Cobaia JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Itajaí, março de 2016 - Edição 142 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Porto:
muito mais que
uma cidade turística Foto: Bruno Golembiewski
Páginas 8 e 9
Memórias da guarda presidencial Páginas 10 e 11
Feminicídio ou briga de marido e mulher?
Página 5
Itajaí, março de 2016
Editorial
Beijo. Crônica
Boas vindas,
acadêmicos!
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aros leitores, esta edição do Cobaia marca o começo do ano letivo e, claro, o início dos trabalhos do jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Univali em 2016. Apresenta um leque de opções em termos de reportagem, crítica, resenha e coletivo fotográfico sobre assuntos os mais diversos. Nas páginas iniciais, convidamos você, acadêmico, a refletir sobre a intolerância entre palestinos e israelenses, com o lançamento, no anfiteatro Adelaide Konder, do livro “Do certo da Natividade ao cerco da Cidade”, escrito pelo padre Ibrahim Faltas; a depressão – uma das principais doenças do século XXI, seus mitos e preconceitos; e a crescente violência contra as mulheres negras no Brasil. Nesta publicação, há também uma resenha do filme Spotlight: segredos revelados, que retrata os bastidores de uma investigação jornalística sobre os casos de pedofilia na igreja católica da cidade de Boston, nos EUA; e uma crítica à falta de atores não-brancos em filmes de grande bilheteria mundial. Na central, temos uma matéria especial sobre a cidade do Porto, pela experiência vivenciada por um intercambista da Univali na Universidade do Porto. Em seguida, o perfil do itajaiense José Elias da Silva e suas memórias como integrante da Guarda Presidencial, as aventuras de um acadêmico de Jornalismo no festival Lollapalooza deste ano, a mania de jogar games online não tem restrição de idade nem profissão e a luta de um grupo de voluntários em Tijucas para continuar cuidando de animais abandonados. Na contracapa, uma homenagem fotográfica às bailarinas e sua arte na ponta dos pés.
Não me liga! Mariana Paes Nodari – 5º período de Jornalismo
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rabalho com atendimento às pessoas. Isso me renderia um livro, uma biblioteca inteira de pérolas. Diárias. Às vezes, dou risada. Às vezes, não. Eu gosto de lidar com gente, porém, algumas coisas me indignam. Um exemplo, bem básico, tem a ver com uma ligação telefônica. Recebo muitas ao longo do dia. Apesar de servir para ajudar, algumas vezes fica difícil a comunicação com uma pessoa que não está acostumada com esse utilitário. Uma conversa típica, que ocorre dia sim e o outro também. Atendo o telefone.
- Bom dia, Mariana. - Não, não sou eu. - Não, senhora. Eu sou Mariana, posso lhe ajudar? - Mas não tem ninguém com esse nome aqui. Respiro fundo, conto até três... - Senhora, o meu nome é Mariana. A senhora ligou para falar com quem? - Não, Poliana, não é você. Respiro de novo e, dessa vez, conto até cinco... Com a voz um pouco mais alterada. - Senhora, é Mariana! A senhora quer falar com quem? - Ah! Você é Mariana? Queria falar com o setor que cuida de aluguel.
Nessa altura da conversa, já estou contando até cem. Mil... - Senhora, aqui é o Administrativo de uma imobiliária e todas nós cuidamos de aluguel. - Passa para o Financeiro, por favor. Uma conversa que poderia ser encurtada para dez segundos. Mas são coisas cotidianas, que me fazem repensar em ligar para alguém. Prefiro mensagem ou e-mails. Mas entra outra questão, que também me tira do sério: erros de português. Mas essa história eu conto outra hora. Com um título de ‘Cuidado! Pode ser contagioso’.
Boa leitura e até a próxima edição! Vera Sommer - editora Reg. Prof./DRT-RS 5054 UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí
Expediente:
Cobaia
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - COMUNICAÇÃO, TURISMO E LAZER Diretor: Prof. M.Sc Renato Büchele Rodrigues CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Rua Uruguai, 458 - Bloco C3 Sala 306 | Centro, Itajaí - SC - CEP: 88302-202 Coordenador: Prof. M.Sc Carlos Roberto Praxedes dos Santos Agência Integrada de Comunicação
JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Edição: Vera Lucia Sommer/Reg. Prof./DRT-RS 5024 Tiragem: 2 mil exemplares | Distribuição Nacional PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Gabriel Elias da Silva
Você tem alguma sugestão para fazer, ou alguma matéria que gostaria de ver publicada? Conte com a gente! cobaia@univali.br
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Literatura
Fé e devoção
ao sacerdócio franciscano
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Aline Dall’Igna – 5º período de Jornalismo
Editora da Univali lança a versão em português do livro “Do cerco da Natividade ao cerco da Cidade”, do padre Ibrahim Faltas
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história que marca o conflito no Oriente Médio, entre palestinos e israelenses, foi confiada aos depoimentos e testemunhos de quem viveu 39 dias de longa espera e sofrimento dentro da Basílica da Natividade. Ninguém acreditava sair vivo daquele episódio. Duzentas e 50 pessoas ficaram confinadas naquela igreja e foram assediadas pelo exército mais forte do mundo, o israelense. O assédio na Basílica deixou oito mortos e 27 feridos entre os palestinos acolhidos. Além disso, cerca de dois mil frades foram mortos enquanto protegiam lugares santos em toda a Palestina. Não havia comida e ninguém sabia o que estava acontecendo. “Chegou a ser divulgado que tudo estava resolvido. Por um instante, acreditamos, mas logo vimos que nada havia sido solucionado. Tudo ficou mais complicado e perdemos
as esperanças”. O relato é do padre franciscano Ibrahim Faltas quando do lançamento do livro “Do cerco da Natividade ao cerco da cidade”, editado em português pela Univali, em solenidade aberta ao público ocorrida na noite de 9 de março no Anfiteatro Adelaide Konder. Quando todos estavam prontos para sair e combater os israelenses, o Papa João Paulo II fez uma ligação diretamente a Ibrahim, pedindo aos cristãos para não terem medo. “Com a ligação, ganhamos forças para continuar. O Papa estava conosco. E não poderíamos desistir”, conta Faltas, relembrando de tudo o que passou no período de dois de abril a maio de 2002. Tudo havia acabado. Ele observa que todos acreditavam que tudo voltaria a ser como antes, mas, se depararam com um muro de 760 quilômetros de extensão e oito metros de altura. Ele afetou a todos de
Belém e muitos foram embora com a intenção de não voltar. Era o começo do processo de emigração do país. Já se passaram 14 anos desse acontecimento, mas as guerras na terra santa continuam. E essa é a trama abordada na obra de Ibrahim Faltas – um diário de fé, humanidade e devoção ao sacerdócio franciscano. “Do cerco da Natividade ao cerco da cidade” narra em detalhes os 39 dias de assédio a Basílica da Natividade. No lançamento da obra, o embaixador da Palestina Ibrahim Alzeben diz vislumbrar perspectivas reais para mudanças na Palestina. “É preciso muito esforço e isso nós temos. É preciso vontade política também, e nós estamos trabalhando e lutando para isso”. Alzeben acredita na queda do muro de Israel: “Precisamos da convivência entre israelenses e palestinos. Precisamos saber conviver uns com os outros”.
Fotos: Sabrina Klann
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As doenças Saúde
do século XXI Luana Amorim – 3º período de Jornalismo
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Muitos não sabem, mas o psiquiatra é alguém formado em Medicina, com especialização em Psiquiatria
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siedade e a Síndrome do Pânico podem ser caracterizadas pela extrema excitação do Sistema Nervoso Central, o que pode causar tremores, taquicardia, dificuldade de respiração, suor e distúrbios intestinais, como a sensação de náusea. No caso da Síndrome do Pânico, há uma sensação interminável de que algo ruim acontecerá. Esses dois transtornos não estão associados a situações ou lugares específicos, como diz a psicóloga e professora de psicologia da Univali, Giovana Delvan Stuhler. Ela ainda afirma que muitas pessoas vão aos hospitais achando que estão tendo um ataque cardíaco, mas pode ser apenas uma crise de pânico ou ansiedade. Não é apenas o estresse na vida de um adulto que pode desencadear os sintomas. Crianças e adolescentes que crescem em ambientes depressivos tendem a desenvolver depressão, principalmente se os pais sofrerem da doença, que pode ser genética. Pais superprotetores podem causar ansiedade nas crianças, devido à privação de certas experiências que contribuem para a autoconfiança. “Às vezes,
a pessoa viveu uma situação muito trágica, de grande perda, o que pode contribuir para o desenvolvimento desses distúrbios. Mas, às vezes, a pessoa viveu tudo isso e não desenvolveu nenhum transtorno”. A família é fundamental para a recuperação do paciente, principalmente incentivando-o a procurar tratamento. “Frases como ‘você deveria tentar mais’ ou ‘veja como a sua vida é maravilhosa’; ‘não há motivo para ficar assim’ não ajudam em nada”, enfatiza a professo-
As doenças psicológicas costumam ser subestimadas pela maioria da população. Há um preconceito que insiste em impedir que muitas pessoas, todos os dias, deixem de procurar tratamento adequado. A depressão, por exemplo, tem taxas de mortalidade acima de 30%. “Existe uma representação, um mito, de que quem vai ao psicólogo é louco”, Giovana comenta. A melhor forma de tratamento é a combinada, ou seja, em que o psicólogo realiza a terapia e o psiquiatra cuida da medicação. No mínimo, o tratamento dura seis meses, e a psicóloga ainda ressalta que ele não pode ser interrompido em nenhum momento, mesmo que o paciente se sinta melhor no meio do caminho.
Foto: BANCO DE IMAGENS
século XXI trouxe inúmeras inovações tecnológicas, e mesmo que as máquinas possam ter substituído os homens em alguns quesitos, ainda é comum a sobrecarga de tarefas de pessoas no ambiente de trabalho. A pressão para cumprir metas e para que tudo saia perfeito afeta o psicológico dos trabalhadores. Em 2015, a Associação Brasileira de Recursos Humanos, a ABRH, constatou que 68% dos trabalhadores estavam insatisfeitos com o emprego. Essa insatisfação tira o ânimo das pessoas e acaba causando a depressão, considerada a doença do século. A depressão é uma doença emocional que se caracteriza pelo humor depressivo, e a perda de interesse por coisas que antes despertavam interesse e prazer. Dados do IBGE indicam que mais de 11 milhões de brasileiros foram diagnosticados com algum tipo de depressão. No Brasil, o estado do Rio Grande é o que mais apresenta adultos depressivos, ou seja, 13,2% dos gaúchos com 18 anos ou mais foram diagnosticados com a doença. Não é só a depressão que afeta a vida das pessoas. Ansiedade, Síndrome do Pânico e Borderline, que até então eram termos desconhecidos, tornaram-se comuns na vida de milhares de seres humanos. A An-
ra. Muitas vezes, nem a família entende o que está acontecendo. No caso de Daniela Pavoni, estudante de Fotografia, com 21 anos, seus pais e a irmã não compreendiam sua situação. Diagnosticada com Borderline aos 16, a mãe e a irmã não entendiam a sua doença, já que Daniela não costumava mostrar comportamento depressivo ou ansioso na frente delas. A doença Borderline ainda pode ser confundida com bipolaridade, uma vez que mostra ambos os comportamentos, o depressivo e o de ansiedade. Hoje, depois de ter sido internada algumas vezes, Daniela já está melhor. Ainda vai ao psiquiatra e ao terapeuta, mas com menor frequência, não precisando mais de medicação controlada.
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Feminicídio Violência
ou briga de marido e mulher? Grazielle Guimarães dos Santos – 3º período de Jornalismo
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“Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres”, realizado pelo sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, no Brasil, evidencia que os índices de assassinatos de mulheres negras cresceu cerca de 54,2%, enquanto o número de mulheres brancas mortas caiu 9,8%. Isso indica que a questão racial e, muitas vezes, a econômica das vítimas femininas de agressões físicas e morais influenciam nos números dessas ocorrências. A análise diz repeito aos dados oficiais obtidos em níveis nacional, municipal e estadual sobre óbitos femininos ocorridos no Brasil entre o período de 1980 e 2013. “Tu não teria coragem de fazer isso”. Foi assim que as agressões físicas contra Aline começaram, após cinco anos de relacionamento. Mas as ameaças e os ataques físicos tiveram início há um ano. Depois que o companheiro sofreu um acidente e perdeu o movimento de um braço, com toda a revolta e insegurança de estar com uma deficiência permanente, ele encontrou a pior maneira possível de expressar suas frustrações. As agressões também ganharam mais gravidade depois que Aline teve o filho.
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Enquanto o número de ataques às mulheres brancas diminuiu no Brasil em 2015, contra as negras esse índice subiu mais de 50%
No início, a vítima se sentia culpada pelas agressões sofridas. O casal enfrentava vários problemas na relação, até mesmo pela chegada da criança. “Eu o provocava, achava que ele nunca teria coragem de fazer qualquer coisa contra mim. Então, eu dizia, ‘você não tem coragem! Bate pra ver!’”, relembra Aline. Até que, depois de alguns empurrões, puxões de cabelo e “pequenas” agressões crescendo, a coragem dele também aumentou. Os ataques tornaram-se mais graves, fortes e frequentes, deixando marcas e hematomas pelo corpo de Aline. Além disso, Fernando sentia muito ciúmes, a ponto de não deixá-la usar nenhum tipo de roupa curta ou de ter amizades, seja com homens ou com mulheres. Ele a queria trancada em casa, privando-a até de ir ao trabalho. Essa situação seguiu assim durante todo ano de 2015.
“Depois de me agredir, ele vinha, pedia desculpas, mas dois dias se passavam e ele voltava a cometer os mesmos atos. Muitas vezes com mais agressividade”, desabafa Aline. Após sucessivos episódios como esses, ela percebeu que não era culpa dela, que era ele quem cometia as agressões por sua própria vontade e sem motivo algum. “Ele descontava toda a frustração, a raiva, a angústia em mim, por achar que não teria outra forma de descontá-las, e por eu ser a pessoa mais próxima dele”, conta Aline. A situação começou a ficar insustentável, Aline começou a temer pelo pior. “Eu tinha medo que ele cometesse alguma desgraça comigo, que fizesse algo de ruim até pro nosso bebê. E comecei a perceber que nossa relação não iria dar certo”. Foi aí que as denúncias anônimas surgiram, e ela teve que sair de casa. Até o Conse-
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lho Tutelar chegou a visitá-los, temendo que as agressões se estendessem ao filho do casal. Fernando e Aline moram juntos novamente, e as agressões variavam de ataques físicos e morais, privação de direitos básicos, como o de ir e vir, e agressões psicológicas, que, na verdade, fazem parte da vida de Aline desde pequena. “Minha mãe também apanhava do meu pai. Ela me dizia sempre que, quando eu crescesse, eu teria o mesmo destino que o dela, apanharia igual a ela. E foi o que de fato aconteceu”. Aline teve que sair de casa muito cedo, por que a mãe sentia ciúmes dela com o padrasto. Um amadurecimento precoce, causado por muitas dores e frustrações. Hoje milhares de mulheres sofrem diariamente agressões físicas, psicológicas e morais no Vale do Itajaí. A vereadora da cidade de Brusque, Marli Leandro, fala um pouco sobre os
motivos pelos quais, mesmo no século XXI, muitas mulheres sofrem agressões físicas. “Ainda há um resquício do modelo de sociedade patriarcal no convívio social atual, e da questão cultural também. As mulheres sempre foram consideradas inferiores, e deveriam ser submissas aos homens. Então, toda essa questão cultural antiga contribui para que muitas ainda padeçam com agressões físicas, psíquicas e morais diárias”. Pesquisa realizada pela Secretaria de Polícias para as Mulheres da Presidência da República, no ano passado, revelou que o Disque 180 recebeu cerca de 84 ligações por hora. Só nos primeiros seis meses de 2015, cerca de 360 mil ligações foram feitas, correspondendo a uma média mensal de 60 mil. Mas ainda há um número elevado de mulheres que não denunciam seus agressores, seja por medo, seja por vergonha ou seja por sofrer constantes ameaças. O Disque 180 orienta também vizinhos, familiares e amigos das vítimas a denunciarem essas agressões, não apenas as vítimas. Aliás, qualquer pessoa pode e deve denunciar o agressor, pois as denúncias podem ser anônimas, sem que nenhum dado do denunciante seja revelado.
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Resenha
Investigação jornalística
na telona A
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novo segmento criado pelas redações? Acredito que não, o mais ressente caso envolvendo esse novo conceito aconteceu na revista TIMES que contextualizou o corrupto senário político atual do Brasil e nomear os criminosos. Desta forma listou João Santana publicitário do PT envolvido na operação lava jato. Para ilustrar o texto colocaram a foto de Joel Santana técnico de grandes seleções. Mostrando que até grandes redações adotaram a nova técnica de apuração. Outra reflexão que o filme traz porem está muito mais explicita é o fato de que a Boston Globe errou em ignorar uma fonte insistente. Phil Saviano Junto a sua pequena associação
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Spotlight revela os bastidores do trabalho de campo difícil de repórteres especiais
de vítimas de abuso possuía centenas de provas recolhidas após sua primeira tentativa de conseguir ajuda e justiça no jornal. Quantas vezes um jornalista deixa de contar a grande história de sua vida por ignorar uma informação ou acha-la uma loucura? Mesmo profissionais experientes, como no Boston Globe, quase deixaram essa
denúncia passar. Um repórter não pode deixar morrer dentro de si o sentimento de curiosidade. Mesmo no início do século passado, enquanto a internet ainda engatinhava perto do que se tornou hoje, quase foi ignorada a possibilidade de padres pedófilos ou muito, além disso, uma instituição religiosa que encobria crimes abomináveis. E hoje, com a internet rei-
nando absoluta, pode tornar-se comum desdenhar uma informação por considerá-la inútil. Ato esse que vai de encontro ao questionamento feito há algumas linhas (jornalista sentado). É muito mais fácil para um jornalista atarefado deixar uma história dessas passar do que uma equipe de investigação como a da Spotlight.
Fotos: DIVULGAÇÃO
mbientado em 2001, Spotlight dramatiza a investigação de repórteres do jornal The Boston Globe. O foco das apurações foi o caso emblemático de pedofilia e abuso praticado por padres católicos da diocese de Boston, nos Estados Unidos, que renderam uma série de denúncias e reportagens. O filme traz de volta, 15 anos depois, a realidade das redações de grandes jornais impressos. Redações repletas de funcionários e, no caso da Boston Globe, divisões especiais de investigação (Spotlight) com tempo e investimento para seus casos. Com o passar do tempo, o que se viu foi totalmente o aposto do que o filme apresenta. Afinal, a popularização da internet tornou o mundo mais rápido e conectado, fazendo com que um acontecimento ocorrido no Oriente vire, em questão de minutos, notícia no Ocidente. Mas como a internet tem suas vantagens, há também desvantagens inevitáveis. Redações, que antes eram constituídas dezenas de funcionários, agora se tornam cada vez mais enxutas, assim como determinadas funções, que antes eram essenciais, hoje são dispensáveis. E cabe ao jornalista se adequar à nova realidade, sendo multimídia, multitarefa, multiuso, ou melhor, “multitudo”, e cobrado cada vez mais. Uma tarefa que antes era desempenhada por uma equipe vira responsabilidade de um jornalista apenas, e a matéria perde em qualidade. E assim nasce o “jornalista sentado” que tem o mundo a um clique. Ele consegue fontes e informações na internet, para não dizer com o Google e as redes sociais. Mas se pode confiar nesse
Allan Franzoi Júnior – 2º período de Jornalismo
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Crítica
Maioria branca em Hollywood Mikael Melo – 3º período de Jornalismo
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pesar de ter premiado Lupita Nyong’o como melhor atriz coadjuvante em 2014, o Oscar nem sempre indica atores e diretores negros para a sua noite de premiações. Tendo como exemplo as duas últimas edições, em que profissionais negros ficaram de fora, apesar de excelentes representantes. Samuel L. Jackson, grande destaque em Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino, Michael B. Jordan, em Creed: Nascido Para Lutar (Sylvester Stallone, um dos poucos atores brancos do filme, está indicado) e Idris Elba por Beasts of No Nation (ganhador o SAG de melhor ator coadjuvante) poderiam ter sido facilmente lembrados pela Academia neste ano. A maior ausência da edição anterior foi a diretora de Selma, Ava DuVemay. Teríamos a primeira indicação à uma diretora negra na história do Oscar.
O espaço dado para atores não-brancos é bem restrito na indústria cinematográfica, principalmente quando falamos dos blockbusters. O que amplia essa problemática é a utilização de atores brancos para representar personagens de outras etnias. O exemplo mais recente dessa questão veio com a divulgação do longa Deuses do Egito, que estreou nesta semana no Brasil e nos EUA. Na produção, que como indica o título se passa no Egito, tem os europeus Gerard Butler e Nicolaj Coster Waldau interpretando deuses da mitologia egípcia. Chadwick Boseman, único negro do elenco, criticou explicitamente a situação. Boseman deu ênfase a falta (ou quase inexistência) de filmes com orçamento alto protagonizados por atores negros. Após a série de comentários negativos na internet, a produtora Lionsgate enviou uma declaração para a imprensa estadunidense:
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Espaço restrito para atores de outras etnias fica evidente nos blockbusters
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são negros e hispânicos. No mais novo longa da saga Star Wars, O Despertar da Força, temos um personagem negro que é central na história. Na TV o cenário é menos preocupante. Empire, uma das séries de maior sucesso nos EUA, possui um elenco composto em sua maioria de negros. Nas premiações televisivas, o reco-
nhecimento vem aparecendo também. As últimas atrizes vencedoras do prêmio de melhor atriz em série no Globo de Ouro são respectivamente Viola Davis (How to Get Away with Murder) e Taraji P. Henson (Empire). Davis também conquistou um Emmy na mesma categoria por sua atuação no seriado.
Fotos: DIVULGAÇÃO
“Nós reconhecemos que é nossa responsabilidade ajudar a garantir que as decisões de elenco reflitam a diversidade e a cultura dos períodos retratados. Neste caso, nós não conseguimos fazer jus aos nossos próprios padrões de sensibilidade e diversidade, pelo qual pedimos sinceras desculpas. A Lionsgate está profundamente empenhada em fazer filmes que refletem a diversidade das nossas audiências. Na próxima, faremos melhor”. Lançado em 2014, Êxodo: Deuses e Reis, do renomado diretor Ridley Scott, também utilizou brancos para representar egípcios. Entre eles, Christian Bale, Joel Edgerton, Aaron Paul e Sigourney Weaver. Há também exemplos do século XX. Em A Estirpe do Dragão, de 1944, Katharine Hepburn, vencedora de quatro estatuetas douradas, interpreta uma chinesa, mesmo não sendo descendente de asiáticos. Já em 1965, o britânico Laurence Olivier interpreta Othello na produção homônima. O personagem adaptado da obra de Shakespeare é negro, mas seu intérprete é caucasiano. Para interpretá-lo, a produção simplesmente o pintou de preto, o que deixa a situação ainda mais absurda. Toda a história do cinema demonstra o problema da falta de diferentes etnias em cena, mas alguns sucessos recentes esboçam mudanças. Grande parte dos personagens da franquia Velozes e Furiosos
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Fotos: Bruno Golembiewski
omar um expresso e comer pastel de nata num dos cafés espalhados pelo Porto é um dos prazeres cotidianos para qualquer portuense e visitante de passagem pela cidade. Os cafés são um charme. De todos os tipos e tamanhos, qualidades e preços – o que também é importante -, fazem a caça a novos deles um hobby interessante. Seja para um simples bate-papo, para estudar ou se encontrar com os amigos, há sempre um café apropriado para cada uma dessas situações. Além da caça aos mais chamosos cafés, há a eterna discussão sobre qual a melhor Francesinha do Porto. O prato típico, criado por um português radicado na
França, é outra das marcas da cidade. A Francesinha leva pão, carne, linguiça, às vezes ovo frito, queijo e um molho vermelho característico. As batatas fritas são o acompanhamento ideal para este prato junto, muitas vezes, de um fino, o nosso chope, bem gelado. Localizada no norte de Portugal, a cidade invicta – pelo fato de nunca ter sido invadida (e houve algumas tentativas) -, é considerada pelos seus moradores, a melhor de Portugal. A rivalidade norte/sul com a capital Lisboa faz todos os amantes da cidade mais orgulhosos de seus feitos. Em frente a prédios antigos, monumentos, mais de duas dezenas de igrejas, praças e paisagens da cidade, olhares atentos, munidos de suas câmeras fotográficas, registram a sua passagem pelas ruas do Porto. Entre as cidades europeias de médio porte, é a mais barata, o que atrai estudantes e turistas de várias partes do
Porto: muito mais que uma cidade turística Bruno Golembiewski – 6º período de Jornalismo
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tes e n a d u t s e al atrai vinho, mas g u t r o P e orte d famoso ltural n o u e a s e o d l a e Essa cid o mundo todo p e diversidade cu turistas d ém pela riqueza tamb
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mundo. A excelência da Univerisidade do Porto, tradicional e bem conceituada – entre as 100 melhores do mundo – é outra referência. A Avenida dos Aliados é o coração da cidade do Porto. Grandes eventos são montados na praça que fica ao centro. Por lá, já vi de shows a pistas de patinação no gelo, e também encontros promovidos por acadêmicos da Universidade do Porto. Isto acontece em outras univerisidades de Portugal também. Passeando pela cidade é possível observar vários deles em eventos da Praxe, prática de iniciação dos calouros para que se tornem veteranos. Há também grupos musicais, chamados de Tunas, de diferentes faculdades, que cantam e dançam temas tradicionais e atuais pelas ruas da cidade. Esses alunos, aliás, inspiraram a escritora J. K. Rowling, da franquia Harry Potter, no quesito vestimenta, pois esses portuenses usam o traje acadê-
mico: capa preta, terno, camisa, gravata e calça social (para as meninas saia e meia calça). Outro local especial para a autora é a Livraria Lello e Irmão. Tanto a fachada quanto o interior da livraria são muito lindos. Ouve-se que as escadas e interior da Lello serviram de inspiração para os textos do livro, já que, por morar dois anos na cidade, a autora frequentou a livraria. Descendo a rua onde fica a Lello, chega-se à Ribeira, à beira do Rio Douro. É o local ideal para tomar um bom vinho do Porto e comer bacalhau ou qualquer outro prato típico. Com várias opções de restaurantes, pode-se admirar a ponte D. Luís e a cidade vizinha de Vila Nova de Gaia. As temperaturas do Porto e das cidades, que beiram o Douro, são ideais para a produção de vinhos, conhecidos por terem forte teor alcóolico e sabor marcante. Após atravesar a ponte D. Luís e admirar a vista, vale a visita a uma das dezenas de caves do
vinho do Porto espalhadas em Gaia. Vida cultural pulsante Os principais shows e eventos do país normalmente têm datas agendadas no Porto e em Lisboa. No Coliseu do Porto ou na Casa da Música, pode-se acompanhar concertos de todos os estilos e gêneros musicais, além de prestigiar artistas consagradíssimos do mundo todo. Nas ruas, vê-se músicos com suas caixinhas de moeda a tocar ao vivo. Nos próprios Aliados, na Rua de Cedofeita e na Avenida Santa Catarina, isso já se tornou rotina. É bom também ficar de olho nas agendas dos muitos teatros e museus do Porto. Peças, concertos e no caso dos museus, as exposições temporárias costumam ser imperdíveis. Seja do Teatro Nacional São João, Sá da Bandeira, Rivoli, todos bem localizados no centro da cidade. Além de museus histó-
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ricos, com destaque para o Museu de Arte Contemporânea de Serralves. A vida noturna do Porto também é bastante agitada. Indo às galerias, encontram-se festas e baladas de música eletrônica, rock, pop. De tudo um pouco. Ao lado da reitoria da Universidade do Porto, há o tradicional café Piolho e outros bares ao redor, onde normalmente estudantes e intercambistas se reúnem para beber. Na Cedofeita, há o Espaço 77, lugar onde, segundo dados expostos na parede interna do estabelecimento, vendeu-se quase 400 mil cervejas Super Bock num ano. E, por este feito, ele ja foi premiados seis vezes. Rui Veloso, músico portuense, destaca os muitos encantos da cidade na canção Porto Sentido. No trecho “Por ruelas e calçadas, da Ribeira até a Foz”, ele evidencia o quão bonito é acompanhar a cidade a partir do Rio Douro. No final dele, em sua foz, o encontro
com o mar constitui uma paisagem inesquecível. Diferente do Brasil, o sol aqui no Porto se põe no Oceano Atlântico, fazendo um final de tarde na foz um momento especial. D. Pedro IV (nosso D. Pedro I) tinha um carinho especial pelo Porto, principalmente depois do envolvimento da Invicta nas lutas liberais (18321833). A sua estádua, ao centro dos Aliados, mostra sua importância e uma curiosidade: seu coração permanece preservado dentro da Igreja da Lapa. Acredito que, para quem se envolve de uma maneira sentimental com o Porto e seus encantos, acabava por fazer parecido com o monarca: deixa uma parte considerável de seu coração na cidade, mesmo depois de ir embora.
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Itajaí, março de 2016
Fotos: Arquivo pessoal/José Elias da Silva
Perfil
Memórias da Guarda Presidencial Gabriel Silva – 4º período de Jornalismo
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José Elias da Silva realizou um sonho ao representar a cidade de Itajaí no Exército e servir à Pátria, em Brasília, na década de 80
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Às vezes, a gente se acha dono da razão. Então, é bom aprender a respeitar e entender as opiniões dos outros, desde que elas não mudem nossos objetivos”, conta José Elias da Silva, de 52 anos. Dez meses longe de casa, ainda muito jovem, deixou os pais e os irmãos para se dedicar ao Exército Brasileiro em Brasília. Dez meses no Batalhão. Ano de 1983. Zezinho, como é chamado, alistou-se na Junta de Serviço Militar de Itajaí. Na época, era próxima ao Hospital Pequeno Anjo, diferente de hoje que está anexo ao Ginásio Gabriel João Collares. Naquele ano, apenas um representante de cada cidade foi enviado para Brasília. Zezinho, o primeiro colocado na seleção, aceitou servir à Pátria. O segundo colocado tentou comprar a vaga dele, mas o prazer e a honra de servir ao seu país eram inegociáveis: estava certo de que queria ser soldado. “Quando eu era adolescente, a minha avó dizia: ´Esse vai pra Brasília`. Saí da casa de meu pai dia 4 de abril de 1983, dia do aniversário dele”. O Exército pagou a passagem de ônibus da rodoviária de Itajaí até Curitiba, onde houve outro teste de seleção. De Curitiba, com um ônibus do Exército, José Elias e outros soldados foram até a Capital nacional. Foram quatro dias de viagem e muito tempo sem contato com a família. “Naquela época não havia computador, e usar o telefone custava caro. Sempre que a gente queria se comunicar era por correio postal. A primeira carta que enviei para minha mãe levou um mês para chegar”, lembra. A família morava no bairro Salseiros,
na antiga e memorável Vila da Fábrica de Cimento, onde Zezinho trabalhava como eletricista. Em Brasília, a 1580 quilômetros de casa, José Elias fez teste para eletricista, mas foi reprovado. Então, foi para a Infantaria, como Guarda Presidencial. “Todo dia de manhã, a gente cantava o Hino Nacional”. Dentro do Quartel, tinha cursos para oficiais. Além disso, havia treinamentos. Eram 10 tiros por mês, fora do Quartel. Havia cinco companhias, com aproximadamente 1500 homens em cada, e Zezinho era da 5ª Companhia. Ele conta: “O regime era bem rígido pra poder manter esse pessoal na ordem. Conviver com 1500 ideias diferentes foi um aprendizado muito bom”. Foram oito meses sem vir para casa. Quando voltou, encontrou a mãe chorando de saudades do filho. No retorno à Brasília, Zezinho reprovou na prova para Cabo, mas propositalmente, pois, do contrário, se desistisse, seria preso. “Minha avó ficou muito contente quando soube que fui pra Brasília. Mas ela morreu logo depois que voltei para casa. Já fazia uns dois dias, e não tinha tido tempo de ir visitá-la, quando meu tio veio avisar da notícia”. Das 1500 pessoas que estavam com ele na 5ª Companhia, Jose Elias reviu apenas dois, quando trabalhava no Estaleiro Itajaí - EISA. Das várias lembranças daqueles 10 meses longe de casa, algumas lições de vida jamais serão esquecidas. Para ele, o Exército foi uma grande escola. “Nós somos da Pátria a guarda, fiéis soldados, por ela amados”.
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Música
Um universo paralelo
em meio à vida comum Gustavo Vasconcelos – 5º período de Jornalismo
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e alguma vez na vida questionei a teoria de que “energia positiva existe e pode ser transmitida através de pessoas e locais que conspiram para esse fato acontecer”, depois do fim de semana dos dias 12 e 13 de março, nunca mais duvidarei disso. O Lollapalooza é um festival dominado por gêneros musicais alternativos, além de performances de danças, estandes de artesanatos e diversas performances. Criado nos anos 90, ele renasceu em 2003, em Chicago - EUA, sede oficial, e tem edições anualmente em vários países, inclusive no Brasil.
rence and The Machine, por coincidência, minha banda fa-vo-ri-ta da atualidade. Como um cara de promessas, também havia prometido que, quando Florence viesse ao Brasil novamente, eu iria. Talvez, fosse esse double de promessas que precisava “pra coisa” finalmente acontecer, e aconteceu. Semanas antes, paguei a famosa facada, meia-entrada total de R$488,00 para Lollapass (que garante entrada nos dois dias de festival). Facada muito válida, inclusive. Três amigos e eu decidimos ir de carro até São Paulo. Além de ser mais econômico, seria mais prático para o deslocamento na cidade e com maior aproveitamento da noite paulistana antes dos dias do festival. Curtição que quase nos causou a perda do primeiro show no sábado. Queimamos a largada já na sexta, culpa da Rua Augusta e Avenida Paulista. O Festival começava às 12h30. Acordamos às 13h, mas Of Monsters and Men só subi-
riam ao palco às 17h15. Então, estava tudo sob controle. Pagamos R$3,80 para nos deslocarmos de metrô e fazer uma conexão com o trem que nos deixaria bem próximo ao autódromo de Interlagos. Havia outras opções de deslocamento até lá: de táxi não sairia por menos de 100 dilmas; ou de Uber, que fez promoção de menos R$30 o valor da primeira corrida por meio de parceria com o festival. Deixamos essa última para a volta. Destino final O clima já se diferenciou quando embarcamos na estação do metrô. Sabíamos de cara quem estava indo para o mesmo lugar que a gente e quem não. Muitas pessoas paravam e perguntavam se estávamos indo para o Lolla, o sim de resposta gerava uma amizade automática até o destino final. Chegamos no Autódromo às 17h pontualmente, e o deses-
Foto: João Pedro F. Moura
Sempre tive vontade de conhecer o festival e vivenciar toda essa experiência relatada por amigos e conhecidos desde sua primeira edição em São Paulo, no ano de 2012. A cada Line up que saía com aquelas bandas que dominavam a playlist montada em casa, era um tiro no peito em saber que a maioria dos sons que curto estariam “tão próximos” quanto o normal, mas por ora não seria possível prestigiá-los pessoalmente. No ano passado, prometi pra mim mesmo que, em 2016, iria ao Lolla, mas já havia feito isso ano retrasado e no outro também. Portanto, continuava tudo igual. Porém, em meados de 2015, a primeira banda confirmada no evento foi Flo-
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O Lollapalooza de 2016 foi, mais uma vez, um festival dominado por gente ávida por gêneros alternativos
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pero começou a bater, pois o Onix Stage – palco que os islandeses de Of Monsters And Men se apresentaria, era o mais distante da entrada, uns 15 minutos de caminhada. Apressamos os passos, passamos na frente de muitas pessoas até achar um lugar ótimo, era uma espécie de morro, dava pra ver o palco perfeitamente e as pessoas que estavam bem próximo à grade. Nanna Bryndís iniciava Thousand Eyes em sua maravilhosa voz bem quando chegamos àquele lugar. Foi mágico. A vocalista de 26 anos transmitia toda sua emoção a cada música, o que era sentida por mim e acredito que pela maioria das pessoas que assistia ao show. Sou apaixonado por Folk rock, e ver aquela apresentação maravilhosa de cara, com alguns instrumentos que eu nem sabia o nome, foi impactante. Após ouvir Wolves Without Teeth, minha preferida da banda, com muito aperto no coração,
abandonei o finzinho do show. Faltavam poucos minutos para começar o show da banda mais esperada no sábado, e o Skol Stage – palco, onde se apresentaria Tame Impala, era um pouco distante e precisava pegar um lugar muito bom para vê-los. O show dos australianos do rock psicodélico mais legal atualmente começou com o sunset de sábado. A intro de quase um minuto de hologramas mais hipnóticos que já vi na vida terminou junto da última luz de sol daquele dia. Escureceu, Kevin Parker surgiu no palco, cumprimentou o Brasil e logo a melodia fantástica de Let It Happen dominou meu mundo por aquele momento. Para qualquer lugar que olhava, ao lado, atrás, no palco, todo mundo estava na mesma sintonia e foi assim a apresentação toda. Fiquei em êxtase, melhor show da noite, sem dúvida. Quando acabou o show, a vibe era indescritível. Não sabíamos nem onde seria o show dos sul-africanos do Die Antwoord. Encontramos um carinha que distribuía mapinhas com a localização dos palcos. Caminhamos muito até chegar ao Axe Stage. Deu pra descansar um pouco, beber e comer algo até a apresentação deles começar. Não conhecia muitas músicas. Estava ali porque uma amiga era muito fã. Muita gente abandonou o local quando
Itajaí, março de 2016
Foto: Rafael Roncato
Saímos do Alabama e queríamos poupar as energias para o último show da noite. Na caminhada até o Chef Stage – barracão que vendia todo tipo de comida, passamos em frente ao palco onde o Noel Gallagher, ex-vocalista do Oasis, já havia começado o show. Cantava o clássico Champagne Supernova, e fomos obrigados a ficar. Alimentados e hidratados, partimos ao show do Jack Ü, ouvimos as quatro primeiras
músicas e vazamos. Não gostei, talvez pela ansiedade para ver Florence. Finalmente estávamos indo ao palco onde Florence se apresentaria, chegamos lá pouco menos de uma hora para o show começar e os lugares, bem na frente, estavam tomados. Demos um jeito e conseguimos ficar bem perto, o espaço era apertado, mas por ali permanecemos. Poucos minutos antes do show, o lugar
estava totalmente lotado, tinha gente a perder de vista. Florence entrou no palco e parecia uma fada, um ser superior. Aquela harpa no palco e a voz dela produziram o mesmo efeito descrito nos livros infantis: o encantamento pelas sereias. Do começo ao fim. Melhor show da noite, óbvio. Até ouvimos uns caras que foram para ver o show do Snoop Dogg que foi cancelado e acabaram assistindo ao show
da Florence, comentavam “que mulher fantástica, valeu muito a pena”. Assim como para eles, para mim e para muitas pessoas, a experiência de um Festival dessa dimensão vale muito. É um universo particular em meio à vida cotidiana, uma espécie de parceria humana. É alegria plena. Terei que concordar com propaganda da Globo: “Do Lollapalooza ninguém volta igual”.
Foto: I Hate FLASH
mostraram os hologramas bizarros no “telão”. Ouvi muitas pessoas dizendo que estavam com medo. Mas era exatamente isso o intuito da banda. O duo de eletrônico e hip-hop tem muita presença de palco, tanto que não consegui ficar parado um minuto no show deles. Virei fã. Eminem era o cara mais aguardado pelo público do festival aquele dia. E eu, sinceramente, estava em dúvida se assistiria ao show dele ou ao de Marina and The Diamonds, que eram na mesma hora. Pesei na balança e preferi ver o Eminem. Foi legal, mas eu esperava mais. Mas a vibe do show foi boa, e ele é bom. Acabou o show e estavam todos destruídos. Nem sentia mais minhas pernas direito. E tampouco acreditei quando cheguei “em casa”. Era óbvio que, no outro dia, não conseguiríamos ir cedo para o festival novamente. Domingo, o dia mais esperado, por motivos óbvios. Chegamos tarde e perdemos o show de Karol Conká e Gramatik. Fomos direto para o palco que teria Alabama Shakes. Meus amigos, que show, que banda. Tá explicado porque venceram em três categorias do Grammy deste ano. Pela primeira vez na vida, ouvi um blues de verdade ao vivo, aqueles da época de Woodstock. Acho que todas as pessoas merecem conhecer o som de Alabama Shakes. Me arrepiei do começo ao fim. A vocalista Brittanny Howard é sensacional.
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Games
Piloto de pijama Fernando Rhenius – 6º período de Jornalismo
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Corridas on line ganham cada vez mais adeptos e até pilotos profissionais usam os jogos para aprimorar suas técnicas
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tir nas mais diversas pistas ao redor do mundo e pilotando carros que muitos só veem em revistas e através da televisão. Paranaense de Curitiba, compete ou joga “desde sempre”. Suas lembranças remetem aos 6 anos quando o automobilismo floresceu em sua vida. “Desde pequeno assistia corridas. Sempre quis trabalhar com corridas, e quando comecei a ver a telemetria no GP2, busquei me informar mais e fiz faculdade de eletrônica, já pensando no automobilismo. ” O automobilismo virtual é um dos segmentos do lucrativo mercado de jogos que mais cresce no mundo. Desde 2008, a Nissan, montadora japonesa, firmou parceria com a Playstation e criou o programa GT Academy, que, por meio de torneios on line, seleciona jovens aspirantes a pilotos para quem sabe integrar as equipes reais da Nissan pelo mundo.
Desde então, três pilotos oriundos das pistas virtuais conseguiram resultados nas pistas reais. O belga Wolfgang Reip, que conquistou as 12 horas de Bathurst, em 2015. O espanhol Lucas Ordones venceu em 2013 o Blancpain Endurance Series e Jordan Tresson, francês que aos 17 anos conseguiu o título na categoria GT4 no mesmo campeonato. Por conta da paixão, Tarso acabou enveredando para o meio automobilístico e hoje além dos jogos on line, virou fotógrafo no autódromo de Pinhais, em Curitiba. Também trabalha numa empresa que fornece assistência aos sistemas de telemetria dos carros de competição reais. As provas acontecem geralmente nos finais de semana. Dependendo da liga, reúne de 20 a 30 jogadores com provas que variam de 30 minutos a eventos como 24 horas de duração. Neste
Fotos: DIVULGAÇÃO
arso senta-se no carro, um protótipo Oreca que compete regularmente nas 24 horas de Le Mans. Verifica pneus e o tempo de outros competidores. Depois sai para dar as primeiras voltas em Sebring, circuito americano. Dá algumas voltas, mas não gosto do tempo. Credita o mau desempenho aos pneus. Retorna aos boxes e, após uma conversa com seu chefe de equipe, volta a pista. Consegue o terceiro tempo em sua classe, após 30 minutos exaustivos ao volante. Esta foi a primeira etapa de uma jornada que se perpetuaria pelas próximas duas horas. Tarso nasceu Marques, não o que chegou a competir na Fórmula 1, mas que nutre a mesma paixão pelo automobilismo e por corridas. Tarso é mais um dos que passam e gastam horas e horas na frente de um computador pelo prazer de compe-
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caso, como no mundo real existe, um revezamento entre pilotos e até três jogadores dividem um carro. Além da prova em si, existe toda uma coordenação que não deve nada aos eventos “de verdade”. Além de transmissões feitas por vários canais do Youtube, existem comissários que analisam os pilotos para que não ocorram irregularidades enquanto a corrida acontece. Caso haja alguma irregularidade, punições são aplicadas. Dependendo da liga, os pilotos vencedores recebem premiações como medalhas, troféus. Nas organizações mais abonadas, a premiação é em dinheiro ou equipamentos de informática. Porém, para a maioria o simples, fato de vencer já é o suficiente, como no caso de Tarso que partiu para sua jornada de 2 horas. Foco Ninguém pode atrapalhar sua concentração. Quarto fechado, cadeira simetricamente com o volante para que não tenha qualquer dor após a maratona. Tarso larga em sexto, de um total de 22 carros. Não gosto da posição, mas credita o mau desempenho a um dos adversários que atrapalhou sua volta de classificação. Mesmo correndo há vários, anos é visível o nervosismo. Segura o volante com força, sua perna direita insiste em não ficar parada. Fico em silencio para não interferir sua concentração. E é dada à luz verde. Tarso larga bem e consegue duas posições na largada. No decorrer da prova, gesticula com as mãos quando alguém faz algum erro ou quando ele mesmo erra. Reclama em voz alta; “Esse animal não me viu pelo retrovisor? ” Mas nem tudo são flores. Como a maioria dos homens são casados, eles precisam conciliar a jogatina com compromissos matrimoniais. Rodrigo Rocha, descobriu o automobilismo virtual há pouco mais de um ano. Desde então, investiu cerca de 2 mil reais em computador, volante e demais acessórios. Tudo pelo prazer
de tentar simular como seria a vida em um carro de verdade. “O automobilismo virtual me possibilitou pilotar em pistas que antes só conhecia pela televisão. O realismo é enorme e muitas vezes termino as corridas cansado. ” Mesmo tendo a rivalidade nas pistas, Rocha fez amigos em todos os cantos do Brasil. “Tenho mais amigos virtuais do que reais. ” Ao lado de Rodrigo, há quase 10 anos, a esposa Priscila sofreu com o súbito interesse do marido por corrida. “Todos têm que ter um hobby. Mas para isso não se deve largar a família. ” Após inúmeras discussões, chegaram a um consenso: fizeram uma tabelinha com horários para conciliar os jogos e família. Com a testa franzida, sabe que veem bronca: “Antes dele começar a jogar ele me pergunta se pode. Sabe que deve acabar antes que eu chegue da faculdade. ” Mesmo com as regras dentro de casa, o uso frequente de jogos pode indicar algum problema psicológico, como explica a psicóloga Rita de Cássia. “Muitas vezes o indivíduo busca compensações ou faltas, sendo elas, afetivas, emocionais, em geral, as quais lá atrás ficaram com algum “vazio”. Preenchem-se pelo ato de jogar compulsivamente. Se o indivíduo é impedido de jogar, se torna agressiva, rebelde. A pessoa é dominada por uma excitação, uma expectativa, seja ela de sucesso ou de fracasso, ganhar ou perder. ” Em muitas situações o jogador não percebe que está viciado o que requer um tratamento, nos mesmos moldes para quem luta contra a dependência das drogas. “Quando chega neste patamar entra a necessidade de tratamento onde é preciso que a pessoa sinta que precisa de ajuda e que queira esta ajuda. Não conseguirá sair da situação sozinha. A psicoterapia irá trabalhar com a ansiedade do jogador compulsivo e as dificuldades internas que o ato do jogar encobre, esconde. Serão analisadas situações de abandono na infância, hostilidade, agressividade, medos, insegurança. ”
Itajaí, março de 2016
Dedicação
Amor incondicional
por quatro patas Carolini Nandi e Rodrigo Paschoal Dalri – 3º período de jornalismo
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om o intuito de dar uma vida melhor aos inúmeros animais de estimação abandonados no município Tijucas, o grupo de proteção animal Anjinhos Peludos promove regularmente feiras de adoção de animais na cidade. Os voluntários têm como objetivo, além de encontrar novos lares para os bichinhos abandonados, conscientizar a população sobre o ato do abandono e procurar por auxílio financeiro para continuar mantendo o projeto e dar uma vida digna
aos animais que ainda não foram adotados. O grupo Anjinhos Peludos atualmente sobrevive de doações da população. No início, há 13 anos, contavam com o apoio da Prefeitura Municipal de Tijucas, através do ex-prefeito Elmis Mannerich, que cedeu um galpão para abrigar os animais e enviava mensalmente uma quantidade de ração que, mesmo não sendo suficiente para alimentar todos os animais do abrigo, fazia uma grande diferença. A verba, porém, foi cortada na gestão do atual
prefeito, Valério Tomazi, que também solicitou a retirada dos animais do espaço cedido pela prefeitura, mas não obteve êxito e os animais continuam no mesmo local até hoje. O grupo AP não é caracterizado como uma Organização Não Governamental (ONG), mas é mantido por quatro voluntárias, que se responsabilizam por cuidar da melhor maneira possível dos animais de rua. Apesar da maioria se concentrar no abrigo, os cães e gatos recolhidos da rua pelos voluntários não ficam mais somente no espaço cedido pela Prefeitura. Como o abrigo está lotado, os bichinhos são encaminhados para lares temporários. Voluntários de toda a cidade se dispõem a cuidar dos animais durante um tempo, até que sejam adotados. Atualmente, somando os lares temporários e o abrigo, o grupo tem responsabilidade por mais de 200 animais. Para quem tem a intenção de deixar um cachorro ou gato aos cuidados dos voluntários do grupo, estes aconselham deixa-lo em sua casa enquanto a “divulgação” é feita, pois a estrutura já não corresponde com os números. Engana-se quem pensa que o trabalho é somente recolher os cãezinhos de rua e abrigá-los. A saúde do animal é de suma importância para o bom funcionamento do abrigo. As voluntárias dos Anjinhos Peludos têm parceria com uma clínica veterinária da cidade, que cobra um preço mais acessível pelos serviços prestados. Mesmo assim, a dívida já ultrapassa
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Fotos: Carolini Nadini e Rodrigo Paschoal Dalri
Grupo de proteção animal Anjinhos Peludos, que desempenha papel fundamental há 13 anos em Tijucas, carece de apoio da prefeitura e da população
os R$6 mil. Por isso, organizam eventos e similares. “Nós vivemos de doações e de pesadelo”, diz Arilete Loz Gambeta, uma das colaboradoras dos Anjinhos Peludos. A rotina para cuidar dos cachorrinhos é intensa, pois, assim como os seres humanos, eles também têm necessidades. Devido a essa convivência, não há como as voluntárias do abrigo não se apegarem. Para Ivone Lemos, de 54 anos, é muito gratificante poder disseminar o bem e distribuir amor aos animais necessitados. “É uma felicidade quando a gente salva e uma tristeza quando eles se vão”. Ela ainda afirma que já tentaram envenenar os animais,
mas eles conseguiram salvar a maioria. Quem tem interesse em ajudar os Anjinhos Peludos pode entrar em contato com as voluntárias do grupo pelos telefones (48) 9842-2425 ou (48) 9965-7276, e então elas repassam as orientações para depósito. O grupo de proteção animal também está ativo no Facebook, onde pode ser encontrado pelo nome “Anjinhos Peludos (Tijucas SC)”. Na página, as voluntárias pedem doações, tornam públicas as dívidas do abrigo, informam sobre o estado de saúde dos animais e divulgam os aqueles que estão disponíveis para adoção.
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inconstantecoletivo.tumblr.com
tante
O balé clássico trabalha postura, flexibilidade e equilíbrio. Toda a delicadeza exercida nos palcos vem de exercícios praticados diariamente, focados no aperfeiçoamento da coordenação motora.
A ferramenta mais usada pela bailarina - a sapatilha - auxilia na execução de passos que exigem maior esforço. Além disso, elas se tornam as melhores amigas das dançarinas, pois deixam os movimentos mais leves e delicados. A leveza na alma traz paz e tranquilidade às bailarinas. O corpo traduz as palavras que não foram ditas, enquanto o sorriso transmite orgulho na execução dos movimentos. Antes de pisar no palco para apresentações, as bailarinas fazem uma oração e passam energia positiva uma à outra. Há uma bela amizade por trás da simplicidade e do talento das dançarinas.
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coletiv
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Acadêmicos: Aline Dall’Igna, Bruna Souza, Geraldo Genovez, Pamela Fogaça e Pâmela Freitas
Incons