Cobaia #140 | 2015

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Cobaia Foto: Victor Loja

JORNAL-L ABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Itajaí, outubro de 2015 - Edição 140 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Uma viagem

a Curitiba Páginas 6 e 7

Superação cor de rosa: histórias de quem luta para sobreviver Páginas 8 e 9

Entrevista com Márcio Santos, zagueiro do Brasil na Copa de 94 Páginas 12 e 13


Itajaí, outubro de 2015

Outubro

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rosa

ste mês o Cobaia traz uma matéria especial sobre o Câncer de Mama, produzida pela acadêmica Maiume Elisabete Ignacio, do segundo período de Jornalismo, com personagens de Barra Velha que venceram a batalha contra esta doença que mais mata mulheres no Brasil e no Mundo. Além de contar a trajetória de Ester e Salete, a acadêmica ouviu o pessoal da Associação de Assistência aos Portadores e Ex-Portadores de Câncer (AAPEC) de Barra Velha e, claro, especialistas na área. Esta reportagem intitulada “Superação cor de rosa” tem por objetivo também servir de alerta às mulheres, de uma maneira geral, para o papel da prevenção do câncer de mama. Você, leitora do Cobaia, pode acompanhar o box Passo-a-passo do autoexame para realiza-lo em casa. Não negligencie o tempo. Vale lembrar que o diagnóstico precoce de nódulos e outros sintomas é essencial para o sucesso de qualquer tratamento médico futuro. Temos também matérias sobre os 18 anos de Relações Públicas, economia doméstica, empreendedorismo, viagem, educação ambiental, futebol, gastronomia e OPA 2015. Um leque de opções, um universo de informações. A propósito, a partir desta edição, oferecemos aos ´consumidores` e ´companheiros` do Cobaia o denominado Espaço do Leitor, dedicado àquele que encaminha por email sua crítica, tanto positiva quando negativa, sobre as matérias deste jornal-laboratório do Curso de Jornalismo. Sejam todos bem-vindos. Até a próxima edição!

Crônica

Duelo de extraterrestres Rodrigo Rodrigues – 3º período de Jornalismo

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os finais de semana, assisto a mais ou menos 15 jogos de futebol. Sou daqueles que ficam alienados no mundo esportivo. No caso de terrorismo à revista francesa Charlie Hebdo, fiquei sabendo só no dia seguinte, quando meu pai comentou sobre o assunto. Sem ter a mínima noção do que ele falava, apenas disse: “Muito triste mesmo...”. Sei que, para ser um jornalista decente, no mínimo, precisa estar bem informado sobre o mundo ao seu redor. Já dizia o ditado: “quem só sabe de futebol, nada sabe”. Como muitos de minha geração, fico 24 horas conectado. Até mesmo assistindo às partidas. Notebook aberto e o celular tremendo mais que um aluno na prova do Enem. Só que aquele jogo era especial. Era Santos e Flamengo, na Vila Belmiro, onde desfilou o Rei. Era Neymar contra Ronaldinho Gaúcho. Não poderia dividir minha atenção com mais nada. Fechei meu PC, silenciei o whatsapp e fui para o espaçoso e aconchegante sofá. Era só eu, R10 e Neymar. O juiz apitou e foi tudo o que se esperava: uma partida de nove gols, cinco a quatro para o Fla. Porém, dois lances

valem ser destacados. Neymar ganhou o Prêmio Puskas daquele ano, premiação feita ao gol mais bonito. Tento feito naquele duelo. O camisa 11 do Peixe driblou dois na linha lateral, tabelou com Borges, fez uma finta desconcertante em Ronaldo Angelim, um drible que ele usou as duas pernas nada parecido tinha sido visto até então -, e, na saída do goleiro, chutou colocado. Aquele drible foi tão inusitado que dizem que o zagueiro ainda está procurando pelo atacante santista, cinco anos depois. O outro lance que merece destaque fica por conta do outro craque: Ronaldinho Gaúcho. O pentacampeão do mundo, de tão acrobático, poderia largar a profissão de jogador e investir na carreira circense. R10 faz o que quer com a bola. Na entrada da área de ataque, driblou três adversários e sofreu a falta. Todos tiveram o mesmo pensamento: agora o Ronaldinho vai colocar essa bola no ângulo, rente ao travessão. Os defensores mais altos foram para a barreira, já com a instrução de pular o máximo possível, para impedir que Ronaldinho chutasse por cima. Mas aí aflorou a genialidade do gaúcho. Quando todos es-

peravam um chute alto, o camisa 10 da Gávea chutou por baixo, debaixo dos gigantes que estavam na barreira. Será que existe uma cena mais cômica que essa? Cinco gigantes pulam e um dentuço chuta por baixo deles? Senti vergonha alheia naquele momento. Realmente, foram privilegiados os que assistiram àquele embate. Para muitos, Ronaldinho foi o melhor de sua geração. Neymar é o melhor de sua geração. Até aquela pessoa, que não sabe quantos lados têm uma bola, tem conhecimento que o ex-santista é o melhor brasileiro da atualidade. E os dois estavam ali, frente a frente. Pena que não vi o jogo. Deitei no sofá e dormi. Acordei quando o árbitro erguia seu braço para finalizar a partida, e o comentarista eufórico esbravejava: “Foi o melhor jogo de todos os tempos”. Não faz mal que não vi o duelo, pois estava melhor posicionado do que aquele torcedor colado no alambrado, a cinco metros do campo. Estava fora do ar, em outro mundo, mas, ao mesmo tempo, ao lado de Neymar e Ronaldinho Gaúcho. Porque, sem sombra de dúvida, eles são de outro planeta.

Vera Sommer - editora Reg. Profi./DRT-RS 5054 Fotos: Banco de Imagens

Espaço do leitor! Olá, tudo bem? Meu nome é Arthur e sou aluno do Colégio de Aplicação do Univali (Turma 71), e adorei muito, muito mesmo a reportagem sobre Sense8! Queria lhes dar uma dica, para por uma lacuna só de cinema, entretenimento, ou qualquer outra coisa relacionada ao mundo Geek. Gostaria de ver mais reportagens relacionadas ao Netflix, ou canais de TV como Warner,HBO, e FOX, Falando de seriados como Supernatural, The Walking Dead, e Game Of Thrones. Gostaria também de parabenizar o diretor, o coordenador, a editora, e principalmente o projeto gráfico do Gabriel. Estão de parabéns! Espero que recebam este e-mail. UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí

Expediente:

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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - COMUNICAÇÃO, TURISMO E LAZER Diretor: Prof. M.Sc Renato Büchele Rodrigues CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Rua Uruguai, 458 - Bloco C3 Sala 306 | Centro, Itajaí - SC - CEP: 88302-202 Coordenador: Prof. M.Sc Carlos Roberto Praxedes dos Santos Agência Integrada de Comunicação

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Edição: Vera Lucia Sommer/Reg. Prof./DRT-RS 5024 Tiragem: 2 mil exemplares | Distribuição Nacional PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Gabriel Elias da Silva

Você tem alguma sugestão para fazer, ou alguma matéria que gostaria de ver publicada? Conte com a gente! cobaia@univali.br

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Itajaí, outubro de 2015

18 em 100 anos de

Relações Públicas Sandriely Maia e Camila Linnemann - do 6º período de RP

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Foto: Matheus Pegoraro

anceriano, italiano e pai de dois filhos de patas, ou filhos de pelo - como prefiram chamar- Rodrigo Cogo tem em sua origem gaúcha a paixão pela memória e pelas histórias, que tanto marcam a vida das pessoas, base fundamental para sua profissão de Relações Públicas. Cogo deixou seu trabalho na Inteligência de Mercado – na Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) em São Paulo, para voar até Itajaí e, assim, contar um pouco da sua história introduzindo o tema de Storytelling, no evento em comemoração aos 18 anos de Relações Públicas: “Não dá pra viver sem”. Na quarta-feira, dia 28 de outubro, professores, acadêmicos e egressos comemoraram o aniversário do curso, marcado por conquistas, mudanças e muita dedicação. O curso de Relações Públicas iniciou as suas atividades no segundo semestre de 1997 e, desde então, vem formando profissionais para atuar em diversas áreas do mercado de trabalho. Para evidenciar uma tendência nova no Brasil, e que pode ser utilizado como estratégia de comunicação para as marcas e organizações, Rodrigo Cogo explicou o Storytelling no Brasil. No cenário da comunicação, onde se está sujeito à chamada de atenção pelas marcas – desde o momento em que se acorda e se vê, no travesseiro, uma etiqueta até a comunicação visual das lojas e nas ruas – empresas querem comunicar seu produto. Como forma de destaque nesta sobrecarga informativa, muitos profissionais têm usado do Storytelling para perder a impesso-

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Celebração

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Palestra de Rodrigo Cogo sobre Storytelling marca as comemorações de aniversário do curso na Univali

alidade com seus públicos, seja através de histórias fictícias ou reais. Rodrigo define Storytelling como “um formato narrativo que pretende transmitir uma determinada mensagem”. Esse “tipo” de mensagem pode ser veiculada presencialmente em vídeos ou em formato impresso. Sorrisos e até lágrimas dos convidados marcaram as reações do público à palestra de Rodrigo durante a festividade dos 18 anos de Relações Públicas. Para a acadêmica do 6º período de Relações Públicas, Ana Cláudia Medeiros, o evento superou expectativas. “Foi super legal! Gostei bastante do tema da palestra e como Rodrigo prendia a nossa atenção”. Já Matheus Pegoraro, acadêmico da mesma turma do 6º período, ressaltou a satisfação pela organização do evento. “Foi tudo lindo! O Cogo foi sensacional, falou muito bem e abordou tudo de uma maneira bem interessante. Achei a estrutura em si ótima também”. A coordenadora do curso de Relações Públicas, Emiliana da Silva Campos Souza, também transmitiu o orgulho de comemorar os 18 anos de Relações Públicas. “É sentir-se parte da história de uma formação acadêmica que sabe trabalhar com relacionamento de públicos e define com propriedade qual a melhor forma de desenvolver estratégias de comunicação, zelando sempre pela imagem e reputação das organizações.” Ela ressalta que abordar Storytelling nesse 28 de outubro, com Rodrigo Cogo, trouxe para professores, acadêmicos, egressos e convidados a importância do profissional de Relações Públicas para o mundo corporativo, enfatizando a sensibilidade e capacidade que nos temos de lidar com diferentes públicos. “E reforço o mote da campanha dos 18 anos: Relações Públicas “Não dá para viver sem”.

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Itajaí, outubro de 2015

Motivação

Empreendedores

bem sucedidos

Foto: Any Spenassato

Mikael Melo - 2º período de Jornalismo

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presidente da Uatt?, Rafael Biasotto, e um dos fundadores da Azul Linhas Aéreas e da Vigzul, Mark Neeleman, foram as principais atrações do terceiro Seminário de Ciência, Inovação e Empreendedorismo (SCIE), realizado nos dias 7 e 8 de outubro no teatro Adelaide Konder Bornhausen, Campus Itajaí. O Uniinova, projeto que apoia ideias empreendedoras de alunos da universidade, abriu o ciclo de palestras nos dois dias, expondo suas iniciativas. Para tornar ainda o ambiente mais atrativo, na entrada do teatro foram instalados um simulador de realidade e uma impressora 3D. No primeiro dia, o presidente da Uatt? contou aos acadêmicos e professores sobre o início de sua empresa. Para iniciar o empreendimento, Rafael Biasotto utilizou o próprio dinheiro e contou com o apoio

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Presidente da Uatt? e um dos fundadores da Azul Linhas Aéreas ministram palestras na Univali

financeiro de sua avó. Primeiramente, o local de confecção dos produtos era sua casa, onde vivia com a mãe. Conforme o aumento da demanda, Rafael investiu na infraestrutura do negócio. Além de falar da sua trajetória, ele compartilhou sobre as ideias, os produtos e as estratégias para o futuro da Uatt?. Um dos projetos mais ambiciosos é a produção de um desenho animado, com personagens que já estampam objetos da marca. A venda dos produtos é feita pela internet e em cerca de 70 lojas espalhadas pelo Brasil, além de 400

pontos licenciados e 3 mil lojas multimarcas. Nascido em Utah, nos Estados Unidos, e atualmente residindo em Balneário Camboriú, Mark Neeleman fundou a Bamazon, o foco do segundo dia do seminário. A empresa, que trabalha com recursos sustentáveis, tem o objetivo de produzir painéis de bambu para a construção civil. A fábrica está localizada no Acre e o negócio deve receber R$ 150 milhões de investimento nos próximos cinco anos, e R$ 30 milhões até o final de 2015. No primeiro ano, serão utilizados mil

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hectares de terra para o plantio, com previsão para chegar a cinco mil até 2020. Não só o bambu é plantado nas áreas degradadas. Seringueiras e árvores de açaí também fazem parte do projeto. No início, foram gerados 200 empregos, mas o intuito é que chegue a mil. Mark viveu no Brasil no final dos anos 90 e aprendeu a falar português naquela época. Junto com o irmão David Neeleman, fundou a Azul Linhas Aéreas, em 2008, atuando como gerente. Comércio Exterior, Jornalismo, Relações Internacionais

e Publicidade e Propaganda estão entre os cursos cujos assistiram ao seminário. A acadêmica do segundo período de Jornalismo, Nathalia Fontana, acredita que, apesar de os palestrantes não serem jornalistas, é importante para os alunos terem contato com inúmeras áreas. Já que no dia a dia da profissão é necessário ter um repertório vasto para lidar com os diferentes enfoques das pautas. “Todo conhecimento é válido para aumentar a visão de mundo e dar base para escrever sobre diversos assuntos”, comenta a jovem de 17 anos. Gabriela Cassaniga Furtado, do segundo período de Comércio Exterior, acha estimulante o contato com empresários bem sucedidos. E ela observa que, além de aumentar a vontade de completar o ensino superior, diversifica suas opções para o mercado de trabalho.


A crise e C os estudos

Itajaí, outubro de 2015

Economia

A inflação da moeda brasileira e a alta do dólar afetam a rotina de trabalhadores e estudantes

Juniétty Hugen e Kássia Salles – 2º período de Jornalismo

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sidade para Todos (Prouni). Também oferece outros, como o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), que permite ao estudante pagar as mensalidades após a formação acadêmica. Estas opções, contudo, não são suficientes para auxiliar os jovens que querem estudar e não têm condições de custear sua faculdade. Dona Ieda vive essa experiência, uma vez inscreveu a filha no vestibular. Não basta que a menina passe na prova, porque vai precisar de uma bolsa de estudos para permitir que siga com sua formação acadêmica. E a situação ainda pode piorar se a universidade, em questão, for longe da cidade em que mora. Muitos jovens passam no vestibular e obtêm bolsa, mas não conseguem bancar as despesas para viverem sozinhos. Moradia, alimentação e transporte são direitos básicos do cidadão, inclusive previstos na Constituição, mas a realidade é muito diferente. Despesas extras A estudante Ana Paula Vieira da Rosa mudou-se da cidade natal para estudar. Cursando o 6º período de Turismo e Hotelaria, no campus Balneário Camboriú, conseguiu estágio. Esta é uma opção para os universitários, pois possibilita que o estudante aplique o que aprende na prática. Mesmo assim, muitas vezes, dedicar-se a duas atividades intensas - estágio e faculdade – pode atrapalhar no rendimento. Apesar de trabalhar apenas no período vespertino, ocasionalmente, ela se sente prejudicada pela falta de tempo.

Para o economista Eduardo Guerini, por ainda estarem em formação humanística e se familiarizando com a profissão que escolheram, não seria recomendável que os estudantes trabalhassem. Mas, muitos jovens não têm outra opção. Nem sempre os pais podem manter os filhos financeiramente, então o estudante tem que entrar no mercado de trabalho para ajudar com as despesas, como é o caso de Ana. A estudante conta que, apesar de não pagar a faculdade, já que é beneficiada pelo FIES, tem outros gastos com a manutenção do curso, como a compra de materiais didáticos e equipamentos. Além disso, universitária de 22 anos comenta que sua maior despesa é com alimentação. Aliás, o custo com a alimentação tem sido a maior reclamação dos estudantes. Katyanne Karinne Krul, 20 anos, faz todas as refeições em casa, pois a diferença no final do mês é significativa. Tanto os restaurantes fora da universidade quanto as cantinas dentro do ambiente educacional não fazem parte dos gastos da estudante do 2° período de Jornalismo. Apesar disso, de acordo com Guerini, a alta de preços

nos supermercados se dá devido à relação oferta e demanda, às mudanças climáticas e à inflação (aumento de preços de forma desproporcional ao da renda). Em agosto deste ano, a inflação no setor de alimentos e bebidas chegou a 10,64%, contra 7,53% até agosto do ano passado.. O relatório do Banco Central do Brasil mostra também o desempenho negativo das atividades do comércio. No setor supermercadista, conforme a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas reais recuaram 0,6% no trimestre finalizado em julho, em relação ao encerrado em abril, quando haviam retraído 1,3%. Pesquisa de preços realizada pela equipe do Cobaia em três supermercados de Balneário Camboriú envolveu 35 produtos alimentícios básicos. As compras no mercado A somaram R$ 168,78; no mercado B, R$ 150,53; e no mercado C, R$ 147,25. Na lista, não foram incluídos itens de limpeza, higiene e artigos pessoais. A estimativa baseou-se em itens para a alimentação básica de uma pessoa. Além disso, os três mercados tinham a opção para compra de cesta básica, sendo que os preços variaram

de R$ 43,98, no mercado A; R$ 39,90, no mercado B; e R$ 47,28, no mercado C, respectivamente. Gastos com aluguel também pedem um maior jogo de cintura, já que, no caso do transporte, os passes para estudante custam a metade do valor. Ainda assim, estes gastos, somados aos extras, como roupas e saídas ocasionais, podem causar uma dívida, como foi o caso de Andressa Scapinelli Zuffo, 20, que cursa o 6º período de Jornalismo. Os pais da jovem pagam as despesas básicas, mesmo assim, Andressa ficou com uma dívida no cartão de crédito. Segundo Guerini, isso se dá devido à facilidade do crédito, por isso terços das famílias brasileiras estão endividados, seja no cartão de crédito ou no cheque especial. O economista cita ainda o consumismo como um problema geracional, pois impede os adolescentes de se prepararem para o futuro. O mercado potencializou o consumo e o controle das despesas foi substituído pela adequação da renda em relação ao consumo, o que tende ao endividamento. “A propaganda induz as pessoas não a comprar produtos, mas marcas”, conclui ele.

Fotos: Banco de Imagens

ocê recebe o salário e vê o que é prioridade. Pago as faturas de água e luz, a conta da farmácia e compro comida”, conta Ieda Maria dos Santos, 53 anos. Ela é empregada doméstica e recebe aproximadamente mil reais por mês, mais rendimento das diárias, quando tem para fazer, e com este dinheiro ainda sustenta a filha de 18 anos. “Ela não trabalha, nem estuda. Esperou terminar o ensino médio para começar a trabalhar, mas agora ninguém contrata porque não tem experiência’’, relata Ieda, cuja realidade é vivida por muitas famílias brasileiras. É comum, em tempos de crise, a diminuição da oferta de empregos. O professor de administração Alexandre de Sá Oliveira, 52 anos, explica que isso acontece porque se está inserido num ciclo. Ou seja, se as pessoas não compram, a indústria não produz, não vende, nem contrata. E os mais afetados são os jovens de 18 e 32 anos os mais afetados, principalmente quem acaba de sair da universidade. ‘’As fábricas não estão contratando. Mas todo o ano as universidades formam um monte de gente que precisa de emprego e, aí, essas pessoas formadas não têm onde trabalhar’’. As informações dadas pelo professor Alexandre têm embasamento científico, pois, no segundo trimestre deste ano, o índice de desemprego no país chegou a 8,3%. Esse dado consta de relatório divulgado pelo Banco Central do Brasil a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em âmbito nacional. No primeiro trimestre, taxa de desemprego era de 7,9%. Outro problema tem relação com o custo da educação superior. Como a Univali é comunitária, ela disponibiliza bolsas parciais ou integrais a alunos via Programa Univer-

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Visita Técnica

Uma viagem

a Curitiba Eliz Maria Haacke – 2º período de Jornalismo

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epois de conhecer os jornais catarinenses, A Notícia e Diário Catarinense, foi a vez de visitar a Gazeta do Povo, um dos jornais impressos mais antigos de Curitiba, capital do Paraná. As professoras Laura Seligmann e Valquiria John acompanharam os alunos do segundo e do sexto períodos de Jornalismo para a visita técnica que aconteceu no dia 23 de setembro. Os alunos conversaram com Célio Martins, um dos editores, que mostrou um pouco do dia a dia do jornal diário. Ele também explicou como

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Alunos conhecem o jornal Gazeta do Povo e o Jardim Botânico, locais históricos na capital paranaense

funciona a edição do jornal e os programas de utilizados. O acadêmico do segundo período, Mikael Melo, considera importante conhecer o funcionamento de um jornal, observando que essas visitas ampliam a visão e o conhecimento sobre o mercado de trabalho. “É como pôr os ensinamentos

em prática”, afirma.

Quase 100 anos de história Criado em 1921, o Gazeta do Povo passou por inúmeras modificações, a mais recente é a criação de um podcast com programas jornalísticos online.

Foto: Victor Loja

Um dos jornais mais antigos da capital do Paraná, a Gazeta está sempre procurando se reinventar

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Alan Willian, estudante do sexto período de Jornalismo, não acredita na extinção do jornal impresso. Na opinião dele, o consumidor procura cada vez mais por informação com acesso mais prático, como ler notícias no celular. Ele também relata que, hoje em dia, qualquer um pode ser repórter: “É

só gravar um vídeo e postar na internet. Por isso, os veículos precisam correr para se adaptar ao universo multimídia”. Mikael, por sua vez, entende que o jornalismo deve se adaptar às novas formas de consumo de notícia. Célio Martins é um dos funcionários mais antigos da publicação e carrega com orgulho, na bagagem de vida, a história da redação na Gazeta. Ele entrou no jornal quando ainda era jovem, ocupando o cargo de repórter, sendo que hoje é um dos editores do jornal. Antigamente, a redação localizava-se num ambiente pequeno, com muitas pessoas trabalhando no local para dar conta de produzir o material para fechar a edição. Na época, não existiam computadores e impressoras e todos os textos eram feitos em laudas nas máquinas de escrever. Então, começava o trabalho de corte e cola. Cada parágrafo era encaixado numa página de jornal, colado numa folha, conforme a edição do jornal. Depois, uma foto era tirada e os negativos encaminhados para a prensa. Era um trabalho delicado e demorado. Como o espaço era pequeno, o lugar ficava tumultuado devido ao número de pessoas que estavam ali. Ainda hoje a Gazeta funciona no prédio onde o jornal nasceu, mas agora ocupa o edifício inteiro. As antigas salas são pouco usadas, mas elas estão ali para preservar e contar as histórias desta publicação.


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Foto: Victor Loja

Ao fundo, a estufa do Jardim Botânico, uma referência no país Jardim Botânico local, e, por isso, os alunos conheceram o espaço sem as orientações dadas pelos guias. Apesar disso, Allan conta que valeu a pena: “Infelizmente não fomos vendados, mas deu para aproveitar a experiência. Fazer caminhadas ou encontros num lugar como aquele, com certeza, é diferente de caminhar em meio a uma cidade de pedra com edifícios em todos os lados”, complementa.

Foto: Victor Loja

Além de conhecer o jornal, os alunos puderam visitar o Jardim Botânico, um dos pontos turísticos de Curitiba, criado em 1991. Um momento de descontração, mas que também teve aprendizado. O Jardim Sensorial, localizado dentro do Jardim Botânico, é um espaço dedicado para conhecer e sentir uma parte da natureza. No dia da visita, os monitores não se encontravam no

A correria e o funcionamento de um jornal diário

Célio Martins conta a história do jornal fundado em 1921 Foto: Alexandre Mazzo

Foto: Gabriel Fidelis

Acadêmicos do 6º e 2º períodos aprendem como funciona um jornal diário

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cor de

Maiume Elisabete Ignacio - 2º perí

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uando fui buscar o resultado, o médico disse: tem que trazer um acompanhante. Já imaginei, é grave”. Foi essa a primeira ideia que veio à cabeça de Ester Gomes Aquino dos Santos, hoje com 53 anos, curada de um câncer de mama. Quimioterapia, queda de cabelo, dores e enjôos fazem parte da rotina de mulheres como dona Ester, que travam a cada dia uma batalha pela vida. Afinal, o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Dados do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) dão conta de que o câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Estatísticas apontam um aumento de incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma rápida, outros, não. A maioria dos casos tem bom prognóstico. Estimativas oficiais indicam 57.120

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novos casos para 2015 somente no Brasil. Com a doença cada vez mais comum, o governo e representantes de várias entidades ligadas ao tratamento do câncer de mama aderiu à campanha do Outubro Rosa. O movimento foi criado inicialmente nos Estados Unidos, na década de 90, quando vários estados realizavam ações preventivas, fazendo mutirões de mamografia. O Outubro Rosa popularizou-se e, em Barra Velha, não é diferente. Durante todo o mês, a Secretaria de Saúde traz para as mulheres palestras, exames gratuitos, caminhada e até um campeonato de futebol feminino. O objetivo é alertar e estimular a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças como o câncer de mama e o de colo de útero. O secretário de saúde Ronnnye Peterson Aparecido Nasser dos Santos acredita na influência positiva dos trabalhos realizados, pois ajudam a divulgar as informações necessárias acerca dessas doenças. Histórias de superação podem ser encontradas em cada novo diagnóstico. Ester Gomes Aquino dos Santos descobriu a doença em 2009 com 47 anos, após uma mamografia de rotina. Fez oito seções de quimioterapia, 28 radioterapias, perdeu os cabelos e teve que tirar as duas mamas. No começo, sofreu muito, pois adorava seus cachos. Mas resolveu dar a volta por cima: “Coloquei Deus na frente e disse pra mim mesma: você vai vencer. Você é forte”. E ela realmente venceu. Hoje está curada e segue fazendo o tratamento preventivo de cinco anos. Outro exemplo é Salete Tibola Galafassi, de 49 anos. Tudo começou com uma dor nos braços que a levaram a procurar recursos. Na mamografia, não foi identificado nenhum tumor,


peração

bro de 2015

rosa

Passo-a-passo

para o autoexame

íodo de Jornalismo

somente na ultrassonografia. Posteriormente, na biópsia, veio o resultado positivo. Ela recebeu a notícia, mas também não desanimou. Começou o tratamento, operou, fez três quimioterapias, raspou os cabelos e segue com o sorriso no rosto. Salete agradece a ajuda de todos que a apoiam naquele momento. Família, amigos, equipe médica e a associação, na qual é voluntária, e que, por coincidência do destino, presta auxílio aos pacientes com câncer de mama. E ela deixa um conselho para os que estão na mesma situação: “Levanta a cabeça e toca pra frente”. A Associação de Assistência aos Portadores e Ex-Portadores de Câncer (AAPEC) de Barra Velha foi idealizada em setembro de 2005 por um grupo de pessoas sensíveis aos sofrimentos inerentes ao diagnóstico do câncer. A entidade leva os pacientes para fazer o tratamento e os exames, e conta com apoio voluntário de psicólogos e advogados, que orientam os associados, fornece cestas básicas e medicamentos aos mais carentes. Além disso, a associação ministra oficinas, mantem um coral e oferece muitas outras atividades que buscam prover a assistência aos portadores e ex-portadores de câncer de mama e às suas famílias, visando o fortalecimento destes e do núcleo familiar. O caso de Salete traz um alerta importante. A mãe dela teve a mesma doença há seis anos e hoje está curada. Algumas famílias têm predisposição genética para desenvolver doenças como o câncer de mama e ovário. Os genes BRCA1 e BRCA2 são os mais estudados nos pacientes que apresentam estas patologias. O oncologista Jackson T. Martins explica que a incidência é variável de acordo com a população.

Fique de frente para o espeolho com os braços ao longo do corpo. Ollhe para suas mamas e procure por caroços, depressões, formas anormais ou quaisquer outras alterações de aparência.

Cerca de 70% das famílias, com três casos ou mais de câncer de mama ou ovário, têm mutação em um desses genes. A predisposição familiar pode influenciar negativamente, porém existem alguns fatores que podem evitar o aparecimento do câncer. Entre estes estão manter o peso adequado, não ingerir bebidas alcoólicas, engravidar jovem e fazer atividades físicas regularmente. Entretanto há fatores que precisam de atenção: menstruação precoce, (antes dos 12 anos), primeira gravidez após os 30 anos e obesidade. Esses fatores tornarse sinais de alerta para um maior cuidado. Os principais sintomas são aparecimento de nódulo na mama e/ou axila e aparecimento de secreção anormal no seio ou sangramento. Estudos catalogados sobre a doença indicam a possibilidade de maior gravidade dos tumores na fase quatro, na faixa etária entre 25 e 35 anos e entre 60 a 75 anos, com menores chances de cura devido ao estágio avançado da doença. Mulheres com idade entre 40 e 50 anos estão mais propensas a desenvolver a doença, no entanto, as chances de cura são potencialmente maiores, pois os casos são descobertos, na maioria das vezes, em estágio um ou dois. O diagnóstico precoce com a mamografia e outros métodos preventivos é o melhor caminho para a cura do câncer de mama. Segundo o oncologista Jackson T Martins, o fato de as mulheres terem um cuidado maior na prevenção traduz-se no reconhecimento de tumores em fases iniciais, com mais chances de cura. Apesar de ter se tornado uma doença recorrente no grupo feminino, o câncer de mama também pode atingir, mais raramente, os homens.

Com as mãos nos quadris e com seus músculos peitorais esticados, procure caroços ou alterações. Finalmente, incline-se e observe mais uma vez se há alterações nas suas mamas.

Repita o procedimento com os braços elevados acima da sua cabeça.

Deitada, mantenha os dedos esticados em cima de seu seio e pressione firmemente de modo delicado, medio e forte, em movimentos circulares maiores e menores. Após, coloque o travesseiro embaixo do ombro direito e examine sua mama direita.

Deite-se de barriga para cima em uma posição confortável e coloque um travesseiro embaixo de seu ombro esquerdo. Examine toda a sua mama com a mão direita.

Ao tomar banho, verifique se há caroços ou endurecimento em suas mamas e axilas. Se as mãos estiverem ensaboadas deslizarão mais facilmente sobre a pele molhada. Examine suas mamas usando o mesmo procedimento que na posição deitada.

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Entrevista

Pingue-pongue com

José Matarezi Gabriel Fidelis e Katyanne Karinne Krull – 2º periodo de Jornalismo

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Fotos: Gustavo Zonta

ducador ambiental formado em Oceanografia na FURG no Rio Grande do Sul, José Matarezi é também especialista em análise e educação ambiental. Atualmente, cursa Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade. Mata Verde Mata, como é conhecido no meio das artes, ou professor Mata, no meio acadêmico, Matarezi trabalha e coordena o Laboratório de Educação Ambiental (LEA) do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar) da Univali. Também ministra disciplinas relacionadas à Educação Ambiental nos cursos de Ciências Biológicas, Engenharia Ambiental e Sanitária, Oceanografia e Engenharia Mecânica. Acompanhe, a seguir, trechos de um bate-papo deste educador ambiental com alunos do Curso de Jornalismo, na disciplina de Redação Jornalística, ministrada pelo professor Gustavo Zonta.

Cobaia – Como foi a criação do Laboratório de Educação Ambiental, o LEA? Matarezi - Antigamente, funcionava no Laboratório de Gerenciamento Costeiro, com o professor Polete. Era tanta gente envolvida que causava um tumulto no Laboratório de Pesquisa na área de gestão costeira e na unidade de conservação. Então, houve a necessidade de criar um espaço específico só para fazer a “ba-

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gunça” da educação ambiental, para dar conta dessa dinâmica, que sempre envolveu muitos estagiários. Foi assim que surgiu o laboratório em 1997. Cobaia – E o professor, como chegou à Univali? Matarezi – Vim para cá convidado, porque atuava com educação ambiental na área da Oceanografia, e o curso de Oceanografia era recente, es-

tava se montando. A área da educação ambiental era uma demanda importante. Em função de uma medida compensatória de licenciamento ambiental na área da Petrobras, a Univali recebeu recursos para fazer um programa de Educação Ambiental, e eles estavam precisando de gente capacitada para “tocar” o projeto. Eu cheguei nesse contexto quando já faziam um monte de coisas legais.

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Cobaia - Professor, explica um pouco o artigo sobre educação ambiental comunitária e conservação do litoral brasileira. E também sobre o trabalho que o LEA desenvolve dentro da universidade. Matarezi – Essa pergunta mexe muito com memórias afetivas, coisas que a gente acertou, coisas que a gente errou. É meio que fazer um mergulho. Continuamos atuando nesse recorte da educação ambien-

tal comunitária em unidade de conservação visando à conservação do litoral brasileiro. Esse artigo veio num momento importante. Publicamos, em 2000, e, a partir daí, definimos as linhas de pesquisa do LEA, a concepção e os fundamentos teóricos, metodológicos e filosóficos. Sendo assim, ele consolidou o que nós entendemos e concebemos por educação ambiental, por ação, por processos. Nos deu o nosso DNA.


Itajaí, outubro de 2015 Sem isso fica muito difícil. Então, foi um marco de referência, porque a partir dela pudemos consolidar uma história. Cobaia – Qual a principal dificuldade dos grupos que atuavam com Educação Ambiental? Matarezi – A principal fragilidade da maioria dos projetos, programas, grupos e processos de educação ambiental era a falta de direcionamento. Eles careciam de uma concepção de conceitos, de fundamentos e muitos não tinham e não atuavam com linhas de pesquisa. Nesse aspecto, o LEA é um dos pioneiros. Na época, havia o da UFSC, contemporâneo ao nosso, e alguns outros ocorrendo no Brasil afora. Mas, nesse período, estávamos à frente, determinando tendências, em sintonia com o que tinha de mais atual na época, que era estruturar nas instituições universitárias laboratórios de educação ambiental. Cobaia – Professor, a Educação Ambiental vem sofrendo alterações? Vem se tornando uma ideia realmente funcional? Ou tudo o que se fala sobre preservar o Meio Ambiente é defasado e de pouco impacto? Matarezi – A educação ambiental amadureceu muito. Desde quando ela surgiu, ou passou a ter relevância nos cenários internacional, nacional e local, muita coisa aconteceu de bom e evoluiu imensamente por um aspecto. De outro, ainda estamos presos a algumas percepções de Educação Ambiental defasadas e totalmente paradoxais. Ao mesmo tempo, temos um movimento forte dentro da Educação Ambiental que parece não contribuir com os propósitos. Aliás, pelo contrário, só complicam. É como se eu, um extremo degradador ambiental, passasse a ter um

discurso ambiental, mas a minha prática continuasse sendo a de degradação. Cobaia – Por que, hoje em dia, há tanta complicação quanto à Educação e ao Ideário Ambiental? Matarezi – Primeiro, porque não tem como não associar Educação Ambiental a ideário ambiental. São duas coisas do movimento, das lutas, dos movimentos sociais ligados ao ambientalismo. Há um sequestro do ideário ambiental no mundo hoje. As instituições políticas, o setor produtivo e a sociedade, de maneira geral, sequestram esse ideário. O nosso drama é separar o que é educação ambiental, sequestrada, de outra educação ambiental realmente compromissada com o propósito da sua origem inicial, que é mudar o modelo hegemônico em vigor. E, com isso, transformar a sociedade, tornando-a mais sustentável. Cobaia – Quais são os conceitos associados à temática ambiental? Matarezi – Temos vários conceitos. Por exemplo: Desenvolvimento Sustentável, Sustentabilidade, Responsabilidade Social e Ambiental... Esses, principalmente, estão contaminados e são questionados em função disso. Há avanços enormes em alguns aspectos, mas também retrocessos enormes.

Cobaia – Como o professor avalia os diversos tipos de educações ambientais que existem hoje? Matarezi – Têm educações ambientais sendo feitas que não contribuem em nada. Legitimam empresas e processos que deveriam ser enquadrados de outra forma, mas fazem a tal da “educação ambiental”, distribuindo, no calçadão, mudas de árvores no Dia da Água. Cobaia – Nos jornais impressos, ainda existem editorias exclusivas ao Meio Ambiente? Matarezi – Algumas décadas atrás, os principais jornais de Santa Catarina tinham uma editoria específica para o meio ambiente. E, ao longo do ano, na semana do meio ambiente, saía um caderno sobre uma temática específica em cada dia. Hoje não existe mais. Não

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existe mais nada. Esse é um retrocesso enorme... O tema não tem mais o peso que tinha um tempinho atrás. Então, essas coisas evidenciam um jogo no cenário político e de interesse. Cobaia – Muito se fala a respeito de sustentabilidade, mas pouco se sabe. Professor, seus comentários a respeito disso. Matarezi – Hoje a questão da sustentabilidade tem três pilares: o econômico, o ambiental e o social. Mas, na realidade, nós já estamos com oito ou 12 dimensões da sustentabilidade. Caberia incluir a do indivíduo, da transcendência, da espiritualidade. Mas isso depois vai repercutir no que eles chamam de “economia verde”. Cobaia – Na sua opinião, o que leva as pessoas a separarem a natureza de outros

conceitos? Matarezi – Até pela própria linguagem, a gente criou dois termos: natureza e sociedade; e, natureza e cultura. A própria existência desses dois termos é problemática. Porque, ao fazer isso, parece que tem uma “coisa” que é natureza e outra que é cultura. E, a partir disso, estamos discutindo de novo concepções filosóficas e conceituais de como as pessoas percebem e compreendem as relações delas consigo mesmas, com o outro e com o lugar. Isso é o elemento chave que a educação ambiental quer trabalhar. Cobaia – Para finalizar, ao escolher a carreira profissional, por que optou por ser educador ambiental? Matarezi – Primeiro, porque sabia o que não queria. Acho que buscar o diferente e o desconhecido foi o primeiro passo. Por sorte, na Oceanografia, encontrei a educação ambiental e resgatei a dimensão humana nesse processo. Se não estivesse ali, explicando Oceanografia, mas o ser humano, toda a dimensão desse encantamento, talvez, tivesse ficado com uma visão mais técnico-científica. Foi realmente uma perspectiva de campo de trabalho e de ação, que preencheu algo que não imaginava ser possível. E, aí, já não era mais a Oceanografia em si, aquele pesquisador que vai mergulhar descobrir as coisas no fundo do oceano – nunca me vi muito nessa cena... Mas a Oceanografia me permitiu uma coisa importante: ter uma formação interdisciplinar e qualificada. Ter essa formação foi fundamental na Oceanografia porque me abriu uma visão de mundo, de compreender as coisas em várias camadas e níveis que não imaginava em termos de complexidade.

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Foto: Gustavo Zonta

Esporte

O zagueiro

do Tetra C Bernardo Marucco e Erickson Stocker – 4 º período de Jornalismo

Aos 45 anos de idade, Márcio Santos analisa a sua carreira dentro e fora dos gramados

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obrar o primeiro pênalti em uma final de Copa do Mundo não é para qualquer um. Naquele domingo, 17 de julho de 1994, o estádio Rose Bowl estava completamente lotado. Mais de 94 mil pessoas invadiram a cidade de Pasadena, na Califórnia, para assistir à decisão entre Brasil e Itália. Do lado brasileiro, dentro de campo, estava o zagueiro Márcio Santos. Jogando muito bem nas eliminatórias para o Mundial, ele entrou justamente no final por causa da contusão

do companheiro Ricardo Rocha. No tempo normal, Márcio foi um dos responsáveis por segurar o empate em zero a zero. Além da marcação, outro talento do zagueiro era cobrar pênaltis certeiros. Foi assim durante os treinamentos na Seleção. Por isso, o experiente técnico Carlos Alberto Parreira ordenou que Márcio fosse o primeiro nas cobranças. Infelizmente, o goleiro italiano Pagliuca acertou o canto esquerdo e pegou o chute de Santos. O pênalti foi desperdiçado. Mas o camisa 15 da seleção brasileira continuou confiante no tetra. O título tão esperado veio junto com uma carreira brilhante que passou pelo futebol brasileiro, italiano, francês, holandês, árabe e chinês. Depois de perambular pelo mundo da bola, Márcio constituiu família e veio morar em Balneário Camboriú. Se, em 1994, ele marcou muito bem os atacantes Dino Baggio e Roger Milla, hoje não desgruda da esposa Cândida e da pequena Chiara, sua filha de apenas quatro anos. A carreira do defensor não começou do jeito que queria. Nas categorias de base do São Paulo, em 1986, Márcio foi dispensado devido ao “baixo rendimento dentro de campo”, alegado pelos treinadores da época. No momento da dispensa, ele ainda disse aos técnicos: “Podem me mandar embora hoje, mas daqui a alguns anos vocês vão me comprar por muito dinheiro”. Dito e feito. Onze anos depois, em 1997, o Tricolor Paulista gastou 3,5 milhões de dólares para tirar o zagueiro do Atlético Mineiro. Até retornar ao CT da Barra Funda como estrela, Márcio Santos pisou em muitos gramados. Em 1987, foi jogar no modesto Novo Horizontino, clube do interior paulista. Três boas temporadas depois, já estava no Internacional. Do Inter foi para o Botafogo, e do clube carioca para a Europa. Na França, o defensor teve o prazer de jogar com Zinedine Zidane no início da sua carreira pelo Bordeaux. Sobre o craque argelino naturalizado francês, Márcio ressalta sua timidez: “Ele era um cara que falava pouco, ficava sempre no canto dele. Quando a Juventus fez uma proposta pra tirar ele do nosso time, fui até o Zidane no ônibus e perguntei sobre a transferência. Muito tranquilo, ele me disse que estava focado na partida, e ia analisar o interesse dos italianos mais tarde”. Grandes jogos pelo Bordeaux levaram o paulistano, nascido em 1969, para a Copa do Mundo de 94. O tetracampeonato com a seleção brasileira foi justamente contra a Itália, país onde jogou, depois do Mundial, pela Fiorentina. Na bela cidade de Florença, o


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Foto: Gustavo Zonta

Foto: Banco de Imagens

futebol do zagueiro continuou vistoso, levando-o ao maior desafio da carreira. Considerado o melhor time do mundo na época, o Ajax, treinado por Louis Van Gaal,

assombrava o mundo da bola com um jogo ofensivo e eficiente. Quando chegou ao clube holandês, enfrentou problemas com o treinador. “Ele queria que eu jogasse de lateral. Expli-

É muito bom morar aqui. Gosto bastante da praia e do povo de Balneário. quei pacientemente que sempre fui zagueiro e não sabia jogar na posição que pediu. O Van Gaal é muito fechado, eu não queria jogar de lateral no Ajax e ele me obrigava a fazer isso. Pedi, então, pra ficar no banco e não entrar em campo. Foi aí que ele amoleceu e me colocou na zaga, onde me sentia bem”. Descanso em BC Depois do auge da carreira no gigante holandês, Márcio Santos voltou ao Brasil em 1997 para o Atlético Mineiro. Depois do Galo, teve três grandes temporadas no São Paulo, clube que quase o revelou para o futebol. Do Tricolor Paulista, Márcio partiu para a China, e depois Arábia Saudita. Foi lá que adquiriu a tão sonhada tranquilidade financeira, momento que muitos jogadores perseguem durante sua passagem no futebol. “Muitos atletas sofrem na mão de empresários e perdem todo o dinheiro que

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suaram pra conquistar. Tem muita política no futebol, e isso atrapalha o esporte”. Retornando ao solo brasileiro passou por clubes menores e pendurou as chuteiras na Portuguesa Santista em 2006. No entanto, já em dezembro de 1995, tinha definido onde ia curtir a sua merecida aposentadoria: Balneário Camboriú. Dono de um posto de gasolina no Rio Grande do Sul, Márcio ouviu falar muito bem de uma cidade do litoral catarinense, a então pequena Balneário Camboriú. Não pensou duas vezes, juntou suas economias e comprou um empreendimento imobiliário na cidade. Hoje, 20 anos depois, ele não se arrepende da decisão. “É muito bom morar aqui. Gosto bastante da praia e do povo de Balneário. Sempre sou atencioso com todos quando me abordam pedindo autógrafos. Gosto muito desse carinho. Essa é a melhor parte da carreira de um jogador de futebol profissional”.

Mestre na arte do coaching, espécie de motivação pessoal conduzida por um especialista, a psicóloga Cândida Travensoli comenta as principais virtudes do marido. “Ele sempre foi muito determinado e perseverante, com uma autoconfiança incrível. Desde pequeno, ele visualizava os seus sonhos e corria atrás deles. Isso foi fundamental na carreira do Márcio, por isso ele alcançou o sucesso por onde passou”. Falando assim, nem parece o zagueiro dos desarmes certeiros, que surgiu no Novo Horizontino, passou pelo Ajax e foi tetracampeão do mundo com a seleção brasileira em 1994. Aos 45 anos, Márcio Santos aproveita a família que construiu em Balneário Camboriú e se aventura no ramo imobiliário. Um mercado tão disputado na região quanto as divididas que o camisa 15 do Brasil fez com grandes atacantes nas Copas do Mundo que disputou.

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Foto: André Felipe Schlindwein

Restaurante

Tradição alemã

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A Churrascaria Schumacher é ponto turístico de Guabiruba, assim como o marreco recheado

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gente de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, pra comer o nosso marreco”. O restaurante ficou conhecido por pessoas de outros locais a partir da metade da década de 80. Na época, surgia em Brusque, cidade vizinha, a Fenarreco – Festa Nacional do Marreco. Com isso, os visitantes da festa encontraram a Churrascaria Schumacher. E para atender à demanda e fidelizar os clientes, o trabalho começa muito antes de a churrascaria abrir. A partir das 7h30 da manhã, as cozinheiras iniciam o preparo da comida. Luciane trabalha no restaurante há 10 anos, e as tarefas vão desde o preparo das verduras, até a limpeza da louça. “Chego corto as verduras, corto os temperos e a batata, tempero tudo. Depois preparo as marmitas, e ajudo a limpar louça”. O total de ajudantes na cozinha pode variar entre três e quatro cozinheiras, que terminam todos os afazeres entre quatro e cinco da tarde. “Tem dias que é mais corrido, tem dias que é normal”, explica Irene, que trabalha no Schumacher há 13 anos e é responsável por temperar e assar o marreco recheado. “São la-

vadas as peças, né? É colocado um pouco de vinagre, sal, vários temperos, de um dia pro outro, pra pegar bem o tempero”. Depois, o marreco é levado ao forno. Dependendo do tamanho da ave, ela pode ficar assando entre uma hora e meia a duas horas. Os números em torno dos produtos utilizados pelo restaurante são grandes. Para o macarrão, fabricado pelo próprio estabelecimento, são necessários mil e duzentos ovos por semana. Já os marrecos, vendidos por um criador ao restaurante, podem chegar a 40 por semana. Quantias altas, necessárias para servir, em média, tirando os dias de semana, 350 pessoas só entre sábado e domingo. Com mais de 80 anos, Dona Renate está no comando do Schumacher. Ela viu a churrascaria crescer. Foi seu pai quem iniciou o negócio, no final dos anos 50. “Primeiro ele fazia as frangadas e churrasco. Quando alguém fazia festa, ele era convidado pra fazer a carne. Então, eu ia junto com ele pra cuidar da louça e da verdura. Depois ele fez uma meia água. Isso faz 54 anos”. O marreco passou a ser servido somente em 1974, quando Dona Renate e o marido, Harry, compraram o estabelecimento. No Schumacher, a família sempre esteve presente. Valdir, um dos filhos de Renate, trabalha no restaurante desde a época em que os pais passaram a administrar o local. “Eu traba-

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lho desde quando nós compramos a churrascaria, quando eu tinha 17 anos. Trabalhei de espeteiro, garçom, no bar... Agora eu só asso carne, e meu irmão que cuida do bar”. Os dois trabalham no Schumacher diariamente. Nos finais de semana, três netos de Dona Renate ajudam como garçons. Hoje com 74 anos, Helga Schlindwein lembra bem dos primeiros anos da Churrascaria Schumacher. “Tinha pouca gente na Guabiruba, dava pra contar quantas famílias que tinha. O que eles ganhavam era do pessoal de fora né, de quem vinha de Brusque”. Apesar de morar perto, ela diz que

não tinha o costume de comer lá. “A gente não frequentava muito, nós nem tínhamos condições, né? Nós começamos a frequentar lá quando meus filhos eram crianças de 10 anos, quando era época de festa”. Perto de completar 60 anos de atividades, o Schumacher é o único restaurante na cidade que serve o famoso marreco recheado. Mais do que o marreco, o diferencial é o atendimento. “Aqui você senta na mesa e tem o preço por pessoa. Vai feijão, língua, e tudo que nós temos. Se quer repetir nós não cobramos mais. Aqui é um preço só, come o quanto quer”, finaliza a proprietária.

Foto: Elsyon Gums

uando as pessoas ouvem o nome Schumacher, muitos se lembram de Michael Schumacher, piloto alemão heptacampeão mundial de Fórmula 1. Porém, para os moradores de Guabiruba, cidade de colonização alemã, com pouco mais de 20 mil habitantes, a lembrança é outra. É no município do Vale do Itajaí que fica a Churrascaria Schumacher, estabelecimento conhecido na região e, provavelmente, desconhecido pelo piloto alemão que carrega o mesmo nome. No local, é servida a típica comida caseira: chucrute, macarrão, língua, joelho de porco… e o prato mais famoso - o marreco recheado. Tudo isso levado até a mesa, que fica pequena com tanta variedade e fartura de comida. “Eles falam que nós somos bem exagerados, que queremos matar eles de tanta comida”, comenta Renata Kormann, a Dona Renate, proprietária do estabelecimento. O Schumacher hoje é um ponto turístico da cidade. Pessoas do Brasil todo – e até estrangeiros – vão até o lugar em busca do prato típico. “Vem

André Felipe Schlindwein – 6º período de Jornalismo

Serviço O Schumacher abre na segunda-feira, das 11h30 às 14h30; entre terça-feira e sábado, das 11h30 às 14h30; na parte da noite, entre 19h e 22h. Aos domingos, o atendimento é das 11h30 até as 15h. O restaurante fica no centro de Guabiruba, na Rua Brusque, nº 507. Telefone para contato: (47)3354-0182.


Itajaí, outubro de 2015

Evento

Mercado da moda

em debate Gerusa Florencio – 7º período de Jornalismo

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Fernanda Yamamoto, Ronaldo Fraga e Paulo Borges prestigiam evento em Camboriú

dos participantes do debate foi o presidente da Câmara de Moda da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Sérgio Pires apontou dados relevantes da indústria da moda brasileira: “Hoje apenas 15% do consumo do varejo é importação, o restante é produzido aqui”. À tarde, houve discussão sobre marketing, mediado pela

jornalista Laura Coutinho, também do Diário Catarinense. Os profissionais Claudio Booz, diretor criativo da Raphaella Booz; Edson Amaro, da Cia. Hering; Priscila Damiani, da Lança Perfume; Edinho Vasquez, da Dudalina; Jordana Damiani, da Damyller; e Fransérgio Martins, da Carmen Steffens, debateram o atual cenário do marketing para as

Foto: Gerusa Florencio

randes referências da moda nacional e catarinense estiverem presentes na conferência de moda do Brasil – O Negócio da Moda (ONDM), realizada nos dias 29 e 30 de setembro no Maria`s, em Camboriú. Talk shows com profissionais renomados das áreas de mercado, marketing e criação levantaram debates importantes sobre o cenário atual. E o fato de SC ser o segundo maior polo produtor de moda do país foi decisivo para a locação do evento. No dia 29, subiu ao palco, Marcelo Caetano, da Revista Venda Mais, e, uma hora depois, começou o primeiro talk show, mediado pela colunista de economia do Diário Catarinense, Estela Benetti. Um

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marcas que representam. Claudio Booz comentou que a RB identificou a necessidade de se aliar cada vez mais à criação, e admitiu seu maior desafio. “O tempo é a nossa maior pressão, mas temos uma equipe fantástica, muito comprometida”. Estilo também foi pauta na ONDM reunindo personagens como Juliana Jabour, diretora criativa da Lez a Lez; Tatiane

Lehmann, da Dimy; e Alisson de Vito, da Dal Costa. Depois foi a vez dos estilistas Fernanda Yamamoto e Ronaldo Fraga, que compartilharam suas experiências. O talk mediado pela editora sênior de moda da Revista Elle Brasil, Renata Piza, trouxe à tona questões importantes para o mercado da moda, como por exemplo, a exploração da mão de obra, que ocorre principalmente nas fast fashions. Na ocasião, Ronaldo Fraga ressaltou que, infelizmente, ainda falta a educação para o brasileiro no quesito cultura de moda, fator que necessita de atenção, principalmente por parte do governo. O estilista completou que muitas pessoas não sabem a origem das roupas que compram, e desconhecem sobre o processo. “Quando você compra uma saia de R$ 60 (por exemplo), não tem ideia de quanta exploração passou por ali, sai sangue daquela peça”, ponderou. Fraga também explicou que suas criações são estritamente autorais, não se pautam em pequenas tendências; sua roupa é algo que vai muito além da moda. “Nem tudo que é feito é para ser vendido”, finalizou. No dia 30, foi a vez do diretor criativo do São Paulo Fashion Week (SPFW) e CEO do Grupo Luminosidade, Paulo Borges, bater um papo com o pessoal da região. Ele levou muito conhecimento sobre o mercado da moda em todas as esferas. A ONDM foi um evento importante para fomentar o mercado, principalmente em SC, que tem tudo para se tornar o gigante da moda no Brasil. A próxima edição está marcada para setembro do ano que vem.

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Itajaí, outubro de 2015

Momentos do OPA 2015

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Campus Itajaí da Univali ficou diferente no sábado dia 3 de outubro. O silêncio comum nos corredores da universidade deu lugar à animação dos estudantes do ensino médio, procedentes de várias escolas e cidades no Estado. Cerca de cinco mil inscritos no evento Opção Profissional por Área (OPA) veio conhecer os 42 cursos de graduação oferecidos pela segunda maior instituição de ensino superior de Santa Catarina. Alunos, monitores, estagiários, funcionários, professores, coordenadores e diretores de cursos concentraram esforços para atrair a atenção dos mi-

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lhares de visitantes desde as primeiras horas da manhã de sábado. Afinal, eles vêm para conferir as propostas dos mais diversos cursos em função das provas do Vestibular, que a Univali promove no próximo dia 8 de novembro, disponibilizando 1766 vagas, além das 2344 já destinadas aos candidatos do Seletivo Especial e do Enem. Nesta página em cores, alguns cliques que marcaram a 15ª edição do OPA nos corredores dos Blocos C2 e C3, onde estiveram reunidos os cursos ligados ao CECIESA – Comunicação, Turismo e Lazer. Os créditos da produção fotográfica são do Estúdio de Foto e Vídeo da Univali.

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