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O MARNOTO
DAR VOZ A...
O MARNOTO
Das pedras se fazem degraus Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Cristo na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova. (Carta aos Romanos 6, 4) Nos dias que correm, é impossível passar ao lado das dificuldades e problemas que se nos apresentam. Ou é a crise, ou é conjuntura económica (mundial, europeia ou portuguesa), ou simplesmente, pequenos terramotos e tsunamis que nos destroem ou deitam abaixo. A nossa escola também sofreu e sofre com tudo isto: se aqueles que fazem a nossa escola não estão bem, a escola também não está no seu máximo. Claro está que depois das tempestades vem a bonança e as dificuldades só o são enquanto travam e atrasam o que fazemos. Soube há algum tempo que lhes chamam contingências. Ou seja, tudo isto pode provocar, genericamente, dois tipos de atitudes: ou ficamos no canto a lamentar-nos e a repisar que tudo corre mal, que não há hipóteses… ou simplesmente arregaçamos as mangas, sacudimos o pó e avançamos. Não, não devemos esquecer estas pedras no caminho, essas contrariedades. Devemos, sim, pegar nelas e fazer degraus e abrir caminhos. Mas, tão importante como ter consciência do que nos rodeia é ter memória, é ter esperança. Ainda estou à espera de ouvir o Xavier a queixar-se dos computadores e como lhe metia confusão todos aqueles pormenores em que ele tinha mais dificuldades, apesar de, com esforço (e a sugestão e apoio de um ou outro colega!), lá conseguir. “Olha para isto! É um espectáculo, não é?” sempre que se referia a um conjunto de trabalhos artísticos, quer dos seus alunos, quer do filho, aquele em que depositava todo o seu empenho e esperança… e orgulho, com certeza! Mas, se esta expressão o caracterizava, há uma outra que a mim me mostrou caminho. O amor a esta casa, o amor e dedicação ao Colégio: ou eram as horas que passava a fazer este ou aquele trabalho, ou a disponibilidade que tinha sempre para ajudar e fazer o que lhe pediam. Todos estes anos que tive o privilégio de trabalhar com ele fiquei seguramente melhor pessoa e melhor profissional. Mas, não ficámos todos? Acredito que agora podemos e devemos perpetuar a sua memória, não esquecendo e pondo em prática esta força que o caracterizava e esta disponibilidade ao serviço da comunidade. E, nesse esforço e nesta esperança, podemos festejar a Festa da Ressurreição, a festa da Páscoa. É a memória da festa da vida que nos deve aumentar a esperança e renovar o ânimo. Força! Em frente é que é o caminho! Votos de uma Feliz e Santa Páscoa! Professor Sérgio Óscar ABRIL 2011
ABRIL 2011