Dar voz a...
“Santo Subito” Neste abril de 2014, serão elevados à categoria dos altares dois dos importantes papas do século XX. No dia 27 de abril, em Roma, no Vaticano, serão canonizados o papa João XXIII e o papa João Paulo II. O primeiro ficou conhecido para a história como o Papa Bom, devido à sua simplicidade Papa João XXIII e simpatia e ao esforço de proximidade que teve com as pessoas, algo que no seu tempo não era nada comum. Já João Paulo II está na memória de muitos de nós por ter escrito muito, viajado mais do que qualquer papa até hoje e por ser adepto das novas tecnologias, entre muitas outras coisas. Alguns de nós vivemos “ao mesmo tempo” que um santo! Vejamos um pouco das suas histórias. Angelo Giuseppe Roncalli nasceu em Itália, em 1881. É ordenado padre em 1904. Já depois da I Guerra Mundial, onde prestou serviço como capelão, visitou muitas comunidades de Itália e conheceu, de maneira mais profunda, a ação missionária da Igreja italiana. Durante a II Guerra Mundial, ajudou muitos judeus a fugir das perseguições, o que lhe desenvolveu um espírito de diálogo entre as diferentes religiões. Em 1958, com a morte do papa, Angelo Roncalli é escolhido para ser um “papa de transição”, ou seja, alguém que estivesse pouco tempo (ele já tinha 77 anos) até se preparar alguém mais jovem e com um perfil mais definido. Assume o nome de João XXIII e neste curto papado fez algumas ações que marcaram o futuro da Igreja, sendo a mais relevante a convocação de um Concílio de toda a igreja, uma jornada geral de reflexão que envolvia todos os responsáveis da Igreja Católica em todo o mundo. Apesar de ter começado com ele, só o seu sucessor, o papa Paulo VI, é que concluiu os trabalhos do Concílio Ecuménico Vaticano II. De João Paulo II é mais fácil ter memória, até porque é mais recente. Teve uma relação privilegiada com Portugal, que visitou por três vezes, que assumiu para si as visões dos Pastorinhos de Fátima, ou que simplesmente esteve no trono de Pedro mais tempo que muitos dos seus antecessores (27 anos). E o que sabemos dele? Karoll Woijtyla nasceu na Polónia, em 1920, o mais novo de três irmãos. Já a frequentar a universidade, com o início da II Guerra Mundial, foi obrigado pelos nazis a ir trabalhar, mas continuando 20 | abril 2014
Professor Sérgio Óscar
os seus estudos de forma clandestina, incluindo o seminário. É ordenado padre, em 1946. Vai estudar para Roma e é chamado a ser bispo em 1958. Entre 1962 e 1965, participou no Concílio Ecuménico Vaticano II e trabalhou de forma intensa em dois dos seus documentos fundamentais. Em 1978, acontecem dois conclaves. No primeiro, é escolhido o papa João Paulo I, que faleceu 33 dias depois; o segundo levou a que fosse escolhido Karoll Woijtyla para ser o papa João Paulo II. Dos seus feitos, das suas cartas e exortações apostólicas, das suas muitas viagens, do seu amor às línguas e às pessoas, da sua capacidade de adaptar a Igreja “aos sinais dos tempos” já nós ouvimos falar e apreciámos em mais do que uma oportunidade. Não só o atentado mais grave que sofreu, que o debilitou e lhe deixou marcas para o resto dos seus dias, mas também a visita ao seu agressor e as palavras de que perdoava o seu gesto. No dia da sua morte, as pessoas começaram a dizer em alta voz a expressão italiana “Santo Subito”, que significa “Seja feito santo agora!”, o que mostra a crença na santidade daquele homem. Não foram precisos 10 anos… Num tempo em que faltam heróis, num tempo em que sentimos falta de exemplos, num tempo de enfrentar dificuldades parece-me útil dar a conhecer estes dois homens do século XX, mas cujas vidas estão projetadas no século XXI através das consequências das suas vidas. Vidas essas que são agora dadas como exemplo de virtudes a seguir: é uma das condições de ser santo. Em 2000, nas Jornadas Mundiais da Juventude em Roma, o Papa João Paulo II desafiou os jovens para não terem medo de ser santos. Ser santo não é “ser santinho”, andar pelos cantos a rezar e a dizer muitas orações: ser santo é levar a radicalidade do evangelho nas nossas vidas, todos os dias, onde nos encontramos. É envolver a nossa vida na mensagem do Evangelho: “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Só à luz disto podemos entender o Mistério da Morte e Ressurreição de Jesus: a Páscoa!
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