Itajaí, Abril de 2017 | Edição 151 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
As novas
Diversos
famílias brasileiras Apesar dos movimentos que buscam impor um modelo de família no Brasil, dados mostram que o número de lares com novos laços de parentesco já ultrapassou a tradicional configuração do casal heterossexual com filhos
Primeira edição da Design Business Fair acontece em Florianópolis e conta com mais de 35 expositores Pág. 7
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Cidadania Aumento do número de trotes ao Corpo de Bombeiros de Itajaí causa preocupação ao batalhão
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Resenha Nova série da Netflix, 13 Reasons Why, trata de temas delicados como violência sexual, bullying e suicídio
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Meio Ambiente Cobra da espécie naja encontrada em Balneário Camboriú abre discussão sobre tráfico de animais
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Editorial A tradicional família brasileira já não é mais a mesma. E faz tempo. A reportagem de capa desta edição do Cobaia trabalha esta temática e mostra de forma didática como o conceito de casal heterossexual com filhos não representa mais as configurações que existem realmente nos lares do país. O problema está em não aceitarem esta realidade e imporem, de alguma forma, um modelo a ser seguido. O Projeto de Lei do Estatuto da Família é um exemplo deste movimento. Querem, através de representantes políticos de setores conservadores da sociedade, definir que família é apenas a união entre homem e mulher e seus filhos. O projeto foi aprovado na Câmara em 2015 e pode prejudicar as famílias que dependem de
EXPEDIENTE
programas do Governo Federal, pois deixa diversas famílias juridicamente fora do que deve ser considerado família no país. A Constituição de 1988 já define família como “o resultado da união entre um homem e uma mulher ou um dos pais e seus filhos”. Mas, em 2011, o Supremo Tribunal Federal - STF decidiu que pessoas do mesmo sexo também podem se unir juridicamente e terem os mesmos direitos e deveres dos outros casais. É por isso que esses movimentos conservadores estão preocupados em discutir novamente esta questão. O Estatuto da Família é uma tentativa de reagir ao que foi decidido pelo STF em 2011 e prejudicar estas “novas” famílias quanto ao acesso a direitos como pensão, INSS e licença-maternidade.
O Brasil é um país que, teoricamente, separa a religião do Estado e das leis. Somos um país laico. Portanto, não há motivos para que preceitos religiosos influenciem as decisões referentes a questões legais. Com um Congresso Nacional extremamente conservador e repleto de representantes de Igrejas, é preciso lembrar sempre dessa importante separação entre o Estado e a religião, seja ela qual for. Fato é que não é possível restringir o conceito de família. Simplesmente porque, como mostra a reportagem de capa desta edição, família é muito mais do que laços de sangue, orientação sexual ou ter filhos. Todo mundo sabe disso. Está na hora de aceitar a realidade e lutar pelo direito de todos.
Agência Integrada de Comunicação
Opinião
UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí
É tempo de descobrir Por que você escolheu o Chile? Muitas pessoas já me fizeram esta pergunta desde que cheguei para o intercâmbio de seis meses em Antofagasta. Nos primeiros dias em que estive aqui, as respostas eram diretas, ‘’porque o Chile é um país lindo’’, ‘’porque tenho conhecidos que vieram para cá e adoraram’’, ‘’porque é a casa de Pablo Neruda’’, ‘’porque da América do Sul era o país que mais gostaria de conhecer’’. Agora, mais de um mês em que estou aqui, a resposta mudou. Diria que escolhi o Chile porque ele guardou para mim a melhor experiência da minha vida, ele quer ensinar algo que estou tentando descobrir. Aliás, descobrir tem sido uma das palavras mais ativas do meu dicionário. E, o melhor de tudo é que não estou fazendo isso sozinha. Jovens de outros lugares do mundo deixaram suas casas para descobrir a cidade mineira com o
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS COMUNICAÇÃO, TURISMO E LAZER Diretor: Renato Büchele Rodrigues
pôr-do-sol mais bonito que eu já vi. França, Alemanha, Espanha, Marrocos, Uruguai, Equador, México, Brasil, com suas diferenças, limites e desafios, somos cada dia um pouco mais chilenos. Juntos, nos divertimos ao som do Raggaeton nas baladas da cidade. Alguns são mais animados para festas do que outros, toda semana estão no Club del Tío ou na Ovo. Outros, como eu, preferem longas caminhadas ao centro, ir ao Museo, ao Teatro, na casa da cultura ou andar na orla da praia e admirar cada canto de Antofagasta. Nós também temos descoberto as belas praias de águas geladas e ondas bravas. De ônibus, fomos a Praia de Hornitos e a Praia Amarilla e compartilhamos a paisagem única composta por deserto e mar. As experiências que estamos vivendo mudam um pouco de nós todos os dias. Os gostos, os aromas e sabores absorvidos e
desfrutados tornam o nosso cotidiano uma aventura que vivemos com curiosidade e intensidade. Não importa o que seja, tudo é novidade que temos paixão em experimentar. Sabemos que nosso tempo aqui tem data para terminar e, por isso, acredito que o intercâmbio transforma as nossas vidas, pois nos ensina que o que torna os momentos incríveis são a maneira com que o aproveitamos. Para nós, agora é tempo de viver o Chile e sua gente, de viver quem somos de uma maneira diferente. É tempo de descobrir.
CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Rua Uruguai, 458 - Bloco C3 Sala 306 | Centro, Itajaí - SC - CEP: 88302-202 Coordenador: Carlos Roberto Praxedes JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVALI Edição: Gustavo Paulo Zonta Reg. Prof. Mtb/SC 3428 JP Tiragem: 1 mil exemplares Distribuição Nacional Projeto Gráfico: Vinicius Batista Gustavo Zonta Diagramação: Tatiane Decker
Juny Hugen 5º período de Jornalismo
Todas as edições do Jornal Cobaia estão disponíveis online. Acesse: issuu.com/cobaia! Você tem alguma sugestão para fazer,
Agenda
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Intercom Sul
Mostra Fotográfica
Estão abertas as inscrições para o Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sul – Intercom Sul 2017, que ocorrerá entre os dias 15 e 17 de junho, na UCS, em Caxias do Sul. O tema desse ano é Intercom 40 anos: Comunicação, Memórias e Historicidades. Para participar do Congresso, os interessados podem realizar suas inscrições até o dia 29 de Maio através do site oficial do evento frispit.com.br/intercomsul2017/.
A mostra fotográfica “A tradição da pesca da tainha no litoral de Santa Catarina”, de Magru Floriano, acadêmico do curso de História da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), abre para visitação no dia 3 de maio (quarta-feira), na Rampa Cultural da Biblioteca Central Comunitária do Campus Itajaí. No local serão exibidas 40 imagens selecionadas pelo artista.
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Aconteceu na Univali Colunista de economia do Santa analisa o mercado da comunicação Fotos: Divulgação
Não é o Jornalismo que está em crise, mas sim o modo de negócio das empresas de Comunicação. É assim que o jornalista especializado em economia, Pedro Machado, analisa a situação atual da profissão. Pedro esteve na Univali, na última sexta-feira (07), para conversar com os acadêmicos do mesmo curso e da mesma universidade em que se formou em 2010. O jornalista de 28 anos, colunista e editor de Economia no Jornal de Santa Catarina, comentou sobre o enxugamento das redações jornalísticas no Brasil. Ele conta que o Santa não escapou dos atuais cortes. O Grupo NC, antigo Grupo RBS SC, diminuiu o número de equipes do veículo. Atualmente, apenas 17 profissionais trabalham na produção do jornal impresso diário, que cobre a região de Blumenau e o Litoral Norte catarinense. Ainda segundo Pedro, em Santa Catarina, não existem mais jornalistas designados para cobrir um único assunto, todos escrevem sobre tudo. Investir na produção de conteúdo online é o caminho para reverter os problemas de arrecadação e, por consequência, parar as demissões. ‘’O Santa está investindo há pouco tempo nesse meio, mas o número de
visualizações das publicações está aumentado. Isso pode ser levado ao setor comercial da empresa’’ – observa ele com otimismo. Como dica para os futuros jornalistas, o editor aconselha sobre o tratamento dado às fontes – ‘’É preciso ter cuidado com os egos de empresários e políticos, além de manter uma boa relação com as assessorias de imprensa’’. Não é possível publicar tudo que recebe, mas ignorar sempre a mesma pessoa também é um erro. Manter a credibilidade é outra obrigação profissional. Pedro Machado diz que antes de soltar alguma informação, sempre checa com outras fontes para confirmar. Dar uma barrigada é o pior dos pecados no Jornalismo.
Mikael Melo
5º período de Jornalismo
Dagmara Spautz palestra para acadêmicos de Jornalismo da Univali “Fontes não são amigos, fontes são fontes”. Referindo-se assim sobre a prática jornalística no dia a dia, Dagmara Spautz (35), repórter e colunista do Diário Catarinense e do Jornal de Santa Catarina, ficou de frente com os futuros “focas” do curso de Jornalismo da Univali, em coletiva de imprensa com cara de bate-papo, na noite de sexta-feira (17). Os acadêmicos da universidade tiveram a chance de receber dicas profissionais, além de tirarem suas dúvidas sobre a especialização política, área dominada por Dagmara. Formada na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a jornalista paranaense trabalha há mais de 10 anos na região do Vale do Itajaí, a maioria deles com o Grupo RBS. Em tempos de crise política, a profissional afirma que é papel do jornalista aguçar o interesse do público no assunto, além de manter a credibilidade de informação e proporcionar pluralidade de vozes no texto. “Devemos ter cuidado para não demonizar a política, isso é um perigo para a manutenção da Democracia”, completa. Ainda sobre o tema, Dagmara falou dos desafios de ser mulher nesse meio. Segundo ela, o preconceito é mais forte fora do que dentro das redações. Depois de anos na profissão, a colunista reclama da diferença de tratamento em relação aos colegas homens “muitos entrevistados nos tratam como se fossemos crianças, como se soubéssemos menos”.
Uma semana após a nova leva de demissões no antigo Grupo RBS de Santa Catarina, atual Grupo NC, a repórter de 35 anos diz que essa é uma situação comum do mercado, e não uma exclusividade da empresa. Com a queda de faturamento dos veículos tradicionais, profissionais competentes ficam sem emprego. Em meio a diversas previsões, para Dagmara o futuro do Jornalismo pode estar no conteúdo multimídia.
Mikael Melo
5º período de Jornalismo
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CIDADANIA
Trote 193 não tem graça Esse tipo de “brincadeira” coloca em risco a vida de quem está, de fato, precisando do serviço naquele momento Foto: Divulgação
O número 193 serve para quando a pessoa estiver em uma situação de emergência
Gabriel da Silva
6º período de Jornalismo
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erca de 500 ligações são atendidas diariamente na central de atendimento do Corpo de Bombeiros Militar, em Itajaí. Um bombeiro experiente permanece atento para auxiliar nas ocorrências através do próprio telefone, ou encaminhar viaturas para o local do chamado. Porém, números alarmantes têm chamado a atenção das autoridades: destes 500 telefonemas recebidos diariamente, cerca de 15% são trote. Ocorrências inexistentes, endereços falsos, piadas e provocações. De acordo com o 1º Tenente do Corpo de Bombeiros Militar de Itajaí, Wilson Ribeiro, na maioria dos casos os atendentes são ofendidos por quem está do outro lado da linha. Em outros atendimentos, quando são reportadas ocorrências falsas, os profissionais acabam enviando viaturas e caminhões para locais onde não está acontecendo nada. Esses sãos os piores tipos
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de trotes, porque acabam fazendo com que os veículos de socorro se desloquem para um local e deixam de atender outro, causando prejuízos e complicações. Outro dado alarmante é que o número de trotes aumentou com o início do ano letivo em Itajaí. “A gente acredita que esses telefones públicos que ficam próximos às escolas são ferramentas para esse trote. Então, com a maioria das crianças que estão ociosas no início e no final das aulas, têm aumentando esse número de trotes par a nós”, explica o 1º Tenente. As centrais de atendimento têm conhecimento de onde os trotes são efetuados, através do sistema de localização. Por isso, a Polícia Militar pode ser encaminhada – e já foi -, para o local onde de origem da falsa emergência. O 1º Tenente Wilson Ribeiro explica que os profissionais colocados para efetuarem o atendimento nas centrais são mais experientes. “São aqueles profissionais com 25, 30 anos de serviço, que já estão se apo-
sentando ou já se aposentaram e foram recontratados. A gente entende que essa parte de chamados, de interação com a comunidade, é uma das partes mais importantes do nosso ciclo de bombeiros, onde eles conseguem perceber alguns detalhes que vão indicar se a ligação é ou não é trote, e até mesmo para que o serviço transcorra com maior tranquilidade”, afirma.
LEI 14.953 A Lei Estadual número 14.953, de 12 de novembro de 2009, e de autoria do deputado Rogério Mendonça, prevê penalidades para quem passar trotes para órgãos públicos. No artigo primeiro desta lei, o proprietário do aparelho telefônico de onde se originou a brincadeira, deve pagar cerca de R$ 200 em multa por ligação. A cobrança vem junto com o boleto telefônico da residência ou do telefone póspago, ou descontado imediatamente do telefone pré-pago.
Prejuízo aos atendentes A psicóloga e bombeiro vo- sua família, e acaba se deparanluntária Eduarda Zimmerman do com uma ocorrência em que Becker explica que, como vi- uma criança precisa de atenvemos em sociedimento. O prodade, precisamos fissional fica anbuscar ter empasioso, buscando tia. Inclusive com todas as possibiliquem não conhedades de auxiliar Cada cemos. “Quando aquela criança. pensamos na ideia Os bombeiros fido trote, essa pes- atendimento cam angustiados, soa que tem essa tristes. “Numa das atitude está tendo é um abalo ocorrências desempatia por alte tipo, chegando guém que ela não ao local não era emocional conhece. Então, uma criança, mas quando eu vou um cachorro”, codiferente passar um trote, menta a psicóloga. eu estou me colo“Assim há uma cando em primeicontribuição para ro lugar, achando o prejuízo emoque sou mais importante que cional para o bombeiro”. todo mundo. Mas estou esquePor isso, fique atento. Há cendo que, em algum lugar, uma uma série de complicações caupessoa pode estar precisando sadas pelos trotes: o desgaste e de ajuda, de socorro”, explica. estresse emocional dos atenEduarda também explica dentes, o deslocamento inútil que cada atendimento é um de viaturas e, o pior deles: a auabalo emocional diferente. Um sência de bombeiros em ocorbombeiro sai de casa, deixando rências reais.
CULTURA
A Páscoa no olhar das crianças A fantasia e a religião se misturam em prol do crescimento pessoal dos pequenos na data tão comemorada Caroline Nandi
5º período de Jornalismo
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Páscoa carrega uma figura simbólica extremamente forte e é representada pelo coelho. A maioria das crianças o vê como sinônimo de chocolate e presentes, porém algumas dispensam o viés econômico e optam por acreditar no verdadeiro significado da Páscoa, que diz respeito à morte e à ressurreição de Jesus Cristo. Não deve-se julgar os casos, até porque estes estão interligados, entretanto pode-se observar que diversos fatores influenciam a maneira de pensar e agir das crianças: a cultura, os valores, os ensinamentos dos pais, a concepção dos professores. Para a pedagoga Regiane de Fátima Franzói Lemos, o tema Páscoa deve ser trabalhado da maneira mais diversificada possível devido à disparidade de religiões. Por isso, em sala de aula, ela enfatiza a vida nova, ou seja,
tempos de mudança e bondade, induzindo seus alunos a praticarem o bem e se renovarem. Com uma maneira de pensar semelhante, Lea Cardoso, instrutora de educação infantil em São João Batista, preza pelo equilíbrio entre o verdadeiro significado da Páscoa e as brincadeiras infantis voltadas para o tema. “A criança necessita crescer com o embasamento correto, isto é, ter consciência do amor de Cristo por nós. Todavia, os momentos de descontração são importantes”, pondera Lea. No entanto, para toda regra há exceções. Existem crianças desacreditadas dos conceitos da Páscoa, seja a fantasia ou a religião. Há uma infinidade de fatores que a direcionam para este pensamento: o convívio com crianças de culturas adversas na escola, crenças do grupo familiar, programas de televisão, desenhos animados. Assim, as crianças vão moldando sua visão sobre o mundo e amadurecendo proporcionalmente. Na casa de Angélica Sales, mãe de dois filhos, isso não acontece. A batis-
A magia da Páscoa ainda se faz presente no mundo da simbologia
Fotos: Caroline Nandi
A maioria das crianças vê a páscoa como sinônimo de chocolate
tense considera as brincadeiras pascais importantes para o crescimento das crianças e, especialmente, para aproveitar a união que tais ações podem proporcionar. “Para manter viva essa magia, todos os anos coloco pegadinhas de coelho na casa, com bilhetinhos, e meu marido e eu ajudamos nossos filhos a procurar os ovos”, conta Angélica. Algumas vezes, torna-se polêmica a maneira como os pais repassam estes ensinamentos aos filhos. Então, surge a dúvida: é mais importante criar estas fantasias na infância ou sempre expor a verdade acima de tudo? Doutora em psicologia, Marina Menezes responde esta questão com clareza. “A fantasia faz parte da vida! Ela se manifesta nas histórias, nos desenhos, nas brincadeiras, nas músicas, nas peças teatrais, na pintura, na poesia... Assim, não será a descoberta da verdadeira identidade do Sr. Coelho da Páscoa que afetará a capacidade de fantasiar da criança. Quando uma criança brinca de boneca, por exemplo, e ‘finge’ dar de mamar com uma mamadeira ‘invisí-
vel’, está fantasiando, mas, ao mesmo tempo sabe da verdade: que não existe ali nenhuma mamadeira e tampouco aquele bebê está tomando leite. Ela se utiliza desta ‘ilusão’ para que a brincadeira possa acontecer – é o famoso faz-de-conta. Portanto, a fantasia é uma das funções mais primitivas do ser humano”. A teoria da psicóloga se encaixa para Anandra Rosa Tomás e Murilo Lima Gonçalves, ambos de nove anos. Anandra preza pela família e encontra na Páscoa o tempo que precisa para viver bons momentos ao lado dos pais. Murilo, por sua vez, comenta que acredita no coelho da Páscoa, porém nunca o viu. A esperança continua viva a cada tentativa. “Esse ano o coelho não me escapa. Vou fazer como o meu pai: tomar muito café e ficar acordado até encontrá-lo”. Através destes exemplos, pode-se concluir que a magia da Páscoa ainda se faz presente no mundo da simbologia infantil. Crianças e seus familiares mantém vivas as crenças, a cultura e os princípios do sentimento pascal. ABRIL | 2017
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MEIO AMBIENTE
Intercâmbio da fauna: animais exóticos em terras brasileiras
Cobra da espécie naja encontrada em Balneário Camboriú abre discussão sobre tráfico ilegal de animais Foto: Banco de imagem
Mikael Melo
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om um ‘’capuz’’ na cabeça e um jato de veneno para amedrontar predadores, a Naja é um famoso gênero de serpentes. O número de espécies está entre 20 e 270, todas encontradas na África e na Ásia. Porém, no dia 10 de março de 2017, não foi preciso ir até um desses continentes para conhecer um exemplar da cobra. Funcionários da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA), que faziam um serviço de manutenção em uma subestação de esgoto, se depararam com o animal em Balneário Camboriú. O Corpo de Bombeiros resgatou o bicho e o levou para o zoológico da cidade, o Parque Ambiental Cyro Gevaerd. A bióloga responsável pelo local, Márcia Regina Achutti, conta que toda a equipe ficou surpresa ao receber a cobra. ‘’Nosso primeiro procedimento foi entrar em contato com o Instituto Butantan, em São Paulo, para podermos tirar algumas dúvidas com relação ao manejo, pois se tratava de uma espécie exótica’’ - diz ela. Para se ter noção, não há antídoto para o veneno da Naja no Brasil. O Butantan, que agora é responsável pelo animal, terá que importar a substância. Segundo Márcia, a opção mais adequada foi mesmo mandar a serpente ao Instituto de São Paulo, pois “é um órgão que possui maior expertise no manejo de serpentes no Brasil”. Ainda não há informações sobre uma possível reprodução do bicho na região. Em análises feitas no zoológico foi constatado que era um macho, quase adulto, em processo de troca de pele. Apresentava boas condições de saúde, o que dá margens para hipóteses de uma possível criação em cativeiro. Para o herpetólogo (biólogo que estuda répteis e anfíbios), Alessandher Piva, a Naja poderia estar em Balneário Camboriú por causa do tráfico ilegal de animais. ‘’Sabe-se que a entrada deles no país se dá por meio de traficantes que
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O número de espécies de najas está entre 20 e 270, todas encontradas na África e na Ásia
transportam animais presos ao Ele cita um caso que aconpróprio corpo, dentro de malas teceu em 2008 no Porto de Itade viagem, entre outras formas jaí – ‘’Eu ainda fazia faculdade, de maus tratos’’. Esse caso do quando ligaram para o Laboralitoral catarinense poderia ser tório de Ciências Ambientais da enquadrado como Univali e disseCrime contra a ram que o pessoFauna, segundo a al do Porto tinha Lei 9.605/98. encontrado uma O tráfico ilegal lagartixa gigante. Não há de animais selvaNa hora imaginei gens movimentou que poderia ser antídoto entre 8 bilhões um animal exótie 20 bilhões de co. Constatamos contra o euros, no mundo que era um indiinteiro, em 2016. víduo da espécie veneno da Tokay gecko’’. A Os dados foram divulgados pela lagartixa em quesAgência Brasil. naja no Brasil tão veio da China, Só que essa não é ela pode chegar a a única forma da 30cm de compricobra ter entrado mento. Na Ásia é no país. Segundo comum que esse o herpetólogo, muitos animais réptil, de coloração azul e laranvem junto com containers du- ja, seja criado como bicho de rante o transporte marítimo, de estimação. um continente para o outro. Um caso curioso de espécie
exótica invasora é o da lagartixa comum. A Hemidactylus mabouia, que pode ser encontrada em qualquer casa do Brasil. Ela é originária da África e deve ter vindo parar em terras brasileiras devido às viagens dos navios negreiros, durante o período de escravidão no século XVI. Os seres humanos seriam os maiores prejudicados caso essa serpente tenha se reproduzido antes de ser capturada. Uma vez que a região não possui soro antiofídico, e uma picada da Naja poderia matar uma pessoa em poucas horas. Já os impactos na Fauna não seriam tão efetivos, para Alessandher ‘’os possíveis predadores dela seriam os mesmos que comeriam outras serpentes de tamanho semelhante, como gaviões, gambás, gatos domésticos e o lagarto teiú’’. Isso, é claro, se o predador não for mordido pela cobra. Caso contrário, é morte na certa.
Na região COBRA ENCONTRADA EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ Classificação cientifica: Naja de binóculo Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Réptil Ordem: Squamata (Escamados) Sub ordem: Serpentes Família: Elapidae Gênero: Naja Espécie: Naja kaouthia
DIVERSOS
Referências do design em SC Feira de design que acontece em Florianópolis e tem o apoio da Univali trará expositores de todo o país Tatiane Decker
6º período de Jornalismo
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designer é responsável pela busca de soluções inovadoras e criativas nas empresas e para muitos, a área é vista como o caminho para se diferenciar no mercado econômico. Santa Catarina apresenta um grande potencial neste campo, oferecendo diversos cursos em Universidades do estado e tendo aumentado visivelmente o número de empresas e profissionais premiados em concursos nacionais e internacionais, nos últimos anos. Com o intuito de reunir Indústrias de Santa Catarina que se destacam em inovação de produtos e oferecer ao público um espaço lúdico nesta área, surgiu a Design Business Fair (DBF). O evento acontecerá em Jurerê Internacional, dos dias 03 a 07 de maio. Florianópolis foi a cidade escolhida para sediar o encontro para torná-la um referencial nacional na área de Design e Negócios, já que
a capital também sedia outros fessor Alexandre Reis Feligrandes eventos do gênero. pe, foi responsável pelo proEsta será a primeira edição jeto expositivo da feira e de da Design Business Fair, mas um espaço que mostrará um a intenção é fazer com que a pouco do trabalho realizado feira se torne um evento ofi- nos cursos de Design da unicial no calendário da Região versidade na área de prestaSul e a cada edição apresentar ção de serviços, bem como os mais recenos resultados de tes lançamentos alguns alunos e da indústria do egressos apreEstado, expossentados numa tos em cenários exposição colee s p ec i a l me nte O evento não tiva. No espaço criados para este serão é exclusivo também fim, “ A equação realizadas algué reunir talenmas oficinas e para tos, tendências workshops, que e tradição além serão ministrada diversida- profissionais das por docentes de de produtos dos cursos das que será um dos diversas áreas de da área grandes diferenDesign. ciais da feira”, Mas o evento afirma Bianka não é exclusivo Cappucci Frisopara profissioni, coordenadora dos cursos nais da área, pelo contrário. de Design da Univali. O público em geral é conA realização da feira é do vidado a viver essa experiCentro de Design Catarina ência e se inspirar com os (CDC) e tem apoio de diver- mais diversos ambientes que sas empresas da região. A serão montados no local do Univali é parceira do evento. evento. A feira contará com O Escritório de Arquitetu- venda direta ao consumira e Urbanismo e Design de dor, que poderá levar para Interiores, por meio do pro- casa novidades apresentadas
em primeira mão. O público presente poderá ainda assistir a talks com apresentação de cases dos participantes da DBF, além de diversas outras atividades que foram desenvolvidas especialmente para movimentar os 5 dias de feira, “O evento, além da feira, terá ainda uma intensa programação com desfiles, degustações, talkshows sobre desenvolvimento de produtos, workshops e palestras com especialistas das mais diversas áreas. A feira irá reunir cerca de 35 expositores selecionados entre as indústrias de diversos setores que se destacam pela excelência no desenvolvimento de produtos, além de peças de designers renomados que apostam na economia criativa para conquistar o mercado”. Além das indústrias especializadas na área de design, são esperados também expositores mobiliários, de vestuários, calçados, eletroeletrônicos, utilidades domésticas, entre outros. “As mais diversas formas de parceria estão sendo negociadas para viabilizar também a presen-
ça de pequenas empresas e startups”. Entre as empresas já confirmadas estão: Eliane Revestimentos, Karsten Decor, Saccaro, Editora Blucher, Pantone, Ocre Design, Das Catarinas, Auditions Brasil e a Associação de Joalheiros de Santa Catarina.
Participe As inscrições podem ser feitas através do site oficial do evento: designbusinessfair.com.br Ingresso: R$ 10 Data: 3 a 7 de maio de 2017 Local: Jurerê Sports Center – Centro Esportivo e Artístico Horário: todos os dias, das 12h às 22h Informações: (48) 3665-4873
Reprodução/Projeto
O Escritório de Arquitetura e Urbanismo e Design da Univali foi responsável pelo projeto expositivo da feira ABRIL | 2017
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COMPORTAMENTO
Um novo conceito
Modelo familiar ganhou novos contornos a partir do Censo do IBGE de 2010, que mostrou que a maior parte Luana Isabel e Fernanda Scherer 3º período de Jornalismo
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a maioria dos dicionários, o significado de família é “grupo de pessoas vivendo sob o mesmo teto (esp. o pai, a mãe e os filhos)”. Porém, nas ultimas décadas, ocorreram algumas transformações e a realidade de muitas pessoas não se encaixa no que os dicionários definem como família. O censo de 2010 do IBGE mostra como a família brasileira se multiplicou e apresenta 19 laços de parentescos, contra 11 presentes no censo de 2000. A família tradicional, formada por um casal heterossexual com filhos, está presente em 49,9% dos lares brasileiros, enquanto 50,1% das casas são compostas por novas configurações familiares. Mesmo diante deste cenário de mudança, em 2015, a Comissão Especial do Estatuto da Família da Câmara dos Deputados aprovou o texto principal do projeto de lei 6583/13 com o seguinte conceito de família: “Núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”. Neste viés, o texto prevê que a união de casais homossexuais, pais e mães solteiras, ou crianças criadas por avôs não formam uma família. O projeto versa sobre os direitos das famílias brasileiras nas políticas públicas voltadas para atender à entidade familiar em áreas como saúde, segurança e educação. Em
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caso de aprovação, o Estatuto E a família deve aumentar. pode colocar em risco os di- Elas pensam em ter filhos de reitos de pessoas cuja família sangue e, futuramente, adotinão é constituída pela união vos. Por isso, temem que moentre homem e mulher vimentos como o projeto de Além disso, diversas pes- lei prejudiquem uma futura soas não veem suas famílias adoção, pelo simples fato de representadas nessa defini- não estarem no conceito de ção tradicional. família. Paula se Afinal, muitos se sente preocupaquestionam por da. “Não sei o não terem suas que pode aconteFamília famílias reconhecer comigo amacidas legalmente, nhã. Se acontepois fazem parte brasileira se cer alguma coisa de lares que não comigo e minha se baseiam na multiplicou c o m p a n h e i r a definição do traficar sozinha, dicional casal hepodem não cone apresenta terossexual com siderar ela lefilhos. minha 19 laços de galmente De acordo família”. com o Censo de A família dita parentesco tradicional, 2010, existem que mais de 60 mil o estatuto precasais homossetende definir, xuais no Brasil. para elas não é Entre eles, estão Giselle Cris- o único modelo. A definição tiane Appi, 35 anos, e Paula é muito mais ampla. “FamíFernandes, 31 anos. Elas estão lia é onde tem amor, onde as juntas há dez anos e se con- pessoas vivem juntas e se dão sideram uma família como bem. Família pode ser uma qualquer outra. Trabalham, república, com cinco alunas estudam, pagam impostos, que estudam junto, pode ser aluguel, lavam roupa, dividem dois meninos ou um homem trabalhos domésticos. A única e uma mulher, um homem diferença é ser composta por com três cachorros. Todas duas mulheres, um cachorro, são famílias”. um esquilo e uma tarântula. Giselle tem o mesmo con-
ceito. “Pode ser tanto uma mãe e um filho, um pai e um filho ou, no nosso caso, duas mulheres. Tem que ter amor, onde tem amor tem família e respeito”. Em resposta ao Estatuto da Família, uma campanha nas redes sociais intitulada “Todas as Famílias” reúne as pessoas que buscam um
significado mais fiel e real sobre família. Assim, foi criada uma nova definição, que passou a ser compartilhada através do Dicionário Houaiss: “Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantém entre si relação solidária”. Foto: Arquivo pessoal
Paula Fernandes (esposa) e Giselle Cristiane Appi (esposa)
Foto: Arquivo pessoal
Elas no comando
Carla Roberta (mãe), Jânio (filho) e Julia Roberta (filha)
Entre 2000 e 2010, o IBGE registrou um crescimento das famílias brasileiras que têm como pessoa responsável uma mulher, inclusive entre aquelas que contam com a presença do cônjuge. Carla Roberta Servato Oliveira, 38 anos, é uma das diversas mulheres que, sozinhas, cuidam de seus filhos e são as responsáveis por comandar o lar.
Sem a presença do pai, Julia Roberta da Silva, 18 anos, e Jânio da Silva, 14 anos, filhos de Carla, sempre viram sua mãe batalhar sozinha por eles. Há dez anos separada do marido, mesmo diante de algumas dificuldades, Carla sempre deu um jeito em tudo. “Família é amor, independentemente de qualquer coisa de sexo ou gênero. Família é quem dá amor”.
de família
e dos lares brasileiros tem configuração diferente da tradicional Filhos do coração Uma outra configuração familiar que tem ganhado destaque é aquela em que pais e filhos não possuem o mesmo laço sanguíneo. Muitas pessoas, mesmo já tendo seus filhos de sangue, aumentam a família com adoções. Regina das Graças Figueredo Godinho Drehmer, 43 anos, e Neilor Drehmer, 48 anos,
já tinham filhos de sangue e mesmo assim buscaram um filho adotivo. Para eles, o significado de família é a união entre pessoas que se amam e querem fazer o bem para seus filhos e para outras pessoas. Não são os laços de sangue que fazem amar mais ou menos. “O principal para uma família
é o amor, quando você ama você luta por essas pessoas, você faz o bem pra elas. É um laço de amor que a define e não um laço de sangue e nem um manual que diga que ela tem que ser assim de um jeito ou de outro jeito, mas sim o que a gente sente em relação às pessoas que moram com a gente.” Foto: Arquivo pessoal
João Vitor (filho), Giordana (filha), Regina das Graças (mãe), Neilor (pai), Bruna Augusta (filha)
Sala de aula Diante de toda a discussão sobre o conceito de família, Yolanda Flores da Silva, professora da Univali, levou o debate para a sala de aula. Junto dos alunos de Relações Públicas, definiu família em algumas palavras: grupo, comunidade, pessoas, amor, relações afeti-
vas, estrutura, relação comum, não consanguíneo, união, ajuda, sobrevivência, juntos, humanidade, compartilhamento, cumplicidade, convivência e acolhimento. Yolanda aponta para um retrocesso na discussão sobre o conceito de família. “Se a gente
for pensar de uma forma restrita, legalista e moralista, pensa somente no papai, na mamãe e nos filhos. Se a gente for pensar com o coração mais aberto, imaginando que o mundo é um universo imenso, que as pessoas podem amparar os outros, isso é família”.
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Foto: Maicon Renan
ESPORTE
Esporte da mente, equilíbrio da vida
Modalidade popular entre os idosos, a bocha ou boccie foi criada na época do Império Romano e era praticada pelo exército
Bianca Goulart, Bruna Costa e Juny Hugen 5º período de Jornalismo
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m século e mais dois anos e ele ainda estava dentro da cancha jogando bocha. Os olhos de Sidnei enchem de lágrimas quando relembra o amigo que morreu recentemente. Alfredo Ruaro não tinha mais força nos músculos, agilidade ou equilíbrio para praticar o esporte, mas com a ajuda dos colegas e, é claro, do cérebro, continuava frequentando os jogos. A bocha, praticada há mais de cinquenta anos no Brasil,
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foi oficializada em 1943 pela Confederação Brasileira de Desportos. A atividade esportiva é dividida em duas modalidades, a de lazer e oficial. Na orla da Praia Central de Balneário Camboriú, a bocha de lazer é praticada nas dez canchas espalhadas pela praia, sendo responsabilidade de grupos organizados em associações, cada um cuidando de uma cancha. Membro da Associação de Bocha Amigos da Tamandaré, Sidnei Roberto Rodrigues, 47 anos, explica que cada associação tem a sua diretoria e seu estatuto independente, sendo responsável por estabelecer as regras de convivência e dos jogos. ‘‘Durante o ano fazemos várias competições para reali-
zar a integração entre as can- bocha. “O esporte surgiu em chas e conhecer novas pesso- ambientes tipicamente masas, é muito bom!’’, enfatiza. culinos e feito por homens Para Rodrigues, ex-presidente de idade mais avançada que da associação, a se reuniam para bocha é parte da confraternizar”, vida, já que ele explica. começou a praOs jogos que ticar a atividade acontecem em O cenário aos cinco anos. Balneário Cam‘’Meus pais e boriú são animatambém meu irmão semdos e dinâmicos. pre praticaram o ajuda, já que O cenário tamesporte’’, destabém ajuda, já ca. Aliás, o caso o mar está o mar está que de Rodrigues é logo ali. Entre incomum, já que um ponto e oulogo ali a bocha não é tão tro, José Abila Fiprocurada por lho, aposentado jovens. O profesde 64 anos, que sor de educação física Mark também é membro da AssoAnderson Caldeira diz que ciação Amigos da Tamandaessa situação se dá por causa ré, tenta explicar por que o da origem e características da jogo praticado nas canchas da
praia não tem muitas regras. “O padrão foi eliminado porque existem muitas pessoas de idade que frequentam os jogos e não querem ficar presas há regras. Então, ficamos apenas com a regra da pontuação, quem chegar a 24 pontos, é vencedor”. Para explicar a regra da pontuação, Sidnei apontou as duas cores de bocha, uma amarela e a outra azul. Cada uma vale dois pontos e o objetivo é a bocha chegar o mais perto possível do bolinho – ou bolim, uma bola menor. A equipe que aproximar mais bochas e chegar a pontuação máxima – 24 pontos – vence. “Aqui são oito bochas, mas as competições costumam ser 4 para cada grupo”, finaliza Sidnei.
Fotos: Maicon Renan
Da areia para o carpê A bocha de lazer torna-se brincadeira séria no solado de carpê. Com 24 centímetros de comprimento por quatro centímetros de largura, o solo oficial das competições abriga uma série de regras inexistentes nas canchas da praia. A bocha oficial pesa 980 gramas e o bolinho é de aço. Balneário Camboriú tem times oficiais que participam de competições estaduais e são apoiados pela Fundação Municipal de Esportes. A técnica da equipe feminina, Sueli Zimmermann dos Santos, iniciou no esporte aos 35 anos, agora, aos 66, coordena a equipe feminina da fundação. ‘’Aqui em Balneário minha participação começou aos 57 anos, aliás, ainda não existia time, então eu fui até a prefeitura e comecei a formar a equipe’’, explica. Formada por no máximo dez atletas, a equipe chega a participar de doze competições por ano. A bocha oficial é separada em três categorias, a individual, onde cada jogador recebe quatro bochas, em dupla, sendo que cada jogador recebe duas bochas, e o trio, com duas bochas para cada competidor. Além disso, a bocha oficial se difere da bocha de lazer, principalmente, pelo número de regras que regem o jogo. ‘’Nas competições, jogar a bola por cima é bochar ou dar, jogar a bola por baixo é comum e chama-se rafar’’. Ela também ensina que não pode tabelar, ou seja, a bola não pode bater na parede e depois no bolinho
e sempre há juízes para auxiliar nas competições. Em junho de 2016, as meninas foram campeãs da 9ª edição dos Jogos Abertos da Terceira Idade (Jasti), na modalidade trio. Os jogos aconteceram em Itajaí e reuniram mais de 150 equipes na bocha. A atleta Elfi Herget destaca o orgulho por ter vencido a competição ‘’Sou campeã estadual de bocha de Balneário Camboriú, nós fomos os únicos que ganhamos medalha de ouro representando a cidade entre todas as modalidades’’. A aposentada de 74 anos também joga nas canchas a bocha de lazer e fala sobre a experiência. ‘’Me sinto muito bem jogando a de lazer, é um divertimento para o idoso’’, sorri. Apesar dos bons resultados, os atletas de Balneário Camboriú não têm um local próprio para treino, quando querem tem que ir a outras cidades. ‘’Como algumas das meninas tem carro, pelo menos duas vezes por semana nós vamos treinar em municípios que tem a cancha oficial, como Blumenau’’, destaca Sueli Zimmermann. Além da feminina, outras duas categorias representam a bocha da cidade, a masculina e a paralímpica. Sueli finaliza com um convite para os mais jovens. Eles também são bem-vindos e poderiam ajudar a melhorar os resultados. Além disso, destaca a importância da prática esportiva. ‘’A bocha é muito mais que diversão, é um esporte que trabalha corpo e mente’’.
Os jogos que acontecem em Balneário Camboriú são animados e dinâmicos
A equipe que aproximar mais bochas do bolim e chegar a pontuação máxima, 24 pontos, vence a disputa ABRIL | 2017
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PERFIL FOTOGRÁFICO
Emoções transformadas A artista Hyndira Borba descobriu seu talento e vocação enquanto rabiscava seus cadernos em sala de aula Fotos: Coletivo Fotográfico Kairós
Katyanne Krull
5º período de Jornalismo
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uinze para as oito de uma quarta-feira fria em Itajai, o cavalete já aguarda sua obra. Luzes posicionadas, câmeras nas mãos, nossa convidada chegou. Hyndira Borba, 25 anos, traz na bolsa de mão as ferramentas que darao vida ao seu trabalho. Uma pessoa calma e com a fala tranquila, Hyndira não tem pressa para contar da sua vida enquanto começa a pintar. Conta da sua paixão pela pintura, que começou logo depois de concluir o curso de Publicidade e Propaganda, já tem 3 anos. “Eu desenhava, rabiscava em sala de aula quando não tinha nada melhor pra fazer. Só que não era nada sério, eu não botava fé, não era isso que eu achava que ia ser da minha vida.” Inspirada pelas mais diversas vertentes, hoje admira o trabalho do poeta e pintor do XVI, Willian Blake, umas das suas referencias atuais. Enquanto fotografada, Hyndira falou um pouco da sua vida, que por sinal estava ali, bem do lado dela. Lídia, sua filha de 8 anos se desdobrava entre os deveres de casa, que naquele momento estavam sendo feitos em um estúdio fotográfico e alguns “pitacos” no
Uma das dificuldades da profissão para o artista na região é a escassez dos materiais
desenho da mãe. As fotos não ca que essa é a grande diferenmentem, além de uma talento- ça das outras profissões: não sa artista, uma mãe carinhosa e há um caminho definido, você dedicada. faz o seu próprio caminho. Naquele momento ela pin- Sem esquecer do alto custo tava um quadro dos materiais e a que rabiscou, escassez de opcomo mesmo diz, ções na nossa requinze minutos gião. antes de vir para Arte é a maa Univali como nifestação dos O artista forma de desasentimentos. É bafo. Ela explica inspiração. Transo significado da é o próprio bordar do que obra. “É um cara não se pode ver, com muita raiva sentimento apenas sentir, e querendo acerfazer disso algo tar um alvo, e o palpável. O artista, ratinho dizendo: então, é o próprio ‘não, não faça sentimento, em isso, pelo amor conjunto com o de Deus’.” talento de repreAssim como em toda pro- senta-lo. Hyndira faz isso muifissão, ser artista plástico tem to bem. Sua arte, assim como a suas dificuldades. Quando dualidade do seu jeito meigo e questionada sobre como é vi- marcante, encanta e impressiover da pintura, Hyndira desta- na. Uma personalidade forte.
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Fotos: Coletivo Fotogrรกfico Kairรณs
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EXPOSIÇÃO
Um século de design Mais de 600 pessoas visitaram a mostra D`Vinties Exhibition, que reuniu peças produzidas entre 1915 e 2001 Fotos: Sarah Emily
Daiane de Souza
7º período de Jornalismo
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m 23 de março, o recém-inaugurado espaço multiuso da Univali recebeu uma nova exposição. A D’Vinties Exhibition reuniu 46 peças do acervo do museu do Centro Design Catarina, que foram produzidas entre 1915 e 2001. Os produtos são classificados em três categorias: vintage, retrô e redesign. Roselie de FariaLemos, diretora do Centro Design Catarina e curadora da exposição, explicou um pouco sobre cada uma das categorias: “O vintage é um ícone do design, enquanto peças retrô são peças novas, mas projetas com estilo antigo, de outras épocas”. Já o redesign, de acordo com a curadora, é muito usado pela indústria, que redesenha produtos que fizeram sucesso, somando a eles tecnologia e uma linguagem mais atual. Bianka Capucci, coordenadora dos cursos de design da Univali, salienta a importância da comunidade acadêmica e local entender e
Os produtos são classificados em três categorias: vintage, retrô e redesign
diferenciar estas três catego- sição, comenta que entre os rias do design. Para a profes- visitantes estavam acadêmisora, é importante colocar as cos dos cursos de design da universidade, pessoas em conalunos do Cotato com esse légio de Aplicaconteúdo, que ção, colégios da fala sobre o derede pública e sign, para des- É importante privada, funciomistificar a ideia nários e demais de que o design a c a d ê m icos. colocar as é uma coisa ina“Muitas pessoas cessível. “Ele está pessoas em visitavam e tino dia a dia das nham interesse pessoas o tempo em comprar os contato com todo”. produtos, perA exposição se seguiu aberta este conteúdo guntavam estava só para para visitação exposição ou à até o dia 27/04. venda também”, Nestes 36 dias de relembra a momostra, mais de 619 pessoas passaram pelo nitora. Cadeiras, computaespaço multiuso da Univa- dores, máquinas de escrever, li, anexo à Reitora. Suelen acessórios de moda e outras Oliveira, monitora da expo- peças compõem a exposição.
Próxima parada De Itajaí, a D’Vinties Exhibition segue para Lages. A próxima exposição será montada no Parque Orion de Inovação, ainda sem data prevista. Mais informações sobre a exposição D’Vinties no site http://www.scdesign.org.br/.
Espaço recebeu a visita de alunos do Colégio de Aplicação da Univali e da rede pública de ensino
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OPINATIVO
Thirteen Reasons Why Série da Netflix lançada em março e inspirada no livro de Jay Asher ganhou popularidade rapidamente Foto: Divulgação
Kauana Amine 8º período de Jornalismo
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m menos de um mês, a nova série da Netflix gerou repercussão e causou debates mundiais. De um lado, pessoas defendendo pois acreditam que os temas que ela aborda devem ser colocados em pauta para conscientização. De outro, pessoas recomendando que outras não assistam a série, pois ela pode servir como um gatilho para aprofundar traumas e dores. Como tudo na vida, o que pode gerar um efeito positivo para uma pessoa, pode ser negativo para outra. Realmente, a série não fará com que o espectador sorria ao terminar de assistir. Não é uma daquelas séries em que a gente finaliza com o coração quentinho e desejando fazer parte do elenco. Ela é angustiante, repleta de cenas fortes e pode arrancar lágrimas e despertar raiva ao abordar temas como bullying,
sexismo, estupro e suicídio. A série é uma adaptação do livro de Jay Asher e gira em torno de Hannah Baker, uma jovem de 17 anos que está no ensino médio e decide acabar com a própria vida. Ela deixa fitas gravadas com os 13 motivos que pesaram para essa tomada de decisão. Cada fita conta uma história e cita alguém, esses citados devem ouvi-las e passá-las adiante. O desfecho começa a partir do momento que Clay, um amigo e affair da Hannah, recebe as fitas. Passamos por algumas fitas até descobrir por quê Clay as recebeu. O fato de Hannah ter sido vítima de bullying e sobreposição de gênero é inquestionável e revoltante. Mas não vou me prolongar nesses assuntos, pois cada tema retratado na série daria uma resenha inteira e deveria ser aprofundada sobre. Então, irei falar sobre as reflexões que podemos aprender a partir da série para o nosso dia-a-dia. Independente da percepção pessoal de cada um, acredito que existe a possibilidade de todos termos um
pouco de Hannah Baker e um tam ajudar, mas a ajuda não é pouco de alguns personagens suficiente. que fizeram parte dos “PorÉ válido para quem assistiu quês”, até mesmo alguma ati- a série assistir também ao dotude da própria Hannah pode- cumentário “13 reasons why: ria ter sido um “porquê” para tentando entender os poroutro personagem, se olhado quês”, ele é um complemenpor outra persto da série, com pectiva. depoimentos dos Com exceprodutores, dição desses temas retores, atores e pesados, dos profissionais da quais a Hannah explicando Hesitamos saúde também foi vítio processo e alguma, todos já fomas decisões imem falar mos magoados portantes, relapor alguma(s) às cenas coisas boas cionadas pessoa(s), e fortes, como a do também já masuicídio. Quangoamos alguém. que deveriam to à essa cena Mas a questão é: em específico há ser ditas o que fazemos muita polêmica. com isso? Nós Psiquiatras alernos retratamos? tam que a série Nós exercemos pode ser perigosa a empatia e buspara pessoas que camos entender o outro? Nós estão em risco. É importanperguntamos se o outro está te que as pessoas emocionalbem por educação ou real- mente fragilizadas busquem mente oferecendo uma ajuda ajuda profissional e pessoal. O caso não esteja? Na série, mui- Centro de Valorização à Vida tos têm consciência que Han- (CVV) também é uma opção nah não está bem. Alguns não para quem busca ajuda. Segunfazem nada e outros até ten- do a Organização Mundial de
Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, desde que existam condições mínimas para oferta de ajuda, de forma voluntária ou profissional. Martin Luther King já dizia, “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Além das atitudes que são cometidas com Hannah, é revoltante a falta delas também. Aquilo que personagens poderiam ter dito e não falaram. Abraços que poderiam ter sido dados e não foram. Essa história causa um choque de realidade, nos relembrando coisas que por vezes são esquecidas: a importância das nossas atitudes com os outros. Hesitamos em falar coisas boas que deveriam ser ditas e falamos coisas desnecessárias de forma agressiva, o que pode atingir a outra pessoa em proporções inimagináveis. Por fim, apesar de toda a polêmica, fica a reflexão sobre a importância de tudo aquilo que falamos ou hesitamos de falar e a necessidade de repensarmos nas nossas atitudes hoje. Amanhã pode ser tarde. ABRIL | 2017
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COLETIVO FOTOGRÁFICO
Zoobotânico de Brusque Acadêmicos: Gabriel Fidelis, Nathalia Fontana e Nicole Zanon
nathaliametelski.wixsite.com/coletivo
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Fundação Ecológica e Zoobotânica de Brusque, mais conhecida como zoobotânico foi Inaugurada no dia 19 de Setembro de 1992 na cidade de Brusque, Santa Catarina. Com cerca de 120.000 metros quadrados o zoo está localizado no centro da cidade, e em uma área de flora nativa, onde estão inseridos recintos de exposição de fauna e flora. O parque Zoobotânico de Brusque não está às vistas para somente exibir animais. Antes disso, está ali para protegê-los. Atualmente o Zoo possui aproximadamente 70 espécies de animais entre aves, répteis, felinos e primatas, a maioria da região do vale do Itajaí e todos esses animais são vítimas do tráfico e também de maus-tratos. Isso somado, compreende
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uma média de 120 animais. Além de ser um ponto turístico da cidade para a visitação, o zoológico é acima de tudo um lar para as espécies que residem no zoo e não podem retornar a natureza. O zoo também possui trilhas ecológicas, onde podem ser observados através dos recintos, pássaros nativos e exóticos, como tucanos, patos, marrecos, araras vermelhas, canindés, tricolores e papagaios; Entre a vegetação, as trilhas de pedra são uma opção para aqueles que preferem fazer da visita ao Zoobotânico uma caminhada por entre a floresta. Além das visitas diárias que são abertas ao público, o zoo também atende turmas com agendamento prévio. As escolas que têm interesse em levar
seus alunos podem realizar um agendamento com até 15 dias de antecedência. Cada aluno paga R$5,00 e tem direito a um educador ambiental que é responsável por acompanhar o grupo e realizar dinâmicas e atividades de sensibilização. O zoo é a extensão da escola, o que eles aprendem na teoria em sala de aula podem aprender e observar na pratica com a visitação. O zoo atende todos os grupos que têm interesse na visita guiada, desde infantil até grupos de terceira idade, grupos de professores, faculdade, escoteiros, grupos com necessidades especiais entre outros. Além disso, grupos que comprovam projetos relacionado a educação ambiental ou comprovam baixa renda, tem direito a isenção da entrada.