Cobaia #107 | Dezembro | 2010 | Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo - Univali
É VERÃO no litoral Subiu, e agora?
Alta do IPCA eleva preços de produtos típicos do verão
Taquarinhas vale ouro: ambientalistas e construtora travam luta na Justiça por uma das mais belas praias da região | 11
E
ditorial
Quando o verão dita a pauta Sandro Galarça sandro.galarca@univali.br
Existem muitas obviedades num verão tropical. A primeira delas é o calor abaixo do equador, do qual não escapam nem mesmo regiões mais ao sul do Brasil, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De dezembro a março, a população do hemisfério sul do Globo Terrestre muda de hábitos e de costumes, passa a dormir menos, se alimenta menos e com menor qualidade, passa cada vez menos tempo em casa e, em consequência, provoca muito mais exageros. Daí pensamos como um jornal especial de verão pode servir como uma maneira inteligente de sair da mesmice, do cotidiano das pautas que abordam o verão, o calor e tudo o que decorre do clima quente dos trópicos sul-americanos. Surgem, no primeiro período de jornalismo da Univali, as primeiras dúvidas: o que é uma pauta e como fazê-la já de primeira? Quais assuntos soam menos factuais para um jornal mensal? Como abordar um assunto tão importante com tão pouca experiência de redação e pauta? Auxiliados pelos professores das disciplinas de Introdução ao Jornalismo, Técnica de Reportagem e Jornalismo Informativo, os repórteres de primeira viagem produziram suas pautas, apuraram suas matérias e foram a campo na tarefa mais nobre do jornalismo: reportagem. Ainda que de uma maneira iniciante, to-
dos puderam praticar um pouco do que a vida profissional vai-lhes oferecer depois de formados. Agora, ainda no primeiro semestre de academia, a experiência lhes foi útil para romper a timidez, disparar a primeira pergunta e organizar tanta informação de uma só vez. A agitada vida de quem precisa pautar-entrevistar-apurar-escrever-editar, nosso fazer cotidiano, teve o apoio das disciplinas teóricas e dos professores do primeiro semestre do curso. Assim, nasceram matérias mais objetivas e outras mais aprofundadas. Algumas pautas recorrentes ganharam atualização, outras com abordagens diferenciadas deram um toque todo especial a esta edição temática que pensa em como enfrentamos mais um verão em nossas vidas. A temporada de transatlânticos e o turismo oferecido pelos cruzeiros, cada vez mais em moda no país, o convívio nada amigável com o mosquito que atrapalha nossas noites de sono, os preços das mercadorias que disparam em nossa região litorânea – e que vive dos turistas e de seu consumo durante a temporada – foram destaque em nossas páginas. Os calouros de jornalismo ainda produziram matérias sobre o cuidado com os animais neste período mais quente do ano, os esportes de verão, as profissões e suas particularidades e a vida de doentes que não podem passar muito tempo em férias, como os diabéticos, dependentes de tratamentos em hospitais. Essas e outras preocupações jornalísticas você acompanha a partir de agora. Seja bem-vindo!
Um jornal especial de verão pode servir como maneira inteligente de sair da mesmice
Cobaia Editor Sandro Lauri Galarça Reg. Prof. 8357 MTb/RS Projeto Gráfico/Capa Sandro Lauri Galarça Estagiário Rafael Huppes Piassini Ensaio Fotográfico Diogo de Sousa Campos
Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da UNIVALI
Participaram desta Edição Alberto César Russi, Aline Cristina Siegel, Aline Hodecker, Daira Gomes, Eduarda de Jesus Claudino, Grazieli Terezinha Till, Karine Nunes, Leonardo Régis da Luz, Leonardo Wosiak, Waltermiriam Alves, Maycon Cosme, Maria Cecília da Silva, Mariana de Souza Feitosa, Naiara Candido, Patrícia Cancelier, Raquel Zubiaurre e Ricardo Oliveira.
Música itajaiense para todos os gostos Alberto César Russi
Pela primeira vez reunidos em um único CD,16 grupos e intérpretes itajaienses expõem seus respectivos trabalhos no disco “Pirão Catarina”. O título é homônimo ao programa da Univali FM, o qual lhe deu origem. Pirão Catarina está no ar desde março de 2000, sob a batuta da jornalista e professora Liza Lopes Corrêa, com produção de acadêmicos do curso de Jornalismo da Univali. É Liza quem abre a
apresentação do álbum escrevendo - “tem rock, tem pop, tem reggae, tem MPB – O CD Pirão Catarina – Edição Itajaí apresenta uma amostra do que há de melhor na produção musical catarinense, mais especificamente na cidade de Itajaí”. O álbum foi lançado oficialmente no dia 3 de dezembro, no auditório do Porto de Itajaí, durante show ao vivo que contou com a participação de alguns cantores e grupos que integram essa obra histórica. O disco tem o apoio do Porto de Itajaí, Fun-
dação Cultural de Itajaí, Univali, Lei de Incentivo à Cultura, Fundação Cultural de Itajaí, Prefeitura de Itajaí e cursos de Comunicação Social da Univali. Em síntese, é resultado de várias edições de um programa que se dispõe a abrir espaços para o talento local. Traduzida em CD, essa versão peixeira do Pirão Catarina é também um marco pioneiro na história da “culinária musical catarinense”. Reflete igualmente o pensamento da Univali FM ao dar espaço a estilos musicais heterogêneos
onde o que mais importa é a qualidade. A água foi fervida, a farinha acrescentada, e a mistura ficou pronta. Agora, o pirão está sendo servido para ficar na história da música de Itajaí, de Santa Catarina e do País. Na verdade, desconheço outro disco, com carcaterística local, que tenha incluído em seus acordes tantos músicos, cantores e compositores de uma só vez e com generosa diversidade e tendências. Creio ser um marco na história da música em terras barriga verdes. É o Pirão Catarina
litorâneo. E agora é só perguntar: se “quéx” com peixe, linguiça ou carne seca, afinal sua diversidade permite que seja oferecido assim: para todos os gostos. Durante 10 anos, alunos do curso de Jornalismo da Univali, liderados por Liza, foram à bica para pegar água e ao engenho, à procura de farinha. Colocaram a água a ferver e a ela juntaram a farinha. O resultado foi o saboroso Pirão Catarina em sua versão musical prontinho para ser degustado. Agora cabe também a pergunta: “se quéx, quéx, se não quéx, dix, ixtepor”.
Animais exigem mais cuidados no verão Nossos amigos também sofrem com as altas temperaturas deste verão e mercem cuidados especiais para manterem a saúde em dia
Grazieli Terezinha Till grazi_nt@hotmail.com
Com a chegada do verão, é preciso redobrar os cuidados com a saúde dos animais de estimação, principalmente os cães. A estação é o paraíso dos insetos e, consequentemente, dos parasitas. Carrapatos, pulgas e piolhos são um tormento e um perigo para o cão, pois podem transmitir doenças como a verminose por Dipilydium canino (pela pulga) e Babesiose e aEliquiose (pelo carrapato). Nesta época do ano também são muito frequentes as alergias, devido ao calor e à umidade, como informa o médico veterinário Glauber Gelsieichter. Glauber explica que os cães têm sensibilidade maior que os gatos, por isso são mais fáceis de ter problema de pele. “É indicado usar sempre o filtro solar próprio para animais”, alerta. O médico orienta que os animais mais peludos precisam ser tosados, e todos devem tomar banho uma vez por semana, para que os parasitas não se proliferem. A dona de casa Maria Aparecida Dalbosco já se prepara para redobrar os cuidados com os dois cães que possui. Cida, como é
mais conhecida, diz estar atenta ao calendário de banho deles. Férias adequadas também para eles Para muita gente que tem um animalzinho, a aproximação do período das férias traz sempre o mesmo dilema: onde deixar o cão enquanto a família viaja? Embora seja comum hoje em dia as pessoas levarem os animais de estimação nas viagens, nem sempre isto é possível e elas acabam pedindo ajuda de um vizinho, amigo ou parente para tomar conta dos bichos. Mas a moda agora é hotel e babá. Este é um negócio que também se expande e oferece novas alternativas. As “babysitter” visitam os animais em suas residências durante a ausência dos donos, e os hotéis oferecem todos os cuidados necessários e ampla área livre para conforto do animal. A proprietária de um pet shop, Maria Cristina Leonardo, 37 anos, diz que para se hospedar, o animal precisa estar vacinado e com proteção contra pulgas e carrapatos. Ela aconselha o dono do animal a visitar o canil antes de fazer a reserva, sempre com antecedência, pois o animal precisa de um período para adaptação.
Fique atento É sempre bom lembrar que não se deve viajar com animais menores de três meses de idade, se isso for necessário. A caixa para o transporte deve ser de fibra, com tamanho suficiente para que o cão possa se virar ou ficar de pé, não caminhar nos horários mais quentes do dia, não se esquecer de trocar a água do animal ao longo do dia. sxc.hu
Colônia de férias Nesta época em que as aulas acabam, lugares especiais para deixar os filhos são uma opção segura e cada vez mais divertida
Karine Nunes kary_nunes@hotmail.com
O que fazer com a garotada quando as férias dos pais não coincidem com o recesso escola? Esse dilema é enfrentado por muitas famílias todos os anos. Os pais trabalham onde não dá para viajar durante os dois meses sem aula. Uma boa opção para o problema costuma ser a colônia de férias, alternativa que ocupa as crianças durante o horário que estariam em aula, ao longo de aproximadamente quatro semanas. Estas colônias trabalham com atividades coordenadas por profissionais especializados em atendimento ao público infantil. São implantadas programações específicas, diferente do ano letivo, neste período as crianças têm o dia inteiramente preenchido por diversas atividades. Os alunos costumam desfrutar de oficinas de culinária, oficinas de materiais reciclados, fazem passeios a bairros próximos, clubes e pontos turísticos da cidade. A auxiliar de coordenação Maria da Paz Silva, 47, do Centro Educacional Rosemary Klock, situado no bairro Dom Bosco, nos explica que neste ano a chamada colônia de férias pas-
sou a ser intitulada de plantão de férias, que acontece entre os dias 03 de janeiro a 3 de fevereiro, em período integral, em toda a rede municipal. “A procura por este serviço é grande, cerca de 60% dos alunos permanecem nas creches durante o período de recesso escolar. Neste ano as matrículas já foram feitas. Nosso objetivo é atender às necessidades dos pais que trabalham neste período”, conta Maria da Paz. Em Itajaí, as creches são separadas em zoneamento, nem todas as unidades oferecem o serviço. Enquanto algumas creches fecham no período de férias, outras recebem os alunos destas entidades. A coordenadora infantil Juliana Furman, 32, garante que nenhuma criança matriculada nos centros educacionais municipais ficará sem vaga. Nas creches particulares as programações são as mesmas. Os preços do serviço variam de acordo com o número de semanas que a criança permanece na colônia. Os valores são na faixa de R$ 100 por semana. Cada creche tem sua maneira de trabalhar. No Centro Educacional Gênesis, no bairro São João, os pais que precisam deixar os filhos sobre cuidados dos profissionais do centro não
vão desembolsar nada a mais pelo serviço. A mensalidade é cobrada normalmente, sem acréscimos. Os pais optam por deixarem ou não os filhos na creche. De acordo com a professora Bruna Fernanda Beraldo, 26, no Gênesis o serviço é prestado apenas para alunos já matriculados, sem haver a abertura de novas vagas. De acordo com a professora Ariane Cardozo, 24, o comportamento das crianças que participam das colônias sofre alterações: uns ficam mais elétricos e outros mais chorões. “Algumas crianças se mostram mais frágeis, dizem que queriam estar na praia ou em casa com os pais como alguns amiguinhos. Outros não param um segundo, pois trabalhamos muito com recreações”. Para os pais, esta opção de lazer para os filhos enquanto eles estão em recesso escolar é muito viável, "porque além de diversão as crianças sempre aprendem algo extracurricular", conta a mãe de um aluno, Vera Victorino, 32. Ainda para os pais nas quais as creches não oferecem o serviço de colônia de férias, tem a opção de procurarem o Sesc em Itajaí, que estará com as matrículas abertas a partir da segunda semana de janeiro, e aceita crianças de um a seis anos.
http:// casaartevida.org.br
Alternativas eficazes sem agredir o meio ambiente Medidas simples contra mosquitos e demais insetos podem evitar uma noite mal dormida no calor do verão Raquel Zubiaurre Reschke raquel.reschke@gmail.com
Vira pra cá, vira pra lá. Mal pegou no sono e ele aparece. Não deixa ninguém dormir. Um carneirinho, dois carneirinhos, três carneirinhos. Volta a dormir, pega no sono finalmente, mas ele surge de novo. Agora são vários. Ataque aéreo. Zziiiiiiiiiiiii, zziiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. Parece filme de guerra. Travesseiro voa como um míssil teleguiado. O arremesso certeiro abate meia dúzia. As marcas de sangue denunciam a chacina. A noite foi longa. No dia seguinte, além das olheiras, o rastro de picadas semelhante a uma sequência de metralhadora, além da irritante coceira. Pior de tudo é que o chato do sugador não é o mosquito e sim a “mosquita”, já que neste caso é apenas a fêmea que pica. O alento para as noites mal dormidas é que essa vampira voadora vive apenas por 24h. Chega o verão e com ele uma invasão de mosquitos. Tudo bem que no equilíbrio da cadeia biológica ele tenha a sua importância, mas o que fazer para conviver com este inconveniente sem agredir a natureza e a saúde? A dona de casa Rosina Jesus de Borba, 73, utiliza um meio alternativo para se livrar dos insetos. No lugar das pastilhas de inseticidas, coloca casca de laranja no aparelho elétrico que, além de espantar o inseto, deixa um aroma agradável no ambiente. Já a aposentada Sônia Gonçalves, 63, optou por uma solução mais popular: colocar telas nas janelas de sua casa, para evitar a entrada dos artrópodes. Outra técnica simples e eficaz – isenta de componentes defensivos – é conservar mudas de citronela nos locais de grande concentração de mosquitos (beira de rios, sítios) e próximas às aberturas do domicílio. O Clube de Campo Itamirim, de Itajaí, utilizou este método. Plantou
mais de centenas de mudas e solucionando 80% do problema causado pelo inseto, conforme afirma Élio Ramos, gerente operacional do clube, que destaca que continuarão cultivando as mudas de citronela. O professor Rene Arthur Ferreira, da disciplina a Farmacognosia do curso de Farmácia, da Univali, explica que tanto a casca da laranja quanto a citronela possuem um óleo essencial aromático, de efeito repelente, liberado pela planta através do cheiro, o que afasta os mosquitos. O óleo concentrado libera pequenas gotículas a partir do momento da ruptura celular por trauma (quebra) ou por aquecimento. Essas substâncias são expelidas pela planta, e ao entrar em contato com o ar transformam-se em gás, tomando conta do ambiente. Rene indica o uso das folhas secas da citronela diretamente nos aparelhos elétricos. Para isso, devem-se deixar as folhas uma semana à sombra secando, assim perdem a umidade. A folha seca já eliminou a água, e as substâncias ativas ficam retidas. Quando colocadas no aparelho, ao esquentar vão exalar o aroma com mais efeito. O professor ressalta que existe também a produção de velas aromáticas com este tipo de óleo que durante a queima vai sendo expelido. Ele lembra que este princípio é utilizado como defesa das próprias plantas para afastar aqueles que se aproximam para se alimentarem delas. No mesmo sentido, conhecedores disso, alguns animais esfregam-se nessas plantas aromáticas como método de defesa contra o inimigo que ao sentirem o cheiro pensam duas vezes antes de chegar perto. E o homem, observando a natureza, apropria-se disso cientificamente, destaca o professor. Estas técnicas alternativas ajudam a afastar os mosquitos e não prejudicam o meio am-
biente. Hoje em dia as soluções inseticidas utilizam menos componentes defensivos. Mesmo sendo à base d’água, ainda sim podem prejudicar. Sobretudo a saúde, em especial das crianças – mais sensíveis aos fatores de exposição – além trazer prejuízos ao ambiente. Se utilizados em grandes quantidades, os agrotóxicos envenenam a flora e a fauna. Quem não se lembra das bombas de inseticida, a base de querosene? Schiiiiiiiiii, schiiiiiiiiiii, schiiiiiiiii... Todavia, o professor ressalta que mesmo os ingredientes naturais, se utilizados em quantidade concentrada, podem trazer alergias e incômodo.
População indesejável cresce no verão Outra espécie indesejada que aumenta no verão é a do mosquito da Dengue. Com a chegada das chuvas e das altas temperaturas, a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus, também costuma crescer de forma acelerada nesta estação. Quando chove, os locais que servem de criadouros de mosquitos se multiplicam. Já o calor acelera o ciclo de desenvolvimento desses insetos. O controle da proliferação depende fundamentalmente da população, que deve eliminar qualquer ponto de água parada – esgotos, valas, vasos de plantas, caixas d’água sem tampa, entre outros. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, até outubro em 2010, foram notificados 936.260 casos de dengue clássica no país, dos quais 14.342 foram classificados como graves. O número de mortes no período foi de 592. Para este caso também há métodos alternativos de eliminação tanto do mosquito comum quanto da Dengue. Saiba como eliminar mosquitos de forma ecologicamente correta, se assim pode-se se dizer.
Passo a passo Confira abaixo o infográfico que explica passo a passo como montar uma armadilha para eliminar qualquer mosquito, inclusive o da dengue. Em duas semanas você verá a quantidade de mosquitos que morreram dentro da garrafa. A armadilha é segura para a saúde e pode ser colocada em escolas, creches, hospitais e residências, locais públicos, entre outros.
O que é preciso: 200 ml de água; 50 gramas de açúcar mascavo; 1 grama de levedura (compra na loja de produtos naturais) e uma garrafa plástica de 2 litros .
A seguir os passos para desenvolver a armadilha:
1. Corte uma garrafa de plástico no meio. Guardar a parte do gargalo:
2. Misture o açúcar mascavo com água quente. Deixar esfriar depois e despejar na metade de baixo da garrafa.
3. Acrescentar a Levedura. Não há necessidade de misturar. Ela criará dióxido de carbono, o que atrai a fêmea do mosquito.
4. Colocar a parte do funil, virada para baixo, dentro da outra metade da garrafa.
5. Enrolar a garrafa com algo preto, menos a parte de cima, e colocar em algum canto de sua casa.
Fonte: http://boaluz.com.br/mosquitos
Um mar de turistas, a partir de muitos pontos de vista
Horário de verão impulsiona economia de Itajaí
Mercado marítimo em alta potencializa Itajaí como destino Leonardo Régis da Luz leonardo.reggis@uol.com.br
Marcos Porto/ClicRBS
Itajaí e região vêm sendo gradativamente ponto de visita de muitos navios transatlânticos e iates. O mercado está em alta e a movimentação de turistas por esse tipo de transporte vem atraindo mais turistas e mais investimentos, aquecendo a economia da região, mas semesquecer da segurança. Quando o assunto é turismo marítimo, Itajaí sai na frente. Não só por ser a única cidade catarinense a ter um píer turístico, mas pelo grande fluxo de navios e passageiros. A Secretaria Municipal de Turismo informa que nesta temporada haverá uma movimentação de 32 navios trazendo para região cerca de 38 mil passageiros, os navios MS Imperatriz e MS Horizon, os maiores da temporada, levarão cerca de 1.850 em cada viagem. Mas isso está acontecendo graças a uma parceria entre o poder executivo e as agências de turismo, só uma delas vendeu 29.550 pacotes com desembarque aqui em Itajaí. “Hoje, graças aos investimentos turisticos e hoteleiros a região de Itajaí e Balneário Camboriú é reconhecida nacionalmente e tem uma grande procura de brasileiros e estrangeiros que conheceram ou ouviram outras pessoas falarem das praias, do clima. As vendas de pacotes para essa região é espontânea, ela se vende sozinha. Isso é
o mais marcante”, diz Iñaki Ureña diretor de marketing da Pullmantur Cruzeiros sediada em Barcelona, proprietária dos navios da CVC Turismo. Além dos grandes navios transatlânticos, os diminutos iates estão invadindo a costa, com duas marinas, uma em Itajaí e outra em Balneário Camboriú, estão sempre cheias. Mas isso não impede que a venda de mais barcos, lanchas e iates se desenvolva na região. Além das empresas que fabricam, originárias da costa mediterranea, vislumbram a costa catarinense como novo mercado a ser conquistado. “Isso aqui está sempre cheio, mas no verão a procura por lugares nas marinas sempre aumenta”, comenta Didier Bourbon, belga, visitante freqüente da região. A segurança é indispensável. Nesse assunto a maior autoridade é a Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí, um órgão militar ligado a Marinha que cuida do trafego aquáviario. O Delegado Capitão de Fragata Alexandre Herculano Pinto Malizia Alves, afirma que a segurança e as condições de navegabilidade das embarcações estão sempre em conformidade das legislações nacionais e internacionais que regem o transporte aquaviário. E que a região está preparada para qualquer imprevisto, como o encalhe do navio MS Splendor, devido a um incêndio na casa de maquinas que aconteceu em novembro na costa mexicana.
Dias mais longos são ótimos para o comércio local Waltermiriam Alves waltermiriam@yahoo.com.br
A chegada do horário de verão traz consigo mudanças significativas na economia do município de Itajaí. Apesar de o nome se referir à estação verão, ele começa na primavera tendo, a partir de 2008, o seu início no 3º domingo de outubro e término no 3º domingo de fevereiro. Embora o objetivo principal do horário de verão seja reduzir a demanda no horário de pico, entre as 18 e 21 horas, para evitar a sobrecarga no sistema (colapso), a expectativa de redução no consumo para este ano é de aproximadamente 5% em todas as regiões que o adotam, sul, sudeste e centro-oeste. O secretário da fazenda do município de Itajaí, Osvaldo Gern, afirmou em entrevista que o município deverá economizar em torno de 500 a 700 mil reais por mês, “essa é a nossa previsão”, afirmou ele. O ocorrido se dá devido à mudança no horário de trabalho no setor administrativo durante o período, que passa a funcionar das 7:30h às 13:30h direto. Por se tratar de um horário do dia menos quente, o consumo de energia diminui e um dos motivos é um menor uso do ar condicionado. Outro setor que traz bastante economia com a chegada do horário de verão é o setor de transportes, uma vez
que o funcionário o utiliza durante um turno apenas, fazendo, portanto, 2 viagens ao invés de 4. Quem ganha com tudo é o município, a própria população, pois “o dinheiro que nós deixamos de gastar reaplicamos em mais educação, mais saúde, na construção de creche”, afirma ele. Assim se posiciona também o secretário de comunicação do município, Cleber Almeida Costa Pinto quando, em entrevista diz: “vai sobrar verbas para todos os serviços necessários para o bom andamento da cidade.” Para o economista Eduardo Guerini, professor do curso de Direito e do Instituto de Pesquisas Sociais e colaborador do mestrado de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí, o horário de verão traz economia na geração e distribuição do consumo de energia, podendo promover benefícios para a população. A redução alcançada, em sua fala, é uma poupança gerada que aumenta a possibilidade de dispor de “renda para outras atividades ou bens necessários ao município”. Ao contrário, “quanto maior for a necessidade do uso de energia, maior será a necessidade de construção de barragens, de hidrelétricas e de outras fontes de energia”, gerando assim a um maior investimento. Em sua opinião, o horário de verão deveria ser estabelecido em todo o período ano.
Por que não viajar no verão
sxc.hu
Pacientes que precisam de tratamento constante não podem deixar a cidade por longos períodos no verão
Patricia Cancelier paticancellier@hotmail.com
José Elio morava tranquilo no Estado do Mato Grosso, vinha a Santa Catarina quase sempre visitar a família de sua esposa que reside em Camboriú. Mas sua vida estava prestes a mudar em 2001, quando descobriu que era paciente renal crônico. Começou a fazer planos, e agora mora em Balneário Camboriú. Decidiu se mudar para Santa Catarina por ser um estado referência em transplantes de órgãos e pela qualidade de vida. José era funcionário público, morou 30 anos em Roraima, em Ji-Paraná , onde trabalhava no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Insuficiência renal crônica é a síndrome metabólica decorrente da perda progressiva, irreversível e geralmente lenta da função dos rins (glomerular, tubular e endócrina). O rim para de fazer seu papel no organismo. Quando ocorre a perda de até 50% na função renal não provocam sinais e sintomas evidentes no paciente, enquanto que reduções maiores causam inúmeros sinais, sintomas e complicações em quase todos os órgãos e sistemas do organismo.
Para compensar essa falta de rim, o paciente passa pelo processo de hemodiálise. Hemodiá-
zer seu tratamento, e a viagem tem que ser adiada. E ainda tem os problemas burocráticos, tanto pelo SUS ou pelo plano de saúde, tem que ser enviada uma solicitação para a clínica da cidade que se deseja visitar, tendo que aguardar a liberação do pagamento do procedimento pela Prefeitura ou plano de saúde. “Grande parte dos doentes renais crônicos sofre para aceitar o quadro clínico, ficando deprimida, com baixa estima, sem animo”, relata a psicóloga Gisele Santim Pimentel. José Elio conviveu muito tempo com o esporte, e isso o ajudou muito psicologicamente para aceitar a doença, pois com 18 anos como nos conta se embrenhava na floresta amazônica e ficava de 15 a 20 dias trabalhando, só retornava para casa quando o helicóptero ia buscar. E conviveu com muitas famílias pobres e dizimadas pela malária, hepatite, e isso lhe ajudou muito a aceitar ser um paciente crônico renal. É difícil nas férias o paciente renal crônico conseguir viajar, pois são vários os motivos que os impedem, como a dificuldade de conseguir uma vaga para hemodiálise em uma clínica fora de seu domicilio, problemas burocrático para a liberação, clínicas que não são conhecidas oferecem riscos para a saúde deles. Para quem paga o procedimento particular, o custo sai R$ 360,66 por sessão.
Hemodiálise Na hemodiálise, o sangue é obtido por um acesso vascular, unindo uma veia e uma artéria superficial do braço (cateter venoso central ou fístula artério-venosa) e impulsionado por uma bomba até o filtro de diálise, também conhecido como dialisador. No dialisador, o sangue é exposto à solução de diálise (também conhecida como dialisato) através de uma membrana semipermeável, permitindo assim, as trocas de substâncias entre o sangue e o dialisato. Após ser retirado do paciente e filtrado pelo dialisador, o sangue é então devolvido ao paciente pelo acesso vascular. As máquinas de hemodiálise possuem vários sensores que tornam o procedimento seguro e eficaz. Os principais dispositivos presentes nas máquinas de diálise são: monitor de pressão, temperatura, condutividade do dialisato, volume de ultrafiltração, detector de ar etc.
http://boasnoticias.pt
Máquina da vida
lise é o processo para a remoção de líquidos e substâncias tóxicas do sangue através de uma máquina, que faz o papel de um rim artificial, que tira as substâncias indesejáveis do sangue como a creatinina e a ureia. A hemodiálise é uma terapia de substituição renal realizada em pacientes portadores de insuficiência renal crônica ou aguda, já que nesses casos o organismo não consegue eliminar tais substâncias devido à falência dos mecanismos excretores renais. Os pacientes renais crônicos fazem hemodiálise três vezes por semana, e cada diálise leva cerca de quatro horas atrelado numa máquina. Por esse motivo, o paciente renal crônico não pode trabalhar, e tem inúmeras dificuldades para viajar “Como minhas filhas ficaram no Mato Grosso, lá é muito quente, tenho que tomar muito líquido, e isso me faz mal. Além disso a unidade de hemodiálise mais perto fica a 80 Km da cidade onde minhas filhas moram e se torna um pouco cansativo”, conta José Elio. Ele não voltou mais para visitar seu estado, onde morou por 30 anos. Já o paciente renal crônico Jorge Fernando Vilarinho tem um roteiro restrito. Médico e professor aposentado da Universidade Federal de Santa Maria, quando quer viajar para sua cidade natal tem a felicidade de poder contar com uma clínica de hemodiálise no Rio Grande do Sul. Mas nem sempre consegue vaga para fa-
Espe
Subiu, e agora?
Mariana de Souza Feitosa mariasfeitosa@gmail.com
Domingo de sol, o melhor programa para relaxar é aproveitar um dia de praia, certo? Talvez. Se você é do tipo de leitor preocupado com as finanças, prepare-se para não “cair da cadeira”. Os produtos típicos de verão tiveram alta média de 25% e segundo índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os gastos aumentaram 4,37% em 2010. Os principais vilões? Os alimentos. O IPCA/IBGE mede a variação dos custos dos gastos no período do primeiro ao último dia de cada mês de referência e no período compreendido entre o dia 8 e 12 do mês seguinte. O aumento registrado no mês de outubro foi de 0,75%, número próximo à máxima registrada nos últimos dois anos. Fatores que influenciam diretamente os preços do verão são a alta dos combustíveis, necessários para o transporte do alimento e também as questões climáticas. “Tivemos muitas chuvas em setembro”, explicou o economista e professor universitário Jairo Romeu Ferracioli. O turista de Santo Anastácio, 8 horas de São Paulo, Antônio Roberto Cauz, já frequenta Balneário Camboriú há cinco anos consecutivos e disse que este ano realmente “levou um susto” com o que viu: “paguei R$ 12 no quilo da carne de carneiro na minha cidade, aqui vi por R$ 29,90”. Para a dona de
quiosque Solange Corrêa de Lima, esses fatores os obrigam a subir o preço dos produtos. “O alvará subiu, o milho de R$0,50 foi à R$0,70, e todo o resto também”, diz, justificando os R$ 0,50 agregados ao milho, que agora custa R$ 3 e o aluguel de cadeiras e guarda-sóis que saem a R$ 4 e R$ 5 respectivamente. “Mas na praia de laranjeiras, o guarda sol está por R$ 10”, alerta. A lei da oferta e da procura é o que dita os preços no verão. Quanto mais procura houver por um determinado produto maior será seu valor, considerando que em épocas de temporada a população de Balneário Camboriú mais do que triplica fica evidente o aumento. Há quem diga que isto é necessário, como Marinez Nunes da Silva, diarista: “é na temporada que eles podem ganhar dinheiro, tem o inverno todo para se manter, tem mais é que cobrar!”. Mas também há quem discorde: “acho que deveria ser a mesma coisa o ano todo”, defende Elisabete Pinheiro, proprietária de casa de veraneio e moradora de Itapema. Para Elisabete, paga-se mais pela comodidade. Ao invés de enfrentar um trânsito caótico ou encarar pesquisas de preço em meio ao calor de dezembro é mais fácil comprar perto de casa e pagar mais por isso, ela diz ter encontrado a banana branca por R$0,99 em um mercado pequeno e por R$ 2,49 em
uma loja de uma grande rede. “A comida aqui está muito cara, penso em não voltar mais no ano que vem, existem outros lugares tão bonitos e mais baratos”, declarou Antônio. “O verão é um incentivo ao consumo, décimo terceiro em mãos, preocupação com a saúde em foco, é claro que os comerciantes se aproveitam da ocasião”, esclarece o economista Jairo Ferrracioli. Isto é cada vez mais presente nas regiões de população sazonal como é o caso do litoral catarinense. Não existe uma lei que interfira diretamente nos preços cobrados pelos comerciantes, eles seguem a inflação e os preços internacionais no caso das commodities, como a soja, mas quem se sentir lesado ou explorado pode sempre recorrer ao PROCON, para registrar denúncias e buscar informações.
Dicas do economista Procure sempre os produtos equivalentes, se estava acostumado a comer laranjas e se deparar com o preço maior, compre maçãs, que vêm mais baratas nesta estação. Trocar as marcas também é uma boa ideia. Se puder esperar para depois das festas para comprar produtos como eletrodomésticos e vestuário de verão, espere, as lojas sempre “queimam” seus estoques com promoções no começo de ano.
QUEM PROCURAR?
PROCON DE ITAJAÌ Av. Joca Brandão, 655, Centro E-mail: procon@itajai.sc.gov.br Telefones: 3349 6147 ou 3248 8174 Horário de atendimento: Das 8h às 12h e das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira
PROCON DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ Rua 2000, 856, Centro E-mail: procon@camboriu.sc.gov.br Telefones: 3367 0619, 3366 6144 ou 3268 6707 Horário de atendimento: Das 13h às 18h, de segunda a sexta-feira
ecial
Veja a evolução do IPCA nos últimos 12 meses (em %) 0,8
0,75
0,78
0,75
0,7 0,57
0,6 0,5 0,4
0,52
0,41
0,43
0,45
0,37
0,3 0,2 0,1 0
0
0,01
0,04
NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT
2009 Fonte: IBGE
2010
Mar de guarda-sóis
Turistas preferem lugares calmos Praias menos famosas e mais tranquilas são ótima alternativa para fugir do agito Aline Cristina Siegel line_siegel@hotmail.com
Temporada que traz os turistas também deixa a cidade superlotada Maria Cecília da Silva mariacecilialargura@hotmail.com
ou na calçada e o dono não limpa”. Sua mulher, Sra. Marta, aposentada, reclama da falta de vigilância na praia: “é preciso ter vigilantes desde cedo, para controlar essas pessoas que não limpam a sujeira de seus cachorros; também porque tem gente que fica a noite inteira na praia bebendo e depois sai por aí fazendo besteiras”, reclama ela. Grande parte da população de Balneário Camboriú gosta da cidade na temporada de verão. Daylton Jesus Guimarães, aposentado, relata que o turismo ajuda na economia da cidade, e para os comerciantes isso é muito bom, vale a pena. Silvia, a assessora de imprensa da Secretaria de Turismo, diz que a relação da comunidade com os turistas tem sido boa, mas ainda existem pessoas que não entendem que a cidade tem o turismo como principal indústria. Muitas vezes a Secretaria recebe ligações de moradores que se surpreendem com atitudes típicas do turismo – como as músicas altas, festas até de manhã, falta de horários regulares – mas eles, da Secretaria, precisam ter cautela em tratar desses assuntos para não espantar os visitantes, porque são eles que fazem a roda da economia girar.
Informe-se Em Itajaí, a Fundação Itajaiense de Turismo atende turistas e principalmente moradores, buscando esclarecer dúvidas sobre os serviços da cidade e os trajetos até pontos turísticos. Waldir Sarmento Junio, 26, funcionário público, conta que a fundação costuma atender muitos moradores que não sabem o endereço de algum lugar ou procuram algum determinado serviço. Segundo ele, os turistas que descem do navio não chegam a passar pela Fundação, ao contrário dos ônibus que trazem a terceira idade por volta de abril/maio. Waldir diz que a Fundação disponibiliza a qualquer um vários materiais explicativos com os pontos turísticos, além de mapas e guia de empresas. O expediente é de segunda a sábado em horário comercial e aos domingos até o meio-dia.
sxc.hu
Para garantir um lugar é preciso chegar bem cedo, quando o sol ainda está fraco. Pouca roupa, muito protetor. 30 minutos só pra instalar todo mundo. O pai coloca o guarda-sol, a mãe as cadeiras, toalhas, comida, água e, ainda, corre atrás do filho que já está a 50 metros catando conchinhas. A área de areia, antes vazia,pouco a pouco vai enchendo e o sossego diminuindo. É um tal de “mega-sena, é hoooje!”, “olha a casquinha de biju e algodão doceeee!”, “Picolé, picolé!”. Na praia tem de tudo: milho, churros, água de coco, jornal, revista, areia, roupa, sorvete, cadeira, água salgada.O que está além do calçadão pouco interessa. Do outro lado da rua, muitas pessoas levam sua vida quase normalmente, se não fossem as filas em todo lugar, talvez nem notassem o aumento de pessoas na cidade. A quantidade de turistas que vêm para Balneário Camboriú no final do ano interfere, muito, na vida dos moradores da cidade. A comerciante autônoma Maria Ivone Vieira Barbosa, 44 anos, adora a temporada de verão porque os turistas trazem dinheiro para a cidade.
Seu lucro chega a aumentar 20 vezes na temporada. A economia cresce cada vez mais e a quantidade de turistas é de se espantar. Só nos últimos meses de dezembro de 2009 e janeiro de 2010 quase um milhão e meio de pessoas estiveram na cidade. Mas, será que tem espaço para tanta gente? A assessora de imprensa da Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú, Silvia Bomm, afirma que sim, é possível acolher todos quem vêm de fora além dos residentes. “A rede hoteleira da cidade tem quase 20 mil leitos, e ainda os apartamentos e casas para aluguel de veraneio”. No entanto, o trânsito, a sujeira, o lixo nas ruas e praias, que os garis não conseguem manter sempre limpas, mostram que receber mais de um milhão de turistas em dois meses não é simples.O porteiro José Luiz Ancel, 57 anos, conta que para ele os piores problemas da temporada são o trânsito complicado e a falta de estacionamento: “Quando preciso sair vou sempre a pé, porque de carro não dá”, se queixa. Para o Sr. Rubens, aposentado, o problema da temporada são as pessoas passeando com seus cachorros: “os animais fazem suas necessidades na areia
De dezembro a janeiro praias da região lotam, barzinhos dobram ou triplicam seu faturamento e muitas vezes, como é o caso de Balneário Camboriú, fica difícil ou quase impossível conseguir uma mesa para se sentar e um estacionamento para o carro. O comércio prolonga seus horários e a cidade notavelmente fica de “braços abertos” para receber os milhares de turistas que frequentam o litoral catarinense. Segundo o portal clicrbs, Santa Catarina foi eleito o melhor Estado para se viajar no Brasil. A premiação é da revista Viagem e Turismo e os votos foram pela internet. Cidades como Florianópolis, Balneário Camboriú e Bombinhas ganharam destaques na premiação que reúne 22 categorias, entre elas, beleza, hospitalidade, serviços e preços. Para o verão e alta temporada, as cidades procuram ampliar cada vez mais o seu mapa turístico, deixando à disposição dos visitantes uma rotina diversificada. André Horski, 27, advogado, passa as férias na praia de Taquaras, em Balneário Camboriú. Ele conta que escolheu essa região porque ainda conserva características de uma praia tranquila. No entanto, o advogado realça que há algum tempo costumava ir a Laranjeiras, mas depois que o Interpraias foi instalado não frequenta mais a região. “Virou uma muvuca, muita gente mal educada. Até por questão de segurança é complicado”, afirma. André diz que prefere um lugar mais tranquilo, longe do movimento intenso.
É o mesmo caso de Suelen Siebert, 25, enfermeira. Ela vem passar a alta temporada na praia de Armação, onde sua família possui casa própria. Suelen conta que pretende visitar Balneário Camboriú para aproveitar as opções do comércio. Segundo dados da pesquisa de demanda turística da Santur, em 2009 foram 770.355 turistas nacionais e/ ou estrangeiros que passaram pela cidade. Se por um lado esse dado desfavorece moradores e até mesmo turistas que não aprovam a bagunça, por outro fortalece aqueles que trabalham no comércio. A Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Turístico garante que os visitantes permanecem, em média, dez dias na cidade.
Taquarinhas vale ouro
Construtora e ambientalistas travam uma batalha jurídica que tem como objeto uma das praias mais preservadas
http://travel.webshots.com/photo
Ricardo Oliveira dinho_oliveira_76@hotmail.com
No dia 3 de novembro de 2010 foi por água abaixo mais uma tentativa de conciliação entre a construtora Thá e o Ministério Publico Federal. Há na justiça um processo contra a empresa, que busca impedir o loteamento na área da Praia de Taquarinhas. A construção se trata do Taquarinhas Eco Resort e o que impede a construção, segundo o MPF, é que se trata de uma Área de Preservação Ambiental. Algumas perguntas rondam o caso: Será que estamos fadados a perdermos esse paraíso para este verão? Será que isso melhorará o verão? Área de Preservação Ambiental é uma área geralmente extensa podendo ter ocupação humana mas até um certo limite. Esse limite foi o que provocou a briga toda. De um lado os ambientalistas da ONG Ideia, que querem transformar Taquarinhas em um Parque Natural Municipal, por ser um dos últimos ecossistemas costeiros altamente conservados. E do outro lado a Thá empreendimentos Imobiliários, que propõe fazer em 20% da sua área na região um Resort, e nos outros 80% uma Reserva de Patrimônio Particular (uma RPPN). Para Alberto Veiga Filho, de 52 anos, um dos proprietários da Thá, esses parques particulares, como proposto pelo empreendimento Thá, são a melhor alternativa para a comunidade. Ele
afirma que os parques criados por empresas privadas estão em melhor manutenção do que os parques sob a responsabilidade do governo. Outro motivo que ele defende para criação do parque é a economia do Estado, pois não terá que pagar a indenização para que a empresa deixe o terreno, que Alberto garante que é dele . Questionado sobre o Resort, o empresário afirma: “estou dentro da lei da APA, e tenho a aprovação da Fatma para obra, então não estou cometendo crime algum, e este hotel juntamente com o parque vai alavancar o turismo da praia, que não é muito frequentada”. Indo para o lado dos ambientalistas, João Garcia Lopes, 29 anos, que é morador da região de Taquaras, e parente de um dos fundadores da cidade, se diz profundamente irritado e triste com esse projeto, já que isso tira todo o sossego dos moradores. Ele alega que há uma única entrada de carros para a praia, ou seja, congestionará o lugar. Além de tirar a intimidade que os moradores dali têm, já que todos se conhecem e são amigos, e diz até que os moradores se sentirão intimidados com os muros do hotel, e a guarda armada. Para João, o maior crime cometido pela empresa foi a derrubada de árvores na parte de dentro do terreno, e a colocada de bois piratas, para pastar dentro do local, que acaba matando a vegetação local. Mostrando
uma das fotos batidas no terreno, o ambientalista conta que havia uma nascente no local, e que foi entupida pelas fezes dos bois, o que acaba contaminando a água do local. Mas João fica feliz com o número grande de apoios que está sendo recebido em favor da preservação da praia, até mesmo de gente importante, como o Ibama de Brasília, e o ex-ministro do meio ambiente, Carlos Minc. A fundadora do Ideia, Carla Cravo, de 37 anos, também indignada com a construção, alegou que um dos maiores desejos dela em manter a praia, é pelo menos deixar uma reserva natural e uma praia para as gerações futuras para que eles possam aproveitar as águas e o verão como nós aproveitamos. E quem está olhando tudo com imparcialidade é o secretário do meio ambiente, André Ritzmann, 52 anos. Ele afirma que mesmo com a empresa cumprindo a lei, e estando dentro das normas, quem precisa ter opinião maior na decisão da construção ou não do Resort é a comunidade de taquarinhas. Ela que é essencial averiguar a legitimidade do abaixo-assinado que a ONG Ideia promoveu pra impedir que o empreendimento avance, e contou com mais de 15000 assinaturas de Balneário Camboriu e região. Então os verões estão ameaçados, ou salvos? Como se pode perceber, isso vai dar muito o que falar.
Gustavo Rosa
Movimento liderado por ambientalistas locais tenta impedir a construção de um resort de luxo em Taquarinhas
Piloto dos idosos Caminhadas orientadas atraem cada vez mais adeptos em Itajaí Naiara Candido naiaraitj@hotmail.com
O projeto Piloto dos Idosos é uma caminhada efetuada por vários núcleos de todos os bairros da cidade. O coordenador geral de Itajaí Ativo, Lúcio Mauri Vipych, 36, conta que os trabalhos foram iniciados em 2006. A idade média no começo era 57 anos, mas um ano mais tarde as pessoas a partir dos 30 já participavam. Hoje, crianças de nove anos começam a se exercitar também. Os 26 polos do Piloto dos Idosos estão localizados em todos os bairros de Itajaí. As caminhadas começam sempre às 7h e são acompanhadas por professores de Educação Física, que precisam ser registrados em carteira. Dona Maria José, 61, enfermeira aposentada, procurou o projeto após ter curado um câncer maligno. Com acompanhamento de profissionais da área que motivaram a participar da caminhada, Rita Augusta da Costa, 64, recém viúva, deu início à caminhada para cura de depressão. Rosa P. de Andrade, 61, professora aposentada passando dificuldades em ter de ficar em
casa todos os dias, se envolveu no projeto para novas amizades e distração diária. Hoje, o projeto conta com 1.250 participantes, e com a chegada do verão a preocupação aumenta principalmente com os idosos. Os professores orientam que todos passem protetor solar, usem bonés e camisetas, pois recebem no próprio projeto, e também que tomem muita água. Ao término das caminhadas algumas pessoas fazem exercícios nos aparelhos instalados nas praças de cada bairro. Em outros polos as atividades como jogos de cartas, dança, culinária, são oferecidas a todos os participantes. O sedentarismo faz mal à saúde, por isso a caminhem, irá ajudar na melhora da qualidade de vida. O coordenador Lúcio afirma que se preocupa em manter a ideia das caminhadas viva. “Sinto satisfação em vê-los caminhando todos os dias”, confessa. Marli Simão Candido, 71, não participante do projeto, conta que ficou bem satisfeita com tantas pessoas aprovando o programa, durante todas as manhãs, podendo escolher em qual núcleo fará a caminhada.
clicrbs.com.br
Operação verão Treinamento é importante para garantir a segurança dos moradores e veranistas nas praias da região Leonardo Wosiak lwosiak_cj@hotmail.com
http://www.cbm.sc.gov.br
Está sendo realizado o curso de salva–vidas em Balneário Camboriú e região, serão recrutados de 40 a 50 guarda vidas, homens e mulheres, com idade mínima de 18 anos, para a temporada de verão 2011, que vai do dia 1º de dezembro até 20 de março. O curso para se tornar salvavidas, é ministrado pelo corpo de bombeiros de Santa Catarina com verba vinda do governo do estado, tem duração de dois meses, e todo ano deve ser renovado para que não perca sua validade. Para realizar o curso o aluno deve ser aprovado em um teste de aptidão física (nadar 500m em 11minutos), realizado na piscina do corpo de bombei-
ros da cidade de Itajaí. Após o término do curso os recrutados trabalharão das 8h às 20h, a cada 3 dias de trabalho terá direito a um dia de folga, a remuneração é de 75 reais por dia de trabalho. De acordo com o bombeiro Paulo Sérgio de Souza, 42 anos, a cidade de Balneário Camboriú possui 5 postos salva-vidas para 7 quilômetros de praia, contando todos os dias com 20 guardavidas na praia central. Paulo também conta que Balneário Camboriú possui o terceiro salva-vidas mais velho do mundo. Nas cinco praias agrestes também será realizado o serviço de salva-vidas, porem com um número menor de efetivos. Esse efetivo central e agreste, é gerenciado por salva-vidas militares do estado de Santa Catarina.
Menos chuvas no verão Mesmo com a menor incidência de chuvas em virtude do fenomeno La Niña, população de Balneário Camboriú fica assustada cada vez que o céu fica escuro
Richard Rosenbaum Kramer
Maycon Cosme maycon_cac@hotmail.com
vendo 50% menos do que se esperava desde março. Porém, as pancadas de chuvas ocorridas nos últimos dias são o que os meteorologistas chamam de continentalidade, ou seja, quanto mais próximo do mar maior serão as incidências de chuva. O que explica o motivo de tanta chuva em tão pouco tempo é a proximidade com o mar devido à mudança de estação e o aumento da temperatura. O Geógrafo explica como são as formações das grandes nuvens: “com o aumento da temperatura as parcelas de ar sobem com muita umidade e calor formando assim nuvens carregadas muito próximas ao continente, conforme essas nuvens vão ganhando altura diminuem a temperatura e a pressão atmosférica vai aumentando sobre ela, fazendo com que ela condense rapidamente, dando o resultado de uma forte e rápida chuva de verão”. E o que um dia foi poético hoje é um problema, uma vez que os aguaceiros de verão castigam todos os anos a população que desfruta desse clima subtropical e a proximidade com o mar.
clicrbs.com.br
As chuvas de verão alagam as ruas em questão de minutos e destroem bueiros, enchendo ruas e avenidas e assim dificultando a mobilidade dos que por ali residem, Um belo exemplo disso é o caso da Avenida Brasil, que fica paralela à Avenida Atlântica. Juntas, elas são as principais avenidas de Balneário de Camboriú, e ambas sofrem com problemas de alagamento. A comerciante Elvira Benetti, 68, relata que já foi bem pior: "depois que eles passaram mais uma camada de asfalto e reformaram a 3ª avenida deu uma melhorada, mas ainda não solucionou o problema. Eu particularmente acho que o problema maior está no tamanho da tubulação que é bastante antiga e não comporta tanta água em tão pouco tempo”. O secretário de obras de Balneário camboriú, Valmir Pereira, 47, explicou a situação da cidade e principalmente das avenidas: “Hoje o maior investimento da Prefeitura é em drenagem pluvial. Esse ano não dará pra fazer nada nessa questão, mas esta-
mos estudando a bacia hidrográfica pra saber ao certo que tubulação utilizar no caso da Avenida Brasil, pois no caso da Atlântica a tubulação é a adequada e comportará a intensidade pluviométrica, após a reforma na Avenida Brasil”. O que mais complica hoje são os vários ligamentos que já estão submersos na avenida, como esgoto, telefone e água cortando a avenida submersamente. “A nossa principal tarefa hoje e saber como fazer e quanto ira custar essa obra que é bem mais complexa do que se pode imaginar”, ressalta o secretário. A gerente administrativa Andréa Waltrick, 41, diz não saber mais o que fazer, pois cada vez que precisa fazer trabalhos de banco ou até ir atrás de coisas pra casa se depara com uma forte chuva. “Parece que ela sabe quando eu tenho alguma coisa pra fazer”, diz, referindo-se ao aguaceiro do dia 24 de novembro às 19h e do dia 25 às 12h, horários em que as pessoas estão saindo do trabalho para casa. O geógrafo Sergey Alex de Araújo, 46, explica que estamos sofrendo com o fenômeno La Ninã, e que por isso está cho-
Cães-guias marcam presença nas praias de Itajaí Deficientes visuais encontram na companhia do fiel amigo a liberdade para curtir o lazer nas praias da região
Eduarda de Jesus Claudino du_dinha.uni@hotmail.com
O professor Álvaro da Silva, 48 anos, formado em matemática e pedagogia, cego há 30 anos, conta que a 5 meses anda na companhia de Rama, seu cãoguia. Álvaro, quando questionado sobre os benefícios de seu cão na praia, afirma: “hoje não necessito mais de um personal trainer, pois sempre tive o sonho de poder realizar minhas caminhadas até a praia tranquilamente depois de cego, e hoje o meu cão me proporciona uma caminhada com segurança e satisfação. Rama sempre está pronto a qualquer momento para sairmos para qualquer lugar”, justifica. Mas a mesma compreensão Álvaro não encontrou em outros lugares. O professor conta que já passou por constrangimentos em locais públicos algumas vezes, sendo convidado a se retirar do local por estar com o cão-guia. Mas fez valer a lei federal.”Em nenhum deles eu deixei de entrar”, relata. Jair Suavi, 39 anos, psicólogo, ex-acadêmico da Univali, hoje vive uma nova realidade em sua difícil convivência com sua cegueira. Por onde anda, olhares surpresos e expressão de espanto o perseguem. Jair sabe disso e confessa que gostaria de passar despercebido. Mas também sabe que é difícil não olhar para um cego que passeia com tanta segurança, graças à ajuda de um cão-guia, nas praias de Itajaí. Isso só é possível devido a existência da escola Hellen Keller, situada na cidade de Balneário Camboríu. Sita é um dos quatro animais já entregues a cegos da região e que foram treinados pela escola de Cães. Jair, em uma de suas formas de lazer, diz encontrar na praia o acolhimento dos banhistas e comerciantes, e ainda ressalta que hoje sua qualidade de vida deu um salto. Descreve que sua autoestima em relação a sua convivência entre a sociedade melhorou bastante por ter tanta acessibilidade, o que lhe propor-
ciona um relaxamento psíquico. Segundo a avaliação dele mesmo sendo psicólogo, este bem estar traz benefícios a seu organismo, aumentando assim a sua qualidade de vida. Jair relata que gostaria que todos fizessem uma reflexão entre a importância das clínicas oftalmológicas e a escola atualmente Hellen Keller. "Para mim a escola tem a mesma importância, sendo que ela hoje oferece aos deficientes visuais uma forma diferente de ver, mas dá oportunidade de viver com qualidade de vida entre a sociedade e os caminhos tortuosos que eu enfrento nas calçadas e estabelecimentos públicos no meu diaa-dia”, desabafa. Marcos Antonio Gerhardh, 44 anos, corretor de imóveis, atualmente residindo em Balneário Camboriu, é um dos transeuntes da Beira-Rio. Ele para e observa Jair caminhando do lado de Sita, e embora leigo no assunto, diz já ter visto matérias sobre cãesguias.” Acho muito interessante e importante estar atualizado, para sabermos reagir em determinadas situações como a presença de Sita”, coloca. Ele não se opõe ao cão-guia na praia, e compreende que é um cão dócil e treinado para isso. Atraído pela curiosidade, até pede para acariciar o cão. Fabiano Pereira, 36 anos, treinador de animais e instrutor de treinadores, é um dos 3 brasileiros a obter a certificação da Federação Internacional de Cães-guias (IGDF) e faz parte da escola Hellen Keller. Fabiano ressalta que os cães-guias não apresentam qualquer tipo de risco para as pessoas. Sendo que o treinamento inicia aos quatro meses, os cães levam em média um ano e meio para ficarem aptos a ajudar alguém com deficiência visual a caminhar pelas ruas. Marcelo Werner, 32 anos, atual vereador de Itajaí, também deficiente visual, é um dos principais militantes em busca dos direitos das pessoas com deficiência. Ele afirma que ”o cãoguia hoje vem para somar e propiciar a inclusão dos deficientes visuais na sociedade como um todo”, alerta.
Fotos: Eduarda Claudino
Pedaladas rumo ao verão Com a chegada da estação mais quente do ano, academias lotam de pessoas querendo entrar em forma
Aline Hodecker alineh_h@hotmail.com
Música alta, calor, cansaço, e cerca de até 700 calorias perdidas em 45 minutos. Com a temperatura subindo, a tão cobiçada perda de peso faz as academias lotarem. A busca de resultado rápido faz a aula de RPM se destacar nas academias. É um dos treinos mais indicados para quem deseja emagrecer. A aula é divida em nove músicas, e é indicada para todas as idades, homens e mulheres. Esta modalidade de bike indoor não exige coordenação motora avançada e pode ser feita tanto por sedentários, quanto por pessoas com preparação física avançada. Exceto pessoas com problemas no tornozelo e joelho. O professor de academia Fábio Bissacotti Rodrigues, 28 anos, garante que a aula de RPM não tem contra-indicações (salvo aquelas apontadas por um médico em um exame individual). O treino simula uma corrida de bicicleta, com subidas, descidas e giros. Cada aluno, orientado pelo professor, controla sua carga, conforme sua condição física. A cada três meses, a academia recebe um novo CD, com nove músicas
novas. Entre as canções, estão as badaladas vozes de Kesha e do grupo The Black Eyed Peas. Os treinos dessa modalidade de bike indoor são preparados na Nova Zelândia – origem do RPM – e antes de ser lançado os treinos trimestrais, passam por uma bateria de testes. Assim que é lançado o novo CD, os professores começam a estudar as aulas para aplicarem o mais rápido possível. A recomendação dos profissionais é o uso de tênis com solado duro para isolar o movimento de pedalar e a utilização de blusas que permitam a melhor transpiração. Fábio Bissacotti comenta a importância da hidratação e da boa alimentação para segurança durante a ginástica. “A hidratação é importante antes, durante e depois da aula. Assim como os cuidados da alimentação, que deve ser sem exageros. ’’ O professor Fábio também aconselha seus alunos a se alimentarem até uma hora antes do treino. Sobre o aumento do movimento nas aulas desta modalidade, o personal Fábio, que já exerce a profissão há sete anos, garante que tem um público fiel, frequentadores da aula durante todo o ano. Mas afirma
que com o verão a procura do RPM, por seu rápido resultado, aumenta de 70 a 80%. Assim como o movimento da academia em geral. “Pra quem deseja perder peso, o RPM traz um resultado imediato.” O ortopedista George Maduell de Mattos, 35, fala que para prática do RPM é necessária uma melhor preparação física, mas que em geral o treino não traz problemas. George ressalta a diferença do sistema da bicicleta ergométrica e das bicicletas para a prática do RPM. “O RPM tem uma sobre carga bem maior, já a bicicleta ergométrica é uma atividade mais leve e controlada”, explica o médico. O doutor aconselha exames para o sistema cardiovascular para pessoas sedentárias e com mais idade. Já para portadores de problemas mais sérios no joelho, ele indica a prática de hidroginástica, natação e pilates. De acordo com Dr. George, é necessário analisar cada caso, ou individualizar o treino. “O condicionamento físico tem que ser adquirido progressivamente. É o que sempre digo: é necessário subir um degrau de cada vez, não dois”, finaliza o ortopedista.
http://saluteacademia.com.br
De olho no verão
Cuidados simples são fundamentais para aproveitar a estação Daira Gomes dai.fornations@hotmail.com
A estação mais quente do ano desperta certas preocupações em algumas pessoas. A alimentação saudável, corpo em forma e um bom divertimento são requisitos básicos para um verão perfeito. Muitas vezes, porém, por falta de alguns cuidados simples, a época tão esperada do ano pode deixar marcas que poderiam ser evitadas. A preparação já começou e prova disso são as academias lotadas e haja disposição para acompanhar o ritmo das aulas: vale tudo para conseguir o resultado estético desejado. Na academia Dançar e Cia, em Penha, a personal trainer Vanessa Vailatti, 19, conta que não existe uma fórmula mágica para ficar em dia com o corpo e que só depois de muita dedicação e disciplina já se pode no-
tar as diferenças nas medidas. “Em qualquer período do ano a prática do exercício físico é fundamental, mas muitas pessoas procuram justamente o calor para ter um resultado imediato, porém, para um resultado esperado é preciso o mínimo de três meses”. A saúde é uma das maiores beneficiadas com a prática regular de atividades físicas, mas com o forte calor é importante prevenir acidentes ou problemas como insolação, diarreia, desidratação, entre outros. Segundo a nutricionista Manoela Lima Lamim, 26, o verão pode favorecer o aparecimento de outros problemas que podem causar um verdadeiro desconforto nas pessoas, como a intoxicação alimentar. A profissional atenta para os alimentos consumidos em restaurantes e praias. Ela explica que a falta de higiene de quem manipula os alimen-
tos pode desencadear a infecção. “Nesta época as pessoas precisam tomar cuidados tanto com a pele quanto a alimentação. Se a família resolve fazer um lanche na praia pode ficar vulnerável a consumir alimentos contaminados.” Os cuidados com o sol devem ser tomados em todas as estações do ano, mas neste período a atenção deve ser redobrada. A exposição excessiva ao sol pode danificar a pele, e quem sofre são as crianças e idosos, já que não possuem a imunidade totalmente desenvolvida ou muito baixa por serem mais suscetíveis a doenças. Para ambos os casos valem os mesmos cuidados, como alerta a nutricionista Letícia Franz, 25: “crianças ou idosos devem tomar, no máximo, 20 minutos de sol antes das 10 horas ou após as 16 horas. Fora isto, o melhor é ficar na sombra com muito líquido”.
Dicas para o verão Não só para quem está na academia, mas para todos que desejam ter uma alimentação saudável, é necessário ter bons hábitos, tais como: fracionar as refeições, comer de três em três horas, beber dois litros de água por dia, evitar frituras e bebidas alcoólicas. Porém, especificamente quem quer ganhar massa muscular deve seguir a seguinte regra: comer um carboidrato de rápida absorção (fruta, iogurte) antes do treino e após o treino comer uma fonte de proteína (queijo, ovo ou uma fonte de carne). Dicas da nutricionista Letícia Franz
Ensaio Fotogrรกfico
Um olhar sobre as praias Por Diogo de Sousa Campos