28
O MARNOTO
DAR VOZ A...
O MARNOTO
Linguagem de amor Numa sociedade marcada pelo tecnológico em que todos os aparelhos desenvolvem funcionalidades baseadas no toque, sem teclas e à distância, sinto, cada vez mais, que nos afastamos da sensibilidade. Usamos o tátil como interface, mas fugimos do essencial: a sensibilidade. Esta é a subtileza da busca, do procurar conhecer. Não o conhecimento mesquinho e interesseiro da “cusquice”, mas a busca do amigo, do colega, do confidente, do “fiel depositário” das nossas preocupações, angústias, sonhos e projetos. A nossa sensibilidade fica, muitas vezes, ofuscada pela máquina, pela técnica. A nossa sociedade lê demasiados artigos e ouve demasiados estudiosos sobre as formas como criar laços, unir as pessoas, juntá-las no mesmo ideal. Mas isso não vai só com livros e grandes dissertações. Os amigos encontram-se, falam, comunicam, transmitem emoções e desabafos, bem como questões profundas e amargamente inquietantes… que depois de contadas, passam a estar partilhadas, corresponsabilizadas. Por muitos livros e estudos ou conferências que interiorizemos, temos de ir ao encontro, temos de dar o primeiro passo. É que cada um é único, logo um novo livro a descobrir, um novo turbilhão de emoções e de buscas que nos enriquecem e nos constroem. Todos ouvimos dizer que o olhar não mente. É certo que esta forma de expressão não é fácil de iludir. Mas eu digo ainda mais: é no toque sincero, no abraço sentido, no beijo vivo que medimos a força e a validade daquele que se aproxima de nós. As tecnologias constroem pontes que ajudam a talhar novos caminhos, novos rumos e novos desafios. Mas, outras muitas vezes, são entrave, são “mentira” escondida por trás de um nome ao qual não conseguimos “ver os olhos”. É uma história pessoal que se procura, mas que sem a interação pessoal, sem ouvir o tom da voz, a intensidade das palavras ou a força do olhar, não nos permite conhecê-la na sua plenitude. Soluções? Sem procurar ser demasiado idealista, penso que temos de dar o primeiro passo: levantar da cadeira, deixar a comodidade e o anonimato da tecnologia e do conforto do meu espaço, e partir ao encontro do outro, onde ele está. Para quê? Para, com ele, buscar ser mais, ir mais longe, sentir o seu apoio e a sua força. O ideal do Natal é aquele que mais aproxima as pessoas e os povos. Atendendo ao conturbado dos tempos que vivemos, deixemos, este ano, que aquilo que somos se sobreponha àquilo que podemos comprar. Pois, como dizia o Principezinho “não há fábricas de amigos!”. Logo, como não se compra nem se vende, ousemos dar-nos.
JORNAL ESCOLAR N.º 39 DEZEMBRO 2011 ◊ COLÉGIO D. JOSÉ I ◊ SANTA JOANA ◊ 3810-284 AVEIRO ◊ TELF: 234 310 351 ◊ FAX: 234 311 996 ◊ 1 MARNOTO
Professor Sérgio Óscar
Professores Bem, os professores são daquelas pessoas que, às vezes, irritam… Quando já todos perceberam o que é, por exemplo, uma mesa, ainda estão a dizer que é uma tábua com quatro pernas. E quando passam aqueles resumos, que não parecem resumos, mas sim cópias retiradas de um livro de 1457 com 800 páginas, e ainda nos dizem para não reclamarmos e que é pouca coisa! Gosto quando eles estão a falar sobre uma árvore e, depois, já estão a falar sobre um filme em que uma árvore caiu… e depois ainda perguntam “Bem onde é que íamos? Com isto tudo já não me lembro…” O que me irrita é quando eles “dão uns ganda sermões”, e, depois, ainda dizem que perderam metade da aula (eu sei que quando eles dão os sermões, foi por causa dos alunos), mas aqueles sermões… estão sempre a matutar no mesmo assunto. Mas, o melhor desta coisa toda é que eles vão intervir no meu futuro… portanto são boas pessoas… Ana Patrícia Ayres, Clube de Jornalismo e Fotografia DEZEMBRO 2011
DEZEMBRO 2011