Cobaiaerfis p Itajaí, novembro de 2014 - Edição 133 - Distribuição gratuita
Editorial
Crônica
Olhares ao Sul do Mundo
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Festival Huaum: uma noite, muita energia
Jane Cardozo da Silveira*
O Cobaia deste mês é todo voltado para os fotojornalistas aprendizes. Motivados pelo professor Eduardo Gomes, os acadêmicos do 4º período de Jornalismo selecionaram pessoas que serviram de pauta e de motivo para aguçarem o olhar. Dispostos a retratar a beleza e a força de personagens do cotidiano, eles apresentam ao todo sete ensaios fotojornalísticos em que revelam perfis experimentando técnicas fotográficas variadas. Para dar conta da tarefa, os estudantes tiveram que se agrupar e formar coletivos. A partir daí, cada coletivo criou um blog em que as fotografias e textos referentes a cada uma delas iam sendo depositados. Foi uma trabalhadeira danada! E envolveu não só perfis, mas outros assuntos como a Marejada (festa portuguesa local), o Festival de Música de Itajaí, os jardins do campus. Depois de tudo isso, com vários temas vistos sob tantos ângulos, nada mais justo e oportuno do que dedicar este número praticamente inteirinho à divulgação dos resultados do esforço “coletivo”. Exceto pela contracapa. Coincidentemente, nela também se estampa um perfil. Mas esse, elaborado pela nossa egressa Olga Luísa dos Santos, é o segundo de uma
Dispostos a retratar a beleza de personagens do cotidiano, ao todo sete ensaios fotojornalísticos revelam perfis
experimentando técnicas variadas.
série iniciada em outubro e faz parte da Grande Reportagem Impressa que Olga produziu como Trabalho de Conclusão de Curso em 2014. O leitor que nos acompanha vai notar que, desta vez, todas as páginas foram impressas coloridas, em lugar do nosso tradicional PB. Inteiramente coloridas, afinal, de muitas cores se reveste o Sul do mundo em plena primavera e no verão que se aproxima - e promete - principalmente para quem vive na Foz do Itajaí, como nós, da UNIVALI. Boa leitura! Jane Cardozo da Silveira *Editora - Reg. Prof. SC 00187/JP
Sílvio Matheus Boing Caetano
Quando o festival foi anunciado, as expectativas começaram a aflorar. Não apenas da parte do público, mas também dos artistas locais. A casa borbulhava com o calor da plateia e a noite que antes era pra ser de três bandas, virou de cinco, sem contar as participações! E foi nessa energia que rolou o Festival Huaum, uma homenagem ao artista de Itapema Nando Huaum, falecido no dia 20 de outubro. A abertura ficou com Tinho Santos e o Trinado. Os músicos navegaram entre a MPB, o pop- rock e o tropicalismo. Energia e emoção, Tinho Santos era parceiro de Nando Huaum desde sempre: “Quando cheguei com minha família em Itapema, o Fernando foi o primeiro músico que conheci e logo formamos a Banda Huaum, desde então minha amizade com ele só cresceu, fiquei muito emocionado em tocar no festival!”, disse Tinho. Logo depois a banda Karma, cujo baixista também tocava com Nando, assumiu o palco. E aí Caetano Veloso virou Ramones, o swing da MPB deu lugar ao peso do Punk Rock; o mais interessante é que mesmo no meio de toda a mistura de estilos, o público mantinha-se quente e esquentava mais a todo momento. Guilherme
Fica esperto!
lho do homenageado Nando Huaum. Foi uma linda homenagem! A noite fechou com a banda Bons Aliados, de Itajaí, num tributo a Charlie Brown Jr. Mesmo com o show rolando até as 4h30 da manhã, a galera não perdeu o pique: se as músicas do Charlie Brown já são contagiantes, quando o clima da banda e da plateia, querendo sempre mais energia, se juntou, o show decolou pras estrelas!! “Os músicos tocaram com amor para homenagear o amigo que se foi, a plateia parecia conhecer o Nando desde criancinha, teve momentos que foi difícil segurar a emoção, tenho certeza que era isso que ele ia querer; alegria, música, energia, até a noite virar dia, eu agradeço de coração a todos que compareceram!” Maike Boing, viúva de Fernando Ricardo Caetano. E esse foi o Festival Huaum, cinco bandas, uma noite, muita energia, público fiel até o fim. Tinho Santos e o Trinado, Karma, Negroavapor, Hermética, Bons Aliados. O plano dos organizadores é repetir a dose pro nome não morrer. Logo o segundo festival vem aí e promete honrar o primeiro e, principalmente, honrar o músico que dá nome à festa: Nando Huaum! Sílvio é acadêmico do 1˚ período de Jornalismo e filho do homenageado
Espaço do Leitor
Uma noite para não esquecer
Nova matriz curricular
O teatro Adelaide Konder, no Campus Itajaí, recebeu neste mês de novembro acadêmicos e professores dos cursos de Comunicação para uma grande festa: a entrega do Prêmio Chaplin. Ao chegar à 3ª edição, o concurso mostrou ter conquistado as atenções dos estudantes, que atenderam ao chamado dos organizadores e trouxeram a público trabalhos de qualidade. Participaram os matriculados nos cursos de Fotografia, Jornalismo, Produção Audiovisual, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas. Um total de 96 inscritos foram premiados. A festa estava linda: o ambiente foi decorado com balões, painéis com fotografias de Chaplin e os troféus, que ficaram expostos no palco. No teatro lotado, era perceptível a ansiedade em torno do resultado. Os apresentadores, em traje de gala, começaram anunciando as categorias e os indicados. Os nomes premiados só vieram depois de algum suspense. Cantores e instrumentistas animaram a noite, levando os alunos a cantar junto com eles algumas canções. Cada vez que um ganhador era anunciado, o público aplaudia e gritava, os vencedores se alegravam pela conquista e exibiam o prêmio diante dos fotógrafos. Além do troféu, os três primeiros colocados em cada categoria receberam um certificado de participação válido para comprovar carga horária de Atividades Complementares. Porém, o maior prêmio é a sensação de um trabalho bem feito, a constatação de que o esforço valeu a pena, diz a professora Lígia Najdzion, criadora da ideia. Se você não participou desta edição do Prêmio Chaplin, vai ter de esperar: o evento é promovido a cada dois anos. Enquanto isso, acesse o site www. premiochaplincom.com.br e veja as fotos.
Com a intenção de tornar o Curso de Jornalismo da Univali mais moderno e dinâmico, foi aprovada a proposta de alteração da matriz curricular. Na verdade, foram precisos apenas alguns ajustes para adaptar o currículo às novas Diretrizes Curriculares Nacionais, instituídas há um ano. Assim mesmo, as mudanças exigiram muitos debates e estudos empreendidos pelo Núcleo Docente Estruturante do Curso. Foi um trabalho de folêgo: “O documento é extenso, tem 82 páginas, e é norteador para a continuidade do ensino do Jornalismo aqui na Univali nos próximos anos”, conta Carlos Praxedes, coordenador do Curso. A coordenação agradece o auxílio dos professores durante o período de elaboração da matriz, e destaca a atuação do Apoio Pedagógico do Centro, por meio da professora Carla Carvalho e da pedagoga Aline Amaral.
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Rodrigues, estudante de direito que estava no evento desde o início, se admirou: “Eu que sou acostumado a ir a eventos do tipo, me impressionei com a energia da plateia, poderia ter sido ruim, mas de algum modo deu tudo certo, o Tinho terminou com um samba e a Karma iniciou com Ramones, o público sentiu uma quebra de ritmo, claro, mas da segunda música pra frente todos entraram na onda, foi lindo!” O evento foi em Perequê - Porto Belo, no Vintage Rock Bar, mas as pessoas vinham de todos os lados: “Foi animal o festival, a mistura de estilos, a qualidade das bandas, foi sensacional, quando olhei no relógio eram 4h30, mesmo assim a casa ainda estava cheia e animada!”, conta Thiago Avallone, estudante de Jornalismo, morador de Balneário Piçarras. Após a banda Karma, a noite ficou por conta da Negroavapor, que fez um especial do Rappa. Já passava da meia noite e agora quem estava fora entrou. O grupo tocou até a 1h30 da manhã, dando lugar à Hermética, que compôs o show com um repertório de rock clássicos e aí o clima esquentou de vez, duas, três da manhã e a galera ainda estava agitada, o que deixou o show mais emocionante ainda é que o vocalista Teteu Caetano é fi-
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Tem algum assunto que você gostaria de ler nas próximas edições? Conte-nos! E-mail: cobaia@univali.br
Expediente JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI
IN - Agência Integrada de Comunicação Itajaí, novembro e dezembro de 2013. Distribuição gratuita EDIÇÃO Jane Cardozo da Silveira Reg. Prof. SC 00187/JP PROJETO GRÁFICO Raquel Cruz DIAGRAMAÇÃO Estagiária Bárbara Porto Marcelino TIRAGEM 1 mil exemplares DISTRIBUIÇÃO Nacional
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Coletivo Fotográfico Registro Atemporal
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Andressa Scapinelli Zuffo, Gabriela Yumi, Marcelo Luís Martim, Sidiani Sutil, Thiago Eduardo Julio
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registroatemporal.blogspot.com.br
Ruca Souza, como gosta de ser chamada, tem 26 anos. Começou aos 12 anos uma carreira musical, com algumas composições. Aos 17, Ruca foi tocar na noite com a banda Hímen e também fez solo em bares. Logo depois, de 2009 a 2014, integrou a banda Café Brasilis. Na banda, de que é fundadora, Ruca era vocalista, guitarrista, compositora, produtora e assessora de imprensa, afinal, ela também é jornalista. Nesse tempo, a banda lançou quatro CDs. Auto-didata, a agora ex-guitarrista da Café Brasilis resolveu lançar-se na carreira solo. No mesmo tom da Café, suas músicas seguem com pitadas do bom e velho Rock’n Roll. Atualmente, Ruca divulga o primeiro disco solo, intitulado “Marte”, lançado em novembro. Segundo a cantora, o disco foi produzido em três meses. Com ele, Ruca pretende se aventurar pelo país e para isso espera a ajuda de produtores da região. Ela comenta que a influência para a música vem da irmã mais velha. Quando tinha 11 anos, essa irmã apresentou bandas internacionais para ela e Ruca acabou gostando do que ouviu. Já o contato direto com a música é uma coisa mais antiga. Ruca não consegue dizer desde quando, mas garante que a música está ao lado dela desde criança. A cantora formou-se em Jornalismo na Univali, mas hoje não atua na profissão. Segundo ela, que trabalhou em jornal impresso, o impacto de noticiar muitas mortes acabou decepcionando-a. Ela lembra quando teve de escrever uma matéria sobre a morte do filho de sua vizinha, algo que, garante, foi uma das experiências mais marcantes como jornalista. Ruca conta que quando trabalhou em jornais, acabava se sentindo pressionada a não citar este ou aquele nome, ou mesmo a não registrar certos fatos como tinham acontecido. Agora em nova carreira, Ruca Souza mantém um estúdio analógico, montado por ela e Briane, a namorada.
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André Schlindwein, Bárbara Porto Marcelino, Bruno Golembiewski, Juliana Costa e Lucas Gabriel
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Neste mês, o Coletivo focasdafoto recebeu no estúdio fotográfico da Univali o violonista, compositor e arranjado Ricardo Pauletti, de Itajaí. A proposta era fazer um perfil do músico, que é referência da música instrumental na região. Uma banqueta de madeira com o assento de palha, um caixote antigo, uma garrafa de vinho vazia e uma flor branca deram vida ao ambiente. Além disso, o violão de sete cordas e a viola caipira com os estojos, mais um suporte para instrumentos de corda. Em relação à iluminação, optou-se por uma luz dura de cima, e uma luz suave na frente do músico. Ricardo Pauletti começou a tocar violão sozinho aos 11 anos. Aos 15, foi estudar violão erudito na escola Pró-Arte de Itajaí, depois seguiu para Florianópolis, onde continuou os estudos de violão na Escola Hélio Amaral e no Conservatório Musical de Florianópolis. Durante as primeiras edições do Festival de Música de Itajaí, participou das oficinas de violão e de choro com grandes ícones e mestres do gênero como Maurício Carrilho e Luís Otávio Braga, que foram importantíssimos para sua formação musical e o introduziram ao violão de sete cordas. É formado em música pela Univali e estudou violão erudito no Brasil e na Espanha, com o violonista e compositor espanhol Jose Luiz Balao, grande mestre do Flamenco e admirador da música brasileira. Pauletti leva na bagagem a viola caipira de dez cordas, e os violões de seis e de sete cordas. Esse último, instrumento característico do choro, estilo muito estudado pelo músico. Ricardo Pauletti acaba de lançar um novo disco de música instrumental dedicado a essa paixão: “Choro de Faia”. O show de lançamento foi na abertura do VII Seminário de Violões de Itajaí, no fim de outubro. Nesse trabalho, ele mostra várias vertentes do gênero, misturadas a estilos clássicos como maxixe, valsa e polca. “O disco meio que conta a trajetória do choro, desde os clássicos a choros mais modernos”, explica. O nome, “Choro de Faia”, faz referência à madeira “faia”, utiliza-
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da na confecção de cavaquinhos. “Como eu compus a música no cavaco, resolvi homenagear a madeira do instrumento no nome da música”, esclarece Pauletti. O CD tem nove faixas autorais e um arranjo para o tema “Claridão”, de Maurício Carrillho. A produção do disco é de Alessandro Penezzi, um dos maiores violonistas brasileiros da atualidade, que também participa da música “Valsa de Fole”. “Uma grande honra ter a produção dele, além de toda a qualidade musical, ele ainda tem uma experiência incrível em estúdio”. Além de Penezzi, Alexandre Ribeiro, clarinetista de São Paulo, fez parte das gravações, juntamente com músicos conhecidos da região como Mário Júnior (bateria), Rafael Petry (acordeon), Arnou de Melo (baixo acústico), Carlinhos Ribeiro (percussão), Lenildo Gomes (bandolim), Evandro Hasse (metais), Giana Cervi (voz) e Braion Johny (metais). O álbum “Choro de Faia” foi realizado com recursos do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – 2013, da Fundação Catarinense de Cultura e gravado no estúdio Café Maestro, em Itajaí. Enquanto concedia esta entrevista, Ricardo Pauletti arrumava as malas para uma turnê internacional. Ele embarcou para a França, onde tinha três apresentações programadas, em Paris, Bordeaux e Toulouse. Esta é a segunda turnê, patrocinada com recursos do edital de Apoio ao Intercâmbio Cultural da Fundação Cultural de Itajaí. No programa, a meta é apresentar o repertório do novo trabalho. Ele destaca a satisfação que é mostrar este estilo tão brasileiro no exterior: “É incrível poder levar o meu trabalho para fora, uma alegria imensa. A outra vez que estive lá dei uma oficina e os músicos de fora ficavam muito impressionados com o choro, todos queriam aprender a tocar”. “Choro de Faia” é seu terceiro trabalho. Em 1995, gravou o álbum de composições em violão solo “Ponta da Vigia”, em São Paulo. Já em 2011, lançou de forma independente o álbum “Variações Brasileiras”, que revela a rica diversidade de ritmos e gêneros da música instrumental brasileira. Atualmente, Pauletti é professor de violão e Prática de Conjunto no Conservatório de Música Popular de Itajaí e participa ativamente de projetos relacionados à música brasileira, difundindo as riquezas desse patrimônio imaterial nem sempre reconhecido dentro do próprio país. Conheça mais sobre o trabalho e a carreira de Ricardo Pauletti no site: http:// www.ricardopauletti.com/
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s e t a r P r a s é C Um vencedor ousado O sonho de qualquer brasileiro é vencer na vida. No futebol, é ser um craque, reconhecido, jogar em grandes clubes e conquistar títulos. O coletivo fotográfico mais ousado do sul do mundo bateu um papo com César Prates, atleta que tem no currículo títulos e passagens por clubes como Real Madrid e Corinthians, além de atuações com a Seleção Brasileira. Nascido em Aratiba, no Rio Grande do Sul, César Luís Prates, de 39 anos, é mundialmente conhecido como um dos futebolistas mais vencedores do esporte. Por onde jogou, o marido da Valquíria e pai da Victória e do Davi conquistou títulos, respeito e admiração. Homem com personalidade forte, caráter e alegria, César conta como deu os primeiros passos no futebol.
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Início no futebol CP: “Minha mãe sempre foi participativa, meu pai também me ensinou muito a chutar com as duas pernas. Pra chegar em Porto Alegre meu pai vendeu a única televisão preto e branco de 14 polegadas que nós tínhamos e comprou a passagem para eu ir fazer teste no Internacional. Eu saí de casa decidido, só voltaria pro meu lar se voltasse vencedor. Tive muitas renúncias, abri mão de muita coisa. O principal fator que mudou a minha história foi Jesus, e dEle eu não abro mão. Cheguei em Porto Alegre com 17 anos e ali começou a minha história. Fiz dois dias de testes, tinha mais de 500 garotos. No segundo dia, fui aprovado. Eu entendi que tinha que dar o melhor. A cada jogada eu me lembrava do meu trabalho na roça e cada dividida eu realmente dava o melhor, pois queria o melhor para a minha família.
Eu sempre olhei para frente, com foco, mesmo novo eu fui decidido naquilo que eu queria”. A carreira de César Prates CP: “Comecei minha carreira em 1992 e terminei ela em 2010. Passei por vários clubes, dentre eles grandes clubes. Tive grandes conquistas. Fui muito intenso. No Internacional fui campeão na categoria de base e no profissional, fui convocado para a seleção brasileira, depois fui vendido aos 20 anos para o Real Madrid, em seis meses conquistei a Champions League e o Campeonato Espanhol. Mesmo novo, voltei para o Brasil, onde fui emprestado ao Vasco da Gama. Com 39 anos de vida e 19 anos de carreira, eu aprendi que não podemos apenas participar, mas se envolver, ser intenso em tudo que fizer. No Vasco da Gama fui campeão
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brasileiro e vice campeão da Copa do Brasil. Com o Corinthians, fui campeão brasileiro em 1999. Em 2000, voltei para a Europa, o Real Madrid queria me observar de perto e me emprestaram para o Sporting Lisboa, de Portugal. De 2000 a 2003 conquistei cinco títulos em Portugal. Na minha primeira entrevista coletiva Deus me levou a dizer que seríamos campeões, e um dos repórteres me questionou, pois o Sporting não conquistava um título fazia 18 anos. Eu respondi que chegou a vez e chegou a hora. Eu profetizei vitória e graças a Deus fomos campeões e conquistamos vários títulos. Depois de um período vitorioso na Europa, voltei ao Brasil, para ficar mais perto da minha família e acertei com o Figueirense. O time também estava na fila de títulos e no ano que eu cheguei conquistamos o Campeonato Catarinense. No Botafogo
me destaquei novamente e fui para a Itália, onde joguei no Livorno e Chievo Verona. O Figueirense sempre me acolheu e acertei o retorno para o Brasil um tempo depois de atuar na Itália. Um dia recebi uma proposta do Galatasaray, da Turquia, e sempre aproveitei as oportunidades. Graças a Deus construí uma história maravilhosa nesse clube, onde marquei gols importantes, inclusive na Champions League. Perto do fim da carreira voltei ao Brasil onde tive passagens por clubes como Atlético Mineiro, Joinville, Portuguesa e encerrei a minha carreira no Naútico. Eu sempre sonhei com grandes coisas e batalhei por elas. Eu tive uma carreira vitoriosa, e devo a Deus isso tudo. Ele foi muito bom comigo e toda a intensidade que eu tive no futebol foi graças à responsabilidade que Ele me deu”.
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Pastor César Prates CP: “Meu trabalho com os jovens e adolescentes é fantástico. Eu sempre dou meu tempo para eles como pastor e como o César Prates que foi jogador e eles sabem dividir bem esses dois tempos. Em 1992, conheci Jesus e ali me apaixonei por Ele. A partir daquele momento a minha vida mudou. Descobri que com Ele as coisas começaram a dar certo na minha vida. A presença de Deus na minha vida me deu foco. Na concentração da Seleção Brasileira eu levava meu violão, jogadores como Ronaldo, Dunga e Taffarel participavam de momentos de louvor a Deus comigo. Eu recebi um chamado. Estou com 39 anos, minha forma física está excelente. Há dois meses eu recebi uma proposta para voltar a jogar futebol profissionalmente, mas eu tomei decisões e não abro mão delas. Foi um chamado e isso ardeu no meu coração. Meu desejo de ser pastor e de cuidar de vidas é maior do que o meu sonho de ser jogador de futebol. Meu principal objetivo é despertar o sonho de cada um. Gosto de impulsionar jovens, que eles podem adotar uma personalidade diferente do que a sociedade diz que eles têm. Podem viver uma vida feliz e íntegra sem a dependência de drogas, prostituição e coisas que não fazem o bem para as pessoas. Os jovens podem sonhar e batalhar para que esses sonhos se concretizem. Esse é o meu chamado, cuidar de pessoas. Eu toco, canto, ministro a palavra e oriento também muito os adolescentes e jovens da nossa comunidade”.
Douglas Schinatto, Eliseu Geraldo, Felipe da Silveira, Luiz Fernando da Silva, Matheus Berkenbrock e Rafael Nunes
Respeito dos craques do presente CP: “Neymar, Ganso, Cristiano Ronaldo me viram jogar futebol. Quando eu estava no auge, eles me acompanharam e eu era ícone e referência para a carreira deles. Atualmente tenho o respeito e a admiração desses craques. Minha carreira sempre foi íntegra, sempre fui reto, justo, um homem de caráter e personalidade e por isso tenho o respeito deles. Você pode procurar na internet e não vai encontrar imagem polêmica da minha parte, não vai encontrar nada que queimava a minha carreira. Sempre me guardei e fui exemplo para os mais jovens. Quando eu estava em Portugal, o Cristiano Ronaldo tinha 16 anos e havia acabado de subir para o profissional. Eu estava no auge, um dos melhores jogadores do time e nossa equipe sempre disputando títulos. Ele era um menino que tinha um grande potencial. Após cada treinamento ele sentava e ficava nos assistindo a treinar cobranças de falta e aí eu chamei ele e fui ensinando como deveria bater na bola, como ter uma boa postura e fui dando dicas para ele. Passei algumas técnicas para o Cristiano Ronaldo, e acho que ele tirou coisas boas dessa época. Eu brincava muito com o Cristiano. Ele não admitia um brasileiro que jogava na defesa ter habilidade e fazer malabarismo com a bola. Aí nós sempre brincávamos juntos e ele se divertia bastante. Aquilo que ele fazia com a bola eu tinha que fazer, e o que eu fazia ele teria que repetir. Então, brincamos muito e aprendemos muito um com o outro. Naquela época eu tinha cabelo (risos), e usava um produto para deixar ele liso e longo. O cabelo do Cristiano Ronaldo era ruim demais, tínhamos muita intimidade e eu fui o cabeleireiro dele. Eu aprendi que por causa de um muitos são abençoados. Neymar, Paulo Henrique Ganso e outros atletas conhecidos me respeitam pela minha conduta profissional e pessoal e esse respeito eu procuro sempre passar. Principalmente para o meu filho”.
Coletivo Fotográfico #ClickOusado
clickousado.wordpress.com
A hora de parar CP: “Chegou um momento que tive que sacrificar aquilo que eu mais amava. Sacrifiquei por amor. Deus me pediu e eu parei. Me aposentei e desde quando parei de jogar futebol profissionalmente vivo minha vida com total exclusividade para Ele. Hoje sou pastor, cuido de vidas, de crianças, adolescentes e jovens e sou extremamente apaixonado pelo que faço. Hoje eu olho para trás e vejo que a minha carreira foi vitoriosa e que valeu a pena cada momento intenso que eu vivi. Se hoje estou bem é porque tive intensidade em cada detalhe e batalha que o dia a dia me apresentava. Atualmente não acompanho muito do futebol. Não sei como estão os times, quem joga onde, e as análises táticas de cada equipe. Minha vida hoje é exclusiva para Deus. Não tenho mais contato com o mundo do futebol”.
Vítima de racismo CP: “Vivi sete anos fora do Brasil, morei na Espanha, Portugal, Itália e Turquia. Em todos os países eu tive experiência com o preconceito racial. Joguei no Brasil, que também tem muito preconceito contra o negro. Quando eu sofria com o racismo eu canalizava todo aquele sentimento de dor e não perdia o equilíbrio. Em uma partida na Itália, contra a Lazio, no Estádio Olímpico de Roma, a torcida adversária fazia sons de macaco toda vez que eu pegava na bola. No fim daquele jogo, eu fui escolhido o melhor em campo e a diretoria da Lazio entrou em contato com o Livorno, time em que atuava na época, e queriam me contratar de qualquer jeito. Com a situação adversa eu fui e fiz o melhor”. Itajaí, novembro de 2014
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lentecuriosa.wordpress.com
Bruna Costa, Juliana Nascimento, Juliano Oliveira, Paula Leão e Renata Rutes Henning
Coletivo Fotográfico Lente Curiosa
neg
Antônio Carlos Andrioni Capinzal, mas mora em Ita mas tem planos para 2016 10 anos, e agora segue c preparava para embarcar a gravar canções de seu verão. “Por enquanto, não tempos em tempos”, explic Bruno Mars, Michael Jackso
Lente Curiosa - Como voc
Nego Joe - Meu pai é mús mundo. Eu nunca tive aulas na prática. Logo, comecei a a banda Nego Mano. Poré banda com esse nome, lá d e durante os 10 anos da ba Giba Moojen, Douglas Lord
Lente Curiosa - A Nego Jo agora?
Nego Joe - Estou em carrei todas as composições da ba mas resolvemos redireciona projetos, estamos dando um
Lente Curiosa - Quais carreira?
Nego Joe - Com a Nego com as músicas que empla na Malhação, e ‘Primeiro sendo transmitida em Portug públicos, no Planeta Atlânti compor uma música para o dele.
Lente Curiosa - Você citou Pires, com quem mais voc
Nego Joe - Já fiz parceria Chimarruts. Seria incrível, Djavan.
Lente Curiosa - Como v estadual e nacional?
Nego Joe - Santa Catarina valorizam pouco. A Lei de Inc até atrapalha, pois é muito nesta área. Já o Rio Grande que a Nego Joe era uma b do que aqui em Santa Cata ‘nova safra’ os destaques sã
Lente Curiosa - O que o p
Nego Joe - É bem semelha composições são minhas. Já liberadas em forma de sing gravar um CD. Acredito qu Continuo me inspirando n compor, meu som continua rock e MPB.
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go Joe
Souza (Nego), de 34 anos, é catarinense de apema há anos. É casado e não tem filhos, . Esteve à frente da banda Nego Joe durante carreira solo. Durante esta entrevista, ele se rumo ao Rio de Janeiro, onde começaria novo projeto, que devem ser lançadas no o vou lançar CD. Vou lançando singles de ca. O músico garante que tem influência de on e Stevie Wonder.
cê começou na música
sico, então eu sempre tive contato com esse s. Nunca estudei música, tudo que sei aprendi a tocar com um amigo, o Mano, e montamos ém, quando fomos registrar, já existia uma de Minas Gerais. Então se tornou Nego Joe, anda seguimos com a mesma formação, eu, d e o Maykow Santos.
oe acabou, como está a situação de vocês
ira solo, com o nome Nego Joe mesmo, pois anda eram minhas. Está tudo ótimo entre nós, ar as nossas vidas. Cada um está com outros ma ‘arejada’ (risos).
foram as principais conquistas da sua
Joe, conseguimos reconhecimento nacional acamos em novelas globais (‘Give Me Love’, Raio de Sol’, em Flor do Caribe, que está gal). Tivemos a chance de tocar para grandes ida. Na minha carreira solo tive a chance de o Alexandre Pires, que estará no próximo CD
u que fez uma parceria com o Alexandre cê tocou ou tem vontade de dividir o palco?
as com o Armandinho, Papas da Língua e um sonho de consumo, gravar algo com o
você analisa o atual cenário da música
é um estado jovem e novo em cultura e arte, centivo à Cultura (LIC) é complicada e às vezes o burocrática. Falta incentivo governamental e do Sul é diferente, muitas pessoas achavam banda gaúcha, pois tocávamos muito mais lá arina. O Brasil está carente, acredito que da ão as bandas Malta e Onze:20.
público pode esperar do seu novo projeto?
ante ao trabalho da Nego Joe, pois todas as á tenho muitas músicas compostas, que serão gles, pois no momento não tenho plano de e no verão já lançarei alguma canção nova. o amor e nos relacionamentos na hora de a sendo o pop, com uma pitada de reggae,
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atrícia dos Reis P De calça despojada, camisa jeans e muito bom astral: foi assim que Pathy dos Reis chegou, acompanhada da mãe, aos estúdios da TV Univali. A proposta era fazer um perfil fotográfico de Pathy. Com um humor natural e boa conversa, a convidada arrancou muita risada do nosso coletivo antes mesmo de começar o bate-papo e a sessão de fotos. Patrícia dos Reis, a conhecida Pathy, emplacou sucesso com vídeos, clipes e esquetes humorísticos no vlog Galo Frito. Dentre os vídeos mais conhecidos em que Pathy entra em cena estão a paródia Justin Biba, Tô sem sinal da TIM, entre diversos outros que alavancaram milhões de visualizações. Hoje, Patrícia está à frente do vlog Pathy Que Te Pariu, no qual conversa com o público, explora situações do cotidiano e cria cenas humorísticas que atraem cada vez mais visualizações e admiradores.
Confira o bate-papo com Patrícia dos Reis f32zoom - Pathy, vamos começar com uma pergunta tranquila. Nos conte três palavras que te definem.
Pathy - Linda e maravilhosa, são três palavras! (risos)
f32zoom - O que é mais importante na sua vida? Pathy - Minha mãe!
f32zoom - O que você
10
mais gosta trabalho?
no
seu
Pathy - A facilidade de conhecer gente diferente todo dia praticamente. Cada evento que a gente vai, cada programa que a gente grava, cada entrevista que a gente dá nós conhecemos muita gente diferente. Muita gente que vamos reencontrar daqui um tempo, muita gente com quem vamos manter um contato, vai virar amigo e outros que você nunca mais vai ver na vida…
f32zoom Quando você percebeu que tinha o dom para o seu trabalho?
Pathy - Cês acham gente? (risos) Não foi uma coisa premeditada. Eu fazia teatro no colégio quando era pequena, depois que eu cresci não tinha intenção nenhuma de continuar, tanto que eu fiz Publicidade e Propaganda na Univali, mas não me formei porque comecei a trabalhar no Galo. Foi uma consequência, não imaginava fazer o que faço hoje da vida. Na verdade eu achava que ia ser um Roberto Justus da Publicidade, esse era meu sonho, por incrível que pareça. Foi uma coisa do acaso, se as pessoas acreditam em destino, foi o meu destino entrar na faculdade, conhecer os meninos, começar a fazer e ter dado certo.
f32zoom - Quem serve de inspiração pra você?
Pathy - Hoje em dia uma
pessoa que eu me inspiro bastante, ela começou a carreira dela fazendo TV e fazendo improviso, é a Tatá Werneck, que é um ótimo exemplo pra qualquer pessoa que queira seguir nessa linha de humor. Até porque é muito difícil, são poucas mulheres que se destacam.
f32zoom - Conta pra gente um fato engraçado da sua infância. Pathy - Uma vez eu roubei figurinha de uma amiga minha… ah, não! Foi um tazzo! Naquela época eu queria muito aquele tazzo e ela não queria trocar comigo, então eu peguei pra mim. Aí minha mãe descobriu que eu tinha pegado e me fez devolver e então foi a maior vergonha da minha vida (risos). E na época da escola eu era uma peste, vivia aprontando.
f32zoomhobby?
Qual
seu
Pathy - Assistir a séries. Esse é meu hobby das horas vagas e não vagas (risos). Eu gosto muito de assistir à série, e por incrível que pareça eu não consumo quase nada de internet. Não sou daquele tipo que precisa ficar 20 horas na internet, mas posso ficar 12 horas na frente da TV.
f32zoom - Como foi sua trajetória até o sucesso?
Pathy - Comecei a faculdade em 2007, conheci o Cadore (um dos membros do Galo
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Frito) nessa época, o Mederi (outro membro) também tava se formando em Publicidade. E aí começou que eles faziam vídeos já de humor. O Galo era para ter sido um projeto da Univali, que não foi aprovado, e aí eles continuaram fazendo vídeos mesmo assim porque eles entraram no FizTV nessa época, que era um canal de televisão que pagava por minutos de vídeo. Então eles foram meio que contratados e faziam vídeos de 15 minutos para esse canal. Como eu era amiga do Cadore, aí comecei sendo estagiária deles. Então eu ajudava eles na gravação dos vídeos, até que um dia eu apareci, quando eu fiz o Justin Biba, que foi o primeiro vídeo que eu fiz de fato no Galo. E aí depois dele, consequentemente, vieram outros vídeos em que eu fazia papel de menino, até que chegou uma hora que eu tava cansada de fazer papel de menino, aí eles me deram o Pathy Que Te Pariu para fazer, o primeiro vlog de menina que tinha surgido na época. E de 2009 para cá, desde que virei efetiva, eu tenho feito várias coisas com os meninos ao longo desses cinco anos. E aí você vai adquirindo experiência, vendo que dá certo na internet, o que as pessoas gostam e não gostam. Às vezes o que eles não gostavam fazia muito sucesso, porque divulgava! (risos). E aí começaram a surgir outras coisas do ano passado para
cá. Eu fiz já três programas de TV, e vou ver se consigo fechar alguma coisa com o Multishow até o final do ano. E agora sábado passado me apresentei com um pessoal de improviso, nunca tinha feito isso na minha vida, foi assustador assim. Mas vamos ver se dá certo, o pessoal gostou, então (risos). Começar a tentar coisas diferentes além da internet. Mas eu nunca vou deixar a internet de lado, porque eu gosto muito.
f32zoom - Existiu algum momento em que você pensou em desistir de tudo?
Pathy - Já. Eu acho que foi no comecinho de 2010 quando a gente tinha recém estourado com os vídeos, mas ainda não tava ganhando dinheiro com isso, e eu ainda fazia faculdade, trabalhava meio período e trabalhava com os meninos nos dias que sobravam ou nos finais de semana, o que era bem difícil, então chegou uma hora que eu falei pra minha mãe que eu não ganhava dinheiro com isso e pensava em desistir.
f32zoom - Uma viagem que você tenha muita vontade de fazer.
Pathy - Tenho vontade de ir pra Disney! Todo mundo tem vontade de ir pra Disney, né? Essa é a viagem da minha vida, quero muito fazer!
Itajaí, novembro de 2014
Pathy - Eu tenho TOC pra muita coisa! Eu lavo a sola do tênis. Pra mim o tênis não tá limpo se eu não lavo a sola dele (risos). Também me dá uma aflição ver copo sem algum guardanapo ou apoio e daí forma aquela poça de água embaixo (risos). Ah, e chegar na casa de alguém e ter louça na pia, eu sempre peço pra pessoa: “Posso lavar sua louça rapidinho?” (risos). Já fiz isso várias vezes.
f32zoom - Você se considera vaidosa?
Pathy - Eu coloquei cílios postiços hoje pra sessão de fotos! (risos) Não sou uma pessoa vaidosa, só tem uma coisa que eu gosto muito de fazer que é pintar a unha. É uma coisa que eu faço sempre! Não sou uma pessoa de passar muita maquiagem nem de usar salto.
f32zoom - Como você gostaria que as pessoas te vissem?
Pathy - As pessoas quando veem o Pathy Que Te Pariu acham que eu sou exatamente daquele jeito, mas eu não sou, e muitas pessoas vêm falar comigo achando que vou falar um palavrão, mas na verdade não, não sou assim na vida real. Gostaria que as pessoas me vissem mais como eu realmente sou porque quem me conhece sabe que sou uma pessoa normal, que conversa, que tem alguns tiques. Essa vai ser minha nova batalha no Youtube.
Coletivo Fotografico F32 zoom
f32zoom - Você tem alguma mania?
lentecuriosa.wordpress.com
Pathy - Fui tirar férias em Las Vegas. Eu e o Fê (namorado da Pathy) juntamos uma “grana” e fizemos essa viagem com alguns amigos. Passamos 10 dias lá.
Beatriz Ferreira, Laiz Neves, Leandro de Souza, Luzara Pinho, Letícia Maia e Mariana Campos
f32zoom - E qual a última viagem que você fez?
f32zoom - Ao mesmo tempo que algumas pessoas acabam criticando, muita gente gosta do seu trabalho.
Pathy - Sim, e tento tomar cuidado, principalmente com criança, porque servimos muitas vezes de espelho para as pessoas que curtem o trabalho. Até eu ter esse conhecimento de quem alguém se espelha em mim e que as pessoas estão o tempo inteiro vendo o que você faz, já me compliquei muitas vezes. Já falei muita coisa que depois eu parei pra pensar: é… se eu tivesse a mentalidade que tenho hoje quatro anos atrás teria feito menos coisas erradas na internet.
f32zoom - Já teve algum caso de assédio de fã?
Pathy - Já! Já ganhei um beijo na boca de uma menina. E as pessoas não se contentam em dizer: “Oi, tudo bom? Sou muito fã do seu trabalho”. Elas correm, esmagam, mordem (risos). Mas é gratificante quando posso ver o carinho de alguém, que a pessoa vem, deixa uma carta pra você, te entrega um presente ou ela vem simplesmente chorando e te dá oi.
f32zoom - (pergunta para a mãe da Pathy, Cristina dos Reis) E para você, como é ser a mãe da Pathy?
Cristina - É um orgulho. Quando ela começou a fazer as apresentações em televisão o pessoal chamava pra conversar e queriam me filmar, então eu falava que não queria aparecer porque eu chorava. É a emoção de ver ela. É minha, é única.
Itajaí, novembro de 2014
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Desafio. Essa é a palavra que define e move a vida de Flávio Reitz. Uma caminhada repleta de obstáculos e muita superação, a história do atual recordista brasileiro de salto em altura é um exemplo motivador. Flávio perdeu a perna esquerda no auge da adolescência, vítima de um câncer no fêmur. O bloqueio psicológico inicialmente se fez presente, aos 16 anos, o jovem dedicou-se aos estudos e trabalho. Mas novas oportunidades bateram à porta, e Flávio soube recebêlas. Formado em licenciatura em Geografia e concursado na Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão, sua cidade natal, o professor largou tudo por uma nova vida em Itajaí. A relação com o esporte começou ainda no Paraná, com a prática do Handebol em cadeira de rodas. Um ano depois, em 2009, uma vinda para competir em Itajaí atraiu os olhos de treinadores locais, que convidaram-no para jogar pelo município. Desde então, Flávio passou a ser atleta itajaiense, praticando as modalidades de arremesso de peso, lançamento de dardo e disco, tênis em cadeira de rodas, ciclismo, basquete, canoagem e atletismo, além do handebol. O amor pelo atletismo surgiu juntamente com toda a reviravolta na carreira, e a escolha do salto em altura teve a motivação daquela que hoje é sua esposa. “Ela foi a pessoa que me falou: você vai fazer salto em altura! Isso antes de termos um relacionamento” – conta orgulhoso. Porém, como em todas as etapas da vida de Flávio, uma palavra o conquistou dentro da modalidade de salto em altura. O desafio. “Eu sou movido a desafios. Se me disserem assim: tu não faz, eu digo: não duvida.” – risos Hoje, Flávio Reitz tem a marca nacional de 1,69m. Agora os treinos são focados nos jogos paraolímpicos de 2016, com o objetivo no recorde mundial. Ainda que a estatura de Flávio seja inferior, comparada a outros paratetlas, o recordista apresenta uma excelente impulsão. Em 2012, nos jogos de Londres, por exemplo, o brasileiro atingiu a marca de 1,68m, seis centímetros a menos que o primeiro colocado, que é 18cm mais alto que Flávio. E as vitórias não se encontram apenas no mundo dos esportes. O professor de Geografia é um dos 4 sobreviventes da ala de oncologia e pediatria do hospital na época em que se tratou. Naquele período, cerca de 50 crianças recebiam assistência do hospital, ou seja, mais de 90% das crianças atendidas não sobreviveram, e Flávio compõe os menos de 10% de sobreviventes. A luta contra as dificuldades trazidas pela deficiência e as superações na modalidade não foram suficientes para Flávio desistir da carreira de professor. Atualmente leciona Geografia para o Ensino Médio de uma escola estadual de Itajaí. E quando perguntamos como foi a recepção dos alunos ao ver um professor deficiente entrar em sala, Flávio foi objetivo, e disse que em um primeiro momento pode ter sido um choque, mas ele soube trabalhar para dar destaque ao lado professor. “Eu não me faço de coitado, não deixo eles tirarem vantagem disso, então muitos deles são meus amigos. Eu subo em cima da mesa, tiro a cortina e monto um cenário para eles fazerem apresentação como se estivessem em uma rádio, faço teatro…Eu passo pelos corredores e se tiverem conversando bato com a muleta na canela…” – risos. Não é preciso afirmar que para ele, o impossível não existe. “Já não existia antes, agora então, é como 0,001” brinca o paratetla, sobre todas as superações já encaradas. Uma rotina extremamente atribulada e focada. De 15 períodos semanais, 12 são dedicados aos treinos e a carreira de professor. Em meio a tudo isso, ainda é necessário encontrar tempo para descanso e lazer.
agentefazfoto.tumblr.com
Bruna Bertoletti, Mariana Vieira e Thamiriz Garcia
Coletivo Fotográfico A gente faz FOTO 12
Flávio Reitz
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A gente faz foto – Em meio a correria, sobra tempo para o lazer? Flávio – Sobra! Eu me divirto! A gente faz foto – E o que você faz para se divertir? Flávio – Então, eu treino! - Risos! Flávio – Brincadeira! De segunda a sexta-feira é complicado, é foco total! Às vezes eu vou à casa de um amigo assistir futebol, ou então vou a um restaurante com minha esposa. Final de semana aí sim, porque dá para dormir até mais tarde, curtir as sobrinhas, fazer um passeio….Quando não tem um evento, uma viagem, algum evento para organizar ou até jogar um handbolzinho que às vezes eu ainda jogo. Ou seja, lazer mesmo é bem complicado! Transformações sem medo. É assim que Flávio encara a vida desde seus 16 anos. Um jovem de família do
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interior, que deixou de lado a carreira de engenheiro civil, pediu exoneração do cargo e veio em busca de realizações em uma vida completamente nova. Flávio morou um ano e meio sob a arquibancada do Ginásio Ivo Silveira, no bairro Fazenda. Ali ele e um amigo cadeirante recomeçaram. Porém, apesar de tantos impasses, não há marcas de arrependimento. “Arrependimento não! Eu acho que gostaria muito de ter sido aquilo que eu queria ser naquele momento. Mas como a gente aprende a se adaptar às coisas que vão acontecendo no nosso dia a dia. Tudo é adaptação. Dia após dia. No momento em que tudo aconteceu, não era viável para mim seguir com aqueles sonhos, aqueles planos e metas. Traçam-se outros. Arrependimento não! Muitas vezes eu agradeço por não ter uma perna, porque vejo que tem muita gente que tem tudo e acha que não tem nada. É bem notável a quantidade
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de pessoas que reclamam e não notam que têm tudo. E tudo não só no sentido de ser perfeito enquanto pessoa, enquanto físico. De ter tudo, de ter uma família, de ter condição de fazer tudo o que bem entender. Poxa, eu, um deficiente, família pobre, larguei um concurso, e morei um ano e meio num ginásio, o que impede as pessoas de fazerem? Não exatamente isso, mas fazerem o que querem. Eu não me arrependo de não ter seguido aqueles planos.” Novas metas e uma raiz jamais esquecida. Francisco Beltrão ainda vive no coração do professor e paratetla, que procura sempre visitar a família. Por lá, resta somente o sentimento de saudade e orgulho do filho e amigo que superou barreiras jamais imaginadas. A última conquista de Flávio foi compor a lista oficial de atletas convocados para a Seleção Brasileira permanente em 2015. Uma
vitória resultante de muito esforço. Hoje, aquele jovem de 16 anos, confuso, foi deixado para trás. Ele ajudou a construir o Flávio de hoje, o Flávio professor, paratetla, marido e ser humano. “Olha, acredite no seu potencial. Eu acho que cada um tem muito mais potencial do que transparece ter. Flávio Reitz, 16 anos, perder a perna de câncer…Eu teria todos os motivos do mundo para estar em casa trancado, depressivo, querendo pular da ponte. Não estou assim, não sou assim e nunca vou ser na minha vida. Minha esposa fala: como que você consegue acordar todo dia sorrindo, brincando, feliz, com energia? Eu respondo: Estou vivo! Estou vivo e demonstro que tenho capacidade de fazer muita coisa que muita gente não é capaz, ou acha que não é. Então todo mundo tem dentro de si muita capacidade, muita possibilidade. É só querer fazer, é só dar a cara a tapa!”
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EMdoucaerldimo Libriano, 25 anos, natural de Alto Paraíso (PR). Caçula de três irmãos, olhos azuis e ombros largos de dar inveja em qualquer rapaz. Eduardo Ferreira Mocelim reside em Florianópolis atualmente e acaba de concluir o curso de Sistemas de Informação na UFSC, mas o foco de Eduardo atualmente é apenas um: o concurso Mister Brasil 2015, onde irá representar o estado de Santa Catarina. Modelo desde os 16 anos, Mocelim não nega ser vaidoso. De segunda a sábado o moreno se dedica a cuidar do corpo: seja nas
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academias exercitando os músculos, já bem definidos, ou no campo jogando futebol. “Meus companheiros de bola me chamam de ‘o modelo’, mas por pura brincadeira, não é para me ofender”, conta Eduardo. O atual Mister Ilha São Francisco do Sul e quem sabe, futuramente, Mister Brasil, fala um pouco de sua vida pessoal. Eduardo diz ser muito apegado aos amigos. Durante nossa conversa, o telefone não para de tocar. É o melhor amigo de infância, Luis Claudio. Eduardo diz que se sente mal por ter a
agenda cheia com a correria e os treinos e não conseguir dar mais tanta atenção aos amigos. “Quando ele (Luis) foi embora para Curitiba, chorei”, revela. O telefone continua tocando, e Eduardo se obriga a responder. Sobre a carreira de futebol, o Mister se sente um pouco frustrado. Desde criança sonhava em jogar bola profissionalmente, mas algo parecia impedir. “Não era pra mim (a carreira). Para ser jogador de futebol tem que ter um bom QI: quem indica”, brinca. Graças ao futebol, Eduardo viajou bastante e
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conheceu pessoas diferentes. Algo que talvez a carreira de modelo possa lhe oferecer de volta. O começo no mundo da moda foi iniciativa do próprio Eduardo. Depois de alguns anos trabalhando, o caçula da família Mocelim abriu os olhos para o mercado: “Deixei de ir para São Paulo para prestar vestibular. Não me arrependo de ter ficado em Florianopolis, porém se eu ficar apenas aqui não há como crescer.” A escolha do curso teria sido influência do irmão Antônio. Sabendo que a carreira nas passarelas é
relativamente curta, Eduardo diz não ter problema em se dedicar exclusivamente à profissão a qual batalhou para ter o diploma. “Sofri pressão interna para passar, era muito concorrido”. Quando perguntado sobre seus relacionamentos amorosos, o Mister não esconde o jogo: “Hoje é muito mais fácil para mim ter a garota que eu quero”. Porém, ele sabe que beleza não é tudo: “É apenas a porta de entrada. Procuro sempre mostrar que não sou vazio”. Durante as idas e vindas dos concursos de beleza, confessa
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Coletivo Fotográfico Photo&Grafia
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Alan Willian, Iana Girardi, Lucas Machado e Talissa Peixer
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que se relacionou com uma Miss, justamente pela “facilidade de aproximação”. Mesmo que tenha sucesso com as mulheres e na carreira profissional, não é só de alegria que vive um mister. O representante de Santa Catarina no concurso de beleza masculina mais importante do país já sofreu dentro de casa: “Foi um baque descobrir que meu pai estava com câncer. Fiquei assustado, mas procurei me informar”. Hoje o pai do modelo encontra-se cem por cento curado, porém essa não foi a primeira vez que o Mister teve medo da morte. “Tenho medo. É difícil acreditar nela”. Eduardo se lembra de um acidente de trabalho que culminou na morte de um primo. Durante o Natal, quando ainda era adolescente, Eduardo recebeu um presente não muito agradável: a certeza de que o casamento de seus pais não ia bem. Na noite de véspera, a mãe entrega de presente ao pai uma carta que havia achado de uma amante, uma mulher mais nova. Por essas e outras, o Mister procura levar muito a sério os relacionamentos: “Envolve família, ciclos de amizades. É muita coisa em jogo”, reflete Mocelim lembrando-se de sua ex namorada. O motivo do rompimento: ciúmes e personalidades diferentes. Sobre o concurso Mister Brasil 2015, Eduardo promete honrar Santa Catarina e dar o melhor de si. Os catarinenses podem ficar tranquilos: o estado está sendo muito bem representado por um rapaz otimista, elegante e muito sincero. Sobre os sonhos para o futuro, Eduardo fala com o peito estufado: “Quero viajar! Conhecer países, visitar lugares diferentes”. O Mister está preparado para abraçar o mundo e as oportunidades que virão.
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Série II ” s i f r e P o d n e c e “T Por Olga Luísa dos
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Uma campeã de resistência Funcionária da Buettner há 27 anos, Bia Buschirolli passou de jogadora de vôlei à mãe dedicada sem jamais afastar-se dos teares local. Eu sempre gostei muito. Gosto até hoje”. O primeiro e único emprego de Bia faz parte da vida dela de forma intensa. Aos 45 anos de idade, próxima de se aposentar, confessa: “Se eu me aposentar e eles quiserem que eu fique, eu fico”. Hoje não é só o gosto pelo que faz que a motiva a permanecer na indústria. A preocupação com o futuro do filho é uma das forças que a estimulam a continuar. Apoiada pelo empreendimento, não só cresceu dentro da seção, como alcançou um amadurecimento pessoal. Por meio da empresa, teve a oportunidade de terminar os estudos e se profissionalizar com diversos cursos. Coisa que como ela mesma cita, talvez não conseguisse sozinha.
Olga Luísa dos Santos
Na carteira de trabalho um único registro. As folhas carimbadas correspondem aos anos, mais precisamente aos 27, de entrega por completo à empresa. Beatriz Buschirolli é o exemplo perfeito de permanência e dedicação, mesmo nos momentos mais difíceis da indústria têxtil em Brusque. Colega dos “tempos da Buettner”, como diz minha mãe, ambas começaram cedo. Aos 15 anos, a mulher que se definia naquela época como “ogra”, trocou a roça para trabalhar na fiação. Sentada no sofá da sala em um sábado à noite, Bia, como é chamada, hoje mostra que daquela menina não tem mais nada. Mãe de um garoto, ela parece precisar estar de olho nele o tempo todo. Ele também quer a presença dela. Com a minha chegada, sente-se ameaçado e começa a chorar. Bia pede que durante nossa conversa uma sobrinha fique com ele. Sem o choro, porém, dessa vez com música sertaneja ao fundo, iniciamos nosso bate-papo. Por exatos 15 anos Bia permaneceu na produção no setor de fiação da Buettner. Após conhecer todos os procedimentos pelo qual o algodão passa para transformar-se em fio, foi promovida para o controle de qualidade. Há 12 anos inspeciona a matéria prima, desde o processamento nas máquinas, até o produto pronto. Ela também é responsável, caso ocorra algum problema em uma toalha, por verificar em qual etapa houve o erro. Diferente dos demais perfilados, Bia é a única que ainda permanece na empresa. Não é de espantar, é impressionante como defende em cada afirmação como se sente por trabalhar lá. “Na Buettner sempre foi muito bom, não se ganha mal e é um bom
Vestindo a camisa Relembrar toda a jornada na Buettner e não mencionar as conquistas pela equipe de vôlei seria apagar de sua vida uma das melhores fases. Junto ao time, Bia viajou para vários estados brasileiros e até mesmo para outros países, como México e Itália. As medalhas e as fotos servem de recordação dos momentos de vitória e companheirismo. Ela não resiste, precisa me mostrar aquelas fotografias. As partidas e viagens para os jogos são separadas em álbuns. Aqueles sorrisos capturados e guardados em uma imagem revelam o quão prazeroso era para aquelas meninas competir, levando a camisa da empresa. As amizades feitas em cada partida eram cultivadas para além das quadras. Foram muitas vitórias compartilhadas, até porque Bia não se intimida e defende como o time era preparado. O maior rival das quadras? A equipe da Schlösser. Um pouco antes da gravidez, optou por parar de jogar. Não foi fácil, mas, era por um bom motivo. A chegada do filho tornou os
dias de Bia uma jornada dupla de atenção. Por permanecer o dia todo fora, quando chega em casa ao fim da tarde, o tempo é reservado para acompanhar o crescimento, tão rápido, do menino. Logo que engravidou, se afastou por um tempo da empresa. O período coincidiu com o de decreto de recuperação judicial. Porém, certas mudanças foram presenciadas por ela, como o afastamento dos funcionários aposentados para a contenção de gastos. Além disso, Bia também sofreu com o atraso dos salários. Assim que retornou, as coisas já estavam diferentes, no caminho de serem ajustadas. O segundo turno havia sido extinto, e outras máquinas foram adquiridas. Atu-
almente, relata que pouca coisa é produzida à tarde. Alguns equipamentos trabalham apenas das 5h às 13h30min, e das 22h às 5h. Ela acredita que a Buettner tomou essas medidas por perceber que mesmo com menos pessoas, eles podiam produzir igual. Nos últimos meses, alguns trabalhadores foram recontratados. Hoje, a fiação conta com aproximadamente 140 funcionários. Reuniões periódicas buscam melhorar o funcionamento da fábrica e atingir o objetivo principal: de ser o que era antes. Bia acredita na possibilidade dessa volta por cima. “O produto é bom, e cliente tem”. A preocupação com o filho volta a incomodar Bia. Ela fica desconfortável, mas prossegue
me contando sobre como se sente realizada por ter evoluído no setor. Contribuir com ideias e agir efetivamente na parte gerencial da seção a faz se sentir útil. A pele branca, os cabelos castanhos, cortados pouco acima dos ombros, expressam a jovialidade daquela mulher, aparentemente muito mais nova que nas fotos dos jogos de vôlei. Ao questioná-la sobre o que vem a sua cabeça ao ouvir o nome Buettner, ela dispara: “Conquista. Porque tudo que eu conquistei foi graças ao meu emprego”. Bia encerra nossa conversa com o olhar voltado para as fotos. A saudade revelada naquele gesto dispensa palavras.
[1] Olga Luísa dos Santos é jornalista formada pela UNIVALI. Esta reportagem, a segunda da “Série Perfis”, faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso que ela apresentou no primeiro semestre de 2014.
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