens e tal elemento pode ser útil no desempenho profissional.
Ser membro de uma Bolsa é ser parte de uma comunidade de aprendizagem cujos elos vão além da dimensão profissional. Baseiam-se essencialmente na vontade de transformação social. Ser parte de uma Bolsa é ter a oportunidade de fazer o que acreditamos, é ter a possibilidade de receber e partilhar com outras pessoas e é uma experiência gratificante contribuir para o desenvolvimento do associativismo juvenil.
Qual o valor acrescido para uma organização (como CNJs e organizações internacionais de juventude) em desenvolver uma Bolsa de Formadores? Uma Bolsa de Formadores tem um grande potencial de motivação dos seus membros, o que promove um envolvimento na estrutura. Para além deste impacto ao nível dos formadores, a Bolsa pode também ser um espaço de identificação de diferentes perspectivas e propostas das organizações membro e criar a possibilidade de construção de abordagem comum à participação juvenil. A Bolsa de Formadores tem também um papel fundamental na promoção e disseminação da estratégia e plano de actividades da sua organização, ao mesmo tempo que é um recurso para dar feedback e contributos para os conteúdos.
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Um grupo de formadores organizados numa estrutura juvenil permite o seu desenvolvimento profissional ao mesmo tempo que garante o aumento da qualidade do trabalho da organização. Uma Bolsa pode ser considerada um elemento útil para a sustentabilidade de uma organização juvenil pois tem um papel relevante para a passagem de conhecimento, promove a ENF, contribui para o desenvolvimento de competências (participantes, formadores, outros) e é um espaço de coordenação e estruturação da abordagem educativa de qualquer organização. Pode também assumir um papel fundamental na capacitação das organizações membro, na consultoria pedagógica, produção de materiais e no coaching de trabalhadores juvenis e associados.
Qual pode ser o papel de uma Bolsa de Formadores na promoção do trabalho juvenil e da ENF? Um grupo de formadores competentes e organizado tem todas as condições para capacitar organizações membro e empoderar os seus líderes, trabalhadores juvenis e educadores através da ENF (em áreas como o diálogo estruturado, direitos dos jovens, participação, educação global, entre outras). A Bolsa pode ser a chave para a promoção dos valores do trabalho juvenil e da ENF. Os seus membros são competentes em trabalho juvenil, estão preparados para planear, implementar e avaliar actividades em contextos de ENF, para além de possuírem conhecimentos em diferentes tópicos relevantes para o trabalho com jovens. Para uma promoção do trabalho juvenil e da ENF, o conhecimento e experiência da Bolsa têm de estar também ao serviço de outras organizações juvenis e instituições, bem como disponíveis para processos de dimensão local até internacional.
“A Bolsa de Formadores é por si própria uma boa prática de ENF, se pensarmos nas ideias que estão na sua base. Porque no trabalho juvenil não importa apenas o que se faz, mas também como se faz.” Riccardo Gulletta (membro das Bolsas de Formadores do Consell Nacional de la Joventud de Catalunya e do Forum Nazionale dei Giovani – CNJs da Catalunha e Itália)
A Bolsa e a ENF Quando em 2006 foram implementadas as duas FF, a sensação é que a abordagem pedagógica apresentada pelas equipas era novidade para a maioria dos participantes. A mesma sensação foi acompanhando as várias edições das formações mas gradualmente foise atenuando. Porque um colega, um amigo que tinha participado, tinha voltado para a sua organização e fez algo diferente, interessante e motivou outros para participarem numa próxima edição. A palavra foi passando acerca do que foi aquela experiência e não tardou a que as nossas FF fossem das actividades mais ansiadas e requisitadas quer pelas organizações membro, quer por outras associações juvenis e até entidades públicas. Como não tardou que a ENF ganhasse mais visibilidade. Não é fácil escrever em poucas linhas e tornar claro por palavras qual é o nosso entendimento de ENF e como também olhamos para os processos educativos em geral. Há vários anos que trabalhamos num entendimento comum mas que está sempre em mutação quer pelos novos membros que se juntam à comunidade, quer pelas experiências que vivemos juntos, pela literatura que vamos descobrindo, pelas formações internacionais que vamos fazendo com os nossos pares além fronteiras.
“Quando se fala de ENF em Portugal, fala-se da Bolsa do CNJ.” Javier Santos (membro da Bolsa desde 2008) 18
Para nós é uma metodologia e também um processo educativo, político e social que leva à transformação pessoal e social. Assumidamente, não trazemos para esta publicação uma definição mas partilhamos quais os princípios que nos guiam quando trabalhamos enquanto educadores juvenis no âmbito das actividades do CNJ, de parceiros e outras organizações. Temos sempre em consideração as necessidades organizacionais (objectivos, resultados esperados) e pessoais (motivações, expectativas) de quem está envolvido na iniciativa e tentamos sempre enquadrar de forma coerente a abordagem pedagógica e estarmos conscientes dos limites. Os processos que facilitamos tentam responder às necessidades identificadas e têm como objectivo a capacitação pessoal e organizacional. Todas as dimensões do ciclo de projecto educativo estão interligadas e devem ser coerentes (componente pedagógica, política, logística). Estamos conscientes da especificidade de cada pessoa e de como é única na maneira como aprende, por isso, preocupamonos com o acompanhamento do alcance de expectativas e objectivos de aprendizagem e valorizamos a diversidade de métodos. Aliamos processos educativos auto-dirigidos com a aprendizagem cooperativa e entre pares. O outro é mais do que alguém que nos ajuda a desenvolver competências, é mais do que alguém que me é útil porque me dá feedback para ser melhor. Nós, juntos, aprendemos mais, vamos mais longe e produzimos algo novo. Com base nas experiências e no conhecimento conseguimos inovar e promover mudanças pessoais e sociais. A competência é mais do que o conhecimento, é também as nossas habilidades e as nossas atitudes. O enfoque nas atitudes é fundamental para nós pois a nossa abordagem também é baseada em valores. Quando asseguramos uma consulta, uma recolha de recomendações, uma reflexão em plenário, todos são iguais, todos têm o direito a expressar a sua opinião e a participar. Estamos conscientes que somos todos aprendentes. A equipa não é detentora de nenhuma verdade absoluta, cruzamos os nossos perfis para conseguirmos fazer um bom trabalho e esforçamo-nos para estamos sempre abertos a aprender algo novo e olhar o mundo de outra perspectiva. Trabalhamos para o diálogo e para encontrar pontos comuns, trabalhamos para valorizar a diferença e construirmos visões conjuntas. Não é fácil explicar mas convidamos todos a experienciar...
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A Bolsa em números Pensámos que numa publicação acerca da nossa Bolsa, seria interessante mostrar de alguma forma quem somos. Optámos por um levantamento estatístico que permita visualizar a evolução das equipas da Bolsa. A principal fonte de informação para a construção dos indicadores foram as listagens de membros de cada mandato, elaboradas a partir das fichas de candidatura. Salvo em indicação em contrário, os dados analisados referemse em mandatos e não em pessoas ou organizações. Nos casos em que uma pessoa participou na Bolsa em mais do que um mandato, essa pessoa (ou organização) irá contar para a estatística duas vezes mas com idades diferentes. A selecção da equipa para a Bolsa tem seguido sempre um conjunto de critérios que, resumidamente, se baseia numa preocupação em criar um equilíbrio de perfis e experiências para permitir a aprendizagem entre pares e a capacidade de resposta aos desafios, bem como um balanço entre outros critérios como a origem geográfica, idade, sexo, natureza da organização que recomenda (membro/não membro), entre outros.
Tabela 1 – Dados sobre sexo dos membros, natureza das suas organizações, mandatos e média de idades da Bolsa
Membros (pessoas) Sexo feminino (pessoas) Sexo masculino (pessoas) Mandatos Sexo Feminino Sexo Masculino Org.Pleno Direito Org. Associadas Org. Não membro Média de idades Média nº de mandatos por pessoa
57 30 27 83 41 42 39 4 40 28,01 1,46
Desde 2008 que a BFCNJ assumiu mandatos de dois anos, enquanto que os primeiros dois tiveram apenas a duração de um ano (2006/2007/2009-2010/2011-2012). No total envolvemos 57 educadores, vários em mais do que um mandato. Por um lado, a permanência de antigos membros permite ter alguma continuidade na equipa e manter a memória colectiva do nosso percurso. Por outro, a entrada de novos membros trazem novas perspectivas. A Bolsa tem sido também um espaço de abertura do CNJ a outras associações juvenis que não as organizações membro. Apesar da preocupação em ter sempre a representatividade das organizações membro, a BFCNJ é sempre procurada por diversas associações juvenis e algumas organizações de outra natureza mas com trabalho desenvolvido com jovens. O crescente reconhecimento da Bolsa como um espaço de excelência da ENF, tem levado a um maior interesse em fazer parte deste projecto. O CNJ é uma organização de âmbito nacional e pretende que a sua Bolsa seja também um reflexo desta abrangência. O seguinte gráfico mostra ao longo dos 5 anos a distribuição de mandatos por região.
Infelizmente, é possível observar que a região dos Açores, e os Distrito de Beja, Bragança, Évora, Guarda e Viseu ainda não tiveram nenhum membro com mandato na Bolsa. Por outro lado, o distrito de Lisboa destaca-se de todos os outros como origem da maioria dos mandatos. Depois de Lisboa, segue-se Faro com oito mandatos seguido de perto por Porto e Setúbal sendo que todos os outros apresentam valores menores. De salientar que apesar da concentração no distrito de Lisboa, os formadores têm diferentes origens (por exemplo, Lisboa, Bobadela, Carcavelos, Cascais, Sintra).
Gráfico 1 – Origem Geográfica dos membros da Bolsa, por número de mandatos
A nível de representatividade por regiões e considerando Lisboa à parte pela quantidade de mandatos, podemos visualizar no seguinte gráfico a evolução ao longo dos mandatos.
Gráfico 2 – Representatividade das regiões do País, por mandatos
Litoral: Viana do Castelo, Braga, Aveiro, Coimbra, Leiria, Setúbal, Beja, Faro Interior: Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora Lisboa: Lisboa Ilhas: Açores e Madeira
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Com o seguinte gráfico podemos analisar a evolução da média das idades ao longo dos diferentes mandatos, pois como já foi apresentado na Tabela 1, a média de todos os mandatos é de cerca de 28 anos. Gráfico 3 – Média de idades dos mandatos
Gráfico 4 - Distribuição por sexo de formadores e distribuição de mandatos por sexo ao longo dos primeiros 5 anos da Bolsa
Formadores
f
53%
m
47%
Mandatos
Na primeira transição de mandato a BFCNJ subiu a sua média de idade em cerca de um ano, podendo ser reflexo de que a maioria dos formadores também renovou mandato. Em 2009, a média desceu um pouco, o que também foi sinónimo de uma maior renovação. Em 2011, e após uma grande renovação, a média atinge o seu mínimo, sendo o actual mandato o mais jovem. Como referido anteriormente, um dos critérios utilizados na identificação de formadores para novos mandatos é o equilíbrio entre homens e mulheres.
f
49%
m
51%
Assim podemos observar que a BFCNJ ao longo da sua existência teve mais formadores do Sexo Feminino do que que do Sexo Masculino. Contudo, a diferença é bastante reduzida podendo ser considerada quase insignificante e sendo possível afirmar que a distribuição de formadores por sexo é bastante equilibrada. Em relação aos mandatos, o resultado é muito idêntico ao gráfico anterior. Neste caso, a diferença existente entre os dois sexos é ainda inferior aos dados anteriores. De salientar apenas que nesta perspectiva de análise, há mais mandatos do sexo masculino do que do feminino e portanto, o sexo masculino tem uma média de mandatos efectuados por indivíduo ligeiramente maior do que o sexo feminino.
Gráfico 5 – evolução da distribuição por sexo dos formadores, ao longo dos diferentes mandatos
Em termos globais, podemos concluir que tem existido um equilíbrio entre sexos na BFCNJ, mas se olharmos com atenção por mandato, nem sempre foi assim, por exemplo no mandato de 2006, 70% dos formadores eram do sexo masculino.
Com este gráfico podemos analisar a evolução ao longo do tempo onde facilmente se vê que a desigualdade inicial de distribuição por sexos foi posteriormente compensada por uma desigualdade contrária menor.
Neste último mandato, apenas uma pessoa se mantém desde o início da BFCNJ.A renovação realizada em Dezembro de 2010 (após um mandato de dois anos), revelou-se uma possibilidade de renovação da BFCNJ. Actualmente, mais de metade da equipa está ainda no seu primeiro mandato.
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Por fim, partilhamos este gráfico que se refere ao actual mandato (seleccionado no final de 2010 e que entrou em funções no início de 2011), no qual podemos visualizar a continuidade de membros na BFCNJ e também o impacto da renovação. Gráfico 6 – relação entre número de mandatos e percentagem de formadores que representa no mandato de 2011. 4 2% 3 21%
2011 2 19%
1 58%
5 anos a promover educaçao não formal e participação juvenil Anualmente, é produzido um relatório da BFCNJ que é incorporado no relatório anual do CNJ. Grande parte do seu trabalho, está relacionado obviamente com o plano de actividades da própria plataforma mas muito mais é desenvolvido através de colaborações com diversas associações juvenis, entidades públicas e outros parceiros. Esta parte da publicação: “5 anos a promover a ENF e a participação juvenil” é uma compilação de 5 anos de relatórios, realizada com o objectivo de sumariar o que tem sido o nosso contributo para a ENF e participação juvenil. Em 2006 surgiu a Bolsa de Formadores do CNJ, baseada em experiências, metodologias e conhecimentos de um trabalho com e para jovens, rico e global com uma visão alargada sobre a evolução de uma sociedade juvenil mais capacitada, envolvida e capaz de dar resposta aos desafios actuais. Enquadrada no trabalho do movimento associativo juvenil nacional e internacional desenvolvido pelo CNJ, a Bolsa de Formadores que ergue a ENF como uma metodologia de participação activa, inicia o seu trabalho através da capacitação e formação de jovens, técnicos e professores com a FFENF e a FFEDH. Começa então a ser reconhecida como um instrumento de formação disponível para as organizações do CNJ, como meio de intervenção no espaço juvenil e junto de instituições que trabalham com e em prol da Juventude. Assente no objectivo de melhorar a qualidade e a interactividade das actividades desenvolvidas pelo CNJ e na promoção de valores como a cooperação, o voluntariado, a participação activa no processo de aprendizagem, a democracia participativa, igualdade, respeito e tolerância, a Bolsa torna-se num projecto ascendente e imprescindível para o CNJ.
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“O CNJ, e a Bolsa em particular, procuram nas suas acções dar visibilidade e acima de tudo procuram credibilizar a ENF.” Joana Pinto (membro desde 2011)
Sendo o CNJ uma plataforma de diálogo e espaço de intercâmbio de posições, pontos de vista entre organizações de Juventude, que reflecte sobre aspirações dos jovens promovendo o debate, auscultação e discussão de diversas áreas juvenis a nível nacional e internacional, urge também a necessidade de dar respostas na capacitação e formação de jovens, jovens líderes, técnicos que trabalham nesta área da contribuição e empoderamento do associativismo juvenil e das políticas de juventude. ABFCNJ, constituída por um grupo de 20 jovens formadores, facilitadores, animadores e especialistas em diversas áreas tem vindo a assegurar e a desenvolver esta componente de formação do CNJ para as organizações membro e associadas, mas também com outras entidades parceiras do CNJ ou que revêem no seu trabalho o potencial adequado às acções que implementam. Neste sentido, a BFCNJ não só tem desenvolvido a área de formação do CNJ mas também tem colaborado no reconhecimento da ENF como metodologia de participação activa e como processo educativo, político e social. Vários exemplos podem ser mencionados como a Semana Europeia da Juventude em 2008, Tu na Europa em 2009 ou o Rumo ao Emprego Jovem em 2011.
Alargando o seu campo de acção, aprendizagem e intervenção criou-se uma cultura organizacional de capacitação e empoderamento dos membros da BFCNJ, dando a oportunidade de que estes fossem dotados de aprendizagens, ferramentas e conhecimentos do trabalho juvenil Glocal. Vista inicialmente como espaço de intervenção através da formação de formadores, ao longo dos anos, o CNJ tem vindo a proporcionar outras oportunidades pelo reconhecimento do relevante contributo que a componente pedagógica tem para actividades e processos de qualidade. O envolvimento dos membros surge com o intuito de colaborar, construir e participar na construção de ferramentas de apoio à formação do associativismo juvenil, através da integração pontual em equipas multiculturais (exemplo: no âmbito de Projectos de Cooperação) ou do envolvimento mais sustentável nomeadamente em mandatos da Bolsa de Formadores do YFJ (actualmente com representação de dois elementos). Com toda a experiência que os seus membros foram adquirindo, a BFCNJ ganhou um universo de contactos, reconhecimento nacional e internacional, ferramentas, trabalho desenvolvido com várias organizações e instituições que têm sido uma mais-valia para o seu trabalho e do próprio CNJ.
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“Através da realização da Escola de Desenvolvimento Juvenil conseguimos atingir um número significativo de jovens que por sua vez, transportam os conhecimentos sobre ENF para as suas organizações.“ Ana Ferreira (membro desde 2011)
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A Bolsa e o CNJ A diversidade de competências, conhecimentos e experiências que os membros possuem garante ao CNJ um capital humano capaz de operacionalizar políticas internas de promoção e prática da participação juvenil nas acções desenvolvidas pela plataforma mas também assegurar processos educativos e de capacitação em projectos de cooperação que implementa com os seus parceiros nacionais e internacionais. A BFCNJ é também um recurso para as suas organizações membro e associadas que recorrem a ela para implementar diversas iniciativas em várias áreas de formação. As FF (em ENF e em Educação para os Direitos Humanos), que actualmente já são integradas no âmbito da Escola de Desenvolvimento Juvenil (EDJ), um evento do CNJ para a capacitação de jovens, técnicos, professores e jovens em geral, têm gerado grande impacto na multiplicação desta abordagem educativa. A multiplicação tem sido feita através de projectos desenvolvidos pelos próprios participantes em outras organizações de juventude, escolas, universidades e instituições públicas e várias iniciativas culminaram na incorporação desta abordagem nas organizações. As actividades do CNJ são dinamizadas recorrendo sempre à sua Bolsa de Formadores quer em espaços de auscultação, consulta, formação, facilitação, coordenação de grupos de trabalho e equipas pedagógicas, quer mesmo enquanto peritos nas mais diversas áreas que dominam. Exemplos dessas actividades são: Encontro Nacional de Juventude, Processos de Auscultação e Consulta Juvenil, Formações, Seminários, Projectos de Cooperação, Eventos Europeus, Representatividade em outros organismos, etc.
Através do trabalho que desenvolve desde 2006 em várias organizações e processos nacionais e transnacionais, a BFCNJ adquiriu também um espaço de participação e partilha relevantes para a construção de vários instrumentos de apoio ao Associativismo Juvenil, Formação e Educação Não Formal, como por exemplo: levantamento de necessidades formativas das organizações juvenis que pertencem ao CNJ e outras, a sua participação na construção do Kit “Buildyour Pool ofTrainers” (desenvolvido pelo Fórum Europeu de Juventude), Publicação “Cooperação Europa-África entre Conselhos Nacionais de Juventude – Educação Não Formal como Ferramenta da Juventude para o Desenvolvimento” (Coordenado pelo CNJ de Portugal), Manual Eurogames (Youth for Exchange andUnderstanding), Kits do Projecto “Alimentação em Acção” (CNJ), Kit Pedagógico sobre Género e Juventude (Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Homens e Mulheres), entre vários outros. Nos últimos anos, e na lógica do que tem sido o investimento em novas aprendizagens, partilhas e cooperação com outras organizações, entidades e bolsas de formadores, os nossos membros têm participado em várias formações internacionais, como por exemplo, cursos de formação desenvolvidos pelo CoE, por outros CNJs ou por organizações juvenis internacionais.
A Bolsa, Instituições Públicas e Sociedade Civil O plano estratégico de criação da BFCNJ envolvia, desde o início, a relação estreita com as instituições públicas Portuguesas, não só pelo apoio financeiro a formações mas também envolvendo técnicos nas actividades e criação de meios de cooperação mais frutuosos. Esta lógica de parceria, que se materializou, por exemplo, em 2007 com o Evento de Juventude da Presidência Portuguesa da UE, permitiu que a BFCNJ fosse reconhecida pelas instituições como um recurso de qualidade e que originou resultados de solicitação por parte de outras entidades. Desde então com o vasto trabalho desenvolvido pela Bolsa e as relações de proximidade e colaboração que o CNJ tem com entidades públicas e organizações da sociedade civil, a solicitação do seu trabalho tem sido recorrente. Algumas das entidades com que temos colaborado nos últimos anos têm sido: a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto (actual Secretaria de Estado do Desporto e Juventude), Instituto Português da Juventude (actualmente incorporado no Instituto Português de Desporto e Juventude), Conselho Nacional de Educação, Câmaras Municipais, ANGPJA, Presidência da República, entre outras entidades públicas.
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Para além das FF, é na colaboração com instituições na criação de espaços para recolha de contributos, que reside também a essência da nossa prática. O CNJ, através da sua Bolsa, assumese como facilitador destes processos de consulta, com o objectivo de identificar as prioridades e necessidades dos jovens. Os resultados de tais processos participativos e democráticos, contribuem para que o CNJ cumpra o seu papel de interlocutor e agente de desenvolvimento de políticas juvenis. Ao nível da sociedade civil, a BFCNJ tem colaborado com diversas associações juvenis, organizações de desenvolvimento local e também com outras instituições no desenvolvimento de processos educativos (nomeadamente relacionados com eixos de formação dos contractos locais de desenvolvimento social).
A Bolsa e o Reconhecimento da ENF A Educação Não Formal para além da metodologia de participação activa inerente a qualquer actividade do CNJ é, também, por nós entendida como um processo educativo, político e social. Neste sentido, temos defendido este entendimento em diversos espaços/entidades e com diferentes acções. No âmbito das formações de formadores, tivemos participantes jovens com diferentes percursos, técnicos que trabalham com e para a juventude, professores e alunos de diferentes faculdades do país, inclusive alunos da área da Educação (num caso em particular as actividades educativas do CNJ chegaram mesmo a servir de estudo de caso para um trabalho académico). Temos também participado em reuniões com diferentes entidades ligadas à ENF que visam a troca de opiniões e o reconhecimento e promoção desta em Portugal: como foi o caso do acompanhamento da Estratégia Nacional da Educação para o Desenvolvimento e a colaboração com o Conselho Nacional de Educação no Seminário “Cá fora também se aprende”. De salientar também, que todo o trabalho do CNJ (Direcção, Secretariado e Bolsa) tem sido fundamental no reconhecimento da ENF com outras entidades. Tendo sido já consultado por entidades governamentais para pareceres relativos a programas de formação, bem como a aprovação de tomadas de posição sobre a Educação Não Formal em Portugal.
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O CNJ tem estado também presente com os seus formadores em processos relevantes para o reconhecimento da ENF como o caso da Semana da Educação Não Formal de 2011 (YFJ) que resultou no lançamento da NFE Network (uma rede que pretende aumentar a qualidade das actividades educativas e o reconhecimento político e social da ENF).Esta iniciativa enquadra-se no processo “QualityAssuranceof Non Formal Education”, um exercício de longo prazo promovido pelo YFJ em colaboração com as suas organizações membro e no qual um membro da nossa Bolsa faz parte da equipa.
A nível europeu, o nosso trabalho é já reconhecido como uma boa prática, resultado disso é a referência à BFCNJ em publicações do YFJ (como já foi mencionado), bem como a participação no projecto Europeu sobre “Aprender a Aprender” em contextos de trabalho juvenil e ENF, promovido pela UNIQUE. O envolvimento dos nossos membros em publicações de organizações como o YFJ e a YEU também são um sinal de reconhecimento das nossas competências, bem como o envolvimento dos formadores em projectos europeus e do CNJ reconhecidos pela Comissão Europeia e Conselho da Europa como boas práticas.1 1
O Projecto “Cooperação Europa-África entre Conselhos Nacionais de Juventude – ENF como ferramenta da juventude para o desenvolvimento” recebeu o prémio World Aware Education Award em 2010, atribuído pelo Centro Norte Sul do Conselho da Europa.
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2009
Fevereiro » Encerramento da Campanha “Todos Diferentes, Todos Iguais”, Portimão Abril » Encontro Nacional de Direcções Associativas, Porto /Seminário sobre Emancipação Juvenil, Ovar Maio » Os Jovens e a Política, Lisboa / 1.º Encontro Intermédio da Bolsa, Faro Julho » Formação de Formadores em Educação Não Formal, Chipre Setembro » “Novo Impulso à Cooperação entre Europa, África e América Latina”, Mollina-Espanha Outubro/Novembro » Semana Europeia da Juventude, 7 encontros regionais e um nacional Novembro » “Cá fora também se aprende” Seminário no Conselho Nacional de Educação, Lisboa Dezembro » I Escola de Desenvolvimento Juvenil (III FFENF e III FFEDH), Castelo Branco / 3.º Encontro da Bolsa (novo mandato), Fundão
2010
2007
Primeira representação na Bolsa de Formadores do Fórum Europeu da Juventude Setembro » Evento Europeu da Juventude (Presidência Portuguesa UE) , Lisboa Outubro » II FFENF, Mata Novembro » IIFEDH, S. Pedro do Sul Dezembro » I Cimeira África Europa de Juventude, Lisboa 2.º Encontro da Bolsa (novo mandato), Mata
Dois novos representantes na Bolsa do Fórum Europeu da Juventude Janeiro» Formação de Formadores em Educação Não Formal, Guiné Bissau Abril/Maio » “Tu na Europa”, cinco seminários regionais e um nacional Maio » XI Encontro Nacional de Juventude e 2.º Encontro Intermédio da Bolsa, Braga Dezembro » Escola de Igualdade e Desenvolvimento (fase final do projecto África-Europa e outras actividades), Almada / Participação no desenvolvimento do kit “Buildyour Pool ofTrainers” do Fórum Europeu da Juventude * Maio de 2009 a Outubro de 2010 » Trainers for Active Learning in Europe
Março » Alimentação em Acção (1.ª fase), Setúbal Abril » Os Jovens e o Alcóol, Lisboa Setembro » Alimentação em Acção (2.ª fase), Pombal Outubro » Seminário “República e Juventude”, Almada/Lisboa Novembro » II Escola de Desenvolvimento Juvenil (IV FFENF e IV FFEDH), Póvoa de Lanhoso Dezembro » Fórum de Educação para os Direitos Humanos e Diálogo Intercultural
2011
2006
11 de Março » aprovação em AG de Plano de Actividades que contempla a criação da Bolsa de Formadores Julho » I FFENF Almada Setembro » I FFEDH,1º Encontro da Bolsa, Almada Dezembro » 10.º Encontro Nacional de Juventude, Santo Tirso
2008
Cronologia
Renovação da Bolsa do Fórum e permanência de 2 representantes Janeiro » 4.º Encontro da Bolsa (novo mandato) Fevereiro e Abril » “Rumo ao Emprego Jovem”, 7 seminários regionais e um evento nacional Maio » Formação de Formadores em Educação Global, Cabo Verde Junho » Formação em Gestão de Projectos de Educação Global, Angola Agosto » Politeia2011 (em colaboração com CJE), Badajoz-Espanha Setembro » ComSumos Académicos, Braga / 3.º Encontro Intermédio da Bolsa Outubro » XII Encontro Nacional de Juventude Novembro » ComSumos Académicos, Porto * Julho a Dezembro, envolvimento no processo de QualityAssuranceof Non Formal Education com o Fórum Europeu da Juventude
A Bolsa e o trabalho Internacional do CNJ A BFCNJ, prima por ter um histórico rico em participações, percursos e experiências no espaço nacional e internacional, transmitindo e partilhando sempre as suas aprendizagens internamente para desenvolvimento da sua dinâmica e trabalho. A dimensão internacional tem sido uma constante que permite o fortalecimento do conhecimento, a criação de sinergias e cooperação com outras bolsas e organizações. Numa lógica de cooperação entre organizações, capacitação pessoal e organizacional e partilha de boas práticas, a BFCNJ já deu os seus primeiros passos na interacção com outros conselhos nacionais de juventude do FJCPLP e do Sul da Europa em dois projectos de cooperação coordenados pelo CNJ. Nomeadamente, no primeiro projecto “Cooperação Europa-África entre Conselhos Nacionais de Juventude – ENF como ferramenta da juventude para o desenvolvimento” que permitiu a criação de estratégias de formação e desenvolvimento de bolsas de formadores para estas estruturas e, posteriormente, no segundo projecto “Crossing Euro-African with Global Youth Work” que promoveu a troca de boas práticas entre educadores dos referidos CNJs, com enfoque na Educação Global. Estes dois projectos de cooperação também possibilitaram que os nossos formadores assegurassem processos educativos no âmbito de acções bilaterais desenvolvidas pelos parceiros.
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No âmbito de várias experiências, o CNJ foi criando oportunidades de participação e envolvimento em equipas pedagógicas nos mais diversos projectos internacionais desenvolvidos pelo YFJ, CNS-CoE, Comissão Europeia, Conselho da Europa, entre outras instituições. Já sabíamos que resumir 5 anos de trabalho, desenvolvido a diferentes níveis (de local a internacional) e com uma variedade imensa de parceiros e experiências, não seria tarefa fácil. No entanto, esperamos que esta partilha permita percepcionar mais facilmente o que fazemos e promovemos e que a nossa cronologia facilite a visualização de todo este percurso.
Aprendizagens pessoais e organizacionais da BFCNJ Andámos à procura dos antigos membros da Bolsa. Queríamos saber o que representou para eles esta experiência e o que aprenderam. Envolvemos também os actuais membros para percebermos melhor o que os motiva e o que pensam acerca do papel da Bolsa. Realizámos questionários (bastante semelhantes) e apresentamos nesta secção o sumário das respostas. O nosso objectivo é dar visibilidade às experiências e aprendizagens vividas por antigos e actuais membros da BFCNJ. Continuas envolvido/a em alguma organização da sociedade civil? Os membros da Bolsa de Formadores do CNJ, na sua maioria, fazem parte de diversas organizações que trabalham em vários sectores da sociedade, bem como em diferentes regiões do país, espalhadas por todo o território continental e ilhas. Estas organizações são de natureza muito distinta, incluindo associações académicas, associações ligadas ao intercâmbio de jovens, estudantes ou de grupos formais e informais, Escoteiros/Escuteiros, associações que prestam trabalho voluntário em instituições, organizações de cariz educativo em áreas ligadas a cidadania, interculturalidade, intervenção e inclusão social, saúde e educação em geral.
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“Um verdadeiro espaço de aprendizagem. A riqueza por detrás deste conceito está assente em 4 factores: Aprendizagem; Diversidade; Participação; Partilha. Estas são 4 dos contributos que a Bolsa me proporcionou enquanto espaço de desenvolvimento e que me fez crescer pessoal e profissionalmente.” Rodrigo Castro (membro de 2006 a 2010)
Esta diversidade de organizações, das quais os membros da BFCNJ fazem parte, atribui um valioso cariz multidisciplinar ao trabalho realizado. Esta multidisciplinaridade enriquece e demonstra a multiplicidade de áreas às quais as associações membro ou não membro do CNJ estão ligadas. Esta sinergia faz com que o nosso trabalho seja cada vez mais reconhecido e valorizado pelo papel que desempenha na educação e participação dos jovens. Todos os antigos e actuais membros estão activos, voluntários ou não, em diversas organizações cujo campo de acção é local, regional, nacional ou internacional: CNE – Corpo Nacional de Escutas, AEP – Associação dos Escoteiros de Portugal, UPAJE – União para Acção Cultural e Juvenil Educativa, DECIDE – Jovens Auditores para a Defesa, Segurança e Cidadania, Rota Jovem, AFS Portugal, PAR - Respostas Sociais e Associações Académicas de Aveiro e Braga, entre outras.
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De que forma vês que a participação na Bolsa contribui para o teu desenvolvimento pessoal e profissional? A BFCNJ é um espaço de participação e aprendizagem, onde os formadores para além de terem um papel activo como multiplicadores, são alvo de um processo constante, onde aprendem não só com a experiência, mas com os seus pares, o que faz com que a Bolsa seja também um espaço de partilha de conhecimento e acima de tudo um lugar onde se desenvolvem competências. No geral, todos os membros que fizeram e fazem parte da Bolsa, destacam a mesma como espaço de aprendizagem e partilha. Estes momentos de partilha surgem das mais diversas formas, seja por forma de discussões, partilha directa ou momentos informais de reflexão que acontecem quando estamos reunidos. Para alguns membros, o desenvolvimento pessoal surge através do contacto e das diferentes experiências vividas, dos momentos de reflexão conjunta, da possibilidade de partilhar novas abordagens metodológicas e de trabalhar em equipa. O papel da ENF é uma referência para todos, não só pela abordagem metodológica, mas também pela importância enquanto processo educativo, político, social e profissional, mesmo que o campo de acção seja fora do terceiro sector. O impacto da BFCNJ no desenvolvimento profissional é uma realidade para quase todos os membros, que utilizam as competências e experiências, no seu dia-a-dia laboral. Este impacto demonstra a qualidade e importância de um projecto como este, que se constituiu como um espaço para evoluir, pessoal e profissionalmente, através das competências-chave que cada um dos membros desenvolveu nos mandatos dos quais fez parte. Há que destacar também a janela de oportunidades que a BFCNJ trouxe a muitos dos seus membros, que puderam estar presentes em projectos nacionais e internacionais, desenvolvendo competências e trabalhando em equipas multiculturais, ou em organizações internacionais.
“Incorporei” a educação não formal como prática diária enquanto professora e a lógica de permanente reflexão-acção como uma obrigação pessoal.” Ana Isabel Xavier (membro de 2007 até 2010)
Qual o impacto que esta participação tem tido na tua organização (contributo para a abordagem educativa, desenvolvimento de parcerias, visibilidade...)? A participação na BFCNJ tem contribuído para, numa primeira análise, levar a ENF até às associações onde esta abordagem ainda não tinha chegado, sendo que em muitas delas a participação dos membros na BFCNJ potenciou o reconhecimento e uso da ENF enquanto ferramenta de consulta/auscultação dos jovens nas suas associações de origem. Assim, as associações, têm agora em mãos, uma ferramenta que lhes permite construir uma sociedade mais democrática, e enquanto parte das suas comunidades, cumprirem a missão de organizar, defender e representar os jovens. Nas associações cuja base de trabalho já era norteada pelos princípios da ENF, estaparticipação tem contribuído para o desenvolvimento de competências nos membros e uma extensa partilha de boas práticas.
A BFCNJ funciona como um fermento de ideias que permite aos seus membros inovar conteúdos, métodos e estratégias, permitindolhes repensar perfis e posicionamentos face à ENF e reflectir acerca do seu papel enquanto formadores e facilitadores. Estas participações têm por isso um retorno muito valioso para as associações, na medida em que promove uma atitude mais consciente, sustentável e educativa da acção, o que inevitavelmente resulta em projectos juvenis mais qualificados e informados.
“A Bolsa antes da minha entrada já contribuía de uma forma muito efectiva para o meu desenvolvimento pessoal e mesmo profissional com a minha participação na formação de formadores de ENF em 2007, onde verdadeiramente fiquei fascinado com a ENF, e fez-me olhar de uma forma diferente para o mundo em geral e para a forma de trabalhar no associativismo em particular…“ Bruno Pereira (membro desde 2011)
O estabelecimento de novas parcerias e a reafirmação/reformulação de outras é um contributo que a participação na BFCNJ tem trazido às associações de origem, a nível local, nacional e internacional, com instituições públicas e privadas. Pela participação na Bolsa, os membros contactam com organizações cujo trabalho até então desconheciam, o que potencia a criação de sinergias. Por sua vez, a extensão de parcerias permite aos membros desenvolverem alguns projectos inspirados no trabalho desenvolvido na BFCNJ, acabando muitas vezes por alargar o espectro de actividades e âmbitos de trabalho das suas organizações de origem. Em alguns casos essa proactividade atinge também a rede de contactos das organizações de origem, multiplicando exponencialmente o impacto do trabalho na BFCNJ.
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As associações do CNJ (e não só), bem como a rede de parceiros destas podem ainda participar nos projectos da Bolsa e/ou requisitar os serviços dos formadores/facilitadores, dando credibilidade e conferindo qualidade às suas acções e projectos. O intercâmbio de práticas tem sido tão frutífero que algumas associações já estabeleceram ou estão a pensar estabelecer a sua própria bolsa de formadores, reconhecendo a relevância do desenvolvimento destas comunidades de práticas e o seu impacto na qualidade do trabalho promovido.
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Qual pensas ser o contributo da BFCNJ e do CNJ para a Educação Não Formal em Portugal? O CNJ e a sua Bolsa são fundamentais para o desenvolvimento e reconhecimento da ENF enquanto metodologia mas também enquanto processo educativo e político. O CNJ como plataforma representativa da juventude portuguesa tem espaço e recursos para trabalhar e promover o reconhecimento da ENF em Portugal (e além fronteiras). Em Portugal, é um órgão consultor sobre políticas de juventude, junto dos poderes de decisão em várias áreas, inclusive a da Educação-Formação, na qual se enquadra a ENF. O CNJ é um facilitador de entendimentos entre as designadas EducaçãoFormal e a ENF. O CNJ apoia tecnicamente as organizações de juventude, proporcionando-lhes todos os meios para uma melhor formação dos seus membros, seja organizando espaços de formação como a EDJ(entre outras actividades educativas) ou apoiando a participação da BFCNJ em momentos de formação das várias organizações. O CNJ é a estrutura que incentiva e apoia a disseminação da ENF, enquanto que a BFCNJ coloca em prática esta metodologia, experimentando-a, melhorando-a e logo, credibilizando-a. Desta forma, o CNJ, através da BFCNJ faz chegar a ENF às associações (e aos seus respectivos membros) ferramentas de participação/intervenção, capacitando jovens e formando multiplicadores, disseminando o uso da ENF com critérios de elevada qualidade. Acreditamos por isso que a Bolsa e o CNJ são, de momento, das estruturas com maior potencial para a agenda do reconhecimento da ENF em Portugal, quer a nível social, quer a nível político, devido às suas potencialidades enquanto ferramenta de trabalho participativa, mas também porque levam a ENF até aos decisores políticos e às instituições que a poderão identificar, disseminar e multiplicar como uma boa prática nos seus contextos. A nível internacional, através da cooperação com outras estruturas de juventude, o CNJ procura intercambiar boas práticas a nível da ENF criando sinergias que visem a validação da ENF enquanto metodologia, mas também o reconhecimento da qualidade da BFCNJ a nível internacional. A BFCNJ está directamente implicada neste processo, pelas colaborações que
“O Conselho Nacional da Juventude, ao defender de forma decidida a Bolsa de Formadores, reflecte a sua posição e atitude enquanto verdadeiro facilitador entre associações membro e representa de forma mais fidedigna os jovens a nível nacional.” Mariana Barbosa (membro desde 2011)
os seus membros estabelecem com essas estruturas, seja participando em intercâmbios, em formações de formadores nas mais diversas áreas e contextos ou incorporando outras bolsas de formadores a nível internacional, com o apoio do CNJ. Estas colaborações representam uma mais-valia para o enriquecimento da BFCNJ e do CNJ. O CNJ criou uma plataforma online onde estão compilados todos os relatórios de participação em actividades redigidos pelos membros da BFCNJ. Estes documentos tornam o trabalho dos membros mais reflexivo e promovem melhores índices de qualidade da ENF por nós praticada. O trabalho da BFCNJ tem por base uma cultura e metodologia que promovem a iniciativa, a excelência, o diálogo e a participação. Por esse motivo é visto como exemplo ou modelo por várias organizações, incentivando outros intervenientes a trabalhar com base na ENF. Quando se fala de ENF em Portugal, fala-se da BFCNJ e a nível internacional, a BFCNJ é considerada uma boa prática.
Reflexões para o Futuro Terminamos esta publicação com um contributo para reflexão futura acerca do sentido em que a nossa Bolsa pode evoluir de forma a cumprir melhor também a sua missão enquanto parte integrante do CNJ. O texto que se segue é a compilação dos resultados de uma sessão do 3.º Encontro Intermédio da BFCNJ que decorreu em Setembro de 2011. Para pensar o futuro, convém relembrar o passado. A Bolsa de Formadores do CNJ surge em 2006, num momento em que o Conselho Nacional de Juventude começa, de forma sistematizada, a desenvolver uma estratégia educativa. O posicionamento conceptual desta estratégia identificava a ENF como o elemento chave, trazendo para a discussão e para a prática do Conselho, o papel político da educação enquanto abordagem que permite despertar consciência crítica, promover a participação igual de todos os envolvidos no processo educativo (e na sociedade) e incentivar à transformação pessoal e social. A Bolsa sempre se quis como um espaço de aprendizagem, acessível e como um contexto seguro para experimentar algo novo. A Bolsa sempre quis nas inciativas em que tem estado envolvida, criar espaços de diálogo e garantir a participação real e democrática. A Bolsa nunca se quis um clube, sempre recebeu gente e organizações novas e sempre teve uma equipa competente em ENF, associativismo e com consciência política.
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“A Bolsa pode e deve ser também uma boa ferramenta para as organizações do CNJ actualizarem o seu conhecimento, ferramentas e prepararem o futuro.” Pedro Aparício (membro desde 2011)
Um dos pontos fortes em que a Bolsa se tem afirmado nos últimos anos parte das premissas enunciadas no parágrafo anterior: sabemos e conseguimos promover verdadeiros processos de participação e consulta dos jovens (como por exemplo: os Encontros Nacionais de Juventude, em 2007 com o Evento de Juventude da Presidência Portuguesa da UE, em 2008 com a Presidência da República “Os Jovens e a Política” ou a Semana Europeia da Juventude e em 2011 com o processo do Rumo ao Emprego Jovem). Outro elemento caracterizador da nossa Bolsa, e que de certo modo a distingue de tantas outras, é a dimensão da comunidade de práticas que embora seja estimulada há vários anos também admitimos que ainda temos um caminho a percorrer neste sentido. No entanto, não podemos negar que a lógica de realização de Encontros da Bolsa (anuais e intermédios com objectivos diferentes mas enquadrados na lógica do mandato) bem como a crescente preocupação com uma comunicação e sistematização de experiências constantes são pilares fundamentais da nossa comunidade de práticas. Além de nos fortalecer enquanto um grupo que partilha uma área de intervenção, conhecimento e até uma “escola” /cultura educativas comuns, estes elementos (nomeadamente o da sistematização) têm contribuído também para uma maior visibilidade do nosso trabalho a nível interno e externo do CNJ. Esta publicação da Bolsa é em grande parte fruto de todo este processo de construção colectiva de conhecimento e partilha de experiências.
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Quando reflectimos acerca da essência da nossa Bolsa e em especial acerca dos membros desta referida comunidade de práticas, fazemos questão de reafirmar o perfil até hoje de referência para integrar a equipa, nomeadamente no que se refere à questão da idade máxima (35 anos) pois acreditamos que a Bolsa é um espaço para crescer, de aprendizagem entre pares, de reconhecimento de um percurso enquanto promotores da ENF. Neste sentido, não são os melhores do mercado da formação que se pretende que façam parte desta Bolsa mas antes jovens já experientes ou não, mas todos com abertura, disponibilidade e potencial de desenvolvimento de competências na área da Juventude e ENF. No sentido da identificação de jovens com este perfil, continuamos a acreditar que as FF (em ENF e Educação para os Direitos Humanos) são um elemento chave. A Bolsa deve continuar a sua lógica de rotatividade, partindo do pressuposto que novos mandatos representam novos membros mas também permitem a continuação de outros mais antigos que garantem a continuação de uma “escola” (aberta a novas influências) e de uma memória colectiva. A Bolsa deve também continuar a ser aberta a toda a Juventude, incluindo jovens de organizações não membro do CNJ. A experiência provou o quanto pode ser interessante envolver outras entidades num espaço como a Bolsa, abrindo portas para novas parcerias e até para novos membros do CNJ.
“Obrigada a todos/as pelos fantásticos espaços de reflexão, conhecimento, de liberdade, de ética, de desconstrução e de construção conjunta..” Dídia Duarte (membro desde 2007)
O futuro da Bolsa pode passar por uma maior aposta não só na sistematização de experiências (como o caso da publicação) mas também na própria produção de conhecimento (como reedição/desenvolvimento de manuais/recursos pedagógicos, ferramentas de “self-assessment” pessoal e organizacional na área da ENF, etc.). A nível interno do CNJ, a Bolsa também poderá estar mais envolvida nos processos do CNJ não só ao nível de consultoria pedagógica do conceito, formato, objectivos e resultados esperados das iniciativas mas também enquanto público alvo da própria oferta do CNJ. É importante que o CNJ continue a apostar na formação e desenvolvimento de competências da sua equipa de formadores, nomeadamente através da sua participação em eventos, cursos, espaços internacionais pois o retorno e o aumento da qualidade do trabalho destes formadores serão garantidos. Neste sentido, a Bolsa tem de ser vista como mais do que um instrumento a que se recorre pontualmente quando há actividades mas tem de existir uma estratégia (que vai além da própria Bolsa) que permita explorar todo o seu potencial. A Bolsa deve continuar a ser um grupo de trabalho, pautada pelo seu profissionalismo e disponibilidade constantes. O que move esta equipa, mais do que qualquer compensação financeira, é a identificação com a abordagem educativa e a missão do CNJ, a qualidade dos processos que promove, a aprendizagem cooperativa que proporciona e os resultados e impactos que tem alcançado ao longo dos anos (quer a nível pessoal, das organizações a que pertencemos, quer a nível do CNJ e das instituições).
Há vários caminhos a explorar para dentro como já foram referidos bem como para fora, nomeadamente o trabalho com as associações académicas e os municípios (uma abrangência nacional mas também mais local da Bolsa), como o desenvolvimento da própria oferta formativa do CNJ às suas organizações membro e outras (partindo de um diagnóstico de necessidades). A Bolsa de Formadores do CNJ surgiu, entre outros motivos, como resultado da participação a nível Europeu em espaços como a Bolsa de Formadores do Fórum Europeu da Juventude e outros. É a este nível que somos reconhecidos, existe a necessidade de promover mais este reconhecimento em Portugal. A Bolsa foi e ainda continua a ser pioneira a nível nacional (tendo servido de inspiração à criação de outros grupos de educadores) mas também ao nível europeu por todas as características referidas acima mas também pela qualidade do seu trabalho e formadores, promoção da ENF e apoio à estrutura à qual pertence.
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Hiperligações úteis relacionadas com a área do Youth Work e Educação Não Formal Youth Work Site com vários conteúdos, ideias e informação em várias áreas do trabalho juvenil http://www.youthwork.com Campanha informativa para a criação de contactos entre trabalhadores juvenis e pequenas empresas http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=982 Revista britânica online sobre youthwork http://youthwork-magazine.co.uk/main/index.php Youth Work Ireland, entidade responsável a nível nacional pela regulamentação e gestão dos Centros Juvenis e de orientação para os youthworkers http://www.youthworkireland.ie/site/ SALTO, Support Advanced Learning and Training Opportunities - instrumentos e actividades úteis para a exploração de diferentes temas para trabalhadores na área da juventude http://www.salto-youth.net/tools/toolbox/
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Comunidade internacional de youth workers cristãos com partilha de atividades e informações sobre desenvolvimento de políticas relacionas com o youth work a nível internacional http://www.youthworkinternational.com/
Página dos EUA para o reconhecimento e recursos úteis ao desenvolvimento profissional dos youth workers http://www.youthworkcentral.org/ Portfolio do Conselho da Europa para Líderes e Trabalhadores Juvenis http://www.coe.int/t/dg4/youth/resources/portfolio/portfolio_ EN.asp Relatórios e sumários de apresentações no âmbito do workshop: "The history of youth work in Europe and its relevance for today's youth work policy", numa parceria entre Comissão Europeia e Conselho da Europa (Outubro de 2011) http://youth-partnership-eu.coe.int/youthpartnership/research/Workshops/HW3_workshop_agenda
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Educação Não Formal Cadernos sobre educação não formal da cooperativa Inducar http://www.inducar.pt/webpage/contents/pt/cad/sobreEducaca oNF.pdf
YouthPass, certificado do Programa Juventude em Acção http://www.youthpass.eu/en/youthpass/
Artigo de Luís Castanheira Pinto e Susana Pereira no âmbito de “Educação não formal para uma infância real”, da cooperativa Inducar https://www1.esec.pt/curso/ase/wpcontent/uploads/2010/04/luis-pinto-animacao.pdf
Publicações em diferentes áreas da ENF do Conselho da Europa http://www.coe.int/t/dg4/youth/Resources/Pu blications/Publications_en.asp
Artigo da organização “Acção para a Justiça e Paz” sob o título de “Educação não formal: buscando a qualidade através da avaliação participativa” http://www.ajpaz.org.pt/docs/publicacoes/7_Agitancos/agitar2 8ENFavalicaoparticipativa.pdf Capítulo dedicado à Educação não formal, do Manual de Planeamento de Educação em situações de emergência e reconstrução, editado pelo Instituto Internacional do Planeamento da Educação e pela UNESCO http://www.iiep.unesco.org/fileadmin/user_upload/Research_H ighlights_Emergencies/Chapter12.pdf Projeto dinamizado pelo Open Education Centre da Bulgária em cooperação com outros parceiros europeus, financiado pelo programa de Aprendizagem ao Longo da Vida e com edição de manuais de educação não formal e manuais para formadores e educadores em educação não formal http://www.nonformaleducation.org/ Página oficial da Comissão Europeia com informação sobre processo de validação da educação não formal e Quadro de referência de qualificações a nível europeu http://ec.europa.eu/education/lifelong-learningpolicy/doc52_en.htm
Apresentação do curso Trainers for Active Learning in Europe http://youth-partnership-eu.coe.int/youthpartnership/training/trainingoftrainers.html Weblog da Demokratie & Dialog com diversos artigos relacionados com educação e aprendizagem http://www.nonformality.org/ United for Innovation and Quality in Education (rede europeia de organizações e peritos na area da Educação) http://www.unique-network.org Revised Policy paper on Non Formal Education: a framework for indicating and assuring quality – Fórum Europeu da Juventude http://www.youthforum.org/images/stories/D ocuments/Education/029011_Policy_Paper_NFE_QA_FINAL.pdf