Romero Dominguez
Cobaia
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Itajaí, maio/junho de 2014 Edição 129 Distribuição gratuita
Conexão Mercado
Acadêmicos recebem profissionais na 4ª edição do evento Olhares Múltiplos. Neste número, cobertura especial Internet
Saúde
Bastidores
O resto do iceberg
Doença renal crônica
Quem fez o quê
Esclarecimento de dúvidas sobre o conteúdo e funcionamento da misteriosa Deep Web
Conheça o tratamento para este problema que pode causar a perda da função dos rins
Saiba como funcionou a organização do megaevento do Ceciesa - CTL Marlús Danilo
Banco de Imagens
Banco de Imagens
Comunidade
04 e 05
06 a 07
Ação de estudantes junto à Casa de Passagem do Migrante, em BC, faz sucesso
08 e 09 03
Editorial
Encontro
Além das quatro linhas
Tecendo Histórias Da redação
Jane Cardozo da Silveira* Junho costuma ser um mês um tanto atribulado no ambiente universitário: é quando nos encaminhamos para o fim do semestre letivo, organizamos as ‘famosas’ bancas de avaliação dos Trabalhos de Conclusão de Curso, fechamos médias e diários de classe, enfim, procedemos às atividades características da docência. Ao passo que o mês de maio, embora agitado como convém à vida acadêmica, em geral é menos intenso. Mas não neste semestre. O leitor já deve ter percebido pela manchete desta edição que, em 2014, o megaevento do Centro a que os cursos de Comunicação estão ligados - o Olhares Múltiplos - realizou-se em maio e não no segundo semestre, como em anos anteriores. Assim, em maio experimentamos um ritmo alucinante, tanto por conta da programação, quanto em função das atividades de organização e cobertura do “Olhares”. O resultado desse trabalho o leitor confere a partir da página 08. Mesmo nesse torvelinho,
ainda conseguimos manter firme o grupo de acadêmicos voluntários que todo mês nos ajuda a emplacar mais uma edição do Cobaia. Eles produziram as outras duas pautas que compõem este número: uma, sobre a assustadora deep web; outra, sobre a terrível doença renal crônica -
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Nesses tempos
de bola rolando nos gramados nacionais, é bom contar com goleadores também em outras áreas além da que fica entre as quatro linhas.
esta muito mais devastadora que aquela. Outros assuntos da edição merecem destaque: o Proler e o feito da acadêmica Francielle Mianes, que emplacou reportagem no programa “Altas Horas”, da Rede Globo. Francielle produziu matéria em vídeo com o apoio da TV Univali e a orientação da professora Laura Seligman - trabalho admirável de um belo time! Igualmente digno de louvor é o estímulo à leitura protagonizado pelos participantes do Proler, movimento nacional do qual a Univali faz parte desde 2011 e que, anualmente, realiza nas dependências do campus Itajaí um encontro de craques quando o assunto é literatura, produção de textos e leitura do mundo. Nesses tempos de bola rolando nos gramados nacionais, é bom contar com goleadores também em outras áreas além da que fica entre as quatro linhas. E por falar nelas, esperamos que as linhas impressas aqui lhe proporcionem uma boa leitura. Jane Cardozo da Silveira *Editora - Reg. Prof. SC 00187/JP
Fica esperto!
Espaço do Leitor
Jornalismo Univali é global
Tem algum assunto que você gostaria de ler nas próximas edições? Conte-nos! E-mail: cobaia@univali.br
A reportagem da estudante Francielle Mianes, sobre cães-guia, foi uma das selecionadas para ser apresentada no programa Altas Horas, da Rede Globo, que foi ao ar no dia 31 de maio. A matéria foi veiculada no quadro “Repórter Altas Horas”, que abre espaço para estudantes de jornalismo e de rádio e TV de todas as universidades do país apresentarem matérias em vídeo. A matéria fala sobre o treinamento e socialização de cães-guia na única escola do país credenciada pela Federação Internacional de Cães-guia, a Helen Keller, de Balneário Camboriú. Para o coordenador do curso, professor Carlos Praxedes, esta foi uma grande oportunidade. “Obviamente o alcance da Globo é gigantesco e ninguém pode negar isso. A matéria foi produzida pela nossa acadêmica, com os nossos recursos e, para nós, isso é motivo de muita satisfação”. Francielle está no 5˚ período de jornalismo e para concluir este projeto recebeu orientação da professora do curso, Laura Seligman e apoio da TV UNIVALI. Para assistir ao vídeo acesse: http://migre.me/k2sWS
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Saber ler e ter a prática da leitura são ações totalmente diferentes. Enquanto a primeira depende de um aprendizado normalmente oferecido por redes de ensino formal, a segunda tem a ver com os ambientes informais em que convivemos diariamente e que podem estimular ou não a relação com os livros. Ciente disso, a Univali participa de um movimento nacional que trabalha pela formação de leitores: o Proler. Em maio, realizou-se na Universidade o 3º Encontro Regional do Proler: Tecendo Histórias. O evento, criado para atrair e estimular novos leitores e para incentivar a formação de mediadores de leitura, ofereceu palestras e oficinas, e ainda, uma programação exclusiva para crianças, o Prolerzinho. O encontro marcou o terceiro ano de existências do Comitê Regional do Proler na Universidade. Esse Programa Nacional é um projeto de valorização social da leitura e da escrita vinculado à Fundação Biblioteca Nacional e ao MINC (Ministério da Cultura). Em Itajaí, o Proler está vinculado à Univali desde 2011. Na programação deste ano teve palestra com Flávio Stein, escritor, músico e diretor teatral, que abordou a “Mediação de Leitura: um exercício contínuo”. Outra atração foi a dupla Alexandre Huady Torres Guimarães e Valeria Bussola Martins, professores da Universidade Mackenzie, que trataram do tema “Lendo o Mundo: A Construção de Sentidos”. Para o “Prolerzinho - Folia dos Livros” foram preparadas contações de histórias, oficinas de fotografia e de percussão, mostra de cinema infantil, exposição do artista Portinari e sobre a nova ortografia, mostra de banners e fotos das ações desenvolvidas pelo Proler e pelo Núcleo das Licenciaturas nas escolas, e ainda, uma biblioteca ambulante com obras infantis e adultas. As atividades do Prolerzinho contam com a parceria do SESC, do grupo Contarte e da Biblioteca Municipal de Itajaí. Professores, mediadores de leitura, bibliotecários, agentes de bibliotecas que atuam nas redes de ensino da região participaram de oficinas gratuitas sobre leituras plurais, nas suas mais diversas formas de linguagens, como literatura em libras, texto dramático, recursos lúdicos, e contação de histórias orais e digitais. As atividades foram distribuídas pelos campi Itajaí, Piçarras, Tijucas e Biguaçu, na Biblioteca Municipal de Itajaí e na Escola de Educação Básica Presidente João Goulart, em Balneário Camboriú.
Expediente JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI IN - Agência Integrada de Comunicação Itajaí, novembro e dezembro de 2013. Distribuição gratuita EDIÇÃO Jane Cardozo da Silveira Reg. Prof. SC 00187/JP PROJETO GRÁFICO Raquel Cruz DIAGRAMAÇÃO Estagiária Bárbara Porto Marcelino TIRAGEM 2 mil exemplares DISTRIBUIÇÃO Nacional
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Casa de Passagem de BC precisa de doações Cobertores e roupas são bem vindos; alimentos vieram em forma de ação social feita por estudantes Gerusa Florencio
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e Propaganda da Univali para a disciplina Projeto Intercursos, ministrada pelo professor Cleiton Marcos de Oliveira. O objetivo era distribuir alimentos e bebidas para os abrigados nos Centros Terapêuticos Viver Livre, Lar Bethesda e Casa de Passagem do Migrante. O Departamento de Resgate Social da Secretaria auxiliou
nos trabalhos. Em um primeiro momento, os acadêmicos obtiveram doações para fazer cachorro quente, sanduíches e sucos. A ação adotou o slogan “Ajudando quem pouco tem”. O acadêmico Lucas Buzzi, um dos idealizadores do projeto, explica como a iniciativa foi importante: “Proporcionar algo diferente a essas pessoas nos
deixou muito felizes e satisfeitos”. O Resgate Social auxiliou a ação dando suporte e orientando sobre a distribuição dos alimentos. O diretor Paulo Roberto de Souza agradeceu a participação dos estudantes e pediu à comunidade que colabore, encaminhando as pessoas vulneráveis aos abrigos. Especialmente em períodos de frio
PARA DOAÇÕES A Casa de Passagem fica localizada na BR-101, Km 129,5, sentido Norte, bairro do Ranchinho. O telefone é (47) 3361-7813. Fotos: Paulo Roberto de Souza
Casa de Passagem do Migrante, que funciona como albergue para pessoas em situação de vulnerabilidade nas ruas, necessita de doações de cobertores e também de roupas masculinas, pois a maioria dos abrigados pelo Resgate Social são homens. O diretor de Resgate Social, da Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social de Balneário Camboriú, Paulo Roberto de Souza, explica que a doação de roupas é algo permitido, ao contrário do que acontece com os alimentos. “A política do Resgate Social não permite que sejam doados lanches nas ruas [diretamente] para as pessoas em situação de vulnerabilidade.” Cientes dessa proibição, acadêmicos da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), com o apoio da Rádio Menina FM, buscaram um jeito de oferecer alimentação sem descumprir a lei. A ação, chamada Dogão do Bem, foi uma iniciativa de quatro acadêmicos do 5° período do curso de Publicidade
Estudantes se mobilizaram para colaborar com três albergues
E nesse trabalho tiveram o apoio da equipe do Resgate Social
Laborterapia: ocupação que reintegra Balneário Camboriú procura manter albergados em atividade até definir para onde serão encaminhados Gerusa Florencio
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A Laborterapia é um tratamento de enfermidades nervosas e mentais por meio do trabalho. Funciona como uma terapia funcional, em que a pessoa se ocupa com trabalhos, atividades e tarefas que promovem a autonomia de indivíduos com dificuldade de integrar-se à vida social em razão de problemas físicos, mentais ou emocionais. É muito usada em estabelecimentos penais, abrigos e clínicas de reabilitação. O profissional de Laborterapia elabora planos de reabilitação e adaptação social, buscando desenvolver no paciente autoconfiança e orientando-o quanto a seus direitos de cidadão.
Sobre a Casa de Passagem A estrutura funciona como um albergue, durante 24 horas por dia, para atender as pessoas que são levadas pelo Resgate Social porque se encontravam em situação de vulnerabilidade nas ruas do município. O prédio conta com 17 leitos masculinos e 13 femininos, mas apenas 5% dos femininos são utilizados. Na casa estão disponíveis televisão e biblioteca. Lá, os abrigados recebem orientação quanto à higiene, ganham roupa e alimentação adequadas e podem fazer repouso. Eles colaboram com a limpeza e organização da casa e realizam atividades laborais como o cultivo de horta, criação de aves e peixes. O período de permanência na casa pode ser de até 48 horas, em seguida, o abrigado recebe o encaminhamento: pode ser para o município de origem, mercado de trabalho, clínicas terapêuticas, dentre outros.
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suas vidas”, declara. Além disso, o diretor comenta que a equipe é unida para realizar este trabalho com os abrigados. “Nos alegra poder contar com uma equipe que veste a camisa e gosta do que faz”, finaliza.
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equipe do Departamento de Resgate Social, da Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social e os funcionários da Casa de Passagem do Migrante realizam laborterapia com os abrigados que aguardam encaminhamento. O objetivo da terapia é de que os migrantes ocupem a mente por meio das atividades oferecidas na casa, evitando o ócio e ampliando os horizontes até que se defina o encaminhamento adequado. Os migrantes não são obrigados a participar; os funcionários da casa os convidam e quem deseja fazer a laborterapia participa das atividades. Entre elas, a plantação de uma horta: alface, couve, salsinha, cebolinha, quiabo e berinjela foram alguns dos vegetais escolhidos para o plantio. Tudo será aproveitado depois para a alimentação dos abrigados. O diretor do Departamento de Resgate Social, Paulo Roberto de Souza, enfatiza a importância de se oferecer atividades como esta para eles. “Trabalhos de terapia são importantes para que os migrantes ocupem o corpo e a mente, esqueçam os problemas e também auxilia para que encontrem uma nova perspectiva para as
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Internet
Além do Oráculo “O que não está no Google não existe”? Depois de conhecer a Deep Web você vai mudar de opinião Letícia Dias da Costa e Pricilla Tiane Vargas
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ocê precisa de uma arma para se defender? Ou quem sabe deseja encomendar um assassinato? Ou pra se distrair, assistir a uns filmes de pornografia infantil ou comprar um animal exótico? Pois é, com a Deep Web, tudo isso é possível. Os relatórios do Global Financial Integrity, com sede em Washington, apontam que os crimes ambientais estão em alta na Deep Web. Em 2011, estimava-se que o comércio ilegal de animais silvestres tenha girado em torno de 5 bilhões de libras, o equivalente a 16,2 bilhões de reais. Nos crimes ambientais, para evitar a identificação, utiliza-se códigos para nomear os animais. Além disso, os animais são descritos como criados em cativeiro, mesmo capturados na natureza. Os compradores e vendedores não podem ser identificados já que fazem uso de códigos para não serem descobertos. “Eles utilizam ferramentas específicas de criptografia para fazerem parte de uma rede anônima dentro da rede pública, a internet”, explica Fabrício Bortoluzzi, Mestre em Ciências da Computação.
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Em páginas como essa você pode encontrar drogas ilícitas. Maconha, cocaína, crack e outras
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Existem três pilares que permitem o anonimato na internet. Um deles é técnico: pode-se manter uma rede privada e anônima dentro de uma rede pública, a internet. Sendo assim, mesmo que alguém investigue ou monitore o conteúdo, o responsável não pode ser rastreado. Baixando o navegador Tor Browser, o usuário pode navegar anonimamente pela internet. O aplicativo funciona a partir de um grande conjunto de servidores, mantido por usuários para garantir a privacidade e eliminar a censura dos conteúdos. A ferramenta transmite toda informação utilizando um servidor intermediário, através de conexões seguras, o que faz com que a velocidade da conexão se torne lenta, diminuindo o desempenho do acesso. Além de permitir o acesso à internet de forma anônima, esse navegador tem como caracter-
Onion é um pseudo-domínio-superior utilizado para sites ou serviços que se encaixam na rede The Onion Router, conhecida como TOR. Ele deve ser preferencialmente acessado da rede TOR, porém, é possível acessá-lo de qualquer navegador sem que as informações do usuário sejam criptografadas. Além de permitir o acesso à internet de forma anônima, outra característica desse navegador é a terminação de domínio utilizada para todos os endereços: “onion”. O termo do inglês traduzido literalmente significa cebola.
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ística a terminação de domínio “.onion” utilizada para todos os endereços. O termo do inglês traduzido literalmente significa cebola. Apesar de ser o navegador mais utilizado, o Tor Browser é apenas uma das redes que compõem a Deep Net. Além dela, existem outras, como a Freenet, I2P e GNUnet. Outro aspecto importante é o que diz respeito à comercialização: é que na internet comum as vendas geram transações através de bancos, então os envolvidos podem ser rastreados por sua conta, inclusive no caso do comércio ilegal. Já na Deep Web existem moedas de comércio eletrônico, as chamadas bitcoin, e a compra e a venda não ficam atreladas às pessoas envolvidas, não existindo o registro ou reconhecimento de identidade. O fato de existir uma rede abaixo da rede demonstra que
O bitcoin é uma moeda baseada nos princípios de rede “ponto-a-ponto” (P2P). O nome “bit” vem de “BitTorrent”, uma tecnologia empregada na transferência direta de arquivos entre internautas. O bitcoin quer descentralizar a moeda, desvinculando-a de qualquer governo ou instituição de controle. A moeda ganhou notoriedade em 2011, quando foi usada no comércio ilegal de drogas.
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existe um submundo no qual habitam pessoas desconhecidas que podem realizar tarefas ilegais de forma anônima. O acesso à Deep Web não é recomendado em nenhum aspecto. Mas a curiosidade leva muitas pessoas, como Guilherme Marques Cardoso, 27, a se aventurar. A proposta do anonimato é o que mais chama a atenção na rede. “A liberdade só é possível através do anonimato. Além disso, há assuntos censurados dentro de grandes áreas, como política e religião”, afirma o gestor financeiro. É importante destacar que Guilherme possui experiência com segurança de redes de computadores. Mesmo após seis anos de acesso à Deep Web, ele toma cuidados específicos até hoje, utilizando sempre um sistema operacional que reforce itens de segurança como firewall e antivírus, e possibi-lite a navegação nas diferentes camadas da internet. Os conteúdos encontrados nesta rede podem chocar os visitantes, e o risco de se infectar por um vírus e ter o seu IP rastreado é muito maior do que na web comum. “O conteúdo dela costuma assustar muito no primeiro acesso, pelo menos para mim, que não estava acostumado a ver esse tipo de página na internet”, explica Anderson Vulczak, de 19 anos. O acadêmico do 6º período de Ciências da Computação diz que acessou a Deep Web para saber se era verdade tudo o que lia sobre a rede em diversos lugares na internet. Explica que, mesmo sendo especialista no assunto, tendo instalado o navegador Tor e possuir um bom antivírus, a Deep Web faz você correr grandes riscos. “Quando acessei, apenas me certifiquei de que o firewall do meu Sistema Operacional estava ativo, e não executei nenhum software, nem fiz downloads por lá, pois as fontes não são confiáveis. Mas o recomendável é ter o antivírus e o Sistema Operacional (Windows, Linux, OS X) atualizados, e o firewall ativo”. Quem também ficou impressionado com o que viu na Deep Web foi Hendrig Wernner Maus Santana Gonçalves, de 22 anos, acadêmico do 10º período de Ciências da Computação: “Existem vários sites onde é possível contratar mercenários, comprar armas, vender ou comprar pessoas, entre outras coisas.” A Deep Web é o maior problema de crime civil na internet, na visão de Fabrício Bortoluzzi. A falta de segurança na rede é um dos obstáculos enItajaí, maio/junho de 2014
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Existem vários
sites onde é
possível contratar mercenários,
comprar armas,
vender ou comprar pessoas, entre outras coisas
O conhecimento técnico é necessário para navegar na Deep Web Raquel da Cruz
alizado o ataque ao domínio e da importância do site, não é viável ir atrás do hacker. Se para a internet comum já é preciso tomar alguns cuidados, no caso da Deep Web a segurança tem que ser redobrada. Possuir algum conhecimento técnico é fundamental ao fazer downloads e instalar programas em seu computador. Você deve ter maturidade para compreender quem fala o quê dentro desse espaço virtual e assim filtrar um pouco da infinidade de material disponível. Afinal, muitas coisas boas podem ser encontradas na Deep Web, como matérias de estudo e espaço para falar sobre assuntos como teorias da conspiração e ativismo político, sem sofrer nenhum tipo de censura. Em 1995 o primeiro ano de uso disseminado da world wide
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contrados para quem trabalha na área da computação. Além de criar o seu site com uma boa programação, o domínio deve estar hospedado em um bom servidor. Rodrigo Vargas, 27, programador, teve um dos seus sites atacados, e descobriu que a falha estava no servidor onde ele hospedava o site, pois na época não foi apenas o seu domínio que passou pelo problema, outros sites que usavam o mesmo IP do servidor foram afetados. “Hospedei meus sites em um servidor melhor e consegui resolver o problema.” Ao contrário da Deep Web, que garante o anonimato total, a rede pública de internet não assegura que você não seja identificado. No caso de Rodrigo, seria possível identificar o autor do crime, mas dependendo da forma como foi re-
Postagens na Deep Web são feitas por quem não quer se identificar
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Na rede pública de internet não há garantia de anonimato
web (www), havia cerca de 16 milhões de usuários de redes de comunicação por computador no mundo. Nos dias atuais, somente no Brasil são contabilizados 80,9 milhões de usuários de internet, segundo uma pesquisa realizada em 2013 pelo Centro de Estudo sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br). Hoje com o maior acesso das pessoas à rede, o uso indiscriminado da internet está em alta, e no que diz respeito à Deep Web não é diferente. Mas as discussões em torno deste assunto surgiram há muito tempo.
Um pouco de história
Uma das comparações mais comuns é de que a internet que conhecemos é só a ponta do iceberg
Itajaí, maio/junho de 2014
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Apesar de as discussões sobre a Deep Web serem atuais, alguns estudiosos usavam o termo para descrever sites anônimos Em 1994, o escritor de livros de informática, Jill Ells-
worth, usou o termo “Web invisível” para se referir ao hiperlink “http://www.newworldencyclopedia.org/entry/Website” \o “Site” - sites que não são registrados e não podem ser encontrados em nenhum provedor de busca. Outro uso precoce do termo foi feito pelo diretor de Desenvolvimento de Produto do Personal Software Library (PLS) e pelo fundador da empresa, Matthew Koll, ao descrever o arroba (@) como uma ferramenta da web profunda. Assim, o termo foi usado oficialmente em um comunicado à imprensa em dezembro de 1996. Estudo realizado em 2003 pelo economista-chefe atual do Google, Hal Varian, e pela Universidade da Califórnia Berkeley, descobriu que havia cerca de 91 mil terabytes de informação na web profunda, e apenas 167 na web comum.
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Saúde
Doença renal crônica e a luta pelo transplante Saiba os principais fatores que afetam negativamente os rins e como se prevenir de um mal silencioso Maria Carolina Cândido
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Arquivo Fundação Pró-rim
uidar da alimentação é muito importante para termos boa saúde, mas devemos fazer exames com freqüência para evitar que alguma doença se agrave. Já pensou em doar algum órgão como o seu rim, por exemplo? Por que não pensar em preservar a sua vida e ajudar quem precisa? Você pode não saber, mas um único doador pode beneficiar até 21 pessoas. Para ser um doador, basta conversar com a família, pois quando alguém morre a vontade da família é que prevalece, a família deve estar consciente para respeitar esta vontade. De acordo com a
São vários
os cuidados,
basta não se
automedicar, ingerir bastante água,
tratar as doenças Pacientes submetidos à hemodiálise chegam a ficar mais de quatro horas na máquina que filtra o sangue e faz o papel dos rins
e hipertensão e
através de um exame de sangue simples, em que é analisada a dosagem da creatinina, um produto do metabolismo muscular eliminado pelos rins, ou seja, se ela aumentar significa que os rins não estão funcionando bem. O tratamento depende do momento do diagnóstico: quando a doença é descoberta no início, o paciente pode se tratar com dieta e medicamentos que evitam com que a doença se agrave. Caso não seja feito um diagnóstico precoce, as alternativas são hemodiálise ou transplante renal. A hemodiálise é um processo em que o sangue do paciente é filtrado através de uma máquina que faz a função do rim, eliminando as impurezas. O paciente realiza sessões com quatro horas de duração de três a quatro vezes por semana. A hemodiálise é indicada quando o funcionamento renal está abaixo de 10%. Para evitá-la, “São vários os cuidados, basta não se automedicar, ingerir bastante água, tratar doenças como diabetes e hipertensão, e evitar adicionar sal às refeições,
evitar adicionar sal durante as refeições, de preferência
evitar alimentos industrializados médica nefrologista Ceres Felsky, a doação em vida só pode ser feita para familiares. Para quem doa, a recuperação é de uma cirurgia de médio porte com repouso por poucos dias. A especialista ressalta que os principais causadores da insuficiência renal são diabetes, hipertensão arterial, infecção, e também os fatores genéticos. Os sintomas iniciais são: fraqueza, mal estar, náusea, falta de apetite e sonolência. Caso o paciente não realize o diagnóstico em tempo, pode chegar ao coma ou até à morte. O diagnóstico é feito
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como diabetes
A nefrologista Céres Felsky lançou livro para conscientizar os pacientes em relação à doença Cobaia
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e da minha neta, agora minha família tem que fazer tudo por mim. Estou acostumada a ficar aqui no hospital, mas levo minha vida normal, adoro contar piadas e cantar um Karaokê”, comenta Marli.
Uma viagem diferente A médica nefrologista Céres Felsky é autora do Livro “Eduardo Uma Viagem Diferente”, que conta a história de um menino cujos planos de vida foram alterados pelo diagnóstico de uma doença renal. O livro descreve as várias fases do tratamento, as alterações da dieta em cada fase, tudo isso em uma linguagem simples que leva os leitores, boa parte, pacientes, a tirarem dúvidas. Céres conta que a paixão pela escrita surgiu desde os 13 anos, a partir de um interesse especial pela poesia. “Penso que quando acaba a nossa hora de aprender é hora de ensinar, passei muito tempo da minha vida estudando e escrevendo, agora só quero divulgar o meu trabalho”, revela a médica, que espera ajudar muita gente dentro e fora do consultório.
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Equipe médica a postos em uma operação delicada: o transplante de órgãos exige muito dos profissionais e do paciente
Itajaí, maio/junho de 2014
O transplante
renal não significa exatamente uma cura, mas é uma alternativa de
tratamento que
proporciona melhor qualidade de vida
os exames. Até que surgiram os primeiros sintomas de mal estar e câimbra nas pernas e foi diagnosticado com a doença renal crônica. Tinha pânico de fazer hemodiálise, mas como viu que não tinha saída, aceitou fazer o tratamento. Vanderlei submeteu-se à hemodiálise durante seis meses, mas desde o primeiro mês já fazia todos os exames possíveis para se livrar das sessões. Levou dois meses na fila do transplante. Sobre a ansiedade de receber o órgão comenta: “Infelizmente, quando o telefone toca e você recebe a notícia de que será transplantado não é aquela sensação feliz como deveria ser, eu tinha muito medo de dar algo errado. Eu procurava conversar com pessoas já transplantadas para tirar dúvidas e quis sair o quanto antes da hemodiálise”.
Histórias como a de Vanderlei se multiplicam, é o caso de Zenilda Regina Pedro, 42, mais conhecida como Dona Nadir, que enfrentou a doença há 11 anos, quando os sintomas se iniciaram com uma infecção urinária. Passou pelas sessões de hemodiálise durante cinco anos, engravidou na época, mas não teve problemas durante a gravidez. Após ganhar o bebê, ela continuou o tratamento e ficou oito meses na fila para receber o órgão. Seis anos após o transplante, Dona Nadir trabalha em casa como consultora de produtos de beleza, ela comenta que no início sentia náuseas, pois seu corpo ainda não estava acostumado com um outro órgão dentro dela. Atualmente leva uma vida normal, a única coisa que precisa fazer é cuidar da alimentação e tomar os remédios no tempo certo. Já Marli da Silva, 53, faz hemodiálise há quatro anos e há seis meses teve seus pés amputados devido à má circulação no sangue. Ela tem problemas com pressão alta e é fumante (o que prejudica os rins), seus primeiros sintomas foram enjôo e manchas roxas na pele. No caso de Marli, a solução seria entrar num programa de tabagismo para tentar parar de fumar, e depois ir em busca do transplante. Marli conta que as sessões da hemodiálise a deixam ainda mais nervosa por permanecer quatro horas parada e isso aumenta o desejo de fumar. “Só o que me deixa triste é depender das pessoas, antes eu cuidava da minha filha Cobaia
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de preferência evitar alimentos industrializados”, explica a nefrologista. Outra recomendação é evitar bebidas alcoólicas, líquidos são muito importantes quando o paciente ainda não está com o problema avançado ou já é transplantado. “O transplante renal não significa exatamente uma cura, mas é uma alternativa de tratamento que proporciona melhor qualidade de vida. A expectativa de vida do paciente é maior nesse caso, mas não há problemas de o paciente optar por continuar a fazer a hemodiálise”, ressalta Ceres. Após o transplante o paciente tem que tomar remédios de uso contínuo, para que não corra o risco de perder o órgão transplantado e voltar a fazer a diálise. Além disso, também deve manter os cuidados com a alimentação e com a pele exposta ao sol. A psicóloga Terezinha Cordeiro relata que a doença pode acarretar dificuldades na área profissional, social, familiar e sexual, dependendo da estrutura emocional do paciente, e a família é suporte fundamental nessa situação. O atendimento psicológico é feito de acordo com o protocolo e sempre que houver solicitação, da equipe, família ou do próprio paciente. A vida de quem recebe um órgão se transforma em motivo de superação, é o caso de Vanderlei Joaquim Cândido, 42, que foi transplantado há três anos. Ele conta que no início não aceitava a situação, mesmo tendo outros na família que passaram pelo mesmo problema, se recusava a fazer
Marli da Silva há quatro anos enfrenta a hemodiálise
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Bastidores de Olha “
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Este foi meu segundo ano como uma das organizadoras do Olhares Múltiplos. Por ser um evento de grande porte, que envolve três cidades, é um desafio o relacionamento com tantas pessoas. É uma semana exaustiva, com muitos problemas a serem contornados, mas uma experiência muito interessante. No Olhares, os voluntários têm a oportunidade de se aproximar de pessoas de outros cursos, fazer contatos profissionais e ter a noção das dificuldades e benefícios do trabalho em grupo“. Rafaela Defreyn Aluna de Relações Públicas Estagiária da Agência Integrada de Comunicação, participou da comissão organizadora do evento
Bárbara Porto
Bárbara Porto
Este foi o segundo ano em que trabalhei no Evento Olhares Múltiplos e pude ajudar de alguma forma os alunos envolvidos tanto na criação da campanha quanto os que estavam atuando na secretaria e no credenciamento. É muito bacana ver o empenho dos acadêmicos para ajudar a realizar o evento. Eles são peças fundamentais para que o Olhares seja um sucesso. Pois é uma oportunidade de mesclarem a teoria que aprendem nas salas de aula com a prática adquirida em cada nova campanha ou na organização de novos eventos”. Márlus Danilo Funcionário da Agência Integrada de Comunicação, participou do desenvolvimento da campanha de divulgação do Olhares Múltiplos 2014 e da comissão organizadora do evento
Artur Rangel
Marlús Danilo
A experiência de trabalhar na comissão de divulgação e relacionamento com a imprensa do Olhares Múltiplos 2014 foi igual à de grandes eventos – muita adrenalina, muita correria e muita corrida contra o relógio. A experiência foi válida principalmente pela oportunidade de aproximação e convívio com os profissionais da imprensa das regiões onde estão instalados os campi – muitos deles, egressos - que não pouparam esforços em apoiar e prestigiar a iniciativa. E como a edição anterior, esta trouxe novo aprendizado!” Lígia Najdzion Professora da Univali nos cursos de: Administração, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas, participou da comissão de divulgação do evento
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Itajaí, maio/junho de 2014
Guilherme Henrique
ares Múltiplos 2014 “
Experiência, visão de mercado e trabalho em equipe foi o essencial para que o evento fosse realizado na minha opinião. Participar e poder contribuir na comissão organizadora 2014 trouxe ensinamentos para minha carreira profissional. No mercado de Relações Públicas, a área de produção e realização de eventos é promissora e está cada vez mais aquecida”. Guilherme Henrique Aluno de Relações Públicas, estagiário da Agência Integrada de Comunicação, participou da comissão organizadora do evento
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Mesmo sendo a segunda edição em que participo, parece que as dúvidas e tensões continuam as mesmas. O Olhares Múltiplos é preparado durante meses por uma equipe formada por coordenadores, professores e alunos. Um trabalho que exige boa vontade e extremo envolvimento. Para mim, a experiência de participar tão de perto deste acontecimento foi um ganho que me tornou mais madura e preparada para o mercado de trabalho. Assim como me fez valorizar ainda mais o trabalho coletivo e os esforços de meus colegas”. Bárbara Porto Marcelino Aluna de Jornalismo, estagiária do Jornal Laboratório Cobaia, participou da comissão organizadora e de divulgação do evento
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Murilo Nascimento
Rafaela Defreyn
Romero Dominguez
O evento só se realizou a partir da contribuição de cada envolvido. Por meio do trabalho na organização do Olhares Múltiplos, foi possível aprender como funciona um evento e quais as dificuldades em organizá-lo. Quem está de fora só consegue ver como ele acontece no dia, mas quem está por dentro da organização, consegue perceber todas as etapas, desde o planejamento à execução, identificando todos os prós e contras. Com certeza participar da organização me acrescentou como profissional e me preparou melhor para o mercado de trabalho”. Yasmin Danielle de Oliveira Aluna de Relações Públicas, estagiária da Agência Integrada de Comunicação , participou da comissão organizadora do evento
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Thaynara Souza
Thaynara Souza
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Os desafios de empreender no meio jornalístico Naíza Comel e Gustavo Zonta compartilham durante Olhares Múltiplos a corajosa experiência de criar e manter um meio impresso em Camboriú Bárbara Porto
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A gente faz
com tanto amor o
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trabalho. Às vezes é difícil lidar com as críticas, mas uma boa dose
de insegurança é fundamental no jornalismo,
para checar as informações e não errar no texto
Thaynara Souza
Thaynara Souza
É uma escolha de vida. É trabalho excessivo, mas é bom, se não fosse, não estaríamos há cinco anos no mercado”. Estas foram as palavras firmes ditas por Naíza Comel, uma das donas e fundadoras do jornal Linha Popular, que deu palestra sobre empreendedorismo no jornalismo impresso, junto com Gustavo Zonta, também dono do Jornal. Empreender é criar, inovar, tornar real uma ideia e o Linha Popular, ou LP, como é conhecido, foi a grande criação de três jornalistas que, recém formados, decidiram encarar o desafio de dirigir um jornal impresso. Fernando Assanti, Naíza Comel e Gustavo Zonta, ex-alunos do curso de jornalismo da Univali, são os idealizadores deste projeto que saiu do papel, deu certo e conquistou o reconhecimento da comunidade camboriuense. Por isso, o Linha Popular foi o objeto de análise utilizado pelos palestrantes para debater sobre as diversas funções dentro de um jornal e quais as ações que eles fizeram para tornar o veículo singular, alcançando credibilidade. Há cinco anos, o LP era produzido na casa de um dos três jovens, com conteúdo produzido pelo trio. Às quintas-feiras, o jornal era enviado para a gráfica; quando chegava, na sexta de madrugada, eles mesmo distribuíam os exemplares. Com os anos, o público foi “pegando gosto” em ler o LP. Quando os leitores encontram com alguém da redação, sugerem pautas, reclamam dos problemas públicos e, claro, querem saber o que podem esperar para a próxima edição do jornal, que tem como principal característica “ouvir” a comunidade. Como um pai fala de seu filho, eles falaram de seu “pequeno” que, agora, cresceu e alcançou o status de jornal de Camboriú. “A gente faz com tanto amor o trabalho. Às vezes é difícil lidar com as críticas, mas uma boa dose de insegurança é fundamental no jornalismo, para checar as informações e não errar no texto. Isto é importante”, alerta Naíza. Estar no caminho certo e se manter firme no propósito de informar com ética e responsabilidade seus leitores - essa é a meta que visam diariamente. E a recompensa? A melhor. Cinco anos de atuação em uma região que aprendeu a valorizar e reconhecer o trabalho dessa equipe.
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Cobaia
Itajaí, maio/junho de 2014
RP ensina técnicas de sucesso para conduzir eventos sociais Egressa do Curso de Relações Públicas fez palestra sobre direção de cerimonial Bárbara Porto
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Murilo Nascimento
erimonialista e dona da empresa “Spetáculos Eventos”, Mayara Mendonça, formada pelo Curso de Relações Públicas da Univali, participou como palestrante nesta 4ª edição de Olhares Múltiplos. Formada em 2010, Mayara não tinha certeza do que queria cursar quando começou a faculdade. Aos poucos foi se interessando pelas matérias e quando se envolveu em organização de eventos promovidos pela Univali teve certeza do que queria. Pela primeira vez como palestrante em “Olhares Múltiplos”, Mayara foi chamada para participar da modalidade “Tô na Área”, reservada a relatos da experiência dos formados pela Instituição. A profissional de Relações Públicas abordou o tema “Cerimonial para Eventos Sociais” e trouxe para a discussão os tipos de evento, com foco nos sociais, o papel do cerimonialista e como ele deve agir. Mayara trabalha há 14 anos na Universidade, atualmente como cerimonialista para a Reitoria, além de administrar a própria empresa de eventos, que atua na região há mais de nove anos. Na profissão, ela começou cedo, como estagiária, para ajudar com os custos da faculdade, conquistou seu espaço e foi contratada. “Eu sou uma pessoa muito “inconstante” e o meu trabalho é bem dinâmico, o que me faz gostar e permanecer na profissão”, revela. Os participantes do encontro avaliaram a discussão como produtiva e oportuna, já que a presença de cerimonialistas é cada vez mais exigida pelo mercado e esse nicho de trabalho ganha importância como potencial empregador de profissionais capacitados na área.
Murilo Nascimento
Cobaia
Murilo Nascimento
Murilo Nascimento
Itajaí, maio/junho de 2014
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Olhar 2
Produção de campanhas eleitorais é pauta em 2014 Elvys Sewald trouxe para os alunos dicas e novas possibilidades para fazer a diferença no mercado da propaganda eleitoral Bárbara Porto Murilo Nascimento
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Eliza Doré
m ano de eleições, o Olhares Múltiplos recebeu a oficina Produção Audiovisual para Campanhas Eleitorais, dirigida por Elvys Sewald. O tema chamou a atenção dos alunos, que preencheram todas as vagas disponíveis para a atividade. Formado em Publicidade e Propaganda há dez anos e com duas pós-graduações, uma na área de comunicação e outra na de fotografia, Sewald trabalha como Diretor de Cena na Lince Produtora e, também, com campanhas políticas há 18 anos. A experiência lhe permitiu transmitir ao público a rotina e os processos técnicos necessários para se trabalhar nessa área. Uma campanha publicitária eleitoral dura, em média, 72 dias, e o desafio é apresentar de maneira convincente e agradável as propostas e trabalhos de um candidato. Sewald começou falando sobre a mensagem central da campanha. Ela deve ser planejada antes de qualquer outra ação, e o melhor jeito de determiná-la é: analisar o que as pessoas pensam sobre o candidato e o que este candidato pretende passar para seus eleitores. Esse mercado é competitivo - ações simples e alguns deslizes podem fazer a diferença, por isso, Sewald destacou a importância de elaborar orçamentos e saber qual a verba disponível, deu dicas de como e onde aplicá-las para obter um melhor resultado. O papel de produtoras e marqueteiros, profissionais de marketing que trabalham na área de política, foi amplamente explorado pelo oficineiro. Uma das funções mais importantes do marqueteiro é certificar-se de que todo o processo da campanha eleitoral está dentro das permissões da lei, por isso, manter-se atualizado é essencial. Sewald explorou todos os meios possíveis de propagação da mensagem: rádio, TV, internet , jornais e outros. “Um trabalho focado só na TV, só no rádio, ou seja, em um único veículo de comunicação não é bom e pode acabar com a campanha eleitoral de um candidato”. Questionado sobre o desempenho de uma campanha com menos recursos, Sewald respondeu: “Quando se tem mais verba é fácil criar, mas quem tem criatividade consegue atingir um bom resultado”.
Romero Dominguez
O futuro do Jornalismo Marcelo Rech, Diretor-Executivo de Jornalismo do Grupo RBS, fez palestra sobre os desafios dos profissionais da informação Bárbara Porto
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Não tem nenhuma atividade no mundo que esteja passando por tremenda transformação como o jornalismo”. Assim Marcelo Rech abriu a palestra Oito Conceitos para o Jornalismo de 2018, em que tratou sobre as transformações no mundo jornalístico, em tempos nos quais a tecnologia digital domina o espaço. Para Rech, todas as pessoas podem ser um veículo de comunicação. Todos podem criar, transformar, desenvolver conteúdos e disponibilizá-los na rede, este é o novo futuro, onde a palavra de ordem é: empreendedorismo. Os mobiles estão por toda a parte e, dificilmente, acontecerá uma regressão. Neste tempo de novas possibilidades, as praças públicas são as redes sociais. São nelas que as notícias se disseminam como em nenhuma outra plataforma de comunicação e, hoje, mais do que nunca, é possível saber o conteúdo que o leitor deseja consumir e o que ele pensa sobre determinado assunto. O feedback é quase que instantâneo. Novas tendências de comportamento, como a alta conectividade entre indivíduos, favorecidas pela fácil acessibilidade a redes wifi, as ligações interurbanas gratuitas, que se tornam possíveis através do uso deste tipo de internet, foram assuntos trazidos por Rech. Mas ele também ressalta os riscos e a responsabilidade que o jornalista desta era digital passa a enfrentar. Para o palestrante, o jornalista é quem dá o ‘alvará’ do que vai ser veiculado: “Cada vez mais o nosso papel é o de certificadores dos assuntos que circulam”.
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Cobaia
Marcelo Rech •Diretor-executivo de Jornalismo do Grupo RBS; •Jornalista especialista em Estratégia de Mídia, pela Harvard Business School; •Dirigiu a redação da Zero Hora por 15 anos; •Desde 2008, é vicepresidente do Fórum Mundial de Editores; •Membro dos boards do Programa Gaúcha de Produtividade e Qualidade e da Sociedade Interamericana de Imprensa; •Chairman para a América Latina da Associação Mundial de Jornais e News Publishers.
Itajaí, maio/junho de 2014
Eliza Doré
Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal
Eliza Doré
O projeto que deu certo Eliza Doré
Blogueiras do ‘Cadê meu Blush?’ contam como um projeto de aula se tornou o projeto de vida Amanda Zopelaro
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urante a faculdade até pensamos: “O que estou fazendo aqui? Porque tenho que assistir a esta aula? Isso aqui vai me ajudar em que lá fora?” Essas perguntas também passaram pela cabeça de Débora Klug e Helô Paganelli, mas logo o que eram dúvidas e incertezas ganhou um novo rumo. Foi em uma aula de Jornalismo Online que a vontade de trabalhar como jornalistas e fazer algo que realmente importasse se tornou realidade. As meninas que cursaram juntas a universidade sempre foram muito ligadas nesse mundo da moda e suas inúmeras tendências. Durante o semestre em que cursaram a disciplina de Jornalismo Online tiveram que criar blogs, algo novo que parecia um bicho de sete cabeças. Com as divulgações feitas nos corredores da Univali, em folhas de papel sulfite, os blogues foram crescendo e em pouco tempo cada um já tinha mais de 400 visualizações por semana. Veio então a ideia de juntar os dois e criar um só, que na época recebeu outro nome, era o começo de um sonho que se tornava realidade. Venda, visitas, parcerias, direito, são palavras que hoje, três anos depois da criação do segundo blog que fizeram juntas, fazem parte da rotina de trabalho das blogueiras. Sim, trabalho! Hoje o blog possibilita muitos trabalhos para elas, que já estão acostumadas e tiram de letra. “O blog se sustenta sozinho, não precisamos tirar o dinheiro dos nossos outros trabalhos, para ir ao São Paulo Fashion Week, por exemplo,” ressaltou Helô. E foi nessa atmosfera de empreendedorismo que as egressas de Jornalismo contaram suas experiências e trouxeram algumas dicas sobre como empreender no mundo online, em workshop realizado no campus Itajaí. “Já conhecia o blog, mas tinha preconceito e acabei mudando de ideia. Elas apresentam conteúdo com embasamento, vi que há uma troca com as leitoras. Para mim a moda é essencial, e não importa onde seja”, opinou Lucas Bernardi, acadêmico do 7º período de Jornalismo na saída da oficina. Hoje com mais de 2 mil acessos ao dia, o blog criado por Débora e Heloísa tem nove parceiros fixos e alguns outros anunciantes. As pesquisas para manter o Cadê Meu Blush? atualizado são feitas todos os dias, para elas o importante é se sentir bem com o que se está vestindo, e é nesta linha que criam novos posts. “Sigo-as nas redes sociais, já conhecia o blog, busco sempre inspiração para meus projetos lá porque trabalho com publicidade e propaganda, pra mim elas têm uma rotina super divertida, que mesmo com a burocracia se torna prazerosa, porque amam o que fazem”, constatou Jahnny Coelho, acadêmica do 3º período de Publicidade e Propaganda. Uma dica das meninas para se dar bem nesse mundo digital? Fazer um trabalho sério, com comprometimento. O tempo de faculdade ajudou muito nessa trajetória: “Atualizamos o blog todos Débora, à esquerda e Heloísa: gostar do que se faz é meio caminho andado os dias, as publicações são feitas até as 11h da manhã para que os leitores tenham sempre algo novo, e os acessos sejam fidelizados”, explicou Helô Paganelli.
Cadê Meu Blush? •Criado: 04 de agosto de 2011; •Hoje: mais de 2 mil acessos por dia; •9 mil curtidas no Facebook; •3 mil seguidores no Instagram ; •9 parceiros fixos; •É uma das plataformas Online do Grupo RBS; •Fazem postagens no jornal impresso O Sol Diário do Grupo RBS; •Cadê Meu Blush? Neste ano ganharam um concurso da marca Officium e agora assinam Cadê Meu Blush? em 18 peças da nova coleção; •Gravam quadros no Programa Melhor da Tarde da TVBE.
Itajaí, maio/junho de 2014
Cobaia
Déborah Klug
Helô Paganelli
Além de sócia no “Cadê meu Blush”, atualiza mídias sociais para empresas; ela aposta nas tendências, no que está em alta, gosta de misturas e de acessórios para compor os looks.
Associa ao trabalho no “Cadê meu Blush” a função de assessora na Câmara de Vereadores de Itajaí; define seu estilo como básico, prefere estar bem arrumada, mas sem chamar a atenção.
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Olhar 3
Romero Dominguez
Colegas de universidade colegas de profissão Janaína Hoffmann e Karine Wenzel, do Diário Catarinense, falam sobre produção e edição de cadernos especiais Bárbara Porto
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Jornalista tem
que ser ‘cara de
pau’, você tem que perguntar e evitar ficar com dúvidas
Relacionando a todo momento o conteúdo da palestra com o dia-a-dia da redação, Jana e Karine permitiram uma visão ampla do exercício da profissão em um grande veículo de comunicação. Ressaltaram as mudanças no modo de “fazer jornalismo”: hoje as matérias são, em grande
maioria, produzidas na redação, o repórter passa pouco tempo na rua. Por trabalharem em um veículo que atua em diferentes plataformas, a diferença entre o que é produzido para o jornal impresso e para as mídias on-line também foi tema abordado pela dupla. A pressão do dead line, a indisponibilidade e falta de fontes, as críticas dos leitores, a incerteza do rendimento da pauta, tudo faz parte do cotidiano de um jornalista, daquele que escolheu viver de escrever e informar o público com responsabilidade. A rotina é exaustiva, como de tantas outras profissões, mas enquanto Jana e Karine contavam suas história e vivências no trabalho, largos sorrisos e muitas gargalhadas ecoaram na sala. Elas também destacaram o quanto a profissão lhes ensina algo novo todo dia, e a importância de questionar a fonte: “Jornalista tem que ser ‘cara de pau’, você tem que perguntar e evitar ficar com dúvidas”, destacou Jana.
Karine, à esquerda e Janaína durante oficina Romero Dominguez
uando chegaram à Universidade, em Itajaí, foi como retornar à casa em que cresceram e se formaram como profissionais. Vários cumprimentos, abraços e o reencontro com ex-professores proporcionaram aquela sensação nostálgica que as boas lembranças tendem a nos causar com mais intensidade. Janaína Hoffmann e Karine Wenzel se formaram no Curso de Jornalismo da Univali em 2000 e 2010, respectivamente. Hoje, trabalham para o jornal Diário Catarinense, Jana como editora do caderno ‘Casa Nova’ e Karine como repórter de economia. Pela primeira vez como palestrantes no evento, elas bateram um papo sobre produção e edição de cadernos especiais com acadêmicos e professores. O jeito descontraído das palestrantes possibilitou, com mais facilidade, a interação dos alunos, que tiraram suas dúvidas sobre a rotina de um jornal impresso.
Tô na Área com a jornalista Vanessa Moltini Com o auxílio e a experiência da palestrante, os alunos experimentam produzir um telejornal Fernanda Vieira
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o último dia do evento Olhares Múltiplos, no campus Itajaí, realizou-se a oficina “Apresentação em TV”, ministrada pela repórter da RBS TV Blumenau, Vanessa Moltini. A atividade fez parte do “Tô Na Área”, um espaço aberto para valorizar os egressos da Univali que estão no mercado e já vivenciam os desafios na carreira profissional. A repórter atua há nove anos e atualmente está na bancada do telejornal local “RBS Notícias”. Vanessa nasceu na cidade de São Paulo, mas se formou em Jornalismo em Itajaí e é MBA em Gestão Editorial. Nos tempos de academia, foi locutora na Rádio Univali no programa “Falatório”, produzido por acadêmicos, e estagiária na emissora educativa da Universidade. Antes do Grupo RBS, a jornalista passou pela TV Panorama, de Balneário Camboriú. Vanessa destacou a importância da responsabilidade jornalística nos telejornais e o compromisso de passar a informação correta ao telespectador. Em uma oficina totalmente dinâmica, a proposta trazida pela ministrante foi uma simulação de fechamento de um telejornal. Várias laudas do “Jornal do Almoço” foram distribuídas a grupos formados por quatro pessoas. O objetivo final era a apresentação. A atividade ensinou a priorizar temas e também contou com algumas dicas de telejornalismo. Lições de português e de postura também foram oferecidas aos que participaram da oficina. O acadêmico do 3º período de Jornalismo, Bruno Golembiewski, participou e confirma ter sido uma das melhores atividades do evento. “Ela explica muito bem, é muito acessível e deu bastante atenção aos que participaram.”
Formou-se no curso de Jornalismo da Univali em 2005. Ainda na faculdade iniciou como estagiária de radiojornalismo do curso. Depois, foi para TV Litoral Panorama, onde permaneceu por sete anos. Em 2011entrou para a RBS TV Blumenau, e lá está até hoje. Trabalha como repórter, editora e apresentadora do RBS Notícias.
Cobaia
Eliza Doré
Eliza Doré
Eliza Doré
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Vanessa Moltini
Itajaí, maio/junho de 2014
Respire fundo Eliza Doré
Oficina estimula a prática de exercícios que trabalham o equilíbrio através da respiração Bárbara Porto
N
o último dia de Olhares Múltiplos, para relaxar, desenvolveu-se a oficina “Bioenergética”. Debaixo das árvores, em pleno campus Itajaí, os acadêmicos Anderson Adami e Thabata Kuster, alunos da Univali de Audiovisual e Música, respectivamente, explicaram as relações da respiração como reguladora das reações do corpo humano e praticaram alguns exercícios que estimulam diferentes musculaturas. Bio é vida. Bioenergética é energia da vida. Os exercícios praticados na oficina são recomendados para pessoas que sofrem com bloqueios emocionais, fobias, depressão, crises de pânico, problemas respiratórios, digestivos e outros. A respiração é o componente principal destes exercícios, renovando o equilíbrio físico e mental. Anderson se apaixonou pelo assunto enquanto desenvolvia seu TCC, sobre transsexualidade, e desde então tem se aprofundado no tema.
Exercícios corporais •Pélvis: os exercícios corporais realizados com a pélvis são direcionados para o desbloqueio de problemas relacionados com a sexualidade. •Diafragma: os exercícios corporais com o diafragma buscam um maior controle respiratório. •Peito: os exercícios são direcionados para a expressão de sentimentos e emoções reprimidas. •Pernas e pés: os exercícios corporais com esses membros buscam conectar o indivíduo com a sua realidade. •Pescoço: os exercícios corporais com o pescoço buscam o alívio das tensões e promovem o relaxamento.
Eliza Doré
Eliza Doré
Evento atraiu pessoas da comunidade para o interior do campus
Itajaí, maio/junho de 2014
Cobaia
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Olhares Múltiplos
Ricardo ‘Gordo’ Carvalho, diretor de filmes publicitários na agência Conspiração, de São Paulo, produtor da famosa campanha publicitária “Mamíferos” da Parmalat, deu palestra sobre produção publicitária audiovisual.
No primeiro dia de “Olhares Múltiplos”, o professor André Luiz Vailati ministrou oficina de dublagem. Explicou as fécnicas dos dubladores, que cedem sua voz à interpretação e precisam respeitar o personagem que representam.
Murilo Nascimento
Tayna Lentz
Nelson Santiago, Secretário de Comunicação de Santa Catarina, lançou um olhar sobre como fazer a propaganda gerar impacto. “Este é o objetivo da comunicação do governo do estado: aproximar as pessoas”.
“Sou partidário de: o que você fez errado volte para o estúdio e faça denovo, para não precisar editar no photoshop, por exemplo.” Palavras de Luciano Sampaio, que liderou oficina sobre retrato editorial.
A coordenadora de Comunicação do Beto Carrero World, Malu Barreto, jornalista egressa da Univali, compartilhou experiência frente a uma equipe multidisciplinar Cobaia
Tayna Lentz
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Murilo Nascimento
Romero Dominguez
Alex Dickel, idealizador da Áquila Aeroimagens, primeira empresa de captação de imagens aéreas com multirrotores (drones). “E aí, galera, vamos voar?”.
Romero Dominguez
Artur Rangel
Cenas do evento do ano no Ceciesa-CTL
Pedro Prochno, sócio-fundador da Hygge, agência de Relações Públicas para startups e PMEs (Pequenas e Médias Empresas): inovação e ousadia. Itajaí, maio/junho de 2014